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Dissertations/Thesis

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2024
Description
  • ANTONY DAVID DE JESUS SANTOS
  • Dinâmica das Águas no Sistema Ambiental Urbano da Cidade de Itabaiana-SE
  • Advisor : MARCIA ELIANE SILVA CARVALHO
  • Data: Apr 2, 2024
  • Dissertação
  • Show resume
  • O crescimento acelerado das cidades é uma condição notada em todo o globo. A urbanização tem se empenhado em ocupar todo e qualquer espaço disponível do perímetro urbano das cidades como fruto do relevante aumento do número de pessoas vivendo nos sítios urbanos, que já somam cerca de 80% da população. Com a significativa conta de pessoas exercendo suas inter-relações no espaço, se torna possível também observar um número cada vez maior de impactos socioambientais nas cidades, sobretudo referentes ao sistema hídrico ambiental urbano como alagamentos, enchentes e inundações, provenientes principalmente do modo de organização do espaço urbano e suas interferências no sistema ambiental em bacias hidrográficas urbanizadas. Frente a isso, percebeu-se que a rápida expansão urbana que ocorreu em Itabaiana-SE em meados do século XX, e que perdura até o presente momento, trouxe consigo diversos impactos socioambientais na perspectiva hídrica, que se materializa, em especial, através dos impactos mencionados e que são vivenciados com frequência pela população e noticiados pela mídia local. Assim, a presente pesquisa tem como objetivo analisar a dinâmica hídrica no Sistema Ambiental Urbano na cidade de Itabaiana. Como objetivos específicos, pretende-se configurar a evolução do espaço urbano municipal; identificar os condicionantes geoambientais e a ocorrência de eventos pluviométricos extremos no recorte espacial em estudo entre 2000 e 2021; caracterizar o Sistema Ambiental Urbano (S.A.U.) de Itabaiana. Com o intuito de abarcar a totalidade das relações socioambientais ocorrentes no recorte de estudo, optou-se por ancorar a análise na proposta metodológica da Teoria Geral dos Sistemas, o que permitirá compreender de maneira integrada a gênese dos impactos socioambientais e as possíveis formas de resolução de tais infortúnios. A metodologia da pesquisa está apoiada sob o prisma da espacialidade e da temporalidade, voltada a análise documental, empírica e bibliográfica, o que forneceu dados para o desenvolvimento da investigação científica no âmbito da dinâmica socioambiental de maneira integrada. Desse modo, a pesquisa seguiu as seguintes etapas de procedimentos: Delimitação da área de estudo; Leituras de produções científicas acerca da evolução urbana local e problemáticas socioambientais; Levantamento de dados geoambientais; Trabalhos de campo; Elaboração do Sistema Ambiental Urbano de Itabaiana. Como conclusão, notou-se que o processo de expansão urbana, associado ao descarte incorreto de resíduos sólidos, corroboram para a ocorrência de impactos socioambientais voltados as águas na cidade.

  • ANA CAROLINA OLIVEIRA DE SÁ
  • SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS DA GEODIVERSIDADE NO PARQUE ESTADUAL MARITUBA/SE
  • Advisor : MARCIA ELIANE SILVA CARVALHO
  • Data: Mar 26, 2024
  • Dissertação
  • Show resume
  • O litoral Norte Sergipano é um ambiente composto por uma diversidade biótica e abiótica expressiva. Ao longo do tempo, foi moldado por sucessivas alterações na natureza e a um contínuo processo de transformação da paisagem, marcando profundamente o modelo de uso e ocupação do território. Assim, a necessidade da criação de ações voltadas ao uso sustentável dos recursos naturais, conservação e proteção do meio ambiente, com a delimitação de áreas legalmente protegidas, tornase necessária, mas ao mesmo tempo conflituosa. O Parque Estadual Marituba (PEMA) é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, localizada nos municípios da Barra dos Coqueiros e Santo Amaro das Brotas, criada pelo decreto nº 40.515 em janeiro de 2020. Esta pesquisa tem como objetivo analisar a Geodiversidade do Parque Estadual Marituba através dos serviços ecossistêmicos, ressaltando a importância dos componentes abióticos, de modo a identificá-los e avaliá-los. Para tal, foram aplicadas bases teóricas e metodológicas que envolveram diferentes procedimentos técnicos, incluindo a metodologia de avaliação dos serviços da Geodiversidade proposta por Gray (2013), o "inventário de reconhecimento" de Sharples (2002), preenchimento de fichas de inventário conforme Nascimento e Silva (2022), análise de imagens de satélite e atividades de campo, entre outros. Como resultado, foram identificados 4 Locais de Interesse Geológico e Geomorfológico na UC, que se destacam pelos valores turístico, científico e educativo, devido à riqueza de geodiversidade in-situ. Além disso, foram avaliados 5 serviços, 16 bens e processos prestados pela natureza abiótica, esses serviços incluem aspectos como fornecimento de água, regulação do clima, formação de solos, entre outros, todos fundamentais para a manutenção dos ecossistemas e para o bem-estar humano. No que se refere às vulnerabilidades ambientais presentes na UC e no seu entorno próximo, por estar situado em uma zona conflituosa, foram identificadas questões relacionadas à extração de areia, queimadas, descarte irregular de lixo, riscos de poluição, etc., o que aponta para a necessidade da adoção de medidas mais eficazes de gestão e proteção ambiental na unidade.

  • CÍCERO BEZERRA DA SILVA
  • Pela terceira margem do rio: urdiduras do vivido e permanências socioculturais em espacialidades ribeirinhas no Baixo São Francisco – Alagoas/Sergipe
  • Data: Mar 25, 2024
  • Tese
  • Show resume
  • A compreensão das permanências socioculturais nas espacialidades ribeirinhas do baixo rio São Francisco requer um conjunto de reflexões acerca das transformações ambientais e, também, das estruturas sociais, econômicas e culturais hodiernas. Particularmente, a racionalidade que direcionou a configuração sociocultural em tais espacialidades está associada ao contexto histórico-geográfico da ocupação e aos mais recentes processos de produção do espaço associados à ideia da “modernidade” e do “desenvolvimento” observada, de modo mais específico, após a primeira metade do século XX. Mediante isso, e considerando o princípio norteador das (co)existências espaço-temporais, enuncia-se como objetivo principal da tese analisar as permanências socioculturais em espacialidades ribeirinhas no baixo rio São Francisco, considerando, para esse propósito, as urdiduras que emergem do espaço vivido. Teoricamente, ao considerar a natureza dos objetivos, a tese está fundamentada nos pressupostos da renovação da Geografia Cultural e aporta-se na concepção estruturante do lebenswelt (mundo da vida/mundo vivido/espaço vivido) e, ainda, no princípio norteador das permanências socioculturais e do apego socioterritorial. Quanto aos instrumentais metodológicos utilizados no desenvolvimento da pesquisa destacam-se, entre outros, o levantamento bibliográfico e material audiovisual; observação dirigida/direta; aplicação de entrevistas semiestruturadas; caderneta de campo e registros fotográficos. Destarte, dada essas considerações, sustenta-se a tese de que nas espacialidades ribeirinhas do baixo rio São Francisco há permanências socioculturais cujo escopo é traduzido na dimensão do espaço vivido. Essas permanências são observadas e refletidas em racionalidades cultural, econômica e ambiental, no apego ou vínculo socioterritorial - por motivações relacionadas ao local de nascimento, por habitação prolongada, por integração ao contexto das relações sociais estabelecidas, por fixação geracional ou por atividade profissional, podendo ocorrer isoladas ou por associação - e coexistem expondo no espaço temporalidades pelos tempos lentos e rápidos, por razões locais e globais - sem que os intervenientes globais anulem ou desvalidem o vivido no lugar, muito embora interfiram e fragilizem suas existências. Para além das marcas e rugosidades de um vivido de outrora, as permanências socioculturais nas espacialidades ribeirinhas do baixo rio São Francisco ocorrem porque se reconfiguram, porque são resistentes e possuem raízes pujantes, fortes. E se são resistentes, é porque possuem autenticidade no espaço vivido e são traduzidas como modos de ser e de viver operantes entre conhecimentos compartilhados e produção de significados.

  • LAISA DE SOUZA GOIS
  • A Cadeia Produtiva do Leite em Nossa Senhora da Glória/SE: Desafios e Transformação no sistema produtivo dos Pequenos Produtores Familiares
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Mar 15, 2024
  • Dissertação
  • Show resume
  • O município de Nossa Senhora da Glória/SE possui cadeia produtiva leiteira desenvolvida e tem se consolidado como um polo de laticínio enquanto sistema. Um dos atores sociais responsáveis pelo desenvolvimento dessa atividade são os pequenos agricultores familiares que se articulam com os diferentes atores locais. Proveniente dessa atividade, muitas transformações têm ocorrido nos canais de comercialização condicionadas pelas exigências de um mercado oligopolizado em que as agroindústrias de laticínios determinam as condições para a inserção dos agricultores na cadeia produtiva. Diante disso, este estudo tem como objetivo analisar os alcances, limites e possibilidades da cadeia produtiva do leite de base familiar no município de Nossa Senhora da Glória/SE. Para atingir os objetivos utilizaram-se diversos procedimentos metodológicos com uso do método empírico-analítico, valorando desde levantamento e revisão bibliográfico, pela garimpagem de dados secundários, bem como das atividades de campo e na aplicação de questionário semiestruturado, com possibilidade na aplicação do ICV (Índice de Condição de Vida) usado para mensurar quais os efeitos socioeconômicos da produção de leite e pela dimensão do desenvolvimento como superação das privações de liberdade, e que isso foi demonstrado no estudo, do potencial socioecoômico dessa atividade, mesmo com suas contradições internas, anda de uma atividade tradicional no município. Destarte, o estudo da cadeia produtiva do leite pode ser analisado conforme o potencial de organização e contribuição socioeconômica aos agricultores familiares que mesmo diante das exigências e dificuldades na inserção de tecnologias na produção, estes têm resistido e contribuído no avanço da cadeia produtiva do municipio

  • CATHARINA PENA GOMES
  • A POLÍTICA DE COMBATE AO FEMINICÍDIO EM ITABAIANA/SE:REBATIMENTOS ESPACIAIS
  • Advisor : ANA ROCHA DOS SANTOS
  • Data: Feb 20, 2024
  • Dissertação
  • Show resume
  • A violência contra mulher continua sendo uma marca da sociedade, presente na realidade das brasileiras e de outras nações do mundo. A naturalização dessa violência tem o poder de ofuscar sua visibilidade e descriminalizá-la no imaginário social e até mesmo, especificamente, no imaginário das mulheres. Mas longe de colocar como uma questão pessoal ou cultural, a violência contra mulher faz parte da constituição das relações sociais, desde a família, ao trabalho, atravessando as esferas pública e privada. Isso é resultado das relações de poder, de dominação e privilégios estabelecidos pela sociedade capitalista patriarcal. Apesar de essa violência não ser contemporânea, o que se constata é a visibilidade política e social desta problemática nos últimos 50 anos. Diante disso, essa dissertação objetiva analisar a política de combate ao feminicídio no município de Itabaiana, Sergipe, a luz das políticas de combate à violência contra mulher, suas contradições e rebatimentos socioespaciais. Buscou-se para análise o Plano Nacional de combate ao feminicídio, a Coordenadoria de Mulheres e a Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher (Revim) na relação com a formulação de diretrizes, planos estadual e municipal, além da ampliação dos instrumentos legais no combate à violência contra mulher. O fato da realidade que motivou a pesquisa foi a constatação do precário registro de dados e as subnotificações a respeito das ocorrências de violência contra a mulher. Ao constatar essa realidade, optou-se pela definição da Lei 11.340/2015 – Lei que criminaliza o feminicídio como marco temporal porque se trata de uma pesquisa cuja ênfase está calcada na ação/condução do Estado no tratamento das questões que envolvem a mulher. O estudo da política de combate ao feminicídio em Itabaiana foi fundamentado no materialismo histórico e dialético, que permite um olhar sobre as determinações sociais e históricas, e a interpretação da realidade concreta. Os procedimentos metodológicos para o estudo foram a pesquisa qualitativa, a realização de entrevistas, aplicação de questionário e registros fotográficos, além de fontes secundárias que desvelaram as contradições dos equipamentos de combate à violência contra mulher. No andamento da pesquisa observou-se a inexistência de uma rede de enfrentamento à violência contra mulher no município de Itabaiana, a falta de um protocolo de atendimento às mulheres vítimas de violência e a urgência da criação de equipamentos efetivos de combate à violência contra mulher pelo governo municipal . Por fim, constatou-se que as relações de gênero são constitutivas das relações sociais capitalistas, marcadamente desiguais. Os rebatimentos espaciais em relação às questões de gênero se revelam nos registros de violência em toda a área pesquisada, sobretudo, nos bairros com precária infraestrutura urbana e desassistidos socialmente. A Geografia permite compreender as relações desiguais produtoras do espaço. Nelas estão as relações de gênero que colocam a mulher no lugar de sujeição, levando-a ao enfrentamento por direitos, de vida e liberdade.

2023
Description
  • REUEL MACHADO LEITE
  • AGROECONEGÓCIO: O IMPOSSÍVEL VIÉS ECOLÓGICO DO AGRONEGÓCIO
  • Advisor : ERALDO DA SILVA RAMOS FILHO
  • Data: Dec 18, 2023
  • Tese
  • Show resume
  • Nosso foco com este trabalho é investigar o processo de generalização e diferenciação da (re)produção do espaço sob a determinação do mundo da mercadoria em um contexto em que a lógica capitalista se expande no espaço agrário criando o circuito de acumulação baseado em alimentos-mercadoria orgânicos, nutrindo-se da sua própria crise estrutural. Isso demonstra que a necessidade de reprodução ampliada do capital em um contexto de crise estrutural produz novos espaços de acumulação. Esse processo se desenrola no contexto do circuito de alimentação orgânica e/ou saudável pelo agroeconegócio, que é conceituado como um sistema global de produção, processamento, circulação, certificação e consumo de alimentos orgânicos. Não mais limitado às redes locais de produtores e consumidores, hoje o circuito de alimentos orgânicos se insere no contexto do capitalismo globalizado articulando espaços e territórios em escala global. O grande capital, por meio de corporações transnacionais e nacionais, tem se territorializado no setor de produção orgânica a partir de várias frentes: na produção de sementes (M&M Mars), por meio de grandes redes de supermercado (Whole Foods, Pão de Açúcar em escala nacional), dominando e concentrando grandes extensões de terra para a produção de carne orgânica e na produção de alimentos processados ou industrializados (Coca-Cola, WhiteWave, Nestlé, Danone, Unilever etc.). No Brasil, podemos destacar algumas empresas que atuam no circuito capitalista de alimentos orgânicos, tais como a Mãe Terra (Unilever) na área de lanches processados, o Grupo Balbo, possuidor da marca Native, e o Instituo Biodinâmico (certificação de produtos orgânicos). A análise crítica do agronegócio brasileiro revelou uma série de aspectos preocupantes: a dependência de insumos importados, controle oligopolista transnacional, foco na exportação em detrimento das necessidades internas, agroindustrialização sob controle estrangeiro, e a dependência de incentivos governamentais. Estes fatores contribuem para a homogeneização genética, monoculturas, e outros problemas ambientais e sociais graves. Por fim, nos permitiu compreender a existência de um circuito de acumulação de alimentos-mercadoria orgânicos no Brasil e como este se relaciona com a dinâmica de igualização e diferenciação do espaço. Observamos a monopolização dos territórios, a exploração da renda da terra e do carbono, e a territorialização dos monopólios do agroeconegócio. Ademais, analisamos a experiência de produção camponesa de laranja orgânica no litoral norte da Bahia, evidenciando como esta se encaixa no circuito global de alimentos-mercadoria orgânicos, e como a produção local é afetada pelos processos de subordinação e exploração impostos pelo agronegócio.


  • IVONICE SENA DE SOUZA
  • Dinâmica da Paisagem Costeira e os Impactos da Elevação do Nível Médio do Mar na Reserva Extrativista Marinha da Baía do Iguape, no Recôncavo Baiano
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Dec 12, 2023
  • Tese
  • Show resume
  • As zonas costeiras estão expostas aos riscos ambientais provocados pelas mudanças climáticas provenientes de ações antrópicas e, dentre suas consequências, destaca-se a provável Elevação do Nível Médio Relativo do Mar (ENMRM). As projeções apontam para um cenário de impactos em diversas cidades e ecossistemas costeiros, até o final do século XXI. Neste contexto, ressalta-se que de todos os elementos que compõem a paisagem costeira, o ecossistema manguezal é considerado o mais vulnerável aos impactos de ENMRM devido ao aumento da salinidade que poderá ser provocado por este evento. Pesquisas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) preveem um cenário alarmante até 2100, quando poderá chegar a mais de um metro. Neste sentido, o estudo tem como objetivo geral analisar os efeitos sistêmicos relativos à elevação do nível médio do mar sobre os manguezais e nas comunidades pesqueiras na Reserva Extrativista Marinha da Baía do Iguape (RESEX Baía do Iguape), localizada no Recôncavo Baiano. No recorte espacial optou-se por gerar um buffer de 500 metros no entorno da poligonal da RESEX. A percepção de território para comunidades tradicionais nem sempre está limitada às demarcações legais. Neste sentido, buscou-se por meio de um modelo espacialmente explícito, baseado em autômatos celulares e Sistema de Informações Geográficas, identificar padrões de resistência, migração e/ou inundação desses manguezais. Nesta perspectiva, o método cientifico que direciona este estudo é o hipotético-dedutivo, com base na análise integrada da paisagem na perspectiva sistêmica. Os procedimentos metodológicos englobaram etapas de gabinete e campo, o primeiro corresponde a pesquisa bibliográfica, organização de um banco de dados geográficos em ambiente SIG, tabulação de dados, tratamento e geração de produtos cartográficos, processamento digital de imagens de satélite, confecção de mapas de uso e cobertura da terra, estimativas de temperatura de superfície terrestre e modelagem dos impactos de ENMRM sobre os manguezais. Já a etapa de campo corresponde a observação e verificação in loco, coleta de coordenadas geográficas, registro fotográfico, identificação florística e medições da estrutura dos mangues e entrevistas com pescadores e marisqueiras. A simulação dos impactos decorrentes da elevação do nível do mar compreende o intervalo temporal de 2022 a 2100. O espaço celular desenvolvido para a área de estudo foi preenchido com informações geográficas de uso e cobertura da terra, altimetria e solo. Para ocorrer o procedimento de inundação utilizou-se como referência a altura da coluna de água em relação à topografia das áreas adjacentes. Quando ocorre a ENMRM em direção ao continente, as áreas de manguezais podem ser inundadas/erodidas. Na RESEX Baía do Iguape nos últimos 36 anos (1986 a 2022) houve expansão da área de manguezal. Na estimativa de temperatura da superfície da terra, foi detectado que as áreas antropizada e o apicum apresentaram as maiores temperaturas e as áreas de florestas ombrófilas densas, as menores. De acordo com os resultados obtidos a partir da modelagem, a área de mangue migrada não compensará a área de manguezal extinta. A perda de manguezais implicará na redução dos espaços de pesca e mariscagem. O avanço dos manguezais em direção ao continente se darão em áreas de apicum e de vegetação. As áreas favoráveis a migração dos manguezais estão ameaçadas, estas encontram-se sobre o uso antrópico. Além disso, os resultados indicam que o ecossistema manguezal encontrará barreiras que inviabilizarão a sua migração para o continente. A migração dos manguezais estará condicionada ao uso que se dará ao solo em seu entorno. As atividades antrópicas podem acelerar o processo de degradação dos manguezais frente à elevação do nível do mar, quando estas atuam como fatores que inviabilizam a migração do mangue para o continente. Na reserva foram registrados três espécies de mangue distribuídos em Laguncularia racemosa (mangue-branco), Rhizophora mangle (mangue-vermelho) e Avicennia germinans (mangue-preto). Dessa forma, é de fundamental importância conhecer os usos e cobertura da terra que possivelmente serão impactados pelo aumento do nível das marés. Nesta conjuntura, as simulações ambientais são essenciais na busca de compreensão dos padrões de resposta do manguezal ao possível evento de ENMRM, sobretudo em áreas de uso e ocupação complexos onde há uma intensa ocupação e exploração antrópica, permitindo gerar diagnósticos e prognósticos para um melhor gerenciamento do espaço costeiro, auxiliando no desenvolvimento de estratégias de adaptação frente a ENMRM. O uso de técnicas de modelagem é fundamental para prever e entender os possíveis impactos antes que estes ocorram.

  • JOSIENE FERREIRA DOS SANTOS LIMA
  • A DUPLICAÇÃO DA BR-101/SE: AVANÇOS E DESAFIOS DA NOVA CONFIGURAÇÃO TERRITORIAL
  • Data: Dec 11, 2023
  • Tese
  • Show resume
  • A pesquisa visou apresentar a nova configuração territorial com a implantação da adequação e duplicação da BR-101/SE, com influência direta em 14 municípios sergipanos. A abordagem girou em torno da produção, consumo e circulação, face às relações espaciais ou geográficas, ou seja, sobre a forma e o movimento necessários ao funcionamento da engrenagem socioeconômica e até política e cultural. O ajuste espacial provocado pela duplicação da BR-101 deu novo sentido à configuração territorial e viabilizou a intensificação de fluxos em suas mais variadas formas. Como problema, observa-se que comunidades lindeiras não têm sido capazes de lidar adequadamente com o aumento de tráfego nas estradas. O estudo pretendeu analisar o espaço transformado e consumido, tendo como objeto as obras de infraestrutura viária. O método utilizado para pesquisa é o hipotético-dedutivo, do tipo exploratório e descritivo. Como resultado verificou-se a transformação do espaço através da duplicação e adequação da BR-101, os impactos causados com a instalação do empreendimento e uma análise das mudanças produzidas no consumo do espaço no atendimento de programas pelo Plano Básico Ambiental.


  • ANDRÉ LUÍS CARDOSO SANTOS
  • A FINANCEIRIZAÇÃO DO MERCADO IMOBILIÁRIO E SEUS REFLEXOS NA PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO: O CASO DE SALVADOR–BA
  • Advisor : ANA ROCHA DOS SANTOS
  • Data: Oct 6, 2023
  • Tese
  • Show resume
  • Esta tese trata dos reflexos da financeirização do mercado imobiliário na produção do espaço urbano em Salvador–BA. A crise do regime fordista de acumulação implicou no rompimento do tratado de Bretton Woods e no início de um novo regime de acumulação caracterizado pela hegemonia do capital financeiro representado na doutrina neoliberal. Esta doutrina foi disseminada em vários países por meios diversos (políticos, constrangimentos econômicos e extra econômicos); no Brasil esta penetração do neoliberalismo, e a progressiva financeirização da economia, se deu a partir da década de 1980 por constrangimento econômico (como condicionantes nas renegociações da dívida externa contraída principalmente durante a Ditadura Militar). A abertura do mercado financeiro, resultante da assunção destas políticas, criou as condições para que o capital estrangeiro passasse a atuar diretamente na economia nacional como acionista em diversas empresas, incluindo as incorporadoras. A produção imobiliária em Salvador passou, durante o século XX, por algumas fases que refletem os anseios do capital e as diretrizes e organização do financiamento imobiliário; mas sempre caracterizada pela desigualdade socioespacial. A cada novo ciclo do capital, Salvador replica esta desigualdade de maneira ampliada. O último destes ciclos foi marcado pelo financiamento via BNH/SFH, em um contexto de industrialização através das multinacionais, sendo o capital industrial o capital hegemônico. O vácuo deixado pelo BNH foi preenchido por soluções neoliberais, como o SFI e a abertura de capital das incorporadoras; ambos extensivamente financiados com recursos do SBPE e do FGTS. Estas mudanças na forma de financiamento se associam às mudanças na regulamentação da produção do espaço urbano via plano diretor que, em seus resultados práticos, significou a flexibilização dos regramentos de uso e ocupação do solo em benefício do capital imobiliário. Nesta conjuntura de retomada do financiamento imobiliário e de flexibilização do uso e ocupação do solo as empresas incorporadoras, capitalizadas pela abertura de capital, ampliaram o escopo de atuação para outros estados e para outras faixas de renda. Uma das estratégias de atuação das empresas foi a formação de extensos bancos de terrenos que correspondiam a mais de 5 anos de produção das empresas. Desta forma as empresas interferiram na dinâmica de produção do espaço urbano em várias localidades nas principais cidades do país. Para o caso de Salvador foi identificada a adequação de instrumentos e diretrizes do plano diretor aos interesses do mercado imobiliário e especificamente às empresas incorporadoras de capital aberto. A atuação destas empresas redundou na implantação de 117 empreendimentos espalhados por quase todo do território municipal, com algumas áreas apresentando concentração de empreendimentos, com destaque para a Estrada do CIA e a um aglomerado destas áreas de concentração em um setor este que será definido como Nucleação Alphaville/Patamares/Piatã. Estes dois setores estão se constituindo em novas centralidades urbanas e são perceptíveis nestas áreas, notadamente na Nucleação Alphaville/Patamares/Piatã ações especulativas com os bancos de terrenos. O capital internacional, assim organizado para atuar na produção do espaço urbano, acessa diretamente a renda urbana para alimentar o seu processo de acumulação, agora sob a hegemonia do capital financeiro.

  • BRUNA LEIDIANE PEREIRA SANTANA
  • GEODIVERSIDADE DAS UNIDADES DE PAISAGEM DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PIAUÍ/SERGIPE
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Sep 28, 2023
  • Tese
  • Show resume
  • Geodiversidade se estabelece como a pluralidade dos componentes abióticos que constituem as paisagens e ambientes terrestres em conjunto com seus processos de origem, dinâmica e interação com a biodiversidade. Litologia, relevo, cobertura pedológica e recursos hídricos configuram-se como a estrutura de existência e manutenção da fauna, flora e produção humana. Em evidência, a tese objetivou analisar a bacia hidrográfica do rio Piauí com ênfase nas suas unidades de paisagem, a partir da integração de metodologias que possibilitasse sua inventariação, quantificação e avaliação ecossistêmica. Por princípio, a compartimentação da paisagem resultou nas unidades Tabuleiro do Rio Real subdividido em Superfície Estrutural de Cimeira, Superfície de Aplainamento Cárstica, Superfície Dissecada em Colinas, Superfície Aplainada Conservada, Colinas e Morros Baixos, Superfície Pediplanada e Serras Baixas e Morros e Tabuleiro Costeiro com as subunidades Colinas de Topo Convexo e Espigões, Superfície Subhorizontal e Colinas e Espigões Alongados. Para efetivação da tese, a metodologia propiciou identificar que, os maiores índices da diversidade geológica, pedológica e geomorfológica estão manifestados nas subunidades do Tabuleiro do Rio Real, bem como, os geossítios inventariados, Serra do Cruzeiro, Serra da Pedra Branca, Serra dos Palmares, Nascente do rio Piauí e Caverna Toca da Raposa. Para os serviços ecossistêmicos pode-se avaliar os serviços de regulação, suporte, provisão e conhecimento. No critério destaca-se, o serviço de suporte com elevada relevância nos Tabuleiros Costeiros, através dos bens e processos de solos, plataforma, materiais de construção e recursos hídricos. A metodologia desenvolvida apresentou resultados significantes sobre a diversidade da bacia, possibilitando inferir que os diferentes ambientes que compõem a paisagem da bacia hidrográfica do rio Piauí apresentam potencialidades naturais para a valorização da geodiversidade nos aspectos científico, educacional e geoturístico. Por outra ótica é perceptível que, a difusão de ações de conservação e divulgação ocorrem de forma pontual, em que pese sua significação.

  • JORDANA RABELO DE MENEZES
  • LIDERANÇAS FEMININAS NO TERRITÓRIO DE IDENTIDADE SEMIÁRIDO NORDESTE II
  • Advisor : ANA ROCHA DOS SANTOS
  • Data: Aug 31, 2023
  • Dissertação
  • Show resume
  • A subordinação da mulher é uma realidade no modo de produção capitalista que utiliza do patriarcado para manutençao de uma estrutura de poder, fundamentada na desigualdade social e na dominação do homem sobre a mulher. A divisão sexual do trabalho, a economia doméstica organizada, opressão dos trabalhadores e, principalmente da mulher, são condições para a exploração da força de trabalho. A emancipação plena feminina e a liberdade efetiva se encontram dentro do movimento da contradição do capital diante de uma realidade que aponta conflitos e disputas que impõem mudanças nas relações sociais. Diante dessa realidade, o presente trabalho objetivou analisar a atuação das lideranças femininas no Território de Identidade Semiárido Nordeste II, considerando a influência que exercem sobre as decisões tomadas, assim como, o papel que representam nas instâncias deliberativas e sua função no âmbito do trabalho doméstico. Os cargos de lideranças femininas exercidos nos conselhos e colegiados da política territorial se apresentam como uma situação controversa a partir do momento em que as mulheres disputam os espaços, tradicionalmente, ocupados por homens. Para esta análise foi primordial estudar a realidade em sua totalidade a partir do método materialismo histórico dialético, que permite interpretar a realidade em sua essência e contradições inerentes à sociedade capitalista. Relações tradicionais como o patriarcado são preservadas, incorporando o trabalho das mulheres no âmbito da produção capitalista de modo marginal e ainda mais explorado. A análise empírica da realidade estudada foi centrada na configuração do Território de Identidade Semiárido Nordeste II, com foco no Colegiado Territorial de Desenvolvimento Sustentável (CODETER) que é um espaço de planejamento de programas e projetos que integram 108 pessoas das quais 35 são mulheres. A pesquisa revelou que a busca por posições de liderança pelas mulheres enfrenta barreiras enraizadas nas estruturas de poder. A atuação das mulheres líderes na política de Desenvolvimento do Território está profundamente ligada à sua posição dentro de uma estrutura de poder e dominação em que o homem exerce papel prepoderante. Para que as mudanças ocorram e seja promovida a igualdade, é necessária a luta constante pela emancipação das mulheres e pela superação da sociedade capitalista patriarcal.

  • PATRICK OLIVEIRA SILVA
  • TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO E IMPACTOS NAS RELAÇÕES PRODUTIVAS NA ZONA CANAVIEIRA ALAGOANA
  • Advisor : CHRISTIANE SENHORINHA SOARES CAMPOS
  • Data: Aug 31, 2023
  • Dissertação
  • Show resume
  • As transformações no mundo social vêm alterando, de forma significativa, as relações de trabalho, empregabilidade, renda, bem-estar dentre outras. Alguns autores entendem que esse conjunto de mudanças que afeta múltiplas dimensões da vida implicariam em uma sociedade pós-industrial. Segundo o criador desse conceito, Domenico De Masi (1999), esse arquétipo de sociedade é caracterizado por elementos intrínsecos ao know-hall, tal como o saber produtivo. Nessa perspectiva as relações de trabalho atualmente se apoiariam cada vez mais no desenvolvimento da ciência e da tecnologia, demandando dos trabalhadores mais conhecimento intelectual que esforço físico. Todavia, quando se observa o perfil das ocupações que mais crescem no país se evidencia muitas contradições entre a retórica do pós-industrialismo e a realidade social, uma vez que na maior parte dos empregos gerados atualmente se exige pouca qualificação e muito esforço. Não há dúvidas que vem ocorrendo grandes transformações no mundo do trabalho decorrentes de processos como a reestruturação produtiva do capital, mas elas estão longe de resultar em ocupações menos degradantes da saúde física e mental dos trabalhadores. No caso do espaço agrário do Brasil, a reestruturação produtiva do capital vem contribuindo para a expansão do agronegócio, resultando no aprofundamento de mazelas sociais, como o trabalho temporário e informal. No centro dessa discussão, o trabalho passa por um processo de reconfiguração, ancorado em uma lógica neoliberal que torna as condições políticas e socioeconômicas muito desfavoráveis para os trabalhadores, sobretudo aqueles que já tinham menor acesso a direitos como os trabalhadores rurais. Diante dessas novas formas de organização produtiva, a consolidação de um pensamento crítico e coletivo, pautados no materialismo histórico e dialético, faz-se necessário para se compreender as dinâmicas do capital e buscar respostas para uma questão que requer permanentes análises: para onde caminha o trabalho? No campo brasileiro a história do processo de modernização da agricultura resultou em grandes mudanças nas relações de trabalho que já foram amplamente analisadas por autores de diferentes áreas do conhecimento (GRAZIANO SILVA, 1982; DELGADO, 1985; MÜLLER, 1989; OLIVEIRA, 2010; 2016). Entretanto, o vai vem do desenvolvimento desigual e combinado do capital (SMITH, 1988) vem produzindo reconfigurações significativas nos processos produtivos, que demandam continuamente análises das tendências que predominam. Nesse sentido, o objetivo geral desse estudo é analisar as transformações recentes no mundo do trabalho, sobretudo os rebatimentos destas no campo brasileiro em geral e, na zona canavieira em Alagoas em particular. Em termos de procedimentos metodológicos este estudo se alicerça em pesquisa bibliográfica, estatística descritiva e trabalho de campo, no qual foram realizadas entrevistas com alguns trabalhadores da zona canavieira alagoana. Por meio das entrevistas se pode se perceber como as mudanças que ocorrem no espaço agrário provocam adoecimento, mobilidade e pobreza, além do estranhamento do trabalho pelos cortadores de cana e a não compreensão dos processos que engendram essas atividades laborais, impulsionadas pela dependência alagoana do setor sucroalcooleiro.

  • CARLA APENBURG TRINDADE
  • DA LAMA AO CAOS, DO CAOS A LAMA, UMA ‘MULHER’ ‘VIOLENTADA’ NUNCA SE ENGANA": OS TERRITÓRIOS PESQUEIROS Sà CRISTOVENSES EM CONFLITO
  • Advisor : ERALDO DA SILVA RAMOS FILHO
  • Data: Aug 30, 2023
  • Dissertação
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  • O modelo civilizatório moderno, legitimado sob uma lógica colonial, imperialista e capitalista, baseia e se estrutura a partir da expropriação, violação de direitos, exploração e violência contra os sujeitos que possuem um modo de vida baseado na economia natural. Com isso, retomamos a teoria de Chayanov (1966) a fim de delimitar e diferenciar o trabalho camponês e de povos tradicionais que, a partir do cultivo, pesca, coleta e cata de mariscos na terra-lama-água busca satisfazer as necessidades de suas famílias e comunidades. Logo, esses povos são reconhecidos por estabelecerem em seus territórios, uma relação simbiótica entre os ciclos complexos da natureza e seu modo de vida permeado por saberes e práticas ancestrais (Diegues, et. al., 2000). Adquirem também uma marca condicionante de gênero, pois o trabalho de mariscagem – central neste estudo – é desenvolvido, em grande parte, por mulheres. Essa é uma característica que se conforma historicamente, uma vez que há maior proximidade entre o mar-de-dentro – rios, estuários e mangues – com os domicílios, do que com o mar de fora – marítimo – (Ramalho, 2006). Essa condição se faz necessária tendo em vista que as mulheres conciliam seus trabalhos profissionais, seja na pesca e mariscagem ou na elaboração de produtos artesanais, com os afazeres domésticos (Álvares; Maneschy, 2011) e, devido a esta proximidade, também é possibilitado que as marisqueiras levem seus filhos e filhas para ocupar as margens das regiões estuarinas, mangues ou rios. Esses, além de acompanhá-las também aprendem e trabalham no ofício da pesca e captura de mariscos desde muito cedo. Em Ilha Grande, São Cristóvão, a prática de extração de mariscos é predominantemente feminina, tendo poucos homens que executam a atividade de forma esporádica. Essas mulheres vivem e trabalham no berçário da biodiversidade considerado por tantos, mera fonte de recursos: os manguezais. A partir dos empreendimentos de infraestrutura, agrohidronegócio e atividades de desenvolvimento capitalista, estes ecossistemas se tornam caras engrenagens da acumulação de capital promovendo, por meio da apropriação de frações de natureza, a violência, exploração, expropriação e degradação socioambiental contra as mulheres, natureza e seus territórios. Assim, a presente pesquisa objetiva compreender como os conflitos por terra e água, decorrentes deste cenário, também reafirmam a lógica patriarcal que violenta estrutural e cotidianamente os corpos e territórios das mulheres marisqueiras. Para isso, o estudo foi fundamentado nos pressupostos teórico-metodológicos do materialismo histórico dialético e operacionalizado a partir de pesquisa bibliográfica e pesquisa exploratória utilizando-se do instrumental das entrevistas semi-estruturadas (Triviños, 1987). À vista disso, os estudos realizados demonstraram que o nó estrutural do Patriarcado-Capitalismo-Racismo (Saffioti, 1987) sustenta a contradição que preside cada uma dessas estruturas, que unidas, apresentam uma dinâmica própria, permeando também os conflitos que atingem os corpos e territórios das marisqueiras de maneira específica. Materializa-se então, através das situações de violência que decorrem dos conflitos territoriais, a condição patriarcal de controle que subordina as mulheres enquanto reprodutoras, corpos objetificados e força de trabalho mais passível à exploração e os territórios à lógica expansiva e destrutiva intrínseca ao desenvolvimento capitalista. Uma vez imersas na lama e nas águas, as marisqueiras experienciam o contato direto com o mangue, que segue cada vez mais envenenado pela ganância dos atores do capital. A contaminação da terra e água, juntamente à exploração de petróleo e gás, o cercamento das águas e espaços historicamente designados ao uso comum na atividade da pesca e mariscagem, a expansão da especulação imobiliária, construção de tanques artificiais para a execução da atividade da carcinicultura, desvelando o avanço do agrohidronegócio nos territórios tradicionais (Romero et al. 2018) representam, simultaneamente, a imposição da lógica predatória do capital contra a natureza e patriarcal sobre as mulheres marisqueiras e seus territórios.

  • LEOMARCOS REIS ALMEIDA
  • DESMONTE DAS POLÍTICAS DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA CAMPONESA E INSEGURANÇA ALIMENTAR: O QUILOMBO SERRADINHA – FÁTIMA (BA) COMO ESTUDO DE CASO
  • Advisor : ERALDO DA SILVA RAMOS FILHO
  • Data: Aug 29, 2023
  • Dissertação
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  • A questão agrária deve ser pensada a partir do território, tendo em vista que as diferentes posições refletem as disputas territoriais e de interpretação da realidade. Inserido de modo contraditório no capitalismo, o campesinato tem a renda da terra apropriada pelo capital no circuito da mercadoria, ao mesmo tempo em que expressa resistências construídas a partir do seus territórios. No contexto da mundialização do capitalismo e da liberalização da agricultura, a extração da renda da terra deixa de ser local e passa a ser internacional, transformando a produção do campo em commodities. Nessa perspectiva, os organismos internacionais defendem que o direito à alimentação possa ser assegurado através do aumento da produtividade e pela atuação do livre-comércio, tendo o mercado e não o Estado como regulador do processo produtivo e distributivo dos alimentos. Todavia, a segurança alimentar precisa estar articulada a vários campos do conhecimento e ter por base os territórios em que os sujeitos sociais estão inseridos. Para tanto, não poderá ser alcançada sem que os povos tenham assegurado a sua soberania e autonomia para definir políticas de oferta, produção e acesso a alimentos de qualidade a partir da agricultura camponesa. No entanto, nos últimos anos o Brasil tem enfrentado uma conjuntura de desmonte das políticas públicas voltadas à agricultura camponesa, sendo uma de suas consequências mais evidentes, o recrudescimento da fome no país. Nesse sentido, considera-se a necessidade de compreender como os camponeses estão inseridos nessa realidade, a partir do estudo da produção de alimentos e sua relação com a segurança alimentar. O método de análise deste estudo qualitativo foi o materialismo histórico e dialético, considerado enquanto instrumento para a elucidação dos fenômenos sociais em seu processo de transformação.

  • BRUNO VINÍCIUS SANTOS VIEIRA
  • POLÍTICA E PODER: INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA FRANCO NA PRODUÇÃO DO ESPAÇO SERGIPANO
  • Advisor : ANA ROCHA DOS SANTOS
  • Data: Aug 28, 2023
  • Dissertação
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  • O poder de dominação política e econômica de famílias tradicionais é sustentado pela inserção de seus membros em cargos representativos do legislativo ou do executivo, como também, pelas alianças políticas que se dão em torno de grupos que se perpetuam nos mandatos eletivos. Entre as características dessa dominação, estão as práticas patrimonialistas de uso privado da coisa pública, o que alimenta uma cultura do favor e torna refém a população. Em Sergipe, a família Franco é possuidora de vasta extensão de terras, controla meios de comunicação e atividades econômicas da indústria e do comércio. A concentração de terras, somada à hegemonia política e ao controle do Estado (máquina pública) outorgam à família Franco elevado poder econômico (domínio dos meios de produção), com repercussões espaciais no campo e na cidade. Esta pesquisa objetivou analisar a dimensão espacial da influência política e econômica da família Franco em Sergipe, notadamente nos municípios Riachuelo, Laranjeiras, Areia Branca, Itaporanga D’ Ajuda, São Cristóvão, Aracaju, Barra dos Coqueiros e Nossa Senhora do Socorro, por se tratar de uma área sob forte intervenção dessa família, no que se refere ao domínio territorial e influência política e empresarial, fatores preponderantes na (re)produção do espaço. O método de interpretação foi o materialismo histórico dialético por permitir que a realidade investigada em suas determinações evidenciasse o conteúdo das relações políticas e as materialidades que se inscrevem no espaço, revelando o poder e a dominação exercidos no estado de Sergipe. Como procedimentos metodológicos, a pesquisa de campo foi importante recurso para prover os fundamentos empíricos da pesquisa através do levantamento de dados sobre a propriedade da terra, das atividades produtivas da família, entrevista com trabalhadores, lideranças políticas e comunidades dos municípios da área de estudo. Os dados secundários foram pesquisados em sites oficiais como INCRA, IBGE, assim como visita técnica à Junta comercial para levantamento de empreendimentos da família. A pesquisa revelou que a propriedade da terra, dos meios de comunicação e o controle de atividades econômicas são constituintes da dominação política e do poder de grupos no comando político do executivo e do legislativo em diferentes escalas.

  • JOSÉ VINÍCIUS ALMEIDA
  • DISPUTA PELA ÁGUA NOS HIDROTERRITÓRIOS DO PLATÔ DE NEÓPOLIS - SE
  • Advisor : GICÉLIA MENDES DA SILVA
  • Data: Aug 28, 2023
  • Dissertação
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  • A discussão sobre recursos hídricos vem se tornando cada vez mais uma temática relevante e necessária por envolver uma das principais engrenagens para o desenvolvimento do modo de produção capitalista: a água. Devido a isto, a água pode ser motivadora de conflitos, gerados tanto pela forma de acesso a ela quanto em razão de sua gestão. Como consequência desses conflitos, das disputas pelos estoques de água, surgem hidroterritórios, cujo elemento chave para a análise é o recurso hídrico e as formas de acesso a ele. Assim, esta pesquisa buscou, a partir do olhar da ciência geográfica, analisar as contradições socioespaciais decorrentes da apropriação desigual dos recursos hídricos no Platô de Neópolis - SE, com a finalidade de identificar os hidroterritórios nele existentes. Para alcançar os objetivos propostos, a pesquisa pautou-se em uma abordagem quantitativa/qualitativa, por meio de alguns procedimentos metodológicos: levantamento bibliográfico, levantamento cartográfico, trabalhos de campo. A partir desta análise, foi possível identificar os agentes que detêm o controle da água no hidroterritório assim como apontar caminhos para possíveis encaminhamentos que venham a minimizar o modo de apropriação da água e os impactos ambientais acarretados por essa apropriação.

  • WYLAMYS BERNARDO SANTOS DE LIMA
  • DINÂMICA DO CAPITAL E (DES) CONFIGURAÇÕES DO TRABALHO: A (RE)PRODUÇÃO DO ESPAÇO AGRÁRIO ENGENDRADA PELO AGRONEGÓCIO – UMA ANÁLISE A PARTIR DE SIMÃO DIAS -SE
  • Advisor : CHRISTIANE SENHORINHA SOARES CAMPOS
  • Data: Aug 28, 2023
  • Dissertação
  • Show resume
  • A partir da segunda metade do século XX, o campo brasileiro sofreu transformações significativas devido às políticas agrícolas e agrárias e à industrialização da agricultura. Estas mudanças foram intensificadas com o crescimento do agronegócio no século XXI, particularmente na produção de commodities, como o milho, em resposta à demanda de economias consideradas emergentes como China e Índia. Estas alterações foram marcadas pela intensificação do uso de tecnologias e maquinários, bem como de agrotóxicos e sementes transgênicas, visando aumento da produção e produtividade. Essas transformações no processo produtivo têm como consequência a alteração nas configurações do trabalho agrário, a partir da alteração da composição orgânica do capital, com o aumento dos investimentos de capital constante e redução da participação do capital variável, ampliando sobremaneira a superpopulação relativa. Além disso, a expansão do agronegócio tem cerceado e limitado a unidade de produção camponesa familiar e intensificado o monocultivo, tudo isso influenciado por uma aliança entre Estado e capital. Considerando esse contexto espaço-temporal, essa pesquisa tem como objetivo analisar as (re)configurações do trabalho no espaço agrário resultantes da dinâmica de expansão do agronegócio, a partir do município de Simão Dias, em Sergipe. É profícuo compreender como as mudanças tecnológicas impactaram as práticas de trabalho, produzindo uma força de trabalho sobrante e alterações significativas na produção agrícola municipal. Para alcançar uma compreensão aprofundada, fez-se necessário investigar os aspectos históricos e sociais de Sergipe e de Simão Dias, entender a relação entre o agronegócio e as transformações no trabalho e analisar os rebatimentos do agronegócio do milho na sociabilidade no campo. Essa pesquisa está fundamentada no método materialista histórico dialético, por possibilitar uma apreensão da dinâmica do modo de produção capitalista no campo, especificamente as interações entre capital-trabalho, buscando compreender a totalidade das relações Inter existentes no processo produtivo do agronegócio do milho. Os procedimentos metodológicos incluíram observações sistemáticas e assistemáticas, pesquisa bibliográfica, análise documental, trabalho de campo e entrevistas semiestruturadas. Essa estratégia metodológica permitiu observar e registrar fenômenos relacionados à produção do milho enfocando diferentes fases do processo produtivo. Esta abordagem multifacetada possibilitou uma análise mais aprofundada do tema, conectando o debate teórico com os processos empíricos. Os resultados indicam que no município de Simão Dias, o setor do agronegócio, através da implementação de avançados pacotes tecnológicos remodela profundamente a produção do espaço agrário. A introdução e intensificação dessas tecnologias, possibilita o aumento do capital constante, isto é, dos investimentos em meios de produção. Por sua vez, tem implicações diretas no capital variável, que em suma diminui sua participação direta nesse processo produtivo. A confluência dessas relações produz a diminuição da utilização de força de trabalho, e a interconexão entre o processo de composição orgânica do capital, o metabolismo Capital-Trabalho e o setor do agronegócio evidenciam um contexto em que a busca por acumulação de capital e a adoção de tecnologias avançadas proporciona uma reconfiguração das relações sociais de trabalho e na produção agrícola no município.

  • BRUNO NASCIMENTO NEVES BASTOS
  • O Papel do CNDH no derramamento do óleo: Resistência dos Povos e Comunidades Tradicionais frente a Espoliação dos territórios.
  • Advisor : ERALDO DA SILVA RAMOS FILHO
  • Data: Aug 24, 2023
  • Dissertação
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  • A devastação causada pelo evento-crime do derramamento de óleo ocorrido em 2019, além de afetar praias, rios e manguezais, reverberou em impactos diretos na vida dos Povos e Comunidades Tradicionais sentidos ainda hoje na redução dos pescados, afetação na saúde e perda de renda. As articulações realizadas pelos PCT´s para cobrar medidas de reparação e indenização do Poder Público, na época resultaram na missão emergencial realizada pelo Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH). Entretanto, passados 4 (quatro) anos do evento-crime e das recomendações enviadas pelo CNDH às três esferas do Estado, percebe-se que praticamente nada foi feito para mitigar os impactos nos territórios. Nesse sentido, o objetivo desta dissertação foi analisar o papel do Estado no evento-crime do derramamento do óleo, a partir da atuação do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) nos territórios de Povos e Comunidades Tradicionais. Nos objetivos específicos, buscamos analisar a conflitualidade e espoliação dos territórios afetados pelo derramamento de óleo, discutir a relação entre Estado-Capital e Direitos Humanos, identificar os impactos do evento-crime nos territórios de Siribinha (BA) e Carapitanga (SE) e avaliar na missão emergencial realizada pelo CNDH, o cumprimento das suas recomendações pelo Poder Público. Partindo da reprodução ampliada capitalista, entendemos este evento-crime intrínseco a acumulação por espoliação e permanente conflitualidade nos territórios, caracterizada por impulsionar com forte atuação do Estado-Capital a abertura de novas fronteiras à privatização e pilhagem da natureza, que ocorre de maneira concomitante a tentativa de expulsão das comunidades. Com base na pesquisa-participante e aplicação de entrevistas nas visitas a campo realizadas em Carapitanga (SE) e Siribinha (BA), foi evidente a conflitualidade permanente nestes territórios e as violações de direitos humanos decorrentes desta. Relacionada a disputa por terra e água, foram relatados conflitos entrelaçados ao evento-crime, envolvendo grandes latifundiários, turismo de massa, Estado e Carcinicultura.. Através da pesquisa exploratória e documental, avaliamos as recomendações emitidas pelo CNDH ao Poder Público, constatando a omissão deliberada do Estado no evento-crime, no qual o governo federal, responsável por articular e executar as ações de reparação e indenização, foi ineficaz no cumprimento dessas medidas, contribuindo para o agravamento dos impactos e violações. Contudo, entendemos a realidade como processo dialético e contraditório realizado em múltiplas determinações. Assim, diante deste evento-crime, ampliam-se as possibilidades de estratégias contrárias ao capital, como observamos na resistência dos Povos e Comunidades Tradicionais em defesa dos seus territórios. Realizando mutirões para retirada das manchas, promovendo ações de denúncia aos impactos e atuando na cobrança judicial por indenização, evidenciaram a negligência e pressionaram em diversas frentes o Poder Público. Portanto, acreditamos que sem essa atuação, a magnitude dos impactos teria sido mais ampla, assim como não haveria nenhuma responsabilização por parte do Estado.

  • MARA IRIS BARRETO LIMA
  • ENTRE O SEMEAR E VENDER: A BATATA-DOCE SOB O AMARGOR DA SUBORDINAÇÃO CAMPONESA NO AGRESTE CENTRAL SERGIPANO
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Aug 21, 2023
  • Dissertação
  • Show resume
  • A presente dissertação compreende os resultados da análise sobre a subordinação camponesa na produção de alimentos para o mercado capitalista. A pesquisa partiu de um objetivo geral: analisar, no contexto de expansão do capitalismo no campo, a sujeição da renda camponesa na produção de batata-doce para o mercado, no espaço agrário do Agreste Central Sergipano. Considerou-se também como objetivos específicos: discutir o campesinato enquanto classe e sujeito social em movimento; investigar o trato com a terra na produção de batata-doce em um estado que tem a estrutura fundiária concentrada e processos constantes de fracionamento dessas terras, sobremodo nas unidades de produção familiar; entender as formas de organização do campesinato e as estratégias de apropriação da renda na área da pesquisa. O campesinato, além de reproduzir-se a partir do produto do seu trabalho, foi compelido a produzir mercadorias e, nesse contexto, há uma crescente demanda de produção para o mercado, em que os trabalhadores aparecem no bojo de uma realidade de sujeição ao capital, o que vem reduzindo a produção para subsistência. Esse quadro, presente no cultivo de batata-doce em Sergipe, especialmente nos municípios de Moita Bonita, Itabaiana, Malhador e Riachuelo, se agrava mais pela predominância do minifúndio, frequentemente alargado por diferentes vias (venda de terras, divisão por herança e/ou pelo sistema de comodato, todos esses processos se ampliam conforme denunciam os últimos Censos do IBGE). Nesses dados, mais de 80% das unidades de produção familiar camponesa nos municípios, com presençaa de batata doce, têm área de tamanho inferior a 1 hectare. A monopolização da produção e a dificuldade de diversificação dos cultivos em virtude do tamanho da propriedade são condições que exigem organização dos produtores diretos para assegurarem renda. Nessa direção, o cooperativismo aparece como uma estratégia importante no seio dos desafios impostos pelo mercado. No entanto, o movimento da contradição cria e reproduz diferentes determinações, pois ainda há permanência da sujeição do campesinato ao capital, que avança criando novas relações de poder de forma desigual e articulada, como um germe que tenta negar a condição histórica da classe camponesa. Tal quadro, sob o crivo da dialética, permite entender a produção do espaço agrário sergipano como simulacro das relações capitalistas e as formas camponesas de reprodução e os níveis de reafirmação da mercadoria, cenário em que ocorre a subordinação na produção de alimentos. Contudo, compreendemos também a importância da permanência do camponês pela realização do seu trabalho, enquanto sujeito histórico e de luta, mostrando-nos como é possível a sua reprodução social na terra que é expressão de território de vida.

  • MARIANA ALMEIDA ROCHA
  • TRANSFORMAÇÕES NA PAISAGEM DE BARRA DOS COQUEIROS: USO E OCUPAÇÃO DA TERRA ENTRE 1985 E 2021, COMO SUBSÍDIO AO ORDENAMENTO TERRITORIAL
  • Advisor : NEISE MARE DE SOUZA ALVES
  • Data: Aug 21, 2023
  • Dissertação
  • Show resume
  • A ocupação da zona costeira brasileira está relacionada a fatores históricos e econômicos. Nos dias atuais, essa ocupação está associada a ideia de bem estar e qualidade de vida que o litoral oferece. O crescimento acelerado e desordenado traz a preocupação com a conservação dos ambientes costeiros, tornando o ordenamento territorial uma necessidade premente. Nessa perspectiva, este estudo visou analisar a dinâmica do uso e ocupação da terra do município de Barra dos Coqueiros, entre 1985 a 2021, como subsídio ao ordenamento territorial. Os estudos foram fundamentados em bases teórico-metodológicas sistêmicas, que permitiram a análise integrada da dinâmica ambiental da paisagem. Os procedimentos metodológicos utilizados incluíram o levantamento bibliográfico e cartográfico, a realização de trabalhos de campo, o processamento e interpretação de dados e imagens de satélite obtidas pelo MapBiomas, e a elaboração de produtos cartográficos. Os resultados mostraram que, ao longo do recorte temporal analisado, o município experimentou intensa transformação na paisagem decorrente de mudanças no uso e ocupação da terra. Entre 1985 e 2021, as categorias de uso que apontaram maior crescimento foram: área urbanizada que passou de 48 ha para 1.060 ha, correspondente a 2.208,0%, e a aquicultura que ocupava 3,34 ha e passou a 12,3 ha, cerca de 368%. Em sentido contrário, as classes de uso que sofreram maior redução foram: mosaico de usos e lavouras temporárias ambas com 53%, e praia, duna e areal com aproximadamente 46%. Os tipos de uso que apresentaram retração refletem a expansão urbana que se verifica no município nos últimos anos, devido a melhorias na acessibilidade, com a construção da ponte sobre o rio Sergipe que faz ligação de Barra dos Coqueiros com a capital do estado, e a pavimentação e/ou requalificação de rodovias estaduais. Na atualidade, as antigas fazendas de coco-da-baía cedem lugar aos empreendimentos imobiliários. Por outro lado, há possibilidades do surgimento de novas orientações de uso no território, com a implantação da usina termoelétrica e o parque eólico. Assim, se faz necessário a implementação de instrumentos do ordenamento territorial – Plano Diretor, Planos de Manejo de Unidades de Conservação – visando a gestão dos recursos naturais ainda presentes no município, uma vez que a área apresenta ambientes de morfodinâmica instável, e com usos especiais e restritos segundo a legislação brasileira.

  • LUCAS MELO COSTA
  • AGRAVOS E VULNERABILIDADE NA SUB-BACIA DO RIO GARARU NO SEMIÁRIDO SERGIPANO.
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Jul 7, 2023
  • Dissertação
  • Show resume
  • Estudos sobre vulnerabilidade emergem como uma importante ferramenta para compreensão e análise integrada na ciência geográfica, ao envolver os contextos, social e ambiental, com o objetivo de compreender a paisagem numa totalidade e assim identificar os agravos sofridos pelo ambiente, devendo contribuir na viabilização do planejamento e gestão do manejo. A sub-bacia do Gararu é um afluente do Rio São Francisco no seu baixo curso e está localizada no semiárido sergipano, no qual abrange quatro municípios: Feira Nova, Graccho Cardoso, Itabi e Gararu. Observa-se neste recorte, limitações nas relações socioeconômicas que deriva principalmente dos aspectos físiográficos gerando assim vulnerabilidades ambientais e sociais. A dissertação que se encerra tem por objetivo analisar a vulnerabidade ambiental da sub-bacia, em Sergipe, como subsídio para melhorar o uso e planejamento por parte da população e do Estado. Em termos metodológicos, pauta-se em métodos já sedimentados na ciência geográfica, cujos procedimentos espelham-se no geossistema e na vulnerabilidade ambiental, que visam identificar interação entre os sistemas antrópicos e ambientais. Em se tratando de espaço semiárido, após análises, podemos constatar que, dos componentes ambientais, a maior vulnerabilidade deriva do comportamento irregular da pluviosidade, mas que os riscos estão associados ao conjunto natural e as ações sociais. Como os diferentes transtornos climatológicos causados pelas intensas chuvas de verão observados na área da sub-bacia causando enchentes, desmonte de pontes, movimentos de massa e lixiviação. Por fim, percebeu-se uma vulnerabilidade ambiental que versa de Média a Alta nos seus diferentes pontos de acordo com a metodologia aplicada. Entre unidades espaciais analisadas, Itabi se notabiliza pela maior vulnerabilidade, em que pese sua localização a leste, mais próxima da zona de transição, na entrada do sertão. O município de Gararu é o que denota características mais secas, com índices pluviais abaixo da média. Graccho Cardoso por se localizar no alto curso da sub-bacia retrata pontos de vulnerabilidade ambiental média. Feira Nova se insere na sub-bacia, em extremidade e pouca significação. Por conseguinte, e pela análise empreendida, a conclusão é de que há setores diferenciados em suas paisagens e índices de vulnerabilidade.

  • RODRIGO SOUZA MELLO
  • O HIDROPATRIMÔNIO A PARTIR DA ANÁLISE INTEGRADA DA PAISAGEM EM CANINDÉ DE SÃO FRANCISCO E PIRAMBU, SERGIPE.
  • Advisor : MARCIA ELIANE SILVA CARVALHO
  • Data: Jun 14, 2023
  • Dissertação
  • Show resume
  • O hidropatrimônio é um conjunto de elementos hídricos que possuem valores de uso científico, educacional e cultural, tornando-os passíveis de proteção. Essa parcela da geodiversidade é considerada patrimônio natural, sendo a base da vida no planeta Terra, e sua qualidade é um dos principais fatores que influenciam a sua valoração. Compreender as dinâmicas ambientais e territoriais que envolvem a água é fundamental para identificar os locais de interesse hidrológico e elaborar estratégias para sua conservação. Um dos principais desafios relacionados aos diferentes tipos de uso da água é o monitoramento e análise de sua qualidade. A falta de estudos pode gerar impactos negativos na saúde da população que consome uma água contaminada, além de afetar a biodiversidade e os ecossistemas aquáticos. Outro ponto a ser considerado é a relação entre as atividades de lazer desordenadas e a descaracterização dos elementos da geodiversidade que compõem o hidropatrimônio. Essa descaracterização pode gerar impactos negativos na paisagem e na biodiversidade, além de afetar a qualidade da água e comprometer os diferentes usos econômicos e sociais da água no território. A presente pesquisa tem como objetivo analisar o hidropatrimônio dos municípios de Canindé de São Francisco/SE e Pirambu/SE sob a ótica do GTP, a fim de compreender as dinâmicas territoriais e ambientais, caracterizar o recorte espacial da pesquisa e identificar os Locais de Interesse Hidrológicos (LIH), a metodologia utilizada para alcançar os objetivos propostos correspondem as propostas de Foleto e Costa (2021) e Simic; Milovanovic; Glavonjic(2014), associadas a atividades em campo e ao uso de geotecnologias. Os locais avaliados foram a Cachoeira do Lajedão em Canindé de São Francisco e a Cachoeira do Roncador e Lagoa Redonda em Pirambu. No entanto, esses locais não alcançaram a avaliação mínima para serem considerados Hidrossítios, tendo o critério ecológico sido o principal fator de não classificação. A partir da identificação das potencialidades e tensões presentes nos LIH, foram ponderadas estratégias de geoconservação para as áreas dos LIH, visando melhorar os critérios avaliados. Concluiu-se que é necessária a criação e execução de ações relacionadas a geoconservação que compreenda as dinâmicas ambientais e territoriais referentes aos diferentes usos da água, de modo que prezem pela sua qualidade, além do fortalecimento da gestão integrada e participativa dos recursos hídricos.

  • ANA CAROLINA NUNES DE AZEVEDO
  • ENTRE LUGARES DE SENTIMENTOS E ESPAÇOS DE LIBERDADE: ENCONTROS GEOGRÁFICOS COM O ROMANCE JULIETA, COISA E TAL DE OSMAR RODRIGUES MARQUES
  • Data: May 30, 2023
  • Dissertação
  • Show resume
  • No contexto da relação entre Geografia e Literatura e de sua aproximação com a geografia humanista, esse estudo foi impulsionado pelo desvelamento das relações espaciais apreendidas no romance Julieta, Coisa e tal, produzido por Osmar Rodrigues Marques, publicado em 1986. O texto dá ênfase à categoria lugar, viabilizando o sentimento de pertencimento e identidade, ao trazer o cotidiano do prostíbulo Casa Amarela, situado na área central da cidade de Caxias – a princesa do sertão maranhense. No tempo, o romance está ambientado entre as décadas de 1970/1980, quando a trajetória da personagem Julieta é detalhada pelos relacionamentos, locais frequentados e, sobretudo, por sua percepção com relação às práticas, decorrentes do ambiente vivido. Nesse sentido, conduzimos a pesquisa com o objetivo de analisar o sentimento de pertencimento e identidade presente na geografia e na história da personagem Julieta no romance literário “Julieta Coisa e Tal” de Osmar Rodrigues Marquês, considerando a articulação entre o enredo, o narrador, os personagens e o espaço da obra, a cidade de Caxias/Maranhão. Os objetivos específicos delimitaram nosso caminho acadêmico ao procurar (i) identificar as relações, experiências e vivências de Julieta construtoras e constituintes de sua identidade; (ii) conhecer as distintas formas de apropriação do sentimento de identidade de Julieta e, (iii) refletir sobre a identidade espacial assim como o sentimento de pertencimento ao lugar geográfico expressos na obra de Rodrigues Marques. Para a construção da dissertação realizamos uma pesquisa documental e bibliográfica com o intuito de aproximar e entender a realidade do objeto estudado, ressaltando a relevância dos documentos e estudos acessados para compreensão dos elementos que moveram a pesquisa e auxiliaram o entendimento das questões postas nos objetivos. Trata-se de um enredo repleto de vivencias e experiencias, resultado da percepção e interpretação dos lugares descritos e, nesse sentido, o enlace da afetividade ao espaço caxiense nos demostrou a sensibilidade do autor para com as relações imbricadas nos aspectos políticos, econômicos, culturais e naturais. A construção do sentimento de pertencimento é um elemento relevante em todo enredo da obra em questão. Os personagens em sua essência existencial, o comportamento e expressões de quem habita o prostíbulo criam, ao longo da narrativa, um sentimento de afeto e participação ao tempo em que ao leitor é possibilitado transitar por ruas e praças de Caxias e pelo interior da Casa Amarela. Entendemos que espaço vivido na literatura é atuante na construção do imaginário pois, através de descrições e nomeações os lugares são representados com características afetivas distintas provocando a geografia, no caso de nosso estudo, em suas reflexões sobre observação e pertencimento dos lugares e, construção de identidades.

  • ANTONIO SIDNEI RIBEIRO CARDOSO
  • AS DUAS FACES DO ESPELHO DO “AGRO – NEGÓCIO”: TERRA DE VIDA – TERRA DE FOME NA SUBSUNÇÃO DO TRABALHO E DA TERRA AO CAPITAL.
  • Data: Apr 28, 2023
  • Dissertação
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  • O Vale do São Francisco, em especial o Sertão, foi capturado pela lógicamodernizadora da agricultura mercadológica. A semiaridez do clima foi ajustificativa encontrada para concretizar a política de irrigação sustentada nodiscurso da produção de alimentos para a diminuição da fome. O Estadoinvestiu nos Projetos Públicos e Privados de Irrigação, através de váriasEmpresas nacionais e estrangeiras, direcionadas ao setor frutícola, que seinstalaram na região, apropriando-se da terra e do trabalho camponês,subordinando-os a produção-comercialização da fruticultura. Nesse contexto, oobjetivo da presente Dissertação é refletir sobre a real face contraditória do“agro-negócio” no processo da subsunção do trabalho e da terra ao capital,escolha já feita na produção, e no seu corolário — o consumo. Nesse contextoos complexos empresariais do agronegócio expropriam a terra e o trabalho daunidade de produção familiar - camponesa, no município de LagoaGrande/Pernambuco. Sobre a égide do discurso do desenvolvimento local/territorial, o discurso ideológico serve para encobertar todo processo desubsunção do trabalho, da expropriação da terra, e evidentemente da próprianatureza, a partir da inserção do Grupo GVS FRUIT COMPANY no SubmédioSão Franciscano, deixando evidente como, no campo, o capital, sustentadopelo Estado, se reproduz a partir das relações predadoras, transformando tudoem matéria prima para geração de valor, em contraposição a reproduçãocampesina que resiste à reestruturação produtiva que se estabelece desde adécada de 1970, intensificada nos últimos anos com a financeirização daeconomia, do modelo do Agronegócio. Foi possível verificar nos resultados dapesquisa que os Complexos Industriais provocam de forma intensiva adesapropriação da terra, sob a funcionalidade do Estado via discurso do“desenvolvimento,” a partir de políticas de governo como o programa TitulaBrasil, garantindo judicialmente o fim dos assentamentos de Reforma agraria, areforma agrária, a reconcentração da terra, o controle total político da terra, atransformação em massa dos assentados em trabalhadores rurais e urbanosem mercadorias livres para ofertar sua força de trabalho, o aumento do exércitode reserva garantidor de mais valia relativa, para o lucro capitalista. A presenteDissertação foi desenvolvida a partir do método do materialismo histórico-dialético, que garante a análise da realidade na sua totalidade nainterdependência dos fenômenos, em um conjunto amplo de interrelações.Como modo de operacionalizar a investigação, utilizamos a pesquisabibliográfica, a pesquisa documental, o trabalho de campo, a entrevistaestruturada e semiestruturada e a fotografia.

  • DANIELE LUCIANO SANTOS
  • Nos Trotes dos Cavalos: espaços e tempos das cavalgadas, cavalhadas, vaquejadas e pegas de boi – SE
  • Data: Mar 29, 2023
  • Tese
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  • Em todo o território sergipano a manutenção de diversas manifestações culturais comanimais de montaria ocorre em consonância com as diferentes formas de apropriação,pela persistente satisfação e sentido simbólico dado pelos participantes e, em parte, pelocrescente interesse da iniciativa privada e de gestões municipais e estaduais. Nessecontexto, o objeto da tese é o fenômeno em movimento pelas diferentes formas deapropriação dessas manifestações culturais que resultam em suas ressignificaçõestraduzidas pelas (re)invenções, coexistências e sobreposições. Tem por objetivo analisaras apropriações e ressignificações das manifestações com animais de montaria, a saber:cavalgada, cavalhada, vaquejada e pega de boi em Sergipe, e de forma específica: (i)compreender a linha do tempo e os significados dessas manifestações; (ii) apreender asrepresentações e as relações empreendidas para a permanência das mesmas no estado;(iii) investigar a relevância cultural, política e econômica dessas expressões da cultura;(iv) averiguar os distintos sentidos atribuídos pelas representações a essas manifestaçõese (v) discutir as perspectivas das manifestações estudadas. Para tal, estabeleceu-se umdiálogo com autores para a compreensão dos sentidos das apropriações na dinâmica daprodução cultural: apropriação enquanto sentimento de posse e pertencimento, dereconhecer algo como seu e de se reconhecer pertencente a algo (GEERTZ, 1989;TUAN, 2012); apropriação inserida no jogo de poder como propriedade material(RAFFESTIN, 1993) ou no contexto da manipulação político-ideológica da memória(HALBWACHS, 2006). Tomou-se como caminho a pesquisa qualitativa que sugereuma análise integrada do fenômeno no contexto em que ele ocorre e do qual faz parte,para isso a investigação busca ‘captar’ as formas de apropriação das manifestaçõesestudadas por meio de uma abordagem fenomenológica (MERLEAU-PONTY, 2011),com um percurso etnogeográfico (CLAVAL, 1999) articulado ao pensamento dasmultiplicidades rizomáticas (DELEUZE E GUATTARI, 1995). Os procedimentos einstrumentais adotados foram as pesquisas bibliográfica e documental, observação,diário de campo, levantamento e registro fotográfico, questionários, entrevistas etratamento das informações por meio análise do discurso (PEDROSA, 2008). Destemodo, as formas de apropriação são apontadas como determinantes para amultiplicidade do processo de ressignificação, invenção, reinvenção, sobreposições ecoexistências das manifestações culturais que se revelam entre a essência e a aparêncianos territórios e nas paisagens.

  • LAERTE FREITAS DIAS
  • DA EXPANSÃO URBANA ÀS TRANSFIGURAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS: RISCO E VULNERABILIDADE EM FEIRA DE SANTANA – BA
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Mar 9, 2023
  • Tese
  • Show resume
  • A tese em pauta se encaminhou pela Dinâmica Ambiental, apropriando-se de conceitos analíticos da Geografia. Tem por objetivo analisar risco e vulnerabilidade socioambiental às inundações em meio a expansão urbana de Feira de Santana-BA. Pela premissa, traçou-se os seguintes objetivos específicos: compreender o avanço do tecido urbano sobre o sistema natural; configurar os aspectos climáticos e a dualidade histórica de convívio em meio as secas e as inundações; avaliar condicionantes biofísicos e a suscetibilidade às inundações urbanas; caracterizar os lugares e os grupos sociais vulneráveis. O estudo se justifica a partir dos processos de inundação e de alagamento em contexto semiárido, pela apropriação desigual do espaço urbano e das ações insustentáveis de dominação da natureza. Em termos metodológicos, tem-se revisão bibliográfica, coleta de dados secundários em órgãos oficiais, uso de fontes históricas (jornais impressos e mídias eletrônicas), processamento digital de imagens de satélite e criação de banco de dados em ambiente SIG. Além dessas, há registros de campo, tanto em períodos secos quanto chuvosos, a fim de validar os produtos gerados e descrever as configurações socioambientais. Observou-se que Feira de Santana está em pleno processo de expansão da mancha urbana, com a permanência de ações que desconsideram o sistema natural, prevalecendo os interesses dos agentes imobiliários na constituição da cidade. A exposição social às inundações perpassa pela produção da cidade, pelo uso desigual do espaço urbano, pelo avanço do processo de impermeabilização do solo e pela ocupação irrestrita aos corpos hídricos, sobretudo às lagoas. Logo, os episódios de desastres estão correlacionados a intervenção social na constituição do espaço, sobretudo ao desconsiderar os condicionantes naturais. Com base nos dados de suscetibilidade biofísica às inundações e de vulnerabilidade social, identificou-se pontos de maior risco. Os bairros Novo Horizonte, Campo Limpo, Estação Nova, Lagoa Salgada, Baraúnas e Queimadinha se destacam especialmente pela carência social em responder aos contextos de desastre. Ressalta-se a sobreposição da problemática, pois a magnitude de determinada vulnerabilidade pode configurar na permanência e no aparecimento de outras, inserindo, assim, a inundação ao contexto dos riscos híbridos. Nas áreas direcionadas à expansão urbana, conforme o Plano Diretor, foram constatados locais suscetíveis às inundações, porém de menor risco, dado ao grau de ocupação. Tal fato remete a necessidade em formular e implementar ações de planejamento capazes de considerar o sistema biofísico ao longo do avanço acelerado da mancha urbana.

  • BISMARQUE LOPES PINTO
  • GEODIVERSIDADE E GEOCONSERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO GEOMORFOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE JACOBINA/BA
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Feb 28, 2023
  • Tese
  • Show resume
  • O entendimento da Geodiversidade e da Geoconservação surge a partir da problemática ambiental global apontada inicialmente no campo da geologia, onde se percebeu um rastro quase que irreversível de desequilíbrio nos sistemas geológicos sensíveis às ações antropogênicas e essenciais para a manutenção da vida. Nesse aspecto, a Geodiversidade está fundamentada no reconhecimento sistêmico dos Locais de Interesse Geomorfológico (LinGeo) e sua relação com as atividades humanas. A pesquisa teve como objetivo geral inventariar o patrimônio geomorfológico do município de Jacobina/BA para o estabelecimento de estratégias à geoconservação dos Locais de Interesse Geomorfológico (LinGeo’s). Para cumprimento dos objetivos estabelecidos, no decorrer do processo investigatório, adotou-se os princípios teóricos/metodológicos da geodiversidade e da geoconservação, articulados com a proposta elaborada por Libout (1971), que define os quatro níveis da pesquisa geográfica e direciona as etapas em uma sequência compreensível para apresentação dos resultados. Assim, os procedimentos metodológicos em distintas fases seguiram os níveis compilatório, correlativo, semântico e normativo. O processo de inventariação seguiu a demonstração da raridade e potencialidade dos ambientes frente às ações antropogênicas e às funcionalidades natural, científica e turística. Os LinGeo’s foram devidamente ordenados em patamares de maior necessidade para a geoconservação. As proposições sinalizadas são práticas, de baixo impacto econômico e podem ser facilmente acatadas pelo poder público, além da instalação dos painéis geoinformativos que garantem à comunidade e aos turistas um entendimento didático da evolução e configuração geomorfológica de cada ambiente seriado. As ações antropogênicas, especialmente destacadas pela mineração, turismo e urbanização, vêm pressionando negativamente os sistemas geomorfológicos do município de Jacobina. Na mineração, isso se comprova no desenvolvimento de sequenciais processos erosivos, levando a perdas de solos, comprometimento da biodiversidade e assoreamento dos canais fluviais próximos às serras, além das duas barragens de rejeitos que promovem um alto risco para a população urbana e para toda a morfodinâmica local, em caso de rompimento. Portanto, o inventário do patrimônio geomorfológico do município de Jacobina é peça-chave para o planejamento e ordenamento do seu uso e ocupação, para a realidade atual e futura, haja vista que o documento produzido classifica os ambientes geomorfológicos que requerem maiores cuidados para a sua geoconservação.

