Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOUSE MARA FERREIRA SANTOS
DATA: 06/09/2023
HORA: 14:30
LOCAL: Universidade Federal de Sergipe - UFS
TÍTULO: EPISTEME DE NEGRAS: O SAMBA DE PAREIA COMO FUNDAMENTO IDENTITÁRIO
PALAVRAS-CHAVES: Identidade negra; Samba de Pareia; Mussuca; Episteme negra; Subjetividade; negra
PÁGINAS: 50
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Artes
RESUMO:
A escrita desta pesquisa está marcada pela minha condição de ser uma mulher negra, de candomblé, nasociedade sergipana, especialmente na minha relação com a comunidade quilombola Mussuca e com oSamba de Pareia. O samba de pareia é uma prática cultural mussuquense, negrobrasileira, formadaprioritariamente por mulheres, gestada e sediada na comunidade quilombola, Mussuca, em Sergipe, com ointento de celebrar o nascimento de crianças no seio dessa comunidade. A pesquisa constitui-se como umcaminho de investigação que traz raízes intra-uterinas como caminho de superação, vivências eexperiências que são memórias-sementes que adubam, hoje, minhas plantações. Caminhar em direção aum quilombo foi recorrente e relevante desde a minha infância, e por consequência, na minha formaçãoidentitária. É seguindo esta rota pessoal e reflexiva que trago mulheres negras da comunidade quilombolaMussuca- SE como o caminho inicial de referencialidades potentes, molhadas e férteis para embasar estapesquisa. É nas narrativas autorreferenciadas em mim e nas mulheres do Samba de Pareia que estabeleçoelos com a ancestralidade,formação aidentitária afirmativa negra e a tradição, tendo a memória como farolde pertencimento e construção de identidades. A pesquisa em tela busca compreender em que medida asvivências sentidas pelas mulheres quilombolas do Samba de Pareia da Mussuca e minhas vivênciaspessoais também vividas nessa comunidade são vistas como estratégias de sobrevivência e contribuempara a construção afirmativa da identidade cultural negra. Conceitos como identidade, pertencimento ediferenças (HALL, 2003) são uma tríade elementar de base de pensamento nesta pesquisa. Além desseautor, entrelaço saberes e pensares de mulheres negras como Conceição Evaristo (2016), AudreLorde(1981), Oyèrónkẹ Oyěwùmí (2021) e Neusa Sousa (1980), assim como pensadores negros comoFrantz Fanon (2020), Stuart Hall (2013), Molefi Asante (2014), Sidnei Nogueira (2020), dentre outros. Noquesito metodológico foram elencadas estratégias como: revisão de literatura, consulta a periódicos,estudo de trabalhos acadêmicos relacionados à temática, análise de material audiovisual, além de visitasde campo, momentos estes fundamentais que envolveram a realização de entrevistas, conversas informais,observação de festividade, dentre outras ações de intensa contribuição acerca da identificação de históriase memórias que evidenciam de forma afirmativa a condição de “ser negra”. A história oral e a
afrocentricidade forneceram uma base reflexiva que me permitiu adentrar ao terreno mítico-filosófico-ancestral matripotente presente na vida destas mulheres.