Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ALVIMAR RODRIGUES DE MOURA
DATA: 28/07/2017
HORA: 09:00
LOCAL: Centro de Pesquisas Biomédicas/HU
TÍTULO: Diálise Peritoneal: Experiência de Dez Anos de um Centro de Referência no Brasil
PALAVRAS-CHAVES: Insuficiência renal crônica; diálise peritoneal; sobrevida.
PÁGINAS: 102
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Medicina
RESUMO:
A diálise peritoneal (DP), é uma das técnicas de terapia renal substitutiva (TRS) que se mostra subutilizada na maioria dos países e geralmente não é oferecida como opção terapêutica inicial. O objetivo do presente estudo é caracterizar o programa de DP de uma unidade de referência na Região Nordeste do Brasil. Partiu de um estudo de coorte retrospectivo que avaliou o perfil clínico e sociodemográfico, histórico de tratamento e causas de óbito de 565 pacientes incidentes que permaneceram em DP por pelo menos 30 dias. Resultados obtidos: média de idade foi 54±19 anos quando iniciaram em DP. Sexo masculino, 55%, sendo 38% procedentes de Aracaju, 62% residentes no interior de Sergipe, 76% com <4 anos de estudo e 88% com renda familiar <5 salários mínimos. Nefropatia diabética foi a principal etiologia (25%) e 77% eram hipertensos. Houve 9% de referenciamento tardio. A maioria iniciou em diálise por DP (53%), sendo (58%) de forma emergencial. Os pacientes permaneceram em DP por, em média, 710,5 (±714,2) dias. A DP foi a modalidade dialítica inicial para 302 pacientes (53%). Foram implantados 676 cateteres peritoneais, média de 1,19/paciente. A sobrevida mediana da técnica de DP foi de 83,1 meses, com taxa de 85,1% em 2 anos e de 61,1% em 5 anos. A sobrevida mediana dos pacientes foi de 32,9 meses para os pacientes sem DM, com taxa de sobrevida em 2 anos de 52,4% e em 5 anos de 22,3. Foram a óbito 353 indivíduos (62%). A etiologia da doença renal foi identificada em 37% dos casos e quando isso ocorreu predominou nefropatia diabética (25%). Hipertensão arterial sistêmica (77%) foi a principal comorbidade observada. A chance de risco (OR) de óbito de quem tem referenciamento tardio é 2,032 vezes maior do que quem fez tratamento conservador. Como conclusão obteve-se que a hemodiálise e DP se mostraram como técnicas complementares e sobrevida, taxas de peritonite e complicações se assemelharam ao descrito na literatura.