  • LUIZ CARLOS TAVARES DE ALMEIDA
  • EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA: (DES) SOCIALIZAÇÃO E SUBSUNÇÃO DO TRABALHO AO CAPITAL
  • Advisor : ANA ROCHA DOS SANTOS
  • Data: Feb 28, 2023
  • Tese
  • Show resume
  • Partindo do pressuposto de que a educação possui uma relação “orgânica” com a estrutura social a qual pertence, uma vez que é parte desta totalidade e é por ela engendrada, o objetivo geral dessa tese é analisar o processo de empresariamento da educação pública e sua relação com a promoção do empreendedorismo no currículo escolar, com destaque para o processo de reestruturação curricular do Ensino Médio da educação pública do estado de Sergipe. Para tanto, seu desenvolvimento amparou-se na análise e questionamento da radical interferência dos setores empresariais na elaboração e condução da política educacional, sobretudo, ao editar, por dentro dos processos educacionais, a imposição irrestrita de um ideal de formação humana tendente ao conformismo e à adaptação dos sujeitos à precariedade própria das relações de trabalho atuais. Imbuída de um caráter ideológico instrumental, a Reforma do Ensino Médio foi imposta como um processo natural de modernização, tratada como medida alheia às relações de poder e sem historicidade. Nesses termos, o ponto nodal da chamada “educação empreendedora”, preconizada pela reforma do ensino médio e pela nova BNCC, é afirmar o individualismo como princípio ético-político para legitimar a noção de meritocracia, estabelecendo nexos entre a empregabilidade, o empresariamento de si, o modelo de Estado mínimo, o trabalho flexível e o padrão de acumulação nos termos neoliberais. Para dar conta dessas múltiplas determinações definidoras do real concreto, essa pesquisa foi estruturada em três pilares fundamentais - Estado, capital e trabalho. Segundo Mészáros (2015), esses pilares lastreiam todo sistema do capital, são eles os responsáveis por alimentar, a partir de contradições estruturais, um círculo vicioso de práticas corretivas e de coesão social historicamente insustentáveis. Em termos de método, esta tese está fundamentada no materialismo histórico-dialético, adotado como método de interpretação da realidade, visão de mundo e práxis, e na teoria Histórico-Crítica, referência analítica sem a qual não teríamos avançado na compreensão e questionamento da dinâmica instrumentalizadora do trabalho educativo. Os trabalhos de campo foram pensados e articulados tendo em vista a necessidade de captar a dinâmica concreta objetivada pelos sujeitos da pesquisa. Todo esse cenário tem apontado para um processo em curso – o aprofundamento da dualidade educacional, da instrumentalização dos processos formativos e do aprimoramento de uma cultura educacional (fortemente influenciada pelas pedagogias do “aprender a aprender”) comprometida com o desenvolvimento de pautas individualistas e com a adequação do trabalho (via transferência de competências e habilidades de teor instrumental) a precariedade própria do mercado informal.

  • GREIZIENE ARAÚJO QUEIROZ DE SOUSA
  • A EXPRESSÃO TERRITORIAL DA COMIDA DE RUA EM ILHÉUS E ITABUNA-BA
  • Advisor : SONIA DE SOUZA MENDONCA MENEZES
  • Data: Feb 27, 2023
  • Tese
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  • O objetivo desta tese é compreender a expressão territorial da comida de rua em Ilhéus e Itabuna-BA. Em consonância com esse desígnio, foram traçados os seguintes objetivos específicos: estabelecer os nexos entre a história da alimentação e a técnica; analisar o sistema alimentar urbano com ênfase na comida de rua; investigar as etapas de elaboração, comércio e consumo que compõem o circuito da comida de rua e discutir a função da comida de rua nos âmbitos econômico e sociocultural. O estudo proposto centra-se em três categorias de análise, são elas: a técnica, o trabalho e o território. Para investigar a técnica, recorre-se à história da alimentação, aos saberes e fazeres e aos objetos envoltos na temática. O trabalho é elucidado por meio das etapas de elaboração, comércio e consumo da comida. O território é evidenciado nas relações de consumo, econômicas e culturais, na apropriação do espaço pelo trabalho informal, nos alimentos identitários e nos vínculos territoriais. Parte-se da problemática do desemprego estrutural e seus desdobramentos para aqueles que vivem da comida de rua. Metodologicamente, optou-se pela pesquisa bibliográfica e pela coleta de dados secundários em instituições oficiais. Utilizou-se também do diário de campo, de planilha de observação, de registros fotográficos, com a utilização de estúdio portátil, entrevistas semiestruturadas com a técnica snowball para obtenção de dados primários. Os resultados apontam para a necessidade de reformulação do conceito de comida de rua, proposto nesta pesquisa como alimentos, comidas e bebidas territorializados nos espaços públicos, portadores de vínculos territoriais e de sociabilidade. Considera-se também que a comida de rua se manifesta sem constrangimento por ser acessível quanto ao preço e à localização. Expressa-se pela visibilidade, espraiada em ruas, praças, praias e calçadões em forma de bancas, barracas, bicicletas, carrinhos, trailers, food trucks ou do corpo humano portando objetos como sacos plásticos, isopor, caldeirão e caixas plásticas. Seja na fixidez cotidiana enraizada nas praças, nos quiosques, em torno das instituições públicas, como também pela fluidez no movimento de circularidade territorial que adentra lojas, clínicas e prédios comerciais, o trânsito e as areias do litoral. Expressa-se na organização do trabalho individual, familiar ou em relações patronais e também na mudança fisionômica da comida de rua do café da manhã, do almoço e do jantar em função do trabalho e/ou do lazer. Conclui-se que a comida de rua contribui com a circulação do dinheiro na cidade no consumo equipamentos, insumos e alimentos para elaboração da comida; é parte importante do sistema de refeições a um custo acessível, o que ameniza a fome oculta e a fragilidade alimentar nos centros urbanos; enaltece a cultura local; contribui com o bem-estar pela saciedade, pela comensal idade pela mixofilia e pelo lazer; e ainda é uma ocupação temporária na alta estação, uma renda extra para os que possuem emprego formal e um ofício para os que se dedicam exclusivamente a essa atividade.

  • RAFAEL DA CRUZ
  • MORFODINÂMICA DE PRAIAS DISSIPATIVAS E OS PROCESSOS EROSIVOS INTRAURBANOS NO MUNICÍPIO DE ARACAJU/SE
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Feb 27, 2023
  • Dissertação
  • Show resume
  • O espaço urbano se apresenta como uma das maiores expressões de transformação do meio físico. Uma delas é o desenvolvimento da erosão acelerada com a quebra do equilíbrio ambiental pelas atividades humanas. Para todos os casos, o uso e o manejo inadequado do solo urbano e/ou rural levam a ocorrência dos processos erosivos acelerados, muitas vezes de caráter irreversível. Aracaju não fugindo a regra dos demais centros urbanos em expansão, vem ao longo do tempo apresentando problemas relacionados a erosão tanto na zona costeira, quanto na zona intraurbana, sobretudo nas encostas localizadas nas porções norte e oeste da cidade que se constituem em áreas potenciais de risco para a população mais carente. Neste contexto, a pesquisa, em termos gerais, visou analisar a morfodinâmica costeira e os processos erosivos intraurbanos no município de Aracaju, na perspectiva de contribuir para a implementação de políticas públicas que compatibilizem a natureza com a sociedade direcionando a gestão territorial local no processo de ocupação e uso do solo. Para cumprimento dos objetivos, no decorrer da investigação utilizou-se a Teoria Geral dos Sistemas como método de abordagem, articulada com a análise quali-quantitativa. Os procedimentos metodológicos conduzidos em etapas distintas, basearam-se no levantamento bibliográfico e de documentos cartográficos e outros registros; trabalho de campo, com registro fotográfico e trabalho de gabinete, com análise laboratorial. Dentre outros resultados, constatou-se que na zona costeira, a ocupação nas proximidades da linha de costa, desde o início desordenada, contribuiu para a intensificação do processo erosivo, com maiores ocorrências nas desembocaduras dos rios Sergipe (Praia dos Artistas - Coroa do Meio) e Vaza Barris (Praia do Viral - Mosqueiro) onde a destruição causada pelo movimento das ondas e dinâmica das marés caracterizam a ação do balanço sedimentar negativo. No espaço intraurbano municipal, a ação erosiva ganha expressividade nas encostas que exibem feições em estágios diferenciados de evolução (sulcos, ravinas e voçorocas) indicando possibilidades de riscos para a população que as ocupam e das suas proximidades. Conclui-se, portanto, que o litoral do município em diversas escalas temporais vem experimentando avanços e recuos da linha de costa demonstrando tendência à progradação, à estabilidade e à erosão em graus de exposição e vulnerabilidade física bem diversificados, sendo perceptível a manifestação do fenômeno erosivo severo e em grau moderado nas desembocaduras fluviais e em alguns pontos específicos gerando déficits no balanço sedimentar. No espaço intraurbano, as localidades potencialmente favoráveis ao desenvolvimento de sulcos, ravinas e voçorocas, devem contemplar, na elaboração da carta Geotécnica, estudos de suscetibilidade à erosão, permitindo orientações, não somente de caráter preventivo contra o surgimento de voçorocas, mas, também, como condição básica para a correta concepção e o sucesso de obras de correção, quando o processo erosivo já está instalado.

  • JEFERSON MARQUES DA SILVA
  • O avanço do agronegócio em Nossa Senhora de Lourdes/SE: dissipação dos cultivos tradicionais e desconfiguração da cultura alimentar
  • Advisor : SONIA DE SOUZA MENDONCA MENEZES
  • Data: Feb 24, 2023
  • Dissertação
  • Show resume
  • O alimento, sua produção, comercialização e consumo se constituem em uma temática relevante, principalmente a partir da conformação do modelo dominante de produção agrícola vigente, denominado de agronegócio. Trata-se de um modelo que prioriza as commodities, alicerçado pelo uso exacerbado de insumos químicos, impacta de forma negativa nos ambientes alimentares com a redução de forma drástica do cultivo de alimentos, contribui para a formação de desertos alimentares e reflete no crescimento da insegurança alimentar e nutricional. O objetivo desta pesquisa consiste em analisar as transformações na dinâmica produtiva da agricultura no território do município de Nossa Senhora de Lourdes/SE e suas implicações na produção, na comercialização e no consumo de alimentos. A dissertação está fundamentada nos parâmetros de uma pesquisa qualitativa. Os procedimentos metodológicos basearam-se na revisão teórica da categoria geográfica território, discussões a respeito do agronegócio, ambientes alimentares e soberania e segurança alimentar e nutricional. Na sequência foram realizadas análises documentais de dados secundários e informações que tratam das dimensões socioeconômicas e agropecuárias do recorte da pesquisa. Foram realizadas as entrevistas semiestruturadas, pautadas na técnica snowball com agricultores, proprietários de estabelecimentos que comercializam alimentos, consumidores, feirantes e representante das secretarias de agricultura e saúde. Constatamos que, embora o município esteja distante dos centros econômicos do Brasil, foi influenciado pelos ideais apregoados pelo agronegócio, com aumento da produção agrícola de mercadorias – milho em detrimento de alimentos básicos da dieta dos habitantes. Em contrapartida, observamos nos estabelecimentos comerciais o predomínio dos alimentos ultraprocessados e minguados alimentos in natura e minimamente processados. A elevada oferta dos produtos ultraprocessados e a facilidade de acesso contribuem para alterações de hábitos alimentares da população. Portanto, consideramos fulcral o desenvolvimento de ações intersetoriais em âmbito municipal que estimulem também a prática agrícola de alimentos com vista a garantir a Segurança Alimentar e Nutricional dos munícipes e a difusão de projetos educacionais com vistas a educação alimentar.

  • KAROLAINE SANTOS SILVA
  • A MANIFESTAÇÃO DAS ARBOVIROSES E SUAS ASSOCIAÇÕES AOS CONDICIONANTES SOCIAIS E DE SAÚDE NO AMBIENTE CITADINO DE TOBIAS BARRETO/SE
  • Advisor : MARCIA ELIANE SILVA CARVALHO
  • Data: Feb 15, 2023
  • Dissertação
  • Show resume
  • As arboviroses denominam um grupo de doenças que são transmitidas para o ser humano por vetores, como os mosquitos. Dentre as arboviroses comuns estão: dengue, Chikungunya e Zika, que são doenças endêmicas e epidêmicas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, principalmente em ambientes citadinos. Estas enfermidades afetam o processo saúde-doença das populações por meio da influência dos fatores sociais, econômicos e ambientais, ou seja, estão correlacionadas aos condicionantes sociais e de saúde para permanência e ocorrência delas. A integração desses fatores permite evidenciar que são vários os indicadores que afetam a dinâmica espaço-temporal das arboviroses. Assim, tem-se como objetivo geral analisar a configuração das arboviroses e a influência dos condicionantes sociais e de saúde para a ocorrência destas doenças na população da cidade de Tobias Barreto/SE. No território analisado, apresenta-se anualmente múltiplos casos de arboviroses na população, isso torna importante realizar estudos que corroborem para o entendimento da manifestação dessas doenças na população. Para atingir o objetivo proposto, a metodologia adotada consistiu no levantamento bibliográfico, cartográfico, documental e pesquisa de campo, utilizando-se dos conhecimentos da Geografia da Saúde e da Geografia Socioambiental para analisar os dados obtidos, com elaboração de gráficos, tabelas, modelos e mapeamentos acerca da realidade encontrada. Os resultados obtidos no Sinan/Net, no período de 2010 a 2020 permitem concluir que dentre as arboviroses no município de Tobias Barreto/SE, a dengue apresentou os maiores quantitativos de casos notificados e confirmados, com 2.072 casos confirmados. Após, o ano de 2015 surgem as notificações das outras duas arboviroses. Destas, no período de 2015 a 2021, a Chikungunya registrou 18 casos confirmados por análise laboratorial e a Zika que apresentou somente um caso confirmado da doença. Grande parte dos casos confirmados localizavam-se na cidade e no bairro Centro. Elemento este, que indica incompletude dos dados, e que se reforça pelos dados do LIRAa tobiense de 2021 e 2022 em que a configuração denota que os bairros periféricos possuem as condições propicias para desenvolver os possíveis locais criadouros do mosquito vetor. De modo geral, na cidade de Tobias Barreto/SE os condicionantes sociais e de saúde expressados pelo esgotamento sanitário, coleta de lixo, abastecimento de água, alfabetização e renda, dentre outros fatores permitiram concluir que as áreas com graus mais elevados de contrair as arboviroses estão localizadas nas periferias, principalmente nos aglomerados situados nas bordas citadinas. Para além disso, constatou-se que deve ser realizado o planejamento territorial urbano e as ações em saúde adequados pelos atores políticos para tomar as decisões de combate, controle e erradicação das doenças com o intuito de sensibilizar os atores sociais.

  • MICHELLE PEREIRA DA COSTA DA SILVA
  • CLIMA URBANO: INTERFACES TERMODINÂMICA E HIDRODINÂMICA NO CONTEXTO SOCIOAMBIENTAL DE FEIRA DE SANTANA - BA
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Feb 10, 2023
  • Tese
  • Show resume
  • A urbanização tem notabilizado que é necessário considerá-la como fenômeno integrante da dinâmica ambiental, visto que as transformações decorrentes desse processo causam modificações e configuram novas características aos componentes biofísicos. Perante tal reflexão, considera-se interfaces dos processos hidrodinâmicos e termodinâmicos como subsistemas do clima urbano. Situa-se neste contexto, o município de Feira de Santana – Bahia, considerando seu espaço urbano em expansão e com significativas alterações na paisagem – como ambiente favorável ao desenvolvimento de um clima próprio. Evidenciam-se os objetivos específicos: caracterizar os aspectos geoecológicos, com ênfase no comportamento climático; identificar a morfologia e os atributos geourbanos da paisagem; avaliar os subsistemas térmicos e hidrodinâmicos; definir tipo e padrão sazonal das implicações socioambientais dos processos hidrodinâmicos. Para tanto, relações sistêmicas convocam uma apreciação geográfica, que possibilita relacionar causas e efeitos socioambientais, tendo a paisagem como categoria de análise, pautada no Sistema Clima Urbano (SCU). A metodologia apresenta conjunto de procedimentos, atributos qualitativos e quantitativos, organizados nas seguintes dimensões: clima, metabolismo e morfologia urbana, regularização biohidroclimática e impactos hidrodinâmicos. Apresenta-se amplitude, assimetria e a dispersão das chuvas na escala mensal e anual, comprovando que os meses com maior variabilidade ocorrem no início do verão e no outono. É neste período sazonal que o maior número de registro jornalístico sobre o campo hidrodinâmico foi identificado na escala temporal de 1990-2021. Bairros como Campo Limpo, Queimadinha e George Américo convivem historicamente com problemas de alagamentos e/ou inundações. Por outro lado, o campo termodinâmico apresentou aumento da amplitude térmica, formando ilha de calor, decorrentes da diminuição de área coberta de vegetação e aumento das superfícies impermeáveis. Medidas itinerantes em transectos apontam condições de temperatura e umidade do ar em função das características geourbanas; Diferença térmica caracteriza extremos de formação de ilha de calor e áreas redutoras de temperatura. Ratifica-se o potencial das lagoas e áreas verdes como amenizadoras da temperatura e aumento da umidade. Em síntese, a ampliação da mancha urbana representa não só a produção do espaço seguindo interesses estratégicos – especulação imobiliária, mas também um cenário sujeito a omissão, sobretudo em problemas estruturais locais que permeiam o tecido urbano, face às vulnerabilidades socioambientais urbanas.

  • ELAYNNE MIRELE SABINO DE FRANÇA
  • SAVANIZAÇÃO ANTRÓPICA DE AMBIENTES NO SEMIÁRIDO PERNAMBUCANO
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Feb 6, 2023
  • Tese
  • Show resume
  • Alterações antrópicas de espaços naturais, de maneira irrestrita e constante, vêm contribuindo para perturbações no quadro ecológico. Tal aspecto instaurado com a supressão ou conversão da vegetação no âmbito semiárido, de caráter heterogêneo, instala o cerne para degradação ambiental de terras com formação florestal e Caatinga Agrestada. Assim, a monotonia de paisagens respalda na compreensão de espaços sujeitos a em virtude da transformação fitofisionômica e geoecológica. No contexto, a pesquisa teve por objetivo analisar as interações bioclimática e antrópica enquanto fomentadores para modificação e/ou intensificação do processo de savanização no semiárido pernambucano, tendo como referências, os municípios de Garanhuns, Caetés e Venturosa. Tomou-se como aporte teórico-metodológico a abordagem sistêmica, pois constitui elemento para análise da complexidade da paisagem, orientados pelas dimensões estrutural e antropogênica. Além do uso de técnicas de processamento digital e elaboração de dados com auxílio das geotecnologias e atividades de campo. A área é caracterizada por regime hidrotérmico em três tipologias do clima, a saber: Sub úmido, Sub úmido Seco e Semiárido. Recepciona influência de sistemas meteorológico-climáticos que interferem na variabilidade da precipitação, perante o comportamento anual e balanço hídrico. Ademais, fornece condições para ocorrência de elementos bióticos como a vegetação, de formação florestal e savânica com característica estacional xerófita caducifólia. Assim a dinâmica clima, vegetação e ação antrópica associadas interferem em processos biogeoquímicos de autorregulação do sistema natural. Inclusive o uso e cobertura da terra demonstrou evidências a respeito do estado ambiental da paisagem e alerta sobre indícios de espaços degradados. Infere-se que diante do quadro em tela determinadas porções das unidades apreciadas revelam ocorrência da savanização antrópica.

2022
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  • CECÍLIA LAÍS SANTANA DA SILVA
  • CADEIA PRODUTIVA DO LEITE E A PEQUENA PRODUÇÃO EM SANTA ROSA DO ERMÍRIO (POÇO REDONDO/SE): ASSIMETRIAS E SUBORDINAÇÕES
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Dec 14, 2022
  • Dissertação
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  • A pecuária leiteira está presente em pequenas propriedades, sendo tradição no semiárido sergipano. Devido à sua relevância histórica e econômica, o leite e a produção de seus derivados têm sido alvo de pesquisas em Sergipe, posto que é fonte de renda e de sobrevivência. Nesse sentido, Poço Redondo é o município que mais produz leite em Sergipe atualmente, o que pode indicar um processo de reorganização da bacia leiteira do Alto Sertão. Diante disso, busca-se entender em qual contexto surge este aumento produtivo; analisar a inserção do pequeno produtor na cadeia produtiva do leite do povoado Santa Rosa do Ermírio em Poço Redondo/SE face à subordinação, à assimetria. Para a consecução desse objetivo: identificou-se a estrutura da cadeia leiteira produtiva local, no que se refere à produção sócio-espacial e ao seu impacto regional; explicar a funcionalidade do Estado, através da Assistência Técnica, da Extensão Rural, das políticas de financiamento e de acesso à tecnologia, para inserção dos agricultores na cadeia leiteira local; compreender as relações de produção, circulação e consumo do leite estabelecidas pelos produtores; avaliar as mudanças e as permanências socioeconômicas provocadas pelo arranjo leiteiro local no povoado. Assim, como decurso da aplicação do materialismo histórico, as nuances da produção leiteira no Povoado Santa Rosa do Ermírio - A Terra do Leite - podem ser compreendidas enquanto parte de uma macroestrutura do sistema econômico-político e em sua relação com o município de Poço Redondo e o estado de Sergipe. Nessa perspectiva, a partir da aplicação de questionário semi-estruturado foi observado que a realidade no que tange a produção de leite no povoado é complexa: não há uma homogeneização entre os produtores, quanto aos tipos e/ou tamanho de propriedade, de modo que há variabilidade grande tanto entre a produção de leite (litro), quanto no que se refere às estruturas das propriedades e no capital de giro para reinvestimento na atividade. Além disso, verificou-se em campo que a produção de leite no povoado tem aumentado nos últimos dez anos. Isto posto, apesar da produção de leite ter aumentado como um todo, é visível que a daqueles produtores maiores cresceu consideravelmente, o que pode ter levado ao aumento exponencial da produção de leite total do povoado. O aumento produtivo é atribuído a alguns fatores, principalmente, ao fator melhoramento genético. Outro aspecto interessante é a disseminação de tecnologia (material genético) ocorre de forma direta e indireta: os maiores proprietários adquirem de forma direta os meios reprodutivos de material genético ou compra de gado selecionado: e de forma indireta, com recria do gado e venda dos bezerros há disseminação pelo povoado de gado geneticamente modificado, não só mais resistentes às condições climáticas, que favorecem o manejo sanitário, como os animais são mais propícios a ganhos de produção maiores. Ademais, o Estado tem papel importante na melhoria genética através ações de extensão, como por exemplo, cursos sobre inseminação artificial no Território do Alto Sertão direcionados aos produtores de leite. E não menos significativo, o que contribui para a produção de leite no povoado é o histórico dessa atividade econômica, que é tradição na geração de renda destes sertanejos e que se perpetua entre gerações diferentes.

  • PAULO HENRIQUE NEVES SANTOS
  • Avaliação geoecológica da produção de energia eólica onshore no litoral sul e norte de Sergipe
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Dec 7, 2022
  • Dissertação
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  • As agendas mundiais em torno das problemáticas climáticas demandam da humanidade práticas mais sustentáveis que minimizem os impactos derivados das atividades humanas sobre a paisagem. Nesse sentido, a produção de energia eólica é destacada como uma das práticas mais promissoras no segmento energético para atender as agendas sustentáveis. Entretanto, a implantação de parques eólicos onshore na zona costeira vem desencadeando problemáticas socioterritoriais, em muito, causado pela marginalização do contexto socioterritorial, apontado como um dos principais impactos dessa matriz energética. Diante disso, o presente estudo busca contribuir na mediação entre as necessidades da humanidade no embate contra as problemáticas climáticas, ao mesmo tempo que se esforça em propor modos de exploração da paisagem que não desencadeem conflitos socioterritoriais. Para isso, foi adotado uma abordagem teórico-metodológica que se fundamenta sobre os preceitos do enfoque funcionalista da Geoecologia das Paisagens, analisando os condicionantes geoambientais para a produção de energia eólica onshore, classificandos-os a partir da matriz SWOT, em um recorte de 5 km de distância da linha de costa, tanto no litoral sul e quanto no litoral norte do estado de Sergipe. Composto por morfologias do Terciário e do Quaternário, a morfoestrutura do litoral norte e sul sergipano é marcada pela dinamicidade e instabilidade, em geral, frágil frente aos processos urbano-industriais, onde está inserido um complexo mosaico socioterritorial, sendo encontrado o predomínio de atividades turísticas, de segundas-residências, de produção de camarão e por práticas de subsistências por comunidades tradicionais e quilombolas. A partir das avaliações, foi evidenciado que as morfologias Quaternárias não são adequadas para a implantação de parques eólicos, uma vez que são intrinsecamente atreladas à dinâmica dos ventos, onde qualquer alteração artificial desta dinâmica pode desencadear processos de degradação dos campos dos depósitos arenoquartzosos, fundamentais para a proteção do litoral sergipano frente aos cenários de variação do nível médio do mar. Por outro lado, as morfologias Terciárias, quando situadas a uma distância inferior a 5 km da faixa litorânea, podem ser as áreas mais indicadas para a implantação de energia eólica onshore no litoral sul e norte de Sergipe, uma vez que se apresentam com uma morfoestrutura relativamente mais estável do que a Planície Litorânea, possuem infraestrutura rodoviária adequada e tem baixo potencial para geração de conflitos socioterritoriais frente aos usos que são desenvolvidos neste recorte espaço-temporal. Nesse sentido, considerando o recorte espacial adotado, as morfologias dos Tabuleiros Costeiros situadas no litoral norte de Sergipe são as áreas geoecologicamente mais adequadas para a produção de energia eólica onshore, embora seu relevo possua certo grau de rugosidade, os Tabuleiros apresentam uma estrutura morfológica mais estável do que as morfologias Quaternárias, dispõem de uma incidência dos ventos similar a Planície e apresentam potencial para conflitos socioterritoriais relativamente menor pela dinâmica socioeconômica atual.

  • ACACIA SANTOS DE ARAUJO
  • O protagonismo das Marisqueiras de Ilha Grande/SE como Agentes de Desenvolvimento Local
  • Advisor : DEAN LEE HANSEN
  • Data: Aug 31, 2022
  • Dissertação
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  • Ao dialogarmos sobre a categoria território realizamos uma abordagem conceitual nos diferentes estudos da Geografia, considerando-o como parte ou resultado das relações sociais a partir do vivido. Através das dimensões conceituais sobre o território, podemos destacar as relações sociais e simbólicas que influenciam na dinâmica econômica contribuindo assim no desenvolvimento local, que por sua vez é incentivado pela mobilização e organização comunitária que são importantes para a criação de estratégias sociais impulsionando a cadeia produtiva para melhor contribuir no desenvolvimento humano, social e econômico. Nesse contexto, se faz necessário destacar os impactos ambientais que afetam o ecossistema manguezal e causam danos irreparáveis e a sustentabilidade que é importante para que o uso dos recursos naturais seja segurado, beneficiando assim a geração atual e as gerações futuras. Nesse cenário que as marisqueiras se encontram, elas são invisíveis ao mesmo tempo que são protagonistas no que se refere a atividade pesqueira, que, tendo em vista as circunstâncias dessa dualidade, torna-se um ambiente de trabalho precarizado, marginalizado e desregulamentado que abrange uma parcela significativa da prática desenvolvida por mulheres, sendo ainda exploradas pela Divisão Social do Trabalho, fato que afirma o quão o trabalho feminino é incorporado de forma desigual pelo sistema capitalista através da desigualdade de gênero. A pesquisa foi realizada com base no método empírico analítico, a partir dos seguintes procedimentos metodológicos: aplicação de questionários e realização de entrevistas semiestruturadas entre os atores sociais, tabulação, sistematização e análises dos dados.

    O protagonismo das Marisqueiras de Ilha Grande/SE como Agentes de Desenvolvimento Local

  • FABIANA DOS SANTOS PINHEIRO
  • FINANCEIRIZAÇÃO E COOPERATIVISMO DE CRÉDITO SOLIDÁRIO: UMA ANÁLISE DA ASCOOB-COOPEC EM SERGIPE
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Aug 31, 2022
  • Dissertação
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  • As cooperativas de crédito são entidades de natureza civil que se constituem a partir do capital social, advindo das cotas-parte, para financiar a riqueza real de mercadorias. Desse modo, diferentemente das instituições financeiras convencionais, no espaço rural essas organizações tem caráter social na medida em que subsidiam a produção dos seus cooperados, que também são pequenos produtores rurais. Ademais, recentemente observou-se que no Brasil, alguns grupos cooperativos têm optado por integrar os princípios solidários nas suas relações de trabalho. Isso em função de se construir processos sociais mais consolidados e duradouros. Para tanto, apesar da expansão das finanças de especulação, as microfinanças – provenientes das cooperativas de crédito – tem ganhado destaque, principalmente na última década. Dessa forma, a presente pesquisa tem como proposta analítica de investigação: analisar o cooperativismo de crédito solidário frente ao processo de financeirização do campo, a partir das ações da ASCOOB-COOPEC atuando com os pequenos produtores rurais e comerciantes locais, dentro dos seus limites e contradições. Para isso, visando atingir tal proposição, os seguintes caminhos metodológicos foram adotados: pesquisa bibliográfica e reuniões para orientação, coleta e cruzamento de dados secundários, trabalhos de campo e, finalmente, sistematização das informações e construção/delineamento das reflexões contidas aqui. Por sua vez, vale acrescentar que as experiências cooperativas no Brasil tiveram um aspecto particular, tendo em vista os limites institucionais estabelecidos pelo Banco Central (entidade pública que regula o sistema financeiro nacional). Sendo assim, far-se-á uma leitura crítica sobre a atuação das cooperativas de crédito, considerando seus limites e contradições, sobretudo no atual período da financeirização. Acrescido de uma análise acerca da questão regional do cooperativismo no Nordeste e ainda destacando a condição da COOPEC neste processo. Portanto, considera-se importante debater a área de atuação geográfica da cooperativa e o seu papel social para o município de Poço Verde. Também, realiza-se ainda uma análise das mudanças recentes pelas quais a cooperativa passa e como isso atinge a dinâmica de organização dos cooperados. Ademais, busca-se compreender como essas instituições sociais vem se reproduzindo diante dos interesses privados exercidos pelas cooperativas confederadas e até que ponto isso gera conflitos de ordem local. Por fim, apesar dos gargalos, foi pontuado entre outras coisas, sua importância social, tanto para as demais cooperativas quanto para os seus cooperados.

  • GABRIEL CARVALHO SANTOS
  • PROCESSOS SOCIOAMBIENTAIS NO ESTUÁRIO DO RIO SERGIPE
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Aug 31, 2022
  • Dissertação
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  • As relações entre homem/natureza significam interações e impactos de ordens diversas, aporte de interesse da Geografia e referência do presente estudo. A pesquisa tem como objetivo compreender os processos que provocam impactos socioambientais, vulnerabilidade na foz do rio Sergipe, e a mortandade dos manguezais, tomando como referência a urbanização, o uso e ocupação da terra, atrelados à necessidade de propor medidas de recuperação da área. Para alcançar os objetivos propostos e explanar os resultados, fez-se o uso da metodologia quali-quantitativa baseada no método sistêmico, considerando a abordagem geossistêmica. Mediante ao estudo realizou-se uma revisão teórica como subsídio, levantamentos de dados cartográficos e confecção de mapas, busca por documentação em órgãos públicos municipais, estaduais e federais, notícias em sites e jornais, trabalho in loco para fins de comprovação da teoria e registros fotográficos. O município de Aracaju passa pelo processo de urbanização acelerada, desordenada e com ocupação de APP’s – Áreas de Proteção Permanente, a exemplo da construção do Calçadão da Praia Formosa, além do aterramento de grandes campos de manguezais e planícies costeiras. Considera-se que o aumento da especulação imobiliária em direção as áreas nobres e, até mesmo de menor valor especulativo, promoveram problemas de cunho ambiental e socioeconômico. Por se tratar de um município localizado na zona costeira com clima tropical, as precipitações são maiores entre as estações do outono e inverno. Cortado por afluentes, rios, lagoas, alagados, regiões de manguezais, Aracaju possui um lençol freático rico em águas, mas que, com a instalação de redes de esgotamento há contaminação de todo complexo hídrico, uma vez que são localizados próximos a superfície, se constituindo uma problemática socioambiental.

  • ÍVIA REJANE FERREIRA SILVA
  • DECLÍNIO HÍDRICO DO BAIXO SÃO FRANCISCO: DESAFIOS SOCIOAMBIENTAIS EM PIRANHAS/AL
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Aug 30, 2022
  • Dissertação
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  • Os estudos realizados a partir da perspectiva da Geografia Socioambiental têm contribuído para compreensão das problemáticas advindas da interação entre a natureza e a sociedade. Dentre as problemáticas enfrentadas pelas sociedades nos dias atuais destaca-se a seca pluvial e hídrica compreendida neste trabalho de pesquisa como um risco socioambiental. Localizado na Região Nordeste, no semiárido do Estado de Alagoas, o município de Piranhas em suas relações com o sertão do baixo curso do rio São Francisco é a referência de estudo para a presente pesquisa. Nas recentes décadas (2000 a 2020), as cidades localizadas na região hidrográfica do sertão do baixo São Francisco enfrentaram períodos de escassez pluvial e, no mesmo período, o baixo curso do rio São Francisco passou por acentuado declínio hídrico. Tendo estas como problemática, realizou-se pesquisa com dados pluviométricos do município de Piranhas e de vazão do Baixo São Francisco na área que compreende o território de Piranhas em uma série histórica de janeiro de 2000 a dezembro de 2020, totalizando 21 anos e, constatou-se que de fato ocorreu o evento de seca extrema. Diante da exposição da população desta cidade distribuída em três aglomerados urbanos, Piranhas (Centro Histórico, Bairros Nossa Senhora da Saúde e Xingó), Distrito Entremontes e Distrito Piau, ao eminente risco, seca pluvial e hídrica, buscou-se a partir da percepção climática e ambiental da população reafirmar o evento climático de seca extrema e averiguar se o mesmo caracteriza-se como um risco socioambiental para a população urbana da pequena cidade sertaneja de Piranhas, localizada as margens do rio São Francisco. Constatou-se que a seca pluvial e hídrica se representa como risco para o Sistema Socioambiental Urbano de Piranhas causando impactos principalmente no setor socioeconômico do município, entretanto, verificou-se que tais impactos se manifestam de maneira distinta a depender da atividade socioeconômica e do lugar onde esteja sendo realizada, ou seja, do aglomerado urbano do município. A partir desse contexto buscou-se identificar e classificar as populações e os aglomerados urbanos socioambientalmente vulneráveis. Com o propósito de alcançar os objetivos e, por meio destes, os resultados da presente pesquisa, buscou-se empregar a metodologia quali-quantativa pautada no método geosistemico GTP (Geossistema-Território-Paisagem), auxiliados pelos procedimentos metodológicos: pesquisa bibliográfica; pesquisa documental (levantamento pluviométrico, hídrico, cartográfico e socioambiental urbano); pesquisa de campo (observação empírica; levantamento fotográfico e aplicação de entrevistas semiabertas e questionários semiabertos). Estudos como estes são relevantes para a avaliação da vulnerabilidade socioambiental e se tornam exemplo para análises do Sistema Socioambiental Urbano de outras cidades sertanejas e ribeirinhas semelhantes a Piranhas.

  • AURELANE ALVES SANTANA
  • CATIVEIROS DO AGRONEGÓCIO NO CAMPO BRASILEIRO: uma análise da escravidão contemporânea a partir do Oeste da Bahia
  • Advisor : CHRISTIANE SENHORINHA SOARES CAMPOS
  • Data: Aug 26, 2022
  • Tese
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  • A presente tese tem por finalidade discutir a relação entre trabalho escravo e o desenvolvimento do capitalismo. Para tanto, debruça-se sobre a análise da funcionalidade e contribuição histórica do escravismo colonial no processo de acumulação primitiva do capital e dos fatores socioeconômicos que ocasionam a reprodução de relações laborais análogas à da escravidão no século XXI. O objetivo é afastar o entendimento do trabalho escravo contemporâneo da leitura que o compreende como uma anomalia dentro do sistema capitalista – isto é, como um fenômeno que resulta da coexistência do arcaico e do moderno, na qual as relações laborais não acompanham o avanço do capital constante e permanecem atrasadas e vistas como elementos inerentes apenas aos primórdios do capitalismo. Com este propósito, o estudo se ampara nas características da natureza do capital para mostrar que a exploração do trabalhador ao máximo, ou seja, à exaustão é intrínseca à acumulação capitalista, não sendo, portanto, algo estranho à sociabilidade que esse modo de produção impõe no tempo e no espaço. Atrelado à essa perspectiva, se evidencia que, além de produto da natureza do capital, o trabalho escravo contemporâneo também resulta da convergência de vários fatores econômicos, políticos, jurídicos e socioespaciais que viabilizam sua reprodução a partir da correlação de forças entre as classes sociais, historicamente desfavorável aos trabalhadores, e da atuação do Estado. A discussão inicia-se mostrando como a escravidão foi utilizada no continente americano e no Brasil enquanto fonte primária de trabalho para gerar riquezas às metrópoles europeias, promover o desenvolvimento do capitalismo a partir da acumulação primitiva do capital e alicerçar as estruturas de classe no interior das colônias. Com a abolição da escravidão e implementação do mercado de trabalho brasileiro, as formas de exploração que passaram a ser executadas pelo capital acarretaram no consumo excessivo da força de trabalho, com inúmeras tentativas de ampliação da jornada de trabalho, da incorporação de diferentes mecanismos de retenção da mais-valia, da baixa remuneração, etc. Diante dessas condições dadas de trabalho, debate-se como os processos de lutas da classe trabalhadora foram e são fundamentais na conquista de direitos trabalhistas, não partindo dos capitalistas nem do Estado moderno o estabelecimento de limites quanto à exploração do trabalho. Na exemplificação dessa realidade, analisa-se a incidência do trabalho análogo ao de escravo no rural da Bahia – em especial na região Oeste deste estado – e a sua relação com a expansão do agronegócio que concentra terras e se apropria de formas de exploração e expropriação que precarizam e degradam as condições de vida dos trabalhadores. A consideração em que se chega é a de que não há incompatibilidade entre a existência do trabalho análogo ao de escravo com a moderna produção de commodities verificada no agronegócio do Oeste baiano. Isto se justifica no fato de que a reprodução na contemporaneidade de relações laborais semelhantes à da escravidão decorre do desenvolvimento desigual e combinado do capital, que propicia a divisão do trabalho a partir da conjunção de distintas condições econômicas, políticas, jurídicas e socioespaciais de uma determinada formação social, bem como da natureza específica do capital de reproduzir formas de exploração do trabalho que potencializam a extração do sobretrabalho e que convergem para a reprodução do trabalho análogo ao de escravo nos dias atuais.

  • ELAYNE CRISTINA MENEZES SILVA
  • A maquinaria digital e a extração do valor em tempos de crise estrutural: entregadores de plataformas digitais e precarização do trabalho em Aracaju
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Aug 26, 2022
  • Dissertação
  • Show resume
  • A presente pesquisa analisa a precarização do trabalho dos entregadores das plataformas digitais. A precarização do trabalho evidencia-se como dinâmica predominante desde a década de 1970 no Brasil, em resposta à crise estrutural do capital. As novas expressões da classe trabalhadora estão cada vez mais atreladas aos serviços, e o trabalho, a única mercadoria do trabalhador, permanece subjugado na era digital para atender aos interesses do capital, na produção de lucro, na compressão do tempo via aceleração do trabalho e pela expropriação dos resultantes. A análise da espacialização e dos movimentos contraditórios do trabalho dos trabalhadores por aplicativos digitais, à luz das mudanças no mundo do trabalho no quadro atual das relações capitalistas, norteou esse estudo, exigindo a delimitação de objetivos específicos, tais como: analisar a natureza da crise estrutural e as conceituações do trabalho no mundo contemporâneo; refletir sobre o poder da ideologia do não-trabalho e do empreendedorismo como estratégia de convencimento, subordinação e exploração do trabalho; compreender o uso de técnicas e tecnologia como parte das mudanças no mundo do trabalho, no atual estágio do capitalismo, e as contradições das plataformas digitais de intermediação do trabalho; analisar a reforma trabalhista brasileira e suas repercussões no mundo do trabalho, e compreender o perfil de trabalho e remuneração dos trabalhadores entregadores por aplicativos a partir do caso de Aracaju. Sob a perspectiva do materialismo histórico e dialético, a pesquisa ressalta a realidade dos entregadores dos aplicativos sergipanos como ponto de partida para o entendimento de que as novas formas de organização e produção do trabalho, em seu conteúdo, não diferem do trabalho assalariado. A estratégia do capital em aumentar seu poder tornou o trabalho mais precário e os trabalhadores menos propensos a enfrentar a exploração, com a negação dos direitos trabalhistas, revelando uma agenda de desmonte de direitos e precarização massiva do trabalho. A pesquisa de campo ocorre no município de Aracaju, se justificando pela presença expressiva de entregadores escancarando o desemprego estrutural e os altos índices de informalidade do trabalho no estado de Sergipe. A informalidade e/ou desregulamentação, vistas nos tempos de hoje, foram sempre elementos presentes no capitalismo. Ao invés de as tecnologias estarem a serviço do bem-estar social, elas reforçam o caráter instrumental e opressor da lógica do modo capitalista de produção, reduzindo o trabalhador na exata medida das demandas do capital e coloca-o inteiramente disponível ao trabalho, mesmo que nem sempre seja remunerado para isso.

  • LUCAS FEITOSA DOS SANTOS
  • AS CONTRADIÇÕES DO ESPAÇO RURAL DO MUNICÍPIO DE JAPARATUBA/SE: DA PRODUÇÃO DE COMMODITIES AOS ALIMENTOS AGROECOLÓGICOS
  • Advisor : SONIA DE SOUZA MENDONCA MENEZES
  • Data: Aug 24, 2022
  • Dissertação
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  • A agricultura brasileira é enfatizada pelo setor do agronegócio e da bancada ruralista no congresso como geradora de lucro e de desenvolvimento para a economia nacional. O seu valor de troca está relacionado, sobretudo, quando destinada à produção de commodities para o mercado externo, cotada nas bolsas de valores e em detrimento da produção de alimentos saudáveis destinados ao consumo humano. A partir da década de 1960 com o desenvolvimento da agricultura alicerçada no paradigma da Revolução Verde, incentivada por políticas públicas e financiamentos disponibilizados pelo Estado, ocorreram transformações mais aceleradas no espaço rural, assim como, contribuiu para a concentração de terras, de riquezas e de poder. À medida que avança o monocultivo de diferentes produtos (cana-de-açúcar, soja, milho), eleva-se o uso de agrotóxicos e sementes geneticamente modificadas e, em contrapartida, reduzem-se as áreas de produção de alimentos para o abastecimento interno, acentuando as problemáticas sociais e ambientais no campo com a expansão da agricultura comercial-convencional-industrial e/ou Agronegócio. Em contraposição ao modelo convencional-conservador de desenvolvimento da agricultura, emerge o paradigma da produção agroecológica baseada numa agricultura sustentável que visa o cultivo de alimentos saudáveis e sem a utilização de agrotóxicos, praticada pelos agricultores familiares camponeses organizados em entidades como a Via Campesina, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra — MST, Movimentos dos Pequenos Agricultores — MPA, Movimento Camponês Popular- MCP entre outros. Os movimentos sociais, acadêmicos e setores da sociedade civil defendem a produção agroecológica e ressaltam a importância da Segurança e da Soberania Alimentar dos povos para decidirem o que, onde e como produzir, criando alternativas ao sistema agroalimentar corporativo. Esta pesquisa se caracteriza como de abordagem qualitativa e, para o seu desenvolvimento, foram utilizadas referências como os livros, teses, dissertações e artigos que abordam a temática estudada. Paralelamente a revisão bibliográfica, realizou-se levantamento de informações e visitas de campo para as comunidades rurais na qual foram realizadas entrevistas com os agricultores familiares camponeses. A coleta de dados secundários foi extraída dos Censos Agropecuários de 2006 e 2017 e da Pesquisa Agrícola Municipal — PAM realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística — IBGE. Buscamos, por meio do território como categoria de análise geográfica, compreender as múltiplas dimensões, a produção dos elementos materiais e imateriais de reprodução dos sujeitos sociais estudados. Esta pesquisa também discute a produção agroecológica de alimentos no município de Japaratuba/SE, localizado no Território Leste Sergipano, as contradições, desafios e perspectivas para o cultivo de alimentos saudáveis, sem uso de agrotóxicos como estratégias de reprodução social e econômica dos agricultores familiares camponeses em contraposição ao avanço do modelo agroexportador de commodities da cana-de-açúcar, territorializado no recorte espacial estudado desde o período colonial.

  • RAIMUNDA JOYSSE PEREIRA DOS REIS NASCIMENTO
  • USOS DAS ÁGUAS DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PAGÃO EM UMBAÚBA-SE
  • Advisor : GICÉLIA MENDES DA SILVA
  • Data: Aug 22, 2022
  • Dissertação
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  • As questões a respeito da disponibilidade da água na superfície terrestre estão cada vez mais atuais. Desde o surgimento da vida na Terra que a água se constitui como elemento primordial à manutenção da vida. O avanço tecnológico adquirido pelo homem, de modo mais marcante no pós Revolução Industrial, tem possibilitado cada vez a exploração da natureza e de seus recursos, dentre eles a água. Esse consumo expressivo tem direcionado os olhares do mundo para discussões a respeito da preservação e manutenção de tão escasso recurso. O objetivo deste trabalho é identificar os usos atribuídos às águas da sub-bacia do rio Pagão em Umbaúba-SE. Adotamos para este trabalho as categorias Território, Paisagem e o recorte Bacia Hidrográfica, considerando que os usos das águas delimitam territórios e modificam as paisagens. Para a obtenção dos resultados a metodologia utilizada perpassou por etapas de pesquisa bibliográfica e documental, trabalho de campo e análise e construção de material cartográfico. Os resultados alcançados dão conta de que os usos da água na sub-bacia obedecem ao padrão de uso nacional, sendo a captação majoritariamente voltada aos usos agrícolas, abastecimento humano urbano, abastecimento humano rural, industrial além de usos não consuntivos como pesca e lazer. Os estudos realizados apontam ainda que os usos aplicados às águas da sub-bacia condicionam relações de conflitos de interesse. Deste modo, esperamos, com este trabalho, suscitar discussões relacionadas à gestão das águas e manutenção da rede de drenagem no município de Umbaúba e na sub-bacia como um todo.

  • LETÍCIA MENEZES SANTOS
  • COMERCIALIZAÇÃO DOS ALIMENTOS AGROECOLÓGICOS E ORGÂNICOS NOS CIRCUITOS CURTOS EM ARACAJU/SE
  • Advisor : SONIA DE SOUZA MENDONCA MENEZES
  • Data: Aug 22, 2022
  • Dissertação
  • Show resume
  • Nas últimas décadas, tem crescido o número de agricultores familiares camponeses envolvidos na construção de novas alternativas agroalimentares que respeitam não só o meio ambiente, mas também os saberes tradicionais. Além do aumento dos cultivos, observa-se, também, o surgimento de diferentes espaços alternativos para a comercialização dos alimentos. Tais estratégias fortalecem a diversificação da produção agrícola, assim como contribuem para a autonomia, soberania e segurança alimentar nutricional dos agricultores. Considerando a situação atual da realidade praticada pelos povos tradicionais, pelos movimentos sociais, que lutam pela terra e pelos debates acadêmicos propostos por profissionais da área, a agroecologia pode ser definida como um movimento contra hegemônico, numa perspectiva transdisciplinar, que vai muito além da aplicação de técnicas sustentáveis ​​para geração de recursos, tendo em vista incluir, também, princípios que integram homem e natureza. Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar a relevância e a dinâmica social, cultural e econômica dos agricultores familiares camponeses nos circuitos curtos de comercialização de produtos agroecológicos e orgânicos em Aracaju – SE. Para desenvolver este estudo, foi realizada a revisão bibliográfica com a leitura de teses, dissertações, livros e artigos científicos que abordam a produção agroecológica e os circuitos curtos de comercialização. Além da revisão bibliográfica, também realizamos pesquisa documental utilizando as bases e os documentos oficiais. De forma concomitante, foi realizada a pesquisa de campo nas feiras agroecológicas e nos mercados municipais, utilizando-se, como mecanismo, a observação participante, o registro fotográfico, o diário de campo e a entrevista semiestruturada, seguida da sistematização e da análise dos dados coletados. Ao considerar os resultados desta pesquisa, podemos concluir que a agroecologia avança no campo e na cidade. A necessidade de uma agricultura sustentável leva o homem a buscar novas estratégias para promover cultivos sustentáveis, “socialmente justo”, “economicamente viável” e “ecologicamente equilibrado”. Neste sentido, a agricultura agroecológica e orgânica praticada pelos agricultores familiares camponeses em Sergipe se apresenta como alternativa viável para cultivar alimentos, alicerçada por saberes e fazeres transmitidos por diferentes gerações, às quais contribuem na construção de novas formas de relações socioambientais, baseadas na cooperação, na solidariedade e no respeito à vida. Ademais, nos circuitos curtos, constata-se a demanda dos consumidores por estes alimentos nos espaços de comercialização e, na atualidade, por meio das redes sociais ou dos mercados digitais, mantendo o fortalecimento dos laços entre campo e cidade, a visibilidade dos grupos familiares, das associações, a efetiva atuação das redes de agricultores aos movimentos sociais e a relevância da agricultura agroecológica e orgânica para a reprodução social destes agricultores familiares camponeses.

  • JOYCE ALMEIDA SANTOS
  • A Barragem da Ribeira em Campo do Brito: um olhar a partir do abastecimento de água
  • Advisor : GICÉLIA MENDES DA SILVA
  • Data: Aug 22, 2022
  • Dissertação
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  • A região nordeste do Brasil é marcada pelos baixos índices pluviométricos. Um dos meios encontrados pelos habitantes da região para amenizar esta situação foi a construção de barragens e reservatórios. Esses represamentos das águas dos canais fluviais trazem consequências positivas e negativas à sociedade e ao meio ambiente. Dentre as positivas destacam-se o abastecimento de água, a dessedentação animal, a agricultura irrigada. Entre as negativas estão os impactos ambientais, perda de porções consideráveis da vegetação local, diminuição dos fluxos hídricos, contaminação das águas. A presente dissertação tem como objetivo analisar os usos das águas da Barragem da Ribeira em Campo do Brito e as consequentes modificações da paisagem. O foco da análise será sobre os múltiplos usos das águas do reservatório, com destaque para o abastecimento. Como caminho metodológico foram seguidas duas etapas: visitas a campo e pesquisa bibliográfica. Espera-se, como resultado do trabalho, oferecer uma melhor compreensão dos usos da água da Barragem da Ribeira no município de Campo do Brito e, consequentemente, subsidiar outros estudos desta natureza na região.

  • DÉBORA PAULA DE ANDRADE OLIVEIRA
  • NAS FISSURAS DO AGROHIDRONEGÓCIO BROTAM TERRITORIALIDADES DE ESPERANÇA EM MUCUGÊ-BAHIA
  • Advisor : SONIA DE SOUZA MENDONCA MENEZES
  • Data: Jul 27, 2022
  • Tese
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  • O objetivo desta tese é compreender as territorialidades de esperança criadas pelos agricultores familiares camponeses no contexto das transformações decorrentes da expansão do agrohidronegócio no município de Mucugê, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Busca-se analisar, sob a ótica dos sujeitos sociais da agricultura familiar camponesa essas territorialidades, compreendidas como estratégias alternativas à manutenção e reprodução social da vida, que tem como pilar o vínculo com identitário com o território e a dimensão simbólica do trabalho na terra, elaborada em suas práticas sociais cotidianas e com o saber-fazer aprendido nos contextos da comunidade e do grupo familiar no campo. A tese está ancorada na análise qualitativa e crítica da realidade. No que tange aos aspectos de ordem teórico e metodológica, o território foi elencado como categoria central de análise, atrelado as discussões sobre territorialidade e identidade territorial, lidas como elos essenciais com o a dimensão vivida do território. Para refletir no plano conceitual sobre as territorialidades de esperança, sedimentou-se no entendimento do esperançar como movimento da luta coletiva e da organização das pessoas em prol do bem comum. A discussão teórica acerca da questão agrária e do agrohidronegócio foram alicerçados na leitura das contradições intrínsecas a reprodução e expansão das contradições do capitalismo no campo. Paralelamente, buscou-se sistematizar dados secundários relativos às condições sociais de vida da população local, além da elaboração de mapeamentos e pesquisas de campo in locus, que envolve observações diálogos e vivências, além da realização de entrevistas semiestruturadas. Na leitura da realidade em questão, constatou-se que o agrohidronegócio transformou os territórios rurais de Mucugê, impondo lógicas capitalistas de trabalho na terra. Além das repercussões sociais, relativas à exploração e precarização da força de trabalho no campo, verificou-se também a degradação dos ambientes com os riscos de contaminação dos recursos naturais com as aplicações dos agrotóxicos usados nas lavouras do monocultivo de batata inglesa. A implantação da barragem do Apertado, em 1998 acentuou o processo de dominação territorial e concentração fundiária no município, de modo a reduzir o território destinado a agricultura familiar, que mesmo em condições tão desfavoráveis, r-existe. Nessa r-existência persistem formas alternativas de trabalho e vida pautados na sociabilidade camponesa, com iniciativas agroecológicas e de economia solidária baseado no trabalho coletivo nas comunidades rurais. Os índices socioeconômicos locais repercutem as contradições sociais intrínsecas ao agrohidronegócio, nos quais foi possível comprovar que a enunciada riqueza e o desenvolvimento proclamado pelos defensores do agrohidronegócio raramente têm contribuído para a melhoria das condições de vida da população local. A criação das territorialidades de esperança pelos sujeitos da agricultura familiar camponesa constitui-se como uma estratégia de reprodução social e permanência nos seus territórios de vida e trabalho no campo.

  • FRANCIELY SANTOS CUNHA
  • A produção capitalista no/do espaço rural-urbano: o caso do Povoado Flechas em Itabaiana/Sergipe
  • Data: Jun 30, 2022
  • Dissertação
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  • A presente Dissertação tem como tema o estudo do processo de produção do espaço no modo de produção capitalista, através da articulação entre o mercado imobiliário e o capital financeiro em áreas periurbanas. Nesse contexto, em sua lógica de acumulação e ampliação do lucro, o modo capitalista de produção, necessita criar novos espaços, bem como adaptar e recriar espaços já existentes. A análise capitalista marxista sob a tríade: proprietários fundiários, incorporadores imobiliários e Estado na produção do espaço aponta para a transformação da cidade como negócio. Em seu processo de expansão, o capital faz uso de diferentes estratégias de ação. Em áreas rurais-urbanas, uma das formas encontradas pelo capital para continuar se reproduzindo é através da atuação do capital financeiro imobiliário, consequentemente, a especulação imobiliária promovida em áreas rurais altera as relações sociais e promove a alienação dos sujeitos na produção do espaço. A partir dessa perspectiva, o presente estudo tem como objetivo geral analisar o processo de expansão do capital financeiro imobiliário em áreas rurais-urbanas, tendo como área de estudo o Povoado Flechas em Itabaiana/SE. Nas áreas limítrofes ao referido Povoado, constatou-se nos últimos anos o lançamento e implantação dos Loteamentos Santa Mônica I e II. Tal empreendimento estabelece uma relação dialética no espaço rural-urbano, fomentada pelo processo de acumulação do capital. Para atingir o objetivo proposto optou-se pelo método materialismo histórico e dialético, que possibilita compreender como as contradições inerentes ao modo de produção capitalista se materializam na produção do espaço. Como procedimentos metodológicos, utilizamos a pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, trabalhos de campo e registros fotográficos. As transformações produzidas no espaço garantem a lógica de acumulação de capital, permitindo a continuidade do modo de produção capitalista, caracterizado por contradições e desigualdades impostas tanto ao campo como a cidade.

  • VICTOR DE SOUZA CARDOSO
  • A Embrapa na reprodução do capital no campo
  • Data: May 31, 2022
  • Dissertação
  • Show resume
  • Desde sua criação à contemporaneidade, a Embrapa perpetuou-se como sustentáculo da expansão capitalista no campo brasileiro, articulando e viabilizando os meios científico-tecnológicos necessários não somente para a garantia dos altos níveis de produtividade como também para assegurar as condições ideais da produção agropecuária. Para tanto, a empresa pública alterou suas estratégias, incorporando conceitos e práticas em seu repertório, à medida que surgiram novas demandas político-econômicas ao longo do tempo. Tais transformações não significaram uma modificação no seu objetivo principal, isto é: a agregação de competitividade do agronegócio brasileiro – mesmo que, nos últimos anos, à luz de signos como o do desenvolvimento rural, da inclusão social e da sustentabilidade ambiental. Nesse cenário, a presente pesquisa objetivou analisar a produção de ciência e tecnologia na reprodução do capital no campo sergipano através da Embrapa Tabuleiros Costeiros (CPATC). Para isso, o estudo foi fundamentado nos pressupostos teórico-metodológicos do materialismo histórico-dialético, operacionalizando-os por meio de dois instrumentos metodológicos, a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. À vista disso, os estudos realizados permitem afirmar a centralidade da Embrapa como ferramenta controladora, fiscalizadora e organizadora da pesquisa agropecuária pública nacional que, conjuntamente com o crédito e a extensão rural, permitem a continuidade da acumulação capitalista no campo. Em Sergipe, as ações do CPATC estão direcionadas especialmente – mas não somente – para algumas cultivares, como a cana-de-açúcar, os citros, o milho e, recentemente, a soja – essa última por meio da construção de uma nova fronteira agrícola para o Nordeste destinada a sojicultura e composta por parte dos munícipios dos estados de Sergipe, Alagoas e Bahia, a SEALBA. Por outro lado, em harmonia com as diretrizes gerais da empresa para a inclusão social dos considerados “não ajustados” à lógica mercantil, o referente centro de pesquisa passou a atuar na construção das formas alternativas de produção de base ecológica como instrumentos de inserção dos pequenos agricultores camponeses ao mercado.

  • BARTIRA ALVES DE MELO
  • DERIVAÇÕES ANTROPOGÊNICAS NO PADRÃO FITOFISIONÔMICO DO PARQUE NACIONAL SERRA DE ITABAIANA - SERGIPE
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Apr 22, 2022
  • Dissertação
  • Show resume
  • O Parque Nacional Serra de Itabaiana (PARNASI) é um exemplo de paisagem heterogênea modelada por agentes tanto geológicos quanto antrópicos. Situado em uma área de transição entre Domínio Florestal Atlântico e a Caatinga, o parque é ocupado em sua maior área por serras da faixa de dobramento sergipana (Meso/Neoproterozoico) . Essa configuração associada ao uso do solo para atividades agropecuárias e de mineração testemunha o modelado da paisagem atual. Ainda que as morfoestruturas das serras que compõem o parque indiquem semelhanças, sua fitofisionomia não testemunha essa vinculação genética. Acredita-se que, dentre outros fatores, o padrão fitofisionômico esperado para as serras pode ser influenciado pela dinâmica de uso e ocupação do parque e do entorno. Assim, tem por objetivo geral, estabelecer os padrões fitofisionômicos através das alterações entre as áreas core e ecotonais do Parque Nacional Serra de Itabaiana. Desse modo, a pesquisa seguiu quatro etapas de procedimentos: Determinação dos limites dos Sítios; Determinação dos limites dos Estados; Descrição dos atributos biofísicos e de uso da terra nas parcelas; Produção de perfil esquemático dos perfis topográficos. Com a conclusão da pesquisa, pode-se corroborar a hipótese de que a interferência das formas de usos da terra no PARNASI exerce papel decisivo nas alterações dos padrões fitofisionômicos da área. Observou-se também, a atuação da resiliência em áreas de ecótono, as quais são mais afetadas pelo fogo dos incêndios florestais.

  • PAULO ADRIANO SANTOS SILVA
  • A TERRITORIALIZAÇÃO DO AGRONEGÓCIO DO MILHO TRANSGÊNICO NO MÉDIO SERTÃO SERGIPANO
  • Advisor : DEAN LEE HANSEN
  • Data: Mar 22, 2022
  • Tese
  • Show resume
  • Sob a égide do agronegócio, a produção de milho transgênico tem se expandido territorialmente em Sergipe, impulsionada pela atuação sistemática do Estado, na difusão das políticas de crédito e no incentivo ao uso dos pacotes tecnológicos. A expansão deste modelo produtivo de milho, baseado na lógica do mercado de commodities, tem acelerado o processo de territorialização do capital monopolista no campo, e, por conseguinte, ampliado contradições de viés produtivo, financeiro e ambiental. Com isso, o objetivo desta pesquisa é analisar o processo de territorialização do agronegócio do milho e a constituição de novas configurações na dinâmica produtiva da agricultura, tendo como lócus de pesquisa o Território do Médio Sertão de Sergipe. Para alcançar este objetivo, utilizou-se o método “circular-interativo”, ancorado na abordagem quantiqualitativa, e respaldando-se nos seguintes procedimentos metodológicos: levantamento bibliográfico; pesquisa documental; trabalho de campo; sistematização e análise dos dados primários e secundários; e reflexão dos resultados. Além disso, adotou-se, durante a pesquisa empírica, a técnica “snowball”, criada por Bailey (1994), para facilitar o processo de identificação dos sujeitos da pesquisa. Nesse contexto, constatou-se que o recrudescimento da produção de milho transgênico, no Médio Sertão de Sergipe, configura-se como reflexo de um macroprojeto estrutural do agronegócio, que se territorializou nessa área com o intuito de ampliar capital e retroalimentar outros setores produtivos, a exemplo do setor granjeiro e industrial. Baseando-se em um modelo de commodities, o agronegócio sedimentou terreno para a entrada do capital agroindustrial e financeiro, neste território. Se por um lado, a edificação da produção de milho acarretou o aumento exponencial dos índices de produtividade, por outro, ela também ocasionou o aumento da dependência dos pacotes tecnológicos, a ampliação do desmatamento e dos riscos de contaminação pelo uso indiscriminado de agrotóxicos. Para além dos problemas de ordem ambiental, a territorialização do agronegócio do milho desencadeou processos de destituição de valores sociais, culturais e produtivos, outrora presentes nos hábitos alimentares e no modo de vida do povo sertanejo. Diante disso, concluiu-se que, toda construção política, ideológica e econômica, orquestrada pelo Estado, nas suas diferentes instâncias e organizações, foram instituídas, no Território do Médio Sertão sergipano, com o intuito de alavancar a produtividade de milho e ampliar o ganho de capital das empresas monopolistas, integrando-o ao macroprojeto de uma economia agrícola mundializada.

  • JOYCE KELLY DE JESUS SANTOS
  • Habitação popular na cidade capitalista: luta por moradia e MTST em Aracaju
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Mar 14, 2022
  • Dissertação
  • Show resume
  • A emergência do modo de produção capitalista ocasionou mudanças na sociedade. O desenvolvimento da indústria fez nascer um proletariado moderno que chegara as cidades despossuído para vender a sua força de trabalho. Tal processo trouxe impactos para a urbanização que passou a atender a lógica de acumulação de capital e precisou incorporar a massa de trabalhadores na sua dinâmica. Na cidade, existem várias contradições que refletem o modo de produção capitalista, sendo a moradia uma delas. Desse modo, o processo de urbanização moderna foi permeado de resistências e luta dos trabalhadores pelo direito à moradia. Atualmente no Brasil, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) cumpre o papel de organização da luta por moradia em vários estados e se firma como o maior movimento social na luta por habitação. O MTST, por meio de suas ocupações, produz o espaço urbano da cidade capitalista em uma lógica contra-hegemônica àquela imposta pelo capital, uma vez que, para esse movimento, a cidade, antes de se constituir o espaço da reprodução do capital, é onde ocorre a reprodução de vida. Como forma de luta para garantir o direito à habitação, em 2017, o MTST começou sua organização em Aracaju/SE, com atuação a partir das ocupações mapeadas na Zona Norte e na Zona Sul da cidade. O objetivo geral desta pesquisa é analisar a habitação popular no desenvolvimento da cidade capitalista. Para tanto, a fim de desvelar o fenômeno da luta dos trabalhadores por moradia em suas conexões com a exploração da classe trabalhadora e como parte da estrutura social capitalista, a pesquisa se funda no materialismo histórico e dialético, lançando mão da categoria geográfica, produção do espaço. Foram adotados os seguintes caminhos metodológicos: estudo de teorias que corroboraram com a fundamentação do trabalho, revisão do estado da arte do temário, pesquisas de campo, com aplicação de entrevistas semi-estruturadas, mapeamento das áreas de atuação do movimento, sistematização e análise das informações coletadas na pesquisa. Isso posto, a espacialização do MTST em Aracaju revela que a falta de moradia é um dado da realidade material no município, presente entre os trabalhadores mais pobres e precarizados. As ocupações se dão por esses trabalhadores em áreas mais pobres, o que reflete a organização da sua base social.

  • JOSÉ DANILO SANTANA SILVA
  • A GEOGRAFIA E A DISSIMULAÇÃO DA CRISE ESTRUTURAL na trilha do agronegócio e da barbárie
  • Data: Feb 25, 2022
  • Tese
  • Show resume
  • A inauguração histórica de período permanente de crise no sistema do capital marca uma catastrófica mudança no ritmo de acumulação. O processo de crise em seu atual estágio não representa mais um período de ajustes inerentes e necessários ao próprio sistema, no último meio século foram ativados os limites absolutos do capital de forma que todas as crises estão ancoradas numa única crise de caráter estrutural e que põe em xeque as bases que sustenta o sistema. A crise estrutural não pode ser mais ignorada, apesar de ser politicamente, economicamente, ideologicamente ou estrategicamente subdimensionada. Atualmente na Geografia, no que pese sua diversidade de abordagens e metodologias, a crise ora é internalizada como parte da sua própria constituição enquanto ciência, ora como caminho a ser superado pelo planejamento ambiental e o reordenamento territorial, ou se torna um processo desprezado face o carisma pelo culturalismo e as pautas estritamente identitárias. Por diferentes caminhos, a Geografia atua na dissimulação da crise estrutural. A economia financeirizada e em constante crise tem promovido alterações substanciais na desregulamentação das economias nacionais, impondo severas políticas de austeridade para os trabalhadores, afiançando - através do Estado - a precarização e superexploração da força de trabalho, solapamento as políticas sociais e acelerada degradação da natureza em várias partes do mundo. No Brasil, a financeirização da economia avançou também sobre o campo e encontrou no agronegócio uma forma de lucrar através do processo especulativo. Foi no curso da Revolução Verde que a agricultura financeirizada irá se desenvolver com base na tríade Estado-capital-mercado, adotando pacotes tecnológicos que gradativamente tornaram a produção do campo dependente e subordinada aos monopólios mundiais. O trator e o uso de fertilizantes NPK iniciaram esse processo que hoje tem como base o uso de agrotóxicos e sementes transgênicas. No mesmo lado da moeda, a máxima especulação financeira no mercado de commodities, bolsas de mercadorias e de futuro, fundos de renda fixa das LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) e das CRAs (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) e Fundos de Investimento para o Agronegócio. Em nossa tese entendemos que a estratégia do capital em garantir o controle direto ou indireto da produção está alicerçado na verdadeira natureza do agronegócio que é o processo especulativo e não a produção em si. Paradoxalmente, decorre daí a incansável preocupação do agronegócio em propagandear a exaustão que é produtivo, o “Agro é Tudo”. O real processo de lucro do agronegócio não está preocupado com seu caráter destrutivo uma vez que a fluidez da especulação possibilita um rápido deslocamento dos investimentos para qualquer parte do mundo. O modelo do agronegócio é o resultado da universalização da barbárie promovido pela crise estrutural do capital: destruindo a natureza, violentando a força de trabalho e especulando todas as esferas da vida no planeta até o máximo esgotamento.

  • FELIPE SANTOS SILVA
  • PARA ALÉM DO PLANTAR E DO COLHER: SABERES E (RE)EXISTÊNCIAS DOS AGRICULTORES GUARDIÕES DE SEMENTES CRIOULAS
  • Data: Feb 24, 2022
  • Dissertação
  • Show resume
  • Os modos de vida tradicionais e rurais são lastreados pela resistência cultural e simbólica em diferentes territórios. Ao observá-los em solo alagoano, percebeu-se uma consistente organização social no entorno dos Bancos Comunitários de Sementes (BCS) e, com isso, as territorialidades na busca pela salvaguarda desses organismos vivos. Nesse contexto, esta dissertação tem como objetivo compreender as estratégias dos agricultores guardiões de sementes crioulas para a construção de territórios alternativos de saberes e de (re)existências, pois se entende que esses sujeitos são guardiões de saberes, herdam essas sementes por gerações e (re)existem pelo cuidado diante das forças globalizantes que buscam dominar territórios rurais e tradicionais em diferentes partes do globo. Na busca dessa compreensão, foram traçados os seguintes objetivos específicos: (i) discutir o território como espaço político, social, simbólico e cultural, construtor de pertencimento e identidades; (ii) identificar as práticas dos agricultores guardiões para com as sementes crioulas; (iii) distinguir os significados materiais e imateriais das sementes crioulas para os agricultores guardiões e (iv) apreender os sentidos de ser agricultor guardião. Esta pesquisa elege o enfoque qualitativo para atingir a compreensão do fenômeno em estudo e desvelar o universo de sentidos criados no bojo das tessituras territoriais dos agricultores guardiões de sementes crioulas. Dentre os procedimentos, técnicas e instrumentos adotados estão: observação, revisão da literatura, pesquisa documental, roteiro de observação, roteiro de entrevista, diário de campo, levantamento fotográfico, gravação de áudio, transcrição e análise de conteúdo. Com os balizamentos filosóficos fundantes, foram encontrados a sociedade de consumidores (BAUMAN, 2008), como reflexo do modo de produção capitalista, e o modo-de-ser-cuidado (BOFF, 2004), como opção ao imperativo social que tem levado o planeta Terra ao atual estágio de degradação e crise civilizacional. Essas bases permitem uma análise da complexidade da sociedade contemporânea e enfatizam o modo de ser dos agricultores guardiões de sementes crioulas como exemplo de cuidado perante a sociedade e a natureza. As sementes crioulas fazem emergir desses territórios alternativos diversas territorialidades pela salvaguarda das sementes e pelas estratégias de (re)existências fundadas cuidado. A perseverança dos agricultores guardiões de sementes crioulas gera uma ética social em defesa da natureza, permitindo uma alimentação saudável, nutritiva, diversificada e afetiva com a Mãe Terra, e, nesse contexto, se cria um elo entre os agricultores e as sementes crioulas.

  • JÚNIO ANDRADE MENEZES
  • PREVIDÊNCIA SOCIAL COMO ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR NO ESPAÇO RURAL DO AGRESTE CENTRAL SERGIPANO
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Feb 23, 2022
  • Dissertação
  • Show resume
  • O espaço rural no Brasil apresenta relações dinâmicas e heterogênicas, sendo os agricultores familiares os atores sociais de maior destaque. Os respectivos atores, muitas das vezes, ficam à mercê das precárias políticas públicas ou privados de acessarem direitos sociais. Nesse contexto, os atores sociais que hoje são classificados como agricultores familiares passaram meio século segregados de acessarem um sistema previdenciário justo e democrático no país. Diante disso, o presente trabalho buscou refletir num viés empírico-analítico, os efeitos da previdência social na reprodução dos agricultores familiares no espaço rural do Agreste Central Sergipano. Os procedimentos metodológicos perpassaram por reflexões teóricas, levantamentos de dados secundários no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e trabalho de campo. No ano de 2020, eram pouco mais de 9,6 milhões de atores sociais com benefícios previdenciários rurais ativos no Brasil, sendo mais da metade do sexo feminino. Além disto, os agricultores familiares correspondem a aproximadamente 30% da clientela existente atualmente na previdência brasileira. O Nordeste do país é o recorte espacial com maior percentual de agricultores familiares com benefícios no INSS. No estado de Sergipe, eram 211.319 aposentadorias ativas em abril de 2021 e destas, 53,3% eram rurais. A agência do INSS no espaço rural do Agreste Central Sergipano possui o maior percentual de benefícios rurais do estado e a segunda em montantes financeiros. A previdência social rural não é uma renda oriunda da produção agrícola, mas é fruto de anos de trabalho realizado na terra. Deste modo, não é uma política assistencialista ou de governo, mas um direito social constitucional e institucionalizado. A previdência social dissipa diversas melhorias socioeconômicas individualmente e coletivamente no espaço rural do Agreste Central Sergipano. A demora na análise dos requerimentos, burocracias, exigências fora da realidade produtiva de alguns agricultores familiares, judicialização e desmonte do INSS por medidas neoliberais adotadas pelo governo atual, são alguns dos entraves institucionais e sociais que dificultam o acesso dos agricultores familiares ao sistema previdenciário rural brasileiro.

