Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANDRÉA FREIRE DE CARVALHO
DATA: 26/02/2018
HORA: 15:00
LOCAL: PRODEMA
TÍTULO: TABOAS DO TEMPO: MULHERES ARTESÃS E A SUSTENTABILIDADE SOCIOECONÔMICA E SOCIOAMBIENTAL.
PALAVRAS-CHAVES: Typha sp. (taboa). Sustentabilidade socioambiental. Mulheres artesãs. Sustentabilidade socioeconômica.
PÁGINAS: 209
GRANDE ÁREA: Outra
ÁREA: Ciências Ambientais
RESUMO:
O foco deste estudo é a Typha sp. e a mulher, logo é uma tese que se insere nas questões de gênero e (des)igualdade enquadrando-se, nos objetivos do Desenvolvimento do Milênio; do Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 2030, especialmente, em seu quinto objetivo ao estabelecer que os países devem alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas às mulheres e meninas. Partimos da pressuposição de que, para a maioria das mulheres, sustentabilidade é uma prática que se constitui em ações cotidianas de sobrevivência no meio em que habitam, por que estas colhem, ordenam, reordenam e ressignificam elementos da natureza (Taboa - Typha sp) para suprir necessidades no seio familiar. Nesse sentido, a tese que defendo é de que as mulheres artesãs de Santana dos Frades, mediante corte, coleta, preparo e confecção de seus produtos artesanais, afiançam a sustentabilidade da própria Typha sp. per se, e consequentemente garante o fortalecimento sustentável dos ambientes onde a Typha sp cresce e todo o seu entorno, pois esta é uma macrófita com grande capacidade de filtrar as impurezas e metais pesados presente no ambiente. Um ciclo vital que se entrelaçam aos saberes cotidianos dessas mulheres artesãs, produzindo mais que arte e (re)produzindo vidas no seu entorno. Por tanto, busquei compreender quais os significados que estas atribuíam à Taboa e se esta contribui para a permanência da mulher no assentamento. Metodologicamente a pesquisa fundamentou-se na abordagem fenomenológica articulada à sociologia do cotidiano e a história oral da pesquisa em ciências humanas e sociais, especialmente história de vida das mulheres que extraem a taboa (Typha sp.). A pesquisa desenvolvida no campo empírico determinou que, a partir do momento que estas mulheres se (re)organizaram para trabalhar com a taboa, mudanças positivas ocorreram. A priori, mudanças socioeconômicas, considerando o tempo versus valor que recebiam quando trabalhavam confeccionando tranças e talos por meio da colheita da palha do Ouricuri. O manejo sustentável da taboa ocorreu de forma espontânea devido aos conhecimentos e vivências destas mulheres na lida com os elementos da natureza, sobretudo, mediante conhecimentos que adquiriram na luta pela sobrevivência. A organização das mulheres artesãs no Centro de Artesanato localizado no Assentamento Santana dos Frades e a participação na Associação de Artesãs situado no povoado Tigre, ambos no município de Pacatuba-SE, proporcionaram-lhes conhecimentos na área econômica, educativa e socioambiental, permitindo-lhes maior inserção na esfera socioeconômica e política do assentamento. A participação em cursos ofertados pelo Sebrae, em feiras de artesanatos locais e estaduais, ampliou suas vivências de modo a oportunizar a descentralização das atividades domésticas (“consideradas apenas da mulher”) ao distribuírem as tarefas aos membros da família (filhos, noras, genros e esposos) assegurando o sustento econômico da família, contribuindo sobremaneira para as análises e reflexões sobre o papel da mulher na sustentabilidade socioambiental e na igualdade de gênero.