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ANA RAQUEL SILVA SANTOS ALVES
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Qualidade de vida e suporte social em idosos: comparação entre participantes e não participantes de grupos de convivência
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Orientador : ANDRE FARO SANTOS
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Data: 31/08/2015
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Dissertação
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O aumento da expectativa de vida vem transformando o envelhecimento em uma questão social e de saúde pública, necessitando de várias ações no atendimento ao idoso, das quais citamos os grupos de convivência. Esses são espaços de socialização geracional e intergeracional que fortalecem a participação social e o cuidado integral à saúde, proporcionando o exercício da cidadania, a melhoria da qualidade de vida e o suporte social. Desse modo, a presente pesquisa tem como objetivo avaliar a qualidade de vida e o suporte social dos idosos participantes e não participantes dos grupos de convivência. A metodologia aplicada é o estudo quantitativo e comparativo entre esses idosos, com base na aplicação da escala de qualidade de vida World Health Organization Quality of Life para idosos (WHOQOL-OLD) e a Escala de Suporte Social reduzida (Suport Social Questionaire – SSQ-6). Os dados foram armazenados e analisados com o auxílio do software SPSS (Statistical Package for Social Science). Justifica-se o desenvolvimento desta pesquisa pela carência de estudos que relacionem qualidade de vida na velhice e os grupos de convivência, no âmbito de Aracaju/SE, mas também, como essas instituições influenciam no convívio familiar e social do idoso.
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LAÍS ALVES DE OLIVEIRA LIMA
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ENTRE CASTELOS, PROCESSOS E METAMORFOSES: UMA EXPERIÊNCIA URBANA NA ARACAJU DO PRESENTE
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Orientador : KLEBER JEAN MATOS LOPES
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Data: 31/08/2015
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Dissertação
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Nas ruas com seus habitantes, formas de vida emergem num cotidiano imprevisível ainda que a normatização busque a uniformização e a previsibilidade para a experiência. Foi andando sobre as tramas da cidade, buscando formas de vida que resistem às lógicas que impedem a proliferação da diferença, que uma escrita sobre produção de subjetividade na cidade se delineou. A escrita se fez em meio à vivência das ruas e das discussões que giram em torno dela, a partir da etnografia do espaço urbano registrada em diários de campo. Os encontros foram produzidos nas ruas com habitantes, passantes, pessoas que fazem da rua campo de trabalho. O contato com a urbe, suas relações e multiplicidade, revelaram um campo movente e conduziu o olhar sobre possibilidades de vida que se efetuam nas brechas de um modo de existir capitalístico, fazendo pensar tais vidas que resistem como vidas criadoras de si, como obras de arte. Franz Kafka aparece aí como o intercessor de uma escrita cheia de metamorfoses que busca narrar o vivido em contos como: Maria Feliciana, A ponte, A Menina Acrobata, A entrega de Sopa, A Mulherzinha e A Vidente. A partir das experiências na urbe foi possível observar que, mais que se conservar, a vida quer se expandir, gerar mais vida, impor a si uma nova direção. A escrita buscou novas formas de pensar o presente, criando linhas de fuga para problemas que emergem no cotidiano. O caminho está aberto, as discussões aqui são feitas de trajetórias que busca conduzir o olhar sobre o presente.
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SARAH MONTEIRO DE CASTRO TAVARES FIGUEIREDO
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"A face transgressora da piada: embates entre o riso e a censura"
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Orientador : DANIEL MENEZES COELHO
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Data: 31/08/2015
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Dissertação
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Este trabalho tem por objetivo discutir o caráter transgressor da piada, concebendo-a enquanto um instrumento de crítica sócio-político-institucional, na medida em que nela encontramos a possibilidade de contestar, de forma dissimulada, as figuras de autoridade, a despeito das restrições sociais. O capítulo inicial, intitulado Uma breve história do riso em três tempos, tem como escopo apresentar a história do riso ao longo dos principais períodos históricos da humanidade, a saber, a Antiguidade greco-romana, a idade média e a modernidade. Ao longo dos séculos, o riso foi tema de incontáveis debates entre políticos e intelectuais no que tange a seus méritos na ordem sociocultural, sempre marcado por momentos alternados de exaltação e interdição. No segundo capítulo, cujo título é A piada e suas vicissitudes no discurso freudiano, nos propomos a investigar a problemática das piadas na vida e obra de Freud. Inicialmente, abordamos a herança cultural germânica e judaica, cuja influência mostrou-se decisiva para atrair o interesse do autor pela problemática em questão. Em seguida, apresentamos o estatuto das piadas na obra freudiana, destacando dois textos específicos relacionados àquela temática, a saber, Os chistes e sua relação com o inconsciente (1905) e O humor (1927). No terceiro capítulo, intitulado À prancheta camaradas: embates entre as piadas e a censura na contemporaneidade, analisaremos alguns exemplos contemporâneos que evidenciam essa relação. Destacamos, sobretudo, dois folhetins satíricos: o Pasquim e oCharlie Hebdo. Cabe salientar que ambos os semanários enfrentaram uma forte censura por parte de instituições mais conservadoras, notadamente, o governo militar e o fundamentalismo religioso.
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DAYANNE SOUZA FIGUEIREDO
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O ARROCHA: O NOVO RITMO NORDESTINO Uma discussão sobre desvalorização social.
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Orientador : EDUARDO LEAL CUNHA
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Data: 31/08/2015
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Dissertação
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O presente trabalho versa sobre o ritmo musical genuinamente nordestino e de origem baiana, o Arrocha, inspirado na música brega, como também, sobre a sua vinculação a determinado segmento social, como por exemplo, classes trabalhadoras com remunerações menos favorecidas, tais como, feirantes, empregadas domésticas e pedreiros, tal como foi mencionado por alguns entrevistados. Por meio de uma pesquisa bibliográfica, tem-se como basilar, as obras de Vera Malaguti, Gilberto Freyre, Paulo Cesar de Araújo, Durval Muniz Albuquerque e Hermano Vianna, além da utilização de reportagens e páginas online para o desenvolvimento das entrevistas e pesquisa de campo. Para tanto, parte-se da definição do Arrocha descrita em uma página online que apresenta uma comparação deste ritmo com o Funk Carioca, visto que ambos são criticados por muitas pessoas, fato que podemos observar com facilidade em comentários disponíveis em redes sociais, mas, em contrapartida, têm um público significativo e atingem grande sucesso de vendas. Partindo da ideia de que o Arrocha é voltado para as classes populares, nesta pesquisa qualitativa, foi utilizada a pesquisa de campo com observações, entrevistas e fotografias, teve como objetivo desenvolver análises e discussões sobre que local o Arrocha ocupa na sociedade brasileira, suas convergências, divergências e os possíveis motivos das mesmas entre o Arrocha, o Funk Carioca e outros ritmos brasileiros, discutindo também os motivos da desqualificação, marginalização ou desvalorização dos mesmos por parte da sociedade e ainda possíveis vínculos entre tal desqualificação ao público a que se destina e que lhe garante tanto sucesso. Com a experiência da pesquisa, os dados produzidos explicitaram a relação entre o preconceito de classes disfarçados de preconceito musical ou estético, além de ressaltar a necessidade de maiores explorações científicas sobre a manifestação cultural, Arrocha.
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LUIZ PAULO COSTA TEIXEIRA
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POTÊNCIAS DE UM EMPIRISMO CEGO JORNALISMO E RELAÇÕES DE PODER
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Orientador : KLEBER JEAN MATOS LOPES
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Data: 31/08/2015
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Dissertação
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O presente trabalho tem como objetivo colocar em análise a questão do poder e da ética relacionados ao jornalismo e a produção de subjetividade. A ideia é utilizar uma experiência foucaultiana possível num campo sempre muito debatido e presente nas análises "psi", mas pouco estudado por dentro, nas suas próprias lógicas teóricas e mercadológicas, pelas malhas de poder que atravessa e é atravessado. Busca-se entender primeiro resgatar como os teóricos do jornalismo tentaram explicá-lo ou enquadrá-lo como um poder por si, encarnado, historicamente, para depois localizar uma experiência de outro olhar possível sobre as práticas jornalísticas através da obra de Michel Foucault. O objetivo não é melhor explicar o jornalismo, mas arriscar um desencaminhar possível, tanto para os estudos do jornalismo quanto para manter vivo o pensamento de Foucault. O trabalho aposta também, posteriormente, nos escritos de Cláudio Abramo, que no Brasil foi um dos principais jornalistas e pensadores destas práticas. A ideia é mostrar em que momento o próprio jornalismo ousou sair dos próprios padrões, assumindo um risco para as próprias relações numa espécie de empirismo cego na própria prática. Finalmente, compara-se o desencaminhar possível do jornalismo nos anos 80 do século XX, na reabertura política do Brasil, com os caminhos tortuosos das práticas de hoje.