  • FERNANDA MONTEIRO
  • DESENHO URBANO NA PERSPECTIVA DA SUSTENTABILIDADE DAS PAISAGENS EM ARACAJU/SE
  • Data: Feb 17, 2022
  • Dissertação
  • Show resume
  • contribuído para uma sequência de degradação das paisagens no que se refere à sustentabilidade urbana. Neste sentido, esta dissertação desenvolve-se ancorada pela seguinte questão: o desenho urbano visto como instrumento estruturador de uma boa forma de cidade, tem a perspectiva de influenciar as dinâmicas territoriais e contribuir para a qualidade urbano ambiental? Diante das recorrentes situações de enchentes e alagamentos da cidade de Aracaju, e a heterogeneidade de qualidade das paisagens que margeiam os rios inseridos nos limites territoriais municipais, influenciados pela desordenada ocupação antrópica, foram selecionadas duas áreas da capital sergipana, entrecortadas por cursos d ìáguas derivados do Rio Sergipe, com o seguinte objetivo geral: analisar o desenho urbano de duas áreas de Aracaju na perspectiva da sustentabilidade das paisagens e das diretrizes de uma cidade caminhável (walkability cities). Neste sentido, foram elaborados os seguintes objetivos específicos: (i) mapear o desenho urbano das áreas selecionadas; (ii) conhecer as dinâmicas territoriais das áreas estudadas; (iii) identificar as características socioambientais das áreas de estudo; (iv) propor planos de ações na perspectiva de melhoria ambiental em função da sustentabilidade urbana. Esta pesquisa fundamenta-se teoricamente nas categorias espaço geográfico e paisagem, avança para conceituações sobre o desenho urbano e alinha-se às diretrizes de cidades sustentáveis mediante o entendimento da cidade como um ecossistema urbano para respaldar o planejamento ambiental. Insere-se, ainda, na discussão sobre as cidades caminháveis e sustentáveis para concatenar à sustentabilidade das paisagens urbanas. Em relação aos aspectos metodológicos, respalda-se na abordagem sistêmica, segundo as reflexões de Suertegaray (2018), e apresenta caráter qualitativo, somado ao uso de índices quantitativos. Para isto, inicia-se com um trabalho pré-campo, fazendo uso de um diário de pesquisa, e prossegue com os seguintes instrumentos metodológicos utilizados no trabalho de campo: i) pré-campo e diário de pesquisa para observações e anotações referente às primeiras impressões da área de estudo e conhecimento das dinâmicas territoriais; ii) trabalho de campo com preenchimentos de quadros e mapas para mensurar indicadores da trama urbana ancorado nos parâmetros de cidades caminháveis; iii) registros fotográficos e classificação do estado degradativo da paisagem a partir dos critérios de Rodriguez et al. (2017) para sequência de análise de degradação dos geossistemas; e iv) uso do sistema SIG para espacialização das tipologias referente ao estado ambiental das paisagens registradas e dos indicadores de caminhabilidade pertinentes. Em síntese, os indicadores de desenho urbano, na proposta de cidades caminháveis, e a repercussão na qualidade das paisagens, foi notório nos resultados e discussões desta dissertação, tornando-se possível fundamentar o desenvolvimento de planos de ações que possam intermediar as competências de manutenção e preservação dos ecossistemas urbanos.

  • LUANA PEREIRA LIMA
  • PROCESSOS E FEIÇÕES GEOMORFOLÓGICAS NA FAIXA DE DOBRAMENTOS SERGIPANA DO DOMÍNIO VAZA-BARRIS
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Feb 17, 2022
  • Tese
  • Show resume
  • A leitura da paisagem na concepção geomorfológica, além de ser dinâmica, representa a interação entre os componentes físicos, bióticos e antrópicos. Ela é, portanto, uma herança de processos que atuaram ao longo do tempo, condicionando estruturalmente as incidências sobre as formas e, a partir das variações climáticas, intensificando e tipificando o desgaste e modelação. Diversas Teorias e abordagens geomorfológicas genéticas e evolutivas auxiliaram na interpretação da paisagem poligenética e morfologia atual do Domínio Vaza-Barris. A pesquisa visou analisar os processos evolutivos na dinâmica geomorfológica da paisagem do Domínio Vaza-Barris, levando-se em consideração a natureza interativa dos componentes ambientais no condicionamento da morfogênese, morfodinâmica e morfoescultura. Para cumprimento dos objetivos no decorrer da investigação, utilizou-se a Teoria Geral dos Sistemas como abordagem metodológica articulada com a proposta elaborada por Libout (1971), que define os quatro níveis da pesquisa geográfica e direciona as etapas em uma sequência compreensível para a apresentação dos resultados. Em termos gerais, a pesquisa consistiu na compilação dos dados existentes e na aquisição de novos dados, no tratamento e interpretação dos dados necessários a elucidação dos fatos, na sistematização dos resultados, e na síntese conclusiva. Os procedimentos metodológicos em fases distintas seguiram os níveis compilatório, correlativo, semântico e normativo. Os elementos físicos-naturais condicionantes do relevo acham-se expressos na paisagem do Domínio Vaza-Barris através da geologia, marcada por dobras e fraturas provenientes das zonas de cisalhamento; do clima, classificado em úmido litorâneo, subúmido de transição e semiárido; dos tipos de solos que vão de incipientes e a bem desenvolvidos; e da cobertura vegetal, que varia de ombrófilas a estacionais. Os índices morfométricos e morfoestruturais extraídos revelaram a intensidade da atuação da rede de drenagem em consonância com a estrutura, culminando na denudação e na diferenciação do relevo do Domínio Vaza-Barris. Conclui-se, portanto, que a análise dos condicionantes e dos índices, resultaram na compartimentação geomorfológica, sendo identificada a morfoestrutura Remanescente das Raízes de Dobramentos; a região geomorfológica Baixos Planaltos Marginais à Bacia Tucano-Jatobá; e a unidade geomorfológica Tabuleiro Dissecado do Vaza-Barris. Em quarta ordem de grandeza, foram identificados os modelados de acumulação (Rampas de Colúvio); dissolução (Colinas cársticas, Cristas Cársticas e Poljer); aplanamento (Superfícies Aplanadas suavemente onduladas, Superfícies Aplanadas parcialmente conservadas e Rampas em pedimentos); e dissecação (Serras Baixas, Serras Residuais, Superfícies Dissecadas em colinas e feições estruturais, Superfícies Dissecadas em metacalcários, Superfícies Dissecadas em colinas, Superfícies Dissecadas em colinas e morros baixos, Tabuleiros Dissecados e Vales Estruturais).

  • FERNANDA FLORES SILVA DOS SANTOS
  • CLIMA E DOENÇAS TROPICAIS NEGLIGENCIADAS NO ESPAÇO URBANO DE ARACAJU/SE
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Feb 16, 2022
  • Tese
  • Show resume
  • A preocupação sobre a dualidade saúde-doença do homem é historicamente antiga. Já a vinculação entre clima e saúde remonta desde a antiguidade clássica e foi evoluindo cientificamente de acordo com o tempo e espaço analisado. Em decorrência de uma nova condição de sociedade urbanizada intensificada ao longo do século XX agregando modificações nas características atmosféricas, é que a interação entre clima e sociedade passou a obter mais notoriedade. Nessa perspectiva, a pesquisa visou analisar a ocorrência e distribuição dos casos de Leptospirose e Dengue no espaço urbano de Aracaju, levando-se em consideração os aspectos climáticos e os fatores socioambientais intervenientes no período 2000 a 2019. Para cumprimento dos objetivos no decorrer da investigação, utilizou-se a Teoria Geral dos Sistemas como método de abordagem, articulada com o modelo de Análise Rítmica desenvolvido por Monteiro (1976). Os procedimentos metodológicos em fases distintas, basearam-se na incidência, técnicas estatísticas de correlação (r), estimador de densidade de Kernel e indicadores sínteses de vulnerabilidade socioambiental, possibilitando, através da Cartografia Digital, a espacialização em mapas temáticos das doenças confirmadas pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificações (SINAN). Dentre outros resultados, observou-se aumento de casos de Leptospirose no período outono/inverno, nos meses de abril, junho e julho, considerados os mais chuvosos, sobretudo pela propagação da Frente Polar Atlântica e outros sistemas atmosféricos que exercem ação direta na costa litorânea do município de Aracaju. Embora a influência climatológica tenha se mostrado perceptível, o fator socioeconômico nas zonas de risco classificadas, demonstrou ser um dos mais preponderantes na configuração espacial da doença. No caso da dengue, a relação de incidência não se mostrou tão clara, visto que nem sempre as áreas de maior risco epidemiológico culminaram nas maiores ocorrências da enfermidade, evidenciando que os fatores socioambientais tiveram um peso sobre as incidências, mas não foram determinantes. Sob o ponto de vista climático, constatou-se que Aracaju possui condições favoráveis durante todo o ano a propagação dessas doenças de veiculação hídrica, pois estatisticamente houve correlação de moderada a forte entre os elementos climáticos e as ocorrências tanto para a Leptospirose, quanto para a Dengue. Conclui-se, portanto, que os condicionantes socioambientais das doenças podem servir de contribuição para planejamentos de políticas públicas a fim de realizar ações preventivas considerando os fatores de risco existente no espaço urbano de Aracaju que favorecem a disseminação das enfermidades e que são desiguais, atingindo em proporções diferentes a saúde dos citadinos.

  • THIAGO LIMA SANTANA DUARTE
  • EVENTOS EXTREMOS DE CHUVAS EM BARRA DOS COQUEIROS/SE: Circunstâncias e resiliências.
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Feb 2, 2022
  • Dissertação
  • Show resume
  • O estudo do clima urbano (Monteiro, 1976) em sua análise rítmica tem servido de referência para compreender como as alterações na dinâmica socioespacial de áreas urbanas alcançam os sistemas atmosféricos e como os seus efeitos afetam, sobretudo, a vida em sociedade. Localizado na faixa litorânea do estado de Sergipe, o município de Barra dos Coqueiros, foco de análise do presente trabalho, tem seu espaço urbano expandido desde a década de 2000 e permanece, nos dias atuais, atraindo atividades econômicas, prestações de serviços e, principalmente, migrantes motivados pela especulação imobiliária. Com predominância do clima tropical quente e úmido, a ocorrência de eventos pluviais extremos concentrados no outono e no inverno é motivada pela influência da ZCIT e dos DOLs; como consequência, as precipitações produzem pontos de alagamento pelo sítio urbano devido à topografia plana. Por ser margeada pelos rios Sergipe e Pomonga, a influência dos fluxos e refluxos das marés de sizígia também contribui com a ocorrência de inundações na cidade. Diante dessa situação, oriunda da urbanização de Barra dos Coqueiros e de falhas na rede de drenagem (que impede o escoamento do acumulado de chuva), a população expõe-se aos riscos híbridos que se intensificam nos espaços sociais e ambientalmente vulneráveis, ocupados pelos habitantes de menor padrão socioeconômico, a exemplo daqueles que residem na região central, ao longo do canal Guaxinim e na periferia semiestruturada da cidade, nos setores Atalainha, Travessa dos Pedreiros e em lugares pontuais do bairro Atalaia Nova. A partir de tal contexto, ressalta-se a percepção dos moradores em relação ao clima e aos impactos sobre os espaços da cidade e sobre o cotidiano da vida social. Nesse caso, as chuvas são vistas como um problema para parcela dos habitantes. Por fim, apresentam-se resultados consistentes sobre a vulnerabilidade e sobre os agravos na qualidade de vida, bem como medidas de resiliência ambiental adotadas para gerenciar a crise e aquelas que deveriam ser aplicadas para gerenciar os riscos híbridos que ocorrem em Barra dos Coqueiros. Esse estudo serve como exemplo para outras cidades menores; tais cidades devem ser analisadas com rigor acadêmico, a título do que ocorre em grandes centros urbanos. Com o intuito de alcançar os objetivos e de dimensionar os resultados, buscou-se fazer uso de uma metodologia quali-quantitativa com base sistêmica cujos procedimentos evidenciam as questões dessa pesquisa. Isso ocorreu pela revisão teórica, pelo levantamento cartográfico, pela documentação histórica e pelo trabalho em campo (com registros fotográficos e de jornais, com a aplicação de questionários, além da coleta de dados junto aos órgãos competentes).

2021
Description
  • SHEYLA FARIAS SILVA
  • CURRAIS E ROÇAS: O ESPAÇO AGRÁRIO DE ESTÂNCIA E PORTO DA FOLHA/SERGIPE (1850-1900)
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Dec 20, 2021
  • Tese
  • Show resume
  • A formação da estrutura agrária brasileira está fundada na concentração fundiária originada desde o período colonial com a política de sesmarias e reafirmada pela de Lei de Terras de 1850. Ao estudarmos a estrutura agrária brasileira nos oitocentos, é fundamental atentarmos para as formas de apropriação do solo e para as relações delas decorrentes, além de analisar o papel desempenhado pelas políticas e práticas de organização do território. Embasada na premissa de indissociabilidade entre o tempo e o espaço e nos fundamentos da Geografia Histórica, esta tese busca analisar as transformações ocorridas na configuração socioespacial de Sergipe durante o século XIX. Para melhor operacionalizar os dados a serem trabalhados nesta tese, elegemos como palco de investigação, a partir da disponibilidade das fontes e das condições geo-históricas, os municípios de Estância e de Porto da Folha como representantes, respectivamente, da região da Mata Sul e São Franciscana. Mediante consulta de fontes cartorárias, buscamos analisar as formas de apropriação jurídica da terra quanto às formas de propriedades e seus usos, bem como identificar os homens e as mulheres que viveram em Estância e em Porto da Folha entre 1850 e 1900 e por que escolheram tais espaços para viverem, quais relações estabeleceram com o espaço, como esses homens moldaram e foram moldados pelo espaço, quais atividades econômicas praticavam e que papéis sociais exerciam, assim estabelecendo um perfil desses moradores e a composição de suas fortunas. Ainda mapeamos os conflitos e as redes de sociabilidade e solidariedade construídas por esses homens. Este estudo nos permitiu desvendar os projetos econômicos, políticos, militares e simbólicos em jogo que, por diferentes vias, procuraram se consolidar. Assim como os interesses de classes, as diversas concepções políticas e econômicas, as relações de poder privadas ou do estado e a resistência de grupos marginalizados que se tornam evidentes nas formas espaciais.

  • GIVALDO SANTOS DE JESUS
  • Terra e trabalho: uma abordagem da Memória do espaço e da História rural do Sertão sergipano (1960-2018)
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Oct 29, 2021
  • Tese
  • Show resume
  • As transformações ocorridas no espaço rural, em função do avanço das relações capitalistas no campo, tem sido um objeto amplo para o desenvolvimento de estudos em diversos áreas das ciências. A Geográfica, por sua vez, tem procurado novas narrativas com bases teóricas e metodológicas no sentido de explicar os fatos que implicam na dinâmica e configuração do espaço. A presente tese tem como objetivo abordar as dimensões da questão da terra e do trabalho, reconstruindo a memória e a história rural, na perspectiva das mudanças e permanências da agricultura familiar no espaço rural do sertão sergipano, na trajetória de 1960 a 2018. Esta pesquisa tem um caráter geográfico e busca a interdisciplinaridade com a História. Em termos metodológicos, realizamos ampla revisão bibliográfica com autores clássicos e atuais sobre a temática trabalhada; aplicamos entrevistas por meio da metodologia da História oral temática com o objetivo de resgatar as memórias individuais e coletivas dos atores sociais que atuaram e/ou atuam no espaço rural do sertão sergipano e foram entrecruzadas com dados quantitativos e documentos oficiais como: Censos Agropecuários, Mensagens de Governo e jornais do período estudado. O sertão é uma região dinâmica com um vasto patrimônio político, econômico, social, cultural e ambiental com expressiva diversidade alimentada por um conjunto de memórias e representações sociais que nos permitem identificar a contraditória e histórica concentração fundiária, a partir do domínio pecuarista de algumas famílias, como Britto, Feitosa, Carvalho e Leite, e a luta dos trabalhadores rurais sem terra, organizada em um primeiro momento pela igreja católica e depois pelo MST para ter acesso a terra e garantir a sobrevivência em uma região do semiárido. As secas constantes obrigam o sertanejo a desenvolver algumas estratégias de convivência, destacando-se o plantio de palmas, silagem e armazenamento de água das chuvas em barragens e cisternas. E o Estado, por sua vez, atuou com o desenvolvimento de projetos de desenvolvimento como o Polonordeste, Sertanejo e o Chapéu de Couro, em que a maioria de suas ações acabaram incentivando o processo de modernização desigual e o crescimento da pecuária em detrimento da pequena produção familiar. A produção agropecuária no sertão sergipano passou por um processo de crescimento e crise, destacando-se a mandioca, o algodão, o feijão, o milho e o rebanho bovino, cada um com suas especificidades. No tempo presente, o agronegócio do milho tem avançado no sertão, beneficiando os grandes produtores e a produção de leite que, mesmo pulverizada entre os agricultores familiares, tem garantido a sua sobrevivência e permanência no campo. Na verdade, o acesso à terra, os investimentos em políticas públicas e o crescimento da produção de milho e da bacia leiteira têm proporcionado um desenvolvimento no sertão. E, mesmo desigual, tem apresentado crescimento e melhorias nas condições de vida do povo sertanejo. Um exemplo dessa realidade é o desenvolvimento registrado em Nossa Senhora da Glória nas últimas três décadas, considerada a capital do sertão e do leite. Portanto, a maior contribuição desta pesquisa foi construir um arcabouço histórico e geográfico sobre o desenvolvimento rural do sertão sergipano para que o sertanejo mantenha a luta pela sobrevivência e a valorização da terra como meio de produção e reprodução das unidades familiares.

  • TEREZA SIMONE SANTOS DE CARVALHO
  • A POLÍTICA DE FECHAMENTO DE ESCOLAS DO CAMPO COMO COROLÁRIO DA QUESTÃO AGRÁRIA BRASILEIRA
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Aug 27, 2021
  • Tese
  • Show resume
  • A educação destinada aos povos da zona rural, denominada de educação rural, historicamente negou o campo como espaço de reprodução social e espaço de produção de conhecimento, estando atrelada, desde os seus primórdios, aos interesses político-econômicos de cada época. A superação da educação rural emergiu da resistência dos movimentos sociais camponeses, que nos anos 1990, propuseram a educação do campo para pôr fim àquela educação distanciada do universo cultural dos sujeitos que ali vivem e contrária ao seu modo de vida. A educação do campo vem mostrar que esse espaço social produz vida e é capaz de ter um projeto de formação humana vinculado à cultura, enquanto produto do trabalho. Por sua vez, a década de 1990 foi marcada também por um projeto de Estado de fechamento das escolas do campo motivado por sua atuação recriadora da questão agrária no Brasil pautada unicamente em maior expansão do capitalismo nesse setor. Nesse contexto, a presente pesquisa teve como objetivo descortinar a relação entre a questão agrária brasileira e sua particularidade em Sergipe e o fechamento de escolas do campo, analisando as contradições e as resistências a esse processo. Foi realizada pesquisa quali-quantitativa, com base em levantamentos bibliográficos sobre a questão agrária brasileira, sobre a literatura da educação rural e do campo, da legislação pertinente a esta, bem como estudos junto ao Censo Escolar/INEP, no período de 1998 a 2020, das escolas rurais e urbanas, estaduais e municipais ativas e fechadas e do número de matrículas. As interpretações respaldadas pelo materialismo histórico dialético apontaram para um quadro persistente de fechamento das escolas rurais, sobretudo municipais, durante os anos investigados, no Brasil e em Sergipe. De 1998 a 2020, de acordo com os dados extraídos dos Censos escolares/INEP, no Brasil foram fechadas 83.718 escolas públicas (estaduais e municipais) localizadas no campo (67,3%). As regiões Sul e Centro Oeste registram o maior percentual de escolas rurais fechadas (70,6% e 70,2%); no Nordeste o percentual foi de 57,9%. Em Sergipe, o fechamento dessas escolas também é alarmante. Em 1998 haviam 1621 escolas localizadas na zona rural; no ano de 2020, foram encerradas as atividades de 865 escolas situadas no campo, o que equivale a uma redução de 46,6% das escolas. Dentre os territórios de planejamento do estado, o Alto Sertão concentra o maior número de estabelecimentos fechados (65,3), seguido do Centro Sul (51,5%) e do Médio Sertão (49,2). Merece destaque entre os municípios sergipanos, o de Nossa Senhora da Glória, que em 1998 tinha 45 escolas rurais e chegou em 2020 com apenas 5 unidades de ensino; um percentual de fechamento no período investigado de 88,9%. Destarte, o fenômeno do fechamento das escolas do/no campo no Brasil, acentuado desde a primeira década dos anos 2000, se configura como uma política de Estado ou como uma contra-política ao coincidir com o acirramento das lutas pelo direito à educação do e no campo por parte dos movimentos sociais que a concebem como uma forte arma de resistência ao processo de expropriação oriundo do avanço do capitalismo no espaço agrário. Com uma natureza vinculada à sustentação da relação capital-trabalho, que na particularidade do campo se materializa nas ações voltadas à expansão da agricultura capitalista e correspondente fortalecimento da concentração da terra, o Estado não só é responsável pelo fechamento de escolas que atendem aos filhos dos camponeses, negando o direito público a esse grupo social, como autoriza a irrefreável mobilidade do trabalho campo-cidade pelos filhos dos camponeses, obstando ainda mais a materialização do campo como espaço de vida e trabalho.

  • HUELITON DA SILVEIRA FERREIRA
  • A GOVERNANÇA NA GESTÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA AMAZÔNIA: O SNUC EM QUESTÃO
  • Advisor : LILIAN DE LINS WANDERLEY
  • Data: Aug 11, 2021
  • Tese
  • Show resume
  • Este estudo intitulado A GOVERNANÇA NA GESTÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA AMAZÔNIA: O SNUC EM QUESTÃO aborda as políticas públicas para criação e gestão de Unidades de Conservação (UCs), reguladas pela Lei 9.985/2000 que instituiu o SNUC-Sistema Nacional de Unidades de Conservação, incidente nas esferas da União, Estado e Município. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), das mais de 800 Unidades no território brasileiro, 56,5% estão sob a administração federal, 40% a estadual e apenas 3,5% sob a gestão municipal, abrangendo 15% da área continental do país e 26% da área marinha sob proteção especial. São analisados os modelos de gestão vigentes nos órgãos específicos, a estrutura e o aparato organizacional, político-administrativo e institucional adotados que geram reflexos na dinâmica da gestão territorial praticada nas 824 Unidades de conservação de diversas categorias, magnitudes e tipologia de espaços naturais e socioambientais na Amazônia Legal. Foram identificadas e classificadas as diferenças no arranjo institucional e político que implementa, instrumentaliza e operacionaliza as Unidades de Conservação, com o objetivo de caracterizar e confrontar, criticamente, cada modelo de gestão adotado e o aparato infraestrutural e superestrutural nos diversos níveis de governança ambiental e territorial. Focalizou-se os mecanismos e dinâmicas socioespaciais geradoras de diferenciação na organização territorial, em função dos modelos de gestão ambiental praticados nas variadas esferas de governo, dentro do arranjo político institucional de descentralização das políticas ambientais. Os procedimentos da pesquisa incidiram sobre a bibliografia específica, em documentos internos e relatórios divulgados, na coleta de dados primários em campo por prospecção amostral do universo de interesse, e em dados secundários estatísticos e cartográficos. O suporte teórico recaiu na ontologia do espaço geográfico enquanto sistema de objetos e de ações em um espaço geográfico híbrido, de acordo com o arcabouço de Milton Santos (1977), que desenvolve o conceito de formação socioespacial dialética, a partir do qual uma sociedade se torna concreta através do espaço produzido por ela em termos de estrutura, processo, função e forma. Foi aplicada a abordagem território- territorialidade às unidades de conservação enquanto espaços orientadamente protegidos e buscou-se ancoragem filosófica sobre governamentalidade em Foucault. De acordo com a conceituação de governamentabilidade como ferramenta teórica desenvolvida por esse autor na década de 1990, um conjunto de instituições, procedimentos, análises, reflexões, cálculos e táticas permitem exercer uma forma de poder específica e complexa que é governar. Ao longo do trabalho foi construída a base teórico-conceitual e metodológica, o delineamento específico e concreto do objeto proposto para estudo, e postulada, com base nas hipóteses estruturadas, a tese de que atualmente o Brasil não pratica um sistema nacional como proposto pelo SNUC, mas um sistema postulado em nível federal que se pode denominar “SIFUC”. Nesta tese desenhou-se a viabilidade de ajustar sistemas estaduais e municipais compatíveis com o SNUC e fomentar a sua necessária criação em Estados e municípios de forma eficiente e articulada com a governança do território nas diferentes escalas de planejamento interinstitucional e intersetorial, com vistas alcançar a proteção efetiva da biodiversidade, dos serviços ecossistêmicos e dos modos de vida dos moradores dessas Unidades e suas áreas de influência.

  • JULIANA LIMA DA COSTA
  • IR, VIR E RESISTIR: A Mobilidade do Trabalho Camponês em Itabaiana
  • Advisor : MARLEIDE MARIA SANTOS SERGIO
  • Data: Jul 30, 2021
  • Dissertação
  • Show resume
  • O processo circunscrito ao esvaziamento do campo no bojo do desenvolvimento do capitalismo como tendência mundial, segue no Brasil, particularmente, a partir da década de 1930. Nesse período, o Estado intensifica sua ação com o intento de uma maior inserção do país na dinâmica reprodutiva do capital, o que resultou em profundas transformações nas relações de trabalho e de produção no campo e na cidade. A base da economia até então agrário-exportadora, passa a ser, em sua concepção, urbano-industrial, não obstante frações significativas da burguesia de origem agrária continuarem vinculadas aos propósitos econômicos, políticos e sociais que consideravam a atividade industrial como perspectiva de superação do atraso. No interior da dinâmica espacial, registra-se uma progressiva redução da população do campo com o correlato e acelerado processo de urbanização. Constata-se, sobretudo a partir da década de 1960, uma mobilidade do trabalho cada vez mais intensa. Essa mobilidade, compreendida como um fenômeno que promove o deslocamento espacial, setorial e profissional do trabalhador, com o objetivo do Capital explorar sua força de trabalho e acumular excedente econômico, materializa sua condição de sujeição ao Capital. Partindo desse pressuposto, o objetivo da pesquisa é analisar a mobilidade do trabalho camponês em Itabaiana, haja vista o crescente número de camponeses que residem na cidade mas continuam a trabalhar em seus sítios. Buscou-se entender se tal fato faz parte do processo de desemprego estrutural que subordina o trabalhador, ou configura-se como uma forma de resistência do campesinato ao continuar reproduzindo seu modo de vida na terra, mesmo residindo na cidade. A partir do método de interpretação Materialismo Histórico Dialético, bem como dos procedimentos metodológicos próprios de uma pesquisa qualitativa, tais como, entrevistas e aplicação de questionários, foi possível analisar as singularidades presentes no contexto de expansão do capitalismo no campo. Observou-se que os motivos que levaram os camponeses a migrar para a cidade são diversos, haja vista que o campesinato é uma classe não homogênea e possui diferenciações. Mas, sobretudo, destaca-se a ausência efetiva da propriedade da terra, impossibilitada pelo aumento do valor das terras, resultante do processo de valorização e especulação. No recorte escolhido, a herança e o comodato predominam como forma de posse das terras. Desse modo, o terreno é fragmentado, e com o tamanho reduzido, muitas vezes acaba impossibilitando a reprodução de toda a família, o que resulta na ida para a cidade. Portanto, morar na cidade e trabalhar no campo tem se configurado como uma forma do camponês continuar se reproduzindo em meio a lógica do Capital que o subordina ao se apropriar da renda da terra como forma de acumulação, tornando esse bem natural uma forma de capital fictício.

  • ANDRESSA ARAÚJO SOUZA
  • O trabalho na indústria têxtil em Itabuna-Ba, no contexto da reestruturação produtiva
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Jul 29, 2021
  • Dissertação
  • Show resume
  • A pesquisa analisa os desdobramentos do trabalho têxtil pós reestruturação produtiva do capital, no município de Itabuna, na Bahia. Os anos de 1990 marcam a chegada das empresas Penalty e Triffil no município de Itabuna, como resposta ao ajuste espacial do capital e sua busca de condições favoráveis de acumulação. É nesse contexto que as empresas se espacializam com a proposta de geração de emprego e renda para o exército industrial de reserva associado à crise estrutural do capital, que se prolonga desde a década de 1970. Partiu-se de uma revisão da literatura sobre a ontologia do Trabalho e sobre as mudanças no mundo do trabalho no contexto da acumulação flexível para em seguida apresentar a reestruturação produtiva como pano de fundo da apropriação de espaços, tornando-os territórios de consumo do trabalho vivo precarizado. As empresas, que são importantes fontes de trabalho do município, na ânsia pela adequação à concorrência capitalista, vem promovendo nos últimos anos o enxugamento das respectivas fábricas, com demissões de trabalhadores e constante rotatividade do trabalho no seu interior, submetendo os que permanecem a pressões exercidas com o trabalho polivalente e flexível. As condições presentes no trabalho fabril apontam um processo de coisificação do trabalho, dadas as condições de ausência de direitos e submissão às regras impostas no cenário recente, que prejudicam principalmente as mulheres e ampliam as desigualdades de gênero. Assim, as marcas encontradas na nova configuração do trabalho são preocupantes, devido a inserção dos trabalhadora/es na lógica destrutiva que afeta todas as esferas da vida humana, e que dificultam sua organização por melhores condições de reprodução social.

  • CAMILA SILVA SANTOS
  • A multiplicação das chácaras e a questão agrária na segunda residência no município de Lagarto-Se
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Jul 29, 2021
  • Dissertação
  • Show resume
  • A pesquisa elucida o movimento de ocupação do espaço agrário na Unidade de planejamento do rio Piauí, no município de Lagarto-Se, a partir da presença e expansão de chácaras na década de 1990, e seus rebatimentos para a economia local camponesa. Tratam-se de terrenos, cujos usos como segunda residência, representam para os seus proprietários momentos de descanso da rotina de trabalho urbano ou a fuga do mundo do trabalho nos fins de semana, para em seguida realizar o retorno à vida criativa e laboral. Essa realidade se desenvolve em um país cuja concentração da terra é reconhecidamente uma questão estrutural, responsável por desigualdades de renda e poder e em um estado onde a minifundização se intensifica ano a ano, conforme confirmam os dados do Censo Agropecuário de 2017 (IBGE). Na área da pesquisa identificamos que as terras do entorno da Unidade de planejamento do rio Piauí são tradicionalmente ocupadas por unidades de produção camponesas, nas quais se desenvolvem a produção de cultivos alimentares e a presença dos citrus, tradicionalmente representativos da economia regional. Considera-se que a espacialização de chácaras como domicílios de uso ocasional em terrenos de alta valorização no campo, ajuda a aprofundar a questão agrária em Sergipe. Sua ocupação por trabalhadores que veem no campo um “refúgio”, e como estabelecimentos com área inferior a 1 há, expõe contraditoriamente a fragmentação da unidade de produção camponesa, a manutenção da estrutura fundiária concentrada no município de Lagarto e o não uso produtivo de terras férteis, meios de produção essenciais à reprodução da vida no campo.

  • RONIEX DA SILVEIRA
  • ANÁLISE INTEGRADA DA PAISAGEM DA SUB-BACIA DO RIO PAGÃO-GUARAREMA/SERGIPE: UM OLHAR PARA A FRAGILIDADE AMBIENTAL
  • Advisor : NEISE MARE DE SOUZA ALVES
  • Data: Jul 29, 2021
  • Dissertação
  • Show resume
  • Os processos naturais da dinâmica terrestre atuaram e atuam na elaboração das paisagens. Com o uso de técnicas na organização do espaço, os atores sociais as redimensionam e suas intervenções se repercutem nos componentes biofísicos. Na atualidade, há metodologias que permitem avaliar o estado do sistema ambiental e subsidiar o ordenamento territorial minimizando as consequências negativas. Assim, esse trabalho tem por objetivo analisar a paisagem da sub-bacia do rio Pagão-Guararema/SE com base na fragilidade ambiental, expressa na proposta teórico-metodológica de Ross (1994). Para isso, realizou-se pesquisa bibliográfica, levantamento de material cartográfico e trabalhos de campo. Constatou-se na paisagem a distribuição dos seguintes percentuais de área para classes de: Fragilidade Potencial – Muito Baixa: 0,62%, Baixa: 47,80%, Média: 49,01% e Alta: 2,46%; e, para Fragilidade Emergente – Muito Baixa: 4,83%, Baixa: 21,27%, Média: 71,43% e Alta: 2,46%. Portanto, predomina na sub-bacia a Fragilidade Ambiental de categoria Média. As unidades de paisagem, topos dos tabuleiros e fundos de vale apresentam classes de fragilidade Baixa e Muito Baixa devido ao fraco gradiente de declividade. Nos topos ele atenua o escoamento superficial e favorece a infiltração. Nos fundos de vale, ele interfere na dinâmica condicionada pela proximidade do lençol freático da superfície. Em ambas unidades os tipos de uso concorrem para desencadear processos que elevam a fragilidade. As vertentes e o modelado dissecado em colinas e espigões representam as unidades onde predominam as classes de fragilidade Média e Alta, em razão da maior declividade e processos de movimentos de massa, além dos tipos de uso – pastagem com alto pisoteio, solo exposto e cultivos sem manejo de práticas conservacionistas. Na foz do rio Pagão-Guararema, a planície fluviomarinha, os terraços fluviomarinhos e marinhos apresentam as classes de Baixa e Média fragilidade, favorecidos pela baixa declividade e composição textural. Estas são unidades sujeitas a permanente modificação por processos naturais do ambiente, e as intervenções humanas podem produzir desequilíbrios irreversíveis. Ainda na foz, onde ocorrem colinas cujos solos se encontram cobertos por floresta densa, prevalecendo as classes Muito Baixa e Baixa. Diante do estado das unidades de paisagem da sub-bacia do rio Pagão-Guararema cabe repensar o ordenamento das atividades produtivas de acordo com os limites dos componentes naturais e a forma como os atores sociais vêm se relacionando com esta paisagem.

  • LUIZ ANDRÉ MAIA GUIMARÃES GESTEIRA
  • A Territorialização do Capital Financeiro e as Multideterminações da Expropriação Capitalista no Litoral Norte Sergipano
  • Data: Jun 17, 2021
  • Tese
  • Show resume
  • O especulativo mercado imobiliário e a indústria do turismo, com toda as facetas que adquiriram na contemporaneidade, ganharam importância fundamental dentre as estratégias garantidoras do processo de reprodução capitalista. Como estratégias de expansão da acumulação, fetichizam a partir da possibilidade da apropriação privada e consumo da natureza, ao mesmo tempo em que encampam ideologicamente o discurso da sustentabilidade social e ambiental, dissimulando os intensos e deletérios processos que provocam de expropriação territorial. Seguindo a lógica capitalista dos ajustes espaciais, devido a seus atributos paisagísticos, o litoral norte do estado de Sergipe vem sendo inserido de forma progressiva desde meados da década de 2000 em um intenso decurso de especulação turístico-imobiliária fundamentalmente caracterizado pela ação funcional do Estado ao capital. Processo que teve como estopim a construção da Ponte que liga o município de Barra dos Coqueiros - porta de entrada do litoral norte sergipano - ao município de Aracaju, no ano de 2006, mas que inclui ainda uma série de outras mediações do Estado no sentido de fomentar a expansão do capital financeiro na região, a exemplo da projeção, construção e ampliação de diversas rodovias e demais infraestruturas de transportes nos municípios de Pirambu, Pacatuba e Brejo Grande, interligando todo o litoral norte de Sergipe, ao passo em que liga-o também ao turisticamente badalado litoral alagoano, ampliando de forma relevante as fronteiras da especulação turístico-imobiliária na região. Esse processo de expansão do capital vem promovendo, em conjunção à sua territorialização um pernicioso decurso de expropriação territorial das comunidades tradicionais locais, ao reduzir sobremaneira a oferta de terras disponíveis à atividade extrativista, ao precarizar as condições socioambientais de permanência e ao possibilitar ainda a demarcação de perímetros urbanos no espaço agrário de algumas dessas comunidades, viabilizando assim a possibilidade de cobrança de altas taxas de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) em algumas áreas desses municípios. Outrossim, a ação conjunta Estado, capital tem colocado em prática também um vultoso projeto de exploração de combustíveis fósseis no bojo da implementação do Parque Energético que viabilizará a Construção de um Complexo Industrial no entorno do Porto de Sergipe, acentuando sobremodo as vicissitudes socioambientais já materializadas na região. Dessa forma, o planejamento regional do Estado para a integração rodoviária e expansão turístico-imobiliária e industrial no litoral norte de Sergipe revela-se como o projeto de uma integração falaciosa, uma vez que na realidade tem por consequência a dissimulada desintegração das comunidades locais, ao inserir novas e deletérias sociabilidades no espaço agrário, produzindo o espaço de acordo com a lógica da expansão sociometabólica do capital, ou seja, a partir da segregação socioespacial e da apropriação privada e desmedida da natureza.

  • JOÃO PEDRO CELESTINO DOS SANTOS
  • OFÍCIO DA CARPINTARIA DE MÓVEIS EM ITABAIANA/SE: TRABALHO, MOVIMENTO E PERMANÊNCIA
  • Advisor : ANA ROCHA DOS SANTOS
  • Data: Mar 31, 2021
  • Dissertação
  • Show resume
  • O mundo do trabalho no século XXI é marcado pela permanente submissão do trabalhador, pela precarização, baixos salários, longas jornadas, informalidade e perda de direitos que foram conquistados através de lutas. Também é marcado pela ideologia neoliberal de individuação do sujeito e criação da ilusão de ser ele, patrão de si mesmo. Mergulhados nesse mundo de trabalho estão os ofícios mecânicos tradicionais que são capturados no modo de produção capitalista em suas nuanças, suas habilidades técnicas, seus saberes e fazeres. A carpintaria é um desses ofícios que permanece como atividade artesanal, mas que apresenta dinamismo e mudanças que são determinadas pela lógica da produção industrial capitalista. Assim sendo, o objetivo geral desta pesquisa é analisar o ofício da carpintaria de móveis mediante as mudanças no mundo do trabalho e da produção especializada de móveis em grande escala. A investigação da realidade da carpitnaria em Itabaiana-SE foi fundamentada no Materialismo Histórico e Dialético, método relevante para análise da prática social em sua concretude e determinações sociais e históricas. Os procedimentos metodológicos para o estudo da realidade concreta foram a pequisa qualitativa que permite o encontro com os sujeitos envolvidos na produção da carpintaria e realizadas entrevistas, aplicação de questionários e registro fotográfico, além da pesquisa em fontes secundárias que desvelaram o real. A investigação empírica, fundamentada no materialismo histórico dialético conduziu para desvelar a permanência deste ofício na contemporaneidade. A carpintaria subsiste, mas não é somente o carpinteiro que a produz. Este ofício está pautado pelas relações capitalistas de produção que reconfigura as técnicas, substitui as ferramentas manuais por máquinas, emprega novos mecanismos tecnológicos como os painéis de madeira reconstituída na confecção de mobiliário. Além disso, o carpinteiro de móveis já não é o único a produzir, também há os trabalhadores que vivem da produção moveleira como uma atividade, sem que representa um saber-fazer acumulado historicamente

  • MARCUS HENRIQUE OLIVEIRA DE JESUS
  • POLÍTICAS TERRITORIAIS NO LITORAL NORTE DA BAHIA: ENTRE OS MEIOS GEOGRÁFICOS E A AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA.
  • Data: Mar 30, 2021
  • Dissertação
  • Show resume
  • O Litoral Norte da Bahia (LNB) passa por diversas transformações socioespaciais que impactam a organização social do território usado e são responsáveis por diversos conflitos socioambientais em sua zona costeira. Essas mudanças foram motivadas: pelo processo de industrialização da região, iniciado em 1975; pelo processo de metropolização ocorrido em Salvador-BA vinculado ao aumento da urbanização e ao boom imobiliário; e por investimentos do capital turístico-imobiliário associados às políticas públicas governamentais para o desenvolvimento do turismo. Assim, o Estado se destaca como protagonista da produção do espaço por meio da concepção e execução das políticas territoriais (PTs). Neste sentido, esta pesquisa teve como objetivo analisar duas PTs propostas pelo governo do estado da Bahia (2000-2020) para transformar a região do LNB. Foi realizada Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) seguindo as diretrizes de Partidario (2007) e adaptando seus protocolos, elaborados para Portugal, à realidade brasileira e baiana. AAE é um instrumento desenvolvido para ajudar a avaliar o andamento das ações do governo e das empresas que impactam a dinâmica territorial. Sua relevância se justifica por considerar os aspectos socioambientais para tornar mais eficazes as políticas, planos e programas (PPPs) futuros. Associada a essa metodologia, a categoria geográfica de Santos (1998) território usado auxiliou nas críticas feitas aos dois PTs analisados e nas reflexões sobre a transformação do meio geográfico do LNB. Os resultados desta investigação demonstram o que é necessário para minimizar os danos ao ambiente costeiro. Observou-se durante esta pesquisa a necessidade de implantação de diretrizes para o uso e ocupação sustentável das áreas costeiras, que motivam os processos de planejamento e tomada de decisão. No entanto, há problemas de dois tipos nos instrumentos: em ambos, a continuidade, a sistematicidade e a avaliação permanente dos PTs são inconsistentes. Por outro lado, há questões relativas à boa governança em uma das propostas. Esta pesquisa pode subsidiar futuras políticas territoriais para a região estudada.

  • ANA MARIA SEVERO CHAVES
  • DINÂMICA GEOECOLÓGICA E CENÁRIOS POTENCIAIS PARA CONSERVAÇÃO DA PAISAGEM SEMIÁRIDA NA BACIA DO RIACHO SÃO JOSÉ EM PERNAMBUCO
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Mar 16, 2021
  • Tese
  • Show resume
  • O ambiente semiárido apresenta singular potencialidade no tocante aos recursos naturais, pois compreende o bioma único do Brasil, a caatinga, feições geomorfológicas que testemunham diferentes paisagens, as quais configuram equilibradas interações estabelecidas pelos componentes geoecológicos: geologia, solo, relevo, hidrografia, clima e vegetação. Essas interações dão forma e cor à superfície terrestre da Bacia do Riacho São José, a qual vem sendo apropriada e transformada pela sociedade em um sistema territorial, devido a construção do território nas interfaces das relações econômicas, políticas, ambientais e culturais. Por conta disso, ao longo do tempo, a paisagem semiárida agreste tem refletido o esgotamento dos modos de apropriação e usos feitos da Terra, o que vem causando problemas como desmatamento, substituição da vegetação primária por atividades agrícolas, aumento de processos degradantes como erosão, assoreamento dos cursos hídricos e interferência na dinâmica e funções ecológicas dos ecossistemas, o que afeta a prestação de serviços ecossistêmicos, entres outros processos de degradação ambiental. Nesse contexto, a presente pesquisa foi desenvolvida sob matrizes da Geografia Física Aplicada, tendo como objetivo “analisar a dinâmica geoecológica da bacia do Riacho São José, no Agreste de Pernambuco, para propor cenários prospectivos com fins para a conservação da paisagem semiárida”. Nessa intenção, a tese teve como método de estudo o hipotético-dedutivo, desenvolvido dentro da abordagem da análise integrada da paisagem, compreendendo trabalho de gabinete, atividades de campo e confecção de materiais cartográficos em ambiente de Sistemas de Informações Geográficas (SIGs), os quais possibilitaram a realização de diferentes procedimentos aplicados à geoecologia. Assim, os resultados apresentam as relações intrínsecas que configuram a paisagem semiárida da área de transição agreste, através da caracterização geoecológica da Bacia do Riacho São José (BRSJ); expõem a dinâmica fitogeográfica em suas estruturas horizontal e vertical, por meio da espacialização da vegetação pelo Índice de Vegetação Normalizada (NDVI), a construção de Pirâmides de Vegetação (PV) e a diversidade florística por meio de índices; abordou-se a evolução espaço temporal dos padrões e mudanças da cobertura da Terra e a relação entre usos antrópicos, o sistema territorial e a prestação de serviços ecossistêmicos; discorre sobre as interações dos componentes geoecológicos da bacia para a mensuração dos níveis de adequabilidade geoecológica aos modos de usos e cobertura da Terra e se construiu cenários prospectivos voltados para a conservação da paisagem em perspectivas realísticas e conservacionistas. Assim, acredita-se que as questões norteadoras foram respondidas ao longo dos capítulos e que a tese construída produziu resultados que refletem a dinâmica geoecológica da realidade estudada, pois, para construção de cenários futuros viáveis, se faz necessário conhecer o contexto geoecológico e socioambiental que compõem a bacia do Riacho São José. Logo, a pesquisa compreende um documento importante no tocante às propostas metodológicas aplicadas no estudo e ao planejamento ambiental em ambiente semiárido, pensando dentro das potencialidades e possibilidades paisagísticas do semiárido.

  • ANTONIO MARCOS PONTES DE MOURA
  • EFEITOS DO PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS – PAA, NO ESTADO DE ALAGOAS NA PERSPECTIVA DO DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL RURAL.
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Feb 26, 2021
  • Tese
  • Show resume
  • O Programa de Aquisição de Alimentos – PAA é um programa essencial para a inclusão produtiva do agricultor familiar e promoção da segurança alimentar e nutricional no contexto do desenvolvimento rural no território, por isso, buscou-se compreender as políticas territoriais a exemplo dos Territórios da Cidadania em Alagoas, em especifico o Território do Agreste, como elemento de convergências de políticas públicas direcionadas a esse propósito, entre estes destaque para o PAA, objeto de estudo da pesquisa. O PAA é um programa criado em 2003, ainda no âmbito do Programa Fome Zero, no governo Lula e que tinha por meta o combate a fome e a pobreza. Posteriormente regulamentado, o PAA continuou como política de segurança alimentar, devido o seu caráter social, e que em quase 20 anos vem promovendo impactos econômicos e sociais importantes. É um programa direcionado a agricultura familiar que potencializa as cadeias produtivas existentes, favorecendo a reprodução dessa categoria social por gerar inclusão produtiva, renda e fixação no campo. O PAA possui muitas modalidades que exercem essa função, a exemplo da formação de estoques, que agrega valor ao produto da agricultura familiar e ao mesmo tempo envolve um elemento social muito importante que justifica a sua ação no território, pois a produção dos seus gêneros alimentícios vão atender ao público de insegurança alimentar e vulnerabilidade social pela modalidade Compra com Doação Simultânea – CDS, que possibilita a distribuição dos alimentos aos mais carentes representados em Entidades Recebedoras das Redes Socioassistenciais, causando um impacto social e territorial considerado, ajudando a diminuir a fome e a pobreza em Alagoas, a exemplo do Território do Agreste Alagoano, justificando esta pesquisa (tese). Nesse parâmetro, o presente trabalho analisa os efeitos do Programa de Aquisição de Alimentos – PAA no Estado de Alagoas na perspectiva do Desenvolvimento Territorial Rural. A pesquisa é de caráter empírico-analítico, apreciando dados quantitativos e qualitativos, ou quali-quantitativos, que foram levantados em órgãos públicos considerados como dados oficiais, com entrevistas aplicadas aos seus representantes das cooperativas participantes, agricultores fornecedores, unidades recebedoras, ainda se pode-se realizar registros fotográficos e mapeamentos específicos. Pode-se selecionar dois municípios no Território do Agreste Alagoano, Arapiraca e Palmeira dos Índios por operacionalizarem o PAA na modalidade compra com doação simultânea, com trabalho de campo especifico nos Centros de Abastecimento e Distribuição de Alimentos em ambos os municípios, e a unidade recebedora – associação comunitária Capiatã e povoado Amaro, respectivamente. Levantou-se bibliografias em atendimento a temática Territórios da Cidadania e PAA, outros materiais teóricos de abrangência plural academicamente, possibilitaram abordar categorias de análises, como agricultor familiar, Estado, segurança alimentar, dentre outros. Essas informações proporcionaram uma análise qualitativa da pesquisa e deram as condições de avaliar o PAA no estado de Alagoas, os dados colhidos em campo comprovam que o PAA não é fator determinante para o desenvolvimento territorial rural, mas contribui com esse processo, principalmente quando era somado as políticas rurais que os Territórios da Cidadania conseguiam agregar. Apesar de tudo, o PAA ajuda a manter a renda fundiária do agricultor familiar, pois por ter acesso ao mercado institucional evita o atravessador, promove inclusão produtiva, melhoramento das condições sociais da família do agricultor, bem como cumpri papel social essencial no combate a fome e a pobreza no estado de Alagoas, quando opera na modalidade compra com doação simultânea. Atualmente essa modalidade é protagonizada no Território do Agreste Alagoano, pelos municípios de Arapiraca e Palmeira dos Índios na execução do PAA Municipal via Termo de Adesão. O desenvolvimento territorial rural é compreendido como um processo que tem suas complexidades, sendo importante fortalecer as territorialidades de grupos sociais como da agricultora familiar.

  • JOSÉ NATAN GONÇALVES DA SILVA
  • TERRITÓRIOS QUEIJEIROS: tradição e ressignificação no Sistema Agroalimentar Localizado do leite em Alagoas
  • Advisor : SONIA DE SOUZA MENDONCA MENEZES
  • Data: Feb 26, 2021
  • Tese
  • Show resume
  • A produção de alimentos sempre consistiu temática de interesse da humanidade em função do papel vital que assume na reprodução dos grupos sociais. A centralidade desta tese situa-se nas atividades agroalimentares, que conformam a territorialidade dos atores rurais, potencializa os mercados locais e dispõem de produtos com referenciais nutritivos, simbólicos e identitários para quem produz e consome. O objetivo consiste em analisar o Sistema Agroalimentar Localizado – Sial do leite em Alagoas e a sua relação com a dinâmica social, econômica e cultural dos espaços apropriados e conformados em territórios. Para a execução dos estudos foi definido como recorte empírico o Território da Bacia Leiteira – TBL, que historicamente apresenta vocação no desenvolvimento da pecuária e de práticas vinculadas a produção de derivados de leite no sertão alagoano. A metodologia baseou-se em pesquisas teóricas, que teve como eixos norteadores a leitura das abordagens sobre o Sial e das concepções acerca de conceitos-chaves como território, identidade, produção de queijo, circulação e consumo. Na sequência foram realizadas análises documentais de dados secundários e informações, que versam sobre as dimensões socioeconômicas, agropecuárias, a atuação política do Estado e a legislação sanitária dos produtos de origem animal. Entre 2019 e 2020 os procedimentos metodológicos estiveram orientados, sobretudo, para a efetuação da pesquisa de campo junto aos proprietários das unidades de produção do queijo, comerciantes, consumidores e representantes de associações e cooperativas. Nessa etapa foram realizadas intervenções exploratórias e entrevistas pautadas na técnica snowball, no uso do diário de campo e na realização de registros iconográficos. Os resultados denotam a constituição de um Sial do leite formado por três modalidades de estabelecimentos agroalimentares: queijarias caseiras, fabriquetas de queijo e laticínios. Essas unidades são mantidas, predominantemente, por agricultores de base familiar e pequenos empresários rurais, que interagem com comerciantes integrados em circuitos curtos nas escalas local e regional. Nota-se ainda inter-relações com os consumidores, que se inserem no grupo de segmentos atentos ao consumo de bens alimentícios com referenciais de qualidade atrelados a origem, ao saber-fazer, ao modo de produção artesanal e com aporte identitário. Logo, considera-se que o protagonismo desses atores contribui para a consolidação de práticas agroalimentares tradicionais e inovadas que, embora parcialmente ressignificadas, traduzem, concomitantemente, processos de potencialização econômica e enraizamento cultural.

  • PEDRO PAULO DE LAVÔR NUNES
  • CRÍTICA DOS ESTUDOS DO TERRITÓRIO: PARA ALÉM DE ANTINOMIAS E METÁFORAS
  • Advisor : ANA ROCHA DOS SANTOS
  • Data: Feb 24, 2021
  • Tese
  • Show resume
  • A Geografia no Brasil, em maior presença nos últimos quarenta anos, tem produzido estudos conceituais do território com fundamento em concepções liberais e irracionalistas, sob o manto da “pluralidade” e de uma “abordagem relacional”, tendo objetivo atender as perspectivas voltadas aos estudos da territorialidade e aos projetos e planejamentos investidos à escala local, assim como, amparar e legitimar diversos discursos e políticas públicas liberais sob interesse da burguesia. Dentre tais estudos, ressaltam-se no Brasil os estudos realizados por Rogério Haesbaert, tanto pela quantidade de pesquisas que o utiliza como fundamentação teórica básica, quanto pelo esforço teórico na conceituação/problematização do território, conjugando antinomias e metáforas espaciais, do que ele relaciona entre processos concreto-funcionais e simbólico-identitários. Se, por um lado, o conceito de território enquanto localidade, territorialidade ou lugar foi (re)valorizado, por outro, ocorreu a completa banalização das questões econômico-políticas, reduzindo rigorosamente o debate sobre os conflitos, a dominação de determinadas classes sociais sobre as outras, o caráter ativo do Estado burguês e as múltiplas relações e determinações abarcadas na totalidade da produção capitalista do espaço. Esta tese propõe uma reflexão epistemológica de fundamento para a crítica e avaliação dos estudos conceituais de Haesbaert sobre o território, no compromisso de contribuir com uma orientação teórico-metodológica para compreender a realidade social em espaços de apropriação e dominação territoriais. Assim, espaço, dialética, materialidade, escalas espaciais e totalidade serão processualmente evidenciados, sob perspectiva da concepção materialista da história, sendo respaldada a tríade direção crítica-reflexiva-operacional. Portanto, como o método elaborado por Marx, realizou-se o estudo do real contraditório através da crítica aos fundamentos e das movimentações teóricas ante concepções liberais e de negação da transformação de mundo.

  • MARÇAL LUKAS MARTINS PRATA
  • COMPARTIMENTAÇÃO GEOSSISTÊMICA DO CAMPO DUNAR DA PLANÍCIE COSTEIRA DO MUNICÍPIO DE ESTÂNCIA - SERGIPE
  • Advisor : NEISE MARE DE SOUZA ALVES
  • Data: Feb 18, 2021
  • Dissertação
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  • A zona costeira é uma área caracterizada por múltiplos usos e crescente ocupação pelas sociedades humanas. Tais condições contribuem para o surgimento de problemas ambientais, frequentemente, devido à falta de uma avaliação minuciosa das potencialidades e limitações dos componentes da paisagem. Nesse contexto, encontra-se a planície costeira de Estância, caracterizada por um conjunto de morfologias, onde está inserido o campo dunar composto por dunas móveis, semifixas e fixas. O objetivo deste estudo é compartimentar o campo dunar da planície costeira de Estância segundo os pressupostos geossistêmicos. Para tanto, adotou-se a análise sistêmica esboçada no modelo teórico de Bertrand (2004), cujo tripé – potencial ecológico, exploração biológica e ação antrópica, permite a análise integrada da paisagem. No Geossistema Campo Dunar, foram identificadas as Geofácies - Dunas Ativas Primárias, Dunas Ativas Secundárias e Dunas Inativas Pleistocênicas. A denominação das unidades baseou-se na classificação de Sloss; Sheperd; Hesp (2012) e de Giannini et. al. (2005). Dentre os procedimentos metodológicos utilizados estão pesquisas bibliográfica e documental, trabalhos de campo, análise de imagens de satélite e fotografias aéreas. A Geofácies Dunas Ativas Primárias se caracteriza pela dinâmica interligada ao sistema praial e sofre interferência dos processos oceânicos. Ela encontra-se composta por dunas de baixa altitude, como as dunas de sombra e as nebkhas, colonizadas por restinga herbácea. Nesse compartimento a morfodinâmica é forte, inerente ao estágio de Resistasia com Geomorfogênese Natural. A Geofácies Dunas Ativas Secundárias reúne feições que evoluíram das Dunas Ativas Primárias, mas que adquiriram maior altura, comprimento e largura. Nela são encontradas dunas barcanas e dunas residuais ocupadas por restinga arbustiva e/ou arbórea, que controla parcialmente a intensidade da morfodinâmica, que varia de média a forte. Esta unidade reflete o estágio evolutivo em Mosaico Associado de Biostasia e Resistasia. A Geofácies Dunas Inativas Pleistocênicas situa-se afastada da linha de costa e apresenta modelados com restinga arbórea, principalmente. De modo generalizado, a ação dos processos eólicos é reduzida e a morfodinâmica é fraca. Tais atributos confirmam o estágio de Biostasia com Dinâmica Regressiva. Embora as Geofácies do Geossistema Campo Dunar configurem uma dinâmica de interdependência, elas possuem especificidades. O uso e ocupação das terras concorre para que estas unidades estejam sujeitas a problemas relacionados com a perda da biodiversidade, erosão costeira e reativação do processo eólico, que se repercutem no contexto ambiental e social.

2020
Description
  • RONALD DOS SANTOS PEREIRA
  • O SETOR PORTUÁRIO DE SERGIPE E ALAGOAS: FLUXOS DE MERCADORIAS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL
  • Advisor : NELSON FERNANDES FELIPE JUNIOR
  • Data: Dec 7, 2020
  • Dissertação
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  • Resumo: O sistema de transportes e, em especial, o modal marítimo é, por um lado, um reflexo da economia regional/nacional e, por outro, um fator que impulsiona o desenvolvimento. O transporte marítimo contribui com a circulação de produtos no território brasileiro (cabotagem) e articula o Brasil a outros países (longo curso), sendo relevante para as redes, os fluxos, as interações espaciais e o desenvolvimento econômico. Com a reestruturação econômica e produtiva, as tecnologias ligadas à circulação, a grande capacidade dos navios cargueiros e a otimização logística, têm-se intensas repercussões na produção e no comércio. Grandes quantidades de cargas, atualmente, podem ser transportadas em menos tempo e com custos mais baixos, aparecendo sucessivamente no mercado (reabastecimento rápido do estoque), não sendo necessário, portanto, a armazenagem em larga escala. A logística privada e as infraestruturas possuem uma relação de coexistência, contudo, possuem significados distintos. Em muitos casos, as estratégias logísticas atenuam os pontos de estrangulamento existentes no sistema de transportes, sem que isso represente melhorias nos fixos. Diante disso, na dissertação realiza-se uma análise da dinâmica portuária e marítima dos estados de Sergipe e Alagoas, com destaque aos fluxos de mercadorias, aos investimentos públicos e privados, aos pontos de estrangulamento e às modernizações, pois trata-se de um setor importante para o desenvolvimento regional. A dinâmica portuária de Sergipe e Alagoas, especialmente do Terminal Marítimo Inácio Barbosa (TMIB) (Barra dos Coqueiros/SE) e do Porto de Jaraguá (Maceió/AL), é pouco expressiva quando se compara a outros portos e terminais do Nordeste e do Brasil (caso, por exemplo, de Salvador/BA, Suape/PE, Pecém/CE e Itaqui/MA), sendo importante a expansão e modernização para atender as demandas internas e externas. Fomentar o setor portuário sergipano e alagoano é relevante para o desenvolvimento regional, entretanto, os insuficientes investimentos públicos e privados e o modelo de concessão neoliberal (Estado não regulador) prejudicam a economia dos dois estados.

  • THAIS MOURA DOS SANTOS
  • GUARDIÃS DE SEMENTES CRIOULAS DO ALTO SERTÃO DE SERGIPE: NO CULTIVO DA DIVERSIDADE, CONSTRUINDO AUTONOMIA CAMPONESA
  • Advisor : ERALDO DA SILVA RAMOS FILHO
  • Data: Oct 30, 2020
  • Dissertação
  • Show resume
  • O presente estudo teve como objetivo compreender a importância do trabalho feminino na conservação das sementes crioulas, e como esse processo contribui na construção da autonomia camponesa nas localidades sergipanas Bom Jardim/Poço Redondo e Lagoa da Volta/Porto da Folha. Para subsidiar nossas análises, adotamos como procedimentos metodológicos a leitura de referencial teórico, trabalho de campo, entrevistas semiestruturadas e caderno de campo, que a posteriori foram traduzidos em dados quantitativos e qualitativos. Pudemos concluir no trilhar dos diálogos que perfizeram esse estudo, que a guarda de sementes ancestralmente se faz presente nas comunidades, sendo uma prática que se liga a necessidade de armazenar material genético de uma colheita, para dar origem às lavouras seguintes. Com a entrada das sementes transgênicas no campo sergipano, muitos camponeses foram induzidos a abandonar as sementes de família, acentuando o fenômeno da erosão genética. Como forma de combater a perda da diversidade a figura do Guardião e da Guardiã de sementes, sujeito histórico constituído a partir das tradições comunitárias, passou a ganhar visibilidade. Nas comunidades percebemos a forte presença das mulheres nesse processo de conservação e multiplicação das sementes crioulas. Sempre utilizando os quintais, arredores de casa e roças as Guardiãs produzem ampla variedade de alimentos e sementes, que além, de servirem para a autossuficiência alimentar, são comercializadas, permitindo a obtenção de mercadorias não produzidas dentro da Unidade de Produção Familiar Camponesa, fato que tributa à reprodução de uma vida digna. São também as mulheres que se responsabilizam pelo armazenamento das variedades crioulas nas casas comunitárias de sementes, prática que diminui o risco de perda e atesta a qualidade do material genético, além de garantir ações de sociabilidade camponesa. A presença de mediadores sociais tais como o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) impulsiona estratégias e ações de conservação e multiplicação das sementes como intercâmbios, formações e oficinas. Como saldo desses processos de mediação as Guardiãs passaram a discutir e entender as sementes em seu sentido político de embate a lógica do agronegócio e perceberem a importância do seu trabalho para a manutenção da vida e aporte para construção de autonomia camponesa.

  • DENIZE DOS SANTOS PONTES
  • ENTRE SECAS E CARÊNCIAS: DEMANDAS COTIDIANAS DE ÁGUA NA SUB BACIA DO RIACHO DO SERTÃO-ALAGOAS
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Oct 20, 2020
  • Tese
  • Show resume
  • A especificidade do semiárido e suas dinâmicas refletidas em elementos, físicos, bióticos (animais e vegetais) e na ocupação humana, resultam uma paisagem única do Nordeste brasileiro. As concepções de ocupação foram de dominação da natureza, buscando atender as demandas de uma sociedade cuja apropriação é intensa e degradante. Nesse contexto definiu-se como objetivo geral analisar a sub bacia hidrográfica do riacho do Sertão na perspectiva socioambiental. Entendemos as carências de água e as necessidades básicas de abastecimento e de reprodução das atividades econômicas, urbanas e rurais. As discussões desse trabalho foram pautadas na proposta teórico-metodológica sistêmica, que traz uma abordagem articulada e complexa, ao inserir os sistemas físicos, estruturas e funcionamentos, engrandecidos pelas relações de apropriação e de poder do ser humano. Ele constrói, modela e remodela, influenciado pela oferta, pela demanda e pela cultura. A delimitação da sub bacia hidrográfica do Riacho do Sertão no semiárido alagoano, afluente do rio Traipu, constituinte da bacia hidrográfica do Rio São Francisco, referenda o movimento das águas nos sistemas ambientais, inclusive no armazenamento de água para consumo. Como procedimentos e instrumentos, a pesquisa bibliográfica e de dados secundários permitiram o entendimento das informações relevantes do local, assim como se deu com o trabalho de campo, onde o empírico enaltece os dados e a nova configuração do semiárido alagoano. O trabalho de campo permitiu o registro fotográfico, coleta de coordenadas e o contato com a área de estudo, possibilitando entender as dinâmicas que vão além das condicionantes do semiárido. A presença de açudes de médio porte na área é resultado do contexto histórico, das políticas públicas do semiárido, onde o combate a um fenômeno climático norteava todas as ações. Outras opções são ofertadas pelas necessidades da população que buscam nos pequenos barramentos alternativas para o acúmulo de água, de acordo com o conhecimento e as possiblidades de recursos financeiros de cada um. Reservatórios como as cisternas e demais tecnologias sociais presentes tornam o acesso aos recursos hídricos uma realidade. Chegar a essa conjuntura onde o consumo humano é atendido, mesmo nos períodos de maior seca significa compreender e tornar possível se conviver com o semiárido e diminuir suas carências. É uma tentativa de solução para uma questão secular, mas que se agrava com as demandas antropogênicas.

  • LEANDRO SACRAMENTO SANTOS
  • Mangues, águas e modos de vida sob ataque: o processo de acumulação de capital por meio da carcinicultura - uma análise a partir de Brejo Grande – SE
  • Advisor : CHRISTIANE SENHORINHA SOARES CAMPOS
  • Data: Sep 15, 2020
  • Dissertação
  • Show resume
  • A apropriação capitalista do espaço litorâneo brasileiro vem ocorrendo de múltiplas formas ao longo da história desse modo de produção no país. A partir de meados do século XX todos os processos de acumulação de capital foram implementados sob a retórica do desenvolvimento, como se fossem produzir impactos positivos para tudo e para todos. Entretanto, o resultado dos grandes investimentos capitalistas neste espaço tem sido a degradação de extensas áreas naturais, impondo transformações no modo de vida de povos e comunidades tradicionais em todo o litoral. Atualmente a carcinicultura é uma dessas formas de apropriação capitalista em franca expansão no litoral de Sergipe, engendrando profundas transformações na relação sociedade-natureza historicamente construída por estas populações, mediadas pelo trabalho da pesca artesanal, da mariscagem, da agricultura camponesa e do extrativismo. O avanço da carcinicultura no estado é responsável pela perda da qualidade da água, diminuição dos recursos pesqueiros e pela onda crescente de privatização de grandes áreas do estuário (para a construção dos tanques) o que tem provocado o fechamento dos portos locais que permitem o acesso das comunidades de pescadores artesanais aos rios, manguezais, praias e marés. Sergipe saltou da 6ª posição em 2013 para a 3ª posição em produção de camarão em cativeiro no ano de 2017. No município de Brejo Grande desde 2016 vem sendo incentivada a carcinicultura através de ações, realizadas por meio da parceria entre governo do estado e a Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC). De modo que desde 2018 o município ocupa a segunda posição no ranking dos maiores produtores de camarão em cativeiro em Sergipe. Este trabalho tem por objetivo analisar a expansão da carcinicultura no município de Brejo Grande e seus impactos no processo de reprodução social dos pescadores e pescadoras artesanais, evidenciando as transformações que esta atividade econômica vem produzindo na relação sociedade-natureza de povos e comunidades tradicionais, bem como fazer a crítica do papel do Estado e da retórica do desenvolvimento neste processo. Para isso utilizou-se o materialismo histórico dialético como método, buscando trazer à tona as contradições engendradas por essa forma específica de acumulação capitalista (carcinicultura), compreendendo-a na totalidade do processo de reprodução do capital no contexto contemporâneo. A abordagem da pesquisa é quantitativa e qualitativa. Neste sentido, os métodos de procedimentos incluiram estatística descritiva, análise de imagens, cartografia e trabalho de campo, com observação e entrevistas semiestruturadas, que possibilitaram mensurar e caracterizar a expansão desta atividade econômica no município de Brejo Grande, além de identificar como as pescadoras e pescadores artesanais analisam o avanço da carcinicultura sobre seus territórios e os rebatimentos em seus modos de vida.

  • JULIO CESAR PEREIRA BATISTA
  • ESPACIALIZAÇÃO DO PROGRAMA NACIONAL DE CRÉDITO FUNDIÁRIO NO MUNICÍPIO DE LAGARTO/SE
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Aug 31, 2020
  • Dissertação
  • Show resume
  • A atual conjuntura da agricultura nacional no Séc. XXI, direciona para o retorno da política pública de financiamento de aquisição de terras semelhantes às ocorridas na década de 90, onde foram beneficiados os pequenos agricultores, os médios e grandes latifundiários. A luz do processo de constituição da ocupação territorial no Brasil originou-se numa estrutura fundiária altamente concentrada, que inicialmente estruturou-se no séc. XIX, enquanto componente de compra e venda a partir da Lei de Terras de 1850. Essa legislação marcou o início do mercado de terras no país, bem como a restrição à demanda por terras, já que apenas tinham direito de acesso pessoas que obtinham vultuosos recursos financeiros. De outra forma, já no séc. XX, o Estatuto da Terra, constituído em 1964, definiu os principais objetivos da reforma agrária, dentre os quais destacam-se o estabelecimento da relação entre o uso da terra e o bem-estar social, sendo assim um elemento para o combate à formação das grandes propriedades como forma de reduzir a concentração de terra, onde prevalece o uso da terra a sua função social, a qual é considerada juridicamente a partir de três pilares; o bem-estar dos proprietários, a manutenção dos níveis de produtividade e a preservação ambiental, onde na ausência de um destes itens o proprietário poderia perder a terra e ela tornar-se passível de desapropriação para fins de efetivação da reforma agrária. Com a observância de que os critérios utilizados pelo Estatuto da Terra para desapropriação mostrou-se ineficiente para a implementação da reforma agrária, como citado anteriormente, a “Reforma Agrária de Mercado”, conforme alguns autores citam, oferece linha de crédito para o aquisição de propriedades e a sua infraestrutura produtiva. A estrutura agrária brasileira na contemporaneidade exige compreender e ter o conhecimento das políticas responsáveis da origem da propriedade de terra centralizada, principalmente, na grande propriedade, onde fundamentou-se as relações de produção e dos fenômenos que proporcionaram o seu desenvolvimento. Assim, o objetivo principal dessa pesquisa é apresentar os resultados da dinâmica espacial e analisar a trajetória socioeconômica dos assentados do crédito fundiário inseridos no espaço agrário, junto as fazendas Massurepe I e II que aconteceram respectivamente no ano de 2004, desvendando seus desdobramentos e as condições de permanência destes agricultores beneficiários do programa no município de Lagarto/SE, na medida em que, ao se tornarem beneficiários do programa enquadram-se em outras políticas públicas. Nas últimas décadas a agricultura familiar tem sido protagonista de um novo modelo de atuação do Estado no meio rural através da implementação de políticas públicas para esse público, em destaque com o fomento a sua integração ao mercado, diante da valorização do Programa Nacional de Agricultura Familiar-PRONAF, caracterizado como política de capitalização dessas unidades produtivas rurais. Para melhor dinamismo de análise deste estudo, o método de investigação geográfica adotada será o Estruturalismo inserido na análise contraditória dos processos econômicos, históricos, políticos e sociais na vida dos assentados do programa, obtendo como resultados esperados uma melhor compreensão da participação e envolvimento dos assentados, das ações públicas acessadas a partir do Crédito Fundiário, seus impactos esperados e o realmente efetivado e assim obter um diagnóstico preciso da sua função social diante do investimento realizado. Apesar da existência dessas políticas ao longo desta década proposto, elas não se mostraram eficientes e eficazes para eliminar ou minimizar a concentração de terras no Brasil. Ademais, a concentração de terras, principalmente no Nordeste, intensifica-se mais ainda os problemas sociais no meio rural, como por exemplo, o desemprego, o endividamento, o analfabetismo e a mortalidade infantil. Neste contexto, a pesquisa em desenvolvimento pretende contribuir para o diagnosticar os impactos da espacialização da reforma agrária de mercado através da análise do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) no município de Lagarto, realizado no ano de 2004, verificando as condições atuais dessas famílias, junto às propriedades rurais adquiridas de Massurepe I e II, após uma década de acesso a esta política pública.

  • JOSÉ ARNALDO DOS SANTOS NETO
  • Avaliação Ecodinâmica das Unidades de Paisagem da Sub-bacia do Rio do Sal
  • Advisor : NEISE MARE DE SOUZA ALVES
  • Data: Aug 21, 2020
  • Dissertação
  • Show resume
  • Área Rural e Área Urbana classificadas respectivamente como Meios Relativamente Instáveis e Meios Urbano-ecodinâmicos Relativamente Instáveis. A Geofácies Vertente dissecada em colinas convexas suaves e espigões alongados inclui Área Rural – Meios Relativamente Instáveis e Área Urbana – Meios Urbano-ecodinâmicos Relativamente Instáveis. A Geofácies Planície fluviomarinha também está integrada por Área Rural – Meios Fortemente Instáveis e Área Urbana – Meios Urbano-ecodinâmicos Fortemente Instáveis. Finalmente, a Geofácies Terraços marinhos – pleistocênicos e holocênicos, que possui apenas Área As novas tecnologias propiciaram à sociedade moderna acreditar possuir conhecimento e ferramentas necessárias para controlar a dinâmica da natureza e ampliar o uso dos recursos naturais. Dentre os mais explorados destaca-se a água como recurso hídrico. A área desta pesquisa engloba a Sub-bacia hidrográfica do rio do Sal, principal afluente da margem direita, do Rio Sergipe, limite natural entre Aracaju e Nossa Senhora do Socorro. Este estudo tem por objetivo avaliar o estado das unidades de paisagem da Sub-bacia hidrográfica do rio do Sal, segundo os princípios da Ecodinâmica (TRICART, 1977). Em razão da sub-bacia possuir duas áreas com características de uso e ocupação distintas, uma Área rural e uma Área Urbana, os meios ecodinâmicos originais foram adaptados para essa realidade. Os estudos apoiaram-se na abordagem sistêmica, na categoria paisagem, e o modelo geossistêmico (BERTRAND, 2004) aplicado na compartimentação das unidades de paisagem, com base na geomorfologia. Os procedimentos metodológicos adotados incluíram: pesquisa bibliográfica, levantamento do acervo documental e cartográfico, análise de dados socioeconômicos obtidos junto aos órgãos estaduais e federais, interpretação de imagens de satélite, elaboração de mapas temáticos e realização de trabalhos de campo. Os mapas temáticos foram confeccionados com a aplicação de softwares de geoprocessamento. Os resultados obtidos indicam que a paisagem da sub-bacia está composta por dois Geossistemas e quatro Geofácies: – Geossistema Tabuleiros Costeiros formado pelas Geofácies Superfície dissecada em colinas, interflúvios tabulares e morros, e Geofácies Vertente dissecada em colinas convexas suaves e espigões alongados; – Geossistema Planície Costeira integrado pelas Geofácies Planície fluviomarinha e Geofácies Terraços marinhos – pleistocênicos e holocênicos. Cada unidade de paisagem encontra-se em determinado estágio evolutivo. No entanto, em razão da dinâmica de ocupação, os processos naturais são alterados. A Geofácies Superfície dissecada em colinas, interflúvios tabulares e morros apresenta Urbana inserida nos Meios Urbano-ecodinâmicos Fortemente Instáveis. No cômputo geral, predominam na sub-bacia os Meios Relativamente Instáveis, na Área rural e Meios Urbano-ecodinâmicos Relativamente Instáveis, na Área Urbana. às vezes de difícil controle ou irreversíveis. O estudo realizado na Sub-bacia hidrográfica do rio do Sal, torna evidente a importância da análise geoambiental e da avaliação do estado da paisagem, como forma de auxiliar tomada de decisões para a gestão territorial, possibilitando a melhoria da qualidade de vida da população e a conservação doA inserção da ação humana na dinâmica natural se traduz em alterações na paisagem e problemas ambientais, s recursos naturais, que podem utilizados de maneira consciente.

