Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: FABYANNE WILKE COSTA SANTOS
DATA: 30/08/2019
HORA: 10:00
LOCAL: Sala de aula do PPGPSI
TÍTULO: RISO, HUMOR E RACISMO: NARRATIVA DE EXCLUSÃO
PALAVRAS-CHAVES: Humor; Racismo; piada de preto
PÁGINAS: 100
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:
Esta dissertação se debruçou na tentativa de compreender as denominadas “piadas de preto”, as quais se caracterizam como os exemplos eloquentes de narrativas humorísticas racistas. Para isso, o trabalho se encontra dividido em três capítulos. O primeiro objetivou dar conta do fenômeno do humor e suas compreensões conceituais e contemporâneas sobre o tema. A partir dessa pesquisa, o humor se apresentou com o viés transgressor e agressor. Na tentativa de dar conta desses pontos divergentes, compreende-se o que Minois (2003) aludiu sobre o riso progressista e o riso conservador, acreditando que o primeiro objetiva mudar normas sociais, enquanto o segundo não tem a intenção de mudança, reflexão política ou progresso social. Embora Alberti (2002) acredite que a agressão e a benevolência sejam concomitantes ao contexto risível. Logo, para a autora, toda transgressão carregaria uma agressão. Porém, as piadas que tomam como objeto de riso um grupo minoritário, já fragilizado socialmente, tais como o negro, o gay, a lésbica, a mulher, o pobre etc. se apresentariam como exemplos eloquentes do humor eminentemente agressivo e conservador. Tendo em vista o processo identificativo da autora e também as demandas dos dados bibliográficos, optou-se, como objeto de estudo as narrativas humorísticas que tomam como objeto de chacota o negro. A partir disso, surge o segundo capítulo, com intenção de encontrar a compreensão sobre o racismo no Brasil e também sobre os elos entre humor e racismo brasileiro. Percebeu-se, diante dos dados, que o Brasil é caracterizado por atitudes atípicas de racismo, que se estrutura a partir de ações simbólicas de preconceito e discriminação. O preconceito étnico-racial aqui se apresenta por atitudes cordiais e disfarçado de democracia racial, diferentemente de outros países que sofreram por processos segregacionistas declarados; é o chamado racismo à brasileira. E, o humor e a piada se apresentam, assim como outras narrativa informais, como uma forma aprazível de preconceito, pois conseguem ultrapassar as normas estabelecidas socialmente e reafirmam a posição subjugada do negro (sujo, ladrão, vagabundo e incompetente), sem serem apontadas como discurso racista. Por fim, o terceiro capítulo apresenta uma série de piadas que ora aparentam a agressão do discurso racista, ora apresentam uma certa denúncia da existência do racismo.