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SAULO PEREIRA DE ALMEIDA
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Tradução, adaptação e validação do Servant Leadership Questionnaire - SLQ (Escala de Liderança Servidora - ELSE)
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Orientador : ANDRE FARO SANTOS
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Data: 31/08/2015
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Dissertação
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O objetivo do estudo foi traduzir, adaptar e validar o Servant Leadership Questionnaire (SLQ) a fim de criar a Escala de Liderança Servidora (ELSE) para o uso no Brasil. Empreendeu-se um estudo psicométrico de corte transversal, com alunos e servidores efetivos e terceirizados da Universidade Federal de Sergipe, com mais de 18 anos, que possuíssem chefe imediato e estivessem trabalhando a no mínimo três meses na empresa atual. Utilizou-se um questionário sociodemográfico, a escala SLQ (traduzida e adaptada neste estudo), além de uma escala de satisfação com o trabalho (EST) e uma de liderança transformacional e transacional. Responderam aos instrumentos um total de 361 participantes, sendo 337 válidos (93%). Foram realizadas análises descritivas (médias, desvio-padrão e frequências) dos instrumentos utilizados e, para realizar a validade fatorial da ELSE, utilizou-se a Análise Fatorial Exploratória, com Fatoramento dos Eixos Principais e rotação Promax, além da avaliação da confiabilidade com o alpha de Cronbach (α). Para a análise de validade convergente, empregou-se a correlação de Pearson (r) entre as dimensões da ELSE e a Escala de Atitudes frente a Estilos de Liderança, que mensura os estilos de liderança transformacional e transacional. Para a análise preditiva, foi utilizada a Regressão linear em que, no modelo, as dimensões da ELSE eram variáveis independentes e a satisfação com a chefia (dimensão da EST) era a variável dependente. A análise de dados foi feita no Statistical Package for Social Science (SPSS), versão 19.0. A solução final apresentou 3 fatores, totalizando 47,7% de variância explicada do instrumento, a saber: (a) Influência Visionária (α = 0,87; 9 itens), (b) Servidão (α = 0,88; 9 itens) e, (c) Intendência Organizacional (α = 0,83; 5 itens). Foi possível constatar a validade convergente da nova escala, que apresentou correlações moderadas e significativas com a liderança transformacional. A validade preditiva também foi confirmada, visto que as dimensões da nova escala explicaram 48% da variância explicada da satisfação com a chefia. As limitações do estudo referem-se a: falta de grupos comparáveis, baixo número de participantes e amostragem não-probabilística. Sugere-se para pesquisas futuras a investigação da estrutura fatorial encontrada neste estudo.
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PRISCILLA DAISY CARDOSO BATISTA
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ENTRE GESTAÇÕES/PARTOS HUMANIZADOS E A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: SUBJETIVIDADES EM MOVIMENTO
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Orientador : LILIANA DA ESCOSSIA MELO
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Data: 31/08/2015
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Dissertação
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Este trabalho tem como objetivo a análise de práticas em saúde que sustentam a violência obstétrica como apropriação pelo saber-poder médico-científico dos corpos, dos processos reprodutivos e sexuais das mulheres durante suas gestações e partos. Tal apropriação assume especial configuração nos serviços de saúde, nos quais o discurso do risco incorporado por esse tipo de saber-poder adquire formas marcadamente centradas em fatores biológicos, patologizantes e fragmentários, configurando um modo singular de gestão dos riscos na gestação e parto, que ao invés de ampliação de autonomia, atuam produzindo corpos dóceis, no sentido utilizado pelo filósofo Michel Foucault. Busco ainda tecer relações dos conceitos de risco com práticas discursivas médico-hospitalares que, marcadas pela lógica da máxima produção de lucros no mínimo de tempo possível e embutidas do valor de verdade científica, legitimam-se nas intervenções sobre os corpos-das-mulheres-que-parem e atuam reforçando uma desapropriação das gestações e partos pelas mulheres. Ampliando o lócus da violência obstétrica para além do hospital, identificamos sua presença em algumas práticas de acompanhamento pré-natal, seja no setor público ou privado de saúde. Ressaltamos também conceitos de gênero, corpo, sexualidade e reprodução humana comuns em nossa sociedade que atuam na naturalização e perpetuação da violência obstétrica como violência de gênero contra mulheres que gestam e parem. Problematizamos ainda um certo entendimento de parto humanizado e suas capturas individualizantes, estatizantes ou mercadológicas, que tendem a leva-lo a um terreno no qual o protagonismo das mulheres ocorre de forma restrita. Ao tomar a bandeira da humanização do parto, movimentos sociais e políticas públicas conferem outros sentidos dando visibilidade a outras questões relativas à saúde das mulheres, sendo uma delas o problema da violência obstétrica; esta notoriedade, entretanto, precisa ser transformada em ações específicas a serem implementadas no sentido de não somente identificar e criminalizar quem pratica a violência obstétrica, como também de incorporar trabalhadores, gestores e usuárias dos sistemas de saúde de modo a exercerem seus protagonismos uns com os outros, apontando para relações de vínculo, responsabilização e partilha de decisões sobre os modos de gestar e parir. O percurso desta pesquisa fundou-se na pesquisa-intervenção, como metodologia na qual a relação entre objeto de pesquisa e pesquisador relacionam-se pela implicação, ou seja, pela capacidade de um produzir mudanças no outro. Assim, trago alguns relatos de experiências vividas como mãe, ativista do movimento pela humanização do parto (MPH), mulher, médica sanitarista, docente do curso médico, além de usuária do sistema de saúde; papéis que se misturam, se transformam e dialogam com a prática da pesquisa implicada, desenhando a pesquisa com compromisso social, ético e estético.
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ELEN NAIARA BATISTA MADEIRO
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SOBRE A IMAGEM-MOVIMENTO -OU- AS CARTAS QUE ENDERECEI A DELEUZE.
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Orientador : KLEBER JEAN MATOS LOPES
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Data: 31/08/2015
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Dissertação
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Esse trabalho busca estudar a taxionomia das imagens do cinema feita por Deleuze, considerando o cinema enquanto uma experiência que constrói seus sentidos. Qualquer significação fora dele é uma forma de mediação/ interpretação/ análise. Essa pesquisa percorreu um caminho que passou por um cinema que faz pensar e se encontrou com um cinema que pensa ele próprio. Encontrou também revoluções conceituais, rediscutindo percepções, afetos e ações e colocando em xeque uma consciência ancorada num sujeito. O meu trabalho não se propõe a ditar verdades sobre a obra de Deleuze em questão, nem sobre nenhuma outra. Me permito usar palavras despretensiosas, das que não almejam estatuto de verdade, das que não aprisionam os sentidos, das que mobilizam parceiros e admitem a possibilidade de não ser. É um trabalho que pretende a partir da minha experiência, que sim, é muito pessoal, abrir um campo de diálogo e possíveis compreensões com esse autor e obra tão enigmáticos quanto sedutores. Expor um modo de compreensão, uma significação peculiar criada para experimentar tal livro não aparenta ser um trabalho justo para um autor de tamanha repercussão e fama, ainda mais vindo de uma estudante de mestrado de uma universidade pública na capital do menor estado do Brasil. Mas é justo o trabalho a que me proponho, é apenas isso que será encontrado adiante. Sinalizo a dificuldade em lidar com o texto e em encontrar parcerias e referências (principalmente dentro da psicologia), ao longo da pesquisa descobri que a aflição não é só minha, e que por isso enche o trabalho de coletividade e cumplicidade. Juntamente com as dificuldades e escassez de referências e parcerias é que se criam os escapes. Para que a carência não se transmutasse em paralisia, em meio a conversas, encontros e orientações foi que eu (um eu múltiplo, atravessado por forças diversas) escolhi o formato de cartas para dar vazão a todas às inseguranças e potências que habitam essa pesquisa.
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MICHELLE PRATA GALVÃO
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Entre o narcisismo e a narrativa terapêutica: considerações sobre o herói contemporâneo.
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Orientador : EDUARDO LEAL CUNHA
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Data: 31/08/2015
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Dissertação
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A pesquisa em questão surgiu a partir da observação que o perfil dos protagonistas de séries televisivas de grande sucesso na última década é, à primeira vista, bastante distinto daquele que comumente associamos aos mocinhos da TV. São personagens contemporâneos descritos com frequência como complicados, infelizes e moralmente incorretos. Descrição que os distancia fortemente dos atributos comumente associados à palavra herói: grandeza, honra, força, caráter, sabedoria, destreza, valor, liderança. Com o intuito de compreender a possibilidade de emergência e de popularização desse novo perfil, além de averiguar se realmente há algo que distingue o dos heróis anteriores buscou-se traçar a trajetória do herói na história da humanidade, desde seu nascimento com o mito até sua atual consolidação. A fim de ilustrar o perfil de herói em questão, o trabalho apresenta análises de dois personagens contemporâneos que o materializam, a saber, Tony Soprano de Família Soprano e Walter White de Breaking Bad. Finalmente, a partir desses personagens controversos são feitas abordagens de aspectos marcantes dos processos de subjetivação contemporâneos, a saber, a narrativa terapêutica como discurso de subjetivação privilegiado e a valorização do narcisismo na constituição subjetiva.
Palavras-chave: herói; contemporaneidade; narcisismo; narrativa terapêutica; processos de subjetivação.