  • LUCAS SILVA LEITE
  • Dinâmica Geoambiental e Repercussões sobre os Recursos Hídricos do Município de Nossa Senhora das Dores/Sergipe – 1970 a 2018
  • Advisor : NEISE MARE DE SOUZA ALVES
  • Data: Aug 21, 2020
  • Dissertação
  • Show resume
  • A compreensão da dinâmica dos sistemas naturais e a delimitação de unidades de paisagem possibilita identificar o grau de susceptibilidade dos ambientes às ações antrópicas. O município de Nossa Senhora das Dores, possui 74,2% de suas terras drenadas pela rede hidrográfica da bacia do rio Sergipe e 25,8% do rio Japaratuba. Seu território apresenta diferenças nos componentes físico-bióticos, na distribuição espacial da população e nos tipos de uso das terras. A demanda por água é crescente, tanto pelo aumento do contingente populacional, como pelas atividades agropecuárias. Assim, a presente pesquisa tem por objetivo analisar a dinâmica do sistema geoambiental e as repercussões sobre os recursos hídricos de Nossa Senhora das Dores, num recorte temporal de 1970 a 2018. Os estudos foram desenvolvidos segundo a concepção sistêmica, orientada pelos pressupostos do modelo teórico-metodológico do geossistema (BERTRAND; TRICART, 1968), que permite realizar a análise integrada da dinâmica do sistema ambiental da paisagem. Os procedimentos metodológicos incluíram: pesquisa bibliográfica, levantamento do acervo documental e cartográfico; realização de trabalhos de campo; processamento de imagens de satélite e fotografias aéreas; criação de shapefiles, elaboração de produtos cartográficos e interpretação dos dados. Os resultados obtidos, revelam para Nossa Senhora das Dores uma paisagem derivada da combinação dinâmica dos componentes biofísicos e antrópicos. Nela se materializam as intervenções antrópicas, por meio dos diferentes tipos de uso das terras, cuja inter-relação com os elementos do sistema ambiental resultam em repercussões na dinâmica hidrográfica e nos recursos hídricos. Os principais condicionantes dos recursos hídricos da área de estudo são: o clima, com duas estações bem definidas – seca e chuvosa, que favorece o regime fluvial intermitente; a geologia – litologias sedimentares e metamórficas com graus de fraturamento diferenciados, associadas respectivamente aos aquíferos granular e fissural, que possuem potenciais distintos de armazenamento da água subterrânea; a geomorfologia – topografia e altimetria do modelado, que interferem nos processos de infiltração e escoamento superficial; e o processo histórico de uso e ocupação das terras – as atividades agropecuárias e a ampliação da infraestrutura urbana, que implicam na supressão da cobertura vegetal e na demanda crescente por água. Nesse contexto, os mananciais são impactados pelo desmatamento e descarte de efluentes residenciais. No recorte temporal analisado, a crescente demanda por água, obrigou a administração pública a buscar outros pontos de captação para o abastecimento público, até mesmo fora dos limites político-administrativos. Os mananciais onde era realizada a captação foram substituídos por outros em que a vazão se apresentava suficiente para atender o consumo, ocorreram três mudanças – Pedreiras, riacho Pedrinhas e rio Sangradouro. Na atualidade, mais de 70% da população é abastecida por água do rio Sangradouro, captada no município Siriri, e o restante da água consumida provém – do rio São Francisco, através da Adutora Sertaneja; de carros-pipas; de poços tubulares; da captação de água da chuva em cisternas; entre outros. Diante dessa realidade, faz-se necessário o planejamento e gestão dos recursos naturais e, em particular dos recursos hídricos no município.

  • POLIANA MACHADO DA SILVA MOREIRA
  • CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS DA ATIVIDADE MINERADORA NO MUNICÍPIO DE BRUMADO – BA
  • Data: Apr 28, 2020
  • Tese
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  • A sociedade atual alcançou um nível elevado de modernização caracterizada pela evolução da informação, a produção de riquezas e a criação de novas tecnologias, o que permitiu melhores condições de vida para o homem. Em contrapartida manifestam-se profundas crises ambientais relacionadas ao uso indiscriminado dos recursos naturais e às variadas formas de degradação socioambiental. Dentre as atividades realizadas pelo homem na modificação do meio natural, a mineração se destaca. Uma atividade industrial importante e necessária, embora modificadora do meio ambiente, frequentemente associada às questões sociais, envolve conflitos de uso do solo e geração de áreas degradadas, os quais são gerados pela falta de estratégias de intervenção que reconheçam a pluralidade dos interesses envolvidos. Esta pesquisa tem como local de estudo o município de Brumado situado no sudoeste baiano, a 650 km de Salvador. A organização geoeconômica da produção mineral em Brumado caracteriza-se por inserir no cenário econômico do país os chamados minerais não metálicos. Desde a implantação das mineradoras o município transformou-se em um expoente na exploração mineral, o que trouxe uma nova dinâmica socioespacial. Nesse contexto concebe-se a tese de que a atividade mineradora gera conflitos socioambientais, norteada pelo objetivo geral de compreender como a atividade mineradora vem produzindo novas territorialidades no município decorrente de sua dinâmica econômica. O método escolhido para a interpretação do problema é o estruturalista e os procedimentos metodológicos para a análise foram: levantamento bibliográfico e documental, entrevistas, aplicação de questionário semiestruturado, diário de campo e mapeamento. Os resultados evidenciam que a população e o poder público local, pelo discurso de que a mineração trouxe o desenvolvimento, enxergam na atividade mineradora uma oportunidade de desenvolvimento econômico e de ascensão social, deixando de promover outras atividades. Na realidade o que se observa é que os empregos especializados são trazidos de outras localidades, restando empregos formais nas empresas terceirizadas, subordinados a condições precárias de trabalho, atuando em funções como segurança, serviços de limpeza e manutenção e, assim, o desenvolvimento não ocorre, pois, o município é incapaz de estabelecer as bases para que esse possa acontecer. Os conflitos mais expressivos entre a população e as empresas mineradoras estão relacionados com as condições precárias de exploração do trabalho, doenças causadas pela inalação de pó advinda da mineração e, a defesa dos territórios. Embora a atividade mineradora promova a circulação de capital e a movimentação da economia no local em que está instalada, os grandes empreendimentos de mineração possuem interesses divergentes de grande parte da população. Dessa forma, os conflitos ambientais vêm sendo pensados sob uma perspectiva que identifica as lutas sociais estabelecidas em torno de recursos naturais constituídos na base territorial e, os objetivos e o controle social desse território variam de acordo com o modo de vida da sociedade, sejam eles indivíduos, grupos sociais/culturais, o Estado, empresas, instituições como a Igreja etc.

  • DANIELA SANTOS FEITOZA
  • ECONOMIA SOLIDÁRIA E REDES DE COOPERAÇÃO NO ESPAÇO RURAL DO MUNICIPIO DE SALGADO/SERGIPE
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Mar 31, 2020
  • Dissertação
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  • A Economia Solidária é uma forma e processo de organização coletiva que busca autonomia na produção e reprodução social do trabalho. Pautada nos princípios da Solidariedade, Cooperação, Autogestão, Comércio Justo, e Consumo Solidário, a Economia Solidária no Brasil associa-se a uma alternativa em meio às crises e contradições do capitalismo sendo esta, vislumbrada apenas e somente enquanto “ação antálgica” no período de realização do Capital. À medida que o avanço do grau de desenvolvimento e amadurecimento do modo de produção capitalista transcende, via fase Ultra-Neoliberal a Economia Solidária se estrutura e espacializa com o apoio do Estado através da institucionalização como política pública. Neste sentido, nossa preocupação se estabelece a partir da análise de estudo de caso com base no que seja a organização da Economia Solidária no Território de Planejamento Centro-Sul do estado de Sergipe. Ao passo que elencamos temas que permeiem essa coletividade econômica solidária, traçamos nossos objetivos fundamentados no estudo das Redes de Cooperação forjadas no espaço rural do município de Salgado/SE. Nosso intuito se apresenta como entendimento da função social e uma tentativa de contribuir para o conhecimento geográfico através da compreensão da Economia Solidária do ponto de vista do espaço social, através da análise dos limites, alcances e possibilidades destas redes solidárias na articulação e na relação produção- comércio- consumo enquanto mecanismo central na dinâmica do desenvolvimento local, buscando compreender o espaço das trocas inseridas nestas redes de cooperação no âmbito da Economia Solidária, na quais compõem esferas imprescindíveis de reprodução da atividade econômica dos sujeitos envolvidos nas práticas socioespaciais do trabalho. Nos objetivos específicos, procuramos entender a relação e a participação dos sujeitos/agentes inseridos nas redes de cooperação solidária através dos circuitos curtos de comercialização investigando como se formata e materializa a eficiência das redes enquanto acessório de integração e coesão comunitária no território. E ainda refletir as implicações das redes de cooperação na “promoção” do desenvolvimento local, verificando os rebatimentos desta politica publica no modo de vida dos agricultores familiares no espaço rural. A análise deste estudo está ancorada pelo método Empírico-Analítico em face da dinamicidade e realidade do campo de pesquisa nesse sentido, buscou-se entender os arranjos institucionais das redes de cooperação avaliando as possibilidades que as relações sociais baseadas nos princípios da Economia Solidária têm de se reproduzir abrigada no espaço mediado pelo capitalismo. Nessa lógica, traçamos o perfil da Economia Solidária em Sergipe através da instrumentalização da política publica via processos e ações que ensaiaram uma espécie de experiência ainda que embrionária no estado. Sendo possível avaliar o grau de inserção no território Centro-Sul, sobretudo no espaço rural em que a organização da Agricultura Familiar afina-se nas redes de cooperação configuradas fundamentalmente por associações e cooperativas combinando solidariedade e ação coletiva como alternativa frente ao mercado excludente e competitivo do Capital, nessa perspectiva é preciso pensar horizontes para a Economia Solidária e seu potencial gerador de espaços de esperanças, que nega o modelo dominante empreendedor/individual sem o caráter territorial. Para tanto, é importante salientar que ao passo que a Economia Solidária se desenvolve carrega contradições pelo fato de coexistir com o modelo capitalista apresentando-se como par dialético no espaço.

  • ALYSON FERNANDO ALVES RIBEIRO
  • GEOGRAFIA AGRÁRIA E MODERNIDADE NA AMAZÔNIA BRASILEIRA: “TERRAS ESPLENDIDAS, QUE PODERIAM DAR A TODOS O QUE A QUASE TODOS NEGAM”
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Mar 26, 2020
  • Tese
  • Show resume
  • A mercadoria é a gênese fenomênica do capital. A dinâmica do capital é subjugar tudo ao processo de mercantilização. A presente tese tem por objetivo central analisar terra-mercadoria como fenômeno de reiteração da permanência da modernidade e do processo de acumulação primitiva do capital na Amazônia brasileira. Sendo assim, a escolha da Amazônia como “fronteira” de acumulação não escapa dos princípios que o sistema capitalista lhe concebe. A hipótese elencada nesta tese estrutura-se na argumentação da persistência do parâmetro filosófico da modernidade mediante uma materialidade geográfica na qual a (re)produção da terra-mercadoria na Amazônia Legal, pelo processo de acumulação primitiva, é a condição-meio-produto fundante da relação capital-espaço, no seio da negação histórica da reforma agrária. O presente estudo concebeu o materialismo histórico dialético como método estruturante, o que obriga a considerar o espaço como uma parte do todo; um produto histórico, uma projeção da sociedade através das relações de produção emanadas de contradições desiguais e combinadas do capitalismo. Esse olhar permitiu admitir que por meio das várias fases de invasão, a Amazônia oferece seus recursos maturais, principalmente terra e água, para satisfazer as necessidades do mercado mundial. No quadro atual das relações capitalistas, a Amazônia apresenta-se como recurso-resposta para as crises de acumulação. Trata-se de um território que sempre foi explorado-consumido pelo que havia de mais “novo” em cada momento histórico, em um processo de simbiose entre o arcaico e o moderno, oriundos da concepção burguesa trágica de progresso linear como curso derrisório: Plano Nacional de Integração (PIN); Programa de Polos Agropecuários e Agrominerais da Amazônia (POLAMAZÔNIA); Planos Nacionais de Desenvolvimento (PND I, PNDII); Programa de Redistribuição de Terras e Estímulo à Agroindústria do Norte e Nordeste (PROTERRA); Colonização. A presidência de Michel Temer sancionou, no dia 12 de maio de 2017, em Brasília, a Lei 13.465/2017, que flexibiliza a regularização fundiária de terras da União, com o nome de Programa Nacional de Regularização Fundiária. O referido reordenamento jurídico, constitutiva da agenda territorial do agronegócio, possui como principal inovação, o alargamento da área de regularização em terras da União, que passa de 1.500 para 2.500 hectares, em todo território nacional, o que inclui o aumento de posses a serem legalizadas pelo Programa Terra Legal na Amazônia. Essa “nova lei de terras do Brasil” representa uma agenda territorial para agrohidronegócio. Como reflexo deste panorama, a geografia dos conflitos agrários na Amazônia brasileira cresceu (re)produzindo conflitos pela terra e pelo território. A barbárie como manifestação da violência aparece como estrutura sistêmica do capitalismo, é um presente vivo, engana-se quem acredita que é passado. A terra indígena (TI) da etnia Uru-Eu-Wau-Wau está sendo invadida, desmatada e loteada por grileiros e madeireiros. Desta forma, a acumulação primitiva em curso na Amazônia é estrutural e não apenas genérica, busca a transformação de tudo em mercadoria, através da capacidade produtiva do capital e sua dinâmica do mais-valor.

  • FAGNER SANTOS DE OLIVEIRA
  • CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO LITORAL SUL EM ESTÂNCIA/SE
  • Advisor : MARCIA ELIANE SILVA CARVALHO
  • Data: Mar 11, 2020
  • Dissertação
  • Show resume
  • A Área de Proteção Ambiental do Litoral Sul de Sergipe compreende a faixa costeira dos municípios de Itaporanga d’Ajuda, Estância, Santa Luzia do Itanhi e Indiaroba. Trata-se de Unidade de Conservação de Uso Sustentável, na qual encontramos espécies de fauna e flora litorâneas, bem como dunas, afloramentos lagunares e a foz do Rio Real. Desde seu processo histórico de ocupação em 1575 até os dias hodiernos essa área passa por contínuas transformações decorrentes das ações antrópicas, o que justifica per si a escolha da mesma como objeto dessa dissertação, uma vez que trata-se de uma UC instituída numa área de colonização tardia, ou seja, marcada pela ação do homem ao longo de mais de quatrocentos anos. Ademais, muitos dos conflitos socioambientais existentes decorrem do desconhecimento, por parte dos atores envolvidos, do que seja e de qual finalidade possui uma APA; associada à negligência do poder público efetivar ações de fiscalização local. O presente estudo tem como objeto, portanto, a Área de Proteção Ambiental (APA) que perpassa pela faixa litorânea do município de Estância/SE e tem como objetivo geral analisar conflitos socioambientais ali existentes. Nesse sentido, os objetivos específicos do supradito são: entender a dinâmica dos Conflitos Socioambientais na APA Litoral Sul dentro dos limites de Estância; ponderar o conhecimento que os atores dos conflitos possuem acerca da natureza e finalidades jurídicas da APA em destaque; e analisar, classificar e elaborar um mapa dos Conflitos Socioambientais existentes na mesma. O método hipotético-dedutivo foi o adotado para escopo do trabalho, bem como a metodologia de diagnóstico dos conflitos socioambientais, proposta pela categorização literário-analítica dos Conflitos Socioambientais de Paul Little (2001), numa abordagem quali-quantitativa. Em relação aos procedimentos metodológicos, os mesmos se deram em três etapas: fundamentação teórica; coleta de dados; e análise dos dados. Na fundamentação teórica realizou-se consistente pesquisa bibliográfica para embasamento do estudo. Posteriormente foram coletados dados, por meio de visitas in loco, da fotografia georeferenciada (através do aplicativo Open Camera), de imagens de satélite (do UTM Geo Map), tendo sido realizados entrevistas e questionários semiestruturados aplicados aos principais atores envolvidos nos conflitos. Por fim, realizou-se a análise dos dados, e a elaboração de um mapa de Conflitos Socioambientais, segundo o modelo do GESTA (Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais) da UFMG, por meio do programa QGis 2.18. Esses procedimentos deram o suporte necessário para o alcance dos objetivos almejados, pois, constatou-se, pela análise final dos dados, o aumento nos conflitos socioambientais nessa área decorrentes não apenas do desconhecimento da natureza e das atribuições de uma UC e uma APA, mas também oriundos de interesses mercadológicos, turísticos, empresariais, entre outros; os quais geram uma tensão constante no equilíbrio e na conservação da biodiversidade da mesma. Os Conflitos Socioambientais encontrados atualmente na APA foram categorizados em três tipos: em torno do controle dos recursos naturais, em torno dos impactos ambientais e sociais gerados pela ação humana e natural, e em torno do uso dos conhecimentos ambientais, identificando seus atores em disputa e o bem (recurso) disputado. Estes resultados podem ser utilizados como subsídios para a leitura dos Conflitos Socioambientais existentes na APA, tendo em vista a busca por ações eficazes em prol do uso sustentável de seus recursos naturais.

  • MURILO MATEUS SOARES DE MATOS
  • OS DESAFIOS E AS CONTRIBUIÇÕES DO PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR – PNAE PARA O FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR CAMPONESA EM ITAPICURU/BA
  • Advisor : SONIA DE SOUZA MENDONCA MENEZES
  • Data: Feb 28, 2020
  • Dissertação
  • Show resume
  • A presente pesquisa tem por objetivo analisar os desafios e as contribuições do PNAE para a agricultura familiar camponesa no município de Itapicuru/BA. O Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE, regulamentado pela Lei nº 11.947/2009, estabelece nas suas diretrizes que no mínimo 30% dos recursos financeiros repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, sejam direcionados para a aquisição de produtos provenientes da agricultura familiar camponesa, preferencialmente de assentamentos de reforma agrária, comunidades indígenas e quilombolas. Constatamos que essa diretriz foi executada a partir de 2017 no município com a inserção dos alimentos produzidos pelos agricultores na alimentação escolar. Essa conquista foi fruto do movimento dos agricultores e da intervenção dos membros do CAE aos gestores municipais tendo em vista as problemáticas relacionadas à produção e a circulação dos alimentos produzidos pelos agricultores locais. Como procedimentos metodológicos adotamos o estudo de caso, a investigação apresenta um caráter qualitativo, está estruturado com uma revisão teórica acerca da temática, levantamento de dados quantitativos, pesquisas de campo, e sistematização das informações coletadas. Os resultados evidenciam os entraves enfrentados pelos agricultores para inserção no programa, a mudança na gestão do programa proporcionou a inserção dos alimentos produzidos por um número reduzido de agricultores familiares camponeses no mercado institucional da alimentação escolar e a renda gerada é considerada complementar, contribui para a reprodução social e permanência no espaço rural.

  • RONILSON BARBOZA DE SOUSA
  • A QUESTÃO AGRÁRIA NA FORMAÇÃO TERRITORIAL BRASILEIRA - UMA PERSPECTIVA DE CARACTERIZAÇÃO ESTRATÉGICA
  • Advisor : ERALDO DA SILVA RAMOS FILHO
  • Data: Feb 28, 2020
  • Tese
  • Show resume
  • O golpe que destituiu Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT), da presidência da república do Brasil, em 2016, impulsionou, entre outras questões, uma avaliação sobre a experiência petista de hegemonia da classe trabalhadora, e (re)colocou, no centro do debate, entre as organizações de esquerda e os intelectuais, a questão da estratégia da revolução brasileira. Buscou-se contribuir com esse debate, a partir da análise da questão agrária – compreendida como expressão de uma relação sociedade-espaço, como a sociedade se relaciona e se apropria da terra, seu controle e o da produção, e como isso é colocado em questão no movimento real de classes sociais. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi analisar a questão agrária na formação territorial brasileira desde uma perspectiva de caracterização estratégica, dialogando com as estratégias da esquerda brasileira, que hegemonizaram a classe trabalhadora, em diferentes momentos. A análise está orientada na perspectiva do método do materialismo histórico e dialético e, portanto, na teoria marxista, por viabilizar o entendimento da essência do modo de produção capitalista, dos problemas sociais gerados pela sua dinâmica, e apontar o caminho da sua superação, da superação da sociedade de classes. Desse modo, o marxismo possui uma dimensão teórica estratégica: é a estratégia da revolução comunista (internacional). Nessa perspectiva, a geografia torna-se fundamental, pela compreensão da dinâmica da produção capitalista do espaço, da formação territorial brasileira e, desse modo, da questão agrária. Por outro lado, a importância para a geografia ocorre na medida em que, apesar da diversidade e da relevância das pesquisas sobre a questão agrária, não há tantos estudos com a preocupação de entendê-la a partir de uma perspectiva de caracterização estratégica. Muitas organizações e intelectuais, ainda, analisam a formação territorial brasileira pelo suposto dualismo de setores independentes, do “atraso” e da “modernidade”. Um considerado moderno, porque percorreu um caminho capitalista; e o outro atrasado (ainda que, em alguns casos, não utilize explicitamente essa palavra), em que predomina a economia de base agrária, que atrasa o seu desenvolvimento e o do setor moderno. A conclusão dessas análises é não apontar diretamente para uma estratégia e uma revolução de caráter socialista. É preciso uma mediação democrática, para, só em seguida, realizar o socialismo. Na configuração atual da questão agrária no Brasil, há uma integração de capitais de vários setores e origem (nacional e internacional): aquisições, fusões e associações entre capitais; Além do controle de empresas estrangeiras sobre terras no Brasil. Houve uma articulação do capital monopolista na grande propriedade fundiária, conhecido como agronegócio, e que tem provocado mudanças estruturais, com a sua expansão sobre o campo brasileiro. A expansão do agronegócio, a combinação de capitais no campo, a exploração capitalista do trabalho, não pode ser considerada tarefa democrática em atraso, pois, não apenas faz parte da forma como o capitalismo se expande no país, como, também, se coloca diretamente num terreno socialista. Todavia, além dessa realidade, temos a utilização da terra para especulação, reserva de valor, a integração subalterna de agricultores familiares e camponeses ao capital, povos indígenas, quilombolas e camponeses, que reivindicam terras e recursos para produzir alimentos e garantir a reprodução do seu modo de vida. Todas essas questões estão articuladas, no entanto, essa última realidade não coloca diretamente a contradição capital-trabalho e a socialização do trabalho, e, por isso, podem ser consideradas como tarefas e/ou reivindicações democráticas. Todavia, ela também se choca com o capital e a sua forma de se expandir no campo. Nessa perspectiva, avaliamos que a questão agrária no Brasil constitui uma combinação entre tarefa democrática e socialista, que, ao se chocar com o capital, aponta a necessidade de sua superação.

  • ANA PAULA ALMEIDA SILVA
  • Reprimarização da economia e o monocultivo do milho em Sergipe
  • Advisor : MARLEIDE MARIA SANTOS SERGIO
  • Data: Feb 27, 2020
  • Dissertação
  • Show resume
  • A produção do espaço se realiza na esfera da sociedade e da natureza transformada continuamente através das relações sociais desenvolvidas pelos agentes produtores do espaço. A expansão de monoculturas sobre o espaço agrário da América Latina, corrobora as relações imperialistas entrelaçadas ao capital que amplia suas amarras sobre essa região através do processo de reprimarização econômica. Terras, águas, trabalho humano e todos os demais recursos são explorados de forma profunda no atual contexto de crise do capital, tendo, entre os desdobramentos, a acentuação da produção de commodities direcionada à exportação. Esse processo tem reflexos sobre o aumento da concentração de terras nas mãos de uma diminuta parcela de proprietários, alargamento das áreas de pobreza, corrosão da soberania alimentar, além das armadilhas intrínsecas ao progresso técnico como o mortífero poder exercido pela indústria dos agrotóxicos e sementes transgênicas. No Brasil, a expansão das áreas de monocultivos é respaldada pelo Estado, que implementa e viabiliza as estruturas essenciais ao capital; nessa conjuntura, a agricultura assume fluxos cada vez mais desimpedidos diante da flexibilidade destinada ao agronegócio. No Nordeste, a demanda por grãos para alimentação do setor avícola tem repercutido na ampliação das áreas de produção de milho em diversos estados da região. Nesse contexto, a crescente ampliação dos monocultivos/desertos verdes se torna atrativa. Em Sergipe, o avanço das áreas ocupadas pelo monocultivo do milho assume expressão por diversos municípios, consolidando a força do capital. A pesquisa vigente se volta para a compreensão dos processos intrínsecos à territorialização do capital sob a produção do milho. Assim, esse trabalho se propõe a entender e analisar a expansão desse cultivo, considerando as hierarquias escalares circunscritas à produção do espaço e à relação sociedade/natureza. A análise é fundamentada no Materialismo Histórico e Dialético, cuja leitura da realidade busca situar os sentidos da essência dos fenômenos produzidos no espaço geográfico. A expansão do monocultivo do milho em Sergipe é respaldada pelas ações do Estado que viabiliza diversas políticas públicas voltadas à ampliação desse cultivo, como programas de assistência técnica, distribuição de sementes, horas de tratores e infraestrutura, acompanhadas pela retórica do desenvolvimento econômico. O capital ao se territorializar sob a forma do monocultivo do milho, tem produzido diversas facetas nesse espaço agrário como a escassez de terras, ameaças às relações de soberania alimentar, contaminações produzidas pelo uso indiscriminado de agrotóxicos e sementes transgênicas, mobilidade de trabalhadores, endividamentos de milhares de camponeses sucumbidos aos ditames desse modelo agrícola. Verifica-se que o crescimento econômico associado à produção do cultivo do milho em Sergipe retrata em sua essência as contradições do império do capital que se movimenta por meio de relações assimétricas na produção do espaço, além de que, a especialização produtiva em bens primários na América Latina representa a dominância do capital para auferir lucros a qualquer custo no contexto de sua própria crise.

  • FLÁVIO DOS SANTOS
  • Resistência para um modo de existência: luta camponesa em defesa das Sementes Crioulas no Semiárido Alagoano
  • Advisor : CHRISTIANE SENHORINHA SOARES CAMPOS
  • Data: Feb 27, 2020
  • Dissertação
  • Show resume
  • No âmbito da reprodução social camponesa as sementes se constituem como um elemento essencial, pois se tratam de organismos importantes para as atividades agrícolas realizadas por esses trabalhadores, fato que proporciona o surgimento de conhecimentos únicos, materializados no plantar, no germinar, no manejo e na colheita. Como fruto desse processo destacamos as chamadas sementes crioulas, organismos que possuem traços biológicos e culturais originados no trabalho camponês, uma semente pura, livres de qualquer melhoramento feito em laboratório, sendo repassadas de geração em geração. Perante esse cenário, corporações empresariais sementeiras vêm intensificando a aplicação dos pacotes biotecnológicos na agricultura, com o intuito de dominar a produção mundial de sementes. Diante desses ataques, camponeses têm realizado ações de resistência a fim de proteger os organismos crioulos, fato que também ocorre no Semiárido alagoano, onde vem sendo empreendido um processo de luta que se materializa na formação de uma rede estadual de Bancos Comunitários de Sementes, espaços de guarda das sementes crioulas e de articulação política. Tendo como aporte metodológico o Materialismo Histórico-Dialético e pautados em uma abordagem quantitativa e qualitativa, esta pesquisa de dissertação teve por objetivo analisar o processo histórico de resistência realizado pelo campesinato em defesa das sementes crioulas no Semiárido alagoano no contexto da mundialização da agricultura, bem como, sob uma ótica multiescalar, desvelar as políticas adotadas pelo Estado voltadas para facilitar o processo de acumulação de capital. Os resultados da pesquisa apontam que a partir da década de 1960, com a modernização da agricultura, o Brasil adentrou nos trilhos para se transformar em um grande produtor de commodities, fato consumado com o advento da economia do agronegócio, movimento que teve como uma de suas faces a produção das sementes melhoradas em laboratório: híbridas e transgênicas, as quais, atualmente, vêm sendo disseminadas no espaço agrário brasileiro com maior intensidade. Na realidade alagoana, constatamos que esse avanço tem ocorrido através de políticas públicas, bem como por meio da venda em casas agropecuárias. Frente a esse contexto, camponeses vêm ampliando as estratégias de resistência a fim de proteger as sementes crioulas, processo empreendido perante a intensificação do desenvolvimento desigual e combinado, o qual se espacializa no Semiárido alagoano e, em conjunto com as ações do Estado, vem potencializando as contradições na produção espacial, engendrando múltiplos desafios para que os Bancos Comunitários de Sementes sigam escrevendo sua história de resistência.

  • RICARDO MENEZES SANTOS
  • A Lei de Diretrizes e Base/LDB como estratégia do Estado para a acumulação capitalista e suas reconfigurações na produção desigual do espaço.
  • Data: Feb 20, 2020
  • Tese
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  • A presente Tese de Doutorado objetiva refletir sobre as Leis de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, e seu direcionamento no processo desigual e combinado na produção do espaço/campo-cidade. A lógica da educação no sistema do capital é fundamental para o funcionamento e a reprodução do sistema parasitário capitalista, através da ordenação do trabalho; nessa direção o Estado é subordinado para a sua organização e institucionalização, como responsável direto e eficaz para a reprodução do capital. No Brasil, em cada período histórico, as matrizes capitalistas determinaram e determinam na atualidade, formas diferenciadas de atuação para atender às transformações impostas pelo mercado. Embora aparentemente ausente/presente, o Estado do período Colonial a República garantiu o domínio agrário exportador. A partir de 1930 a divisão territorial do trabalho foi articulada para garantir a expansão do capital via indústria, sendo moldada a partir da cidade, desconfigurando a realidade até então existente. Nessa lógica, toda relação de trabalho devia ser convertida para a extração do mais valor, em um processo de extração/acumulação do trabalho. Desse modo, o campo foi subordinado à cidade e a agricultura à indústria. Sob a tutela do Estado a primeira Lei de Diretrizes e Base/LDB oficializada foi a 4.024/61, refletida nas relações estabelecidas entre os modelos agrário-exportador e urbano industrial, atendendo aos imperativos do sistema capitalista, abrindo as possibilidades de concretização de um modelo educacional institucionalizado. A segunda lei, 5.692/71 foi estruturada a partir da internacionalização da economia brasileira configurando o ensino técnico como essencial para o desenvolvimento das relações de trabalho, o Estado desenvolvimentista assumiu toda a estruturação educacional para favorecimento do mercado. A terceira e atual lei, a 9.394/96, reorientou a política educacional para o atendimento à reestruturação produtiva sob as bases neoliberais. Nesse sentido, o Estado retirou-se aparentemente (ausência-presença) do processo de ordenamento do trabalho e da educação, como responsável pela sua estruturação, embora mantendo o papel de regulador social do capital. Conclui-se que, dinâmicas diferenciadas conforme as necessidades sociometabólicas do capital, o Estado no movimento dialético contraditório da ausência/presença, assume quando necessário, a efetividade das ações, sendo estruturador direto/presente no período desenvolvimentista brasileiro, (leis 4024/61 e 5692/71) para a materialização da acumulação do capital. E, com a mesma finalidade, torna-se aparentemente ausente, quando no neoliberalismo assume o discurso. Do Estado mínimo para as políticas sociais (lei 9394/96). Nessa projeção na atualidade, a produção capitalista no/do campo evidencia a expansão do agronegócio e a constatação do fechamento de escolas, expropriando os camponeses/camponesas do direito à educação, ao tempo que fomenta a precarização do trabalho no campo e na cidade. O que comprova-se nossa Tese de que, as engrenagens institucionais do poder do Estado estruturam as leis de diretrizes de base da educação brasileira para garantir a negação da questão agrária e da condição camponesa, no favorecimento da lógica capitalista, subsumindo os discursos geográficos críticos no/para o processo de acumulação que produz espaços desiguais.


  • VIVIANE MELO SANTOS
  • TERRITORIALIDADES EM CONSTRUÇÃO NO QUILOMBO TERRA DURA E COQUEIRAL EM CAPELA/SE
  • Advisor : ANA ROCHA DOS SANTOS
  • Data: Feb 18, 2020
  • Dissertação
  • Show resume
  • Esta pesquisa analisa as territorialidades no Quilombo Terra Dura e Coqueiral em Capela/SE como elementos em construção na configuração do território. As relações territoriais podem ser lidas através das formas de ocupação, apropriação e uso da terra, bem como da luta pela legitimação dos territórios tradicionais quilombolas diante da estrutura concentradora da terra no Brasil. De acordo com o artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais e Transitórias (ADCT) da Constituição Federal de 1988, os quilombolas encontram um amparo legal para ter acesso à terra historicamente negada e apropriada por uma minoria. A presente análise parte do pressuposto que a desigualdade está assentada na concentração da terra historicamente constituída, apropriada por uma elite conservadora, arcaica e patrimonialista. Diante disso, pesquisar as territorialidades abre possibilidades para um pensar geográfico que se propõe analisar as múltiplas determinações que definem esse território, tais como: o processo de dominação hegemônica configurado através da propriedade privada, consolidada pelo sistema canavieiro como demonstrado através dos resultados preliminares do Censo Agropecuário (2017) e dos referenciais teóricos a exemplo de Delgado (2017; 2012), Júnior, Barbosa e Sá (2017), Stedile (2012). É preocupação de pesquisa compreender a constituição do território quilombola, considerando a identidade étnica determinada através de relações opressivas, como o sistema escravocrata, reconhecer a escravidão como uma contradição da acumulação capitalista, bem como seus rebatimentos na organização social brasileira, discutir sobre as narrativas de inferiorização do negro na construção da nação brasileira e compreender a formação territorial histórica da Comunidade Quilombola Terra Dura/Coqueiral. A necessidade de investigação da realidade leva em conta a constatação de que materializar a legislação no espaço torna-se um desafio, na medida em que essa realidade, em sua aparência, é por vezes explicada como resistência de luta e alcance da conquista da demarcação do território quilombola nas relações de forças, conflitos e interesses. A Comunidade Quilombola Terra Dura/Coqueiral conquistou a certificação de reconhecimento da identidade em 2011, a qual foi concedida pela Fundação Cultural Palmares, conforme regulamentação do Decreto 4.887/2003. Diante da conjuntura política e econômica atual que engendra esforços para dificultar o reconhecimento dos territórios tradicionais quilombolas no país, bem como o decreto oficial de propriedade coletiva da terra, a comunidade vem construindo uma trajetória de luta, perpassando pelas etapas de levantamento de práticas territoriais próprias que os caracterizam enquanto quilombolas, além do levantamento das características físicas da área demarcada.

  • BRUNO ANDRADE RIBEIRO
  • A CONDIÇÃO CAMPONESA SOB O ESPECTRO DA INFORMALIDADE
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Feb 17, 2020
  • Dissertação
  • Show resume
  • Sob o crivo da realidade, a informalidade no/do mundo do trabalho se dissemina e generaliza como um processo contraditório de exclusão/inclusão de sujeitos que buscam ocupações variadas e caraterizadas pela instabilidade. Todavia, em sua complexidade, entender o trabalho informal na atual fase de acumulação exige a crítica às perspectivas dualistas que reduzem a compreensão ao plano jurídico (Carteira de Trabalho ou CNPJ) ou a expressões da questão urbana, como o comércio ambulante e a camelotagem. O capital enquanto relação social dominante prescinde do trabalho abstrato e cindido ao ser para perpetuar-se, e se a precarização e precariedade são processo e condição da história do sistema capitalista, a informalidade se insere na atualidade como expressão da crise da sociedade do trabalho. Diante dos pressupostos, a presente dissertação analisa a condição camponesa sob o espectro da informalidade, com fundamentação que contribui para um entendimento sobre como o campo brasileiro é marcado pela pobreza e desigualdade, em que a estrutura fundiária concentrada nega as condições de reprodução social aos que formam o campesinato nacional. Na simbiose moderno-arcaico, a consolidação do padrão de acumulação urbano-industrial como um pacto entre burguesia e proprietários fundiários foram responsáveis pela negação dos direitos trabalhistas para a população rural brasileira e a acentuação de desigualdades históricas. As entrevistas realizadas em povoados do Agreste Central Sergipano, cuja permanência da condição camponesa é proeminente, revelam/ocultam a informalidade como espectro fantasmagórico que subordina a terra e a produção camponesa. Na afirmação ou negação, as entrevistas desvelam como o fardo do trabalho se associa a um processo de subordinação que força camponeses a uma lógica perversa de luta contra o tempo para perpetuarem o consumo de mercadorias. A terra permanece como substrato essencial para a unidade familiar em um sentido de morada; porém, com cada vez menos espaço para reprodução social, depende-se de outras fontes de renda baseadas não no plantio/cultivo diretos, mas na revenda de uma produção adquirida em mercados hortifrutigranjeiros (CEASA) ou através dos chamados ‘atravessadores’. Como Sísifos que sobem e descem montanhas todos os dias, a repetição de um cotidiano marcado pelo cansaço aproxima mito e realidade. Contudo, se no primeiro é a condenação eterna que move o sujeito, na segunda, se ultrapassa o misticismo na crítica ao capital e ao individualismo como regra no mundo do trabalho.

  • ADINEIDE OLIVEIRA DOS ANJOS
  • ANÁLISE GEOAMBIENTAL COMO SUBSÍDIO AO ORDENAMENTO TERRITORIAL DE BARROCAS/BA
  • Advisor : MARCIA ELIANE SILVA CARVALHO
  • Data: Feb 10, 2020
  • Dissertação
  • Show resume
  • A ocupação humana tem se tornado cada vez mais intensa nos espaços. Esse fato é decorrente do modo de vida contemporâneo, intensificado por diversos fatores, como os avanços tecnológicos, o crescimento populacional, a expansão urbana e industrial, que pressionam e degradam os bens naturais. Muitas vezes, essa organização espacial carece de elementos voltados para o ordenamento territorial. Desse modo, este trabalho tem por objetivo analisar os componentes geoambientais do município de Barrocas/BA com vista ao ordenamento territorial local, valorizando o potencial socioambiental e a conservação dos recursos naturais. Os estudos desenvolvidos sobre a égide das concepções geoambientais configuram-se como importantes ferramentas para obtenção de informações dos meios biofísicos, socioeconômicos e de processos de degradação in loco, culminando como instrumentos essenciais para o planejamento territorial-ambiental e a gestão municipal. Destarte, o desenvolvimento desta pesquisa foi norteado pelo método geossistêmico proposto por Bertrand (1972; 2004), que indica analisar os elementos constituintes da paisagem pelo emprego da escala têmporo-espacial de uso e ocupação das terras, abraçando a proposta de produção do conhecimento sistêmico/integral. O município em estudo faz parte do Território de Identidade do Sisal, está inserido no semiárido baiano, geomorfologicamente no Pediplano sertanejo e se configura como um território recentemente instituído enquanto ente federativo (emancipado no ano 2000), mas bastante antropizado, decorrente das atividades humanas para suprir as necessidades socioeconômicas. A escolha pela unidade de análise de município decorre do fato de ser uma escala de gestão pública dos recursos naturais sobre a égide do poder público municipal, que também é compatível para delimitação dos geossistemas, metodologia aqui adotada. Em virtude disso, a realização deste estudo possibilitou analisar as condições geoambientais, os usos e ocupação, as pressões antrópicas e os impactos associados. Mediante o zoneamento geoambiental realizado, foi possível identificar, nas terras municipais de Barrocas, dois Geossistemas (Serra do Barandão e Superfície de aplainamento) e seis geofácies (Cimeira estrutural conservada, Cimeira estrutural dissecada, Superfície dissecada em colinas, Serras rebaixadas, Planície aluvial inclinada e uma Superfície de desestruturação artificial). Com o (re)conhecimento das unidades de paisagem, propôs-se um esboço de ordenamento territorial no intuito de subsidiar usos mais sustentáveis para as terras do município em questão. Ressalta-se que o processo de zoneamento, seja ele qual for, é de grande importância, sendo um poderoso instrumento fornecedor de informações úteis ao processo de gestão do território, e o município é o laboratório ideal para sua experimentação, por se tratar de uma escala de planejamento e gestão territorial e ambiental. Sendo assim, a partir da análise da dinâmica da paisagem in loco, constatou-se o quão intensa tem se dado a atuação antropogênica no território de Barrocas. Contudo, verificou-se que os sistemas ambientais ainda resistem, sendo observado que o tempo está permitindo o processo de regeneração e adaptação dos geossistemas, mantendo-os em funcionalidade. Desse modo, novas atitudes e ações precisam ser colocadas em prática, pois disso depende a vida do homem e do planeta, considerando que os recursos naturais são esgotáveis. Portanto, deseja-se que a população e o poder público barroquense busquem alternativas socioeconômicas mais sustentáveis a fim de promover resultados mais efetivos, fazendo valer as leis ambientais e a promoção da conscientização quanto à questão ambiental.

  • DOUGLAS VIEIRA GÓIS
  • CENÁRIOS DE DESERTIFICAÇÃO, NO SEMIÁRIDO SERGIPANO.
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Feb 10, 2020
  • Tese
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  • As regiões áridas e semiáridas do globo possuem peculiaridades geoecológicas, em especial a variabilidade pluviométrica, que dificultam o desenvolvimento da agricultura. Tal condição, aliada ao quadro histórico de exploração excessiva dos recursos naturais, atrelado às atividades predatórias exercidas sobre o quadro geoambiental frágil desse espaço dá origem ao processo de degradação ambiental em grande intensidade, denominado desertificação. O processo de desertificação consiste na degradação das terras em áreas áridas, semiáridas e subúmidas secas, advinda de vários fatores, incluindo as variações climáticas e as derivações antropogênicas, resultando em impactos negativos tanto para os domínios ambientais, como para a população por ela afetada. De acordo com o Programa de Ação Estadual de Combate a Desertificação (PAE-SERGIPE), no estado de Sergipe uma área ao Noroeste do estado apresenta alto risco de desertificação, e uma porção ao Sudoeste que apresenta risco moderado ao desencadeamento do processo. Contudo, tal constatação baseia-se em estudos projetados para grandes escalas, ancorando-se, sobretudo em dados secundários que não conotam as particularidades da área de estudo, resultando assim resultados generalizantes. Nesse sentido, a presente pesquisa objetivou desenvolver um modelo para avaliação dos cenários biofísicos de desertificação nos municípios do semiárido Sergipano (Canindé de São Francisco e Poço Verde), avaliando os principais vetores de degradação e as correlações com derivações antropogênicas na configuração cenários de avanço das áreas degradadas/desertificadas. Para alcançar tal intento, foram utilizados múltiplos procedimentos metodológicos, a saber: revisão bibliográfica; pesquisa documental; elaboração e análise de documentos cartográficos, a partir de técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento, com foco na modelagem geoestatística; além de trabalhos de campo para análise in loco dos indicadores de desertificação propostos. Pode-se destacar que no município de Canindé de São Francisco há uma preponderância de ambientes com elevada suscetibilidade, onde 63% do território se enquadra nessa classe. No que diz respeito ao município de Poço Verde, por enquadrar-se numa área de maiores coeficientes pluviométricos e por consequinte, possuir sistemas produtivos com menor potencial de impacto ao solo, o referido município possui 46% do território com elevada suscetiblidade à desertificação. Todavia, a intensificação dos sistemas monocultores pode configurar um aumento desse processo de degradação. Ademais, deve-se destacar que a dinâmica climática associada às derivações antropogênicas no município de Canindé de São Francisco configura um território com cenário com tendência à expansão do processo de degradação/desertificação.

  • CÍCERO BEZERRA DA SILVA
  • ENTRE MARGENS, TERRAS E GENTES: CONVIVIALIDADES E IDENTIDADES NO SERTÃO DO BAIXO RIO SÃO FRANCISCO
  • Data: Feb 4, 2020
  • Dissertação
  • Show resume
  • A elaboração desta pesquisa tem orientação epistemológica na Geografia de abordagem cultural e parte do pressuposto de que a busca pela compreensão das relações espaciais e das espacialidades consubstancia um movimento capaz de desvelar as experiências vividas, quão reveladoras da própria realidade geográfica e dos sentidos de ser e estar no mundo. Destarte, o intuito primeiro da dissertação consiste em analisar as relações identitárias e de pertencimento, considerando-se a convivialidade e os saberes reveladores da geograficidade no sertão do baixo rio São Francisco, entre os estados de Alagoas e Sergipe. Para isso, apresenta-se como respaldo teórico a construção da categoria lugar-território como fundamento-chave à compreensão do pertencimento e das identidades que fazem o “Ser” ribeirinho sertanejo. Quanto à orientação metodológica, buscou-se aporte no arcabouço da pesquisa qualitativa de natureza relacional e fenomênica, sob os pressupostos da fenomenologia existencial de Maurice Merleau-Ponty (1996 [1945]) e da geograficidade de Eric Dardel (2015 [1952]). Dentre os procedimentos e instrumentais de investigação, por sua vez, destacam-se a pesquisa bibliográfica e os trabalhos/jornadas de campo. Na pesquisa, a observação dirigida e as entrevistas semiestruturadas foram realizadas com um roteiro delineado pela compreensão dos modos de vida, da convivialidade e do pertencimento, em que pese o registro dos saberes e fazeres na linha do tempo dos entrevistados, auxiliado pela caderneta de apontamentos e pelos registros fotográficos. Por esse caminho dialógico, apreendemos, no contexto do pensamento social brasileiro, os sentidos de sertão e de sertanejo por três fundamentos. No primeiro, sertão e sertanejo são adjetivações que remetem à ideia de dominação; o segundo diz respeito ao sertão enquanto espaço/lugar de vivência, reprodução da vida e materialização cultural, e o terceiro corresponde à abstração em que a essência é a subjetividade. Quanto à multiplicidade das identidades, estas estão fortemente associadas ao processo histórico de enraizamento no/pelo lugar, assim como às relações de pertencimento e às transformações sociais, ambientais e culturais às quais o rio e suas gentes foram submetidos, sobretudo após a segunda metade do século XX. No pesquisa, a análise das identidades foi conduzida tendo por fundamento a classificação de Bassand (1989) e Almeida (2008a, 2008b) sobre a qual foram designadas cinco tipologias identitárias: i. Apáticos e resignados; ii. Migrantes Potenciais; iii. Modernistas; iv. Tradicionalistas e v. Regionalistas. A construção do ser ribeirinho sertanejo observou, portanto, o amálgama entre natureza e cultura como expressão viva das identidades em que o rio São Francisco e o(s) sertão(ões) formam um contínuo de materialidade e subjetividade, de ser não tão somente ribeirinho, mas, também, de ser sertanejo no/do rio São Francisco.

  • HEBERTY RUAN DA CONCEIÇÃO SILVA
  • ENTRE MANGUEZAIS, RIOS E RESTINGAS: SOBERANIA ALIMENTAR DOS POVOS TRADICIONAIS PESQUEIROS E A CARCINICULTURA NO MUNICÍPIO DE BREJO GRANDE/SE
  • Advisor : SONIA DE SOUZA MENDONCA MENEZES
  • Data: Feb 3, 2020
  • Dissertação
  • Show resume
  • Nos territórios tradicionais pesqueiros de Brejo Grande, a produção e o consumo de alimentos estão associadas as práticas produtivas desenvolvidas nos manguezais, rios, restingas e áreas cultivadas. O objetivo dessa dissertação é compreender como a soberania alimentar dos povos tradicionais pesqueiros de Brejo Grande/SE tem sido afetada pela prática da carcinicultura. Para isso, nos embasamos nos pressupostos metodológicos da pesquisa qualitativa, com destaque para as seguintes instrumentais: revisão bibliográfica, pesquisas de campo constituídas de roteiros de entrevistas semiestruturada, observação, coleta de relatos informais, registro e levantamento fotográfico e diário de campo. Foi possível constatar que a soberania alimentar dos povos tradicionais está atrelada à autonomia no acesso e na realização das práticas produtivas como o cultivo, pesca e extrativismo de espécies nativas de peixes, crustáceos, moluscos, frutas, grãos e legumes. Essas atividades proporcionam as bases da alimentação, assim como da reprodução socioeconômica dos sujeitos. Entretanto, nos últimos anos, as comunidades têm vivenciado o avanço da criação de camarão em cativeiro, esta atividade se apropria dos recursos naturais, impõe novas condições socioambientais que afetam diretamente a manutenção da soberania alimentar dos povos tradicionais pesqueiros do município de Brejo Grande.

  • PATRÍCIA QUIRINO ROCHA
  • MULHERES QUE "BOTAM BANCA" NA FEIRA DE EUCLIDES DA CUNHA-BA
  • Data: Feb 3, 2020
  • Dissertação
  • Show resume
  • Esta dissertação possui como sujeito/objeto de estudo as mulheres que “botam banca” na feira em Euclides da Cunha/BA, partindo da compreensão de que mulheres e homens produzem diferentes territórios e lugares e, por isso é imprescindível investigar pela perspectiva do gênero. Com o objetivo de analisar as práticas e saberes das mulheres feirantes, buscamos apreender suas vivências como mulheres e feirantes, seus vínculos com os produtos de suas barracas e refletir sobre suas territorialidades, possuindo com contexto geográfico, cultural, político e econômico: o sertão. A investigação é de abordagem qualitativa, operacionalizada pela percepção, caminho metodológico que escolhemos para desvendar como enxergamos os outros e a nós mesmos, conscientes de que foram pelos sentidos corporais que apreendemos, pelos “de fora” e pelos “de dentro”, o mundo vivido das mulheres feirantes. A feira de Euclides da Cunha é, desde os primórdios de sua fundação, elemento importante na sua formação, e revelador da cultura regional. Além disso, caracteriza-se como lugar no qual são tecidas relações de amizade, solidariedade e companheirismo. É, pois, pelo “botar banca” que as mulheres feirantes tecem suas existências e, neste “ir e vir” das suas localidades para a feira, são forjadas materialidades e imaterialidades reveladas em suas práticas e saberes.

2019
Description
  • VANESSA PALOMA ALVES RODRIGUES
  • O ESTADO, AS POLÍTICAS PÚBLICAS E SUA FUNCIONALIDADE NA DISSEMINAÇÃO DA ORDEM REPRODUTIVA SOCIOMETABÓLICA DO CAPITAL NO CAMPO.
  • Data: Dec 16, 2019
  • Tese
  • Show resume
  • A presente Tese de Doutorado busca desvelar a funcionalidade do Estado na expansão política da garantia da propriedade privada, enquanto mantenedor das relações de classes em um intricado sistema de regras e normatizações da exploração da terra e do trabalho, que viabiliza a (re)produção sóciometabólica do capital. Alicerçamos nossas reflexões sustentadas no método do materialismo histórico dialético, que nos permite a leitura processual da realidade, a partir das contradições, no movimento do ir e vir, para entender a totalidade das múltiplas determinações e relações que a compõe. Nossa reflexão, se prende ao estudo do Estado de Direito e os (re)ajustes do Estado neoliberal para atender o modelo de desenvolvimento e expansão do sistema do capital financeirizado. Parte-se do princípio de que as Políticas Públicas se afirmam enquanto “públicas” definindo e interferindo nas possibilidades e limites de utilização dos espaços e dos serviços públicos, para a garantia dos interesses do privado, na medida em que se estabelece na Esfera Pública; esfera da mediação da sociedade burguesa, falseada enquanto lócus da democracia, em que o Estado perde a aparência de sua feição classista e converte-se, deste modo, enquanto Estado democrático como garantidor de direitos de todos, atenuando as tensões e contradições do capital, ao tempo em que viabiliza a reprodução do capital. O Estado por meio da concessão de alguns direitos e de Políticas Públicas, escamoteia a sua funcionalidade como parte da reprodução da sociedade capitalista pela via da ideologia da neutralidade, e organiza sua estratégia política centrada em criar uma falsa aparência da realidade no discurso de cidadania e democracia. Concluímos que as Políticas Públicas e direitos sociais no movimento da complexa e enredada contradição, ao tempo que apaziguam precariamente algumas mazelas do capital, aprofundam e perpetuam um perverso conjunto de relações de exploração que permanecem arcaicas em sua essência, e se apresentam enquanto novas, com a aparência do moderno, mas escondem as velhas formas de exploração do trabalho, da pobreza e da miséria afiançadas pelo capital. Na atualidade, em tempos de crises cada vez mais curtas, o capital impele ao Estado uma nova/velha conformação política para continuar a garantir a existência do mundo da mercadoria enquanto sistema dominante estabelecendo à total rapina das riquezas da natureza, das terras e do trabalho.

  • ELIANY DIONIZIO LIMA
  • CAMPO-CIDADE: UNIDADE DIALÉTICA NA RELAÇÃO DESIGUAL DA LÓGICA DO CAPITAL
  • Data: Dec 13, 2019
  • Tese
  • Show resume
  • A presente Tese de Doutorado parte do pressuposto de que a relação campo-cidade constitui uma unidade dialética contraditória para a garantia da acumulação do capital. Sua aparente dualidade se sedimenta no discurso ideológico da separação natural campo-cidade, fortalecendo a estrutura capitalista das desigualdades espaciais sustentada na ideia de superioridade da cidade em relação ao campo. Para entender a dialetização dessa relação analisamos as formas que se apresentam as mediações do trabalho, sua divisão social, territorial, sua mobilidade, nos diferenciados tempos da formação histórica, especificamente na sociedade capitalista no Brasil. A referente Tese está sustentada no método do materialismo histórico-dialético. O pensar crítico reflexivo permite analisar o movimento da circularidade do capital versus trabalho nas formas em que se revestem as relações capitalistas de produção. Procura-se identificar e analisar as alterações que foram produzidas ao longo do processo histórico, observando as formas de apropriação do espaço (campo e cidade); de que maneira os projetos de desenvolvimento implementados no Brasil garantem a ampliação da acumulação do capital, nesses espaços, e estabelecem a dinâmica da relação campo-cidade nos últimos anos com a consolidação do capital financeiro com o Estado neoliberal. Nesse sentido foi fundamental refletir sobre a ação do Estado impondo novas lógicas para a sua apropriação. As metamorfoses que ocorrem nesses espaços (campo e cidade) demonstram as formas como o capital se reinventa e se mantem em meio às contradições das quais é dependente, em tempo de crise. A análise da totalidade dessas relações permitiu constatar que a articulação/justaposição dos elementos necessários para que a lógica do capital se realize é definida na divisão social do trabalho; campo-cidade se constituem espaços produzidos de modo a atender as necessidades da garantia da acumulação do capital, evidenciando que não se tratam de espaços distintos em decorrência das atividades predominantes, mas, produzidos de forma desigual e combinada na unidade dialética das suas contradições. As transformações observadas evidenciam que esses espaços são produzidos para garantir a efetivação do ciclo total do capital, e a forma como se estabelece a divisão social e territorial do trabalho é o determinante para o funcionamento sociometabólico do capital.

  • JOAB ALMEIDA SILVA
  • ORGANIZAÇÃO SÓCIO-ESPACIAL DO TURISMO DE ARACAJU/SE: A GOVERNANÇA COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO
  • Data: Dec 11, 2019
  • Tese
  • Show resume
  • A análise dos elementos constitutivos do sistema de produção e consumo do espaço turístico com seus objetos fixos de apoio aos viajantes e o próprio fluxo de turistas é fundamental para o entendimento da complexidade do fenômeno turístico. Os pontos de convergência entre os principais agentes de produção envolvidos (empresas, turistas, governos e comunidades) deveriam nortear as estratégias de planejamento da atividade turística, portanto, incorporam este trabalho que tem por objetivo analisar a organização sócio-espacial do turismo de Aracaju com foco na governança como dimensão de competitividade. Seu alcance foi motivado pelos objetivos específicos de discutir os desdobramentos das políticas públicas de turismo; analisar as interações entre as partes integrantes do sistema turístico de Aracaju; caracterizar as condições de competitividade do destino Aracaju a partir das dimensões do projeto destinos indutores do turismo nacional; propor alternativas de monitoramento e controle do desenvolvimento turístico a partir da governança. O trabalho foi estruturado com reflexões sobre os conceitos fundamentais da pesquisa sócio-espacial do turismo, da governança e da competitividade, além da análise das categorias geográficas nas orientações e critérios das políticas públicas de turismo. Em seguida, foram abordados os fundamentos teórico-metodológicos que dão base a pesquisa, tendo como principal elemento a investigação qualitativa com o princípio teórico da análise sistêmica associada à geografia do turismo. Enquanto tipo de pesquisa optou-se pela observação participante que oportunizou uma imersão nas relações estabelecidas pelos indivíduos da cadeia de produção do turismo, tanto em reuniões das governanças instituídas, quanto em eventos promovidos pelos órgãos oficiais de turismo e outras instituições ligadas à atividade turística. Entre as técnicas utilizadas estão: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa de campo e aplicação de entrevistas, por meio das quais foi possível organizar um marco teórico das discussões ligadas aos temas norteadores da pesquisa, acessar documentos técnicos e jurídicos ligados à produção do turismo de Aracaju, visitar áreas de uso turístico e órgãos do poder executivo que promovem intervenções espaciais, além de possibilitar a rememoração de agentes de produção que, em alguns casos, há mais de três décadas estão envolvidos com o planejamento e desenvolvimento do turismo. Entre os principais resultados estão: 1. Identificação das partes formadoras do sistema turístico de Aracaju; 2. Reconhecimento dos agentes de produção do turismo sobre o incipiente uso dos planos de desenvolvimento da atividade e da falta de estratégia comum para o desenvolvimento turístico; 3. Proposição de reorganização da governança turística. Este trabalho comprova a tese de que a governança participativa aumenta a competitividade turística ao passo em que interfere na organização sócio-espacial do turismo.

  • RAMON OLIVEIRA VASCONCELOS
  • EMPREENDEDORISMO RURAL COMO MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO: Limites à realidade da agricultura familiar em Sergipe.
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Dec 10, 2019
  • Tese
  • Show resume
  • O estudo sobre a questão do empreendedorismo no espaço rural sergipano visa abordar os condicionantes rebatidos na agricultura familiar que adotaram a partir de processos de inovação, da absorção de tecnologia, da gestão da propriedade, formar cadeias produtivas, cria mecanismos de comercialização que contribuem para aumentar e diversificar a produção e com isso intensificar a renda das famílias. Esse se justifica a partir de diversas variáveis que indicam e caracterizam o desempenho do produtor rural que vai além da concepção tradicional da agricultura familiar. Trabalho realizado com pesquisa de campo entre os atores empreendedores, de natureza qualitativa, levando em consideração a relevância da abordagem empírica e indutiva. O empreendedor rural traça metas, tem planejamento, visão de mercado busca capacitações constantes, está envolvido com a comunidade local, tem preocupações e ações ambientais. Faz-se necessário uma análise autocrítica dos limites do empreendedorismo enquanto processo social e econômico, além de seu aspecto ideológico, que impactam na formação de uma geração de atores individualistas. Portanto, a agricultura familiar da região em estudo encontra-se trabalhada no ciclo de transformação que se expressa pelo sistema de produção e de aplicação do empreendedorismo. Isso demonstra que um novo padrão de produção tem incrementando a renda, e com isso seja capaz de melhorar as condições de vida do agricultor e da família enquanto mecanismo particular de gestão na linha da eficiência empreendedora.

  • ÍTALA SANTANA SOUZA
  • APLS DE CASAS DE FARINHA EM SERGIPE: DIALÉTICA ESPACIAL DA MODERNIZAÇÃO DA MANDIOCULTURA E SUBORDINAÇÃO DO CAMPESINATO
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Nov 28, 2019
  • Tese
  • Show resume
  • A análise da produção do espaço nos faz perquirir os vários níveis da realidade em suas diferentes escalas. Esse movimento permite apreender os momentos diferenciados da reprodução geral da sociedade em sua complexidade e neles, as determinações do fenômeno que estamos estudando. A investigação sobre o espaço da mandiocultura em Sergipe, que realizamos por meio desta Tese, vem explicar a dinâmica espacial dessa atividade produtiva, no contexto de reestruturação produtiva do capital no campo, que implicou em alterações técnicas e na formação de Arranjos Produtivos Locais (APLs) de casas de farinha no estado. Tal dinâmica exigiu a elucidação de como o processo de mundialização do capital impulsiona alterações no espaço agrário sergipano, assim como da relação capital-Estado e todos os seus desdobramentos territoriais. Partiu-se de uma revisão da literatura sobre produção do espaço no capitalismo, as metamorfoses da relação homem natureza nos diferentes momentos da reprodução. Deu-se ênfase ao debate das mudanças para o regime de acumulação flexível, quando a forma de expansão capitalista aponta para um processo de descentralização político-administrativa com foco em um desenvolvimento endógeno, denunciando a natureza da política neoliberal abraçada em correspondência ao momento novo da mobilidade geográfica do capital. O quadro real mostrou por meio das pesquisas de campo realizadas na área de maior domínio da mandiocultura em Sergipe, qual seja, o município Lagarto, maior produtor de mandioca e de farinha de mandioca no estado, o município de Campo do Brito e o município de São Domingos. Em que pese a ampliação de formas de aproveitamento da mandioca e as possibilidades geradas de agregação de valor e comercialização de subprodutos geradas nos últimos anos, a quase totalidade da produção de mandioca é vendida in natura para um terceiro. O camponês perde o controle da produção e comercialização do produto final mais importante, que é a farinha. Se estabelece uma relação de estranhamento entre o sujeito da produção e o produto do trabalho, mas sobretudo, uma redução da renda do produtor. Nesse cenário, a realidade mostrou que o espaço da mandiocultura, tradicionalmente dominado pelo campesinato brasileiro, vai sendo tomado por um processo de monopolização da produção por agentes com maior poder econômico. A política de arranjo produtivo local ligada às casas de farinha intensificou a divisão da renda camponesa, transformou o camponês em um empregado na sua própria terra ou nas/das casas de farinha, ampliou o trabalho feminino e infantil, na atividade, agora de forma mercantilizada, naturalizando esse último como ajuda. Trata-se de um quadro que demanda preocupação por que além do discurso de que o APL produz visibilidade para a atividade, se difunde uma compreensão do caráter inevitável dessa chamada modernização, negligenciando-se a natureza desse modelo de desenvolvimento rural que nega aos camponeses as possibilidades de autogestionarem o produto do seu trabalho. Uma realidade que mostra a atualidade do debate da questão agrária no Brasil e da necessidade de organização do campesinato como classe, que deve lutar para se reproduzir longe do domínio do capital.

  • JOSÉ AUGUSTO MENEZES DOS SANTOS
  • A Luta do Povo Quilombola: Mussuca/SE, organização política e resistência
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Aug 30, 2019
  • Dissertação
  • Show resume
  • A presente pesquisa objetivou avaliar a espacialização da luta dos remanescentes quilombolas em Sergipe e do Território quilombola Mussuca, de forma específica, seus desafios para o reconhecimento do território e as condições de reprodução social das famílias. Os remanescentes de quilombo constituem-se grupos étnico-raciais definidos pelo requisito da declaração dos próprios sujeitos e estabelecem relações territoriais próprias, associada à ancestralidade negra e a resistência à histórica opressão sofrida, em decorrência do modelo escravagista instaurado no Brasil colônia, mas que permanece recorrente na trajetória da formação territorial brasileira. A CF de 1988, nas suas Disposições Transitórias reconheceu o direito da propriedade definitiva das terras para os remanescentes dos quilombos que estivessem ocupando suas terras, cabendo ao Estado, a emissão dos respectivos títulos. Entretanto, foi somente em 2003 que o Decreto 4.887 regulamentou da identificação à titulação das terras. No quadro atual das relações capitalistas, as relações políticas pautadas pelos interesses dos grupos detentores de terras no Brasil, ameaçam esse direito expondo um cenário de intensificação da luta com repercussões no acirramento da violência no campo. No estado de Sergipe existem 30 processos por titulação em andamento e 4 territórios titulados, das 170 comunidades tituladas no país. São elas: Lagoa dos Campinhos, no município de Porto da Folha, com 89 famílias; Mocambo, em Porto da Folha, com 185 famílias; Serra da Guia, em Poço Redondo, com 197 famílias e Pirangi, em Capela, com 47 famílias. Nessa pesquisa, a partir das contradições dos processos de formação territorial e luta por terras em Sergipe, buscamos elucidar os desafios enfrentados pelos quilombolas da comunidade Mussuca, no município de Laranjeiras. A aplicação de quarenta e um questionários apontaram para o desvelamento sobre a condição de luta contínua da comunidade quilombola da Mussuca: com aproximadamente mil famílias, em sua maioria com relações de parentesco. Desde os anos 80, os moradores se articulam em busca da titulação das terras, que são originárias da doação secular de um fazendeiro local. Contudo, a falta de um documento que comprove a posse vem dificultando a titulação. No movimento de resistência, exige-se continuamente o enfrentamento contra projetos de destituição da identidade quilombola, a exemplo da proposta de instalação de exploração de calcário para a indústria de cimentos, sob o discurso de ‘geração de empregos’ e ‘sustentabilidade’, negada e contraposta pela maioria dos quilombolas. A comunidade apresenta uma estrutura fundiária dividida em lotes de terras coletivas, sem distinções de tamanho ou hierarquizações, em que se plantam leguminosas, verduras, tubérculos, frutas e plantas medicinais. As pescadoras e pescadores compõem a maior parcela dos moradores, organizados em uma Associação para reuniões e discussões sobre problemas a serem enfrentados, formas de articulação com instâncias governamentais e manifestações em geral. A comunidade enfrenta a necessidade de melhor infraestrutura local, a citar: as obras inacabadas do posto médico local, após uma década do início da construção, a falta de atendimento médico-hospitalar para todos os moradores; bem como, a defasagem e inadequação dos Projetos Político-Pedagógicos das escolas, dissociados da realidade quilombola e do movimento negro. A necessidade de ingresso de jovens quilombolas em universidades e a insuficiência de postos de trabalho também são demandas dos habitantes da Mussuca. Uma realidade que marca o conjunto dos territórios quilombolas brasileiros, que apesar das conquistas constitucionais permanecem áreas à margem de condições mínimas para a reprodução das famílias, que em geral têm negados direitos básicos. De acordo com lideranças do movimento de defesa do território Mussuca, o quadro de resistência da identidade e de lutas por direitos sociais se agravou a partir do golpe de 2016 e da eleição da ultradireita brasileira em 2018. Para eles os rebatimentos na demora da consolidação do seu território são os mesmos que estão para o conjunto dos quilombolas brasileiros, pois se trata de um cenário de acirramento de conflitos contra a população quilombola e, consequentemente, dificuldades como a possibilidade de transferência das demarcações de terras do INCRA para o controle do Ministério da Agricultura, além da defesa explícita em conceder terras indígenas e quilombolas para a exploração de mineradoras, demarcando uma realidade que vem exigindo dos povos quilombolas a crítica e resistência ao projeto denominado ‘integrador’ pelos membros do Governo Federal.

  • CLEANE SANTOS NUNES
  • TERRITÓRIOS DA CONSERVAÇÃO: PRESERVAÇÃO E CONFLITOS NAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE BOA NOVA- BA
  • Advisor : LILIAN DE LINS WANDERLEY
  • Data: Aug 27, 2019
  • Dissertação
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  • Unidades de conservação (UCs) são áreas com características naturais relevantes, definidas e delimitadas pelo poder público com o propósito de proteger importantes habitats e ecossistemas. Com frequência a criação de áreas protegidas é acompanhada de conflitos que envolvem múltiplas dimensões (política, SUD quando se tratam de UCs de proteção integral, ou seja, quando o território instituído como área protegida é controlado por preceitos restritivos de uso e manejo, sendo admitido apenas o uso indireto dos recursos naturais. Isso é o que ocorre nas unidades de conservação federais do município de Boa Nova, o Parque Nacional e o Refúgio de Vida Silvestre, localizados no sudoeste do Estado da Bahia, que possuem como objetivo básico proteção dos ambientes naturais do ecótono Caatinga - Mata-Atlântica, sobretudo a Floresta Estacional Semidecidual de Altitude, conhecida como Mata de Cipó, que é o habitat da ave Rhopornis ardesiacus (Wied 1831), espécie endêmica e ameaçada de extinção, de grande importância a nível nacional. As UCs de Boa Nova possuem conflitos de caráter socioambientais desencadeados, sobretudo, pelo baixo nível de implementação; por terem a totalidade dos seus territórios compostos por propriedades privadas, em grande parte antropizados pela intensa ocorrência da pecuária extensiva, agricultura, extração de recursos florestais e a cultura de desmatamento e queimadas. Assim, diante da problemática das relações estabelecidas no recorte territorial, esta pesquisa se propôs analisar os conflitos socioambientais entre a preservação ambiental e os usos dos territórios da conservação de Boa Nova, utilizando-se do aporte da ecologia política para apreensão dos quadros conflituosos nas vertentes políticas, sociais e ambientais no território. Para se delinear os principais elementos da análise dos conflitos socioambientais, optou-se pelas tipologias de conflitos desenvolvidas por Little (2001) e Zhouri; Laschefski (2010). Trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório, pautada no estudo de caso, levantamento bibliográfico e análise documental. Para a coleta de dados, foram realizadas visitas técnicas de campo, registros fotográficos, observação sistemática com o auxílio do diário de campo, e realização de entrevistas semiestruturadas com as instituições públicas e Organizações Não Governamentais (ONGs) atuantes nas áreas protegidas. Como síntese da análise realizada se observa que as UCs de Boa Nova foram criadas por um motivo nobre de proteção da flora e fauna ameaçadas de extinção, tendo em vista que antes do Decreto de Criação das UCs, nº 12.642, de 11 de junho de 2010, não haviam iniciativas legais que garantissem a conservação ambiental da área. Contudo, por se tratar de territórios muito antropizados, com uma população rural altamente dependente dos recursos naturais, a escolha pelas categorias “proteção integral” criou situações conflitivas entre as normas legais e as necessidades socioeconômicas, sobretudo pela ineficiência financeira do órgão federal gestor para a desapropriação e indenização das terras e implementação das Unidades de Conservação instituídas no território.

  • MÁRIO ARTUR BARBOSA DA ROCHA
  • Reprodução socioespacial do campesinato no Alto Sertão sergipano através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
  • Advisor : ERALDO DA SILVA RAMOS FILHO
  • Data: Aug 27, 2019
  • Dissertação
  • Show resume
  • Nosso estudo teve como objeto de pesquisa o Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE, instituído pela Lei Ordinária 11.947/2009, cujo artigo 14, prevê que um mínimo de 30% dos recursos da alimentação escolar, repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE às entidades executoras do programa devem ser destinados à compra de alimentos oriundos do setor familiar da agricultura. A problemática deste estudo está em investigarmos a relação dos camponeses organizados na COOPAC - Cooperativa de Produção Agroindustrial e Comercialização do Estado de Sergipe no Alto Sertão Sergipano, com o mercado institucional estabelecido pelo PNAE, assim como a evolução do cumprimento da referida lei no estado de Sergipe entre os anos de 2011 - 2015. Estes sujeitos são assentados no Projeto de Assentamento Jacaré-Curituba, situado no município de Poço Redondo. Esta área nos chama à atenção por, um lado em face da magnitude da infraestrutura de irrigação implantada, a vastidão de terras e famílias beneficiadas com a reforma agrária, bem com por apresentar uma série de contradições que emergem diante das investidas do capital. O objetivo geral desta pesquisa é investigar a relação entre o campesinato e as políticas públicas voltadas para a comercialização de seus produtos, em especial o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) no Território Alto Sertão sergipano, particularmente com os camponeses organizados na Cooperativa de Produção Agroindustrial e Comercialização do Estado de Sergipe (COOPAC). Nossa metodologia se baseou em revisão da literatura em relação aos marcos da governança global do combate à fome e a miséria (FAO, 1973; 1974; 2017), situando essas políticas nas escalas nacional e local. Para interpretar a realidade através dos processos socioespaciais consideramos pertinente trazer para o nosso estudo os conceitos de espaço social (LEFÉBVRE, 1976), a territorialização do capital com (OLIVEIRA, 2007), o conceito de campesinato (SHANIN, 2008) e desvelando as chaves da exploração camponesa na esfera da circulação capitalista com (VERGÉS, 2011). A revisão do marco jurídico que institui o PNAE dentro de um contexto histórico foi realizada principalmente através dos estudos de (PEIXINHO, 2011). A pesquisa de campo ocorreu no Assentamento Jacaré-Curituba, onde se localiza a sede da COOPAC e onde residem os sujeitos entrevistados. Foram entrevistadas ao todo 15 pessoas entre homens e mulheres. Todas as entrevistas foram realizadas entre os meses de setembro e outubro de 2018.

  • PRISCILA PEREIRA SANTOS
  • VERANEIO, TURISMO DE SOL E PRAIA E IMOBILIÁRIO-TURÍSTICO: A FORMAÇÃO DA REGIÃO TURÍSTICA ENTRE O LITORAL SUL DE SERGIPE E O LITORAL NORTE DA BAHIA
  • Data: Jul 26, 2019
  • Tese
  • Show resume
  • A fluidez territorial entre o Litoral Sul de Sergipe e o Litoral Norte da Bahia conecta Aracaju (SE) e Salvador (BA) e aponta para a formação de uma nova lógica urbano-regional reticular, dinamizada pelos seguintes elementos regionalizadores: veraneio, o turismo de sol e praia e o imobiliário-turístico. Nesta interligação territorial, essa tríade regionalizadora destaca-se nos municípios de Estância, Sul de Sergipe, especificamente na Praia do Saco, e Mata de São João, Litoral Norte da Bahia, com relevo na Praia do Forte. Neste contexto, defende-se a tese que a partir da articulação rodoviária litorânea entre Aracaju (SE) e Salvador (BA), a dinâmica territorial do veraneio, do turismo de sol e praia e do imobiliário-turístico entre os municípios de Estância, Litoral Sul de Sergipe, e Mata de São João, Litoral Norte da Bahia, tendem a configurar em territórios-zona, entre estes litorais, e território-rede, entre a Praia do Saco (SE) e a Praia do Forte (BA), uma região turística sob a égide do Estado e do Mercado Turístico e Imobiliário. Deste modo, o objetivo geral desta pesquisa foi analisar a dinâmica territorial do veraneio, do turismo de sol e praia e do imobiliário-turístico entre o Litoral Sul de Sergipe e o Litoral Norte da Bahia sob a perspectiva da formação de uma região turística. Esta proposta de análise ancora-se no método pós-estruturalista. O pós-estruturalismo defende o movimento da diversidade do pensamento, as múltiplas possibilidades de analisar as realidades que são colocadas ao pesquisador. Os procedimentos metodológicos utilizados foram: pesquisa bibliográfica, documental e de campo. A vivência e a re-interpretação das realidades dos sujeitos analisados fundamentaram-se na observação simples, sistemática e participante. As anotações de campo, os registros fotográficos, as entrevistas semi-estruturadas, por pautas e focalizadas foram os instrumentos metodológicos utilizados na pesquisa de campo. Os agentes e os sujeitos entrevistados foram interpretados por meio da Análise do Discurso (AD). A estrutura histórico-genética da expansão e extensificação territorial da segunda residência entre o Litoral Norte da Bahia e o Litoral Sul de Sergipe conecta esses litorais ao mesmo tempo em que articula as particularidades da Praia do Forte e da Praia do Saco. Ambas destacam-se pela densidade territorial da segunda residência. Assim, os contextos urbano-regionais são alargados pelas particularidades estruturais da segunda residência, ou, em outras palavras, pelas continuidades históricas. Mas ao conectar-se em territórios-rede pelas suas particularidades, a Praia do Forte e a Praia do Saco desconectam-se diante das singularidades, ou, melhor, pelas descontinuidades das diferentes temporalidades e territorialidades na articulação escalar global-regional-local, é a diversidade territorial (re)(des)construindo as estruturas do jogo de poder da globalização. Nesse contexto, observa-se a formação da região turística entre o Litoral Sul de Sergipe e o Litoral Norte da Bahia como produto-produtora de processos de diferenciação espacial, como produto-produtora de dinâmicas globalizantes e de fragmentação socioespacial na articulação entre o Estado e o Mercado, concomitantemente a região turística também é construída através da ação de diferentes sujeitos sociais.

