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Banca de DEFESA: KEILA VASCONCELOS MENEZES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: KEILA VASCONCELOS MENEZES
DATA: 26/10/2022
HORA: 09:00
LOCAL: a definir
TÍTULO: Monitoramento e identidade linguística: um estudo de palavrões em duas versões de uma obra literária itabaianense
PALAVRAS-CHAVES: Monitoramento linguístico. Variação linguística. Identidade.
PÁGINAS: 149
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Lingüística
SUBÁREA: Sociolingüística e Dialetologia
RESUMO:

O presente estudo propõe uma análise sociolinguística da obra “Feijão de Cego”, de autoria de Vladimir Souza Carvalho, sergipano, natural de Itabaiana, juiz, historiador, poeta, folclorista e escritor. A obra é um compilado de 33 contos cujas pistas linguísticas permitem associar a identidade de um povo. Na representação de uma comunidade em obras literárias, atua como um dos seus fatores o uso de aspectos linguísticos característicos (CHIAPPINI, 1995), e em “Feijão de Cego”, os palavrões são marcas linguísticas frequentes. Sabemos que um mesmo falante monitora seus usos linguísticos em virtude de seu interlocutor e de seus propósitos (BELL, 1984). Em nossa pesquisa, buscamos observar o monitoramento linguístico em uma obra literária, e como o autor manipula marcas linguísticas alvo de forte estigma social, de modo a responder a seguinte pergunta: Quais os efeitos do monitoramento linguístico na utilização de palavrões para a construção de identidades e personas sociais em “Feijão de Cego”? Para esta pesquisa, além da versão publicada e de edição única, tivemos o acesso à versão manuscrita, concedida pelo autor, o que nos permitiu observarmos o monitoramento linguístico a partir da comparação dos palavrões presentes nas duas versões da obra, seguindo o critério da frequência, e da correlação de tais marcas linguísticas aos aspectos sociais evidenciados pelo texto literário. Esse estudo é de natureza qualitativa e quantitativa e se alinha à perspectiva de análise sociolinguística, mais especificamente nos estudos que observam o estilo como construção social, e se centra nos conceitos de Eckert (1992, 2008, 2012), que propõe o estilo da persona como o fator mais expressivo para entender o significado da variação e as comunidades de prática como ponto de partida para a análise da variação estilística. Uma vez que as personas em “Feijão de Cego” são construídas através da ótica de um autor itabaianense e há onze contos cujo espaço narrativo se situa na cidade de Itabaiana-SE, além de termos acesso a estudos que tratam de palavrões típicos associados ao repertório dessa comunidade (FREITAG, SANTOS, SANTOS, 2009; SOARES, 2011) e de imagens construídas socialmente de Itabaiana e seus moradores (MENEZES, W.O., 2010; SANTANA, MARIANO, 2013; MENESES, 2015; CUNHA, MARIANO, 2017; MENEZES, 2018), tomamos Itabaiana como ponto de partida e buscamos identificar se há lexias e imagens sociais específicas que caracterizam as personas itabaianenses da obra em detrimento dos demais contos, localizados em outras cidades sergipanas. Os resultados apontam a construção de uma identidade sergipana, sobretudo interiorana, na obra estudada, não havendo aspectos sociais ou linguísticos específicos que diferenciem os contos itabaianenses dos demais. Na versão publicada da obra, em comparação à versão manuscrita, há uma atenuação dessa identidade local através da diminuição expressiva da frequência de palavrões de caráter mais regional. Além disso, a diminuição e/ou retirada de palavrões mais pesados, substituindo-os por lexias e termos menos estigmatizados, evidencia os efeitos de monitoramento linguístico que atuam não só na fala, mas também na escrita literária, onde há a busca por uma polidez linguística, de modo a aproximar-se de seu interlocutor (o público leitor).


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1505794 - RAQUEL MEISTER KO FREITAG
Interno - 013.173.275-78 - CEZAR ALEXANDRE NERI SANTOS
Externo à Instituição - CLEBER ALVES DE ATAIDE

Notícia cadastrada em: 19/09/2022 08:42
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