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CARLA FARO ALVES
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A exibição de si no ambiente virtual: Uma Abordagem teórica feita em concordância com os escritos de Heinz Kohut.
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Orientador : EDUARDO LEAL CUNHA
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Data: 31/08/2015
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Dissertação
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O presente trabalho pretende estudar a exibição no ambiente virtual, por acreditar no seu parentesco com a avalanche de manifestações narcísicas do homem do agora. A nosso ver, essas manifestações são as principais responsáveis por um novo estilo discursivo amplamente presente nos meios de comunicação (nas redes sociais), que também encontram representantes no cinema e na televisão (os reality-shows e documentários da intimidade). Todos esses exemplos estão relacionados a um novo processo de estetização da existência e, por isso, são representantes de uma nova forma de ser sujeito e estar no mundo. Direcionaremos a nossa atenção, apenas, para o discurso de si no ambiente virtual e sua estetização existencial, a fim de compreendê-los no terreno da psicanálise. Para atender tal premissa, utilizaremos os escritos de Heinz Kohut sobre a Psicologia do Self e as mobilizações transferenciais propriamente narcísicas, as quais dizem respeito à ativação de estruturas arcaicas como: o self grandioso e imago parental idealizada. Por intermédio dessa conceituação teórica, proporemos que a exibição, no ambiente virtual, é a expressão do self grandioso, apreendido em sua grandiosidade, assim como temos a confiança de que o narcisismo, presente nas redes sociais, e também fora dela, seja subproduto dessa estrutura arcaica. Para melhor apreensão do que isso tudo significa, colocaremos essas manifestações em nível sintomático, não por acreditar que elas sejam necessariamente patológicas, mas porque esse artifício teórico as transfigura em fenômenos decifráveis por si mesmos. Partindo desse pensamento, procuramos entender tanto os laços mediados pelo facebook, assim como o que ele torna visível a respeito dos novos modos de subjetivação contemporâneo.
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ALDO REZENDE DE MELO
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PSICODRAMA E SEU DIONISISMO: PERCURSOS DE UMA CLÍNICA DESVIANTE
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Orientador : LILIANA DA ESCOSSIA MELO
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Data: 31/08/2015
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Dissertação
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Esta dissertação tem como objetivo analisar recortes da trajetória de produção de práticas e conhecimento do Psicodrama, no que diz respeito a sua constituição ética, estética e política. Dar-se-á em forma de revisão bibliográfica e no acompanhamento cartográfico de um grupo de teatro terapêutico formado por psicólogos e músicos profissionais. Jacob Levi Moreno criou um método dissidente das correntes psicológicas hegemônicas do século XX, a partir de práticas de cuidado utilizando métodos teatrais associados a métodos psiquiátricos e psicológicos de cuidado em grupo, feito fora de espaços convencionais de exercício da clínica. Contextualizado no movimento estético pós-dramático europeu, de ruptura com a lógica do drama representativo, trabalhou nas ruas de Viena com prostitutas, crianças e criou um grupo de teatro experimental com enfoque terapêutico denominado Teatro da Espontaneidade. Contudo após sair da Europa para os Estados Unidos, teve a necessidade de adaptar seu método ao pragmatismo cientificista americano, abrindo margens ao que tem sido chamado de “aculturação” do Psicodrama. Progressivamente houve a perda de sua vertente estética, de sua força enquanto teatro pós-dramático, de sua força política de exercício de autogestão dos processos grupais com foco na sociatria, na transformação social e de sua ética dionisíaca, questionadora e disrruptiva com o status quo. Para tal, estabelecemos um paralelo entre a exclusão do dionisismo na polis grega com a invenção das tragédias e a exclusão do dionisismo do psicodrama com a sua adesão ao que Luís Cláudio Figueiredo (2004) chamou de “preocupação obsessiva com a produção de crenças válidas emergentes no século XVII”. Pensando essa perspectiva, nasceram algumas questões e problemáticas: tendo, as formas hoje conhecidas de “teatro terapêutico” se originado de práticas que se perpetuaram dentro de certo movimento não hegemônico da Psicologia e do Teatro do século XX (no caso do Psicodrama de Moreno, do Teatro Épico de Bertold Brecht e do Teatro da Crueldade de Artaud), seria ele, numa experiência específica a ser analisada num grupo atuante de teatro terapêutico, ainda uma possibilidade clínica transformadora para seus artistas-psicólogos? Seria possível um fazer clínico teatral, no seu sentido etimológico de produção de desvios e inclinações? Poder-se-ia pensar em uma clínica psicodramática dionisíaca? Para tanto, além da análise e costura teórica por dentro do psicodrama, fez-se necessário o enriquecimento da discussão na interface com autores de produções filosóficas que consideramos de caráter imtempestivo, dionisíacas por excelência. Usamos então o conceito deleuziano de “intercessores” e a noção de “espírito trágico” de Nietzsche para colocar o pensamento em movimento, problematizando e ventilando conceitos de criação e inventividade dentro de um possível resgate ético-estético-político no Psicodrama.
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ANDREA DOS SANTOS DORIA
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ERA UMA VEZ... UM CONTO NADA DE FADAS: ANÁLISE DA IDENTIDADE RACIAL DE CRIANÇAS QUILOMBOLAS E NÃO QUILOMBOLAS.
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Orientador : DALILA XAVIER DE FRANCA
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Data: 31/08/2015
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Dissertação
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O objetivo dessa pesquisa foi analisar a influência dos contos de fadas na identidade racial de crianças quilombolas e não quilombolas. Dois estudos investigaram o tema. No Estudo I, verificou-se o perfil da identidade racial dos participantes. A amostra foi composta por 179 crianças brancas, não brancas e quilombolas, de ambos os sexos, de seis a dez anos. A identidade racial foi avaliada através da categorização, autocategorização e avaliação emocional da pertença.Crianças brancas se autocategorizam como brancas (98%), 46,2% das não brancas se autocategorizam como brancas e 53,8% como negras; e 69%das quilombola se autocategorizam como negras. As crianças não brancas gostam pouco/nada de sua pertença (56,3%), 66,1% dos quilombolas e 54,9% das brancas gostam muito/mais ou menosde sua pertença.Crianças brancas identificam-se fortemente e positivamente com seus grupos, enquanto as quilombolas apresentam maior identificação com o seu grupo étnico comparadas às não brancas. No estudo II, a influência dos contos de fadas com modelos brancos e não brancos sobre a identidade de crianças quilombolas e não quilombolas foi analisada em 56 crianças brancas, não brancas e quilombolas, participantes do Estudo I. Metade das crianças ouviu o conto na versão branca, e metadeo ouviu na versão negra. A identidade racial foi avaliada após a audição do conto. Verificou-se que as crianças brancas identificaram-se com seu próprio grupo a despeito da etnia dos modelos vistos durante a audição dos contos. A identificação com o próprio grupo aumentou nas crianças não brancas e quilombolas que ouviram o conto com modelos negros em comparação as que ouviram o conto com modelos brancos. Conclui-se que os contos de fadas com modelos negros em posição de valorização social influenciam positivamente a identidade racial das crianças quilombolas e não brancas.
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DENISE DE SOUZA SILVA
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A perspectiva dos cuidados paliativos e a questão da morte no contemporâneo
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Orientador : ROGERIO DA SILVA PAES HENRIQUES
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Data: 31/08/2015
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Dissertação
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A morte é o que há de mais individualizador e ao mesmo tempo de mais igualitário na existência humana. O problema não é a morte, mas o fato de que o sujeito morre. Este trabalho se propôs a estudar a experiência da perspectiva dos Cuidados Paliativos, de modo a compreender como os sujeitos vivenciam a morte e o morrer. Para tanto, foi realizado uma incursão etnográfica num serviço de Cuidados Paliativos, o que possibilitou a vivência in loco do lidar cotidiano com a morte que se aproxima e a discussão sobre a morte e o morrer a partir dos sujeitos (profissionais, pacientes e familiares) e suas singularidades nesse tempo de espera particular – não sem, antes, retomar uma perspectiva histórica dessa temática. Em cada época há uma forma de morrer e um olhar sobre a morte. O discurso dos Cuidados Paliativos produz um jeito de morrer que atende as demandas desse tempo, embora seja uma tentativa de escapar da racionalidade neoliberal, é o modelo do pensamento científico e das tecnociências que permite a sua emergência. Como um modelo assistencial inserido no campo biomédico tem uma versão generalista de como lidar com a doença ou morte, no entanto o estudo evidenciou que quando o sujeito é confrontado com os fatos cruciais da vida emerge a sua singularidade.
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TAYANE NASCIMENTO HUBER
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DESENVOLVIMENTO DAS NORMAS SOCIAIS EM CRIANÇAS.