  • VANESSA SANTOS COSTA
  • Novos Territórios da Energia Eólica no Brasil: apropriações e conflitos.
  • Data: Jul 19, 2019
  • Tese
  • Show resume
  • A energia elétrica é um dos insumos mais relevantes para o desenvolvimento econômico e social. Contudo, um terço da população mundial não possui acesso à eletricidade e, na busca de atender essa carência e ao rápido crescimento do consumo mundial, as fontes energéticas renováveis apresentaram-se, sobretudo após a crise de 1970 como uma das soluções. A consciência da preservação ambiental chamou atenção para a necessidade da geração de energia que suprisse a demanda sem incidir poluição. O presente estudo destaca a energia eólica por ser considerada uma das fontes renováveis menos poluentes. Nossa tese está construída com a compreensão de como a implantação de empreendimentos eólicos no Brasil gera territórios-redes que estabelecem relações, conexões e ligações entre os atores e os sujeitos envolvidos com rebatimentos socioespaciais de apropriações e conflitos multiescalares. A análise possibilitou entender a “nova” configuração do espaço geográfico pelas redes de verticalidade e horizontalidade, que por estar conectado com fixos e fluxos (materiais e imateriais) permitem o seu ligamento com diversos pontos, seja pelas técnicas e tecnologias, seja no sistema financeiro, sistemas de transportes, que nesse caso, nos auxilia na análise da implantação de empreendimentos eólicos. Tomamos como caminho metodológico a pesquisa qualitativa executada por levantamentos bibliográfico e documental, diário de campo e trabalho de campo em Sergipe, Ceará e Bahia, com aplicação de entrevistas e levantamento de matérias em jornais e mídias digitais. Na análise da socioespacialidade dos parques eólicos no país utilizamos uma matriz com dados da Associação Brasileira de Energia Eólica que situa e qualifica 583 parques eólicos instalados no Brasil de 1998 a dezembro de 2018, distribuídos pelas regiões Nordeste, Sul e Sudeste. Numericamente os parques eólicos concentram no litoral do Rio Grande do Norte, porém, o maior potencial gerador, ainda em fase de implantação localiza-se no Sudoeste da Bahia, na região do semiárido com os benefícios de altimetria da Chapada Diamantina. Este será o maior parque eólico não apenas do nosso país, mas também da América Latina. Quanto ao capital empregado para implantação desses empreendimentos constata-se que há uma parceira entre capital estrangeiro, com predomínio de tecnologia espanhola, com empresas locais e de médio porte. Evidenciamos que a política de energia eólica no Brasil foi consolidada por ações das instituições reguladoras vinculadas ao setor e pela participação efetiva de bancos que fomentaram e financiaram a instalação dos empreendimentos o que contribuiu para ampliar o cenário energético. Entretanto, observa-se o processo de ampliação do setor pela abertura de mercado com a efetiva participação de multinacionais em detrimento dos possíveis avanços em pesquisa, desenvolvimento tecnológico e instalação de parques nacionais. Evidenciamos a maneira como as empresas gestoras se apropriaram das localidades e provocaram transformações na paisagem e mudanças no cotidiano das comunidades de entorno, além de gerar conflitos ligados a questões de ordem política, econômica, ambiental e social.

  • LUCAS DE ANDRADE LIRA MIRANDA CAVALCANTE
  • DE CAMPONÊS A “EMPRESÁRIO RURAL”: O ASSENTAMENTO JACARÉ-CURITUBA
  • Data: Jun 21, 2019
  • Dissertação
  • Show resume
  • A presente dissertação de mestrado objetivou analisar o modelo do empreendedorismo rural como estratégia de subordinação da terra e do trabalho camponês ao capital, no Projeto de Assentamento Jacaré-Curituba/SE. Nossa pesquisa foi sustentada no método do materialismo histórico-dialético, que permitiu compreender as contradições do processo de expansão do capital, sob o discurso do modelo de modernização desenvolvimentista, no movimento da diferenciação e de igualização do espaço agrário. Nossos estudos identificaram a importância do processo de formação territorial do Assentamento Jacaré-Curituba, para a consolidação dos movimentos sociais no campo, particularmente o MST, na luta pela terra de Reforma Agrária, no Alto Sertão Sergipano. A referente pesquisa foi desenvolvida a partir dos seguintes procedimentos metodológicos: pesquisa documental; estudo dos Relatórios da CODEVASF, da EMDAGRO, do INCRA e do IBGE; levantamento bibliográfico; pesquisa de campo, via observações locais; anotações em diário de pesquisa; e aplicação de questionários semiestruturados com os assentados residentes. Constatou-se que o modelo do empreendedorismo rural no Projeto de Assentamento Jacaré-Curituba contradiz a lógica da pequena produção camponesa, de base familiar, da terra como condição autônoma de vida, passando a considerá-la como mercadoria. Conclui-se que: o modelo do empreendedorismo rural não tem atendido à demanda necessária para a permanência da família camponesa, resultando inclusive na mobilidade dos jovens para outras localidades. O discurso da inclusão como camponês, via o empreendedorismo rural, é ideológico e se estabelece para a sua subordinação ao capital, pela apropriação da renda da terra camponesa, e a subordinação do trabalho por meio do processo da subsunção da terra ao capital.

  • ALDA LISBOA DE MATOS SILVA
  • ESTRUTURAÇÃO SOCIOAMBIENTAL NA MICRORREGIÃO DE BOQUIM/SERGIPE
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Jun 17, 2019
  • Tese
  • Show resume
  • A natureza é fundamental para o desenvolvimento das sociedades, mas essa relação sociedade-natureza nem sempre se mostrou harmoniosa, pois pode gerar mudanças que impacte negativamente as paisagens com perda da vegetação original, pressão nos mananciais, descontrole biológico, desequilíbrio biofísico e socioeconômico. As ações predatórias que a sociedade imprime nas paisagens podem ser vistas em ambientes urbanos e rurais, e se manifestam em múltiplas dimensões, do local ao global. Nesse sentido, a Tese tem por objetivo analisar as feições e mudanças socioambientais da paisagem pelo sistema GTP (Geossistema, Território e Paisagem) na Microrregião de Boquim/SE. O modelo teórico conceitual e metodológico proposto por Georges Bertrand, estuda o território do meio ambiente, com base em três entradas: o geossistema é a fonte; o território é o recurso; a paisagem é a identidade. O método adotado foi o sistêmico, pois corrobora na compreensão do estudo da dinâmica geográfica de forma integrada. A partir desse referencial, foram utilizados os seguintes procedimentos metodológicos: pesquisa bibliografica, documental e de campo. O estudo identificou unidades de paisagens em Resistasia antrópica, Bioestasia, e área com dinâmica Regressiva. Verificou-se que a Microrregião de Boquim apresenta uma estrutura ambiental marcada pela pressão antrópica, motivada pelo potencial econômico da monocultura de laranja, processo singular formado pelas pequenas propriedades familiares. A ocupação desse território desenvolveu-se com base na implantação de pequenos lotes agrícolas direcionado a citricultura, a qual na atualidade ainda é a atividade que passa por um período de readaptação de mercado e é a marca da paisagem dessa microrregião. Verificou-se que os atores sociais carregam as lembranças desse período de muita dinâmica da produção como algo promissor para o futuro da região. Na paisagem as marcas de um passado grandioso e nas comunidades a luta para superar os desafios que permeiam a citricultura no contexto da Microrregião de Boquim. A estrutura ambiental, e suas características biofísicas, associadas as múltiplas formas de territorialidades revelam a aptidão territorial e as manifestações socioculturais por meio de marcas expressas na paisagem e na identidade de seu povo.

  • ADELLI CARLA SILVA NASCIMENTO DE ANDRADE
  • CIRCUITO ESPACIAL DA PRODUÇÃO E CÍRCULOS DE COOPERAÇÃO NA CITRICULTURA NO ESTADO DE SERGIPE
  • Data: May 31, 2019
  • Tese
  • Show resume
  • É sabido que o capital se apresenta das mais variadas formas e se utiliza das mesmas para apropriar-se do lucro, seja através da monopolização da produção, e/ou da sua territorialização no meio, seja mantendo o atraso para privilegiar o mais moderno, ou ainda, via mundialização do capital e protagonismo no mercado, dentre outros maneiras. A base da mundialização está no distanciamento das etapas que compõem o circuito espacial produtivo, que são produção - distribuição - troca - consumo, contudo, o processo de produção torna-se possível devido aos círculos de cooperação que aproximam esses lugares, estes perpassam do material ao imaterial, e tem como objetivo unir o que está disperso. Por meio dos circuitos produtivos o foco da produção não se restringe ao espaço de origem da mercadoria, e abrange o meio que o circunda, deixando de ser algo restrito para compreender a dinâmica do espaço geográfico. Nesse contexto, a presente tese teve como objetivo analisar a dinâmica espacial da produção de laranja em Sergipe, bem como, compreender a situação periférica do estado em relação à região Sudeste do país, pois esta região lidera a produção. Embora Sergipe se configure como periferia do circuito, a citricultura representa muito para os municípios, mesmo diante do quadro de crise desde a década de 1990. Os principais municípios produtores da laranja em Sergipe são Lagarto, Riachão do Dantas, Arauá, Boquim, Cristinápolis, Itabaianinha, Pedrinhas, Salgado, Tomar do Geru, Umbaúba, Estância, Indiaroba, Santa Luzia do Itanhy e Itaporanga D’Ajuda. Para tanto, foi considerado tanto as indústrias de congelamento de sucos, como a base da sua produção (laranja), que envolve toda a complexidade da questão agrária no estado e no país, assim como, os círculos de cooperação, que entrelaçam cada uma das fases dos circuitos espaciais da produção, não esquecendo o camponês inserido nesse processo do mercado de commodities. No estado de Sergipe, o pequeno produtor não tem visto saídas para superar a crise, a maior plantação é da indústria, e grande parte das laranjas utilizadas para a produção do suco vem de outros estados, desse modo, muitos camponeses estão deixando de planta-la, ou seguem cultivando-a junto a outros plantios, além de buscarem outros modos de reproduzirem-se socialmente, contudo, embora modificados pelo tempo, mantêm o modo de vida campesina, a relação com a terra, a maneira peculiar de contornar seus desafios em tempos de crise, e a garra para superar os obstáculos. São resilientes, fortes, estão sempre buscando alternativas para a sua reprodução e permanência na terra.

  • PATRÍCIA OLIVEIRA DO NASCIMENTO
  • DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL: O CAPITAL SOCIAL E O PROINF NO TERRITÓRIO DO SERTÃO OCIDENTAL SERGIPANO
  • Advisor : DEAN LEE HANSEN
  • Data: May 30, 2019
  • Dissertação
  • Show resume
  • O desenvolvimento rural tem sido pauta de discussões nos meios acadêmicos nas últimas duas décadas, os formuladores de políticas públicas passaram a analisar o desenvolvimento rural dentro de uma perspectiva de “política territorial”, que visa potencializar o local e promover um desenvolvimento de natureza territorial, preocupando-se com as dimensões econômica, social, ambiental, cultural e de identidade. O Apoio a Projetos de Infraestrutura e Serviços em Territórios Rurais (Proinf), vem demarcando-se como mecanismo de inclusão produtiva, que contribui na qualificação de processos de produção, comercialização e capacitação. O presente estudo tem como objetivo analisar as ações e efeitos de estruturação do Proinf no Território do Sertão Ocidental Sergipano, tomando como recorte, os munícipios de Simão Dias e Poço Verde, no período de 2003 a 2016. Tem como abordagem o método empírico – analítico, com base em dados qualitativos e quantitativos. Os procedimentos metodológicos consistem em: revisão bibliográfica com foco nos temas Território; Desenvolvimento rural e territorial; governança; gestão social e capital social. No trabalho de campo foi realizado entrevistas com 27 atores sociais envolvidos no proinf, entre eles representações do colegiado territorial, (assessor territorial, representante estadual do colegiado, MST, CEFAC, ASCOB, EMDAGRO, IADH, representante do poder público, proponente do Proinf (prefeitura de Poço Verde); e com a associação de apicultores do município de Poço Verde; Realizou-se visitas técnicas a 03 projetos do proinf (centro de formação de agricultores, pontos de coleta do mel, centro de comercialização da agricultura, e aplicação de questionários, junto aos 19 beneficiários do proinf que atendeu a apicultura. Dessa forma, o levantamento de dados permitiu observar quais projetos foram desenvolvidos pelo colegiado territorial e de qual forma se materializaram no território. A dissertação concluiu, que a participação social foi elemento importante na construção dessa política territorial. O PTC criou mecanismos para fomentar o capital social nos territórios, fortalecendo a participação da sociedade civil no âmbito da formulação e elaboração dos projetos que atendam ao meio rural, em especial a agricultura familiar, com a implantação de infraestrutura, aquisição de equipamentos e capacitação, para dinamizar as atividades produtivas. No território do sertão ocidental constatou-se projetos que não atenderam a demanda territorial e projetos de baixo retorno social com deficiências na elaboração, além de existir uma polarização de proinfs em especificamente dois municípios. Porém ao longo dos anos o território tem se fortalecido, compôs um colegiado participativo, onde foram definidos projetos, discutidos demandas e o modelo de gestão social fortaleceu grupos, também amadureceu as propostas de proinf. Por esse contexto é importante frisar a importância de fomentar políticas que desenvolvam o meio rural. Ao longo de mais de uma década da criação dessas políticas pode-se destacar avanços significativos no meio rural, mesmo havendo diversos gargalos que precisam ser superados. Porém vale ressaltar que os resultados não são a curto prazo, fomentar o capital social e desenvolvimento requer mecanismos e nessa conjuntura o território é muito importante nesse contexto sendo uma construção social com uma diversidade de atores envolvidos.

  • JORGENALDO CALAZANS DOS SANTOS
  • PAISAGEM CÁRSTICA E TURISMO NO ESTADO DE SERGIPE
  • Data: May 10, 2019
  • Tese
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  • A paisagem cárstica no estado de Sergipe, vem estimulando o interesse e a possibilidade de seu uso pelo turismo. A preocupação está na forma em que as práticas turísticas estão sendo desenvolvidas no estado, pelo fato de não existir estudos mais aprofundados sobre esse tema. O foco desta pesquisa está na análise das relações socioespaciais que se estabelecem na paisagem cárstica do estado de Sergipe, no sentido de avaliar suas possibilidades para o desenvolvimento do turismo. A paisagem aqui é apreendida em seu sentido simbólico produzido pelas relações dos sujeitos que habitam o entorno das grutas, elementos de destaque das paisagens cársticas. Com esses referenciais, observamos a paisagem cárstica na vertente do Geoturismo pautado nos princípios de sustentabilidade. Neste sentido a hipótese de tese que levantamos fundamentada na prerrogativa da paisagem cultural, na perspectiva de que as grutas cársticas do estado de Sergipe possuem atributos necessários para servir como recurso para prática do geoturismo. Salientamos que, além das entrevistas, foram realizadas pesquisas de campo que consistiram em observação com roteiro pré-estabelecido e registros fotográficos. Selecionamos seis grutas para comporem o estudo, levando em consideração como critérios o acesso, infraestrutura, proximidade, beleza interior, extensão, disponibilização para visitação, dentre outros. As grutas selecionadas foram: Casa do Caboclo localizada no município de Japaratuba; Matriana, Pedra Furada e Pedra Furada II localizadas no município de Laranjeira; Dorinha e Toca da Raposa localizadas no município de Simão Dias. Com leituras baseadas nos autores que abordam a geografia cultural como Sauer (2004; 2006); Berque (2004); Besse (2006); Dardel (2011), instrumentalizamos nossas discursões com a percepção do lugar turístico em Almeida (2003; 2004; 2008), intercalando nessa construção conceitual os fundamentos da sustentabilidade de Leff (2001; 2004) e Sachs (1994; 2002; 2004; 2007). As visitas que ocorram em todas as grutas estudadas são realizadas por pesquisadores e estudantes, vindo do próprio município e de outras localidades fora do estado. Concluímos ao final da pesquisa que existem potenciais para o desenvolvimento do geoturismo, mediante a significância dos elementos culturais ligados as grutas, além da existência de atrativos naturais em suas proximidades, potenciais para a criação de roteiros fundamentados nesse segmento turístico. Mesmo com ausência de estruturas que facilitem a visitação, a pesquisa constatou a existência de interesse em desenvolver o turismo nas grutas, tanto pelas as agências de viagens, quanto pelos órgãos públicos que tratam do tema.

  • ANTONIO SANTIAGO PINTO SANTOS
  • USO DE GEOTECNOLOGIAS NO ESTUDO DA ORGANIZAÇÃO SOCIOESPACIAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE ARACAJU.
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Mar 28, 2019
  • Tese
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  • Elementos analíticos complexos integram a Região Metropolitana de Aracaju – RMA, oficialmente criada pela Lei Complementar nº 25/1995, a qual aglomera núcleos urbanos com funções diversificadas, sobretudo com a expansão urbana verificada nas últimas décadas do século XX e início do atual século. Neste sentido, o desenvolvimento urbano e regional implica na necessidade de um melhor planejamento e gestão de seus espaços, considerando a infraestrutura de saneamento básico, energia elétrica, coleta de lixo, disposição de sistema viário, de serviços de transporte, da oferta de educação, saúde e segurança pública. Para isso, a legislação vigente estabelece diretrizes gerais para o planejamento e gestão das “Funções Públicas de Interesse Comum – FPICs” em regiões metropolitanas. A área dessa pesquisa abrange uma zona litorânea tropical onde estão dispostos os complexos estuarinos dos rios Sergipe e Vaza Barris. Imbricada nesse cenário, encontra-se um sítio urbano com eixos estruturantes que interligam os municípios em vias de conurbação. Neste aspecto, a presente pesquisa priorizou como objetivo geral analisar a organização socioespacial da Região Metropolitana de Aracaju a partir do uso de geotecnologias como ferramentas de suporte para o planejamento urbano e regional. Com o emprego desse recurso tecnológico, formou-se uma base digital de dados espaciais (BDDE) e mapeou-se a dinâmica da Paisagem no período de 1984 a 2018, utilizando-se de variáveis socioespaciais dos setores censitários do IBGE do ano de 2010. A identificação das funções do espaço geográfico foi realizada através da fotointerpretação que viabilizou o mapeamento do uso do solo em onze classes temáticas adotadas por sua importância no ambiente urbano. Fez-se a quantificação de cada classe, destacando-se as classes “Urbano” com 139,3 Km2 e “Manguezal” com 61,4 Km2 no mapeamento de 2018. O cruzamento dos dados censitários com a classificação realizada permitiu a elaboração de um Índice de Desenvolvimento Social Básico, demonstrando, finalmente, que as tecnologias de Geoprocessamento se constituem em ferramentas eficientes para análise espacial, podendo ser usada como suporte de decisão para o Planejamento Urbano e Regional.

  • WESLEY ALVES DOS SANTOS
  • A BARRAGEM DE XINGÓ E OS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS NO BAIXO SÃO FRANCISCO SERGIPANO
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Mar 28, 2019
  • Tese
  • Show resume
  • A construção do reservatório da barragem de Xingó no baixo curso da bacia do rio São Francisco perenizou parte do curso principal, alterando a dinâmica natural do sistema fluvial no conjunto do sistema ambiental e os aspectos socioeconômicos dos municípios que estão localizados a jusante de suas margens. Desde as obras de construção, a população que vive na região do Baixo São Francisco, enfrenta graves problemas que vão desde as alterações do ambiente físico, aos aspectos socioeconômicos, promovidos pelo próprio poder público, responsável pela execução do projeto de barramento do rio para fins de geração de energia elétrica visando atender ao setor econômico do país. As bases metodológicas para fundamentação da tese foram alicerçadas na Teoria Geral dos Sistemas. Para investigação do objeto de pesquisa, priorizou-se como objetivo geral analisar a barragem de Xingó e os impactos socioambientais decorrentes dessa grande obra de engenharia no Baixo São Francisco Sergipano. Na perspectiva de cumprir esse e outros objetivos específicos, fez-se uso de procedimentos metodológicos distintos, priorizando o levantamento bibliográfico, cartográfico e o trabalho de campo. Constatou-se, entre outros resultados, que a ação do homem interferiu diretamente no meio natural e refletiu nas relações socioeconômicas e ambientais. A situação considerada como a mais crítica foi a dos ribeirinhos e da fauna e flora aquática que apresentaram significativas alterações (perdas) ao longo das duas últimas décadas, mostrando-se, em muitos casos, irreversíveis aos impactos sofridos. Por outro lado, mesmo com tamanho impactos hidrológicos, microclimáticos, geomorfológicos e bióticos, verificou-se ainda que muitos projetos de desenvolvimento econômicos foram implementados após a construção da barragem de Xingó, que além de proporcionarem a geração de renda e empregos diretos e indiretos, o uso intenso de agrotóxicos comprometeu a qualidade da água e do solo, e consequentemente todo o ambiente natural do Baixo São Francisco. Demais disso, a referida barragem provocou o aumento dos conflitos, que se acentuaram pela disputa dos recursos água e solo interferindo nas práticas sociais, na forma de utilização do território e dos recursos naturais disponíveis. Assim, em razões conclusivas, evidencia-se a necessidade de práticas efetivas que utilizem o uso sustentável dos recursos naturais disponíveis em conformidade com as leis ambientais vigentes, visto que a retenção de sedimentos e o barramento do rio São Francisco comprometeram a fauna e flora a jusante de Xingó levando ao desequilíbrio de diversas espécies. Além disso, a barragem de Xingó está entre aquelas no Brasil consideradas de alto risco, sem, no entanto, existir até os dias atuais um plano emergencial como exigido legalmente.

  • ALIZETE DOS SANTOS
  • VULNERABILIDADE E RISCOS HIDROLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS NA REGIÃO DA GRANDE ARACAJU/SE
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Mar 27, 2019
  • Tese
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  • O processo de urbanização no Brasil tem se caracterizado pela forma rápida e desordenada estimulando a ocupação de moradias em ambientes fisicamente vulneráveis ao uso e ocupação do solo. Essa dinâmica, sem dúvida, coloca a população de poder aquisitivo baixo em situações de exposição aos riscos ambientais, sejam eles geomorfológicos e/ou hidrológicos. A Região da Grande Aracaju, área dessa investigação científica, nas últimas três décadas, vem apresentando altas taxas de crescimento urbano. Aliado a isso, o processo de favelização e segregação socioespacial tem sido uma das representações da vulnerabilidade social frente aos eventos ambientais. Neste sentido, priorizou-se como objetivo geral, analisar as áreas de vulnerabilidade e riscos ambientais hidrológicos e geomorfológicos nos municípios da Região da Grande Aracaju. Assim, visando cumprir esse e outros objetivos específicos aqui delineados, utilizaram-se procedimentos metodológicos distintos, associados a diferentes fases, tais como: levantamento bibliográfico, cartográfico e trabalho de campo. Dentre os resultados obtidos, verificou-se que a vulnerabilidade social na referida região apresenta evidentes desigualdades, não somente entre os municípios, mas também dentro deles. Aracaju, capital do Estado, apresenta concentração das riquezas e de melhores indicadores no quesito acesso à educação e renda, mas o padrão de ocupação e da favelização em sua periferia, pesaram de forma significativa na determinação do índice de vulnerabilidade social, enquadrada como muito alta, cuja situação assemelha-se ao do município de Nossa Senhora do Socorro. No que pese aos eventos hidrológicos, constatou-se que na Região da Grande Aracaju eles são mais frequentes em detrimento dos riscos geomorfológicos, manifestados pontualmente em certas porções do território da Grande Aracaju, onde têm suas maiores ocorrências nos municípios de Aracaju, São Cristóvão e Maruim. A fim de espacializar a ocorrência desses eventos, buscou-se apoio na Cartografia Digital e no Geoprocessamento para elaboração de duas importantes cartas temáticas de suscetibilidade aos riscos hidrológicos (inundações e alagamentos) e riscos geomorfológicos (movimentos gravitacionais de massa e erosão). Conclui-se, portanto, pela necessidade urgente de investimentos em pesquisas científicas que discutam a temática, educação e planejamento no campo de prevenção, mitigação e ações após ocorrência dos desastres naturais.

  • HELENO DOS SANTOS MACEDO
  • AMBIENTES CÁRSTICOS EM SERGIPE: VULNERABILIDADE E INSTRUMENTOS PARA SUA GESTÃO
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Mar 27, 2019
  • Tese
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  • O processo de uso e ocupação do solo em paisagens cársticas vem ocorrendo de forma desordenada em todos os lugares. Em Sergipe, essa situação vem colocando as paisagens cársticas em ameaça. As paisagens cársticas levadas a efeito na investigação, referem-se ao Carste Tradicional Bacia Sergipe, localizado na Província Costeira e Margem Continental e Carste Tradicional Olhos d’Água/Frei Paulo, inserido na Faixa de Dobramentos Sergipana no Domínio Vaza-Barris. O método de análise para fundamentos da pesquisa, baseou-se na Teoria Geral dos Sistemas, com viés nas abordagens da Teoria do Caos, dos Sistemas Dinâmicos Complexos e da Geometria Fractal. Esse estudo, delineou como objetivo geral analisar os ambientes cársticos em Sergipe, enfatizando a vulnerabilidade natural e ambiental para fins de propostas de planejamento e gestão. Assim, para cumprimento desse e outros objetivos específicos, adotaram-se procedimentos metodológicos distintos, associados a diversas fases, priorizando, portanto, a revisão bibliográfica, o levantamento cartográfico e os trabalhos de campo. Dentre outros resultados, verificou-se que os ambientes cársticos em Sergipe apresentam desenvolvimentos incipientes, devido a fatores relacionados ao tamanho do pacote rochoso, tipo de litologia, ausência de rochas com porosidade secundaria devido à falta de ativação tectônica, baixo gradiente do relevo, mudanças climáticas e, sobretudo, pelo metamorfismo dos carbonatos no Carste Olhos d’Água/Frei Paulo e cobertura das rochas carbonáticas no Carste Bacia Sergipe pelo Grupo Barreiras. No que pese ao exocarste sergipano, observou-se que se constitui por feições de lapiás, dolinas, vales cegos e planícies de dissolução (poljés), enquanto o endocarste, acha-se constituído por 171 cavidades autogênicas e com baixo desenvolvimento horizontal, localizadas, em sua maioria, no Carste Olhos d’Água/Frei Paulo. No que se refere ao uso e ocupação do solo, destaca-se a presença de mineradoras de calcário para produção de cimento e corretivo para solo, a prática de pastagem e agricultura, principalmente no Carste Bacia Sergipe. A vulnerabilidade natural e ambiental do Carste Bacia Sergipe é alta, devido a inadequação dos usos e ocupação do solo. Já o Carste Olhos D’Água/Frei Paulo encontra-se em uma situação de vulnerabilidade natural e ambiental muito alta, devido a fatores associado ao uso intensivo para a pastagem provocando a retirada da vegetação e acelerando sua degradação. Em razões finais, frisa-se que nas áreas cársticas, urge a necessidade de medidas preventivas e mitigadoras. Daí a proposição do Zoneamento Ambiental para o carste, com divisão em cinco zonas, a saber: Zonas de Uso Possível para Agropecuária (ZUPA); Zonas de Proteção das Paisagens Cársticas (ZPPC); Zonas de Conservação das Paisagens Cársticas (ZCPC); Zonas de Conservação e Desenvolvimento Urbano (ZCDU) e as Zonas de Uso para Mineração e Industria (ZUMI). Além disso, fez-se também a proposição da inserção de medidas de conservação do carste nos Planos Diretores e criação de duas áreas de proteção ambiental: APA Taquari Maruim, no Carste Bacia Sergipe e APA Olhos D’Água, no Carste Olhos D’água/Frei Paulo.

  • MARÍLIA ANDRADE FONTES
  • Redes de Agroecologia na construção da autonomia camponesa
  • Advisor : ERALDO DA SILVA RAMOS FILHO
  • Data: Feb 28, 2019
  • Tese
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  • A questão agrária no Brasil é desigual e contraditória. Portanto avança incorporando terras, produzindo relações capitalistas, mas produz também, contraditoriamente, relações camponesas de produção (Oliveira, 1990). Martins (1981) explica que a expansão do capitalismo no campo se dá pela sujeição da renda territorial ao capital, seja comprando terra, para explorar ou vender, ou subordinando a produção de tipo camponês. O campesinato possui como principal instrumento para sua criação e recriação a luta pela terra (Fernandes, 2008). Ainda existe a luta na terra que é a luta contra a subordinação ao capital, pela construção de autonomia e fortalecimento dos territórios camponeses. Essa pesquisa-ação se realiza atuando junto a um campesinato que recriado através da luta pela terra, organizou uma Rede Camponesa de Agroecologia como uma estratégia de luta na terra que impulsiona a resistência e enfrentamento à subordinação do capital. Essa rede foi organizada por meio de intercâmbios de trocas de saberes, baseados nos princípios metodológicos “camponês a camponês”, que segundo Holt-Gimenez (2008) produz conhecimento por meio de intercâmbio de trocas de saberes que ressignificam as experiências camponesas, criam processos de irradiação da agroecologia, orientados pela horizontalidade e protagonismo camponês. A tese central desse trabalho é que as Redes Camponesas de Agroecologia são capazes de construir processos que contribuem com a autonomia camponesa, ampliando o controle de seus territórios, e dessa forma, fortalecendo a luta na terra. Para isso, foram elucidadas as formas de subordinação do campesinato pelo capital, assim como as estratégias de construção da autonomia camponesa. Ainda, o resgate histórico da construção do movimento agroecológico no Brasil e a compreensão teórica da agroecologia, constituíram-se no ponto de partida para compreender e identificar os processos de autonomia impulsionados pela Rede Camponesa de Agroecologia. Essa pesquisa tem ainda como objetivos específicos: i) descrever o processo de construção da Rede Camponesa de Agroecologia por meio dos intercâmbios orientados pela metodologia “camponês a camponês”; ii) identificar e analisar os resultados/impactos da Rede Camponesa de agroecologia; iii) analisar o processo de fortalecimento e construção de territórios camponeses e da agroecologia a partir da experiência de organização em rede. Essa pesquisa-ação ou pesquisa-militante utilizou como metodologias a observação participante, os círculos de culturas e sistematização de experiências. Considero, por fim, que frente a expansão do capital no campo o campesinato cria e recria estratégias para ampliar sua autonomia, entre elas, a experiência de construção da Rede Camponesa de Agroecologia nos deixa o aprendizado do significado e centralidade da autonomia camponesa e suas dimensões. Aponta importantes caminhos para impulsioná-la, mostrando que por meio da agroecologia é possível ampliar a autonomia camponesa, transformando não apenas as relações de produção, mas alterando também as relações políticas, sociais e econômicas, fortalecendo o modo de vida e o território camponês.

  • JOSÉ CARLOS DOS SANTOS
  • AVANÇOS E CONFLITOS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NO CONSELHO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DE ITABAIANA/SE
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Feb 28, 2019
  • Dissertação
  • Show resume
  • Atualmente, observa-se que estudiosos e pesquisadores têm-se debruçado na discussão e avaliação dos resultados sobre a importância da participação e decisão dos atores sociais nas institucionalidades, face à descentralização dos recursos públicos direcionados aos municípios e estados. Sendo assim, desde as últimas décadas do século XX, as políticas públicas voltadas para o espaço rural têm criado mecanismos institucionais que incentivam a participação dos atores sociais, as contribuições dessas políticas são de suma importância para o desenvolvimento rural. O presente estudo tem como objetivo entender as ações desenvolvidas pelo Estado, no que se referem às políticas públicas descentralizadas, que visam garantir a gestão, monitoramento e avaliação dessas políticas no município de Itabaiana/SE, especificamente as ações desenvolvidas pelo governo estadual. Sendo assim, essas ações por meio daagricultura familiar, bens e serviços com seus rebatimentos no Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável (CMDS), tem proporcionado aos agricultores uma alternativa de racionalidade econômica, conseguindo organizar a produção e comercializar seus produtos. Observa-se que, produção e comercialização são os maiores entraves para o êxito das atividades no meio rural. A pesquisa em tela está fundamentada na abordagem empírico-analítica e tem como metodologia a pesquisa qualitativa, subsidiada pelos dados quantitativos com a utilização dos seguintes procedimentos teórico-metodológicos: levantamento e análise de fontes primárias e secundárias, orientadas por pesquisas bibliográficas e documentais; realização de entrevistas e aplicação de questionários aos atores sociais, que serão tabulados e analisados. Os Conselhos Municipais surgem como espaços importantes para a institucionalidade das políticas públicas no meio rural brasileiro, desse modo, para que aconteça a descentralização do poder público é necessária à participação dos atores sociais no processo de democratização que insira os agricultores familiares nesse circuito do mercado garantindo sua reprodução social saindo da linha de pobreza. Neste sentido, o Estado deve agir como agente responsável em reduzir as precárias condições de trabalho e reinventar oportunidades dignas favoráveis ao ser social, principalmente para a população que reside no meio rural. Neste contexto, torna-se necessário o entendimento de como opera à relação entre o poder público e a sociedade civil por meio de um arranjo, através das organizações associativas de agricultores familiares com a utilização de técnicas que programam o desenvolvimento rural na comunidade, levando em consideração os aspectos econômicos, políticos, sociais e culturais dos atores sociais que estão envolvidos no processo de gestão social das políticas públicas no município de Itabaiana - SE. Logo os resultados dos estudos apontam que mesmo com os avanços das políticas públicas no município de Itabaiana-SE, por meio da aprovação e execução dos projetos sociais em 18 comunidades rurais ainda assim, o poder público municipal CMDS através do arranjo colegiado do juntamente com a secretaria municipal de agriculturaatuam na assistência técnica e social para os agricultores de forma insatisfatória, o que os impossibilita de sereproduzir socialmente de maneira organizada e assim poderem ter inserção no mercado para comercializar seus produtos. Assim, o trabalho vem demonstrar a necessidade da participação do Estado na transformação do meio rural através das políticas públicas, por meio de um processo de gestão social, a fim de empoderar os agricultores familiares para assumir o compromisso e a responsabilidade de organizar uma nova geração de agricultores autoconfiantes e tecnicamente competentes para viver sem a dependência das políticas sociais oriundas do Estado. Portanto, a pesquisa se faz entender ser um desafio à democratização de políticas públicas para o meio rural, principalmente em função da falta de envolvimento das pessoas que são responsáveis por gerir tais atividades, pois os projetos após sua aprovação são executados sem o devido acompanhamentoe avaliação uma que os representantes do poder público não dão a devida assistência aos atores que dependem dessas práticas para melhorar sua qualidade de vida no meio rural do município estudado na pesquisa.

  • RAFAELA DOS SANTOS
  • Comida de casa, comida da escola: as contribuições do PNAE na preservação dos hábitos alimentares em Coruripe, Alagoas
  • Advisor : SONIA DE SOUZA MENDONCA MENEZES
  • Data: Feb 28, 2019
  • Dissertação
  • Show resume
  • As territorialidades, como as práticas de reprodução social e os hábitos alimentares, estão alicerçadas nas identidades culturais e conformam elementos materiais e simbólicos que incrementam os territórios. Ao longo dos séculos, as inovações tecnológicas ampliaram a escala de produção e de alcance dos alimentos, fato que, somado à sucessão de intercâmbios culturais impulsionados pelas redes de comunicação e transporte, possibilitaram o estabelecimento de impérios alimentares, bem como a disseminação de alimentos industrializados. Todavia, essas reconfigurações acerca da produção e consumo não dizimaram problemáticas como a fome, a subnutrição e outros problemas de saúde, sociais e ambientais relacionados à alimentação na atualidade. Em 1948, foi elaborada a Declaração dos Direitos Humanos, documento que, pela primeira vez, instituiu a alimentação adequada como direito humano. No Brasil, o tema é foco de outros instrumentos normativos, como a Política Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Essa política pública está vinculada ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, que repassa recursos financeiros para aquisição de gêneros alimentícios para as escolas públicas e filantrópicas do país. As diretrizes da Lei 11.947/2009 estabelecem, para além do atendimento às necessidades nutricionais dos estudantes, a exigência de aplicação de no mínimo 30% dos recursos para aquisição de alimentos produzidos no âmbito da Agricultura Familiar, a promoção da Educação Alimentar e Nutricional e a elaboração de cardápios que respeitem os hábitos alimentares locais. Nessa perspectiva, traça-se neste estudo de cunho qualitativo uma avaliação sobre a influência do PNAE nos hábitos alimentares em comunidades escolares do município de Coruripe, Alagoas. Para desenvolver a pesquisa, realizamos ampla revisão bibliográfica, levantamento de dados secundários em sites oficiais e primários com pesquisa de campo em duas unidades de ensino localizadas em comunidades rurais de Coruripe. Agricultores familiares, nutricionistas, merendeiras, moradores, pais e alunos das duas escolas foram os sujeitos que constituíram as fontes dos dados primários obtidos por meio de entrevistas dirigidas e atividades de produção textual. Os resultados apontam para adequações na aquisição dos alimentos e nos cardápios escolares com foco na valorização das territorialidades, das práticas de reprodução social das famílias de produtores e dos hábitos alimentares locais. Contudo, ressaltamos a necessidade de ações que visem a ampliação ou inclusão de novos agricultores familiares ao Programa, debates sobre produção agroecológica e aprofundamento das questões relativas aos problemas advindos do sistema produtivo dominante

  • INGRID MICHELLE COELHO SAMPAIO FELIX
  • As marcas da ferrovia nos limites das mediações Estado - Capital no circuito da produção, distribuição, circulação na reconfiguração espacial.
  • Data: Feb 28, 2019
  • Tese
  • Show resume
  • A presente tese de doutorado analisa a mediação: Estado – Capitala partir das políticas públicas de infraestrutura que propõem alteração da lógica de circulação e distribuição com a implantação de um novo sistema ferroviário, baseado no encurtamento das distâncias via desenvolvimento dos meios de transporte, tendo como ponto de partida o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. O neodesenvolvimentismo coloca-se como determinante para o Estado assumir a função de dinamizar o setor produtivo e cumprir as funções de provisão de bens públicos e de proteção social de caráter universalista e redistributivista. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. caracteriza-se como um plano estratégico de resgate e de retomada dos investimentos, público e privado em setores e obras estruturantes do país. Nesse contexto, os projetos ferroviários tomam fôlego e reaparecem como importante elemento e instrumento de integração nacional, apresentados como uma das principais necessidades para desfazer o gargalo na infraestrutura e na circulação de mercadorias. Para que a circulação do capital possa ser iniciada e sustentada é necessária a produção, mobilização e absorção dos excedentes de capital e da força de trabalho, principais elementos do desenvolvimento capitalista. O fomento das vias de circulação velozes, em períodos de crise, serve para que o sistema capitalista continue a se reproduzir mais rápido gerando lucros, tendo em vista que o consumo finaliza e (re)inicia o ciclo do capital (produção, distribuição, circulação e consumo). Nossos estudos demonstram que, o sistema ferroviário a partir de uma proposta modernizante é posto a cumprir esse papel, de transportar mercadorias nos novos arranjos espaciais definidos em parte por políticas que vão desencadear em um reordenamento territorial voltado ao desenvolvimento. Nesse sentido a Estrada de Ferro 334 - Ferrovia de Integração Oeste Leste (EF-334 -FIOL) se apresentou como uma das principais obras de infraestrutura do PAC, prevalecendo a lógica de produção e circulação que interessa ao setor produtivo de grãos e minério. A lógica dessa política está pautada em atender as necessidades da esfera privada de produção. Trata-se de um corredor de escoamento de produtos voltados para o agronegócio. Assim, o modo de produção capitalista reduz os custos de transporte para a mercadoria individual por meio do desenvolvimento dos meios de transporte, bem como da concentração do transporte. Dessa forma, escancara a funcionalidade do Estado na garantia dos interesses privados, imprescindível à acumulação de capital, no processo de reordenamento territorial, tendo o setor financeiro como incentivador e articulador das políticas de Estado para a garantia ampliada e expansionista do sistema do capital.

  • LAIANY ROSE SOUZA SANTOS
  • A espacialização da luta das mulheres camponesas em Sergipe: feminismo e resistência
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Feb 28, 2019
  • Tese
  • Show resume
  • Essa tese objetiva analisar a dinâmica de enfrentamento das mulheres camponesas, organizadas em mais de 105 grupos no campo sergipano, pertencentes a movimentos sociais de mulheres, movimentos sindicais, movimentos mistos com setores de mulheres e/ou gênero, de forma articulada ou isolada. Tal dinâmica expressa que a rebeldia está na ordem do dia. Tomou-se a política pública de desenvolvimento territorial rural (DTR), na sua relação com a questão agrária sergipana, e a atuação das mulheres camponesas organizadas e suas pautas, como estruturantes do tipo de participação empreendida por elas. Optou-se pela realização de um diálogo com as Epistemologias do Sul, apontadas como uma terceira via, cujas narrativas sugerem dar voz aos subalternizados, aos povos silenciados na história contada a partir dos dominantes e com o Marxismo, que analisa a sociedade a partir do modo de produção capitalista, em que as forças econômicas se constituem preponderantes na explicação da realidade. Tal diálogo se efetiva na tese como caminho para se elucidar o objeto, qual seja, a organização das mulheres camponesas. Entretanto, optamos pelo materialismo histórico dialético, pela necessidade de compreensão das transformações sócio econômicas espaciais a partir do desenvolvimento do sócio metabolismo do capital e da inerente luta de classes. Considera-se que o apreendido deve ser usado para explicar o particular sem perder de vista a totalidade, o que pressupõe que as vozes dos sujeitos devem ser desveladas a partir da sua inserção no contexto histórico social. Assim, ainda que as teorias aqui adotadas pertençam a lugares geográficos distintos, elas dialogam à medida que foram/são subalternizados pela modernidade/colonialidade hegemônica. A reflexão sobre a realidade agrária brasileira, assim como o movimento de luta das mulheres exigiu caminhar pelas categorias espaço, território e feminismo a partir das quais foi possível compreender as relações desiguais produtoras do espaço, que colocam a mulher no lugar dominado, cobrando delas um posicionamento político frente às relações de poder diversamente manifestadas no patriarcalismo, machismo e dominação de classe, levando-as ao enfrentamento por direitos, território de vida e liberdade. Por sua vez, as mulheres re-existem, organizadas como força de enfrentamento ao capital e ao Estado, desde o campo a partir do feminismo camponês, como estratégia de luta anticapitalista, abordando pautas que revelam as suas demandas e condição social.

  • ELIS REGINA SILVA DOS SANTOS OLIVEIRA
  • EXPANSÃO DA PRODUÇÃO DO MILHO NO ESTADO DE SERGIPE E SUA INTERFACE COM A AGRICULTURA FAMILIAR
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Feb 27, 2019
  • Tese
  • Show resume
  • O agronegócio do milho em Sergipe é um fenômeno recente, tendo o seu apogeu nos últimos dez anos com a participação de grupos ligados a empresas de insumos e maquinários na economia dos municípios. Esse processo vem implantando nas áreas estudadas relações contraditórias entre um agronegócio emergente e os processos de produção tradicionais da agricultura familiar. Nesse sentido, a presente pesquisa visa compreender como o agronegócio vem estabelecendo, nos municípios de Carira e Simão Dias, um novo contexto social e econômico a partir dessa produção, retratando a ação desse fenômeno na dinâmica da agricultura sergipana, além de explicar todo o sistema produtivo do milho. Temas como: insumos, novos serviços implantados nos municípios e impactos ambientais instalados nas áreas de estudo transcorrerão na pesquisa. A questão fundante desta tese é analisar as interfaces do agronegócio do milho com a agricultura familiar em Sergipe, suas particularidades e especificidades, além dos desdobramentos desse sistema. A análise constitui-se na abordagem empírico-analítica, que possui a fundamentação teórica como primeiro procedimento, seguida pela utilização de técnicas de coleta, com a obtenção de dados primários: a partir da aplicação de questionários semiestruturados com os atores sociais, bem como a realização de entrevista em alguns órgãos e entidades; e de dados secundários: com a coleta de dados em órgãos como IBGE, EMDAGRO, EMBRAPA e CODISE. Por fim, seguem as etapas de tabulação e de análise das informações obtidas. Ao verificar os dados da produção municipal (IBGE, 2013), foi constatado que os maiores produtores de milho do estado de Sergipe são Carira, com 196.560 toneladas, e Simão Dias, com 186.000 toneladas. Com o estudo, observou-se que a expansão desenfreada do cultivo do milho nesses municípios veio acompanhada do uso intensivo de defensivos e adubos químicos, como também de maquinários, o que promove desde a compactação do solo até a contaminação de pessoas pelo uso errôneo dos defensivos. Outro aspecto destacado na pesquisa são as adversidades climáticas que vêm alterando os dados da produção em decorrência da grande estiagem que tem afetado os municípios estudados. Por outro lado, o agronegócio vem promovendo uma nova dinâmica econômica nos municípios com a inserção de novas atividades relacionadas ao cultivo do milho. A pesquisa tem em vista contribuir a partir de um novo olhar sobre as repercussões da ação do agronegócio na dinâmica da agricultura sergipana.

  • RODRIGO SANTOS DE LIMA
  • PERCEPÇÃO DAS ÁGUAS E DO LUGAR NA SUB-BACIA DO RIO DAS LAJES/SERGIPE
  • Data: Feb 27, 2019
  • Tese
  • Show resume
  • O surgimento da pauta ambiental no planeta é relativamente recente e, nela são apontados inúmeros problemas, bem como possíveis soluções, comumente, atadas às questões de planejamento. Nesse contexto a bacia hidrográfica foi considerada importante, pois a água, ao realizar o seu ciclo, contribui para o equilíbrio do sistema. A conservação dos bens naturais perpassa pelo planejamento elaborado pelo poder público, realizado por meio de diagnóstico acerca da situação local. Tal diagnóstico utiliza variáveis para construir seus principais indicadores sendo que, nos planejamentos atuais os mesmos são, normalmente, utilizados de maneira ampla, basicamente com uso de informações secundárias. Nesse sentido, a tese é de que, tomando uma bacia hidrográfica como unidade de estudo, a percepção de seus moradores pode ser tomada como critério de avaliação de sustentabilidade e contribuir para a elaboração de planejamentos e gestão dos recursos hídricos. A delimitação do lócus de investigação foi a sub-bacia do rio das Lajes, afluente do alto curso do rio Sergipe, situada no semiárido sergipano. O caminho metodológico assentou-se na pesquisa qualitativa, ancorada nas experiências e vivências dos sujeitos com o lugar. Discutiu-se o lugar sob enfoque da geografia humanística-cultural, que o examina dando ênfase às questões subjetivas adquiridas pela percepção humana para com o meio que ocorre no espaço. Foram analisadas as questões de sustentabilidade e sua importância no contexto da governança, indicando que é necessário criar uma nova centralidade ambiental baseada na natureza. A pesquisa constatou que o cotidiano dos sujeitos com as águas dos rios da sub-bacia é praticamente inexistente, havendo assim, uma subutilização, restrita basicamente à dessedentação animal e à pesca quando há água nos leitos. A percepção mostrou que há topofilia dos sujeitos para com o lugar, mas com relação as águas, há indiferença e descaso, ao passo que revelou ser um caminho para entender os usos e práticas dos sujeitos com os rios e, assim, subsidiar projetos e ações nos planos de gestão. Desse modo, na elaboração dos planos de bacia, torna-se relevante considerar os sujeitos, compreender suas percepções e como estas estão intrinsecamente associadas às atitudes frente ao meio.

  • ADRIANA LISBOA DA SILVA
  • Efeitos da Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) na agricultura familiar do Alto Sertão de Alagoas: o caso dos municípios de Inhapi e Mata Grande.
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Feb 27, 2019
  • Dissertação
  • Show resume
  • O presente estudo teve como objetivo esboçar a dinâmica da Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) nos municípios de Inhapi e Mata Grande no Alto Sertão de Alagoas e de que maneira ela influencia na vida dos agricultores familiares desses municípios. A agricultura familiar desempenha um papel importante na economia brasileira, ao lado do agronegócio tem se tornado responsável pelo aumento do PIB e movimentado bilhões de reais com a produção de milho, soja e carnes, em especial nas exportações. As políticas públicas que possibilitam o desenvolvimento rural exercem importante papel que possibilita melhorias na qualidade de vida dos agricultores familiares que necessitam da participação do Estado para sua reprodução no campo. A assistência técnica e a extensão rural são instrumentos importantes para o desenvolvimento da agricultura familiar, em especial daquela parcela de agricultores que têm uma produção de menor escala quando comparada aos grandes produtores, que tem acesso fácil a políticas de crédito que facilitam a comercialização dos seus produtos. A ATER desempenha um papel estratégico como articuladora de políticas públicas A motivação do trabalho surgiu a partir da percepção da importância que a Política de Assistência Técnica e Extensão Rural tem, face a seu papel estratégico como ação articuladora de outras políticas públicas que servem de ferramenta institucional para a melhoria das condições de produção e qualidade de vida dos agricultores familiares. Do ponto de vista dos estudos rurais, ATER não é um tema muito explorado, mas é necessário resgatar um pouco dessa figura da Assistência Técnica porque ela atua como base estrutural para outras políticas públicas, sobretudo,quando se refere ao Agricultor Familiar mais pobre e mais vulnerável da região Nordeste. Faz-se necessário o estudo dos efeitos da ATER porque ela está vinculada a uma análise fundada nas ciências sociais rurais que é a chamada articulação de políticas públicas. Pois não adianta estudar uma política pública focalizada, por exemplo, a do Microcrédito, sem que se tenha em sua base operacional a estrutura de assistência técnica para que o agricultor familiar tenha um real aproveitamento desse crédito. Nos municípios estudados é possível perceber o quanto a aproximação entre técnicos e beneficiários se faz necessária para permanência dessa política como realidade na vida dos agricultores, para aqueles que recebem essa assistência as dificuldades com a manutenção da produção são solucionadas e quanto a comercialização dos seus produtos é possível alcançar mercados quando melhora as condições da mesma. A proposta metodológica estará baseada na revisão bibliográfica, para que seja possível a compreensão de cada um dos temas que são alcançados a partir da leitura de Ater, assim como trabalhos de campo para a realização de entrevistas com os atores sociais dos dois municípios estudados e os próprios técnicos que prestam o serviço de Ater.

  • EDUINA BEZERRA FRANÇA
  • ORDENAMENTO TERRITORIAL NA PERSPECTIVA DA GOVERNANÇA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO LITORAL SUL DE ALAGOAS.
  • Data: Feb 26, 2019
  • Dissertação
  • Show resume
  • O litoral é um espaço integrado formado por diferentes sistemas ambientais e por sistemas territoriais dinâmicos com características diversificadas que comporta uma mosaico de ecossistemas. Tendo em vista a fragilidade, intrínseca dos ambientes complexos como os litorâneos, se amplia o crescente interesse por ações estratégicas de conservação. As unidades de conservação são áreas protegidas por lei, e no Brasil dividem-se em dois grandes grupos: proteção integral e uso sustentável. As Áreas de Proteção Ambiental (APAs) compõem o grupo de uso sustentável e visam o ordenamento dos espaços de forma que garanta a utilização dos recursos naturais, e a conservação e manutenção de seus ecossistemas. No Brasil, a gestão de unidades de conservação ainda é pouco discutida no sentido de governança e ao mesmo tempo direciona os olhares para aplicação de metodologias e políticas de Ordenamento Territorial que venham a mitigar os conflitos e efetivar práticas mais democráticas e participativas. A presente pesquisa versa sobre uma Área de Proteção Ambiental (APA). Pretende-se entender o Ordenamento Territorial de forma integrada entre os elementos físicos e sociais no âmbito de uma visão sistêmica. Assim, o objetivo geral é analisar o Ordenamento Territorial na perspectiva da governança na Área de Proteção Ambiental de Piaçabuçu, Litoral Sul de Alagoas. A metodologia consiste em: levantamento bibliográfico, fundamentação teóricometodológica, levantamento documental em órgãos públicos de caráter histórico e legal, mapeamento básico, visita de campo, entrevista com gestores, comunidades tradicionais, colônia de pescadores e representante do órgão municipal. A análise de governança em UC foi realizada sob a ótica do decálogo proposto pelo geógrafo espanhol Barragán Muñoz (2014a), que busca valorar os ambientes geográficos e sistematizar um modelo de governança efizaz em zonas costeiras. Estudar unidade de conservação costeira na prospectiva de governança é um desafio, uma vez que se refere à um sistema singular, conflitivo e integrado.

  • JUCILEIDE DA SILVA SOBREIRA
  • USOS E PRÁTICAS TURÍSTICAS NA ORLA MARÍTIMA DE CORURIPE/AL
  • Data: Feb 26, 2019
  • Dissertação
  • Show resume
  • A presente pesquisa tem como objetivo central analisar os usos e as práticas turísticas desenvolvidas nas orlas do Pontal de Coruripe e na Lagoa do Pau, Coruripe/AL e suas respectivas consequências socioambientais. Parte-se do pressuposto que o espaço litorâneo é frágil, por se tratar de uma zona de transição entre o oceano e o continente, e apresenta uma valorização social e econômica crescente. Essa natureza ambígua do litoral se revela nas formas que assume a configuração territorial, nas atividades de uso do espaço e nas ações da iniciativa privada e do poder público. Nesse sentido, considera-se o turismo como um dos principais vetores de valorização e ocupação territorial do litoral. Compreende-se o turismo como uma prática socioespacial, econômica e cultural que vem crescendo muito nas últimas décadas, principalmente no segmento sol e praia, cuja ação viabiliza o uso e a apropriação da natureza no litoral desencadeando um conjunto variado de implicações socioambientais, econômicas, culturais e na configuração territorial. Assim, a presente pesquisa busca discutir e analisar os fatores que contribuíram para o desenvolvimento da vilegiatura marítima no Pontal de Coruripe e na Lagoa do Pau e suas respectivas consequências, identificar os sujeitos envolvidos na dinâmica turística, assim como, as políticas que garantem o uso sustentável desses espaços, para que o turismo de sol e praia não impacte de forma irreversível o meio socioambiental. Para tanto, foi realizado entrevistas com 88 sujeitos sociais e 2 agentes públicos, como também se utilizou de observação direta com auxílio de caderno de campo e registro fotográfico. Assim, a presente pesquisa se caracteriza enquanto exploratória e explicativa, como delineamento trata-se de um estudo de caso e como procedimento de coleta de dados foram utilizadas pesquisa bibliográfica, análise documental e pesquisa de campo. Os resultados apontam que os principais fatores que contribuíram para o desenvolvimento das segundas residências foram as características rústicas do lugar, trazendo alterações socioespaciais mais acentuadas no Pontal de Coruripe e envolvendo o poder público, os turistas, veranistas e a comunidade local. É preciso considerar também que os serviços da hotelaria e meios de alimentação vão se desenvolver através da crescente ascensão das segundas residências, e as poucas iniciativas de ordenamento territorial por parte dos órgãos competentes.

  • LEANDRO BARROS DE SANTANA
  • FRAGILIDADE E VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL NA REGIÃO METROPOLITANA DE ARACAJU
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Feb 26, 2019
  • Tese
  • Show resume
  • A rápida urbanização da população brasileira, a partir da década de 1950, gerou uma desordenada expansão das cidades, sobretudo daquelas que compõem as regiões metropolitanas, nestes locais as políticas incentivadoras da metropolização superpuseram infraestruturas urbanas a sítios inadequados a ocupação, por se constituírem em áreas susceptíveis a processos naturais perigosos. Os municípios pertencentes à região metropolitana de Aracaju não fogem a este quadro. Assim, com o objetivo de identificar e espacializar os setores da população dos municípios de Aracaju, Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão em situação de vulnerabilidade social e ambiental foram elaborados os índices sintéticos de vulnerabilidade social e a fragilidade ambiental com base no conceito de Ecodinâmica de Tricart (1977), através das metodologias desenvolvidas por Ross (1994) e Crepani (1999, 2001). O índice sintético de vulnerabilidade social foi extraído do banco de dados do IBGE (2010), agregado por 1136 setores censitários, foram selecionadas 369 variáveis que através da estatística multivariada foram reduzidas a 21 variáveis relacionadas à educação, renda, condições da habitação e arranjo familiar. Todas as informações cartográficas foram preparadas em ambiente de sistemas de informações geográficas e posteriormente espacializadas. Foram gerados os mapas de litologia, geomorfologia declividade, solos e uso da terra, além dos mapas com os indicadores sociais envolvendo educação, renda, condições de habitação e arranjo familiar. A cartografia da vulnerabilidade social mostra que os índices mais preocupantes estão distribuídos espacialmente nas periferias dos quatro municípios da região metropolitana, com jovens analfabetos entre 10 a 19 anos com baixos rendimentos financeiros, comprometidos com a subsistência das suas famílias, sendo responsáveis pelos domicílios e habitando locais precários. Concentração de mulheres maiores de 64 anos de idade como chefes de família e analfabetas no centro e nos bairros a norte e oeste da capital. Saneamento básico deficitário nos loteamentos edificados nas franjas das sedes municipais e conjuntos habitacionais de Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão, Barra dos Coqueiros, além dos bairros Porto Dantas, Santa Maria e Zona de Expansão em Aracaju. Tais indicadores coincidiram com as áreas de alta e muito alta fragilidade potencial com 169,62 km2 de extensão (25,53% da área estudada) abrangendo as planícies fluviais do Vaza-Barris, Paramopama, canal Santa Maria, Poxim-Mirim e Poxim-Açu, Poxim, do Sal e canal do Pomonga, os terraços holocênicos de Aracaju e Barra dos Coqueiros. Áreas suscetíveis a inundações em épocas de chuvas concentradas em curtos períodos de tempo, principalmente durante o outono-inverno conjugada com as altas marés de sizígia. No bairro Santa Maria, apresenta riscos dos movimentos de massa aliados às altas declividades (superiores a 30%) pela presença do Morro do Avião e Piçarreira. Risco semelhante ocorre nos bairros Porto Dantas, Coqueiral, Cidade Nova e Industrial e na cidade de São Cristóvão. O presente trabalho sugere que as autoridades competentes através da análise da fragilidade ambiental e vulnerabilidade social planejem e executem politicas públicas compensatórias para atenuar os índices elevados de exclusão social, como exemplo ampliar a oferta de serviços de educação e saúde nas localidades mais carentes, redistribuição de renda através de programas sociais, obras de infraestrutura para atenuar os alagamentos e movimentos de massa, fiscalização constante para coibir a ocupação de áreas de proteção permanente e inadequadas à moradia.

  • LUCIANA CHAGAS UCHÔA DE MENDONÇA PEREIRA BATISTA
  • DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL: ARRANJOS INSTITUCIONAIS E AÇÕES PÚBLICAS EFETIVADAS NO TERRITÓRIO DO LITORAL NORTE ALAGOANO
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Feb 25, 2019
  • Dissertação
  • Show resume
  • O estudo se propôs analisar as relações existentes entre os arranjos institucionais que atuam direta ou indiretamente na gestão social do desenvolvimento territorial e das ações públicas efetivadas no Território do Litoral Norte Alagoano, fazendo um diagnóstico sobre a intervenção dessas ações no processo de desenvolvimento territorial e avaliando se de fato elas alavancaram o crescimento social e econômico da população residente nesta área do Estado de Alagoas, por ser uma área com condições climáticas, econômicas e sociais distintas. O estudo foi iniciado com levantamento histórico do processo seguido pela sistematização das principais fases do processo de descentralização da região, centrando-se na experiência da atuação do Colegiado Territorial enquanto arranjo mas com forte poder de decisão e de busca por políticas públicas. Foi realizada análise dos arranjos institucionais existentes bem como seus níveis de atuação e das ações públicas implementadas por meio do Programa dos Territórios da Cidadania, além da avaliação da eficácia da ação estatal e da questão da participação social no planejamento, implementação e acompanhamento das estratégias de desenvolvimento da região. Inicialmente foi realizada revisão bibliográfica sobre o tema além da análise documental e entrevistas abertas e semiestruturadas. Como resultado da pesquisa, pretendeu-se contribuir com reflexões para dinamização e qualificação dos processos já existentes de aplicação dos recursos públicos através das ações já implementadas pelos atores públicos envolvidos junto ao Território. Insta salientar que a complexidade do Programa Territórios da Cidadania, inicialmente planejado e formatado pelo Governo Federal, mas cuja execução ficava a cargo das instâncias locais, terminava pondo em destaque os conflitos sociais no campo e a queda de braços dos grupos existentes na composição do Colegiado quanto as relações de poder e o posicionamento político do Estado no Território. Por fim, nota-se que o Território teve grande aporte de recursos via PTC, sendo que nem todas as ações se deram através do Colegiado, mas que deve se analisada da mesma forma, pois o número de ações que poderiam ter sido implementadas através de uma gestão social coesa é consideravelmente importante para uma reflexão analítica.

  • ROSANGELA FÁTIMA DE OLIVEIRA MACHADO
  • Territorialização da saúde: distância entre determinantes ambientais e o cotidiano da saúde, no contexto de Lagarto (SE).
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Feb 14, 2019
  • Tese
  • Show resume
  • A Atenção Primária à Saúde tem como um de seus pilares o vínculo construído entre profissionais e população. A territorialização da saúde é uma das ferramentas para identificar aspectos sociais e ambientais que possam contribuir para reflexão e ações mais adequadas a cada lugar, conforme suas demandas específicas. A Constituição Federal apregoa a promoção da saúde e prevenção de agravos como componentes fundamentais no cotidiano do trabalho da equipe. Embora a revolução bacteriana tenha enfraquecido essa tese por um tempo, os determinantes socioambientais continuaram sendo estudados e nos últimos anos passou a ter uma relevância mundial, a partir das considerações e encaminhamentos da Organização Mundial de Saúde (OMS) aos seus países filiados. No entanto, o modelo biomédico, centrado no corpo, ainda predomina. As propostas relacionadas à identificação do território e seus determinantes como componentes do processo saúde-doença não têm sido considerados com a ênfase que se faz necessária. O resultado disso se traduz em alto índice de doenças tipicamente de origem ambiental. O objetivo do presente trabalho é pesquisar como os determinantes ambientais são observados, percebidos, retratados, relacionados e trabalhados pela equipe de saúde, no município Lagarto (SE), no interior do território estabelecido como área de atuação. Os procedimentos metodológicos fundamentam-se na pesquisa de natureza qualitativa, que proporciona uma compreensão mais profunda em relação à percepção e ação dos profissionais da saúde. A pesquisa documental, entrevistas e estudo de campo com as equipes de saúde favorecem a construção do estudo. Os resultados confirmam a importância da inclusão de forma enfática dos determinantes ambientais nas ações em saúde e mostram a possibilidade de construção de um modelo que contribua para inseri-los na agenda da rotina dos profissionais da equipe de saúde da família. Lagarto (SE), município pesquisado, é exemplo das iniquidades e problemas associados ao abastecimento de água e saneamento, por conta de suas características de porosidade e permeabilidade do solo, tipo aquífero granular que contaminam o lençol freático. Portanto, o território deve ser a prioridade da atuação dos profissionais, o lugar da escuta, além de que a saúde seja mais relevante do que a doença.

  • TAMIRES APARECIDA BATISTA DE OLIVEIRA
  • DA CONSTITUIÇÃO A CONSOLIDAÇÃO: A ORGANIZAÇÃO E A (RE)PRODUÇÃO DO ESPAÇO NO ASSENTAMENTO CHE GUEVARA EM LAGARTO (SE)
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Feb 4, 2019
  • Dissertação
  • Show resume
  • A internalização da reforma agrária como pauta de diferentes movimentos sociais é considerada um marco histórico no processo de transformações no meio agrário brasileiro. A composição dos assentamentos rurais integra um conjunto de transformações socioeconômicas, que consolidaram a formação destas novas unidades de produção rural, que refletem a luta pela democratização do acesso à terra nas últimas décadas. Os resultados das políticas que visavam a ampliação da reforma agrária repercutiram na manutenção e consolidação dos assentamentos rurais. Ao realizarmos um panorama histórico acerca das primeiras pautas do movimento MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e o seu posicionamento na última década, é evidente a necessidade de discutir a efetividade dos atuais mecanismos de constituição dos assentamentos rurais face às contradições existentes. É notório que a questão dos assentamentos possui diferentes faces de acordo com a vivência do agricultor e as etapas que se sucedem no cotidiano do seu lote. Deste modo, considerando estas discussões, este trabalho teve por objetivo compreender as dinâmicas socioespaciais do Assentamento Che Guevara, localizado no município de Lagarto (SE). Focalizamos nosso debate na constituição e na consolidação de áreas de assentamentos rurais de reforma agrária, sob o lastro da produção e reprodução do espaço, bem como do cotidiano e vivência das famílias assentadas. Para essa abordagem, utilizou-se a pesquisa de campo como via principal para coleta de dados, que foram analisados sob a perspectiva do método dialético como construtor de uma interpretação do real que vai além de uma representação caótica do todo, típico das vivências cotidianas. Logo o método dialético pode auxiliar neste processo. Por meio do roteiro de entrevistas e aplicação de questionários e coleta de dados secundárias (IBGE, INCRA, entre outros), buscou-se realizar uma análise da trajetória social e a dinâmica do espaço agrário dos produtores que integram o assentamento. Verificou-se uma complexidade no assentamento, e observando elementos ligados a monetarização da vida social desta unidade, que foram irremediavelmente inseridas na estrutura capitalista, onde autoconsumo e comercialização integram essa dinâmica. Dessa forma, este trabalho acentua a importância em conhecer o processo de luta pela terra do assentamento Che Guevara, materializado com a constituição, até sua consolidação enquanto organização, produção e de sua reprodução na qual certamente poderemos extrair suas particularidades em termos da sociabilidade.

  • BRUNA LEIDIANE PEREIRA SANTANA
  • AVALIAÇÃO MORFODINÂMICA E FRAGILIDADE AMBIENTAL DA PAISAGEM DO SISTEMA HIDROGRÁFICO DO RIO ARAUÁ/SERGIPE
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Jan 31, 2019
  • Dissertação
  • Show resume
  • A organização espacial dos sistemas ambientais como as bacias hidrográficas resultam

    de interações biofísicas e antrópicas que dinamizam o fluxo de energia e matéria. As

    diferentes propriedades inerentes a esses sistemas definem sua fragilidade e

    potencialidade ambiental. Considerando a importância da temática para evidenciar a

    relação sociedade/natureza, o trabalho objetivou avaliar as condições ambientais do

    sistema hidrográfico do rio Arauá com ênfase nas fragilidades dos componentes da

    paisagem em relação ao uso e ocupação das terras. O aporte teórico-metodológico está

    alicerçado na abordagem sistêmica com destaque para as contribuições de Tricart

    (1977), Ross (1994) e Crepani et al. (1996; 2001). Esta análise possibilitou a

    compartimentação do sistema hidrográfico do rio Arauá nas unidades de paisagem

    Tabuleiro do Rio Real e Tabuleiro Costeiro. O Tabuleiro do Rio Real constitui-se da

    subunidade de Paisagem Superfície Pediplanada, subunidade de Paisagem Dissecada

    em Colinas e Espigões e subunidade de Paisagem Superfície Residual com

    características morfodinâmicas condicionadas, principalmente pela declividade e solos.

    Quanto a fragilidade ambiental, predominam as classes de instabilidade potencial baixa

    e muito forte e as classes de média e baixa para instabilidade emergente. No Tabuleiro

    Costeiro, a subunidade de Paisagem Superfície Subhorizontal Degradada e Subunidade

    de Paisagem Dissecada em Vertentes apresentaram atuação morfodinâmica

    potencializada pela declividade e pelo atual uso e ocupação das terras. Na fragilidade

    potencial prevaleceu a média e muito forte e na fragilidade emergente a média e forte.

    Atuação morfodinâmica nas subunidades é sinalizada pela presença de feições erosivas

    como sulcos, terracetes e pontuais movimentos de massa e a instabilidade evidenciada

    no sistema tem reflexos negativos sobre os recursos hídricos.

2018
Description
  • RAQUEL KOHLER WYPYSZYNSKI
  • INTERAÇÕES ENTRE VEGETAÇÃO E AS ÁREAS CENTRAIS DE ARACAJU/SE E MACEIÓ/AL: ÍNDICE SOCIOECOLÓGICO E PAISAGÍSTICO URBANO
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Dec 10, 2018
  • Tese
  • Show resume
  • A partir da discussão da temática sociedade-natureza, aborda-se os aspectos referentes à complexa relação entre vegetação e paisagem urbana. Entende-se que a função da vegetação neste contexto extrapola a estética, uma vez que pode constituir-se em uma infraestrutura funcional e influir positivamente na qualidade ambiental, social e econômica. A revisão bibliográfica aponta que indicadores e índices urbanos como subsídio para políticas públicas e para o planejamento são amplamente utilizados, observando-se no entanto, uma fragilidade no que se refere especificamente a indicadores e índices relacionados a vegetação urbana. A partir desta consideração, o propósito da tese foi desenvolver um instrumento de análise da vegetação na paisagem urbana para prover aos tomadores de decisão um suporte para o planejamento e a gestão, com base na visão ecossistêmica da cidade. A metodologia consiste em um conjunto de dez indicadores que ponderados resultam no Índice Socioecológico e Paisagístico Urbano. Os indicadores propostos baseiam-se na mensuração da vegetação urbana a partir de categorias espaciais determinadas pelas suas funções específicas, relacionando-as com os graus de artificialização da paisagem, com a diversidade das espécies e com a distribuição espacial da população residente. Os dados espaciais vetoriais e o banco de dados alfanuméricos da Grade Estatística do IBGE, as técnicas de geoprocessamento e sensoriamento remoto, bem como os softwares escolhidos se mostraram eficazes para a finalidade da pesquisa. E a partir da análise dos dados coletados junto aos órgãos públicos, trabalhos de campo e interpretação das imagens de satétite, a metodologia proposta foi testada em recortes espaciais correspondente as áreas centrais de Aracaju/SE e Maceió/AL, possibilitando a comparação de dados, bem como os ajustes na metodologia. Os resultados dos indicadores e do índice, dos recortes espaciais analisados ficaram abaixo do patamar considerado adequado, sendo que os desequilíbrios encontrados referem-se especialmente a alta artificialização da paisagem, impermeabilização do solo e a baixa quantidade de vegetação em algumas categorias espaciais. Também destaca-se o não atendimento as especificidades locais em relação aos ecossistemas naturais, a fragmentação e a distribuição e diversidade desequilibrada da vegetação. Os resultados da pesquisa apontaram que os indicadores e o Índice socioecológico e paisagístico urbano propostos são adequados e que a metodologia pode ser aplicada em diferentes escalas e contextos urbanos. Em que pese a sua importância para análise de tendências futuras, a proposta mostra-se como um sistema passível de ser retroalimentado para avaliação sistêmica das práticas de planejamento e da gestão do verde urbano.

  • LUAN LACERDA RAMOS
  • MATERIALIDADES E SIMBOLISMOS DO BARCO-DE- FOGO
  • Data: Dec 6, 2018
  • Dissertação
  • Show resume
  • A produção de Barco-de-fogo é uma atividade tradicional que singulariza o município de Estância, Sergipe. Consiste em um pequeno barco de madeira e papelão enfeitado com criatividade e “recheado” de tabocas com pólvora que atado a um longo varal se desloca pela combustão da pólvora encerrando um espetáculo de cores e sons únicos em poucos segundos de percurso. Nesta prática os produtores desse artefato imprimem um conjunto de materialidades e significados que vivificam as ruas do município durante os festejos juninos. Nosso maior propósito foi analisar as territorialidades dos produtores de Barco-de-fogo do bairro Porto D’Areia considerando suas práticas e as projeções futuras deste saber-fazer, pois sua produção teve origem nesse bairro. A pesquisa é delineada pela abordagem da pesquisa qualitativa e de estudo de caso, trilhada pelos pressupostos do método da fenomenologia da percepção. Os procedimentos da pesquisa compreendem a aplicação de entrevistas semiestruturadas, observação livre, levantamento e registro fotográfico, coleta de dados em fontes institucionais e revisão bibliográfica. Os dados e informações levantados por esses procedimentos são tratados pela análise do discurso (Orlandi, 2009) em paralelo ao mapeamento de itinerários – indicado para que o pesquisador, tomado como forasteiro em relação aos sujeitos residentes no local da área de estudo, possa conhecer os delineamentos territoriais apontados pelos próprios sujeitos envolvidos direta ou indiretamente no fenômeno investigado (Tim Ingold, 2005). Os encaminhamentos da pesquisa permitiram alcançar os objetivos específicos de conhecer as atividades e as ocupações dos sujeitos produtores de Barco-de-fogo; avaliar as materialidades e os significados dessa produção para os produtores; apreender as perspectivas de futuro dos produtores e compreender o grau de importância econômica, social e cultural dessa produção em múltiplas escalas. Constatou-se que a delimitação territorial dos produtores desvela uma história que legitima a relação entre produtores e comunidade, demonstrando que o Barco-de-fogo é tomado como símbolo cultural e identitário do município de Estância e de Sergipe. Constatou-se também que pelo saber e, como expressam, pela “ciência” do Barco-de-fogo, significam o presente e as expectativas para com o futuro da tradição.

