Esse trabalho procura apresentar um panorama do cinema negro nacional, evidenciando que o seu surgimento resulta de uma longa luta do povo negro por representatividade. Para tanto, mostraremos como a imagem do povo negro, reificada pelos europeus colonizadores, foi ratificada pelo cinema nacional por décadas e como o povo negro, em contraponto, foi abrindo espaço em busca de autorrepresentação. Apontaremos, também, como o surgimento de editais públicos com recorte racial está sendo determinante para o fortalecimento do cinema negro nacional, permitindo o surgimento de novos roteiristas, atores, diretores, produtores e técnicos e a consequente construção de um novo discurso sobre os corpos negros tendo as pessoas negras como protagonistas das próprias histórias. Falaremos, ainda, da importância dos editais públicos para o fortalecimento do que chamo de Cinema Negra, feito sob o olhar da mulher negra como sujeito que não se sujeita. O cinema negro nacional é, em verdade, uma conquista das pessoas negras em busca de sua (re)humanização.