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Orientador : DALILA XAVIER DE FRANCA
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Data: 28/08/2015
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Dissertação
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O presente estudo tem como objetivo investigar em que período do desenvolvimento da criança as normas sociais interferem na expressão do preconceito.E, com isso, identificar quando e como as crianças reconhecem as normas sociais antirracistas, e analisar como a aquisição dessas normas influenciam as variações de expressão do preconceito. A ideia central do trabalho é a de que o reconhecimento de regras/normas pelas crianças está ligado diretamente ao desenvolvimento moral e cognitivo e isso faz com que elas reconheçam as normas sociais antirracistas. Além disso, tem-se que as variações de expressão do preconceito pelas crianças estão ligadas ao processo de identificação e aceitação (internalização) da norma social antirracista. A fim de atingir esse objetivo investigou-se 80 crianças brancas de 5 a 8 anos de idade e ambos gêneros – a respeito do seu conhecimento sobre moralidade, normas sociais e preconceito. Algumas predições orientam esse trabalho: a) A partir dos sete anos de idade as crianças demonstraram com segurança o reconhecimento de regras gerais. Uma análise de Contingência (Qui-quadrado) demonstrou a confirmação parcial dessahipótese pois a compreensão sobre o que é moralmente correto já se apresente aos cinco anos de idade mesmo em situações intergrupais. b) As normas das próprias participantes (normas pessoais) para os grupos brancos e negros não se diferenciam das normas do grupo de referência (normas sociais) para esses grupos. Essa predição foi parcialmente confirmada tendo em vista que a percepção normativa dos participantes mais novos quando analisam o grupo dos negros diferencia-se da norma do grupo de referência. c) Participantes com idades superiores a sete anos de idade tenderão a discriminar o alvo negro na ausência da entrevistadora e não na presença. Uma ANOVA com medidas repetidas demonstrou que essa hipótese não foi confirmada, a discriminação do negro ocorreu independentemente da idade e da presença ou ausência da entrevistadora. Os resultados são discutidos a luz das teorias das normas sociais e do racismo na infância e, em conclusão, afirma-se que esta pesquisa apresenta uma colaboração para o desenvolvimento de teorias sobre norma social e a influência da norma nas formas de expressão do preconceito racial.
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FELIPE CORRÊA MESSIAS
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"A CONJUGALIDADE NA IGREJA EVANGÉLICA: O AMOR EMPRESARIAL SANTIFICADO NO DISCURSO DA IGREJA UNIVERSAL
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Orientador : ELDER CERQUEIRA SANTOS
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Data: 24/08/2015
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Dissertação
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A população evangélica apresenta um crescimento acelerado, o que aumenta a influência política e midiática desse grupo religioso. Com uma postura que delimita uma separação entre igreja e “mundo”, os fiéis buscam influenciar/converter o maior número possível de pessoas. Entre as denominações de maior sucesso está a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), a qual, tendo iniciado a campanha no Brasil, já atua em mais de 80 países. Com um forte investimento midiático, a IURD investe em livros, programas de rádio, Programas de Auditório, Jornais (Impresso e na TV), Filmes, Séries, Reality Shows, etc.. Entre essas mídias, a Escola do Amor (Love School), um programa televisivo que tem também um canal no Youtube, destaca-se ao introduzir uma pedagogia no que se refere aos relacionamentos. Com lições sobre diversos aspectos da vida conjugal, tem como público alvo casados, namorados e solteiros. A Escola do Amor se tornou um sucesso, com milhares de usuários participando de eventos presenciais e também na internet. Apresentando um grande interesse pela vida sexual dos membros, a IURD utiliza a Escola do Amor para combater a crescente secularização da sociedade, a qual traz valores diferentes dos da igreja. O presente estudo visa compreender a maneira como os valores da IURD são transmitidos aos membros através do Love School, com um foco na maneira como esses ensinamentos e expectativas são passados de maneira muitas vezes sutil.
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DANILDE FIGUEIREDO BARRÊTO
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ENTRE CARTILHAS METODOLÓGICAS E INVENTIVIDADES DOS TÉCNICOS DO CRAS: A PRÁTICA DE FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS
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Orientador : LIVIA GODINHO NERY GOMES AZEVEDO
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Data: 12/08/2015
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Dissertação
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O trabalho teve como objetivo analisar as concepções e as práticas de fortalecimento de vínculos familiares e comunitários operadas por técnicos do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social). Buscou-se, a partir disso, refletir sobre o conjunto de forças que engendram tal ação e seus possíveis desdobramentos. Para tanto, foi utilizada como ferramenta de pesquisa a etnografia e tomou-se como instrumento de análise uma experiência de estágio extracurricular em Psicologia vinculado a Secretária de Assistência Social de Aracaju realizado de 2011 a 2012, a reinserção ao CRAS de Aracaju onde foi realizado parte do estágio, como também as concepções de cartilhas metodológicas a respeito dessa prática. Na ocasião, foram realizados diários de campo e entrevistas com os técnicos do CRAS. O fortalecimento de vínculos familiares e comunitários é traçado como proposta de ação para os técnicos do CRAS, o qual visa prevenir situações de vulnerabilidade e risco social no território. Por acreditar que as diferentes práticas sociais produzem objetos diversos, formatando-se como instrumentos de criação e/ou reprodução, as noções de vínculo, família, comunidade e fortalecimento, que muitas vezes são postas de forma totalizante, permanente e universal, foram questionadas nesse trabalho e desmembradas a fim de se refletir sobre o que pode ser produzido a partir dessas noções no âmbito do SUAS. Foram relatados também alguns desafios enfrentados pelos técnicos no entorno da prática de fortalecer vínculos, ressaltando o caráter inventivo dessa atuação.
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ESTHER MAYNART PEREIRA MIKOWSKI
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Pulsão de Saber: uma leitura na obra freudiana.
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Orientador : DANIEL MENEZES COELHO
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Data: 27/07/2015
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Dissertação
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O tema deste trabalho é a pulsão de saber (Die Wissentrieb), impulso de investigar questões em torno do sexo e da sua própria existência que foi apresentada por Freud nos Três Ensaios sobre a Sexualidade. O objetivo geral foi retomar textos freudianos que sustentassem nossa hipótese de operacionalidade do conceito na sua obra. A revisão bibliográfica realizada no Capítulo I em torno da educação e da clínica apontou indicações de estudos sobre a sexualidade infantil, a teoria da pulsão, a transferência e a cultura. No Capítulo II, ao tratar dos principais textos sobre sexualidade infantil e teorias sexuais infantis, o caso Hans se tornou representativo pela investigação e pelas teorias empreendidas pela sua curiosidade. Já o Capítulo III foi uma breve revisão da teoria das pulsões proposta por Freud, dividida em dois momentos. Por fim, o Capítulo IV versou sobre as produções de conhecimento na cultura e o manejo clínico, propostos como destinos da pulsão de saber. Encontramos tanto nos textos tardios sobre a cultura como nos artigos sobre a técnica o caráter investigativo do sujeito. Sendo assim, entendemos que a psicanálise dá provas de um sujeito saber na clínica e na cultura o que faz da pulsão de saber operativa na obra freudiana.
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REGIANE LACERDA SANTOS
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Modos de subjetivação e saúde mental: a construção do corpo nos dispositivos CAPS II e CAPS AD em Vitória da Conquista
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Orientador : MARIA TERESA LISBOA NOBRE PEREIRA
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Data: 24/07/2015
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Dissertação
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Este trabalho tem como proposta analisar a produção dos discursos que atravessam e constituem o corpo dentro das políticas públicas de saúde mental no município de Vitória da Conquista, tendo o Centro de Atenção Psicossocial II - CAPS II e no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas - CAPS AD utilizados como recorte. A problemática, gira em torno, do seguinte questionamento: como ocorre a produção dos modos de subjetivação e corpo na política pública de saúde mental, localizada enquanto dispositivo biopolítico? Para tal realizaremos uma discussão teórica a partir de algumas obras de Michel Foucault. Partindo da perspectiva de que os corpos são constituídos por emaranhados de questões discursivas atreladas a conjunturas biopsicossocial, econômicas e políticas, na qual o discurso produz práticas subjetivas e objetivas (modos de subjetivação) que produzem sujeitos e, portanto corpos, de maneira que a subjetividade pode ser entendida como processo que produz diferenciação dos corpos. O objeto-sujeito adotado na pesquisa são os regimes de verdade e no que concerne a estratégia metodológica elegemos a história oral, onde os procedimentos utilizados foram as narrativas cotidianas, seja em reunião de equipe, em oficinas terapêuticas, em assembleias, etc., como também lançamos mão de entrevistas semi-estruturadas. Como discursos que atravessam e constituem o corpo dos sujeitos inseridos nessa política atualmente temos a localização destes serviços enquanto instituições de saúde, e isto implica em uma estruturação por meio de diretrizes e normas da política nacional de saúde, bem como a perspectiva que reforma psiquiátrica ainda está em construção, dessa maneira as formas de cuidado em saúde mental podem ser repesadas, refeitas todos os dias, o que evidencia que os serviços substitutivos fazem parte de um processo em construção, e por fim, a tentativa de se evitar a repetição de uma lógica manicomial.
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JOÃO SAMPAIO MARTINS
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CAPS AD III Primavera: entre a cor cinza da técnico-burocracia e as cores vibrantes que articulam clínica e política.