  • MARIA SALOMÉ LOPES FREDRICH
  • Tramas territoriais de tessituras multidimensionais em Comunidades Quilombolas na Paraíba
  • Data: Oct 10, 2018
  • Tese
  • Show resume
  • A resistência da população negra na Paraíba, frente às crueldades da escravidão e em diversos contextos, que formaram territórios de resistência e de vivência – como os quilombos –, têm sido recentemente recuperada com olhares mais críticos, inclusive na ciência geográfica, sobremaneira, em pesquisas que tomam a abordagem cultural como aporte teórico-metodológico. É nessa perspectiva que nossa análise se insere. Nesse estudo recuperamos a vivência, os significados, o cotidiano, a multidimensionalidade das redes alicerçadas nas estratégias de mobilidade e de permanências, enfatizando como os territórios e as territorialidades das comunidades quilombolas na Paraíba estão sendo apropriados. No sentido posto, buscamos analisar as dinâmicas e as tramas territoriais de Pedra D’Água, localizada no município de Ingá, na Mesorregião do Agreste Paraibano. Procuramos reconstruir a ascendência histórica e os referenciais multidimensionais entre os territórios de Pedra D’Água, Matão, Grilo e Matias. A abordagem se faz a partir das situações do presente e da escala local, porém sem desprezarmos as escalas mais amplas. As redes estabelecidas pelas comunidades quilombolas possibilitam territorialidades multidimensionais, notadamente pelas dimensões de pertença material e simbólica projetadas sobre o território de uso tradicional. Assim, os argumentos foram construídos, fundamentalmente, na discussão de território, rede, territorialidade e identidade, entrelaçando a correspondente relação entre a materialidade e imaterialidade do território, e autores como Raffestin (1993), Bonnemaison (2002), Almeida (2005, 2008), Haesbaert (2004, 2009), Souza (2003), Almeida e Vargas et al. (2011), Vargas (2015), Marques (2015), Santos (2015), Hall (2011), Rodrigues (2011), Bauman (2005), entre outros, auxiliam nessa interpretação. A transversalidade constituiu a fase basilar para fins de análise e dos resultados, e assim percorremos por algumas situações analíticas acerca das práticas de resistências das comunidades quilombolas, tais como: a territorialidade dos quilombolas de Pedra D’Água envolve, entre outras questões, uma rede de sociabilidades entre grupos que expressam sua identidade diferenciada? Há uma unidade de práticas culturais e um universo simbólico compartilhado via redes entre Pedra D’Água, Matão, Grilo e Matias? As territorialidades emanadas da apropriação do território de vivência marcam a identidade negra e quilombola em Pedra D’ Água? Procedemos às pesquisas documentais na Seção Regional do INCRA/PB e nos portais oficiais da FCP e da SEPPIR. Também levantamos informações na literatura sobre o tema na Paraíba, além dos trabalhos de campo nos referidos territórios, especialmente, em Pedra D’Água, nos quais foi possível recorrer as falas dos interlocutores e das interlocutoras por apreendermos que esse exercício se faz indispensável na interpretação dos referenciais sociais, culturais e políticos. Concluímos que as territorialidades surgem em meio ao liame entre o permanecer no território e as mobilidades, que numa perspectiva mais abstrata, mediam outras relações em termos espaciais, voltadas às interações e (re) criação de sociabilidades e territorialidades mediadas pelas demandas e articulações eminentemente identitárias e políticas.

  • MAX ALBERTO NASCIMENTO SANTOS
  • Na dissimulação do Turismo, a estruturação da especulação imobiliária no Litoral de Sergipe
  • Advisor : ANA ROCHA DOS SANTOS
  • Data: Oct 9, 2018
  • Tese
  • Show resume
  • Até a construção das pontes litorâneas a partir da década de 1990, os municípios da zona costeira sergipana apresentavam fragilidade de comunicação viária para a realização de atividades turísticas, entre outras. Após os anos 1990, uma nova orientação de desenvolvimento econômico se processou no país com a adoção de políticas públicas associadas a acordos internacionais com agências multilaterais para o desenvolvimento pelo turismo, especialmente no Nordeste brasileiro. O estado de Sergipe seguiu essa tendência de investimentos para o desenvolvimento do turismo com a construção de rodovias litorâneas, interligações hidroviárias, construção de pontes e a criação de outras infraestruturas para o turismo, que facilitou, intensificou e diversificou fluxos geográficos dos municípios da zona costeira e contribuiu de modo significativo na (re)produção deste espaço . O objetivo desse estudo é analisar a dinâmica regional e as reconfigurações territoriais que se processaram no litoral sergipano depois da instalação da infraestrutura de pontes e rodovias, sustentado na tese de que: as políticas públicas de implementação de infraestruturas (pontes e rodovias) na fachada litorânea de Sergipe, justificadas pelo discurso do desenvolvimento do turismo, elitizam e intensificam a segregação socioespacial dessa porção do litoral sergipano, por promover e dar suporte à facilitação da entrada do capital especulativo por meio da intensificação dos fluxos, sobretudo na implementação de investimentos imobiliários privados, que (des)territorializam, supervalorizam a terra, atraem novos investimentos, geram impactos ambientais e desencadeiam acentuados contrastes sociais e paisagísticos, além de intensificarem a dinâmica regional. A pesquisa proposta está assentada na análise dialética, considerando as contradições da produção do turismo e o papel do Estado na condução dessa política pública que na promoção do turismo, (re) produz a segregação socioespacial e a valorização do capital, via empreendimentos imobiliários.

  • JOSÉ DANILO SANTOS CAVALCANTI DE ARAUJO
  • A MOBILIDADE DO CAPITAL COMO MARCA DA ACUMULAÇÃO CAPITALISTA NA MINERAÇÃO
  • Data: Aug 31, 2018
  • Dissertação
  • Show resume
  • Desde o processo de ocupação/invasão do/no território sergipano, a exploraçãodos recursos minerais esteve respaldada no desenvolvimento das relações deprodução capitalista, materializadas nas incursões exploratórios para localizarreservas minerais que legitimassem e viabilizassem a ocupação do território. Asexpedições mineralógicas consubstanciavam-se para a acumulação primitiva quegarantiu as condições objetivas da consolidação do capitalismo europeu. Partindodesse pressuposto a presente pesquisa teve como objetivo analisar asarticulações Estado-Capital-Trabalho na viabilização da exploração mineral noBaixo Cotinguiba. A referente pesquisa está ancorada no método do materialismohistórico dialético e busca refletir o real concreto de forma processual a partir dascontradições estabelecidas historicamente na relação capital/trabalho em suatotalidade. Nossos estudos permitem afirmar que a mineração passou a serelencada como atividade motriz para o desenvolvimento socioeconômico emSergipe, a partir da segunda metade do século XX, através da ideologiadesenvolvimentista, nesse processo, o Estado assume o papel de indutor dodesenvolvimento, atuando na realização de estudos mineralógicos que resultaramna descoberta de reservas de petróleo, gás natural, sais potássicos, calcário esalgema, além da garantia de infraestrutura necessária à circulação-mobilidade docapital, na construção de portos marítimos, implementação de rodovias e de umsistema dutoviário. Com a emergência da crise estrutural, o modelo do Estadointerventor tornou-se insuficiente para atender as demandas do capital e o EstadoNeoliberal assumiu a tônica do desenvolvimento capitalista, reorganizando a basede reprodução social e difundindo a privatização e a tercerização. No bojo dessaconjuntura a mobilidade do capital reificada na privatização e terceirização revela-se como espectro da ativação dos limites últimos absolutos do capital, substanciaesse processo, a privatização da Vale e sua posterior captura pela MosaicCompany, transnacional com sede nos EUA e pertencente ao grupo Cargil, alémda privatização da Petrobrás de forma paulatina mediante a concessão doscampos de exploração de petróleo e gás natural, privatização de empresassubsidiárias como a Fafen-Sergipe, como também a terceirização das atividadesoperacionais da empresa ao capital privado nacional e internacional. De formacomplementar a esse processo o Estado atua legitimando a intensificação daexploração e precarização do trabalho, submetendo a classe trabalhadora apadrões de acumulação flexível, como a terceirização das atividades e a retiradade direitos trabalhistas. A mobilidade do capital é a marca da lógica capitalista deacumulação na exploração mineral que subjuga as necessidades humanas aoimperativo do capital e transforma o trabalho em carcaças do tempo.

  • CESAR AUGUSTO FRANÇA RIBEIRO
  • Limites e Fronteiras: perspectivas emancipatórias no povoado São José da Caatinga em Japaratuba / SE
  • Data: Aug 30, 2018
  • Dissertação
  • Show resume
  • Partimos do pressuposto de que as atuais formas, delimitações, limites e fronteiras da atual malha territorial brasileira decorrem de um longo processo de mudanças. Neste contexto, a criação de municípios é um tema que gera infindáveis reflexões, haja visto, o caráter geográfico, político e social que intrinsecamente se encontram neste tema. A fim de contribuir com essa temática, nos propomosanalisar as relações políticas e cotidianas que possibilitam ou não as intenções emancipatórias no povoado São José da Caatinga em Japaratuba /SE. Para tanto, temos como objetivos específicos apreender as origens e a evolução sócio espacial do povoado; compreender as transformações nas leis que versam sobre emancipação municipal e suas implicações na malha territorial sergipana; compreender as bases político-jurídica e simbólico-cultural que sustentam os movimentos reivindicatórios da emancipação; comparar as fronteiras intencionadas com as fronteiras político-administrativas. Valemos-nos da abordagem hermenêutico-fenomenológica ancorada em Heidegger (1989; 2003; 2015), para que se torne possível compreender as relações de cotidianidade dos moradores do povoado e os seus quereres territoriais. As reflexões deste estudo estão amparadas na categoria território, tendo como principais teóricos Raffestin (1993) para a análise das relações de poder; Cigolini (2012), Cataia (2001) e Ratzel (1990) para as reflexões político-institucionais; Dardel (1999), Bonnemaison (2002) e Holzer (1997) para as reflexões simbólico-identitárias. Metodologicamente foi utilizado o estudo de caso como abordagem qualitativa para compreender o fenômeno emancipatório de maneira particular no povoado. Com base no exposto consideramos que tanto o poder da linguagem política constitucional, quanto às relações cotidianas podem construir territórios no espaço geográfico. Por um lado, há instituição do território municipal, por outro lado a ‘delimitação’ que é envolta por relações simbólicas e identitárias que geram marcas no território.

  • RAÍ VINÍCIUS SANTOS
  • PERCEPÇÃO SOBRE A VEGETAÇÃO NO MUNICÍPIO DE CALÇADO-PE
  • Advisor : GICÉLIA MENDES DA SILVA
  • Data: Aug 30, 2018
  • Dissertação
  • Show resume
  • Historicamente, o homem se apropria da terra numa busca inerente à sua existência e manutenção. Por vezes, esta relação caracteriza, através do olhar sobre o fenômeno, o modo pelo qual se dá o processo de uso de uma determinada paisagem. Assim, este trabalho apresenta, como objetivo geral, analisar a relação da população do Distrito Pitombeira, Calçado-PE, com a vegetação nativa, bem como suas práticas na evidenciação de conservação e potencial econômico. Para tratar a discussão, foram abordadas categorias analíticas fundamentais no âmbito da Geografia, assim como as reflexões sobre a questão ambiental em consonância à Geografia Humanística, orientadas pelas perspectivas de Yi-Fu-Tuan e Dardel (1953), na compreensão da realidade por meio da experiência vivida do sujeito. Assim, o estudo assume uma postura humanista cultural, pois trata de questões que se estabelecem a partir da percepção do homem sobre o seu meio. O método utilizado para alicerçar esta pesquisa fundamenta-se no método de estudo de caso, que se enquadra na perspectiva que busca a interpretação do mundo através da consciência do sujeito, formulada com base em suas experiências. Para a coleta de dados, foram realizadas entrevistas focalizadas com uma amostra por saturação, que evidenciaram, a partir da fala e do contato direto com o objeto, as variáveis que fomentaram as análises subsequentes. Ainda sobre os caminhos metodológicos, adotou-se, como balizador dos dados obtidos, a técnica proposta por Bardin (2011), determinando a organização e as reflexões quanto aos resultados. Neste sentido, as conclusões revelam que o relacionamento dos sujeitos com a vegetação nativa perfaz, sobretudo, um caminho que está entre a exploração e o pertencimento, e isso tem feito emergir aspectos que enriquecem o debate no campo geográfico, pois caracterizam as realidades que propiciam a compreensão de suas categorias analíticas.

  • JECSON GIRÃO LOPES
  • O CONHECIMENTO DO MUNDO COMO GEOGRAFIA FILOSÓFICA E FILOSOFIA GEOGRÁFICA EM IMMANUEL KANT.
  • Data: Aug 30, 2018
  • Tese
  • Show resume
  • Immanuel Kant (1724-1804), filósofo que ficou conhecido pela mudança nos rumos dopensamento filosófico ocidental, por aquilo que ele chamou de despertar do sonodogmático, ou ainda de revolução copernicana do pensar, a filosofia crítica, lecionougeografia na universidade de Königsberg no ano de 1756, iniciou sua carreira docente,até 1796, fim de suas atividades oficiais de docência na universidade, perfazendo umtotal de 49 cursos de geografia ao longo de 40 anos de ensino. A geografia, portanto,passa por todas as etapas de desenvolvimento docente acadêmico e de sua filosofia,desde o período chamado de pré-crítico, antes de 1781, ao período crítico, das críticasda Razão Pura (1781A/1787B), da Razão Prática (1788) e da Faculdade de Julgar(1790), mostrando o papel insubstituível que a geografia teve no desenvolvimento desuas atividades docentes e filosóficas, ao ponto de ser considerada como oconhecimento do mundo sem o qual não se avançava ao filosofar crítico, não escolar,mas esclarecido e mundano, dado espaço-temporalmente. Kant, nesse sentido,desenvolve uma relação estreita entre uma filosofia que se manifesta geograficamente euma geografia eminentemente filosófica. Assim, a relação entre filosofia e geografia edesta com a filosofia no pensamento do professor de geografia e filósofo deKönigsberg, bem como as nuances que dessa relação emergem, é o objetivo central denossa empreitada investigativa, que será evidenciada pela complexidade que a geografiapara Kant vai se tornando ao longo do tempo, por ser a ciência que concatena a relaçãoentre o ser humano e a natureza, fundamentando as relações humano-naturais dentro doslimites das fronteiras do conhecimento científico humanamente válido, o fenomênico,tanto do ponto de vista universal quanto singular. No desenvolvimento da pesquisa,passamos por obras que se estendem dos anos de 1755 ao período pós Terceira Críticade 1790, mostrando que a relação espaço-temporal, geográfica, natural-humana, doconhecimento do mundo em Kant se estabelece por uma relação dinâmica, que resultaem uma sistematicidade e uma organicidade que é não só mecânico-causal, mas tambémteleológica, que carece de observação, descrição e explicação, portanto, de uma filosofiageográfica e de uma geografia filosófica, sem a qual não se aprende a filosofar, logo,não se esclarece e não se torna um cidadão geográfico, do mundo.

  • MARIA MORGANA SANTOS SANTANA
  • A MOBILIDADE DO TRABALHO EM COMUNIDADE CAMPONESA DO MOVIMENTO DOS PEQUENOS AGRICULTORES (MPA) NO ALTO SERTÃO SERGIPANO
  • Data: Aug 29, 2018
  • Dissertação
  • Show resume
  • As transformações resultantes do ápice do capital engendraram um processosimultâneo da materialização da riqueza/pobreza no campo, em que produzconcomitantemente a expropriação e a mobilidade do trabalho dos sujeitos oriundos daterra, nessa direção a presente dissertação de mestrado tem como objetivo analisar amobilidade do trabalho diante do processo de subordinação/resistência dos camponesesem meio a lógica do agronegócio do milho no Alto Sertão Sergipano, maisespecificamente na comunidade camponesa do Garrote do Emiliano que faz parte doMovimento dos Pequenos Agricultores (MPA). A pobreza, a expropriação e amobilidade do trabalho são mazelas sociais que foram intensificadas no campobrasileiro após a década de 1990, sobretudo, por meio da ação do Estado funcional areprodução do capital. A presente dissertação está ancorada no materialismo históricodialético, vez que este método permite analisar o espaço a partir das contradições.Foram feitas leituras bibliográficas de autores que abordam a temática – especialmentegeógrafos, sociólogos, e historiadores – que possuem uma visão dialética de mundofundamentada na totalidade das relações sociais historicamente estabelecidas, comotambém foram realizados trabalhos de campo na comunidade estudada. Os resultadosdessa pesquisa revelam que o camponês é posto na qualidade de trabalhador móvel pelocapital, garantindo desta forma a intensificação da extração de mais-valor. Diante dessasituação, a mobilidade do trabalho se expande, conduzindo camponeses da comunidadedo MPA a um movimento sazonal que os leva para os estados de São Paulo e Goiás. Aoutra face desse processo se expressa nos camponeses que permanecem na terra e sãoinseridos na lógica de acumulação do capital por outros mecanismos de subordinaçãodo trabalho e da produção camponesa, como ocorre na comunidade Garrote doEmiliano. Por um bom tempo estas famílias usaram o crédito proveniente de políticaspúblicas para se sustentar, mas em contrapartida comprometem sua autonomiacamponesa por serem forçados pelas regras dos contratos dos empréstimos a seadequarem ao pacote que atende aos interesses do agronegócio, e do grande capital.

  • MARIO JORGE SILVA SANTOS
  • A (RE)PRODUÇÃO DA SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL NA REGIÃO METROPOLITANA DE ARACAJU(SE): INTERFACES DA AÇÃO DO ESTADO E DO CAPITAL
  • Advisor : ANA ROCHA DOS SANTOS
  • Data: Aug 28, 2018
  • Tese
  • Show resume
  • O tema segregação socioespacial pode ser discutido sob vários aspectos. As diferenciações socioespaciais nas cidades estão cada vez mais acentuadas, observando-se a constituição de processos segregativos que as retalham e constituem espaços de riqueza e de pobreza. A capacidade de apropriação do espaço pelos grupos sociais produz uma organização espacial própria, onde é possível identificar a dinâmica das relações sociais impressas espacialmente. É importante compreender que a reprodução capitalista encontra no Estado o veículo de dominação da classe trabalhadora e facilitador do enriquecimento em benefício da classe dominante. É o aparato institucional essencial das estratégias de classe, tornando as cidades adequadas em todos os aspectos para acumulação capitalista.. Para Carlos (2013), a segregação socioespacial é resultado contraditório da produção social da cidade e sua apropriação privada. A existência da propriedade privada da riqueza apoiada numa sociedade de classe e a constituição do espaço como valor de troca geram a luta pelo “direito à cidade”. Diante desses pressupostos teóricos, a presente tese tem como objetivo analisar a (re)produção da segregação socioespacial na Região Metropolitana de Aracaju(RMA) vinculando essa produção a ação do Estado e do capital que através das políticas de habitação construíram ao longo do tempo (1968-2014) conjuntos e empreendimentos habitacionais na região, tendo como consequência a divisão do espaço por classes sociais e a transformação da habitação em uma mercadoria, servindo à lógica de reprodução do capital financeiro imobiliário. A Região Metropolitana de Aracaju (RMA) localizada no estado de Sergipe, nordeste do Brasil, é um aglomerado urbano regional, legalmente estabelecido e constituído pelos municípios de Aracaju (SE), Barra dos Coqueiros (SE), Nossa Senhora do Socorro (SE) e São Cristóvão (SE). A dimensão e o crescimento urbano de Aracaju, a principal cidade da região metropolitana, avançaram na sua expressão espacial em direção aos municípios vizinhos formando uma única mancha urbana, uma produção marcada por um processo de fragmentação, hierarquização e segregação socioespacial. As políticas de habitação da COHAB/SE, INOCOOP/BASE, PAR e do PMCMV são tomadas para explicar esse processo de produção do espaço urbano regional segregado, subordinando sua produção à lógica do sistema capitalista que em interface com Estado promovem desigualdades nas condições habitacionais e socioeconômicas entre os municípios que formam a região, delimitando verdadeiros territórios de segregação socioespacial na RMA. Na configuração regional atual, o PMCMV é um instrumento do capital para a continuidade desse processo e as contradições dessa política de habitação se expressam na medida em que os empreendimentos habitacionais (2009-2014) fracionam o espaço, elitizam áreas, promovem a periferização da população e (re)produzem a segregação socioespacial em territórios historicamente já segregados. A ação do Estado e do capital, na construção desses empreendimentos habitacionais, portanto, produz uma região metropolitana segregada com determinações impostas numa separação nas condições de vida das populações que vivem nestes territórios, separando as pessoas por sua condição de classe e estruturando, via Estado, as condições necessárias para a mercantilização do espaço na região metropolitana, (re)produzindo ainda mais a segregação socioespacial.

  • JUDSON AUGUSTO OLIVEIRA MALTA
  • FITOGEOGRAFIA URBANA E CONDICIONANTES SOCIOAMBIENTAIS EM ARACAJU-SE
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Aug 24, 2018
  • Tese
  • Show resume
  • A conformação dos espaços urbanos é proveniente de uma construção histórica, resultante das configurações na relação sociedade-natureza que modelam a paisagem. Observa-se na dinâmica fitogeográfica do espaço urbano, um processo dialético entre a tese de seus condicionantes e características naturais e, a antítese de sua elaboração artificial e sociocultural. A paisagem urbana é estabelecida como a cristalização de um fazer social, e a materialização de um projeto político de sociedade que promove a intensificação, e concentração da exploração e dos impactos socioambientais nas cidades. Nessa contextura, a presente tese analisa a dinâmica fitogeográfica na paisagem urbana de Aracaju/SE em seus âmbitos espaciais, estruturais e funcionais através de uma modelagem socioambiental urbana. Com esta finalidade, foram realizados levantamentos de dados bibliográficos, estatísticos e geográficos; além de trabalhos de campo com a utilização de Veículo Aéreo Não Tripulado para elaboração de um acervo audiovisual. Também, foram estudados os aspectos teórico-conceituais, a saber, relação sociedade-natureza, Geografia Socioambiental, Urbanização e a Dinâmica Fitogeográfica que resultaram nas reflexões dos capítulos um e dois. Os dados coletados foram congregados em um banco de dados geográfico, no qual foram realizados processos de edição, restituição, fotointerpretação, modelagem geoestatística, e análises. Esses resultados possibilitaram uma caracterização socioambiental de Aracaju a partir da abordagem integrada das esferas das águas, da terra e do ar e seus impactos (no capítulo três); da urbanização, população e serviços (no capítulo quatro); e por fim, dos usos do solo, dinâmica fitogeográfica e modelagem socioambiental (no capítulo cinco). A partir das análises e resultados, conlui-se que as transformações do espaço urbano, a dinâmica da paisagem, os impactos socioambientais e a fitogeografia, podem ser melhor entendidos a partir das tessituras da relação sociedade-natureza.

  • MARÍLIA MATOS BEZERRA LEMOS SILVA
  • ÁREAS VULNERÁVEIS E FATORES DE RISCO A OCORRÊNCIA DA ESQUISTOSSOMOSE EM SERGIPE
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Aug 23, 2018
  • Tese
  • Show resume
  • Atualmente, entre as doenças parasitárias que afetam o homem a esquistossomose é uma das mais difundidas no mundo. Em Sergipe, a magnitude de sua prevalência associada à sua importância socioeconômica confere a endemia grande relevância enquanto problema de saúde pública (SVS, 2017). A capacidade de apontar a distribuição espacial desta parasitose, bem como, determinar áreas potenciais a sua ocorrência terá implicações importantes nas ações de planejamento dos programas de controle. Nesta perspectiva, a partir de uma abordagem sistêmica, o presente estudo objetiva avaliar áreas vulneráveis e fatores de risco associados a ocorrência da esquistossomose no estado de Sergipe. O estudo sugerido na tese fundamenta-se na concepção de estrutura epidemiológica definida por Loureiro et al., (1979); na percepção de vulnerabilidade de Cutter (1996); nas contribuições metodológicas de Batelle (DEE, 1973); e no uso de técnicas de geoprocessamento (distribuição e análise espacial - IDW e Krigagem). A pesquisa apresenta-se dividida em três etapas. Inicialmente, realiza um estudo ecológico misto descritivo de séries temporais e analítico para avaliar a evolução e a distribuição geográfica da doença ao tempo que verifica a associação entre as áreas de alta prevalência e variáveis sociodemográficas e ambientais do estado (teste de Mann-Whitney). Ato contínuo, propõe um modelo de avaliação da vulnerabilidade a ocorrência da esquistossomose em áreas endêmicas do estado. Por fim, é realizado um estudo epidemiológico analítico observacional de corte transversal em duas áreas hiperendêmicas, visando apresentar os distintos padrões epidemiológicos e os fatores de risco (regressão logística) associados a transmissão da doença nestas localidades. Na análise temporal realizada não foi evidenciada mudança no perfil epidemiológico estadual, apontando tendência positiva decrescente da esquistossomose para os próximos anos. A despeito de ter se confirmado a hipótese da redução da prevalência constataram-se taxas de infecção humana com situações de positividade muito alta em quase todo o território sergipano. As análises desenvolvidas revelaram indicadores envolvidos na conformação e manutenção da estrutura endêmica, bem como, identificou áreas de atenção prioritária. Foi observado também que indicadores de qualidade de vida e variáveis ambientais estão associados a disseminação da doença no estado. Os estimadores de densidade apontaram vulnerabilidade alta nos territórios da Grande Aracaju, Baixo São Francisco e Sul Sergipano, áreas historicamente endêmicas que apresentam grupos populacionais com alto risco de infecção, validando o modelo proposto. Ademais, apontaram áreas vulneráveis em regiões onde faltam dados concretos de endemização da doença, o território do Médio Sertão Sergipano é citado como exemplo. As análises de regressão logística apontaram associação significativa entre a infecção humana por S. mansoni e as variáveis: gênero, ocupação, escolaridade, renda, condições de habitabilidade e tempo de contato com as fontes hídricas, em ambas as áreas investigadas, apontando diversidade no risco e transmissão da doença. Os produtos gerados no âmbito desta tese doutoral auxiliarão propostas de planejamento e gestão de ações integradoras que visem à promoção da saúde, prevenção da doença e direcionamentos dos programas de controle.

  • ELINE ALMEIDA SANTOS
  • MULHERES PESCADORAS-MULHERES MANGABEIRAS: O DESVELAR DAS TERRITORIALIDADES DAS EXTRATIVISTAS EM INDIAROBA/SE
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Aug 22, 2018
  • Tese
  • Show resume
  • As populações tradicionais de Sergipe enfrentam problemas socioeconômicos, ambientais e culturais, reflexo da intensa exploração dos recursos naturais, monocultura, especulação imobiliária, desmatamento de campos nativos e cercamento de terras. Envoltas nesse cenário, as mulheres extrativistas testemunham o esfacelamento da atividade e do seu modo de vida. Em Indiaroba, recorte espacial da pesquisa, o extrativismo da mangaba (Hancornia speciosa Gomes), praticado predominantemente por mulher, e a pesca constituem como atividades relevantes para as famílias, uma vez que se manifestam como principais fontes de renda. O estudo em tela apresenta como objetivo central analisar a apropriação biogeográfica dos recursos ambientais a partir do trabalho feminino, destacando o processo de organização das mulheres, formas de resistências e representatividade nas decisões em defesa dos direitos e fortalecimento do grupo social. Território, paisagem e gênero aparecem como categorias norteadoras e fundantes da investigação, em razão de propiciar a compreensão do espaço a partir das relações de poder estabelecidas na apropriação dos recursos ambientais na área de estudo. A abordagem sistêmica e a complexidade entrelaçam a base científica do estudo em evidência, estando tecida a partir da resiliência das comunidades e dos sistemas socioecológicos com a aplicação da metodologia de Indicadores de Resiliência em SEPLS. Os procedimentos metodológicos englobaram observação, registro fotográfico, entrevistas e oficinas de mapeamento participativo e de pontuação dos indicadores. A relevância do estudo da espacialidade de gênero numa perspectiva geográfica está na análise e compreensão da estruturação do trabalho de homens e mulheres nas atividades de base artesanal; da organização social, política e econômica das mulheres; das resistências e dos conflitos diante da concepção de que os recursos ambientais estão se tornando escassos. Além de ressaltar grupos que são excluídos do discurso geográfico. As pescadoras-catadoras de mangaba são as mais afetadas com as transformações locais, posto que devido o processo de degradação do sistema estuário-manguezal, o desmatamento das áreas de restinga e os cercamentos de antigos portos tiveram o aumento das distâncias e do tempo para o acesso aos recursos, prejudicando os rendimentos e diminuindo a produtividade. Além disso, enfrentam as desigualdades assinaladas pela hierarquização de gênero que baseia-se na diferenciação biológica, definindo para as mulheres o espaço privado, da reprodução e aos homens espaço público, da produção. A divisão sexual do trabalho no extrativismo contribue para que as mulheres não ocupem os espaços de poder (o rio/mar, a colônia e associações), para a desvalorização financeira do seu trabalho e para que a sua atuação no setor seja negada. O estuário aparece como espaço interdito, pois a identidade da pesca é masculina. Porém, as pescadoras-marisqueiras mostram que desenvolvem a atividade, dado que ela possui múltiplas facetas e uma delas é feminina. Já o manguezal e a restinga são os espaços da emancipação feminina, pois dominam todas as etapas da atividade desde a coleta até a comercialização. O acesso as áreas de extração tem sido uma das principais reivindicações desse grupo, uma vez que o não contato com os elementos que forjam a sua identidade pode levar a expropriação do seu modo de vida. No processo de fazer e desfazer-se, as extrativistas investigadas, se afirmam no território como pescadoras-mangabeiras, se fortalecem e disputam o poder que lhes é negado.

  • RAFAELA SANTOS PAZ
  • A ESPACIALIDADE DO TRABALHO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SERGIPE
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Aug 17, 2018
  • Dissertação
  • Show resume
  • Os sujeitos que hoje definimos como crianças e adolescentes, durante o período medieval e sob o modo de produção feudal, eram vistos como adultos em miniatura. A prática laboral realizada por eles é um fenômeno que existe há séculos. No entanto, no modo de produção capitalista, ela é intensificada e ressignificada para atender as necessidades de obtenção do lucro. Marx já revelava a busca pela força de trabalho de crianças e adolescentes nas nascentes indústrias da Inglaterra, onde esses pequenos meninos e meninas eram vislumbrados como necessários à extração da mais-valia absoluta. A continuidade da exploração desses sujeitos na sociedade atual figura as contradições do modo de produção, que perpetua desigualdades sociais. A busca incessante pela recuperação das taxas de lucro, como resultado da crise estrutural, no quadro atual das relações capitalistas, tem provocado sérios problemas à reprodução da classe trabalhadora. Reestruturações que repercutem em transformações profundas no setor produtivo e privilegiamento do financeiro, com desdobramentos agressivos no mundo do trabalho, como o desemprego estrutural, o subemprego, o achatamento dos salários e expropriação de direitos sociais, ampliam na sociedade atual, velhos problemas como a miséria e a pobreza, aprofundando a Questão Social, que tem como uma das expressões, a inserção de crianças e adolescentes na prática laboral, a fim de ajudar seus pais a garantirem a reprodução familiar. Esta pesquisa analisa a realidade da exploração da força de trabalho infantil e adolescente na cidade e no campo do estado de Sergipe, revelando a situação de precariedade a que esses sujeitos estão expostos e dos quais são vítimas. Para entender esta realidade, foram privilegiadas duas categorias como nucleares. A categoria Trabalho, como central na realização do homem enquanto ser social, mas que no capitalismo é apropriado e transformado em mercadoria, e a categoria Espaço, por que materializa a dialética riqueza x pobreza, da qual os sujeitos desta pesquisa são a expressão. A análise do objeto, calcada pelo materialismo histórico e dialético, com revisão bibliográfica adequada e trabalhos de campo, nos permitiu o desmascaramento do discurso do trabalho na infância e adolescência como edificador da moral e alternativa à marginalidade. Ao contrário, a inserção em muitas modalidades de trabalho, aproxima esses sujeitos da violência, do mundo do crime, do adoecimento, do abandono escolar e da perpetuação do ciclo da pobreza. Assim, percebemos que a exploração do trabalho de crianças e adolescentes, visa garantir a lei geral da acumulação capitalista, que se vale dessa força de trabalho barata, dócil, ágil e por vezes gratuita, por meio de relações contraditórias de reprodução social que expõem a produção da pobreza materializada no espaço.

  • LUIS EDUARDO CUNHA SILVA
  • O ESTADO E O TERRITÓRIO DE IDENTIDADE DO SISAL: CONFLITOS DA POLÍTICA TERRITORIAL
  • Advisor : ANA ROCHA DOS SANTOS
  • Data: Jul 12, 2018
  • Dissertação
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  • A ideologia do desenvolvimento, por meio das políticas públicas, acompanha o processo de produção espacial no Nordeste brasileiro. No ano de 2007, o estado da Bahia passou a adotar os territórios de identidade como política de desenvolvimento, baseado no Programa Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais (PDSTR) em escala nacional, que define como eixo central a gestão social e sustentável dos territórios. Essa política de Estado está pautada na descentralização do poder e consequente emancipação social redefinindo o papel da participação da sociedade civil nas políticas públicas. Entretanto, compreende-se que o PDSTR implantado no na Bahia através dos Territórios de Identidade, insere-se no plano econômico neoliberal em substituição ao Estado desenvolvimentista e interventor. De acordo com os fundamentos neoliberais, o modelo anterior, baseado no Estado como centralidade econômica para o país havia se esgotado. Na presente dissertação, o Estado é concebido em sua condição totalizadora do sistema capitalista, atuando como unidade do comando político do capital e as políticas públicas territoriais também atuam neste sentido. A escala de análise para o entendimento desta problemática é definida no Território do Sisal-BA, situado nos municípios de Queimadas, Retirolândia, Santa Luz e Valente que apresentam uma articulação em função da cadeia produtiva da fibra do sisal, o que permitiu ao longo dos anos a consolidação de uma rede de infraestrutura que acaba for favorecer a consolidação de ações da política territorial em torno das políticas de crédito e inserção da mão de obra camponesa aos moldes de produção da agricultura de mercado. Nesse contexto, o presente trabalho objetiva analisar o Território de Identidade do Sisal-BA, considerando sua gestão na condição de instância de planejamento inserida em uma relação entre o Estado, por meio das políticas de créditos e os interesses dos grupos que compõem o território e pertencem a diferentes classes sociais. Os procedimentos metodológicos foram elaborados a partir da pesquisa bibliográfica e trabalhos de campo nas localidades delimitadas para compreensão da realidade, estudada com base na dialética. Por esta análise, a Geografia assume a função de interpretação das contradições deste processo e estratégias de controle do capital.

  • VANILZA DA COSTA ANDRADE
  • PROGRAMA MINHA CASA, MINHA VIDA: FINANCEIRIZAÇÃO DA POLÍTICA HABITACIONAL E RELAÇÕES PATRIMONIALISTAS EM SERGIPE
  • Advisor : ANA ROCHA DOS SANTOS
  • Data: Jul 9, 2018
  • Tese
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  • No capitalismo financeiro, investimentos e juros são adquiridos por meio de transaçõesfinanceiras que incluem formas de empréstimos, dívida pública, financiamento dehabitação e aplicações financeiras em escala mundial. Considera-se que há uma relaçãoentre programas habitacionais e a financeirização da economia. Dessa forma, o objetivodessa pesquisa é analisar o Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) no âmbito damundialização financeira e o fortalecimento das relações de poder local em Sergipe.Para atingir o objetivo foi realizada uma leitura geográfica crítica, na qual se buscoucompreender a totalidade concreta, analisando PMCMV em um movimento histórico(presente/passado). A problemática do déficit habitacional e/ou crise da moradia queafeta a classe trabalhadora emergiu com o processo de consolidação do capitalismo. Aspolíticas públicas habitacionais no Brasil desde sua criação em meados do século XX,estiveram alinhadas com os interesses hegemônicos e, a relação patrimonialista doEstado brasileiro. Dentre as políticas de habitação, está o Programa Minha Casa, MinhaVida, criado em 2009 que teve como discurso ideológico resolver o problema dehabitação do Brasil, atendendo famílias com rendimentos de até dez salários mínimos, eao mesmo tempo, atenuar os efeitos da crise imobiliária dos Estados Unidos de 2008que atingiu todo mundo capitalista. O Programa Minha Casa, Minha Vida ganhoudestaque na lógica da mundialização financeira do capital no Brasil, pois se tornou uminstrumento capaz de permitir a abertura de novos espaços para a acumulação ampliadado capital via financiamento imobiliário e ampliação do crédito habitacional individual.O PMCMV é importante instrumento da reprodução da questão patrimonialista emSergipe, sendo nutridas e reproduzidas, sobretudo, no espaço local através da relação detroca de favores entre os sujeitos participantes do programa. Desse modo, esta políticahabitacional foi explicada a partir dos interesses de ordem política, econômica, social eespacial, pois só assim, a natureza contraditória desta desvelou a continuidade dareprodução destrutiva do capital, e ao mesmo tempo, o incremento de práticaspatrimonialistas, aprofundando as desigualdades sociais e espaciais.

  • VERÔNICA FERRAZ DE OLIVEIRA
  • A mobilidade da força de trabalho no centro da relação campo-cidade e a produção do espaço geográfico no município de Vitória da Conquista-BA
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: May 17, 2018
  • Tese
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  • Este estudo discute a relação campo-cidade e a produção do espaço, apresentando como base fundante a centralidade da força de trabalho, e sustentação empírica o município de Vitória da Conquista-BA. Portanto, o estudo tem como o objetivo analisar as vinculações do rural com o urbano e a produção do espaço, fundando-se na mobilidade da força de trabalho, neste município. O alicerce teórico discute as abordagens conceituais da relação campo cidade, os conceitos e a evolução histórica do trabalho, preenchida por suas diferentes fases, bem como as concepções e historicidade das migrações, deslocamentos e mobilidades humanas, no intuito de responder a questionamentos acerca da relação do rural com o urbano. Quanto aos aspectos metodológicos, foi efetivada uma intensa revisão bibliográfica e aplicados questionários. Além disso, foram realizadas entrevistas semiestruturadas e observações diretas, nos anos de 2014 a 2018. As análises deram suporte às descobertas que vão para além dos objetivos propostos no projeto de pesquisa acerca da relação campo-cidade, pois foi realizado um amplo estudo sobre a população rurícola, para entender a ligação que ela possui com a sede do seu município. No processo de investigação, verificou-se uma articulação significativa do campo com Vitória da Conquista, por meio de vários elementos, mas a mobilidade da força do trabalho é o que mais se destaca. Constatou-se, ainda, que esse deslocamento não provoca, de forma expressiva, a perda do vínculo e da condição de homem rural. Foram identificados, também, os fixos e fluxos socioespaciais advindos do deslocamento de pessoas em função de suas atividades laborativas, bem como os fatores que contribuem para este processo. Ademais, descobriu-se a produção do espaço como procedimento intrínseco ao processo norteador da relação campo-cidade, pois o movimento que as pessoas realizam de um lugar para outro produz dialeticamente o espaço, tanto do rural quanto do urbano. Além disso, a pesquisa revelou a falta de alguns aspectos infraestruturais nas vilas, como: serviços de correios, bancos, lotéricas, hospitais, escolas, delegacia, dentre outros. Esta carência promove uma articulação intensa com a sede do município, porque as pessoas declararam que necessitam se deslocar, cotidianamente, para utilização de serviços bancários, de saúde, de educação e ainda precisam ir à cidade para fazer compras de alimentos, de roupas e de outros bens, uma vez que as vilas não possuem comércio que supra as necessidades dos produtos utilizados no dia a dia. As análises revelaram a precariedade do trabalho em que vive o homem da zona rural de Vitória da Conquista, pois os índices de trabalhadores que não possuem vínculo empregatício e direitos trabalhistas são altos. Além do mais, observou-se, também, um grau de escolaridade baixo, com indicativos surpreendentes de analfabetismo. Este fato está intimamente relacionado com as atividades que os trabalhadores rurícolas desenvolvem, quais sejam: empregadas domésticas, pedreiros, faxineiras, vigilantes, zeladores etc. Nesse sentido, confirma-se a tese de que o trabalho é uma categoria central na relação entre campo e cidade, no município de Vitória da Conquista-BA.

  • ISABELA SANTOS DE MELO
  • Dinâmica e fragilidade ambiental na paisagem da microbacia do rio Paripueira-SE
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Apr 25, 2018
  • Dissertação
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  • A microbacia hidrográfica do rio Paripueira está situada no município de Itaporangad’Ájuda, Sergipe, destacando-se como uma unidade espacial em que as interaçõessocioambientais se expressam no manejo dos recursos hídricos e no uso dos solos.Nesse sentido, a presente pesquisa tem como principal objetivo, dentre outros aspectos,analisar a dinâmica ambiental integrada, a partir da caracterização das unidades depaisagens e da avaliação da fragilidade ambiental da área de estudo. Para o alcance dosobjetivos propostos foram realizados alguns procedimentos metodológicos, tais comolevantamento bibliográfico e de material cartográfico, elaboração de mapas temáticos; etrabalho de campo. Baseando-se no arcabouço teórico sistêmico, este estudo teve comoaporte metodológico os modelos geossistêmico e ecodinâmico, associados aopressuposto de avaliação da fragilidade ambiental potencial e emergente. Os resultadosdeste estudo demonstram que a microbacia apresenta diferentes níveis de fragilidadeambiental de acordo com as características dos componentes naturais e o grau deintervenção antrópica. Apesar da reduzida ocupação humana, a paisagem da área deestudo tem sido gradativamente modificada em razão do desenvolvimento dasatividades de carcinicultura, da pecuária extensiva, do cultivo de cocoicultura e,sobretudo, da mineração, acarretando dentre as principais alterações ambientais, adescaracterização da paisagem através do desmonte de colinas, a supressão da coberturavegetal, e ocorrência de processos erosivos e assoreamentos em alguns trechos doscursos d’água. Assim, a realização da presente pesquisa ratifica a importância deestudos em pequenas bacias, e deverá servir de subsídio à formulação de políticas deplanejamento e de gestão do território que beneficiem a qualidade de vida da populaçãolocal e minorem os problemas ambientais que abrangem a referida área.

  • SANDRA FREITAS SANTOS
  • NATUREZA E DERIVAÇÕES ANTROPOGÊNICAS: CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS NO ALTO CURSO DO RIO SUBAÉ, BAHIA.
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Apr 19, 2018
  • Dissertação
  • Show resume
  • As derivações antropogênicas materializam no espaço geográfico diversas contradições, sendoestas, fomentadas pelas intervenções econômicas, políticas, sociais e culturais das relaçõeshumanas com a natureza, provindas do acelerado aumento do consumo, da falta deplanejamento e de gestão socioambiental que respeite as fragilidades do meio ambiente.Compreendendo tal realidade, a dissertação foi construída com a perspectiva de realizar análiseintegrada da paisagem, considerando a herança dos processos biofísicos, articulado asintervenções positivas e/ou negativas. Nessa dimensão, o objetivo central direciona-se paraavaliar potencialidades hídricas, ao lado de processos antropogênicos, na perspectivasocioambiental, em nascentes do alto curso do rio Subaé, em Feira de Santana-BA. E paraalcançar tal norte, a pesquisa foi guiada pelo conhecimento teórico-conceitual de discussõessobre Bacias Hidrográficas (unidade de gestão espacial), Paisagem (categoria integradora daciência geográfica) e a abordagem socioambiental no contexto dos conflitos entre sociedade enatureza, articulado ao esforço prático realizado através das atividades de campo, onde foramverificados e atualizados os dados empíricos coletados e ao mesmo tempo, espaço deidentificação das nuanças das relações históricas desenvolvidas nesse ambiente, além do apoiode instituições que fomentam a pesquisa no Estado e no país, como: UEFS, CONDER e INMETque forneceram dados secundários imprescindíveis para a compreensão da análise temporal.Dessa forma, a junção de tais informações contempla o entendimento dos cenários da área deestudo. Haja vista, que o alto curso do rio Subaé apresenta importante potencialidadepaisagística que foi moldada ao longo do tempo geológico, e que, de certo modo, favorece amanutenção das características e dinâmicas biofísicas da atualidade. Essa capacidade adaptativaé que garante a manutenção da rede de drenagem, tendo em vista, a diversidade climática,biológica, estrutural que apresenta. Compreendendo tal dinâmica, conclui-se que: através doincentivo da União, o rio Subaé e consequentemente as nascentes terão grande dificuldade depermanecerem presentes na paisagem no setor localizado na cidade de Feira de Santana. Asderivações antropogênicas negativas identificadas promovem um cenário nada otimista depreservação ou recuperação dessas áreas. O avanço através da invasão da especulaçãoimobiliária, da atração de novas indústrias ou ampliação das que já existem reforçam a lógica dedegradação ambiental já existente, pois o descuido com condicionantes ambientais vemapresentando desconfortos intensos nos meios urbanos e rurais, como: enchentes, aumento datemperatura, alto índice de perda de solo (erosão) e cobertura vegetal, redução ou falta de água,além da dificuldade do desempenho das atividades agropecuárias e industriais. Essa setorizaçãoda drenagem no alto curso implicará na reorganização da dinâmica hídrica, na alteração dofluxo d’água e da interrelação com os demais condicionantes ambientais, principalmente oantrópico.

  • CARLA ALESSANDRA MELO DE FREITAS BASTOS
  • DESAFIOS E PERSPECTIVAS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO CENTRO DE ABASTECIMENTO DE FEIRA DE SANTANA-BAHIA
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Apr 3, 2018
  • Dissertação
  • Show resume
  • Os resíduos sólidos se configuram como elemento significativo no estudo da relação sociedade/natureza de modo que as ações antropogênicas revelam posturas socioculturais, sobretudo o grau de conscientização no que concerne a organização socioespacial e o cuidado ambiental. No caso específico das Centrais de Abastecimento, a ausência de um planejamento adequado voltado para o manejo dos resíduos, bem como as limitações financeiras, tem refletido em impactos socioambientais no interior desses estabelecimentos. Neste contexto, a Ciência Geográfica oferece uma proposta de visão holística, pautada numa abordagem interdisciplinar e integradora da realidade, tornando-se uma ferramenta importante para o entendimento destas questões. O objetivo geral da pesquisa consiste em analisar o sistema de gerenciamento integrado de resíduos sólidos no Centro de Abastecimento de Feira de Santana, Bahia. Quanto aos objetivos específicos, estão divididos em: identificar os aspectos positivos e negativos no sistema de gerenciamento integrado; averiguar a efetividade dos aspectos jurídicos da gestão municipal dos resíduos sólidos; analisar a organização espacial do Centro de Abastecimento; caracterizar a dinâmica socioambiental do gerenciamento integrado dos resíduos. O problema que norteia a pesquisa baseia-se no questionamento de como estão sendo gerenciados os resíduos sólidos e a hipótese tem como princípio de que as práticas no manejo de resíduos sólidos no Centro de Abastecimento têm ocasionado impactos socioambientais. Os procedimentos utilizados para o desenvolvimento do estudo consistem na pesquisa bibliográfica, levantamento de dados secundários (pesquisa documental) e primários (entrevistas, aplicação de questionários, registro fotográfico), atividades de campo, elaboração cartográfica, análise e discussão integrada dos dados. Resultados confirmam, por um lado, que apesar de possuir um sistema de manejo dos resíduos, por meio dos órgãos competentes, e ter avançado na abrangência da coleta/transporte, por outro lado, carece de acompanhamento e fiscalização das ações e procedimentos que configuram a sua realidade local. O não cumprimento às ordens legais é um dos fatores de maior relevância para o atual cenário do Centro. O volume de resíduos gerado é bastante expressivo, em torno de 200 a 320 toneladas/mês, em maior quantidade de origem orgânica (80%), tendo em vista as atividades desenvolvidas na área. Contudo, o manejo inadequado destes, resulta em problemas como aumento do desperdício e diminuição da vida útil do aterro sanitário, visto que todo o resíduo coletado na área é direcionado ao mesmo. Dessa forma, verifica-se a premência de um programa sistematizado de coleta seletiva e Educação Ambiental, conforme exigido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos.

  • VANESSA MODESTO DOS SANTOS
  • FEIRA DE LAGARTO/SE: CORES, CHEIROS, SONS, SABERES E FAZERES
  • Advisor : SONIA DE SOUZA MENDONCA MENEZES
  • Data: Apr 3, 2018
  • Dissertação
  • Show resume
  • As feiras na região Nordeste do Brasil são importantes espaços econômicos e culturaistradicionais. Sua periodicidade associa-se à organização de cada localidade, geralmenteacontecendo em dias alternados nos espaços circunvizinhos. Os moradores dascomunidades mais distantes se deslocam para comercializar o fruto de sua produção,bem como adquirir produtos de que necessitam para a sua sobrevivência. Neste trabalhotomamos como recorte espacial o município de Lagarto/SE, localizado na microrregiãoCentro-sul do estado, com o objetivo de compreender a dinâmica social, cultural eeconômica das feiras realizadas na cidade de Lagarto/SE. Nesse município observamosque a feira acontece aos domingos, segunda-feira, quinta-feira e sábado e encontra-seenraizada na identidade da população que demanda produtos agrícolas, alimentostradicionais, carnes, vestimentas, calçados, animais vivos e produtos industrializados,além de bens de consumo diversos. A metodologia utilizada é de caráter qualitativo ebaseia-se em revisão da literatura e pesquisas in loco – com as quais realizamosentrevistas semiestruturadas com os feirantes e consumidores, utilizando o diário decampo como ferramenta de auxílio ao pesquisador para posteriormente realizar asanálises das informações obtidas para a organização da dissertação. A configuração doespaço de comercialização da feira está inserida no mercado do setor informal, e suasrelações estão fundamentadas, principalmente, no uso do dinheiro líquido, indispensávelpara a reprodução social e econômica dos grupos familiares ali inseridos. Para além deespaço comercial, as feiras conformam um lugar do encontro, da troca, um territóriomarcado pela mistura de cores, sons, cheiros, sabores, saberes, signos e significados, eda diversidade de ações, funções e atividades. É comum constatarmos na rede de atoresem questão as relações de poder, sobretudo a partir dos fiscais e guardas municipais queo exercem no sentido de delimitar os microterritórios dos feirantes, e, por vezes,envolvem-se em conflitos resolvidos no local. Porém, em contraposição a essacaracterística, evidenciamos a constituição e o fortalecimento das relações desociabilidade e de proximidade entre os grupos de feirantes, bem como entre osfeirantes e os consumidores, relações essas permeadas pela confiança, de modo que, noato de “fazer a feira”, vão se conformando vínculos de amizade. O dia da feira constituinão somente um encontro eminentemente econômico, mas, um dia diferenciado no qualsão partilhadas experiências, saberes e fazeres e fortalecidas as redes de sociabilidades.

  • DANIELE LUCIANO SANTOS
  • As Sócio-Espacialidades e Ressignificações das Cavalgadas – Itaporanga d’Ajuda/SE
  • Data: Apr 2, 2018
  • Dissertação
  • Show resume
  • A variação ocorrida desde a década de 1990 na composição e na estrutura da cavalgada emItaporanga d’Ajuda/SE levou-nos a questionar sua manifestação como prática festivatradicional e contemporânea. Nesse contexto, tivemos por objetivo analisar os territórios dascavalgadas no município pelas práticas sócio-espaciais mantenedoras e propulsoras de suarealização. E, como objetivos específicos tivemos: i) traçar a linha do tempo das cavalgadas eseus cortejos; ii) apreender os sujeitos e as relações empreendidas para a realização dascavalgadas; iii)compreender as práticas sócio-espaciais dos produtores e dos participantes dascavalgadas; iv) e averiguar as bases materiais e simbólicas dos territórios da cavalgada. Paratal, fundamentamos o território relacionando-o tanto no sentido concreto quanto no sentidosimbólico, pois interessa-nos averiguar a produção e manutenção das cavalgadas pelasrelações de poder e pelos interesses de grupos políticos locais. As sócio-espacialidades dascavalgadas foram apreendidas e discutidas com auxilio de autores que destacam a construçãodo espaço social e do espaço cultural pela organização, significação da produção evalorização dos aspectos simbólicos. Discutimos a multidimensionalidade do território pelaspráticas políticas, culturais e econômicas que reconduzem a cavalgada como tradiçãoressignificada e determinam seus territórios em Itaporanga d’Ajuda. A pesquisa é de naturezaqualitativa ao eleger o fenômeno cavalgada como objeto de estudo e ao buscar compreende-lapor meio das práticas sócio-espaciais que a mantem e que se desenrolam no território. Alémda revisão bibliográfica, adotamos como metodologia a pesquisa documental em sites ejornais e a pesquisa de campo com uso da observação, realização de entrevistas, aplicação dequestionários e registro fotográfico. Discutimos e expomos as representações e os territóriosdas cavalgadas como festa popular e como evento político. A festa é apreendida comomanifestação tradicional ressignificada que dá sentido e valoriza os aspectos simbólicos dospovoados. Enquanto evento político, embora prática antiga, ressignificou-se como práticamercadológica, como “moeda de troca de favores políticos”. A festa e o evento que seproduzem nas cavalgadas se distingue ainda, respectivamente, pelo sentido de patrimônioapropriado pelo saber fazer popular e pelo patrimônio instituído por normas legais.

  • JULIANA ANTERO DA SILVA
  • PROINF NO TERRITÓRIO DA CIDADANIA DO MÉDIO SERTÃO DE ALAGOAS: UM CAMINHO PARA O DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL RURAL?
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Mar 16, 2018
  • Dissertação
  • Show resume
  • Nos países europeus, as políticas públicas no espaço rural entre o final do século XX e o início do século XXI começam a ser reestruturadas sob a perspectiva do Desenvolvimento Territorial rural. No Brasil, os debates sobre o Desenvolvimento emergemmediante os entraves históricos estrutural do rural. Em meados da década de 1990, a implantação de políticas públicas descentralizadas emerge diante das pressões dos movimentos sociais, sindicais e da própria necessidade de superação da pobreza rural, principalmente nas regiões mais carentes, como no Nordeste e no Norte do país. Neste contexto, destacam-se as políticas públicas direcionadas a agricultura familiar, notadamente o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF). Este programa apresentou inicialmente três linhas principais de financiamento: capacitação; infraestrutura e serviços; e crédito rural. Sob a perspectiva do Desenvolvimento Territorial Rural, sobressaem-se o Programa Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (PRONAT) implantado em 2003 e o Programa Território da Cidadania (PTC) do ano de 2008. A linha de financiamento Infraestrutura e Serviços do PRONAF esteve em execução entre 1996 e 2002. A inserção desta linha em escala municipal apresentou conflitos que provocaram mudanças na sua política e na sua escala de atuação. Em 2003, essa linha integrou-se ao PRONAT e passou a denominar-se “Ações de Projetos de Infraestrutura e Serviços” (PROINF). Na adequação ao PRONAT, o PROINF começa a operar na dimensão territorial.O objetivo geral do PROINF é financiar projetos de infraestrutura e serviços indutores do Desenvolvimento Territorial Rural. Neste contexto, buscou-se analisar as ações dos Projetos de Infraestrutura e Serviços (PROINF) no Território da Cidadania do Médio Sertão alagoano sob a perspectiva do Desenvolvimento Territorial Rural. A pesquisa teve abordagem qualitativa ancorada na pesquisa bibliográfica, na pesquisa documental e na pesquisa de campo. As técnicas de pesquisa utilizadas nos trabalhos de campo foram: observação participante, registro fotográfico, entrevista informal e entrevista semiestruturada. O Território do Médio Sertão tem um total de treze contratos do PROINF’s relacionados à aquisição de equipamentos, veículos e infraestrutura. Destes contratos, seis foram concluídos, 2 estão em situação normal, 2 estão paralisados, 2 ainda não foram iniciados e 1 projeto está com status de atrasado. Entre 2005 e 2016, verificou-se que os investimentos nas ações dos PROINF’s no Médio Sertão alagoano efetivaram-se de modo inoperante para os agricultores familiares no Território. Sem a concretização da finalidade dos projetos, coloca-se em risco a política de Desenvolvimento Territorial Rural, o fortalecimento da agricultura familiar é fragilizado e a autonomia produtiva reduz-se à dependência.

  • RENATA SIBÉRIA DE OLIVEIRA
  • A CENTRALIDADE DA POBREZA NA TRAMA DO CAPITAL FINANCEIRO: POLÍTICAS DE MICROCRÉDITO PRODUTIVO NO ESTADO DE PERNAMBUCO
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Feb 28, 2018
  • Tese
  • Show resume
  • Esse estudo analisa o uso que se faz da pobreza, no quadro atual das relações capitalistas, como categoria fundante e legitimadora de políticas de investimentos bancários, garantidores de lucros na esfera financeira. Estas políticas são implementadas sob exigências do mercado e ancoradas em fundamentos teórico-práticos que fortalecem uma visão de pobreza como produto de decisões individuais e que por isso é responsabilidade do indivíduo, que deve encontrar meios próprios de superação. No cenário da ampliação da atividade financeira um significativo volume de recurso tem sido destinado para atrair a maior parcela possível da classe que vive do trabalho para o empreendedorismo individual. São ações que fizeram do microcrédito uma alternativa para um seguimento da população, que diante do crescimento exponencial do desemprego, após os anos de 1990, foi absorvida pela ideologia empresarial como saída para sua reprodução. Para uma melhor compreensão dos rebatimentos sócioespaciais das políticas de microcrédito produtivo orientado, analisamos o Programa Crediamigo do Banco do Nordeste, maior expressão desta política na América Latina e no Brasil, a partir de pesquisa com trabalhadores dos mais vaiados seguimentos de atividades produtivas, na região que compreende a atuação da Unidade de Petrolina, no estado de Pernambuco. Para tanto, o método dialético nos permitiu desvendar as contradições das complexas relações que se estabelecem no movimento de produção do espaço mediado pelo capitalismo financeiro. Os esforços empreendidos pelo governo brasileiro para o fortalecimento do empreendedorismo como política social, ampliou a circulação desta forma de capital beneficiando sua expansão e reprodução no país, neste sentido, atividades antes descartadas e desinteressantes, se tornaram essenciais a sua reprodução. O aumento de agências públicas e privadas de crédito, nas duas primeiras décadas do século XXI, comprova o fôlego do Estado na reprodução desta modalidade de capital no país. A focalização no pobre se constitui a metodologia de ação para fazer chegar o endividamento à superpopulação relativa por meio do pagamento de juros e da relação de dependência que se estabelece com este tipo de política. Ao incorporar a pobreza à política de crédito informando-a como única possibilidade de sua superação, o Estado, expõe sua condição de superestrutura de comando do capital e agente de articulação global do lucro especulativo. Por sua vez, nega que o processo que transformou o homem em força de trabalho, separando-o dos meios de produção, através de variados mecanismos de expropriação intensificados no desenvolvimento do capitalismo, é em primeira instância, o responsável pela produção da riqueza e da pobreza. Em tempo, individualiza a superação da pobreza no pobre/indivíduo. É uma estratégia mercadológica de individualização das causas da pobreza que obscurece o seu sentido como produto da Lei geral da acumulação.

  • KATINEI SANTOS COSTA
  • Trabalho e Ideologia: o Discurso da Autonomia e da Liberdade no Beneficiamento da Castanha de Caju
  • Data: Feb 28, 2018
  • Tese
  • Show resume
  • A presente Tese de Doutorado partiu da hipótese de que a ideologia daautonomia e do não-trabalho no processo de beneficiamento da castanha decaju no espaço agrário sergipano mascara a exploração do trabalho. A partir dopressuposto de que a ideologia é uma falsa ideia que se perpetua para garantiros interesses da classe dominante, o discurso do não-trabalho é usado comoestratégia de exploração e subordinação do trabalhador ao capital, uma vezque é na negação do trabalho, que o trabalho se realiza. A ideologia do nãotrabalho é usada como forma de dominação e exploração dos trabalhadoresque são explorados da forma mais perversa no processo de beneficiamento dacastanha de caju. Estes não se veem como trabalhadores, alienados pela falsaideia da autonomia e da liberdade. É necessário que o trabalhador aceite ascondições que lhe são impostas, que não perceba a sua condição desubordinação e exploração, e não se oponha ao sistema. A análise da nossaTese está sustentada no materialismo histórico dialético como método deanálise, que permite uma leitura das contradições dos sujeitos que estãoinseridos na cadeia produtiva da castanha de caju, possibilitando compreenderas relações sociais nas suas contradições, na relação capital-trabalho que seestabelece na totalidade das relações sociais de produção e de trabalho. Oconfronto da teoria com a realidade foi o alicerce na construção doconhecimento teórico epistemológico que permitiu compreender ascontradições da relação homem e natureza. Nossa análise foi fundamentadano entendimento do trabalho como categoria ontológica da própria condiçãohumana histórica. Nesse sentido, foi identificado que o valor trabalho éapropriado pelo capital nas inter-relações escalares que se configuram nobeneficiamento da castanha de caju, que se torna uma atividade econômicalucrativa para o capital, e se estabelece no espaço agrário sergipano comopossibilidade de renda e de trabalho, produzindo e reproduzindocontraditoriamente a miséria e riqueza. A sinalização da perda da centralidadedo trabalho foi analisada a partir das metamorfoses do trabalho para atender asexigências de reprodução do sistema do capital que cria e recria nova/velhasrelações de exploração da força de trabalho, como o trabalho informal, ascooperativas, o trabalho coletivo familiar, a terceirização e a precarização, paramanter seu ciclo reprodutivo. O trabalho alienado como condição de exploraçãodo trabalho se sustenta nos fetiches que permeia a relação capital-trabalho,nos significados de autonomia e liberdade que são apropriados pelo capitalpara ocultar as condições precárias dos trabalhadores e trabalhadoras dobeneficiamento da castanha de caju. O discurso do não-trabalho aliena,degrada, precariza e escraviza o trabalhador, e cada vez mais desumaniza oser social. O trabalhador vive uma ilusão constante de liberdade, que cega ealiena, como se ele pudesse escolher, como se fosse ele que escolheu ainformalidade, quando na realidade essa foi a condição imposta. O trabalhadornão é livre para escolher, ele não tem escolha, há uma falsa liberdade que lheé imposta, pois é necessário ser livre para ser ainda mais explorado.

  • ELAYNNE MIRELE SABINO DE FRANÇA
  • CONTRASTES SOCIOAMBIENTAIS NA MICROBACIA DO RIACHO FLAMENGO, GARANHUNS-PE
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Feb 27, 2018
  • Dissertação
  • Show resume
  • As interações entre homem e natureza se constituem no ambiente geográfico de análise, e,dada relação acontece e repercute ora de modo positivo ora negativo, principalmente quandose sucede no âmbito de uma microbacia hidrográfica de elevada vulnerabilidade ambiental.Tal repercussão pode ser apreendida ao longo do tempo e espaço através da paisagem, quecongrega as transformações socioambientais executadas pela ação antrópica e por forçasnaturais. Assim, objetivou-se compreender como a dinâmica do ambiente configurou oscontrastes socioambientais, a partir da abordagem do sistema, na paisagem da microbacia doRiacho Flamengo (MRF) em Garanhuns-PE. Tomou-se como subsídio metodológico eprocedimental a revisão da literatura, para reflexão teórica e execução dos procedimentosrelativos à temática, tendo como suporte técnico o sensoriamento remoto e ferramentas dogeoprocessamento, além de atividades de campo. Resultados obtidos pela análisemorfométrica demonstram que predominam os canais de 1ª ordem e estes são responsáveispela manutenção do escoamento fluvial e pluvial nos cursos d água; A linearidade dos canaisapresenta características do tipo dendrítica, endorreica e meandrante; A constituição arealdemonstrou propensão mediana para enchentes; Evidenciou no uso e ocupação da Terra,degradação da cobertura vegetal; Desencadeou processos erosivos com surgimento de ravinae voçoroca; compactação do solo pelas práticas tradicionais de manejo; solo exposto com viasà expansão urbana; Confirmou-se a ampliação do processo de urbanização pelo aumento dedomicílios permanentes particulares (DPPs), o que tem contribuído para avolumar osproblemas socioambientais, na ocupação inadequada de encostas e em área de preservaçãopermanente. Mas, em contrapartida ficou expresso que a evolução dos DPPs também éacompanhada pelo atendimento e ampliação de parâmetros que asseguram a populaçãoqualidade socioambiental e econômica. Inferiu-se que as pressões da atuação antrópicarefletiram, na maioria dos casos, para reorganização do sistema em virtude da supressãovegetal; a urbanização se configura de modo acentuado na área de topografia suave aondulada e com aspecto aprazível, mesmo que em casos tenham superado esse limite eocupado locais de elevado risco ambiental, todavia as derivações antropogênicas podem terdesencadeado circunstâncias extremas.

  • SHAUANE ITAINHARA FREIRE NUNES
  • A mediação natureza/sociedade e as lógicas espaciais e territoriais da luta pela água sob a dimensão dos pressupostos teóricos luckacsianos da ontologia do trabalho.
  • Data: Feb 26, 2018
  • Tese
  • Show resume
  • A presente Tese de doutorado parte do pressuposto de que a mediaçãonatureza/sociedade condição de existência ontológica do trabalho e deprodução de vida, comum dos povos das terras e das águas é subsumida porrelações capitalistas de trabalho e de produção alterando territórios eterritorialidade. Nessa direção analisamos a pesca artesanal a partir daconcepção lukacsiana da ontologia, do trabalho como mediador da relaçãosociedade/natureza, que tem o caráter de transição, do ser biológico ao sersocial, dessa maneira dá sentido ao ser social e as suas sociabilidades. Com areprodução do capital voltada à natureza; a terra e a água são cada vez maisapropriadas na condição de meio universal de produção sobreposto ao valor deuso. Realizamos nossa pesquisa com o estudo da pesca artesanal no estadode Sergipe, nas suas lógicas espaciais e territoriais, diante da territorializaçãodo capital na forma do agrohidronegócio, no consumo da natureza enquantopaisagem a ser vendida, para a especulação imobiliária, turismo, expropriaçãoda propriedade da terra e da água. A consolidação do avanço do sistema docapital tem no Estado a propagação do discurso da produtividade e do controleda natureza, na forma de investimentos e políticas, tendo a aquicultura comosolução na cadeia produtiva de pescados para garantir o país como grandeprodutor mundial. Os rebatimentos para a pesca artesanal em Sergipe sãoverificados na diminuição dos pescados, nos limites impostos no acesso à águae aos meios de vida, via políticas a nível local de incentivos a carcinicultura e apiscicultura que ignoram o modo de vida das comunidades pesqueiras,sujeitando as forças da natureza como forma de mercadoria com o objetivo deacumulação do capital, sendo o mercado condição ontológica para a alienação.Concluímos na nossa Tese que a socialização da natureza como condição devida dos homens, pode ser determinada pela relação de dominação, ou pelaprodução da vida social a partir de necessidades que não representem adestruição da condição humana. É na compreensão da relação necessidade,
    qualidade e uso, em contraposição ao círculo vicioso do sistema reificado docapital, que transforma os homens em coisas, que se garante a crescenteampliação da riqueza de produção. Resistir significa reconstituir perspectivasque desloquem o metabolismo do capital para um metabolismo além do capitale consequentemente no devir da condição humana.

  • JOSÉ ADAILTON BARROSO DA SILVA
  • Sinaes:Política de ordenamento para controle e poder do território.
  • Data: Feb 23, 2018
  • Tese
  • Show resume
  • A expansão dos cursos superiores a partir da década de 1990 institui o SistemaNacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes), através da lei 10.861, de 14de abril de 2004, tendo como base a avaliação de três componentes principais: aavaliação das instituições, avaliação dos cursos e o desempenho dos estudantes.Esse sistema de avaliação passa a aferir a qualidade e expansão de novoscursos e controlar a oferta de vagas. A análise desenvolvida nessa tese entendeque esse sistema faz parte da expansão do projeto neoliberal na educação, ondeos Estados-nações passaram a reestruturar o ensino superior com o objetivo deatender à chamada Revolução Técnico-Científica. Este sistema foi implantado nasdiferentes escalas geográficas, seguindo o modelo implantado na Europa, paracolocar as universidades europeias no mesmo nível de competição dasuniversidades norte-americanas, objetivando, medir a qualidade do ensinomediante metas de produtividade e eficiência de cursos e instituições. Nessesentido a análise da Tese é conduzida a partir do entendimento da inclusão daeducação no âmbito da lógica do sistema neoliberal. O olhar geográfico éfundante para o debate ao estabelecer a crítica ao Sinaes como condutor dodiscurso do desenvolvimento regional, e como um instrumento de poder naregulação do território para atender ao interesse da ação hegemônica do capital,apontando para uma política condutora de um discurso de qualidade, imposto poratores sintagmáticos, que envolvidos na implementação, discussão e embatecontraditório entre a necessidade de regulação e controle, ordena o território elegitima a reprodução das desigualdades socioespaciais.

  • RICLAUDIO SILVA SANTOS
  • "Análise Integrada da Paisagem do Geocomplexo Alto Sertão Sergipano".
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Feb 22, 2018
  • Dissertação
  • Show resume
  • O território do Alto Sertão Sergipano compreende os municípios incluídos no Plano de Desenvolvimento do Arranjo Produtivo da Pecuária de Leite e Derivados – Alto Sertão, do Núcleo Estadual de Arranjos Produtivos Locais (APL-SE). Tendo em vista que todos os municípios deste território possuem em comum a atividade da pecuária de leite, e levando-se em conta que esta produção apresenta crescimento contínuo nos últimos anos, este trabalho busca compreender, por meio do sistema GTP, como esta atividade media a relação sociedade-natureza e quais as derivações antropogênicas provocadas no meio ambiente. O texto apresenta reflexões a respeito dos elementos característicos que compõem o semiárido brasileiro, assim como da aplicação do pensamento sistêmico na Geografia. Utilizando o Sensoriamento Remoto e o Geoprocessamento para o levantamento de dados sobre os diferentes componentes ambientais (geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação, precipitação atmosférica), buscando a análise integrada do espaço geográfico, empregando os conceitos de Geossistema, Território e Paisagem. Pretende-se compreender a configuração espaço-temporal da vegetação desta porção do semiárido sergipano, a influência das condições climáticas, e como a pecuária de leite presente na Bacia Leiteira do estado de Sergipe se relaciona com os componentes ambientais.

  • LILLIAN MARIA DE MESQUITA ALEXANDRE
  • (RE) INVENÇÃO DO TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA NO LITORAL SUL DE SERGIPE: TURISMO E ECONOMIA CRIATIVA COMO ELOS DE GESTÃO PARTICIPATIVA
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Feb 6, 2018
  • Tese
  • Show resume
  • O turismo é um fenômeno social, complexo e diversificado tanto que, devido a sua abrangência, hoje não se idealiza apenas como atividade de lazer, mas também permite a inserção de novas formas de analisá-lo, mobilizando pessoas pelos mais variados motivos, para os mais diversos destinos. A compreensão de que ele se baseia em um sistema complexo, integrado e dinâmico é necessário para refletir novas possibilidades na gestão, onde uma interação não só no âmbito econômico, mas também no social, cultural e ambiental, fortalecem as ações das políticas públicas de turismo. Neste sentido, o desenvolvimento dessa pesquisa visou, em termos gerais, analisar o modelo de desenvolvimento proposto pelo Turismo de Base Comunitária (TBC) junto às comunidades tradicionais do Litoral Sul Sergipano, levando-se em consideração os municípios que fazem parte do Polo Costa dos Coqueirais, a saber: Itaporanga D’Ajuda, Estância, Santa Luzia do Itanhy e Indiaroba. A pesquisa é de caráter qualitativo, baseado no método fenomenológico, amparado na Teoria da Complexidade de Morin (1985). Para cumprimento dos objetivos específicos, utilizaram-se diferentes procedimentos metodológicos, priorizando a entrevista com os diversos atores sociais locais, a observação direta participante e do registro fotográfico para coleta dos dados e a análise do discurso para a crítica, por meio da categorização de dados que se relacionam com o Turismo Criativo e a Economia Criativa. Os impactos negativos advindos pela falta de controle da ocupação dos espaços, o (des) ordenamento territoriais causados pelas construções de empreendimentos imobiliários (Segunda Residência), o aumento da especulação imobiliária e da violência urbana nessas áreas, mostram algumas consequência dos conflitos gerados por ocupações desordenadas e pela falta de políticas públicas eficientes. Neste aspecto, é preciso atentar para que a efetivação de políticas públicas municipais tenham na participação dos atores sociais locais (e não só atores públicos e privados), uma construção coletiva e como tal, um novo olhar para o planejamento participativo. Mudanças socioespaciais advindas de ações, principalmente, do PRODETUR (utilizado como política pública federal e estadual) devem ser minimizadas a partir de um planejamento participativo eficiente. Observou-se também, a criação de territórios de poder, refletidos na imposição de empreendedores de fora das localidades, de subempregos gerados e da não empregabilidade dos jovens na chamada “geração de emprego e renda” promovido pelo turismo. Portanto, construir esse novo modelo de gestão a partir do TBC, é construir um modelo de referência para o desenvolvimento turístico local, chegando-se o mais perto possível das premissas da sustentabilidade local, cuidando dos espaços coletivos, do lugar e consequentemente, fazendo emergir um território turístico passível de fomentar inclusão social de qualidade e minimizando os impactos pontuados.

