Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: PAULO ADRIANO SANTOS SILVA
DATA: 07/05/2015
HORA: 14:00
LOCAL: AUDITÓRIO DA PÓS-GRADUAÇÃO, DIDÁTICA II.
TÍTULO: A SUJEIÇÃO DA RENDA DA TERRA NO CONTEXTO DA MONOPOLIZAÇÃO DO TERRITÓRIO CAMPONÊS: UMA LEITURA A PARTIR DOS PRODUTORES DE ABACAXI DO ESTADO DE SERGIPE
PALAVRAS-CHAVES: Produtores de abacaxi, agrotóxicos, renda da terra, monopolização do território.
PÁGINAS: 83
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Geografia
RESUMO:
A modernização da agricultura brasileira fomentou o uso de máquinas, sementes selecionadas, adubos químicos e agrotóxicos (inseticidas, fungicidas e mais recentemente os herbicidas), além da política de distribuição de crédito e a de extensão rural, utilizadas para a disseminação da produtividade de monocultivos, introduzidos a partir de pacotes tecnológicos pautado no paradigma da Revolução Verde. Para além da simples transformação nas relações produtivas, a modernização conservadora e excludente provocou um descompasso expressivo na distribuição de renda no campo. Se por um lado ocorreu uma edificação do capital industrial com a agricultura aumentando expressivamente os níveis de produtividade, por outro ocasionou, de forma dolorosa, uma expressiva migração rural-urbana, intensificada mediante as modificações da estrutura econômica e nas relações de trabalho ocorridas na zona rural do Brasil; inúmeros agricultores foram marginalizados e proletarizados e os que permaneceram com a posse da terra perderam a autonomia do seu território a partir da monopolização do trabalho familiar e a sujeição da produção camponesa, imposta pelo novo padrão agrícola, determinando as formas, os modelos e o período, com base nos ditames do capital. Nesse contexto, a presente pesquisa tem por objetivo analisar a sujeição da renda no contexto da monopolização do território e as mudanças na organização produtiva da agricultura familiar camponesa fazendo uma leitura a partir dos produtores de abacaxi de Sergipe. Atualmente, Sergipe encontra-se na 14º colocação dos Estados brasileiros em área plantada destinada ao cultivo de abacaxi. Os principais produtores estão localizados no Médio Sertão e no Sul Sergipano. Estabelecemos no referido projeto de qualificação uma amostra dos municípios de Graccho Cardoso e Aquidabã, ambos localizados no território do Médio Sertão Sergipano e destacam-se como maiores produtores do Estado. A expansão desse monocultivo em Sergipe se deu em decorrência das ações desenvolvidas pelo Governo no sentido de fomentar a atividade frutícola nos municípios com viabilidade produtiva. Várias ações foram projetadas e algumas desenvolvidas com o intuito de estimular a produtividade e consolidar um modelo agrícola padronizado, baseado no uso de tecnologias, priorizando o monocultivo e a profissionalização dos agricultores envolvidos com a fruticultura. Utilizou-se os seguintes procedimentos metodológicos para estruturar o projeto em tela: 1º) Levantamento Bibliográfico; 2º) Pesquisa documental; 3º) Levantamento empírico; 4º) sistematização e análise dos dados 5º) análise e reflexão dos resultados. Diante das premissas iniciadas no presente relatório de qualificação, buscou-se evidenciar, por meio de uma leitura crítica, as mudanças na organização produtiva dos camponeses que cultivam abacaxi nos municípios de Graccho Cardoso e Aquidabã, retratando os impactos, as transformações e os interesses que permeiam a unidade de produção familiar camponesa com a implementação de um padrão de produção agrícola alicerçado pelas novas tecnologias impostas para atender exclusivamente ao mercado. Apesar da sondagem preliminar feita nesses dois municípios, a perspectiva da pesquisa é analisar como o uso dessas tecnologias influencia na dinâmica agrária dos produtores de abacaxi nos demais municípios do Estado, buscando desvendar as diferentes formas de cultivo, identificar o uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos, mapear as redes de comercialização desse fruto e demais fatores inseridos nessa lógica de produção que envolve o agricultor familiar camponês na contemporaneidade.