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Orientador : JOSE MAURICIO MANGUEIRA VIANA
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Data: 23/07/2015
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Dissertação
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Este trabalho tem como proposta analisar a relação oportuna da Política do Ministério da Saúde para Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas (PAIUAD) com o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPS AD) Primavera, em Aracaju SE. A publicação desta política, em 2003, introduziu na máquina do Estado todo um ideário e um novo vocabulário que lhe dotaram de intensa força instituinte, nos interessando pensar como isso se implementa por dentro deste CAPS. O problema de pesquisa foi engendrado e analisado a partir de quatro ferramentas metodológicas: cartografia, genealogia, pesquisa documental e caderno-diário. O cotidiano de um serviço como este é permeado pela coexistência e permanente tensão de forças, de modo que a investigação desenvolvida neste trabalho buscou acompanhar os movimentos de algumas das linhas de força que compõe e atravessam este serviço para, assim, apontar práticas que se articulam ao saber/poder médico sanitarista, atualizando mecanismos biopolíticos de controle da população, e as práticas que escapam dessa captura produzindo outras formas de lidar com o uso e com usuários de álcool e outras drogas. Em linhas gerais, nossos achados apontam que quando o CAPS AD Primavera produz práticas de verticalização das relações, burocratiza seu fluxo interno e dispositivos de cuidados e funciona de forma enCAPSulada, ele limita os princípios e diretriz da PAIUAD e atualiza estratégias de poder do saber médico sanitarista. Numa direção contrária, quando as práticas neste serviço enfatizam a horizontalização das relações, a abertura para o território e articulação entre clínica e política, elas fortalecem os princípios e diretrizes da PAIUAD, bem como potencializam a produção da autonomia dos sujeitos e coletividades.
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PRISCILLA CARLA CARVALHO DE MENEZES
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UM ENCONTRO COM A ARTE EM ARACAJU:
INTERVENÇÃO URBANA COM GRANDEZAS E MIUDEZAS
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Orientador : JOSE MAURICIO MANGUEIRA VIANA
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Data: 17/07/2015
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Dissertação
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A partir do pressuposto da degradação das relações sociais e afetivas, fato perceptível nas cidades contemporâneas, visamos pensar uma diferente aproximação da cidade através da produção de uma intervenção de arte urbana com grandezas e miudezas na cidade de Aracaju para analisar as potencialidades e fraquezas do encontro da artista-pesquisadora com a arte no urbano e com a própria cidade que habita. A intervenção urbana seria produção de uma relação afetiva e singular com a cidade? Que sensibilidades, que imagens e que subjetividades podem ser produzidas nesse encontro? Trata-se de uma pesquisa-intervenção, que utiliza a metodologia cartográfica, cuja fundamentação encontra-se nas ideias de alguns pensadores tais como Gilles Deleuze, Félix Guattari, Espinosa.
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ANDRÉ FILIPE SILVA MENESES
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SEXO E RELIGIÃO: UM ESTUDO SOBRE PRÁTICAS SEXUAIS PRÉ-MARITAIS ENTRE JOVENS EVANGÉLICOS
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Orientador : ELDER CERQUEIRA SANTOS
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Data: 18/06/2015
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Dissertação
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O objetivo deste estudo foi, de forma geral, investigar a relação entre religiosidade e sexualidade em jovens pertencentes a igrejas evangélicas. Procurando entender, assim, a possível existência de algum tipo de crise pelo pertencimento religioso, que reproduz uma crença no impedimento de práticas sexuais antes do casamento, e a manutenção da atividade sexual, comportamento que fere tal crença, e de que forma essa possível crise é superada. A pesquisa quantitativa, um questionário online, foi realizada através de grupos em redes sociais e por e-mail, a fim de coletar dados bio-psico-socio-demográficos, informações concernentes ao seu pertencimento religioso, considerações sobre a sexualidade, se existe crise, e as formas de resolução desta. Participaram do estudo 184 jovens pertencentes a igrejas evangélicas, com idades entre 14 e 24 anos, sendo 75,5% do sexo feminino e 24,5% do sexo masculino. Foi utilizado um instrumento de 29 questões, autoaplicado e confidencial. Foram utilizadas escalas que tratam sobre Coping Religioso, Bem-Estar Sexual, Religiosidade, Resolução da Crise, entre outras medições. Os resultados indicam que a religiosidade se mostrou um fator protetivo para o atraso do início da vida sexual, com grande aparição, em contraponto, de jovens evangélicos solteiros que relataram manter uma vida sexual ativa e um convívio religioso. Jovens que se relacionaram sexualmente antes do casamento demonstraram menores índices de religiosidade e maiores índices de bem-estar sexual. Os dados sugerem que o início da vida sexual está fortemente relacionado a um melhor entendimento da própria sexualidade, como algo natural e possível, pela readequação da crença religiosa de que esta deve se manifestar somente após o casamento.
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MARIANE MARQUES DE SOUZA SANTOS
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POR UMA CLÍNICA DE(S)TERRITÓRIO NO CONTEXTO DO SUS: ITINERÂNCIAS DE UMA NARRATIVA CARTOGRÁFICA.
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Orientador : LILIANA DA ESCOSSIA MELO
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Data: 18/05/2015
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Dissertação
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O presente trabalho tem como objetivo analisar caminhos possíveis para uma prática clínica no/de território – não só “psi”, mas de corpos agenciadores – no contexto do SUS. A cartografia foi utilizada como método de pesquisa-intervenção. Trata-se de um método de estudo da dimensão processual da subjetividade e de seu processo de produção, cuja orientação do trabalho do pesquisador não se faz através de metas pré-definidas, estas são traçadas no percurso da pesquisa. Trabalhei de 2007 a 2015 em diferentes unidades do SUS – Unidades de Saúde da Família, Centros de Atenção Psicossocial, Hospital Geral e Maternidades –, que serviram de campo de pesquisa. Durante este período, cenas relacionadas à prática clínica no SUS foram registradas em cadernos de formação e, posteriormente, em diários de campo. As cenas foram revisitadas e transformadas em narrativas de experiências-questão que, ao acolherem o inesperado, expuseram um problema e forçaram a pensar. Com as experiências-questão, discutimos as contribuições do pensamento platônico e do cartesiano para uma forma de habitar nosso corpo e o mundo marcada pela relação dicotômica entre o homem e a realidade. Problematizamos a relação entre produção de subjetividade, capitalismo e a construção do indivíduo, ressaltando a conexão desses elementos no estabelecimento de condições para o surgimento da psicologia. Explanamos ainda diferentes composições do plano do poder: o poder disciplinar, a biopolítica e a biopotência. Abordamos a saúde como processo de produção, capacidade normativa da vida (Canguilhem) e capacidade plástica dos corpos afirmarem sua vontade de potência (Nietzsche). Concebendo a saúde nesses termos, discutimos amarras e potencialidades na relação entre Estado, SUS e capitalismo para criação de práticas produtoras de saúde no contexto do SUS. Diante do exposto, apostamos numa clínica forjada no movimento de corpos agenciadores, num processo de abertura às diferenças intensivas que pulsam em nós. Trata-se do manejo entre formas postas e forças que se insinuam criando novos contornos nos corpos, atravessando-os, inventando relações produtoras de saúde por expandirem a vida. Potencializamos esse processo por meio de uma prática clínica transdisciplinar no/de território. Uma clínica que se faz num território vivo, usado, experimentado, processual, tempo-espaço de uma expressão. Território também político, de conflitos e negociações. Clínica no território e clínica de território são indissociáveis. Queremos dizer com isso que a forma própria de a prática clínica no SUS se atualizar se faz por meio da possibilidade de habitarmos os paradoxos que a constitui. Testar até o limite suas fronteiras, e assim (des) construir territórios, operar passagens.
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ELEONORA VACCAREZZA SANTOS DE FREITAS
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A influência da cor da pele nas representações sociais sobre a beleza e a feiura.
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Orientador : MARCUS EUGENIO OLIVEIRA LIMA
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Data: 08/05/2015
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Dissertação
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Este trabalho traz contribuíções ao que concerne o estudo das representações sociais sobre a beleza e a feiura, pois embora já existam projetos que os trazem como objeto de análise, pouca relevância é dada a aspectos de desigualdades raciais a que remetem tais padrões estéticos. De modo que, o objetivo deste trabalho é analisar a influência da cor da pele nas representações sociais sobre a beleza e a feiura a partir de exemplares expostos na mídia televisiva brasileira. Para tanto se realizou dois estudos, do primeiro participaram 494 pessoas, residentes em cinco regiões do país, com média de idade 25 anos (DP=9 anos), que responderam a um questionário on-line no qual se indagava: “quando se fala em beleza/feiura no Brasil, que figura artística (ator, cantor ou apresentador) lhe vem à mente?”. Em seguida se solicitava quais características físicas do artista que acreditavam conferir beleza a ela. Um estudo confirmatório da cor da pele foi realizado junto a 60 pessoas com idade média de 30 anos (DP=9,85 anos) para validar a cor da pele dos artistas citados no estudo principal. A análise dos dados empregou estatística descritiva e inferencial, realizadas com o auxílio do software “SPSS for Windows” versão 19, além de análise textual por meio do software IRAMUTEQ. O segundo estudo foi observacional, no qual se analisou a programação das quatro principais emissoras de televisão aberta do Brasil (Globo, Band, Record e SBT), para contabilizarmos a presença de pretos na programação semanal desses canais. Alguns dos resultados indicam que independente dos grupos de cor de pele dos participantes, modelos brancos são mais apontados como referenciais de beleza. Em contrapartida, quando se refere a feiura, há o aumento de representações dos modelos pretos. A análise efetuada sobre a programação exibida nas principais emissoras do país, evidenciou a influência da mídia na difusão de padrões de beleza e a invizibilazação da estética negra, ao valorizar um tipo único de estética – branca e européia, fruto da atualização de proposições do século XX para legitimar a supremacia branca nos ditames dos padrões de belo e do não-belo.