  • BISMARQUE LOPES PINTO
  • DINÂMICA GEOMORFOLÓGICA DE VOÇOROCAS NO MUNICÍPIO DE TUCANO/BA
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Jan 31, 2018
  • Dissertação
  • Show resume
  • O entendimento evolutivo e atual das cicatrizes erosivas na paisagem dão subsídios para uma melhor compreensão da dinâmica do ambiente natural pretérito e contemporâneo de modo que o seu comportamento geomorfológico denunciam a atuação dos condicionantes ambientais no processo de esculturação do relevo. Assim, para melhor entendimento das cicatrizes erosivas em seus diferentes estágios, objetivou-se analisar as estruturas geomorfológicas de 02 (duas) voçorocas na zona rural do município de Tucano (BA) para avaliar a dinâmica evolutiva e contemporânea das feições erosivas exibidas na área. Neste sentido, para cumprimento desse e outros objetivos norteadores da pesquisa, utilizaram-se diferentes procedimentos metodológicos, priorizando a revisão da literatura, o trabalho de campo e a elaboração de cartas temáticas sobre os condicionantes geoambientais do perímetro das voçorocas e perfis topográficos associados, entre outros. Os resultados desse estudo mostram que a Voçoroca 01 apresenta dimensões em torno de 13,37 km², com aspecto morfológico ramificado, constituído de 04 canais secundários e padrão desconectado a rede de drenagem. Localiza-se no terço superior e médio da vertente do tabuleiro dominante na área. Sua divisão setorial permitiu melhor compreender a dinâmica erosiva com maior expressividade entre os terços superior de maior atuação da erosão, abrangendo área em torno de 9,12 km², e inferior que se caracteriza pelo acúmulo de sedimentos ocupando área aproximada de 4,24 km². A setorização, sem dúvida, facilitou a identificação das feições internas de pedestais, marmitas residuais, costelas e escamamentos. Finalmente, registrou-se uma perda de solo aproximada de 2,45 m³. No que pese a Voçoroca 02, verificou-se a sua abrangência areal correspondente a 10,97 km². Entretanto, pelo fato de apresentar uma dinâmica evolutiva avançada em relação a voçoroca 01, possui uma configuração retangular sem a presença de canais secundários. Em sua setorização, observou-se foco erosivo de 9,00 km² predominando nos terços superior e médio da voçoroca que apresenta um sistema de morfologias internas com 08 alcovas de regressão no topo da cicatriz erosiva, além da formação de dutos, pedestais, queda de blocos, sulcos e ravinas generalizadas. Na porção inferior de maior acumulação de sedimentos abrangendo 1,97 km², constatou-se um extenso banco de sedimentação consolidado. Seu posicionamento encontra-se desconectado a rede de drenagem, com perda de solo estimada em 3,04 m³.

2017
Description
  • LILIAN OLIVEIRA SILVA
  • Aspectos da Espacialização do Pronaf A no Estado de Sergipe: o caso do Assentamento Adão Preto em Nossa Senhora da Glória/SE.
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Aug 31, 2017
  • Dissertação
  • Show resume
  • O município de Nossa Senhora da Glória está localizado no Alto Sertão Sergipano. Nomunicípio há um total de 12 assentamentos rurais, sendo o Assentamento Adão Preto omaior deles com 104 famílias assentadas com uma área total de 2462.8226 Km². Diantedessa realidade o estudo foi embasado na análise espacial do Programa deFortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), na modalidade A, que volta-se aapoiar financeiramente os assentados da reforma agrária. Contudo analisar aespacialização do PRONAF A no estado de Sergipe e seus desafios frente a viabilidadesocioeconômica: o caso do Assentamento Adão Preto no município de Nossa Senhorada Glória constitui o objetivo geral da pesquisa. A metodologia utilizada teve comobase a categoria geográfica espaço e a e Conceitos de Desenvolvimento Rural, ReformaAgrária, Assentamentos Rurais e a Política Pública Pronaf. O presente estudo centrou-se em um método empírico-analítico de forma quantitativa e qualitativa, que analise osaspectos gerais e reflita as informações da realidade, para isso foi realizado os seguintesprocedimentos metodológicos: levantamento e revisão bibliográfica, busca e análise dedados secundários, trabalho de campo, no qual foram realizadas entrevistassemiestruturadas , com atores sociais que integram institucionalmente a questão doPronaf A no Assentamento estudado e a aplicação de questionário com os tomadores decrédito do Pronaf A. Como resultado constatou-se que o Pronaf A tem um papelsignificativo na mudança da qualidade de vida dos assentamentos mas, as melhoriastêm um prazo pequeno já que os fatores naturais como baixo índice de pluviosidadeinterfere na atividade econômica de todo o município. Diante disso nota-se que o uso dorecurso do Pronaf tem que ser atrelado a politicas públicas que contribuam para oconvívio com a seca.

  • CLARA SUZANE SILVA GOMES
  • A ESPACIALIDADE DO TRABALHO DOS AGENTES DA LIMPEZA PÚBLICA DE ARACAJU
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Aug 31, 2017
  • Dissertação
  • Show resume
  • Esse estudo analisa a espacialidade do trabalho na limpeza urbana de Aracaju, no estado de Sergipe. O sentido é explicar como se estabelecem e se configuram as condições e relações de trabalho na realidade concreta dos Garis e Margaridas, a partir das lógicas e determinações de controle do trabalho pelo capital. Partimos da compreensão de que a categoria trabalho é central para entender o quadro subjacente a produção do espaço na contemporaneidade e condição de existência e sociabilidade do homem. A forma como se espacializa e se singulariza responde aos anseios da reprodução do lucro capitalista. O desemprego estrutural, resultante da crise do sistema do capital com rebatimento na formação da crescente massa de trabalhadores “supérfluos”, ociosos, garante às condições de precarização do trabalho na limpeza urbana, que se configura pela desproteção ao trabalhador, na dilapidação dos direitos e perda de garantias e nas diversas formas de exploração do trabalho. Esses sujeitos assujeitados pela sua condição de expropriados dos meios de produção são os mesmos que vivem a segregação sócioespacial, econômica e cultural na cidade. Residem nos bairros pobres de Aracaju e em tais condições, se submetem aos baixos salários e aos riscos em acidentes de trabalho diversos: quedas do carro de coleta, cortes, micoses, dores no corpo, dores de cabeça, enjoos, irritação nos olhos, infecções. Tais condições incorrem em agravos à saúde do trabalhador, bem como a demandas por formas de articulação e organização política desses sujeitos. Esses são os aspectos que traduzem claramente a submissão do trabalho ao Capital e que buscou-se responder nessa pesquisa. A metodologia foi norteada pelo método de investigação, que é o materialismo histórico e dialético, por entender que é a forma mais adequada de apreender a realidade, a partir da totalidade das relações. Como procedimentos de pesquisa, realizamos entrevistas semi-estruturadas, questionários e observação de campo.

  • ANNA MARIA VIANA ALVES
  • A Política Territorial e suas contradições: Análise da efetivação dos mercados institucionais no Território rural do Alto sertão Alagoano
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Aug 30, 2017
  • Dissertação
  • Show resume
  • Com base no processo histórico que permeia a formação e construção do meio ruralbrasileiro, marcado pelas desigualdades no contexto social, cultural e econômicodestaca-se as políticas públicas criadas para essas áreas a partir da década de 1990,como estratégias de diminuir essas disparidades, contribuindo para o desenvolvimentorural. Assim, o presente estudo tem como objetivo analisar de que forma as políticaspúblicas particularmente os mercados institucionais, Programa de Aquisição deAlimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) estão sendoefetivadas no território do Alto Sertão Alagoano, levando em consideração os desafios econtribuições para os agricultores familiares fornecedores e para o desenvolvimentoterritorial. A metodologia utilizada teve como lastro a categoria geográfica território,território institucional e a categoria social agricultores familiares. Os procedimentosmetodológicos foram, revisão da literatura; pesquisa de campo tendo como critérios depesquisa a aplicação de questionários e entrevistas semiestruturadas com AgricultoresFamiliares cooperados e associados que tiveram acesso ao mercados institucionais ecom grupo de agricultores familiares que não acessam os programas, participação dasreuniões do Colegiado Territorial, bem como levantamento de dados secundários deórgão públicos como IBGE, MDA, SDT, FNDE, CONAB. Como resultados, constatou-se que, o acesso pelos agricultores familiares do Alto sertão Alagoano ao PAA ocorreprincipalmente via a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) e o PNAE viaas prefeituras locais, no entanto, diante das intempéries climáticas nos últimos dois anoshouve diminuição da produção e comercialização nesses mercados. Identificou-setambém que o acesso a esses canais de comercialização se constitui individualmente,cooperativas e associações, nas quais a venda dos produtos é realizada para o PAA ouPNAE e corresponde entre 80% a 99% da produção; em contrapartida os agricultoresque não vendem para os programas, não participam de grupos formais e desconhece aexistência dessas políticas públicas, comercializando apenas o excedente para osatravessadores locais. Dessa maneira, destaca-se como principal desafio para efetivaçãodas políticas de aquisição de alimentos no Território do Alto sertão Alagoano, a
    incipiente articulação de políticas voltadas ao meio rural, bem como, a necessidade dedisseminação das tecnologias voltadas ao semiárido, ainda assim, os resultados desseestudo demostra que o acesso aos mercados institucionais contribuem positivamentepara a melhoria nas condições de vida dos agricultores familiares fornecedores e para odesenvolvimento territorial.

  • MARIA CRISTINA SANTOS TEIXEIRA
  • A Perspectiva Pluriativa como Estratégia de Reprodução da Agricultura Familiar na Microrregião do Agreste de Itabaiana-SE
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Aug 30, 2017
  • Dissertação
  • Show resume
  • O final da década de 1990 no Brasil, foi caracterizado pelas mudanças econômicas,políticas e sociais, repercutindo na dinâmica do meio rural e nas formas de organização e produçãoda agricultura. Período de avanços significativos para a agricultura familiar no Brasil, fortalecidaem função do reconhecimento governamental de uma categoria social e também pelodirecionamento de políticas públicas para o meio rural. A agricultura brasileira atravessou umcaminho árduo até se firmar enquanto categoria social, teve um papel fundamental na sociedade econtinua tendo uma função social muito importante. Nessa mesma década surgiu o debate sobrepluriatividade que ganhou notoriedade a partir, do Projeto Rurbano que identificou que asatividades não agrícolas representavam maior percentual entre as pessoas ocupadas no meio ruralbrasileiro, sendo compreendida como pluriativo a unidade familiar em que pelo menos um membroda família desenvolve atividades agrícolas combinada a outra atividade não-agrícola. Apluriatividade surgiu como uma alternativa para dinamizar a agricultura familiar, é um processo queocorre de forma natural na sociedade, principalmente em áreas onde os agricultores demonstram acapacidade empreendedora e facilidade em adaptar-se as adversidades, além de ter um grande poderde flexibilização. O referido trabalho teve como objetivo analisar a pluriatividade da agriculturafamiliar como uma estratégia de reprodução social e econômica das unidades familiares naMicrorregião do Agreste de Itabaiana-SE e os seus rebatimentos sócio espaciais. Para que fossepossível alcançar o objetivo proposto nesta pesquisa foi trilhado um caminho com objetivosespecíficos, que permitiram a composição do trabalho como um todo. Os procedimentos teóricos emetodológicos foram: levantamento bibliográfico, que foi indispensável para a construção e revisãoda literatura, foram feitas coletas de dados secundários junto aos órgãos públicos que se encontramem plataformas digitais como: o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o InstitutoNacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Ministério de Desenvolvimento Agrícola(MDA), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e Censo Agropecuário. A pesquisa decampo, aconteceu de forma direta com os (agricultores familiar), foi utilizando o método daamostragem que aconteceu de forma aleatória, também aplicados questionários em diversospovoados que fazem parte da Microrregião. A preocupação desta pesquisa foi buscar evidências quepermitissem analisar a importância da pluriatividade na agricultura familiar é a importância para areprodução da unidade familiar na Microrregião do Agreste de Itabaiana, e tem se mostradofundamental para a melhoria da qualidade de vida rural, criando maiores possibilidades derendimento e crescimento pessoal. A partir, das discursões da literatura e também fundamentado emdados secundários pode-se concluir que a Microrregião do Agreste de Itabaiana apresenta aexistência da pluriatividade e a importância para a reprodução da agricultura familiar.

  • REINALDO SOUSA
  • Da Luta por Acesso à Terra aos Desafios da Permanência: uma Contribuição ao Estudo da Questão Agrária no Brasil e Cuba
  • Advisor : ERALDO DA SILVA RAMOS FILHO
  • Data: Aug 28, 2017
  • Tese
  • Show resume
  • A questão agrária, por estar presente em economias capitalistas como a brasileira e socialistas como a
    cubana, é defendida neste trabalho como estrutural dos modos de produção. Estrutural por apresentar
    problemas que, apesar das particularidades de cada sistema, são de difícil superação. Nesse sentido,
    buscamos compreender, a partir destas duas realidades, como ela se manifesta e quais as nuances em cada
    uma das realidades. Contesta-se aqui, o discurso de que no Brasil não existe questão agrária
    (ABRAMOVAY, 1992; VEIGA, 1991; NAVARRO, 2013 e SILVA, 1981) e defende-se aqui a tese de que
    em Cuba a questão agrária não fora superada com a revolução de 1959 e as sucessivas reformas agrarias.
    Buscou-se, afim de permitir uma melhor apreensão das duas realidades, apontar elementos que demonstrem
    que ela [a questão agrária] é estrutural nos dois modos de produção a partir de uma revisão bibliográfica de
    clássicos da questão agrária como Chayanov (1974, 1981), Kautsky (1980), Lênin (1982), Prado Junior
    (2014) e Shanin (1983, 2008); de acadêmicos mais contemporâneos que também debatem a questão agrária,
    a exemplo de Alentejano (1986), Bartra 2011, Carvalho (2014), Fabrini (2010), Felício (2006, 2011),
    Fernandes (1998, 2001, 2008, 2010, 2013), Oliveira (1991, 2007); Ramos Filho (2008, 2013) e autores que
    pensam, contrariamente, estas perspectivas, defendem o paradigma do capitalismo agrário ou que, de alguma
    forma, reforçam a tese da inexistência de uma questão agrária ou necessidade de reforma agrária como
    Abramovay (1992, 2012), Navarro (2010, 2013), Veiga (1981), Silva (1981), Martins (2000) e Navarro
    (2010, 2013). Para uma caracterização da realidade agrária em Cuba, reunimos autores como Aguirre (1961),
    Albelo (2005), Bernal (2013), Burchrdt (2000), González (2013), Guevara (2009), Monzote e Funes (2010),
    Paz (1997, 2011, 2014), Sorzano (1999, 2012, 2014, 2015), Valdes (1990) dentre outros. Para uma melhor
    interpretação da realidade-mundo optou-se, enquanto método, pelo materialismo histórico dialético. Esse
    método apresenta-se em Marx como uma resolução prática, como um problema da realidade e busca
    distinguir entre as representações e os conceitos das coisas (SILVA, 2005). Trata-se de um método “[...] que
    quer conhecer adequadamente a realidade, que não se contenta com os esquemas abstratos da própria
    realidade, nem com suas simples e também abstratas representações [...]” (KOSIK, 1976, p. 20). Disso
    advém a nossa opção por trabalhar com a dialética, por acreditar que ela permite uma maior aproximação da
    realidade a partir da análise das contradições das aparências. Em linhas gerais este método pauta-se em três
    leis gerais: lei da passagem da quantidade à qualidade (e vice-versa); lei da interpenetração dos contrários e a
    lei da negação da negação. Do ponto de vista metodológico, trata-se de uma revisão bibliográfica. Para nossa
    análise, foram consideradas como principais categorias, entendendo categoria como um sistema de classes
    resultantes das características intrínsecas ou fundamentais de cada conceito (KOBASHI, 2011): o território,
    como materialização do poder; o modo de produção, como organização social de uma dada atividade
    econômica e que envolve o processo de produção, circulação, distribuição, além da troca; a renda da terra,
    como uma forma de tributo pago aos proprietários de terras para que ela passe a produzir e a questão agrária
    como como um conjunto complexo de problemas relacionados com o desenvolvimento desigual, porém
    combinado, da agropecuária. Em Cuba, além da revisão bibliográfica realizamos entrevistas semi-
    estruturadas com camponeses das províncias de Havana, Camaguêy, Guantánamo, Artemisa e Pinar Del Rio.
    O estudo das duas realidades evidenciou que a questão agrária é insuperável, que ela não se restringe aos
    problemas da reforma agrária e que apesar de ser estrutural, os camponeses continuam encontrando formas
    de se reproduzir pelos meandros dos dois modos de produção. Restou claro, por fim, que a superação de um
    modo de produção, como no caso cubano em 1959, ou o simples acesso à terra, como em vários processos de
    desapropriação que ocorreram no Brasil, não significam, necessariamente, a eliminação da questão agrária.

  • JORGE EDSON SANTOS
  • A LUTA POR HABITAÇÃO POPULAR: a espacialização do Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (MOTU)
  • Advisor : ERALDO DA SILVA RAMOS FILHO
  • Data: Aug 22, 2017
  • Dissertação
  • Show resume
  • No ano de 2007, no estado de Sergipe, surgiu o Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (MOTU). Realizando sua espacialização a partir da organização de famílias na capital e no interior, o Movimento fomenta a construção de uma consciência de classe onde alguns sujeitos são levados a ter uma postura de contestar o descumprimento da função social da terra e da propriedade privada no espaço urbano. A partir da ocupação de terrenos públicos e privados, empreendimentos inacabados ou abandonados há anos, o MOTU objetiva conseguir políticas sociais de Estado. Assim, atualizam a luta por habitação/terra através de suas ações e reivindicam a Reforma Urbana (RU), demonstrando o habitar enquanto valor de uso. Desse modo, nosso principal objetivo é analisar o processo de espacialização e/ou territorialização através das lutas do MOTU no contexto das questões urbana e agrária sergipanas. No decorrer dessa abordagem, levantamos as seguintes questões de pesquisa: a) A espacialização e o agravamento da luta por habitação/terra na Região Metropolitana de Aracaju (RMA) se dá, enquanto resultado/reflexo da permanência de uma alta concentração da estrutura fundiária, a partir da não realização das políticas de Reforma Agrária (RA) e RU, que deveriam ser prioridade do Estado em contrapartida à aplicação e fortalecimento de contrarreformas? b) As políticas públicas habitacionais recentes têm se mostrado efetivas na promoção da igualdade social? c) Essas lutas populares utilizam os conceitos de habitação enquanto valor de uso, confrontando o discurso da cidade enquanto espaço de valor de troca ou será que tais conceitos, na realidade, não são aceitos na matriz discursiva das organizações? d) Na luta por habitação/terra na RMA, há o dimensionamento do espaço de socialização política? Adotamos como procedimentos metodológicos a revisão da literatura para elucidar interpretações teóricas sobre os conceitos de Estado, espaço, território, espacialização e territorialização, movimento socioterritorial, déficit habitacional, reforma agrária, e reforma urbana, função social da terra e da propriedade e habitação; além do levantamento de dados quantitativos junto ao movimento socioterritorial, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto de Pesquisa Econômica Avançada (IPEA), Ministério de Trabalho e Emprego (MTE), Secretária de Estado do Planejamento (SEPLAG), Companhia de Habitação e Obras Públicas (CEHOP) e Superintendência de Patrimônio da União (SPU), entre outros. Os temas e informações elencados nesta pesquisa estão representados sob a forma de gráficos, tabelas, quadros, organogramas e mapas. A partir da consciência de que muitas das informações sobre o tema não podem ser quantificadas e necessitam de uma interpretação mais ampla e cuidadosa, procura-se, no presente trabalho, desenvolver também um estudo qualitativo. Nesse contexto, refletimos que os processos de lutas por habitação/terra que desencadeiam a espacialização do Movimento se expressam como sendo fruto da produção/apropriação e dominação desigual e contraditória do espaço geográfico no modo capitalista de produção, o que gera a segregação socioespacial e socioeconômica contribuindo para o empobrecimento da classe trabalhadora.

  • MARIANA BARBOSA ANDRADE
  • DESTERRITORIALIZAÇÃO DO LATICÍNIO UNIÃO NO ASSENTAMENTO BARRA DA ONÇA EM POÇO REDONDO/SE
  • Advisor : SONIA DE SOUZA MENDONCA MENEZES
  • Data: Aug 21, 2017
  • Dissertação
  • Show resume
  • No território do Alto Sertão Sergipano, a produção de leite é considerada aprincipal atividade econômica e o seu crescimento na área deve-se a investimentos depolíticas públicas voltadas ao melhoramento genético do rebanho, práticas de manejoadequado ao clima semiárido e como estratégia de reprodução dos agricultoresfamiliares. Em Poço Redondo/ Se, no assentamento Barra da Onça, a ação dessaspolíticas possibilitou a ampliação da miniusina formada pela Associação de PequenosProdutores Rurais da Barra da Onça, que a transformaram em 2001 no Laticínio União.A produção do laticínio estava centrada no leite pasteurizado tipo C e derivados. Taisprodutos eram comercializados no próprio estabelecimento comercial, localizado nacidade de Poço Redondo e na capital Aracaju, municípios circunvizinhos e outrosEstados. O Laticínio União participou dos projetos sociais governamentais Pró – Leite,PAA- Leite (Programa de Aquisição de Alimentos) e o Programa Nacional deAlimentação Escolar (PNAE) - principais compradores das pequenas agroindústriascertificadas do S.I.E. (Serviço de Inspeção Estadual). O leite adquirido pelo PAA-leiteabastecia famílias em situação de vulnerabilidade nutricional residentes nos municípiosde Poço Redondo, Canindé do São Francisco e Monte Alegre de Sergipe. A atuaçãodesses programas proporcionou a ampliação de agroindústrias para atender àsnecessidades do mercado consumidor em todo o Estado de Sergipe. Porém, oencerramento do programa do PAA-leite acelerou o processo de desterritorialização doLaticínio União e novas territorialidades foram formadas a partir dele. Portanto, estapesquisa tem como objetivo analisar o processo de territorialização, desterritorializaçãoe (re) territorialização da cadeia produtiva de leite no assentamento rural da Barra daOnça em Poço Redondo/Se, a partir da fundação e fechamento do Laticínio União. Oestudo em questão adotou uma abordagem qualitativa, na qual visa compreender aarticulação das redes sociais no funcionamento dos programas sociais, bem comoentender a participação dos atores, mediadores e sujeitos no direcionamento da cadeiaprodutiva do leite. Portanto, esta pesquisa demonstrará como essa desterritorialização doLaticínio União transformou diretamente a economia do assentamento Barra da Onça,provocando o surgimento de novas estratégias de reprodução social.

  • KARLA CHRISTIANE RIBEIRO TANAN
  • A MONOPOLIZAÇÃO DO TERRITÓRIO CAMPONÊS NO MUNICIPIO DE IGRAPÍÚNA/BA E O AGRONEGÓCIO DA BORRACHA NATURAL
  • Data: Aug 16, 2017
  • Dissertação
  • Show resume
  • A presente Dissertação teve como objetivo analisar o processo da monopolização daterra pelo capital nos territórios camponeses no município de Igrapiúna-Bahia a partir dainserção do Grupo Michelin no espaço rural desse município. Nossa análise teve comoponto de partida a introdução da Revolução Verde e os seus desdobramentos face àmodernização técnica/científica e a integração agricultura – indústria (os complexosagroindustriais) via políticas de subsídios, assistência técnica e de crédito. Apontamos aprimazia da atividade econômica da borracha no Brasil, mediante a internacionalizaçãodo capital, no primeiro momento na região amazônica e posteriormente com aterritorialização em escala nacional e mundial através dos monopólios industriais.Destaca-se que a atividade econômica da produção da borracha estabeleceu uma divisãosocial e territorial do trabalho. Esta pesquisa fundamenta-se epistemologicamente nométodo do materialismo histórico dialético, para reflexão crítica das contradiçõesexistentes no espaço agrário. Como resultado evidenciou-se que nas últimas décadas,ocorreu uma intensa apropriação do território pelo capital nas unidades de produçãofamiliar camponesa, mediante as intervenções públicas e privadas com o incentivo daexpansão da fronteira agrícola da borracha natural no estado da Bahia. Neste contexto,podemos destacar o Projeto Ouro Verde Bahia, desenvolvido pela multinacionalMichelin e o Programa de Desenvolvimento do Setor da Borracha Natural(PRODEBON), criado pelo Estado, com a finalidade da expansão do agronegócio daborracha e subordinação da produção em unidades de produção familiar camponesa pormeio do Sistema Agroflorestal (SAF). As atuais políticas de desenvolvimento para oagronegócio da borracha no estado da Bahia são apresentadas como sinônimo dedesenvolvimento e melhoria das condições de vida dos sujeitos do campo. Porém, o quese tem apontado é que a inserção da indústria na agricultura objetiva a acumulação eprodução do capital assegurando a extração de mais-valor. Verifica-se que a produçãode seringueiras está atrelada ao circuito do capital: produção, circulação, distribuição econsumo, em dimensão multiescalar, local/global. O campo brasileiro vem sendoconduzido, a partir de políticas públicas/privadas que reforçam a manutenção dadesigualdade, e da expropriação e/ou da sujeição dos sujeitos do campo.

  • FRANCIELE DOS SANTOS SANTANA
  • DERIVAÇÕES ANTROPOGÊNICAS NA ÁREA DO PERÍMETRO IRRIGADO DE BETUME/SE
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Jul 27, 2017
  • Dissertação
  • Show resume
  • A Geografia, enquanto ciência de relações, tem como objeto de estudo o espaço
    geográfico, configurado a partir da relação homem-natureza. Assim, a paisagem se torna
    reflexo das relações e das derivações associadas às formas de organização social que
    impõem funcionalidades. No Estado de Sergipe ao se analisar o processo histórico de
    ocupação, constatam-se significativas derivações antropogênicas, decorrentes dos tipos
    de uso da terra pelos grupos sociais, pela implantação de políticas públicas e pela falta
    de assistência técnica que interferem na dinâmica natural. O objeto deste estudo
    corresponde ao perímetro irrigado de Betume, inserido na sub-bacia do rio Betume,
    situado na margem direita do rio São Francisco, abrangendo parcialmente os municípios
    de Ilha das Flores, Neópolis e Pacatuba, que fazem parte do território do Baixo São
    Francisco Sergipano. A partir dos anos 70 passou a ter maior investimento financeiro do
    governo federal para implantação de políticas públicas vinculadas a atividades
    econômicas – agricultura irrigada. O perímetro irrigado de Betume foi implantado como
    medida compensatória, após a construção da barragem de Sobradinho, no estado da
    Bahia, durante os anos de 1973-1977, visto que, a mesma trouxe consequências para a
    população local que sobrevive da rizicultura. O objetivo deste estudo é analisar as
    derivações antropogênicas na dinâmica da paisagem, tendo como fundamentos teórico-
    metodológicos a concepção sistêmica, segundo a abordagem geossistêmica.
    Atualmente, o perímetro irrigado passa por condições precárias em sua infraestrutura,
    além de problemas relacionados com pragas, doenças e ervas daninha para as lavouras
    de arroz, contribuindo no uso indiscriminado de agrotóxicos; outro elemento que
    interfere no sistema de irrigação são as condições ambientais atuais do rio São
    Francisco, em virtude da diminuição da vazão e do processo de assoreamento,
    favorecendo a insuficiência hídrica e comprometendo a produtividade dos lotes. Além
    disso, a pressão antrópica decorrente da exploração, poluição e usos dos recursos
    naturais, sem o devido planejamento, favorece a existência de possíveis riscos
    potenciais socioambientais. Sendo assim, a elaboração deste estudo poderá subsidiar o
    planejamento ambiental e a tomada de decisões da área.

  • ROBERTTA DE JESUS GOMES
  • REDES, TEIAS E LAÇOS NA PRODUÇÃO DE FOGOS: TRADIÇÃO E RESSIGNIFICAÇÃO EM ESTÂNCIA/SE
  • Advisor : SONIA DE SOUZA MENDONCA MENEZES
  • Data: Jul 25, 2017
  • Dissertação
  • Show resume
  • Estância, cidade localizada na região Sul do estado de Sergipe, apresenta nos seus festejos
    juninos tradições singulares. Além dessas festividades, o lugar é destaque por sua produção de
    fogos juninos e a cultura do barco de fogo. Esta pesquisa tem por objetivo analisar a produção
    de fogos como estratégia de renda alicerçada na tradição para a reprodução de grupos
    familiares. Buscou-se compreender a relação entre essa tradição identitária e a paisagem
    cultural, bem como também o papel das redes, os laços e as teias que são construídas e
    mantidas pela manutenção e fortalecimento dessa atividade cultural. Para além das
    contribuições geográficas, pretende-se dar visibilidade aos sujeitos invisíveis – produtores de
    fogos. Para atingir tais objetivos o caminho metodológico adotado partiu da coleta de
    informações teóricas com através de pesquisa bibliográfica relacionada às temáticas
    relacionadas a cultura, identidade, festas, patrimônio, saberes, fazeres, relações de
    proximidade e o conceito de paisagem cultural. Em seguida, foi realizado o trabalho de campo,
    quando foram coletadas as informações primárias através de entrevistas semiestruturadas
    com os fogueteiros, ajudantes, comerciantes de fogos, representantes de instituições públicas
    e população local. Como resultado, contatou-se que, para a população local, a produção de
    fogos é relevante para o município, constituindo o principal atrativo da festa junina, e que,
    para os fogueteiros, consiste na preservação de um saber fazer tradicional local que
    proporciona renda. Foram identificados os “barracões” de produção nos bairros (Porto D’areia,
    Bonfim, Alecrim e Povoado Disilena), foi evidenciada as etapas, materiais e processos da
    produção bem como as relações de proximidade entre os fogueteiros, o alcance da
    comercialização dos fogos juninos para outros municípios sergipanos até estados como Rio de
    Janeiro, São Paulo e Bahia. Embora a produção tenha se modernizado em alguns aspectos,
    com a inserção de algumas máquinas e equipamentos, a essência da tradição continua, já que
    a fabricação de fogos e de barcos de fogo aponta que os modos tradicional e moderno
    coexistem. Constatou-se que os fogueteiros anseiam por algumas mudanças no tocante ao
    cumprimento dos prazos de pagamentos dos seus fogos, à construção de barracões de
    maiores dimensões pela prefeitura municipal e à participação na organização das normas das
    competições de fogos que ocorrem anualmente durante o ciclo junino. Para a população local
    e os fogueteiros, a produção de fogos e as festividades juninas em Estância conformam uma
    paisagem cultural.

  • ADRIANA DAVID FERREIRA GUSMÃO
  • INDÚSTRIA, CAPITAL E FORMAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO PARA A PRODUÇÃO ALIMENTÍCIA EM VITÓRIA DA CONQUISTA – BA
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Jul 17, 2017
  • Tese
  • Show resume
  • A tese discute aspectos da constituição da indústria brasileira no modo de produção
    capitalista, relacionando com a formação da força de trabalho e teve como principal
    objetivo a análise dos entrelaces do modo de produção com a coisificação do homem no
    que diz respeito à qualificação ou desqualificação para a prática laboral, discutindo
    também a legislação sobre o ensino profissional e a mercantilização da educação
    técnica. A base teórica discute o histórico da indústria capitalista brasileira, os conceitos
    de capital e trabalho, tendo como base empírica a indústria alimentícia do município de
    Vitória da Conquista, na Bahia. A formação da força de trabalho e as relações de
    contratação contribuem para a compreensão da dinâmica capitalista no contexto da
    fabricação de alimentos e reflete um papel contraditório da qualificação profissional
    que, por sua vez, faz parte de uma rede solidária que se materializa no espaço sob a
    forma de modos de viver, de circular imersa na diversidade socioespacial e
    socioeconômica na perspectiva da atividade capitalista. A força de trabalho, vista como
    apêndice da máquina se estabelece no cotidiano e se acomoda face à escassez do
    emprego ou mesmo ao medo de se manifestar. O trabalhador, com renda mínima é
    responsabilizado pela baixa qualificação que, contraditoriamente, significa a
    possibilidade de estar empregado. Os condicionantes do emprego refletem aspectos do
    que se denomina de transformação de trabalho especializado em trabalho simples. Com
    isso, observa-se a manutenção da faixa salarial, mesmo com aumento de produtividade e
    da mais-valia. Para fundamentar a análise das informações coletadas em campo e as
    ideias na escrita da tese foi realizado um aprofundamento teórico com base nos estudos
    de Antunes (2006, 2007 e 2010), Chesnais (1996), Harvey (vasta obra), Kuenzer (2003
    e 2007), Marx (vasta obra), Mészáros (2002 e 2008), Moreira (2011, 2013 e 2016),
    Pochmann (2006 e 2007), Santos (2004 e 2008), entre outros importantes nomes da
    ciência. Ao trato teórico foram associadas informações coletadas nas bases eletrônicas
    do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Instituto de Pesquisa
    Econômica Aplicada (IPEA), da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do
    Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) e do Departamento
    Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Além disso, foram
    aplicados 290 questionários direcionados aos trabalhadores das indústrias alimentícias,
    realizadas entrevistas semiestruturadas com os responsáveis pelas indústrias e com
    representante do sindicato da categoria. A partir das análises ficou evidente que a falta
    de qualificação profissional é um mecanismo utilizado pelas indústrias para contratação
    de força de trabalho barata e que o trabalhador deve apenas realizar a tarefa para a qual
    foi contratado, sem que haja necessidade de realização de cursos ou afins. O
    trabalhador, assim, é visto como parte de uma engrenagem, da mecânica capitalista. Os
    trabalhadores do referido segmento industrial são, em sua maioria, nascidos em Vitória
    da Conquista e moram na própria cidade. As contradições analisadas à luz da teoria de
    base marxista retratam os pressupostos do modo de produção capitalista e enquadram a
    força de trabalho como principal vítima desse sistema.

  • SHEYLLA PATRÍCIA GOMES DO NASCIMENTO
  • SEMIÁRIDO ALAGOANO: DINÂMICA SOCIOAMBIENTAL DE NASCENTES EM POÇO DAS TRINCHEIRAS - AL
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Jun 22, 2017
  • Dissertação
  • Show resume
  • O Semiárido nordestino brasileiro, durante o seu processo de ocupação, foi uma região de
    estimulado valor econômico, no auge da criação bovina, e pelas terras férteis, nas quais se
    formaram aglomerados urbanos, a maioria próxima aos rios e riachos intermitentes. Com o
    adensamento populacional nos núcleos urbanos resultou na procura de outros locais, sendo
    que o povoamento se estendeu pelas vastas terras que abrigavam o interior dessas cidades,
    principalmente nas áreas circundadas por serras isoladas, conhecidas como brejos de altitude,
    dotadas de clima mais úmido, mata exuberante e afloramento de nascentes. Assim tornaram-
    se ambientes favoráveis em detrimento do sistema natural, pelo uso contínuo de água, de suas
    fontes naturais. Sabe-se que, a região semiárida no Nordeste do Brasil sofre com a
    insuficiência hídrica, onde é suprida por suas bacias hidrográficas, cujas nascentes são
    consideradas por lei, áreas de preservação permanente – APP’S, e visam estabelecer o
    sustento contínuo do fornecimento de água. A pesquisa vigente busca em seu objetivo geral
    analisar a dinâmica socioambiental das nascentes em Poço das Trincheiras, semiárido
    alagoano, sendo o recorte espacial da pesquisa na Serra do Poço, classificada como um brejo
    de altitude e que, devido as condições ambientais, foram ocupadas, formando assim o
    Povoado Serra do Poço. O município integra a região hidrográfica do Rio São Francisco, e é
    drenado pelas sub - bacias do Rio Ipanema, Capiá e Riacho Grande. Poço das Trincheiras é
    banhado por rios intermitentes, mas com muitas fontes naturais ou olhos d’água que se
    originam sobre as serras, provenientes do afloramento das águas subterrâneas. Devido aos
    estresses hídricos e anomalias climáticas enfrentados pelos viventes dos sertões, as nascentes
    são fontes primordiais de utilização da população para vencer problemas relacionados a
    escassez de água, estabelecendo assim uma relação direta entre sociedade e natureza. Para tal,
    a pesquisa desenvolvida delineou-se, a partir da abordagem sistêmica, tendo como categoria
    de análise geográfica a paisagem. Quanto aos procedimentos metodológicos consistem em:
    pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa experimental e tratamento dos dados.
    Realizou-se um referencial teórico acerca da temática, posteriormente uma análise integrada
    da paisagem através da caracterização dos condicionantes ambientais e socioeconômicos da
    área de estudo e por fim, o estudo dessas nascentes. Enfim, conclui-se que as nascentes áreas
    protegidas por lei evidenciadas no município, em especial no Povoado Serra do Poço
    encontram-se, em pequenas propriedades rurais, totalizando 12 (doze), servindo de uso local
    para a comunidade, seja no cultivo de subsistência ou dessedentação de animais, algumas
    perturbadas, outras degradadas pelas ações antrópicas, mas que não existe nenhum tipo de
    fiscalização e nem aplicabilidade da legislação na área.

  • MICHELLE PEREIRA DA COSTA DA SILVA
  • DINÂMICA DOS RECURSOS HÍDRICOS E DERIVAÇÕES ANTROPOGÊNICAS NO ALTO CURSO DO RIO SUBAÉ -BA.
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Jun 21, 2017
  • Dissertação
  • Show resume
  • A ciência geográfica, a partir do estudo da produção do espaço geográfico, insere no
    cerne da questão ambiental a relação entre sociedade e natureza e seus rebatimentos nos
    sistemas biofísicos. Assim entendendo, pesquisa dissertativa objetivou analisar as
    derivações antropogênicas na dinâmica do alto curso do rio Subaé – Bahia, área de
    estudo localizada a aproximadamente 107 km da capital baiana. Para tanto, a proposta
    foi investigada a partir de objetivos específicos: identificar aspectos geoambientais e
    derivações que configuram a paisagem; refletir sobre impactos políticos de gestão nos
    recursos hídricos e sobre conflitos socioambientais em Áreas de Preservação
    Permanente, inseridas na área pesquisada. A proposta metodológica está estruturada na
    perspectiva do zoneamento, planejamento e gestão ambiental. Instrumentos utilizados
    consistem no levantamento bibliográfico, uso do Sistema de Informações Geográficas
    (SIG) para elaboração do material cartográfico, trabalho de campo e análise,
    interpretação e correlação dos dados e informações. A dissertação se encontra
    estruturada com base teórica nas discussões sobre sociedade e natureza, paisagem como
    categoria de análise e bacia hidrográfica como unidade de gestão dos recursos hídricos e
    os processos da urbanização. Os condicionantes geoambientais apontam que o alto
    curso situa-se sobre domínio hidrogeológico com elevada permeabilidade e com
    condições favoráveis ao armazenamento de água subterrânea. Agrega-se a esse fato, a
    interferência do comportamento pluviométrico anual no regime hídrico, observado na
    série temporal entre 1994 a 2015, que demonstra duas sazonalidades, marcadas por um
    período seco e outro demoderamente mais chuvoso. Os meses com maior intensidade
    pluviométrica abrangem meados do verão, outono e início inverno. O período mais
    seco, por sua vez, ocorre durante o fim do inverno, na primavera e início do verão, os
    quais apresentam maior regularidade durante os anos analisados. O uso e ocupação da
    área de estudo demonstram o jogo de forças entre a manutenção dos ambientes hídricos
    e a expansão do tecido urbano, que competem diante do processo de urbanização, sobre
    o qual materializa fenômenos socioambientais e repercutem na vitalidade dos recursos
    hídricos. Diante disso, as lagoas, nascentes e riachos que têm regimes influenciados
    pelas precipitações pluviométricas sofreram impactos das derivações antropogênicas,
    com os aterramentos e ocupação irregular nos períodos da redução da lâmina d’água.
    Sobre a política de gestão dos recursos hídricos, observou-se avanços históricos
    positivos nos aspectos normativos, bem como na criação do comitê de bacias
    hidrográficas no corpo estrutural do Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos
    Hídricos. O comitê de bacia hidrografica que o rio Subaé faz parte, encontra-se em
    processo de estruturação técnica e organização interna, para que possa desempenhar as
    suas atribuições. O estado da Bahia possui um sistema de gestão coerente com a Política
    Nacional dos Recursos Hídricos, todavia, precisa maior articulação com as esferas
    municipais.

  • EDILSA OLIVEIRA DOS SANTOS
  • CONFIGURAÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA PLANÍCIE COSTEIRA NO MUNICÍPIO DE PARIPUEIRA – ALAGOAS
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Jun 20, 2017
  • Dissertação
  • Show resume
  • As áreas litorâneas são ambientes dinâmicos e instáveis, frágeis e vulneráveis, que compreendem
    a zona de transição entre o continente e o mar, reunindo paisagens peculiares, porém complexas, devido a
    sua dinâmica natural, associados ás atividades socioeconômicas que configuram esses espaços. É uma
    porção territorial de grande diversidade de recursos naturais, seja em relação à fauna ou à flora. Essas
    características são atrativas, sejam para repouso, recreação, lazer, práticas esportivas ou atividades
    econômicas. Em regiões onde as construções na linha de costa têm sido intensificadas de maneira direta
    ou indireta, tornam-se perceptíveis as alterações no balanço dos sedimentos costeiros e consequentemente
    a descaracterização desse ambiente, acelerado por fatores sociais. Neste sentido, evidenciam-se a
    importância das questões socioambientais, assim como as fragilidades ambientais dos ambientes
    costeiros, no intuito de fornecer subsídio para o ordenamento territorial, materializado na paisagem
    litorânea. Espaço e a paisagem constituem-se as categorias de análise da pesquisa em desenvolvimento,
    cujo objetivo geral é analisar a dinâmica socioambiental na Planície Costeira do município de Paripueira,
    localizado no litoral norte de Alagoas. Para tanto, foi feita a caracterização dos elementos físicos, com o
    intuito de compreender o funcionamento do sistema ambiental como também a fragilidade ambiental do
    recorte espacial da pesquisa. Para a construção adotou-se como procedimentos metodológicos três níveis
    da pesquisa: exploratório, descritivo e explicativo, divididos em três etapas, realizados mediante revisão
    bibliográfica, pesquisa documental, trabalho de campo e gabinete, com a confecção dos mapas temáticos
    em ambiente dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG). Conclui-se que a Planície Costeira em
    questão é formada por depósitos datados do Quaternário, desenvolvida a partir dos eventos de
    transgressões e regressões marinhas. Constituída por terraços marinhos, planície fluviolagunar,
    fluviomarinho, dunas, cordões litorâneos, e mangues. Sua estrutura aponta nível de fragilidade ambiental
    acentuado, pelos usos conferidos a esse ambiente que têm apresentado crescimento populacional e
    econômico. A ocupação urbana apresenta-se distribuída de forma irregular, com modificação e
    degradação na paisagem natural, tendo como principal agente motivador, as atividades turísticas. Infere-
    se, portanto, que é preciso despertar na sociedade o reconhecimento através de pesquisas cientificas,
    ações de gerenciamento e monitoramento e tentar encontrar uma situação de equilíbrio entre o uso e
    preservação das regiões costeiras, através de investimentos que vise minimizar os danos ao meio
    ambiente, e programas de educação ambiental junto à população local na busca de mudar atitudes e
    comportamentos das pessoas em relação ao meio ambiente.

  • AURO DE JESUS RODRIGUES
  • CIBERESPAÇO: DA SEGURANÇA PÚBLICA NO CONTROLE DO ESPAÇO
  • Advisor : ANA ROCHA DOS SANTOS
  • Data: Jun 9, 2017
  • Tese
  • Show resume
  • Nas últimas décadas, vem ocorrendo uma forte disseminação das tecnologias de controle e vigilância eletrônica no mundo inteiro. O Brasil e, particularmente, Aracaju, não foge à regra, pois a disseminação dessas tecnologias tem aumentado com o crescimento da violência criminal. É inegável que as mudanças no âmbito da produção e no trabalho têm implicações tanto sobre as causas da criminalidade quanto sobre as reações contra ela, visto que as causas da criminalidade estão, principalmente, relacionadas à injustiça social e a desigualdades socioeconômicas espaciais. Para o controle e/ou redução da violência criminal, o Estado capitalista recorre a “máxima” - é necessário mais investimentos em sistemas de segurança pública e privada. No Brasil, uma das formas para o controle e/ou redução da violência criminal é a implantação de Centros Integrados de Operações em Segurança Pública reticular, com a utilização do ciberespaço da videovigilância. Em Sergipe, foi implantado o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (CIOSP), com esse mesmo objetivo. Nesse sentido, a hipótese de pesquisa é que a inserção de um ciberespaço da videovigilância reticular da segurança pública no espaço urbano de Aracaju, necessariamente não implica no controle e/ou na redução da violência criminal, mas viabiliza e reforça o controle socioespacial. A tese foi desenvolvida objetivando analisar o ciberespaço da videovigilância da segurança pública como forma de controle socioespacial, considerando o processo espacial de integração em rede do sistema de segurança pública em Aracaju. Para a realização da pesquisa, buscou-se contextualizar o ciberespaço, delineando-o como viés de controle e segurança e explicar o processo de virtualização eletrônica do espaço geográfico, através do ciberespaço, para fins de segurança e controle. Além disso, foi necessário explicar a reticularização virtual do espaço como forma de controle, constatando-se que a inserção da videovigilância da segurança pública não implica em solução para o problema da violência, especificamente no Brasil e em Sergipe. Justifica-se a realização desta pesquisa, na medida em que oferece subsídios para discussões em relação à reticularização do espaço geográfico através do ciberespaço da videovigilância, à questão do controle social e da violência criminal; a importância do entendimento do ciberespaço como parte do espaço geográfico na relação sociedade-natureza. Para o desenvolvimento metodológico da pesquisa foi realizada pesquisa bibliográfica; pesquisa de campo em Aracaju como “recorte” espacial de análise; e, pesquisa em fontes estatísticas a partir do Mapa da Violência 2016, do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2016, do Atlas da Violência 2016 e do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (SINESP). A tese foi desenvolvida através de uma pesquisa explicativa, buscando analisar o fenômeno a partir de relações e mediações que envolvem a produção do espaço. Como resultados, foi possível elucidar as contradições que permeiam a violência e segurança através do ciberespaço como controle e virtualização do espaço.

  • EDIVALDO ALVES DE OLIVEIRA
  • OS TERRITÓRIOS DOS MARACATUS DO POVOADO BREJÃO – BREJO GRANDE/SERGIPE -BRASIL
  • Advisor : MARIA AUGUSTA MUNDIM VARGAS
  • Data: May 15, 2017
  • Dissertação
  • Show resume
  • Este trabalho se propôs a analisar, no contexto da Geografia Cultural, os territórios dos
    maracatus que se manifestam no povoado Brejão, pertencente ao município de Brejo Grande e
    situado próximo à foz do Rio São Francisco, em Sergipe. Como manifestações culturais e
    simbólicas buscou-se analisar quais elementos contribuem para a construção e formação dos
    folguedos no povoado. Para compreensão e análise das manifestações populares em estudo
    foram adotadas as categorias espaço e território para a apreensão das territorialidades e,
    metodologicamente, a abordagem qualitativa, desenvolvida por um conjunto de
    procedimentos: pesquisa documental em textos acadêmicos, relatórios, sites e censos;
    entrevistas com os brincantes dos maracatus e com a população; oficina com estudantes de 10
    a 29 anos da Escola Estadual do povoado e, pesquisa participante junto ao Maracatu Nação
    Porto Rico (MNPR) na cidade do Recife antes e durante o carnaval de 2016. Para entender as
    origens dos maracatus, recorreu-se a textos históricos sobre a diáspora africana e o cotidiano
    laboral, religioso e festivo dos africanos de forma a compreender o sincretismo entre o
    candomblé e a religião católica mas, sobretudo, na atualidade, os vínculos entre as
    festividades católicas e a manifestação dos grupos de maracatu. A realização da oficina
    possibilitou a identificação das expressões culturais existentes no povoado, dentre elas, as que
    dão sustentação identitária, ressaltando o Maracatu como uma das referências do lugar. Das
    entrevistas com os brincantes, pode-se apreender que os Maracatus do Brejão se manifestam,
    nos momentos de ‘folga’ do trabalho; têm a mesma origem familiar e brincam com formação
    de parentes e agregados. A história do maracatu como manifestação popular de negros se
    confunde com a história do povoado que, embora formado no século XIX, se insere numa
    região que desde o século XVIII registra a formação de quilombos. Pela oralidade, até o ano
    de 2006 existia no povoado apenas o Maracatu Patrocínio do Brejão (MPB), originário da
    formação do Mestre Plácido e conduzido por sua sobrinha Mestre Lila desde 1940. Com a
    inserção do povoado Brejão no Território Quilombola Brejão dos Negros criado pelo governo
    Federal ocorreu um cisma no folguedo e o Mestre Adalto, brincante do MPB, cria o Maracatu
    Raízes do Quilombo (MRQ), distinguindo, na origem, por ser uma formação que apoia o
    movimento de incorporação do povoado como quilombo. Ambos se manifestam como o
    MNPR por já estarem dissociados dos cortejos populares do ciclo natalino, por manterem
    elementos da corte e os tambores no sentido da brincadeira, porém, são distintos por não
    associarem a formação aos rituais do candomblé. Foram observados elementos singulares no
    sentido de brincar, na formação dos territórios e nas práticas dos maracatus estudados, ambos,
    referência cultural do povoado, seja ele Brejão ou Brejão dos Negros.

  • ALESSANDRA OLIVEIRA TELES
  • O COMÉRCIO INFORMAL EM FEIRA DE SANTANA (BA) – PERMANÊNCIAS E MUDANÇAS
  • Data: Apr 26, 2017
  • Tese
  • Show resume
  • O comércio informal em Feira de Santana, particularmente o que ocorre nas
    ruas da cidade, passou por significativas transformações no intervalo que
    marca a origem do município e da cidade com a feira livre e a feira de gado
    bovino até a atual organização, na qual os produtos industrializados
    predominam. Esta situação é um indicativo de que houveram inclusões, nesta
    atividade, de processos de acumulação de capital. Sua organização e
    relevância é reflexo do poder que possui em atrair um elevado fluxo de
    pessoas, em especial, de sua microrregião, e da capacidade em promover a
    circulação de capital, caracterizando o centro comercial como local de maior
    valor para todo tipo de comércio informal, incluindo o comércio de rua. É no
    comércio onde se encontra a força da economia de Feira de Santana, nesta
    perspectiva, determinou-se o comércio informal como objeto desse estudo,
    considerando sua relevância. As permanências e mudanças no comércio de
    rua em Feira de Santana também são repercussões locais de situações
    globais. As transformações no cenário internacional estabelecidas num curto
    período de tempo vão reconfigurar politicamente as nações e promover
    profundas alterações econômicas e políticas no mundo contemporâneo. A
    prática do comércio de rua para esses produtos é um modelo já conhecido que
    ganha um novo padrão quando observado o que passa a ser vendido, pois a
    feira livre é responsável, principalmente, por produtos de origem agropecuária
    ou manufaturados simples. Na atual organização, a produção industrial,
    sobretudo a tecnológica, é a que mais encontra espaço nesse tipo de comércio.
    Ele é resultado de um processo histórico que o consolida, das ações
    governamentais, das leis trabalhistas, bem como das mudanças nas relações
    de produção e trabalho em nível global com repercussões locais que
    resultaram num processo de reestruturação produtiva. Uma vez que muitos
    cidadãos retiram seu sustento, de forma honesta, dessa atividade e muitas
    indústrias consideradas regulamentadas conseguem ver seu capital se elevar
    destinando parte de suas mercadorias para este segmento comercial. Entre as
    permanências e mudanças evidenciadas percebe-se que o comércio de rua
    estudado segue a lógica e modelo de sociedade para o qual se destina. Nesse
    sentido, o comércio realizado por ambulantes e camelôs vem refletindo
    interesses e necessidades da clientela. Ao concluir esta pesquisa, percebeu-
    se que o comércio informal em Feira de Santana apresenta uma grande
    heterogeneidade, complexidade e relevância para a sociedade e a economia.
    Desse modo, as permanências e mudanças nessa atividade permitem diversos
    estudos posteriores.

  • ALBERLENE RIBEIRO DE OLIVEIRA
  • A DESERTIFICAÇÃO DO ALTO SERTÃO DE SERGIPE NO CONTEXTO GEOGRÁFICO
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Apr 20, 2017
  • Tese
  • Show resume
  • A relação sociedade-natureza é conflituosa e provoca crises socioambientais, desencadeando a
    desertificação, que, por sua vez, é complexa e apresenta um dinamismo que desestabiliza o
    equilíbrio da natureza e da sociedade. O Brasil, especificamente o nordeste brasileiro, se
    constitui de núcleos de desertificação, estudados e analisados em seus múltiplos e particulares
    aspectos, e, em Sergipe, o Alto Sertão Sergipano representa a área mais susceptível. As
    alterações na periodicidade da sazonalidade climática, associadas ao uso e ocupação das terras,
    evidenciaram significativas manifestações relacionadas à desertificação. Nesse sentido, esta
    Tese teve por objetivo analisar as transformações socioambientais no Alto Sertão de Sergipe,
    considerando o conjunto de interrelações, fundamentadas na abordagem Sistêmica, visando a
    obter uma visão geográfica, integralizada e dinâmica. Para tanto, foram utilizados os seguintes
    procedimentos metodológicos: pesquisa bibliográfica, documental e de campo. As alterações
    socioambientais que ocorreram nas paisagens do Alto Sertão de Sergipe nas décadas de 1980,
    1990 e 2000 revelaram avanços da degradação e novas formas de apropriação do espaço. Desse
    modo, os resultados apresentados revelaram que no Alto Sertão de Sergipe ocorre desertificação
    ecológica, principalmente nos municípios de Poço Redondo, Canindé de São Francisco e
    noroeste de Porto da Folha, que demonstraram expansão de solos expostos e pavimentos
    detríticos de afloramentos rochosos, aumento de sulcos e ravinas, redução da biodiversidade,
    salinidade, diminuição da vazão das fontes de água e déficit hídrico. Nos municípios de Monte
    Alegre de Sergipe, Gararu, Nossa Senhora da Glória e Nossa Senhora de Lourdes, é menos
    intenso, mas a não utilização de técnicas adequadas pode avançar e tornar irreversível ao longo
    do tempo. Verificou-se também que o avanço da degradação ambiental surgiu a partir dos anos
    90, com o desmatamento excessivo para a realização das atividades agropecuárias, originando
    manchas pontuais de desertificação que foram evoluindo. Tais indicadores contribuíram para a
    diminuição da produção agrícola ao longo dos anos, tendo como consequências diretas
    observáveis: solo infértil; redução de terras cultiváveis; migração da população para a zona
    urbana, principalmente os mais jovens, devido à falta de perspectiva de qualidade de vida no
    campo e ao desemprego.

  • LUANA SANTOS OLIVEIRA MOTA
  • AVALIAÇÃO GEOECOLÓGICA E DOS RISCOS AMBIENTAIS NA PLANÍCIE COSTEIRA DE ARACAJU/SE
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Apr 7, 2017
  • Tese
  • Show resume
  • A paisagem apresenta-se como o resultado material da junção entre o meio natural e o meio antrópico. Dentre as paisagens que apresentam maior complexidade diante de tal relação, destaca-se a costeira, a qual possui uma composição biofísica que revela elevada fragilidade ambiental. Não obstante tal característica, a crescente ocupação da faixa litorânea tem resultado em uma grande valorização e consequente exploração imobiliária da orla marítima. Partindo para a análise dos conflitos resultantes deste processo, observa-se que a junção de componentes biofísicos frágeis associado a uma elevada pressão antrópica pode alargar consideravelmente os riscos associados à ocupação. Dentro desse contexto, destaca-se a paisagem costeira do município de Aracaju/SE, a qual vem passando por grandes transformações nas últimas décadas, guiadas pela ação conjunta do poder estatal, da especulação imobiliária e outras demandas socioeconômicas. Diante de tal problemática o presente trabalho tem por escopo realizar uma análise geoecológica da paisagem costeira do munícipio de Aracaju/SE, tendo em vista a avaliação dos riscos associados aos atuais e futuros cenários de ocupação. O início da ocupação da frente litorânea do referido município deu-se no pós-década de 1960, inicialmente nos bairros da Atalaia e Coroa do Meio, avançando, posteriormente, para o restante da frente litorânea do município, em que se destaca a Zona de Expansão de Aracaju. Tal ocupação está assentada em uma paisagem composta por feições geomorfológicas, das quais destacam-se o terraço marinho, os cordões litorâneos, dunas e manguezais. É sobre essa base biofísica, cuja análise geoecológica revela fragilidade e elevada variabilidade natural, que está ocorrendo o contínuo aumento populacional. Tendo por pressuposto a análise geoecológica, entende-se que a partir do momento que o homem espacializa-se na paisagem há um processo de modificação das estruturas preexistentes, muitas vezes danosas ao ambiente, pois este tem suas funções modificadas a ponto de não conseguir recuperar-se naturalmente. A partir do momento que o ambiente perde tal capacidade, também é suprimida a sua propensão a responder a eventos de ordem natural e, por conseguinte recobrar-se destes. De tal modo, paisagens intensamente antropizadas são muito mais suscetíveis a eventos de cunho natural. Por conseguinte, para o caso de Aracaju, o complexo de inter-relações entre meio biofísico e as consequentes derivações antropogênicas da paisagem costeira, tem alargado consideravelmente os riscos. Estes estão associados à ocupação desmedida e não planejada de grande parte das unidades naturais, fato que é diagnosticado na área de estudo. Para além deste diagnóstico, acredita-se os cenários futuros tendem a apontar para a ampliação das modificações, fruto do processo de derivação antropogênica das paisagens matriciais, e consequentemente, potencializar os riscos associados à ocupação.


  • DAYSE MARIA SOUZA
  • A ASFIXIA DO CAPITAL SOBRE O TRABALHO NO ESPAÇO AGRÁRIO NO LITORAL SUL DA BAHIA
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Mar 31, 2017
  • Tese
  • Show resume
  • A presente Tese de doutorado analisa o processo de mobilidade do trabalho no Espaço
    Agrário do litoral sul da Bahia. Inicialmente foi desenvolvida uma leitura sobre os
    aspectos que envolvem a submissão do trabalho ao capital a partir da sua lógica de
    valorização. A tendência da reprodução sociometabólica do capital é tornar a força de
    trabalho cada vez mais supérflua, representando uma das contradições da lógica
    irracional e destrutiva do seu desenvolvimento. Ao mesmo tempo em que apresenta a
    necessidade de ampliar o caráter produtivo do trabalho ele cria a sua própria negação.
    Compreende-se que, a lógica da expansão capitalista, ao desenvolver suas
    potencialidades criadoras de valor a partir do aumento da capacidade produtiva da força
    de trabalho este tende a diminuir sua parte variável, empregando uma quantidade cada
    vez menor de força de trabalho, intensificando os níveis de exploração, criando assim
    uma asfixia necessária aos verdadeiros criadores de valor. A asfixia necessária se
    materializa, por um lado, para um campo cada vez mais perverso de ampliação da
    camada do exército industrial de reserva, negando a venda da força de trabalho para
    grande parte dos trabalhadores (em toda a hierarquia social da divisão do trabalho); e
    por outro, aqueles que conseguem vender sua mercadoria força de trabalho, acabam
    realizando extensas horas de trabalho, intensificando os níveis de exploração,
    acarretando um aumento do processo de degradação da vida humana em seus aspectos
    mais gerais. Atrelada à crise estrutural e ao desemprego estrutural, a condição do caráter
    móvel do trabalho, portanto, ganha uma materialidade diferenciada nas formas de
    reprodução do capital do século XXI, há uma intensificação das formas de submissão
    cada vez mais perversa do trabalho ao capital, seguida do movimento de precarização e
    fluidez da força de trabalho. Com a tendência cada vez mais asfixiante do capital sobre
    o trabalho, as determinações que envolvem as relações de trabalho na realidade
    estudada, por exemplo, acompanhada do caráter expansivo do sistema do capital
    evidencia uma reestruturação espacial que repõe uma nova lógica de sua reprodução no
    Espaço Agrário do litoral sul da Bahia. Constata-se nesse processo, uma maior
    desvalorização da força de trabalho e uma intensificação do seu caráter móvel,
    ampliando a camada dos supérfluos, ponto os verdadeiros produtores de mais-valor
    rumo aos caminhos da incerteza do labor.

  • VOLNANDY DE ARAGÃO BRITO
  • OS FEITOS SOCIOECONÔMICOS DO AGROAMIGO: UMA ESTRATÉGIA DO FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR NO ESTADO DE SERGIPE (E SEUS COMPROMETIMENTOS NA ECONOMIA LOCAL.
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Mar 24, 2017
  • Tese
  • Show resume
  • O Agroamigo é um programa de microcrédito rural inserido no contexto
    metodológico do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar e do
    Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO). É
    Operacionalizado no Banco do Nordeste do Brasil nos Estados do Nordeste e norte de
    Minas Gerais e Espirito Santo através de parceria com o Instituto Nordeste Cidadania.
    Sua missão é promover o desenvolvimento rural através da concessão de pequenos
    financiamentos (visão quantitativa) para investimentos e custeio, em atividades
    agropecuárias e não agropecuárias, de forma rotativa ou não, bem como orientação
    creditícia e acompanhamento técnico (visão qualitativa) no decurso do prazo do
    financiamento. Como crédito rural produtivo e orientado, o Agroamigo, transcede a
    mera concessão de crédito bancário e figura como instrumento de uma política de
    desenvolvimento local e regional, que deverá estar integrado às outras políticas de
    desenvolvimento regional como o PAA, o PGPAF, o Proagro, o Bolsa Família, o Luz
    Para Todos, etc, de forma a maximizar seus efeitos sociais e econômicos. Este trabalho
    tem como objetivo explicitar quais efeitos na perspectiva individual e na perspectiva
    loco-regional vem trazendo o Agroamigo, considerando o crescimento vertiginoso e
    ascendente no quantitativo de operações contratadas nessa metodologia. Investiga se
    esse crescimento quantitativo vem sendo acompanhado de mudanças sociais e
    financeiras nos tomadores de crédito e suas externalidades socioeconômicas nos
    municípios, ao induzir maior fluxo de capital e circulação de bens e serviços. O espaço
    regional analisado é os principais municípios “tomadores de crédito” no Estado de
    Sergipe, tendo sido definido a linha de tempo de 2005 a 2015. Inicia-se com uma
    abordagem conceitual e histórico-factual sobre o PRONAF, o surgimento do
    Agroamigo e sua inserção na metodologia PNMPO. Prossegue com a apresentação dos
    dados coletados, a pesquisa de campo realizada, os resultados esperados. Por fim
    discute os dados e informações à luz da tese levantada dos efeitos do Agroamigo no
    desenvolvimento regional. A análise dos dados ratificou os impactos positivos do
    Agroamigo na geração de renda e seus efeitos na economia local, o que justifica a
    escolha do tema como problemática relevante no âmbito da politica de desenvolvimento
    regional e no processo de organização do espaço rural.

  • EDUARDO GABRIEL ALVES PALMA
  • GOVERNANÇA DAS ÁGUAS NO BRASIL: APLICAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS E SEUS IMPACTOS NO TERRITÓRIO DA BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Mar 22, 2017
  • Tese
  • Show resume
  • A redução da oferta de água em bom estado de qualidade ambiental tem causado sinalizações acerca da importância da proteção dos mananciais de abastecimento superficiais e subterrâneos. Neste sentido, a emergência de medidas quanto ao comando e controle do uso dos recursos hídricos em diversas partes do mundo tem forçado a um debate importante, qual seja: de quem é a responsabilidade sobre a governança da água? Nesse contexto, a presente pesquisa trata dos pilares da governança das águas no Brasil, e, de modo específico, na bacia do rio São Francisco, com o objetivo geral de analisar o impacto da aplicação da Política Nacional dos Recursos Hídricos na referida bacia e seu consequente rebatimento no território. No primeiro momento fez-se um levantamento bibliográfico de autores que tratam do tema e de documentos oficiais vigentes acerca da governança da água no território nacional e na área de investigação, como Planos de Desenvolvimento, Planos Diretores, marcos regulatórios internacionais, nacionais e regionais, bem como sua aplicação na unidade hidrográfica. O levantamento de dados primários em campo consolidou a discussão empírica da temática abordada, quando da constatação de elementos da governança que se encontram em conflito pela apropriação da terra e da água. Esses aspectos auxiliaram a uma reflexão teórico-metodológica sobre a governança das águas no Brasil e seus impactos no território da bacia do São Francisco, interagindo com autores especializados no tema e de diversas áreas do conhecimento, abordando três aspectos fundamentais, a saber: a) A bacia hidrográfica como unidade preferencial de planejamento e gestão das águas; b) Princípios e Fundamentos de governança das águas no Brasil e no rio São Francisco e c) A outorga dos recursos como instrumento de acesso seletivo e assimétrico dos recursos hídricos. Além disso, observa-se que, a utilização das águas por todos os segmentos de usuários, tem provocado um acesso desigual e assimétrico a este recurso por meio da reserva e autorização via outorga e cobrança pela Agência Nacional de Águas quando utiliza a vazão de referência da bacia hidrográfica, e seu impacto no território e na governança das águas do São Francisco.

  • MÁRCIA MARIA DE JESUS SANTOS
  • INTERAÇÕES ESPACIAIS DA CIDADE DE ITABAIANA NO SUBSISTEMA URBANO DE ARACAJU
  • Advisor : VERA LUCIA ALVES FRANCA
  • Data: Mar 20, 2017
  • Tese
  • Show resume
  • A rede urbana é composta por cidades de diferentes tamanhos e distintos exercícios
    funcionais dentro de cada contexto escalar. O espaço urbano se configura de modo
    unitário e com vários vetores de atuação, que, a partir das suas singularidades,
    articulam-se com o externo, fator que reforça a trama urbana. As relações espaciais que
    são mantidas com sua região são associadas à essa dinâmica. A partir da força da
    centralidade de cada cidade, essa região pode expandir sobre escalas geográficas mais
    amplas. Esta tese tem como objetivo analisar as interações espaciais interurbanas da
    cidade de Itabaiana – SE, centro intermediário do subsistema urbano de Aracaju, a fim
    de desvendar os seus desdobramentos e sua abrangência dentro da rede urbana. Em
    Sergipe, essa rede apresenta uma concentração de funções urbanas na capital do estado,
    sendo que a maioria das cidades é categorizada como pequenas, não apenas no que se
    refere ao número de habitantes, mas também à disponibilidade dos equipamentos e das
    funções urbanas presentes. Outro ponto relevante da rede que perfaz esse subsistema
    urbano é o pequeno número de cidades consideradas intermediárias. Dentro desse grupo
    de cidades, destaca-se Itabaiana, localizada na porção central do estado, com relevante
    vocação comercial e de prestação de serviços. Para a consecução dos objetivos, foi
    realizada intensa pesquisa bibliográfica e documental. As singularidades locais foram
    desveladas a partir de trabalho de campo, utilizando a aplicação de entrevistas com os
    órgãos regulamentadores do transporte público coletivo intermunicipal, e de
    questionários aos usuários desse transporte e do levantamento de dados junto às
    instituições de serviços de educação e de saúde. A análise dos resultados da pesquisa
    direta, à luz dos postulados teóricos adotados, permitiu verificar a abrangência da área
    de influência que a cidade de Itabaiana exerce sobre os centros urbanos menores. Outro
    elemento importante apontado na pesquisa é o prevalecimento da influência do referido
    município sobre as cidades localizadas na sua circunscrição territorial, assim como
    sobre aquelas localizadas ao noroeste do estado, com abrangência da centralidade sobre
    algumas cidades do estado da Bahia. O detalhamento dessas relações espaciais permitiu
    não apenas identificar a força de atuação de Itabaiana num contexto regional, como
    também verificar a fragilidade na oferta de serviços essenciais nas cidades que estão sob
    influência direta dessa urbe, fator que fortifica a tese do desequilíbrio da rede urbana em
    Sergipe e no Brasil.

  • LUIZ ANDRÉ MAIA GUIMARÃES GESTEIRA
  • A Ação do Estado-Capital na Produção do Espaço e a Expropriação das Comunidades Tradicionais no Município de Barra Dos Coqueiros/SE.
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Mar 16, 2017
  • Dissertação
  • Show resume
  • A atividade extrativista desempenhada pelas catadoras de mangaba do município de Barra dos Coqueiros tem sido historicamente marcada por disputas e conflitualidades nas comunidades tradicionais locais e os proprietários de terras onde essas trabalhadoras realizam parte considerável de sua atividade. Todavia, mesmo esse cenário desfavorável à reprodução social e cultural dessas comunidades, regido pelas relações desiguais estabelecidas no conflito entre o uso e a propriedade legal da terra, nunca chegou a por em risco a continuidade da atividade patrimonial das catadoras de mangaba e tampouco sua perspectiva de permanência no área rural do município. Entretanto, desde a primeira década do século XX, o processo de produção do espaço regido pelo capital financeiro e que teve como estopim a construção da Ponte Aracaju – Barra dos Coqueiros no ano de 2006 tem provocado uma danosa intensificação da especulação imobiliária no município, especializada de acordo com a lógica sociometabólica da acumulação capitalista que, em seus ajustes espaciais, vem se apropriando de vastas áreas do seu espaço rural a partir da construção de uma série de empreendimentos imobiliários, como condomínios fechados de casas, de apartamentos e de lotes urbanizados além da criação de extensas áreas de loteamentos abertos. Esse processo de apropriação do espaço pelo mercado imobiliário tem atingido amplamente o modo de vida e trabalho das comunidades tradicionais locais, que seguem uma lógica de trabalho e produção que depende, sobremodo, do extrativismo em áreas das quais não detêm a propriedade legal. Dessa forma, esses sujeitos sociais tem sido seriamente precarizados com o processo de expansão urbana que reduz intensamente as áreas disponíveis para o extrativismo dos frutos da restinga, comprometendo por completo sua autonomia a partir da terra, e com isso, também sua permanência no espaço agrário do município. A ação do Estado, viabilizada pela própria administração municipal de Barra dos Coqueiros tem também promovido sérios empecilhos à sobrevivência e à permanência das catadoras de mangaba ao definir as áreas dos Povoados locais como perímetros urbanos, impondo com isso a cobrança de altas taxas de IPTU, as quais dificilmente poderão ser pagas pelos pequenos proprietários. Dessa forma, em multideterminações o Estado-capital estabelece a proposta da expansão urbana como modelo de desenvolvimento, frente aos sujeitos sociais precisam articular-se e organizar-se em sua luta, inscrita na universalidade da expansão do capital sobre os territórios camponeses, luta para permanecer na terra, condição de vida, trabalho e autonomia.

  • LUIZ HENRIQUE DE BARROS LYRA
  • DINÂMICA GEOMORFOLÓGICA E AMBIENTAL DAS ILHAS DO MASSANGANO E RODEADOURO, SUBMÉDIO SÃO FRANCISCO, NORDESTE DO BRASIL
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Mar 15, 2017
  • Tese
  • Show resume
  • Estudar a dinâmica da geomorfológica Semiárida Brasileira é um exercício investigativo de grande interesse para a ciência contemporânea. Particularmente a análise integrada dos processos geomórficos fluviais com as diversas condições naturais e socioeconômicas, na região Submédia do rio São Francisco têm um propósito ainda mais relevante diante do seu contexto geográfico e para a história evolutiva recente da Terra. Nesta perspectiva, esta pesquisa se baseou na abordagem sistêmica e no aspecto estrutural e fisiológico da paisagem para analisar a dinâmica geomorfológica e ambiental das ilhas do Massangano e Rodeaouro, situadas no Submédio São Francisco, como subsídio para o planejamento do uso e ocupação adequados de suas terras. Por conseguinte, adotou procedimentos metodológicos associados a diferentes etapas, destacando-se entre eles o levantamento documental (bibliográfico e cartográfico), trabalho de campo e análise laboratorial. Especificamente, técnicas de geoprocessamento e mapeamento, como o modelo digital de elevação (MDE) e a correlação de planos de informações, análise de dados geologicos, pedológicos e gemorfológicos, foram utilizados para delimitar as unidades morfoestruturais e deposicionais que compõem a compartimentação geomorfológica local, bem como, a drenagem e o uso e ocupação das terras. Também, realizaram-se a descrição de perfis baseados na abordagem morfoestratigráfica para coleta, análise e datação por Luminescência Opticamente Estimulada (LOE) de sedimentos (morfoscopia e granulometria) nos depósitos aluviais, distinguindo sua gênese e evolução morfogenética e o contexto ambiental em que se encontram nas ilhas. Os resultados obtidos permitiram inferir que os sedimentos de origem fluvial foram remobilizados pelos ventos, sendo pouco trabalhados por fluxos de transporte e deposição com curta distância, de uma fonte relativamente próxima e associada a eventos extremos como as cheias, que ainda hoje são recorrentes nesta região. Também indicam uma possível geocronologia dos eventos paleoclimáticos holocênicos, como os períodos de El Niño prolongados e a denominada Pequena Idade do Gelo que intensificaram a semiaridez nesta região. As ilhas e toda bacia do Submédio São Francisco, nos últimos 38 anos, também sofreram profundas alterações decorrentes das intervenções hidrodinâmicas com implicações morfológicas e ambientais. As barragens ao longo do curso do rio, como a de Sobradinho a montante, controlaram as oscilações entre as secas e cheias, mantendo a vazão regular, contudo ocasionaram alterações no fluxo e no ciclo erosivo/deposicional, na recarga e capacidade de transporte de material, evidenciadas pelo rebaixamento da vazão d’água, o assoreamento de seu leito e o desaparecimento de vários tributários. Desta forma, também expandiram a ocupação das terras marginais com alta densidade populacional e atividades agrícolas, turísticas e de lazer, o desmatamento e a erosão das margens com a consequente colmatação do leito do rio e a formação de barras e bancos arenosos temporários, removidas ou submersas, que associadas a soleiras rochosas a jusante do canal proporcionam uma concentração de sedimentos mais coesos com feições intermitentes e até permanentes em que a vegetação se coloniza rapidamente, transformando-as em novas ilhas e interceptando o fluxo com o anastomosamento. As técnicas aplicadas para interpretação dos sedimentos selecionados na ilha demonstraram-se eficientes, contudo devem ser correlacionadas com a coleta e análise de depósitos em outras superfícies geomórficas de acumulação.

