Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: HUGO DANIEL MELO TELES
DATA: 26/08/2022
HORA: 19:00
LOCAL: Plataforma Google Meet
TÍTULO: O HORROR DO CAPITALISMO NO BRASIL: representações de preconceito de classe no filme O animal cordial
PALAVRAS-CHAVES: Animal Cordial; Cinema de Horror; Preconceito de Classe; Conflitos Sociais; Sociedade Brasileira.
PÁGINAS: 138
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Artes
SUBÁREA: Cinema
ESPECIALIDADE: Interpretação Cinematográfica
RESUMO:
A dissertação investigou as representações de conflitos sociais no cinema de horror brasileiro, a partir da análise da obra “O animal cordial” de 2017, dirigida por Gabriela Amaral Almeida. Almejou-se identificar, em especial, como o filme busca representar os conflitos de classe e os danos do capitalismo na sociedade brasileira contemporânea demarcada por uma ainda crescente desigualdade social. Através de uma compreensão sócio-histórica do Horror e das suas representações na arte, assim como da definição do Horror e seus efeitos na Psique humana, a dissertação aqui almeja expor como o Horror no filme supracitado funciona como uma forma de crítica à sociedade brasileira. O horror é um gênero que traz em seu bojo uma relação com aquilo que choca, que provoca o sujeito, de forma que, ao trazer o gênero para o contexto brasileiro levanta consigo o quão horroroso a opressão ao trabalhador pode ser no país, especialmente na contemporaneidade das reformas conduzidas pós 2016. O referencial teórico utilizado na análise perpassou a teoria marxista clássica e contemporânea, assim como novos conceitos acerca da sociedade de Byung Chul-Han (2015) e o conceito do Homem Cordial de Sérgio Buarque de Holanda (2012), ponto central para a própria obra aqui analisada; a análise fílmica seguiu os preceitos definidos por Aumont-Marie (2004), sendo descritiva acerca das cenas, elaborando em cima de fotogramas e diálogos da obra. A análise acabou por elencar como o capitalismo e sua forma mais fluída imposta pelo neoliberalismo acaba por demandar uma exploração total dos sujeitos, extirpando-os da sua dignidade e autonomia pessoal. Outro ponto ressaltado na análise é como a estrutura do capital se consolidou de forma específica no Brasil de modo a perpetuar um sistema violento em que a dominância exercida pela burguesia é sustentada pelo ideário de culpabilização das classes médias e baixas pelo atraso do país.