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RODRIGO MESQUITA DE JESUS
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Produção de uma Escala de Competências em Consultoria de Gestão de Pessoas
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Orientador : MARLEY ROSANA MELO DE ARAUJO
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Data: 30/04/2015
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Dissertação
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A presente dissertação propõe a produção uma escala capaz de estabelecer as competências necessárias a um consultor em gestão de pessoas. Por ser um tema abstrato e de debate científico relativamente novo, não existe uma única definição que seja totalmente aceita. Contudo, podemos caracterizar competência como união dos conhecimentos, habilidades e atitudes que são demonstrados no desempenho profissional, conceito esse que busca unificar as duas correntes mais fortes do assunto: a corrente americana, que privilegia o estudo dos conhecimentos, habilidades e atitudes, e a corrente francesa, que foca nos aspectos situacionais, contextuais, do trabalho. No que se refere a consultoria, esta pode ser conceituada como conjunto de atividades de um agente interno ou externo à empresa, que se responsabiliza por auxiliar as empresas-clientes nas tomadas de decisões, participando do estudo 238 pessoas que obedeciam a alguns critérios, como ser estudante do último ano ou de pós-graduação de cursos correlacionados a consultoria; ser profissional formado em alguma área relacionada ao trabalho do consultor; ser consultor ou professor em gestão de pessoas; ou gestor empresarial. A amostra teve uma predominância de mulheres (75,6%), com média de idade de 32,19, com pós-graduação latu sensu (45,4%), e uma renda individual de mediana R$ 2.800. Realizada análise fatorial, obteve-se uma estrutura fatorial constituída por três fatores (KMO = 0,83; r² = 25,93%): F1: Práticas (17 itens, r² = 11,70%, α = 0,87); F2: Postura (8 itens, r² = 8,12%, α = 0,71); F3: Repertório Intelectual (6 itens, r² = 6,11%, α = 0,68). A partir dos resultados analisados, identificou-se que os fatores surgidos na análise fatorial exploratória fazem alusão às dimensões hipotéticas concebidas neste estudo, concluído que a escala validada apresentar bons indicadores psicométricos, atendendo a exigências da técnica estatística, conseguindo abarcar um leque de itens que versam sobre as principais características comportamentais, atitudinais e teóricas do consultor em Gestão de Pessoas. Este estudo contribui com profissionais da área, pois com a escala eles poderão constantemente avaliar sua própria atuação, bem como também ajudará gestores empresariais a mensurar os resultados alcançados por essa prática profissional na sua organização.
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ERICKA EVELYN PEREIRA FERREIRA FONSECA
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MULHERES EM SITUAÇÃO DE ABRIGAMENTO: UMA ABORDAGEM A PARTIR DA INSERÇÃO EM UMA CASA-ABRIGO
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Orientador : EDUARDO LEAL CUNHA
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Data: 09/03/2015
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Dissertação
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No presente estudo analisamos o funcionamento das casas-abrigo no contexto das principais políticas públicas de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra as mulheres. Nos últimos anos, a questão da violência doméstica contra as mulheres deixou o espaço privado e ganhou o espaço público, principalmente com o advento da Lei Maria da Penha. Uma série de políticas públicas foram criadas para o enfrentamento do problema, em especial, para este trabalho, as casas-abrigo. Depois de fazermos um inventário das principais políticas públicas de enfrentamento à violência doméstica e familiar, a casa-abrigo será abordada a partir da política nacional de abrigamento. Distinguiremos casa-abrigo e abrigamento, além de analisarmos o funcionamento de uma casa-abrigo no município de Aracaju, Sergipe. O trabalho divide-se em três capítulos. No primeiro, o debate será situado trazendo os principais aspectos da discussão em torno da violência contra as mulheres, as legislações e políticas públicas criadas para o enfrentamento do problema. No plano legislativo, pelo relevo de que se reveste, o principal foco será a Lei Maria da Penha. Também será trabalhado o papel que o discurso jurídico tem nesse contexto de combate à violência contra as mulheres. Na sequência, analisaremos a casa-abrigo como política pública de proteção às mulheres. Por fim, trará a experiência de inserção da autora em uma casa-abrigo de Aracaju. A abordagem é realizada a partir dos documentos oficiais sobre a casa-abrigo, da revisão da literatura e de entrevistas colhidas pela autora no contato com as trabalhadoras e dirigentes da casa-abrigo e, especialmente, da escuta das mulheres em situação de abrigamento. A pesquisa, produzida a partir dessa experiência de inserção, procurou analisar os limites e possibilidades do abrigamento de mulheres em situação de violência valendo-se da percepção apresentada pelas entrevistadas, especialmente as mulheres abrigadas e pelo próprio funcionamento do serviço no campo social e jurídico, sobretudo no que tange à efetiva ruptura com a violência doméstica. Embora seja inegável a importância da casa-abrigo em contextos extremos de violência, as entrevistas sinalizam que ela pode se tornar lugar de produção de invisibilidade e conformidade da abrigada, na medida que as mulheres são definidas e reguladas de acordo com normas institucionais nem sempre acolhedoras. Dessa forma, analisamos não apenas o modo pelo qual a representação da mulher é construída na casa-abrigo, mas também como ela é subjetivamente absorvida pela instituição. O cenário revela a necessidade de alargamento da política de abrigamento, criando alternativas à colocação da mulher em situação de violência na casa-abrigo. Ao mesmo passo, abre a discussão para a importância do aprimoramento da rede de proteção à mulher, que pode evitar o próprio abrigamento ou, no mínimo, reduzir consideravelmente a sua incidência.
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LEILANE GABRIELA DE SOUZA BONFIM
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Um diálogo entre Freud e Lacan fundamentado no caso "O pequeno Hans"
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Orientador : ROGERIO DA SILVA PAES HENRIQUES
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Data: 27/02/2015
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Dissertação
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Este trabalho tem por tema o caso clínico do pequeno Hans – comunicado por Freud em 1909 – e almeja trazer o diálogo entre esse teórico e Jacques Lacan, com as impressões e análises do caso. Especificamente, o estudo objetiva dispor sobre a questão da criança para psicanálise e abordar a problemática da fobia enquanto saída sintomática. Considerando a clínica com criança como prática contemporânea à psicanálise, realizou-se um estudo teórico, cuja dinâmica metodológica foi a pesquisa bibliográfica, utilizando-se, sobretudo, de textos de Freud e de Lacan. Por conseguinte, o trabalho se encontra estruturado em três capítulos. O primeiro traz a questão da criança para psicanálise, destacando como ela alcança o lugar de sujeito de desejo e de direito, tornando-se, portanto possível de ser analisada. Além disso, por fundamentar o capítulo seguinte, neste primeiro são trazidas algumas posições e funções assumidas pela criança na dinâmica familiar. No segundo capítulo, é desenvolvido o diálogo entre Freud e Lacan acerca do caso Hans, apresentando os fatos que acompanham o caso, a cronologia, os direcionamentos de Freud e as considerações de Lacan. São tratados alguns assuntos como a relação entre Hans e sua mãe, a questão da função paterna, assim como os complexos de Édipo e de castração em Hans. Por fim, o terceiro capítulo traz a fobia como saída sintomática, servindo a Hans como o meio possível para que ele se posicione no mundo e insira-se na ordem simbólica. Assim, são trabalhados temas que tangem à fobia, como a ansiedade, a angústia, a formação sintomática e suas perspectivas e no caso clínico específico, a aposta na função de suplência assumida pelo sintoma fóbico, diante da função paterna claudicante. Concluímos o trabalho apontando alguns direcionamentos para a relação existente entre a clínica infantil atual e o sintoma.
