Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CLISIANE CARLA DE SOUZA SANTOS
DATA: 19/01/2017
HORA: 09:00
LOCAL: Sala de Vídeo Conferência Renorbio
TÍTULO: Schinopsis brasiliensis: Caracterização química e potencial biológico.
PALAVRAS-CHAVES: antimicrobiano, ácido gálico, Schinopsis brasiliensis, anti-inflamatório
PÁGINAS: 150
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Farmácia
SUBÁREA: Farmacognosia
RESUMO:
Resumo
A Schinopsis brasiliensis Engl. (Anacadiaceae) é uma planta muito utilizada na medicina popular para para o tratamento de várias doenças, essa abordagem etnofarmacológica levou a investigação de substâncias químicas e ativas biologicamente desta espécie. Os compostos do extrato da casca e suas frações, juntamente com óleo essencial da folha (OE), foram caracterizados por técnicas cromatográficas e espectrométricas (LC/MS, RMN, CG/MS). Quatro substâncias inéditas derivadas de ácido gálico foram isoladas da casca: (3SB5_24) 3, 4, 5 trimetoxifenil 1'-O-(6-O-galoil) glucopiranosídeo, (SB11_5) 2'-hidroxi-4'-metoxifenol 1'-O-α-D- (6-O-galoil) glucopiranosídeo, (3SB5_10) 4 alcool-2- metoxifenol 1-O-β-D- (6-O-galoil) glucopiranosídeo, (3SB4_10) 4-(9-hidroxipropil) 2,6 dimetoxifenil (6-O-galoil) glucopiranosídeo, além de 9 moléculas já descritas na literatura. O óleo essencial foi composto, principalmente por sesquiterpenos, apresentando como substâncias majoritárias o epi-globulol, β-cariofileno, α-felandreno e biciclogermacreno. A atividade antimicrobiana foi avaliada utilizando a metodologia padrão internacional do CLSI/NCCLS. O extrato hdiroetanólico da casca (EHE) e as frações acetato de etila (FAE), hidrometanólica (FHM) e hexânica (FHX) apresentaram atividade antimicrobiana, com CMI de 78 µg/ml frente ao fungo Cryptococcus neoformans. As substâncias isoladas da casca não apresentaram efeitos nas concentrações testadas. O OE foi ativo frente ao C. neoformans, M. fortuitum e S. aureus, com CMI de 78, 156 e 312 µg/ml, respectivamente. A partir da técnica de bioautografria utilizando CCD, foi evidenciado que os compostos ativos para atividade fungicida contra C. neoformans do OE foram epi-globulol e terpineol. Foi também analisado um possível efeito sinérgico do óleo essencial, extrato e frações da casca com antimicrobianos comerciais, anfotericina (AMB) e fluconazol (FLU). No entanto, a associação entre o OE e os fungicidas AMB e FLU, apresentaram efeitos aditivo e indiferente, respectivamente. Com relação ao EHE, FAE e FHM, as associações com as drogas potencializaram as atividades, demonstrando uma redução de CMI, porém o efeito não foi considerado sinérgico. Foram realizados também testes leishmanicida, mas somente o OE apresentou resultado, com IC50 de 986 µg/ml. Os testes farmacológicos envolvendo os métodos da placa quente, formalina e bolha de ar subcutânea (SAP) em camundongos, revelaram as atividades antinociceptiva e anti-inflamatória do EHE e FAE. Os resultados evidenciaram efeito antinociceptivo central e periférico na FAE na concentração de 100 mg/kg. Com relação a atividade anti-inflamatória, a FAE não foi capaz de inibir a migração leucocitária, porém reduziu a quantidade da citocina TNF α, esse resultado foi atribuído a presença de ácido gálico em elevada concentração nesta fração.