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JAMESON THIAGO FARIAS SILVA
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Um Drama Cibercultural
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Orientador : KLEBER JEAN MATOS LOPES
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Data: 26/02/2015
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Dissertação
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A condição cibercultural pode ser entendida como uma cultura de circunstâncias operadas por tipos específicos de tecnologia; tecnologias que perigam codificar o pensamento, exagerando a polarização das ideias num duplo frenesi ideológico, e tecnologias que possibilitam a mobilização das pessoas em nome de pautas ignoradas pelos espaços legitimados para o fazer político e a discussão de temas deixados de lado, ou adulterados, pelos meios tradicionais de produzir conhecimento e comunicação. Para o internauta,
personagem conceitual caracterizado e definido pelas conexões que articula, é neste segundo sentido que se inserem a Mídia NINJA, o Episódio Cablegate, a Primavera Árabe e o Occupy Wall Street. O OWS, mesmo, é coerente em seu manifesto: de fato, formalizar
a política da esquerda é endireitar-se, é tornar-se direita, é transformar esse tempo criador em espaço. Mas, sem um espaço formal e estabelecido, como pode o tempo fruir e frutificar? Aí reside o problema do internauta ou, ao menos, o seu fundamento, problema que o internauta tentará encaminhar e, mesmo, recolocar com a noção de parresía. Através dum uso muito particular e peculiar da mesma feito por Michel Foucault, a noção repensa a relação entre verdade, política e sujeito, colocando o problema do discurso verdadeiro não nas famigeradas condições de possibilidade da veridicção, mas na questão do real da filosofia, da sua realidade. O parresiasta é aquele que, fora do estatuto social ou institucional, faz valer sua própria liberdade e coragem ao falar. Levado ao extremo, o parresiasta é o que aceita morrer pela verdade: aceita morrer em nome da verdade, por ter dito a verdade e por ter a verdade no dizer. O que interessa a Foucault e ao internauta, com a parresía, não é um estudo das performances e do sentido dos enunciados neste ou naquele contexto
cibercultural, mas um drama, uma dramática dos discursos, um modo de dizer e pensar que revele o contrato do sujeito falante à verdade que enuncia, sua maneira de se vincular à verdade do que diz. Uma leitura cibercultural da parresía; uma leitura de Foucault por um internauta. Este drama cibercultural, aqui presentificado na escritura burocrática de um trabalho de dissertação, é uma tentativa do internauta em resolver o problema que o acomete, o registro institucional dessa tentativa e o próprio internauta.
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VITOR HUGO LIMA TEIXEIRA
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Solos Mestiços: ciência, arte contemporânea e cinema.
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Orientador : JOSE MAURICIO MANGUEIRA VIANA
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Data: 24/02/2015
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Dissertação
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Considerando que a ciência torna-se cada vez mais ciência dos acontecimentos, neste estudo perseguimos encontros entre campos do conhecimento que se produzem através da processualidade, das trocas, das interferências, da mistura, do não sabido. Um desses campos é a Psicologia Social. Trata-se de uma psicologia social que não se debruça sobre conceitos ou objetos já constituídos, mas que aposta em conceitos e objetos por vir. Aqui realizamos uma experimentação, uma composição entre ciência, arte e produção de subjetividade. Nada de formatos, de modelos predeterminados, mas a produção ocorre entre, os elementos se destroem e se recriam durante as apresentações. Trata-se de uma produção que é menos forma e mais performance. Produz a pesquisa/pesquisador em processo, utilizando experimentações, vivências, imagens artísticas, para produzirem desterritorializações, para apontarem linhas de fuga em prol da pesquisa/pesquisador. Deste modo, o envolvimento com a problemática da pesquisa pautada pelo pensamento da diferença é permeado de estranhamentos pela nova posição em que o pesquisador se coloca: o distanciamento do que é evidente, das certezas modernas, uma distância e perturbação das obviedades, onde o pesquisador “bifurcado-caleidoscópico-mosaico” descola as homogeneidades, provoca rupturas, abre mão das generalizações e totalizações, e adentra rotas que pouco tem de representação e mais tem de criação. Os solos que compõem este estudo estão necessariamente associados: arte-filosofia-ciência: trata-se de solos mestiços. Estes consistem em um espaço-tempo que oportuniza tensões e cruzamentos entre campos do conhecimento. Portanto, os solos mestiços constituem-se em um terreno produtor de tensões, um local propício ao intercâmbio entre distintas áreas, que através de interferências concomitantes entre elas possibilitam produções de novos cenários mistos, contrariando, deste modo, a suposta unidade científica que a epistemologia e filosofia modernas perseguiram durante o século XX. Esta dissertação não tem a pretensão de criar conceitos, mas de transmitir fluxos de ideias voltadas para produções de pensamentos e práticas que possibilitem interferências entre campos do conhecimento, apontando principalmente produções artísticas que rompem a ideia de conceitos, objetos e sujeitos naturalizados e dicotomizados. Um exemplo desta mestiçagem ocorre nas relações entre arte contemporânea e cinema. Esses campos passam cada vez mais a convergirem para lugares de interferências e criações entre-áreas, em rede. A trama que esta pesquisa se debruça é a que envolve as experiências estéticas a que o participador dos híbridos espaços artísticos contemporâneos de exposição/projeção está imerso diante das obras artísticas/digitais. Deste modo espiamos diversos encontros-desencontros-reencontros entre a ciência, a arte/cinema e a filosofia. A mistura, a mestiçagem, é, portanto o ponto forte desta pesquisa, que se critica e amplia não somente através das lentes viabilizadas pelo paradigma ético-estético deleuzo-guattariano e pela literatura que relaciona ARTISTA-OBRA-PARTICIPADOR, mas também através de Julio Cortázar, do Free Jazz, buracos, escadas, Cosmococas, Tekpix, Hermeto Pascoal, suco de mangaba, 30 anos, Cildo Meireles, MIMO, entre outros apoios errantes que surgiram como intercessores para o desenvolvimento do pesquisador, enquanto produtor de pensamento e de práticas que coloquem em jogo estas relações.
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FERNANDA CALDAS RABELO DE OLIVEIRA
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Há TANTA VIDA LÁ FORA": o território como espaço de cuidado aos usuários de álcool e outras drogas
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Orientador : JOSE MAURICIO MANGUEIRA VIANA
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Data: 23/02/2015
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Dissertação
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O universo das práticas do uso abusivo de drogas é ligado a diversas forças intercessoras relacionadas às emergentes Políticas Públicas de Saúde, especificamente na interface entre a Atenção Básica e a Saúde Mental. Inserido neste campo temático com abordagem teórica, este estudo tem por objetivo propor articulações entre questões que envolvem o processo de desinstitucionalização e as práticas itinerantes de cuidado às pessoas que experienciam o uso problemático do álcool e/ou outras drogas, em situação de rua. Ultrapassando a ideia de um lugar físico, geográfico, e entendendo território como um conjunto de referências sociais, culturais e econômicas que delineiam o cotidiano e o projeto de vida do sujeito, uma das questões norteadoras do campo conceitual deste estudo é como ofertar e produzir cuidado no território dessas pessoas. Uma segunda problemática não menos importante é em que medida essas práticas itinerantes recaem ou podem recair numa estratégia de biopoder, agindo como controle da população e na formatação dos indivíduos. Dialogando com a genealogia do poder/saber proposta por Michel Foucault, podemos compreender as tecnologias de poder e os efeitos produzidos do saber-poder, bem como as relações de forças e dos mecanismos de controle que estão sendo utilizados nas práticas de atenção e cuidado aos usuários de drogas em vivência de rua. No entanto, pensamos como possibilidade de escape ao controle biopolítico um modelo de clínica itinerante no espaço habitado apostando na produção de modos de cuidado no contexto abordado. Assim, com base nas referências abordadas, identificamos como oportunidade de cuidado a proposta de uma clínica itinerante.
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JAYANE PINHEIRO TRINDADE
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Usuários de crack na contemporaneidade: Entre urubus diplomados e o canto dos sabiás.
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Orientador : JOSE MAURICIO MANGUEIRA VIANA
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Data: 23/02/2015
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Dissertação
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A partir de uma perspectiva genealógica, o presente trabalho, de cunho teórico conceitual, aborda o atual campo da saúde mental, em específico, de álcool e outras drogas. O atual contexto, por vezes, é dominado por perspectivas criminalizante e medicalizante no que diz respeito ao uso e aos cuidados aos usuários de drogas. Diante disto, tivemos a pretensão de questionar tais práticas reducionistas a luz das análises do poder realizadas pela perspectiva genealógica de Michel Foucault, focalizando em específico, a função estratégica da Internação Compulsória hoje para usuários de crack em situação de rua, a exemplo das cracolândias nas capitais São Paulo e Rio de Janeiro. Esta internação, prevista em lei, é uma medida tomada em casos pontuais e específicos, respaldada por ordem judicial, indicada quando a pessoa está pondo em risco sua própria vida ou a de terceiros e quando já se esgotaram todos os outros recursos de intervenção. A metodologia empregada foi à genealogia, com o intuito de compreender alguns jogos de força construídos ao longo da história e analisar como estes ainda operam e se atualizam no contemporâneo. A genealogia (Poder-Saber) de Michel Foucault busca analisar o aparecimento dos saberes, que se dá a partir de condições de possibilidades externas aos próprios saberes, ou seja, os situam como elementos de um dispositivo de natureza essencialmente estratégica. Foucault assinala há existência de uma rede de micro-poderes articulados ao Estado e que permeiam toda a estrutura social. Assim, procuramos analisar o poder partindo não do seu centro (Estado), mas a partir desses micro-poderes que permeiam a estrutura social, considerando suas relações com a estrutura mais geral do poder que seria o Estado. Para isso utilizamos algumas pesquisas e reflexões de Michel Foucault acerca do poder disciplinar e do biopoder. Partimos dessas reflexões na tentativa de entender outras possibilidades de ampliação das práticas referentes aos usuários de crack em situação de rua.
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ISABELLA REGINA RIBEIRO DE OLIVEIRA
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Juventude " pobre " e políticas públicas : a experiência profissional no campo da assistência social.
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Orientador : MANOEL CARLOS CAVALCANTI DE MENDONCA FILHO
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Data: 23/02/2015
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Dissertação
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Este escrito traz como proposta, considerando as teorizações de Michel Foucault, tomar juventude pobre, aquela inserida nos diversos aparatos de políticas públicas a ela destinadas, como ferramenta analítica para pensar os ideias de proteção social, como a participação cidadã e a convivência social, tão difundidos atualmente por tais políticas. Através da análise de práticas corriqueiras efetivadas no transcurso do exercício profissional enquanto técnica em psicologia inserida na área da Assistência Social, no que diz respeito aos serviços, programas e projetos voltados à juventude, o que se busca é ver aquilo que não se vê habitualmente, realizar análise das práticas e dos discursos a partir das narrativas de registros mnemônicos de experiências vividas, em momentos diversos, enquanto estagiária e técnica em psicologia na área da assistência social, em dois Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) distintos, na capital e no interior do Estado de Sergipe. Para tanto, o texto percorre a trajetória, enquanto processualidade, de (des)construção das práticas, discursos e fazeres que constituem os “militantes” agentes de políticas públicas. O que se descortina, ao olhar além do horizonte, é a percepção de que embora nesses dispositivos, o discurso seja da promoção de autonomia, o que ocorre é a reprodução de práticas de controle daqueles historicamente considerados marginais. A inserção da juventude em tais programas e projetos, a partir do discurso que eles veiculam, possibilita a imposição de modos de fazer, regulam as condutas, configurando-se, dessa forma, enquanto prática de polícia, que operam criminalizando a pobreza, os pobres são concebidos como necessitados de intervenções especialistas que venham regular e tutelar suas vidas.
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RENITON DE SANTANA SOUZA
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Influências das relações afetivas para os atos de consumo na Cibercultura
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Orientador : LIVIA GODINHO NERY GOMES AZEVEDO
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Data: 19/02/2015
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Dissertação
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O mundo atual vive a cibercultura. Um tempo onde a sociedade não somente se encontra dependente, em muitos aspectos, dos aparatos tecnológicos, como também leva consigo a marca da tecnologia digital em seu desenvolvimento e em sua cultura. As tecnologias digitais trouxeram consideráveis mudanças para a sociedade, por isso, este trabalho tem como objetivo fazer uma explanação acerca dessas mudanças no que concerne a relação entre os laços afetivos e os atos de consumo em função das novas possibilidades de comunicação e interação que as redes sociais proporcionam. Dessa forma, discorremos a respeito do universo que permeia as relações afetivas e o consumo dentro das redes sociais utilizando uma perspectiva interdisciplinar e uma pesquisa por meio de entrevistas e grupos de discussão. Assim, chegando a resultados que apontam que as tecnologias digitais se tornaram algo comum a maioria das classes econômicas, independente da idade, que essas tecnologias, incluindo as redes sociais, podem contribuir para sociedade, principalmente quanto ao acesso a informação, podendo também ser nocivo as pessoas, levando a perda da individualidade destas.
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PAULA PEREIRA LIBÓRIO
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"Estórias sobre democracia"
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Orientador : LILIANA DA ESCOSSIA MELO
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Data: 09/02/2015
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Dissertação
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A pesquisa problematiza a democracia como forma de igualdade política. Em fragmentos descontínuos e específicos de estórias do interior mineiros, da Grécia Antiga e do mundo contemporâneo, busca-se compreender como a igualdade ofertada nos regimes democráticos mantem diferenças dos cidadãos em relação ao poder. Analisou-se o campo de força que compõe os ideais democráticos e as ferramentas governamentais de participação, como eles se propõe e se reproduzem.
A estratégia de produção de conhecimento considerou a mútua implicação do problema, o modo de colocá-lo e as ferramentas conceituais utilizadas. Nesse processo, costurou-se afetações vivenciadas nos Colegiados Territoriais do sertão mineiro com referências teóricas e históricas sobre democracia e participação democrática, enunciando as relações de poder desse cenário. Boaventura Sousa, Eric Hobsbwan, Jacques Ranciere, Michel Foucaul foram alguns dos autores que contribuíram para análise produzida.
Espera-se que a desnaturalização dos ideais igualitários da democracia provoque o leitor a reinventar espaços que ultrapassem o consenso obediente das formas instituídas.
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TATIANE DE ANDRADE
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"Da hipnose à psicanálise: clínica, ciência e política".
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Orientador : DANIEL MENEZES COELHO
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Data: 16/01/2015
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Dissertação
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O presente trabalho tem como objetivo resgatar a importância história dos conceitos de libido e transferência e seus devidos desdobramentos nos campos da clínica, da ciência e da política. Este intento se justifica na medida em que, ao lançar mão de tais conceitos, Freud opera uma transformação nas formas de entender e lidar com o adoecimento psíquico, circunscrito que estava aos limites da fantasia e da simulação. Para além desse fator, o pai da psicanálise alarga também o campo de alcance destes conceitos, visto que a libido terá papel preponderante no novo saber que se esboça ao afirmá-la como o “algo fundamental” que possibilita tanto a prática clínica por via da transferência quanto a formação do laço social. Para tanto construiremos nossa argumentação com o resgate dos antecessores da prática clínica freudiana - magnetismo animal, sugestão e hipnose - para daí fazer derivar a postulação do conceito de transferência, que não representará apenas uma evolução na técnica a qual repercutirá nos registros da clínica; mas, a um só golpe, promove também uma transformação no campo epistêmico, ao propor uma outra noção de realidade, agora psíquica, cujo princípio ordenador será aquele mesmo que figura como condição de possibilidade da transferência, a saber, a libido, questão essa de impacto no meio científico; e, por fim, chegaremos ao alcance ético dos conceitos de libido e da transferência os quais permitirão pensar a regulação do espaço social a partir das relações estabelecidas entre os diferentes sujeitos, propositura política por excelência.
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ELAINE DE JESUS SOUZA
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Diversidade sexual e homofobia na escola: As representações sociais de educadores/as da educação básica.
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Orientador : JOILSON PEREIRA DA SILVA
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Data: 09/01/2015
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Dissertação
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As representações que educadores/as possuem acerca das práticas homofóbicas influenciam a (des)construção de atitudes preconceituosas e discriminatórias que são manifestadas na instituição escolar e acabam ocasionando diversos outros tipos de violências em toda a sociedade. Dessa forma, o silenciamento e/ou a negação das múltiplas orientações afetivo-sexuais que permeiam a escola contribuem para o enaltecimento dos preconceitos. Todavia, é inegável que, na maioria dos casos, os/as docentes acabam se omitindo, ao invés de adotarem posicionamentos contrários a tais violências, devido à carência desses temas na formação docente e as normatizações socioculturais e religiosas que delimitam suas representações sociais. Assim, o principal objetivo dessa pesquisa qualitativa foi analisar as representações sociais de educadores/as acerca da diversidade sexual e da homofobia, visando compreender de que forma tais representações podem influenciar e/ou contribuir para a (des)construção de preconceitos e discriminações que perpassam o ambiente escolar. Por conseguinte, empregou-se o método de análise de conteúdo categorial temática e foi elaborado um instrumento constituído por entrevistas e questionários semiestruturados respondidos por 17 docentes de duas escolas da educação básica de um município de Sergipe. Os resultados obtidos evidenciaram que as representações sociais da maioria dos/as educadores/as são pautadas em inúmeras dúvidas e contradições acerca das temáticas diversidade sexual e homofobia devido ao desconhecimento em decorrência da carência desses temas na formação inicial e continuada, e a outras questões que impedem a busca de (in)formação, tais como as convenções religiosas, contribuindo com a manutenção dos preconceitos sutis e manifestos inseridos nas práticas homofóbicas que permeiam o espaço escolar. Bem como, a maioria dos/as docentes relatou situações de preconceitos e discriminações ocorridas na escola, tais como piadinhas, apelidos pejorativos, exclusões, ameaças, que compõem a homofobia indireta. Assim, comportamentos diferentes do padrão heteronormativo geram violências contra indivíduos que são ridicularizados, marginalizados e julgados no próprio ambiente escolar (e na sociedade de modo geral). Portanto, ao desvelar as representações sociais (concepções e vivências) de educadores/as acerca da diversidade sexual e homofobia, alerta-se para a necessidade de (in)formações precisas e atualizadas acerca de tais temas. Para que os/as docentes possam questionar os padrões heteronormativos, compreender, reconhecer e aceitar as identidades sexuais e de gênero, desconstruindo preconceitos e acolhendo efetivamente essa diversidade de indivíduos que integra a escola.
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