  • CHRISTIAN JEAN MARIE BOUDOU
  • DA "CIDADE - SAÚDE" À "CIDADE TURISMO": A INVENÇÃO DA PRAIA TURÍSTICA DE GUARAPARI (ES): UMA GEOGRAFIA HISTÓRICA DOS USOS DO LITORAL
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Mar 14, 2017
  • Tese
  • Show resume
  • Os espaços litorâneos concentram atualmente a maior parte da população mundial. Dentre os diversos usos destes territórios, o turismo emerge como sendo um dos fenômenos que mais transformam estes espaços. Historicamente constata-se que o olhar projetado às praias pelas sociedades ocidentais transformou progressivamente suas funções e seus usos. Espaço atrativo na Antiguidade (Mediterrâneo) e repulsivo na Idade Média, a praia tornou-se lugar de contemplação com funções terapêuticas a partir do século XVIII e no século XX caracteriza-se por excelência por ser um espaço hedonista. No início do século XXI, o balneotropismo e o heliotropismo provocaram profundas transformações nos litorais, modificando as relações da sociedade com estes espaços. Os usos das praias são cada vez mais complexos e não cessam de se renovar: frequentadas no inverno e posteriormente no verão, durante o dia e atualmente a noite, para fins terapêuticos e hoje para o prazer. A presente tese teve por objetivo analisar as sucessivas “invenções” da praia de Guarapari e elaborou, através dos métodos da Geografia Histórica, uma periodização temporal dos usos e funções das praias de Guarapari (ES) para compreender a evolução (a produção do espaço), culminando na sua “invenção” enquanto espaço de lazer e de turismo. A análise em questão foi fundamentada em diversos procedimentos metodológicos: levantamentos bibliográficos referentes à Geografia Histórica e sobre o espaço litorâneo, levantamentos bibliográficos e cartográficos dos períodos históricos selecionados para análise, coleta de informações históricas referentes aos diversos usos pretéritos e atuais das praias de Guarapari e por fim, trabalho de campo para descrever e caracterizar as praias turísticas estudadas. A análise das “invenções” ocorridas em Guarapari evidencia que a Geografia não compreende o turismo como sendo fruto de uma “atração”, “vocação” ou “potencial” do espaço turistificado. As invenções mostraram que, em todos os períodos analisados, o espaço geográfico foi transformado segundo os usos feitos pela sociedade. Cada uso do espaço feito pela sociedade em determinado momento histórico, fez ocorrer uma valorização diferenciada, transformando o espaço de maneira diferente nos períodos analisados. A produção do espaço em Guarapari responde hoje aos usos, práticas e valorização que a sociedade contemporânea projeta sobre suas praias, fazendo desta cidade o maior polo turístico do estado do Espírito Santo

  • JISLAINE LIMA DA SILVA
  • Experiências de desenvolvimento territorial: a questão do Proinf e da gestão social no território da cidadania na Bacia Leiteira/AL
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Mar 14, 2017
  • Dissertação
  • Show resume
  • A partir da necessidade de promover ações de combate à pobreza e desigualdades no
    meio rural brasileiro, o Estado, a partir de políticas públicas de abordagem territorial,
    vem promovendo ações de fortalecimento da agricultura familiar e de dinamização das
    áreas rurais, de maneira que a sociedade civil e poder público assume papel ativo nesse
    processo. A política de desenvolvimento territorial rural, surge no Brasil a partir do
    programa Territórios Rurais no ano de 2003, sendo implementada em diversos
    territórios brasileiros, a exemplo do caso do Território da Cidadania da Bacia Leiteira
    (TCBL) no estado de Alagoas. O território é composto por 11 municípios, que será
    analisado no presente trabalho a partir da perspectiva do desenvolvimento territorial e
    da análise do Proinf, que é criado c om o objetivo de fomentar recursos para projetos de
    desenvolvimento rural sustentável dentro da abordagem territorial. Analisar a
    dinamização econômica do Proinf no Território da Bacia Leiteira em uma perspectiva
    espacial e a importância da gestão social: implicações, avanços e contradições na
    política de Desenvolvimento Territorial, constitui o objetivo geral da pesquisa. Para
    alicerçar a pesquisa é utilizado a categoria território e os conceitos de desenvolvimento
    rural, desenvolvimento territorial, gestão social e Projeto de Infraestrutura e Serviços
    em Territórios Rurais (PROINF). Trazendo um método empírico-análitico de forma
    quantitativa e qualitativa, que analisa os aspectos gerais e reflete as informações da
    realidade, para isso, foram realizados os seguintes procedimentos metodológicos:
    levantamento e revisão bibliográfica, busca e análise de dados secundários, realização
    de entrevistas semiabertas com atores sociais do Colegiado e trabalho de campo
    analisando, por amostra, projetos do Proinf de 2003 a 2014. Decorrente da conjuntura
    instaurada a partir da política de desenvolvimento territorial rural, surge a necessidade
    de se fazer um estudo mais expressivo da questão do território da Bacia Leiteira como
    estudo de caso, sabendo-se que um dos objetivos dos Territórios da Cidadania é integrar
    os espaços em um ideal em comum, na busca por desenvolvimento rural nos
    municípios, entre eles destaca-se os Proinfs e seus desdobramentos sócio-espaciais. Em
    suma, a política territorial tem permitido o fortalecimento e inclusão de diversos
    segmentos sociais que viviam marginalizados. No TCBL, os Proinfs tem trazido
    resultados positivos e são bem avaliados pelos atores sociais do território e mesmo com
    problemas de logística tem conseguido realizar uma boa articulação com a política
    territorial. No que diz respeito a gestão social ainda é necessário que os sujeitos sociais
    compreendem sua importância e a exerçam.

  • VANESSA DIAS DE OLIVEIRA
  • POLÍTICAS PÚBLICAS E TRABALHO PRECÁRIO: A RETÓRICA DA AUTONOMIA EMPREENDEDORA E A PERMANÊNCIA DO DESEMPREGO.
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Mar 13, 2017
  • Tese
  • Show resume
  • Diante do desastroso quadro do desemprego, uma ideologia se difunde nas políticas sociais hodiernas: a do trabalho “autônomo” como meio de inserção viável para garantir a empregabilidade. Isso se estabelece justamente após os desdobramentos da crise estrutural no Brasil nas décadas de 1980/90, quando a reestruturação produtiva e todo seu pacote flexível fundiu o esgotamento do padrão de industrialização com o projeto Neoliberal, desmontando o frágil estatuto de políticas sociais que mal havia sido implantado após a Constituição de 1988. A financeirização do capital ao impor a reforma administrativa do Estado, os cortes nos gastos sociais, a abertura comercial, as privatizações, a apropriação do fundo público e sobretudo a desregulamentação das relações de trabalho, busca capturar nos territórios mais estratégicos o trabalho mais barato e desprotegido. A barbarização da “questão social” manifesta-se pelo desemprego crônico, terceirização, intensificação das relações informais, piora na qualidade dos postos de trabalho e aumento da pobreza, especialmente nos espaços urbanos. Para enfrentá-la implantou-se no país um sistema público de emprego a partir de 1990 formado por políticas de transferência de renda (abono salarial, seguro-desemprego), intermediação da força de trabalho, estímulo a qualificação profissional além da concessão de crédito via Programa de Geração de Emprego e Renda (PROGER). À vista disso, a tese objetivou desvelar o papel das políticas públicas de “emprego” trabalho e renda, através do maior Programa de combate ao desemprego da América Latina, o PROGER (Programa de Geração de Emprego e Renda – Urbano) no recuo ou favorecimento do crescimento da superpopulação relativa. O fundamento teórico marxiano/marxista aliado as pesquisas e informações no Fundo de Amparo ao Trabalhador, Ipea, Dieese, IBGE, das entrevistas com gestores municipais e dos trabalhadores excluídos do PROGER-Urbano em Aracaju/SE, permitem afirmar que a política de concessão de crédito opera em duas linhas e não atingem os sujeitos mais vulneráveis, sendo inócua no combate mínimo ao desemprego. Os princípios de gestão do Proger-Urbano tem dependência da burocracia das instituições financeiras (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste, etc.), e as próprias condições de funcionamento do mercado de trabalho brasileiro, cuja precariedade e informalidade são traços essenciais, afinam-se à acumulação financeira predatória, impedindo a geração de trabalho e renda nos moldes propostos pelo programa. Na realidade aracajuana os “inempregáveis”, que sobrevivem à margem das políticas de mercado de trabalho, ingressam na incerteza de ocupações informais, vinculadas ao “terceiro setor” por meio do trabalho “voluntário e solidário” no lixo, caso da Cooperativa dos Agentes de Reciclagem (CARE). Os demais trabalhadores que permanecem sem ocupação buscam a intermediação de “mão-de-obra para disputar as vagas no mercado de trabalho; acabam sendo canalizados para a formação de cursos técnicos de qualificação oferecidos pelo SINE/FAT na Fundação Municipal do Trabalho, ou permanecem desempregados, avolumando o contingente funcional ao capital. Em todas estas dimensões a ausência da relação empregador x empregado aparece como caminho ao perfil empreendedor, escamoteando o conflito capital x trabalho. A subsunção real, camuflada pelo contra-proprismo, assume uma feição de tal modo reificada, que obscurece a função do Estado e do capital no controle do trabalho, permitindo a extração da mais-valia absoluta e relativa em novos formatos, favorecida pelo aumento dos “inempregáveis”.

  • LUANA PEREIRA LIMA
  • ORDENAMENTO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA PLANÍCIE FLUVIOLAGUNAR DO RIO BETUME/SE
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Feb 20, 2017
  • Dissertação
  • Show resume
  • Os ambientes costeiros são complexos devido sua dinâmica natural, fragilidades e os múltiplos interesses socioeconômicos. São ambientes peculiares e de caráter diferenciado, que devem ser considerados em sua singularidade, e necessitam de atenção especial para um correto planejamento e gestão. A nova racionalidade de ocupação dos ambientes costeiros associa a demanda de uma sociedade de lazer a uma demanda por zonas de trabalho e habitação. Diante disso, há a necessidade de estudos que apresentem propostas de ordenamento ambiental visando um equilíbrio entre o uso e manutenção dos recursos naturais. A proposta desse estudo foi analisar de forma integrada a dinâmica ambiental e socioeconômica da planície fluviolagunar associada ao rio Betume na perspectiva do ordenamento do uso e ocupação do solo. Para tanto adotou-se a abordagem sistêmica como caminho de investigação da paisagem, afim de possibilitar o entendimento da realidade local e assim propor um zoneamento resultante da aplicação da metodologia pressão-estado-impacto-resposta. Os procedimentos metodológicos adotados para sustentação da temática investigada consistiram em revisão bibliográfica, pesquisa documental, trabalhos de campo e elaboração de documentos cartográficos, os quais no conjunto, subsidiaram a análise integrada das dimensões ambiental e social culminando em uma proposta de zoneamento. A planície formada por depósitos fluviolagunares associada ao Rio Betume tem uma evolução geológico-geomorfológica desenvolvida a partir de eventos de transgressões e regressões marinhas do Quaternário e encontra-se inserida entre cordões de dunas em terraços marinhos e paleofalésias do Grupo Barreiras. Sua estrutura aponta um nível de fragilidade ambiental acentuado. Em contrapartida os usos atribuídos a esse ambiente tem apresentado crescimento, a saber: atividades e interesses voltados para o turismo; atividades econômicas primárias de pesca, carcinicultura, pastagens, agricultura e atividades de extrativismo vegetal. O nível de ocupação está distribuído de forma irregular, assim como a intensidade de modificação e degradação. Neste sentido, O zoneamento, oriundo dos diagnósticos ambiental e socioeconômico, propõe orientações de uso e ocupação do solo visando a sustentação da qualidade ambiental.

  • ANA MARIA SEVERO CHAVES
  • INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL DE ÁREAS VERDES PÚBLICAS DA CIDADE DE GARANHUNS-PE
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Feb 8, 2017
  • Dissertação
  • Show resume
  • Com base na abordagem sistêmica da paisagem e usos sociais, analisa-se a qualidade ambiental urbana da cidade de Garanhuns a partir de indicadores das áreas verdes públicas. Os indicadores possibilitam analisar e visualizar espacialmente as áreas verdes públicas na paisagem urbana de Garanhuns, atuando como indicadores de caráter qualitativo e quantitativo. Um dos objetivos deste trabalho é estudar a cidade como um sistema ambiental urbano, em que a paisagem é a categoria geográfica referencial. A paisagem corresponde a uma herança dos elementos naturais e das construções humanas sobre um substrato natural de diferentes momentos histórico em um sistema ambiental aberto a trocas de energia internas e externas sob constante influência antrópica. Nessa perspectiva a qualidade ambiental possibilitada pelas áreas verdes públicas contribui para certo equilíbrio na relação sociedade e natureza. Os procedimentos metodológicos envolveram a contextualização teórica do tema, pesquisa de campo, elaboração de material cartográfico, uso das ferramentas disponíveis e operacionalizadas em ambiente de Sistemas de Informações Geográficas (SIGs). Por meio desses procedimentos e de parâmetros estabelecidos, observou-se a espacialização das áreas verdes, a dinâmica fitogeográfica, índices de densidade e sombreamento arbóreo, a variação da temperatura da superfície, o adensamento urbano e os usos sociais como os indicadores de qualidade ambiental aqui analisado. Os resultados permitiram constatar que a presença da vegetação é fator para um sistema ambiental equilibrado e que a diversidade arbórea oferece maior plasticidade e embeleza a paisagem urbana. Consequentemente, quanto melhor o índice maior é a qualidade das áreas verdes. No entanto, ainda que algum índice não tenha se enquadrado no parâmetro esperado, isso não evidenciou uma qualidade ambiental inferior, caso a vegetação das AVPs estivesse em harmonia com os equipamentos públicos e as trilhas de passagem. Além disso, os usos sociais são mais diversificados nos parques, o que os leva a serem mais frequentados. Por fim a pesquisa mostra-se relevante para o atual debate ambiental sobre as cidades, essa conseguiu corresponder aos objetivos traçados, comprovando que nas áreas verdes públicas existe uma gama de indicadores que podem ser utilizados para se verificar a qualidade ambiental urbana.

  • CARLA NORMA CORREIA DOS SANTOS
  • ENTRE O LITORAL SUL DE SERGIPE E O LITORAL NORTE DA BAHIA: ONDE AS POLÍTICAS TERRITORIAIS SE ENCONTRAM
  • Data: Jan 30, 2017
  • Tese
  • Show resume
  • Nos municípios de Indiaroba, localizado no Litoral Sul de Sergipe, e Jandaíra, situado no Litoral Norte da Bahia, o desenvolvimento do turismo e da atividade imobiliária, através da ocupação das terras por parcelamentos para fins de segunda residência ou veraneio, promoveu uma reconfiguração territorial e econômica. Estes municípios são contíguos e estão localizados em limites extremos de seus respectivos estados, o que os colocou durante muito tempo em situação de isolamento geográfico em relação à Aracaju e Salvador, embora sempre tenha existido uma conexão entre eles, estabelecida pela proximidade geográfica e laços de vizinhança. A ação estatal através da construção de uma rede viária, de transportes e comunicação favoreceu uma maior conexão entre Indiaroba e Jandaíra, e entre municípios próximos, tanto em Sergipe quanto na Bahia, estabelecendo assim relações econômicas intraregionais. De territórios “invisíveis”, estes municípios, tornam-se territórios desejados, pois lugares de alto valor imobiliário, como praias, dunas, lagoas e estuários têm se tornados atrativos ao capital privado para a construção de condomínios residenciais, casas de veraneio, hotéis e resorts. Desta forma, em Indiaroba e Jandaíra, interesses externos, as verticalidades, introduzem ou planejam implantar novas funções e novas formas, segundo suas lógicas e interesses e nesse processo são formados novos espaços e novas territorialidades. Assim, admite-se como tese que a reconfiguração territorial e econômica de Indiaroba e Jandaíra se processa a partir das horizontalidades ou dinâmicas internas, endógenas à sociedade, e das verticalidades ou movimentos externos à sociedade, produzindo espaços diferenciados. No processo de investigação da pesquisa foram utilizados os seguintes procedimentos metodológicos: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa cartográfica e pesquisa de campo. A presente tese teve por objetivo analisar as horizontalidades e as verticalidades na reconfiguração territorial e econômica de Indiaroba e Jandaíra. À vista disso, a abordagem qualitativa se mostrou a mais adequada para interpretar tal fenômeno. Os municípios de Indiaroba e Jandaíra embora tenham sido apropriados, ainda apresentam uma ocupação rarefeita, existindo alguns povoados que ainda permanecem “invisíveis” e pouco integrados economicamente às capitais, mantendo-se como espaços periféricos, como “fronteiras” ou “fundos territoriais”. As horizontalidades expressam os objetivos e as dinâmicas das sociedades locais e ajudam a desenvolver mecanismos de agregação e solidariedade entre Indiaroba e Jandaíra, gerando uma coesão da sociedade local e um processo de autonomia de decisão, o que constitui uma forma de resistência a reconfiguração econômica e territorial pela qual estes municípios vêm passando para atender as demandas do mercado global. Tais reconfigurações foram impulsionadas pelas verticalidades, disseminadas tanto por atores locais quanto globais, que correspondem aos fatores externos que determinam as modalidades internas das ações e atendem aos interesses de grupos hegemônicos, muitas vezes desestruturando as solidariedades locais criadas pelas horizontalidades e ocasionando conflitos.

2016
Description
  • GEISEDRIELLY CASTRO DOS SANTOS
  • Interações Geoecológicas nas Planícies de Marés do Litoral Centro-Sul Sergipano
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Dec 14, 2016
  • Tese
  • Show resume
  • A dinâmica estuarina no estado de Sergipe favoreceu a formação de planícies de marés em todas as desembocaduras fluviais, em áreas abrigadas da ação mecânica das ondas e que sofrem a influência do regime de marés, totalizando uma área estimada em cerca de 260 km². O objetivo da presente tese foi analisar a evolução da paisagem das planícies de marés existentes no litoral Centro-Sul de Sergipe. A pesquisa utilizou como procedimentos metodológicos, norteados pelo método da Geoecologia das Paisagens: aquisição, processamento das imagens de satélite e fotografias aéreas, criação dos shapes e construção dos mapeamentos temáticos; quantificação da área das classes temáticas; trabalho de campo e interpretação dos dados. As análises mostraram que as assinaturas energéticas das planícies de marés que compõem a área de estudo são similares, excetuando-se pela influência do tensor natural: dinâmica fluviomarinha e pelos tensores antropogênicos que atuam sobre a área de estudo. A análise evolutiva da planície de Maré entre os bairros 13 de Julho e Jardins (Aracaju/SE) mostrou que a redução da vegetação de mangue foi decorrente do assoreamento promovido pela erosão do pontal arenoso da Coroa do Meio e devido à baixa disponibilidade de nutrientes no sistema ambiental; A dinâmica evolutiva das planícies de marés da desembocadura do rio Vaza Barris (Itaporanga D’Ajuda/SE) revelou que as planícies de marés desenvolvidas em longo prazo estão em estabilidade, e as de curto prazo estão em instabilidade com tendência à redução pela erosão fluviomarinha e baixa disponibilidade de nutrientes; A análise evolutiva da desembocadura dos rios Piauí/Real (Estância/SE) revelou a ocorrência de planícies de marés de longo prazo que sofreram perdas severas de vegetação de mangue em decorrência da erosão fluviomarinha, com perda total de vegetação neste setor de 44.000 m². Concluiu-se a partir dos resultados que todas as planícies de marés localizadas nas desembocaduras analisadas possuem tendência geral à perda de vegetação de mangue tanto por influência fluviomarinha (Vaza Barris) como por influência fluviomarinha e antropogênica (Piauí/Real e Sergipe). O estudo geoecológico proposto serve de instrumento para auxiliar no planejamento ambiental da zona costeira sergipana no tocante ao reordenamento das ocupações humanas. Essas ações devem ocorrer em observância à variabilidade das linhas de costas associadas a desembocaduras fluviais, e no sentido da conservação dos sistemas ambientais, como segurança de sobrevivência para as comunidades, que dependem dos manguezais, e para manutenção da biodiversidade que se reflete em garantia de oferta alimentar para a sociedade como um todo.

  • JOSEMAR HIPÓLITO DA SILVA
  • ARRANJO PRODUTIVO LOCAL RURAL E AGROECOLOGIA: uma estratégia de desenvolvimento rural no território da Mata Alagoana/AL
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Nov 14, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • A presente pesquisa tem como objetivo realizar uma análise do processo de desenvolvimento rural, a partir das ações do Arranjo Produtivo Local Fruticultura no Vale do Mundaú e da agroecologia, analisando as dimensões, econômica, político institucional, social, ambiental e cultural no território da Mata Alagoana, Alagoas. Partiu-se do pressuposto de problemas vivenciados pelos agricultores familiares a partir das recorrentes enchentes no rio Mundaú, em especial a ocorrida no ano de 2010. Foi a partir desta que, iniciou-se a falência das usinas de beneficiamento de cana-de-açúcar no território. Assim, foi preciso o Estado realizar a inserção dos municípios atingidos por esses problemas no Programa de Arranjos Produtivos Locais – PAPL, esse processo resultou em um novo arranjo produtivo para esse território, pautado em potencialidades já existentes, como a prática da cultura da fruticultura tendo como carro chefe os cultivos da Laranja Lima (Orgânica) e da Banana (prata e cumprida). Foi neste cenário que o APL potencializou características produtivas, humanas dos agricultores familiares que estão inseridos nos projetos e ações. A agroecologia exerce importância na valorização das mulheres e jovens, bem como a inserção a novos nichos de mercados pautados na certificação orgânica e na valorização das dimensões aqui analisadas. Neste contexto busca-se desenvolver práticas metodológicas que utiliza a análise de documentos técnicos e dados oficiais, relatórios de pesquisas, atas de reuniões, questionários e entrevistas gerados nas respectivas pesquisas e uma revisão bibliográfica focada nas temáticas discutidas, buscando atrelar as ações e projetos realizados pelo APL a proposição de parâmetros e indicadores ofereçam o devido suporte e possibilitem atender as questões e objetos requeridos na pesquisa. É possível identificar uma análise comparativa do acesso e abrangem das políticas públicas no Território com os municípios que integram o APL, para constatar a existência do desenvolvimento rural. Essa análise ganha reforço a partir dos processos que buscam a valorização da pequena agroindústria familiar, dos produtos locais, da inserção de grupos vulneráveis, constatando-se uma mudança na realidade produtiva, econômica, social e ambiental dos municípios envolvidos nas ações do APL.

  • EDÉSIO ALVES DE JESUS
  • AGROHIDRONEGÓCIO DO EUCALIPTO EM SERGIPE E REBATIMENTOS SOCIOAMBIENTAIS.
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Aug 31, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • O presente trabalho tem como proposta mostrar os interesses do capital na apropriação
    da terra e da água como pressuposto emergencial para a geração de energia renovável a
    partir do derivado do monocultivo de eucalipto, que rebate sobre as áreas destinadas a
    produção alimentar, nos municípios de Estância e Itaporanga d’Ajuda, no estado de
    Sergipe. O avanço do agrohidronegócio de eucalipto revela dois processos definidos por
    Oliveira (1991; 2004; 2007): O primeiro, a monopolização do território, em que o
    capitalista não imobiliza dinheiro na compra da terra, e a produção sempre é realizada
    com trabalho dos pequenos e médios proprietários, que passam a substituir a produção
    alimentar pelo cultivo de eucalipto. Porém, quem define o preço da mercadoria final são
    os grandes produtores. O Segundo, a territorialização do capital, em que os grandes
    produtores de eucalipto detêm a terra, contratam trabalhadores e destinam a produção
    energética do eucalipto para abastecer os fornos e caldeias das indústrias. Esse cenário
    impõe uma centralidade nas disputas territoriais nos municípios da pesquisa, em que
    diferentes estratégias do agrohidronegócio asseguram a usurpação da renda do
    trabalhador e da natureza para usufruto da indústria. Como metodologia, adotamos a
    dialética materialista e como procedimentos, realizamos revisão bibliográfica em livros,
    teses, dissertações, revistas eletrônicas, trabalho de campo e documentos técnicos. Esses
    últimos foram buscados junto ao IBGE, relatório da IBÁ e as informações em órgãos e
    instituições e Secretaria de Estado, que disponibilizou a Base Cartográfica do Atlas
    Digital sobre os Recursos Hídricos do Estado de Sergipe, nos permitindo a elaboração
    dos mapas físicos e socioeconômicos. Observa-se que com o desenvolvimento do
    capitalismo na agricultura a questão agrária torna-se complexa. As tramas sobre a
    monopolização da terra, e hoje, do acesso e controle da água acirram as disputas
    territoriais e os problemas socioeconômicos e ambientais se expandem. A apropriação
    da natureza, portanto, se intensifica com a crescente demanda de matéria-prima. No
    Brasil, com a modernização na agricultura, novas áreas são incorporadas como garantia
    de produtividade de alguns produtos agrícolas; milho, soja, trigo, cana-de- açúcar e,
    recentemente, floresce o setor de plantio de floresta através do monocultivo de
    eucalipto, que torna o Brasil um dos principais exportadores de produtos derivados
    dessa cultura para a produção de madeira, celulose, papel, madeira em tora, pasta de
    celulose, carvão vegetal, etc. Em Sergipe, o agrohidronegócio se apropria da natureza
    com amplo apoio do Estado, que desde a década de 1990, com a implantação do
    Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial acelera o processo produtivo das
    indústrias sergipanas, fazendo crescer a necessidade de recursos energéticos, o que
    promove a indução dos pequenos e médios proprietários de terra a cultivar eucalipto
    pelo discurso da viabilidade de renda e emprego, principalmente para os trabalhadores
    de assentamentos rurais, o que repercute de maneira diferenciada no campo impondo a
    luta pela terra.

  • EDÉSIO ALVES DE JESUS
  • AGROHIDRONEGÓCIO DO EUCALIPTO EM SERGIPE E REBATIMENTOS SOCIOAMBIENTAIS.
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Aug 31, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • O presente trabalho tem como proposta mostrar os interesses do capital na apropriação
    da terra e da água como pressuposto emergencial para a geração de energia renovável a
    partir do derivado do monocultivo de eucalipto, que rebate sobre as áreas destinadas a
    produção alimentar, nos municípios de Estância e Itaporanga d’Ajuda, no estado de
    Sergipe. O avanço do agrohidronegócio de eucalipto revela dois processos definidos por
    Oliveira (1991; 2004; 2007): O primeiro, a monopolização do território, em que o
    capitalista não imobiliza dinheiro na compra da terra, e a produção sempre é realizada
    com trabalho dos pequenos e médios proprietários, que passam a substituir a produção
    alimentar pelo cultivo de eucalipto. Porém, quem define o preço da mercadoria final são
    os grandes produtores. O Segundo, a territorialização do capital, em que os grandes
    produtores de eucalipto detêm a terra, contratam trabalhadores e destinam a produção
    energética do eucalipto para abastecer os fornos e caldeias das indústrias. Esse cenário
    impõe uma centralidade nas disputas territoriais nos municípios da pesquisa, em que
    diferentes estratégias do agrohidronegócio asseguram a usurpação da renda do
    trabalhador e da natureza para usufruto da indústria. Como metodologia, adotamos a
    dialética materialista e como procedimentos, realizamos revisão bibliográfica em livros,
    teses, dissertações, revistas eletrônicas, trabalho de campo e documentos técnicos. Esses
    últimos foram buscados junto ao IBGE, relatório da IBÁ e as informações em órgãos e
    instituições e Secretaria de Estado, que disponibilizou a Base Cartográfica do Atlas
    Digital sobre os Recursos Hídricos do Estado de Sergipe, nos permitindo a elaboração
    dos mapas físicos e socioeconômicos. Observa-se que com o desenvolvimento do
    capitalismo na agricultura a questão agrária torna-se complexa. As tramas sobre a
    monopolização da terra, e hoje, do acesso e controle da água acirram as disputas
    territoriais e os problemas socioeconômicos e ambientais se expandem. A apropriação
    da natureza, portanto, se intensifica com a crescente demanda de matéria-prima. No
    Brasil, com a modernização na agricultura, novas áreas são incorporadas como garantia
    de produtividade de alguns produtos agrícolas; milho, soja, trigo, cana-de- açúcar e,
    recentemente, floresce o setor de plantio de floresta através do monocultivo de
    eucalipto, que torna o Brasil um dos principais exportadores de produtos derivados
    dessa cultura para a produção de madeira, celulose, papel, madeira em tora, pasta de
    celulose, carvão vegetal, etc. Em Sergipe, o agrohidronegócio se apropria da natureza
    com amplo apoio do Estado, que desde a década de 1990, com a implantação do
    Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial acelera o processo produtivo das
    indústrias sergipanas, fazendo crescer a necessidade de recursos energéticos, o que
    promove a indução dos pequenos e médios proprietários de terra a cultivar eucalipto
    pelo discurso da viabilidade de renda e emprego, principalmente para os trabalhadores
    de assentamentos rurais, o que repercute de maneira diferenciada no campo impondo a
    luta pela terra.

  • EDILMA JOSÉ DA SILVA
  • A TERRITORIALIZAÇÃO DA POLÍTICA DE NUCLEAÇÃO E O FECHAMENTO DE ESCOLAS NO CAMPO EM UNIÃO DOS PALMARES/AL (2005-2015)
  • Advisor : ERALDO DA SILVA RAMOS FILHO
  • Data: Aug 31, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • A educação escolar brasileira tem suas origens marcadas por um contexto de opressão e exclusão da classe dominante sobre a classe trabalhadora, em especial aquela que vive e trabalha no campo e, nesse sentido, ao considerarmos as políticas educacionais voltadas para o campo percebemos que essas empenharam-se somente na formação de capital humano para atender às demandas econômicas do país. Essa ênfase dada à formação de capital humano caracterizou todas as legislações que se voltaram para a educação rural. No sentido inverso ao que elas propõem, os movimentos socioterritorias empenharam-se em construir propostas que, pela via política, apresentam novas possibilidades de pensar a educação, pautada no conceito contra hegemônico da educação do campo. No contexto dessa disputa entre o que impõe o Estado e o que propõem os movimentos socioterritoriais, este estudo tem por objetivo analisar o processo de territorialização da política de nucleação e o fechamento das escolas no campo em União dos Palmares/AL, no período entre 2005 e 2015. Para isso, em seus capítulos, ele apresenta o processo histórico de formação territorial e educacional de Alagoas; trata do processo de construção da educação brasileira, com ênfase no desenvolvimento de políticas públicas educacionais que atendem aos sujeitos do meio rural; apresenta um panorama da realidade educacional e identifica as iniciativas governamentais no âmbito municipal quanto a territorialização da política de nucleação de escolas no município em estudo; bem como analisa a perspectiva das famílias acerca do processo de nucleação a fim de confrontar essas falas com os discursos oficiais da secretaria de educação. A política analisada aqui surge com a intenção de concentrar recursos e racionalizar custos, com o discurso de melhoramento da qualidade educacional, pautada em um discurso neoliberal enraizado, que, na prática, se traduz na precarização e consequente fechamento das escolas no campo. As bases metodológicas da pesquisa estão fundamentadas entre a teoria e a prática e levarão em consideração sua natureza qualitativa e quantitativa, destacando-se revisões da literatura acerca das temáticas trabalhadas, além de levantamentos de dados primários e secundários, para compor um panorama situacional da realidade do objeto pesquisado no município estudado. O trabalho de campo, enquanto elemento que dá subsídio a uma pesquisa qualitativa, foi realizado mediante entrevistas semiestruturadas in loco comrepresentantes da Secretaria Municipal de Educação de União dos Palmares – AL, gestores, professores e pais de alunos das escolas polos estudadas.

  • EDILMA JOSÉ DA SILVA
  • A TERRITORIALIZAÇÃO DA POLÍTICA DE NUCLEAÇÃO E O FECHAMENTO DE ESCOLAS NO CAMPO EM UNIÃO DOS PALMARES/AL (2005-2015)
  • Advisor : ERALDO DA SILVA RAMOS FILHO
  • Data: Aug 31, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • A educação escolar brasileira tem suas origens marcadas por um contexto de opressão e exclusão da classe dominante sobre a classe trabalhadora, em especial aquela que vive e trabalha no campo e, nesse sentido, ao considerarmos as políticas educacionais voltadas para o campo percebemos que essas empenharam-se somente na formação de capital humano para atender às demandas econômicas do país. Essa ênfase dada à formação de capital humano caracterizou todas as legislações que se voltaram para a educação rural. No sentido inverso ao que elas propõem, os movimentos socioterritorias empenharam-se em construir propostas que, pela via política, apresentam novas possibilidades de pensar a educação, pautada no conceito contra hegemônico da educação do campo. No contexto dessa disputa entre o que impõe o Estado e o que propõem os movimentos socioterritoriais, este estudo tem por objetivo analisar o processo de territorialização da política de nucleação e o fechamento das escolas no campo em União dos Palmares/AL, no período entre 2005 e 2015. Para isso, em seus capítulos, ele apresenta o processo histórico de formação territorial e educacional de Alagoas; trata do processo de construção da educação brasileira, com ênfase no desenvolvimento de políticas públicas educacionais que atendem aos sujeitos do meio rural; apresenta um panorama da realidade educacional e identifica as iniciativas governamentais no âmbito municipal quanto a territorialização da política de nucleação de escolas no município em estudo; bem como analisa a perspectiva das famílias acerca do processo de nucleação a fim de confrontar essas falas com os discursos oficiais da secretaria de educação. A política analisada aqui surge com a intenção de concentrar recursos e racionalizar custos, com o discurso de melhoramento da qualidade educacional, pautada em um discurso neoliberal enraizado, que, na prática, se traduz na precarização e consequente fechamento das escolas no campo. As bases metodológicas da pesquisa estão fundamentadas entre a teoria e a prática e levarão em consideração sua natureza qualitativa e quantitativa, destacando-se revisões da literatura acerca das temáticas trabalhadas, além de levantamentos de dados primários e secundários, para compor um panorama situacional da realidade do objeto pesquisado no município estudado. O trabalho de campo, enquanto elemento que dá subsídio a uma pesquisa qualitativa, foi realizado mediante entrevistas semiestruturadas in loco comrepresentantes da Secretaria Municipal de Educação de União dos Palmares – AL, gestores, professores e pais de alunos das escolas polos estudadas.

  • GABRIELA SILVEIRA ROCHA
  • PLURIATIVIDADE E CAPITAL SOCIAL: ESTRATÉGIAS UTILIZADAS NOS MUNICÍPIOS DO TERRITÓRIO DE IDENTIDADE DE VITÓRIA DA CONQUISTA-BA PARA COMBATER A POBREZA RURAL E ESTIMULAR O DESENVOLVIMENTO LOCAL
  • Advisor : DEAN LEE HANSEN
  • Data: Aug 31, 2016
  • Tese
  • Show resume
  • A modernização da agricultura, a integração do setor agrícola aos demais setores da economia, a emergência de novas atividades que foram acrescidas ao rural em adaptação à reestruturação produtiva da agricultura e o aparecimento de novas ruralidades alteraram as relações de trabalho no campo e também modificaram a forma de organização da agricultura familiar. Com base nessas mudanças, a noção de pluriatividade passou a ser usada para entender a multiplicidade de formas de trabalho que ocorrem dentro e fora da propriedade. Já que a pluriatividade incorpora conceitos de diversificação produtiva e de agricultura em tempo parcial, sendo consideradas atividades pluriativas todas as atividades exercidas por todos os membros dos domicílios, inclusive as ocupações por conta própria, o trabalho assalariado e não assalariado, realizado dentro e/ou fora da exploração agrícola. Frente ao contexto apresentado, este estudo analisa a repercussão da pluriatividade e do capital social utilizadas pelas famílias pluriativas para combater a pobreza rural e estimular o desenvolvimento local em sete municípios (Anagé, Belo Campo, Barra do Choça, Caraíbas, Planalto, Tremedal, Vitória da Conquista) do Território de Identidade de Vitória da Conquista. Para atingir esse objetivo, construiu uma concepção teórica fundamentada em autores da Geografia, da Economia e da Sociologia Rural que discutem as categorias território, capital social, desenvolvimento local/endógeno e a pluriatividades. A tese buscou respaldo teórico em Raffestin, Haesbaert, Sen, Amaral Filho, Schneider dentre outros, para discutir como o território pode ser usado por seus atores para gerar melhores condições de vida e combater a pobreza rural. Como procedimentos metodológicos foram utilizados instrumentos da pesquisa indireta (coleta de dados em instituições e órgãos públicos) e direta (operacionalizada com atores sociais e institucionais por amostragem aleatória); nessas etapas, foram aplicados questionários semiestruturados com os pluriativos e realizadas entrevistas com representantes das Secretarias de Infraestrutura, Agricultura e Planejamento das Prefeituras da região, sindicatos, associações e cooperativas. As conclusões apontam que houve no território uma melhoria da qualidade de vida com a adoção de práticas pluriativas e com a presença do capital social entre as famílias pluriativas. No entanto, não existe um planejamento formal e estratégico destinado ao território a fim de unir as famílias em torno da atividade pluriativa e do capital social para combater a pobreza rural.

  • GABRIELA SILVEIRA ROCHA
  • Capital social, Pluriatividade e Desenvolvimento local: tratos e retratos do sudoeste da Bahia.
  • Advisor : DEAN LEE HANSEN
  • Data: Aug 31, 2016
  • Tese
  • Show resume
  • A modernização da agricultura, a integração do setor agrícola aos demais setores da economia, a emergência de novas atividades que foram acrescidas ao rural em adaptação à reestruturação produtiva da agricultura e o aparecimento de novas ruralidades alteraram as relações de trabalho no campo e também modificaram a forma de organização da agricultura familiar. Com base nessas mudanças, a noção de pluriatividade passou a ser usada para entender a multiplicidade de formas de trabalho que ocorrem dentro e fora da propriedade. Já que a pluriatividade incorpora conceitos de diversificação produtiva e de agricultura em tempo parcial, sendo consideradas atividades pluriativas todas as atividades exercidas por todos os membros dos domicílios, inclusive as ocupações por conta própria, o trabalho assalariado e não assalariado, realizado dentro e/ou fora da exploração agrícola. Frente ao contexto apresentado, este estudo analisa a repercussão da pluriatividade e do capital social utilizadas pelas famílias pluriativas para combater a pobreza rural e estimular o desenvolvimento local em sete municípios (Anagé, Belo Campo, Barra do Choça, Caraíbas, Planalto, Tremedal, Vitória da Conquista) do Território de Identidade de Vitória da Conquista. Para atingir esse objetivo, construiu uma concepção teórica fundamentada em autores da Geografia, da Economia e da Sociologia Rural que discutem as categorias território, capital social, desenvolvimento local/endógeno e a pluriatividades. A tese buscou respaldo teórico em Raffestin, Haesbaert, Sen, Amaral Filho, Schneider dentre outros, para discutir como o território pode ser usado por seus atores para gerar melhores condições de vida e combater a pobreza rural. Como procedimentos metodológicos foram utilizados instrumentos da pesquisa indireta (coleta de dados em instituições e órgãos públicos) e direta (operacionalizada com atores sociais e institucionais por amostragem aleatória); nessas etapas, foram aplicados questionários semiestruturados com os pluriativos e realizadas entrevistas com representantes das Secretarias de Infraestrutura, Agricultura e Planejamento das Prefeituras da região, sindicatos, associações e cooperativas. As conclusões apontam que houve no território uma melhoria da qualidade de vida com a adoção de práticas pluriativas e com a presença do capital social entre as famílias pluriativas. No entanto, não existe um planejamento formal e estratégico destinado ao território a fim de unir as famílias em torno da atividade pluriativa e do capital social para combater a pobreza rural.

  • MARIA JOSEANE COSTA SANTOS
  • O Programa de microcrédito Crediamigo: microfinanças e mercado de trabalho na política de geração de emprego e renda em Itabaiana-SE
  • Advisor : ANA ROCHA DOS SANTOS
  • Data: Aug 31, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • A crise do sistema capitalista pós década de 1960 iniciou uma nova fase da produção e acumulação do capital voltada à finanaceirização da economia e mudanças no mundo do trabalho que passou a ser flexível e ainda mais precário. Nesse cenário, ações foram direcionadas a diversos setores produtivos que possibilitaram a extração da mais-valia dos trabalhadores, como a implementação de políticas de financiamento, dentre as quais se destaca a de crédito destinada aos mais pobres. No Brasil, as políticas de financiamento direcionadas ao combate à pobreza ganharam destaque em âmbito nacional, sobretudo, a partir dos anos 2000, com a criação do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO), voltado para a promoção da inclusão social. Tal política, no entanto, introduz os que possuem menor renda na financeirização da economia através da facilitação ao crédito e abertura de negócios sob a forma de compartilhamento solidário entre os que solicitam os recursos conjuntamente. O crédito está associado à ideia de direitos sociais, emancipação individual e inclusão social dos sujeitos na escala local. Analisar a política de financiamento do microcrédito por meio do Programa Crediamigo, oferecido pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e suas implicações espaciais sobre o mundo do trabalho em Itabaiana/SE foi o objetivo desta pesquisa. Para desenvolvê-la fez-se uma leitura geográfica crítica do Programa Crediamigo e sua relação com a financeirização da economia, na medida em que a política de microcrédito apresenta um desdobramento espacial. Em Itabaiana, o Programa Crediamigo possui mais de quinze mil clientes vinculados na agência bancária do município, que inclui clientes dos municípios de Areia Branca, Campo do Brito, Itabaiana, Frei Paulo, Macambira, Malhador, Moita Bonita, Nossa Senhora Aparecida, Ribeirópolis, São Domingos e São Miguel do Aleixo. Da clientela do Banco do Nordeste, inserida no Crediamigo, na região mais de 50% são da sede municipal de Itabaiana, demonstrando a intensa inserção dos moradores locais na lógica da financeirização sob o discurso da promoção do emprego e renda propiciando a captação de valor criado na esfera produtiva pelos trabalhadores para acumulação capitalista. Este município se destaca por ser conhecido pela sua “vocação empreendedora” como o local de vocação comercial, capaz de realizar o desenvolvimento pela capacidade empreendedora dos indivíduos constituindo-se em um espaço fecundo para mobilização e implementação de programas de crédito como o Crediamigo. Este é um dos programas mais efetivos no estado como revelam os balanços disponibilizados pelo BNB. Entretanto, o que se vê no Programa Crediamigo é o estímulo ao endividamento dos trabalhadores, os quais são induzidos ao término de cada quitação buscar novos empréstimos, funcionando como um círculo vicioso, que mantém os trabalhadores associados ao fomento das microfinanças e à transferência de valor para esfera finanaceira por meio do pagamento de empréstimos. Observou-se que na maioria das vezes, os tomadores de empréstimos dessa linha de financiamento estão inclusos em ocupações de baixa remuneração e informais, as quais oferecem pequena estabilidade financeira e nenhuma garantia trabalhista. Nesse sentido, revela-se a configuração de um programa que desfruta da precariedade dos sujeitos “beneficiados”, os quais são levados a ingressarem em uma linha de crédito por meio do consentimento da responsabilização do seu “sucesso” ou “fracasso” a partir do direito de possuir um negócio garantido pela liberação capital para sua abertura. Foi destacado também que apesar do Programa estar associado, em sua concepção, à oferta de acompanhamento e orientação, esta ocorre no momento da liberação do primeiro empréstimo, após este momento, há orientação apenas se houver problemas com o pagamento, revelando a natureza do Programa, atrelado à reprodução ampliada do capital via financeirização. Desse modo, a partir da realidade estudada, o Programa Crediamigo se destaca como catalisador para incluir a classe trabalhadora local no circuito capitalista, que necessita submeter todos no mercado de trabalho, não importa se através de relações de trabalho precárias, configurando uma inclusão restritiva, que não garante a realização humana. Foi identificado o envolvimento dos trabalhadores com formas precarizadas de trabalho e também como uma segunda renda para complementar outro tipo de atividade já realizada. Assim, a pesquisa apontou que para os envolvidos na política de microcrédito (Crediamigo), não é restrita a garantia de produção de emprego e renda, mas de sobrevivência diante do quadro da lógica destrutiva do capital que impõe a milhões de trabalhadores a condição de superfluidade.

  • PAULO HENRIQUE SILVEIRA LIMA
  • A CADEIA PRODUTIVA DA BORRACHA NATURAL BRASILEIRA
  • Advisor : DEAN LEE HANSEN
  • Data: Aug 31, 2016
  • Tese
  • Show resume
  • Esta tese analisa a cadeia produtiva da borracha natural brasileira. Como a borracha natural tem propriedades que nenhum outro produto possui, tais como resiliência, antiabrasividade, isolamento, impermeabilidade a líquidos e gases, é um produto insubstituível e estratégico. Portanto, além de ser utilizada na fabricação de mais de quarenta mil objetos, é essencial para a mobilidade humana, uma vez que é o principal componente na fabricação dos pneus utilizados nos meios de transporte mundiais, da bicicleta ao avião, além das naves aeroespaciais e das vedações nos transportes aquáticos. Visto que no atual período técnico-científico-informacional a informação se baseia na comunicação e na circulação, a borracha natural é um produto indispensável. Assim, a presente tese investiga os motivos do Brasil, país de origem da seringueira, ter perdido sua produtividade e competitividade, deixado de ser hegemônico e exportador, enquanto os países do Sudeste asiático que levaram ilegalmente as sementes de seringueira do Brasil assumiram a hegemonia da produção da borracha natural consumida no mercado mundial. O objetivo geral foi analisar a cadeia produtiva da borracha natural brasileira, demonstrando que a forma de uso da ciência, tecnologia e inovação (CT&I), das políticas e das estratégias públicas e empresariais, nas distintas regiões produtivas do país, têm sido determinantes nos resultados de produtividade e competitividade de toda a cadeia. O conceito de cadeia produtiva tem sido utilizado para encadear as diversas etapas e agentes envolvidos na produção, distribuição, comercialização, assistência técnica, crédito etc. e consumo de uma determinada mercadoria, a fim de permitir uma visão sistêmica, ao invés de fragmentada das diversas etapas pelas quais passa um produto, antes de alcançar o consumidor final. Esse conceito foi utilizado nesta tese como instrumento sistêmico e prospectivo para representar a produção de borracha natural no Brasil, comandada por agentes hegemônicos globais, representados pelas grandes redes de industriais de pneumáticos, mas com a etapa de cultivo da seringueira sendo processada localmente, pela agricultura familiar e usinas e/ou por sistemas agroindustriais. A metodologia utilizada nesta tese foi a coleta de dados em revistas especializadas, artigos e trabalhos científicos, sítios oficiais e privados, visitas a seringais, participação e pesquisa em congressos e entrevistas. Os resultados foram tabulados em gráficos, tabelas, mapas e painéis fotográficos. Uma das principais conclusões foi a de que enquanto os países asiáticos que levaram ilegalmente as sementes de seringueira do Brasil produzem cerca de 93% da borracha natural mundial, o Brasil que já produziu 100% desse total produz atualmente 1%; e que em toda a região Norte que já produziu 100% da borracha natural do país atualmente se produz cerca de 3%. Enquanto apenas o estado de São Paulo já produz 54% desse total, tornando-se o principal produtor do país, seguido pela Bahia com 17%. A explicação é que na cadeia produtiva de borracha natural da Ásia e nas regiões produtivas da cadeia em São Paulo e da Bahia os programas de estado e empresariais com aporte de ciência, tecnologia e inovação foram determinantes para essa boa produtividade e competitividade. Como essas tecnologias não estão igualmente distribuídas nas diversas regiões produtivas brasileiras, e nem em todos os setores da cadeia, o país tem tido baixa produtividade e competitividade. Até as modernas redes de pneumáticas brasileiras, o setor com melhor capacidade produtiva da cadeia, está perdendo competitividade para as pneumáticas da Europa e da Ásia.

  • REUEL MACHADO LEITE
  • A AGROECOLOGIA NECESSITA DE LICUTIXO: Contribuições do Método Camponês a Camponês e da Produção Agroecológica Integrada e Sustentável à resistência camponesa em assentamentos de reforma agrária, Estância - SE .
  • Advisor : ERALDO DA SILVA RAMOS FILHO
  • Data: Aug 31, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • Após a segunda guerra mundial, foi desenvolvida com o apoio de fundações privadas, como a Rockfeller, um pacote tecnológico chamado de Revolução Verde, baseado no uso de insumos químicos, agrotóxicos, na monocultura, e na seleção de sementes e de animais, na motorização e mecanização. Devido aos graves impactos deste modelo surgiram movimentos de agricultura alternativa, que possuem como base de sustentação a agroecologia. O objetivo de nossa dissertação é analisar a contribuição da Rede Camponês a Camponês (RCAC) e da tecnologia social Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS) para a resistência camponesa nos assentamentos de reforma agrária de Estância – Sergipe, tendo como recorte analítico as estratégias camponesas criadas para a construção/difusão da agroecologia. A RCAC está fundamentada na troca de saberes entre camponeses, tendo como base o Modo Camponês de Fazer Agricultura (MCFA) e a agroecologia. Já a PAIS é uma tecnologia social reaplicável, que visa a melhoria da alimentação de populações pobres no campo, bem como o aprendizado de conhecimento agroecológicos. Esta tem como um dos seus escopos empreendedorismo social e o combate a pobreza. Portanto, busca-se aqui analisar as contradições do processo de construção da agroecologia. Para tal, delimitamos como recorte empírico, três assentamentos de reforma agrária, a saber: Rosa Luxemburgo, 17 de abril e Paulo Freire II. Nossa pesquisa possui elementos quantitativos e qualitativos. Na primeira, reunimos dados do Sistema Nacional de Cadastro Rural, para nos auxiliar na leitura da estrutura fundiária sergipana e estanciana; dados do Relatório de Impactos Socioterritóriais (RIST), aplicados nos assentamentos supracitados; e por fim os dados do Senso Agropecuário, que nos auxiliou no tocando ao consumo de agrotóxicos e de adubos químicos e orgânicos. Em sua dimensão qualitativa, a partir da perspectiva da observação participante, buscamos participar dos intercambios da RCAC, além da aplicação de entrevistas semiestruturadas junto aos camponeses da rede. Para nos auxiliar em nossa análise da RCAC e do PAIS, nos valemos da leitura das disputas em torno dos territórios imateriais forjados a partir dos estudos agrários, que são eles: o Paradigma da Questão Agrária (PQA) e o Paradigma do Capitalismo Agrário (PCA). Uma das questões levantadas por nós neste estudo reside na relação que estes paradigmas possuem com a agroecologia praticada pela RCAC e pela PAIS. Outro elemento importante, se refere a análise da expanção do capital monopolista da citricultura em Sergipe, fundamental para enterdemos o processo de resistência no município de Estância. Este último processo está relacionado ao processo de territorialização do campesinato pela luta pela terra, pela luta na terra. A partir desta dissertação analisamos a contribuição da Rede de Camponês a Camponês (RCAC) e da tecnologia social Produção Agroelógica Integrada e Sustentável (PAIS) para resistência camponesa nos assentamentos de Estância – Sergipe. Abordamos também o papel ativo do campesinato ao selecionar e experimentar experiências, fato que permite à própria rede delimitar um conceito próprio de agroecologia. Demarcamos também o conceito de agroecologia estabelecido na RCAC e no PAIS. Após a segunda guerra mundial, foi desenvolvida com o apoio de fundações privadas, como a Rockfeller, um pacote tecnológico chamado de Revolução Verde, baseado no uso de insumos químicos, agrotóxicos, na monocultura, e na seleção de sementes e de animais, na motorização e mecanização. Devido aos graves impactos deste modelo surgiram movimentos de agricultura alternativa, que possuem como base de sustentação a agroecologia. O objetivo de nossa dissertação é analisar a contribuição da Rede Camponês a Camponês (RCAC) e da tecnologia social Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS) para a resistência camponesa nos assentamentos de reforma agrária de Estância – Sergipe, tendo como recorte analítico as estratégias camponesas criadas para a construção/difusão da agroecologia. A RCAC está fundamentada na troca de saberes entre camponeses, tendo como base o Modo Camponês de Fazer Agricultura (MCFA) e a agroecologia. Já a PAIS é uma tecnologia social reaplicável, que visa a melhoria da alimentação de populações pobres no campo, bem como o aprendizado de conhecimento agroecológicos. Esta tem como um dos seus escopos empreendedorismo social e o combate a pobreza. Portanto, busca-se aqui analisar as contradições do processo de construção da agroecologia. Para tal, delimitamos como recorte empírico, três assentamentos de reforma agrária, a saber: Rosa Luxemburgo, 17 de abril e Paulo Freire II. Nossa pesquisa possui elementos quantitativos e qualitativos. Na primeira, reunimos dados do Sistema Nacional de Cadastro Rural, para nos auxiliar na leitura da estrutura fundiária sergipana e estanciana; dados do Relatório de Impactos Socioterritóriais (RIST), aplicados nos assentamentos supracitados; e por fim os dados do Senso Agropecuário, que nos auxiliou no tocando ao consumo de agrotóxicos e de adubos químicos e orgânicos. Em sua dimensão qualitativa, a partir da perspectiva da observação participante, buscamos participar dos intercambios da RCAC, além da aplicação de entrevistas semiestruturadas junto aos camponeses da rede. Para nos auxiliar em nossa análise da RCAC e do PAIS, nos valemos da leitura das disputas em torno dos territórios imateriais forjados a partir dos estudos agrários, que são eles: o Paradigma da Questão Agrária (PQA) e o Paradigma do Capitalismo Agrário (PCA). Uma das questões levantadas por nós neste estudo reside na relação que estes paradigmas possuem com a agroecologia praticada pela RCAC e pela PAIS. Outro elemento importante, se refere a análise da expanção do capital monopolista da citricultura em Sergipe, fundamental para enterdemos o processo de resistência no município de Estância. Este último processo está relacionado ao processo de territorialização do campesinato pela luta pela terra, pela luta na terra. A partir desta dissertação analisamos a contribuição da Rede de Camponês a Camponês (RCAC) e da tecnologia social Produção Agroelógica Integrada e Sustentável (PAIS) para resistência camponesa nos assentamentos de Estância – Sergipe. Abordamos também o papel ativo do campesinato ao selecionar e experimentar experiências, fato que permite à própria rede delimitar um conceito próprio de agroecologia. Demarcamos também o conceito de agroecologia estabelecido na RCAC e no PAIS.

  • VALDEMIR DOS SANTOS
  • DA ORGANIZAÇÃO À CRISE DO SISTEMA INTEGRADO DO TRANSPORTE COLETIVO NA GRANDE ARACAJU (1985 A 2015)
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Aug 31, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • O espaço urbano das grandes metrópoles mundiais cada vez mais enfrenta
    dificuldades na forma de uso da mobilidade urbana e o transporte público coletivo ainda
    é o melhor modal a ser usado para essa finalidade. No Brasil não poderia ser diferente, o
    transporte público coletivo de passageiros é o grande responsável pela mobilidade da
    massa populacional de grandes e médios centros urbanos e o responsável pela formação
    da rede urbana a partir de seus traçados formados por ruas, avenidas, pontos de paradas
    e terminais de embarques e desembarques ligando os mais diversos pontos da(s)
    cidade(s). Porém, ao longo dos anos percebe-se que essa modalidade de transporte
    organizado para promover não só a mobilidade urbana, mas também o desenvolvimento
    dessas cidades vêm enfrentando uma grave crise estrutural, a qual reflete tanto em seus
    usuários quanto no uso do espaço urbano. Os municípios de Aracaju, Nossa Senhora do
    Socorro, São Cristóvão e mais recentemente, Barra dos Coqueiros, portanto, a região
    metropolitana de Aracaju com uma área total de 865,813 km² chamaram a atenção com
    seu sistema de integrado de transporte público coletivo de passageiros por ônibus, tanto
    pelos objetivos reais de sua criação quanto por sua crise estrutural, mas também por sua
    ilegalidade funcional. Esta pesquisa se justifica pela observância desses elementos
    assim como pela experiência de pesquisador do transporte público de passageiros dessa
    região metropolitana. Ademais, como continuidade do trabalho monográfico
    desenvolvido na graduação. O método de análise baseou-se na abordagem sistêmica
    enquanto que os procedimentos metodológicos basearam-se na elaboração de cartas
    temáticas, levantamentos bibliográficos e documentais, trabalho de campo, análise e
    tabulação dos dados coletados durante a pesquisa e redação final da pesquisa.
    Objetivou-se analisar o surgimento do sistema integrado de transporte público coletivo
    de passageiros por ônibus dentro das limitações estabelecidas pela escala espacial;
    avaliar as políticas públicas implantadas no sistema integrado ao longo dos 30 anos;
    identificar os elementos causadores da crise do sistema integrado e suas consequências
    no cotidiano dos seus usuários; avaliar o impacto da crise da mobilidade da população
    que depende do sistema integrado de transporte coletivo da Grande Aracaju; verificar a
    relação entre a urbanização e a oferta do transporte público na região da Grande Aracaju
    sob a luz do plano de mobilidade urbana dos municípios envolvidos e; analisar sob o
    ponto de vista da geografia regional as potencialidades e perspectivas de implantação de
    um plano de mobilidade metropolitano. Este trabalho poderá contribuir para os gestores
    públicos e privados (empresários do setor) na identificação dos nós que dificultam o
    bom andamento do sistema e assim desenvolver políticas públicas e privadas para sua
    melhoria, assim como na identificação da complexidade da mobilidade urbana dessa
    região para melhor empreender políticas corretivas melhorando a mobilidade da
    população.

  • GENIVÂNIA MARIA DA SILVA
  • O (DES) MASCARAMENTO DO DESENVOLVIMENTO LOCAL/SUSTENTÁVEL NO (DES) ENVOLVIMENTO DAS INDÚSTRIAS DE CERÂMICA VERMELHA E OLARIAS NO ESTADO DE SERGIPE
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Aug 30, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • Como corolário das transformações implementadas pelo processo de restruturação produtiva e
    descentralização econômica, política e social no contexto de mundialização do capital, foi
    estruturado no Brasil nas últimas décadas do século XX, um novo modelo de desenvolvimento
    endógeno embasado na ideologia localista. O local passa a ser a nova escala de concentração de
    capitais, se apresenta como a saída para o capital remediar sua crise estrutural. As políticas locais
    passam a ser valorizadas pelo Estado neoliberal, o qual transfere para os atores locais o
    protagonismo de promoverem o desenvolvimento econômico e social a partir de estratégias
    empreendedoras que valorizem a cultura, as potencialidades do território e apresentem conotação
    sustentável. Neste contexto se revitaliza a atenção sobre os estudos dos Arranjos produtivos Locais,
    entendidos como catalisadores do desenvolvimento, uma “nova” proposta para organizar a produção
    econômica de um território, oportunizar emprego, renda e trabalho. A presença de olarias e de
    cerâmicas vermelhas em vários municípios do território sergipano tem despertado a atenção do
    Governo do Estado que embasado no desenvolvimento local/sustentável, passou a apoiar a junção
    destas indústrias em aglomerados produtivos, entendido como estratégia para dinamizar a economia
    do território, promover o desenvolvimento social, etc. Como os interesses do Estado imiscuir-se com
    os dos capital, o discurso do “novo” Desenvolvimento se traduz em mais uma forma dissimulada
    para assegurar a apropriação de novos territórios/espaços, exploração da força de trabalho e produção
    da natureza a serviço da acumulação do capital nesta atividade produtiva. Dessa forma, a presente
    pesquisa analisa o (des) envolvimento das indústrias de cerâmicas vermelhas e olarias no território
    sergipano sob a égide do discurso do desenvolvimento sustentável/local e seus rebatimentos na
    apropriação da natureza, do trabalho e do território a serviço da reprodução do capital. O estudo
    reconhece a necessidade de desmascarar esta ideologia do desenvolvimento que constrói uma
    sociabilidade de relações harmoniosas e autônomas entre os atores locais na promoção do
    desenvolvimento econômico e social, bem como na geração de emprego e trabalho e na produção
    sustentável das cerâmicas vermelhas e olarias, quando em essência serve para deslegitimar a
    produção desigual e contraditória do território, atribuindo-lhe conotação passiva entre os atores
    locais, ou seja, abstrai-se o conflito capital/trabalho, as relações de poder avivadas no local. O estudo
    foi realizado em uma pesquisa qualitativa através de referências bibliográficas e trabalho de campo
    que esteve alicerçado nos pressupostos do materialismo dialético e permitiu desnudar a
    incongruência do desenvolvimento local/sustentável nas aglomerações produtivas de cerâmica
    vermelha em uma sociedade capitalista fundada na desigualdade substantiva, bem como revelou os
    desdobramentos desse arranjo socioeconômico na produção do espaço e na intensificação do
    controle da natureza e do trabalho pelo capital.

  • JOSÉ LIMA DE REZENDE
  • ANÁLISE DO ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DAS CARROCERIAS DE CAMINHÕES NO MUNICÍPIO DE ITABAIANA/SE
  • Advisor : SONIA DE SOUZA MENDONCA MENEZES
  • Data: Aug 30, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • No atual mercado competitivo, reflexo do sistema capitalista, presenciamos a visão de que as empresas multinacionais são as responsáveis pelo desenvolvimento econômico de cidades e regiões devido ao seu forte capital financeiro e capacidade de absorção de mão-de-obra. Diantedessa realidade, encontramos teorias que afirmam a importância das atividades desenvolvidas no âmbito local, fortalecidas por suas potencialidades e alicerçadas pelas relações sociais dos atores, e que emergem como uma alternativa ao desenvolvimento vertical. Para estimular as atividades realizadas no território como uma estratégia de reprodução social e econômica que vai de encontro a lógica da atração de empresas multinacionais e transnacionais, conceitos, teorias estão sendo formuladas e reformuladas, e apontam a força das iniciativas locais como uma alternativa para o desenvolvimento territorial ancorada nas potencialidades, uma tendência construída a partir da difusão das pequenas e médias empresas na região Terceira Itália. Nas políticas de desenvolvimento territorial o papel das Micro e das Pequenas Empresas (MPEs) é relevante por incrementarem os fluxos econômicos em áreas onde inexiste a presença de indústrias ou corporações de grande porte, proporcionando um processo de crescimento econômico endógeno fortalecendo as relações econômicas horizontais que, em alguns casos, estão pautadas em tradições locais.Dentre os conceitos que emergem a partir da perspectiva do desenvolvimento lugar estão os Arranjos Produtivos Locais (APL), conformados por aglomerados produtivos de empresas que apresentam segmentos de atividades em comum e que contam como suas principais estratégias de crescimento o compartilhamento do conhecimento entre os grupos e apresenta características de competição e cooperação. A presente dissertação tem por objetivo analisar a configuração espacial do APL das carrocerias de caminhões no município de Itabaiana/SE e o rebatimento na economia do município.Para o cumprimento desses e de outros objetivos foram realizadas leitura da literatura, além de trabalhos de campo com aplicação de questionários e realização de entrevistas com atores ligados à temática.O presente Arranjo Produtivo conta com um total de 66 empresas voltadas a manutenção e fornecimento de equipamentos para os caminhões, desse total 16 são voltadas a fabricação de carrocerias, o destino da produção extrapola a fronteira estadual atingindo a escala regional. As empresas estão vinculadas aos grupos familiares e transmitidas às novas gerações que possibilitam das atividades. O APL das carrocerias de caminhões apresentaalém da troca de experiência e informações entre os atores envolvidos, a ajuda mutua entre os proprietários das empresas, entretanto, embora sejam reconhecidos como um APL em Sergipe, não contam com o apoio do poder público para incentivar e promover o desenvolvimento das atividades.

  • ERIKA MARIA DE OLIVEIRA
  • OS PARQUES EÓLICOS NA BAHIA: DO SENTIDO DE NATUREZA À PRODUÇÃO DO ESPAÇO
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Aug 30, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • O presente estudo analisa a política de implantação de parques eólicos no semiárido do
    estado da Bahia, atenta para a perspectiva escalar, concernente aos propósitos, tomadas
    de decisões e rebatimentos da referida política. Busca-se explicar como se consolida a
    política energética pela via dos parques eólicos e como se estabelece a relação sociedade
    natureza, tendo em vista o usufruto dessa última como fonte energética renovável, de
    baixo custo, voltada para a comunidade local e/ou ainda como matéria prima para
    geração de mais valia. Nas últimas décadas os questionamentos sobre o futuro do
    planeta estão cada vez mais evidentes. As preocupações com o meio ambiente têm
    levantado discussões acerca do uso dos recursos naturais de forma sustentável. Dentro
    desse contexto o desenvolvimento industrial e tecnológico exigiu um aumento da
    demanda da produção de energia no mundo, fazendo com que o uso das fontes
    alternativas de energia para geração de eletricidade ganhasse prestígio,
    fundamentalmente pelo discurso de energias limpas e renováveis associado ao discurso
    da crise ambiental e da necessidade de promover o desenvolvimento de forma
    sustentável. Essas ideias vêm se disseminando no mundo, com propostas que, muitas
    vezes, analisam apenas a questão ambiental fora das relações sociais, fundamentadas na
    mudança do modo de vida das pessoas, ou seja, a possibilidade de mudança passa a ser
    dirigida pelo viés de uma educação ambiental, camuflando a lógica do modo capitalista
    de produção e a relação de exploração e sobre-exploração que este estabelece na
    apropriação da natureza, concedendo a ela um valor de troca e transformando-a em
    mercadoria para geração de lucro. Nessa direção, o uso dos ventos para geração de
    energia elétrica tem ocasionado o aumento da implantação de parques eólicos por todo
    o mundo. Nesse caminho, essa pesquisa trata de como a política se
    espacializa, altera as relações de produção e sociais e repercute na vida dos moradores
    das áreas ocupadas pelos empreendimentos.

  • GENIVÂNIA MARIA DA SILVA
  • O (DES) MASCARAMENTO DO DESENVOLVIMENTO LOCAL/SUSTENTÁVEL NO (DES) ENVOLVIMENTO DAS INDÚSTRIAS DE CERÂMICA VERMELHA E OLARIAS NO ESTADO DE SERGIPE
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Aug 30, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • Como corolário das transformações implementadas pelo processo de restruturação produtiva e
    descentralização econômica, política e social no contexto de mundialização do capital, foi
    estruturado no Brasil nas últimas décadas do século XX, um novo modelo de desenvolvimento
    endógeno embasado na ideologia localista. O local passa a ser a nova escala de concentração de
    capitais, se apresenta como a saída para o capital remediar sua crise estrutural. As políticas locais
    passam a ser valorizadas pelo Estado neoliberal, o qual transfere para os atores locais o
    protagonismo de promoverem o desenvolvimento econômico e social a partir de estratégias
    empreendedoras que valorizem a cultura, as potencialidades do território e apresentem conotação
    sustentável. Neste contexto se revitaliza a atenção sobre os estudos dos Arranjos produtivos Locais,
    entendidos como catalisadores do desenvolvimento, uma “nova” proposta para organizar a produção
    econômica de um território, oportunizar emprego, renda e trabalho. A presença de olarias e de
    cerâmicas vermelhas em vários municípios do território sergipano tem despertado a atenção do
    Governo do Estado que embasado no desenvolvimento local/sustentável, passou a apoiar a junção
    destas indústrias em aglomerados produtivos, entendido como estratégia para dinamizar a economia
    do território, promover o desenvolvimento social, etc. Como os interesses do Estado imiscuir-se com
    os dos capital, o discurso do “novo” Desenvolvimento se traduz em mais uma forma dissimulada
    para assegurar a apropriação de novos territórios/espaços, exploração da força de trabalho e produção
    da natureza a serviço da acumulação do capital nesta atividade produtiva. Dessa forma, a presente
    pesquisa analisa o (des) envolvimento das indústrias de cerâmicas vermelhas e olarias no território
    sergipano sob a égide do discurso do desenvolvimento sustentável/local e seus rebatimentos na
    apropriação da natureza, do trabalho e do território a serviço da reprodução do capital. O estudo
    reconhece a necessidade de desmascarar esta ideologia do desenvolvimento que constrói uma
    sociabilidade de relações harmoniosas e autônomas entre os atores locais na promoção do
    desenvolvimento econômico e social, bem como na geração de emprego e trabalho e na produção
    sustentável das cerâmicas vermelhas e olarias, quando em essência serve para deslegitimar a
    produção desigual e contraditória do território, atribuindo-lhe conotação passiva entre os atores
    locais, ou seja, abstrai-se o conflito capital/trabalho, as relações de poder avivadas no local. O estudo
    foi realizado em uma pesquisa qualitativa através de referências bibliográficas e trabalho de campo
    que esteve alicerçado nos pressupostos do materialismo dialético e permitiu desnudar a
    incongruência do desenvolvimento local/sustentável nas aglomerações produtivas de cerâmica
    vermelha em uma sociedade capitalista fundada na desigualdade substantiva, bem como revelou os
    desdobramentos desse arranjo socioeconômico na produção do espaço e na intensificação do
    controle da natureza e do trabalho pelo capital..

  • JOSÉ EDSON OLIVEIRA SIQUEIRA
  • FINANCEIRIZAÇÃO DA ECONOMIA E CAPITAL IMOBILIÁRIO NO ESPAÇO AGRÁRIO DA COLÔNIA TREZE-LAGARTO/SE.
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Aug 30, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • As crises porque passa o capitalismo contemporâneo revela sua face contraditória que se faz em
    meio a sua própria condição de existência como sistema que se reproduz através da acumulação de
    riqueza. Pensar em crise advinda da superacumulação ou do excedente de capital é compreender
    que existem contradições fortemente enraizadas no seio do próprio modelo criado. A crise
    econômica ocorrida nos Estados Unidos no ano de 2008 afetou o setor imobiliário, suscitando
    novos interesses entre os distintos agentes do capital na era da financeirização da economia -
    capital financeiro. Constata-se a partir de então que a política habitacional assume papel
    importante na captação de novos espaços e, consequentemente, de lucro para sanar os impactos
    da crise. Nesse contexto o meio rural do Povoado Colônia Treze, situado no município de Lagarto,
    estado de Sergipe, tem recebido projetos habitacionais para beneficiar a população de baixa renda
    pelo Programa de Arrendamento Residencial através da ação do Estado. O uso social da terra tem
    recebido novos contornos, o que influi no uso social da terra agrícola e no seu valor de troca. Tem-
    se a configuração de novos rearranjos espaciais na região a partir da supressão dos hábitos rurais e
    a entrada de equipamentos urbanos, como necessidade dos órgãos supranacionais com a chamada
    financeirização da economia. A estrutura fundiária e o uso da terra no Brasil tem se pautado como
    componentes estruturais da desigual distinção de classes sociais e configura os interesses dos
    proprietários dos meios de produção como instrumento de controle socioterritorial e manutenção
    do sistema econômico, tendo como aporte a máquina estatal. Atualmente as investidas do capital
    aproximam campo e cidade, como forma de garantir sua reprodução ampliada a partir da
    metamorfose nos espaços rurais, síntese da mudança no uso do solo. A presente investigação
    pretende refletir sobre os impactos da crise de 2008, através das atuais políticas públicas de
    habitação; analisar como tais políticas remodelam o espaço da referida Colônia e como afetam o
    uso social da terra. Para o cumprimento desses e de outros objetivos foram realizadas leitura da
    literatura especializada sobre o estado da arte, associados à leitura crítica da realidade empírica do
    município de Lagarto; entrevistas; registro fotográfico da/na área de estudo. A coleta de dados
    quantitativos fez-se junto ao IBGE, Ministério do Trabalho e Ministério da Agricultura, na Secretaria
    Municipal de Saúde e na Coopertreze (Cooperativa Mista dos Agricultores do Treze).Percebe-se que
    a política habitacional, símbolo do capital financeiro em meio a crise, tem causado mudanças na
    estrutura organizacional do lugar: mudança na legislação municipal – criação da área de expansão
    urbana - para atendimento aos ditames do capital fictício imobiliário; valorização fundiária; maior
    poder de atuação dos órgãos financiadores - bancos; alteração no perfil do trabalho das pessoas,
    menor ligação com a terra agrícola e maior dependência do setor secundário e terciário.

  • LEIDE MARIA REIS DOS SANTOS
  • ESTADO E DESENVOLVIMENTO: UMA ANÁLISE DOS MERCADOS INSTITUCIONAIS E DO PROGRAMA NACIONAL DE HABITAÇÃO RURAL EM ALAGOAS E SERGIPE
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Aug 30, 2016
  • Tese
  • Show resume
  • No Brasil, além dos fatores externos a partir da mundialização do capital, o enfoque dos problemas
    estaria nos gargalos históricos e conjunturais que impedem o desenvolvimento de forma homogênea.
    Daí a urgência por políticas sólidas e articuladas que mudem o contexto vigente. Entretanto, é sabido
    que existe um grande paradoxo quando se discute desenvolvimento, mas não se dilui a estrutura
    política que propicia a permanência e ampliação dos privilégios da elite e, consequentemente, do
    poder. Então como vencer esse contrassenso, em que a qualidade de vida é um privilégio de alguns e
    uma realidade tão distante de milhares? Urge refletir, de fato, sobre os caminhos para o real
    desenvolvimento. Nesse sentido, o presente estudo constitui uma investigação científica qualitativa
    norteada pelo método empírico-analítico, por entender que os eventos só podem ser apreendidos a
    partir da análise dos fatores desencadeantes no espaço-temporal, somando-se ao trabalho de campo
    realizado junto aos atores sociais. O estudo teve como objetivo analisar a relação entre Estado e
    desenvolvimento considerando os interesses do poder externo e interno, bem como analisou as
    políticas públicas de governo voltadas ao espaço rural, observando seus efeitos e o arranjo
    institucional. Os programas de Aquisição de Alimentos (PAA), Alimentação Escolar (PNAE), e de
    Habitação Rural (PNHR) foram analisados nos estados de Alagoas e Sergipe partindo do pressuposto
    que as políticas sociais além de serem importantes para a geração de renda e para a redução do êxodo
    rural, também possibilitam a união da família nas atividades laborais, tornando-se, assim, relevante
    discutir a agricultura familiar na perspectiva das políticas públicas. Para tanto, a literatura clássica e a
    abordagem contemporânea foram utilizadas visando compreender as diversas intenções e práticas
    políticas que, atreladas ao sistema do capital, fragilizam as tentativas de desenvolvimento nos países
    socialmente atrasados. E nesse contexto, a Geografia exerce um papel importante por extrair a
    essência dos discursos e dos aspectos paisagísticos, contribuindo para a construção do pensamento
    crítico e atuante frente aos problemas. Assim, a temática sobre o Estado e o desenvolvimento está no
    cerne da análise, entendendo que a desigualdade socioespacial é inerente ao sistema capitalista e
    reflete a diversidade de interesses no espaço geográfico. Dessa forma, não se pode pensar o rural ou
    almejar que o país se desenvolva sem a articulação de políticas públicas. Conclui-se, portanto, que a
    renda e o domicílio são duas condições importantes para o agricultor permanecer no campo, mas a
    autonomia do mesmo está vinculada a comercialização, e nesse sentido, capacitar os agricultores e
    fortalecer as cooperativas são dois caminhos para que o desenvolvimento rural seja possível.

  • RICARDO SANTOS DE ALMEIDA
  • AGRONEGÓGIO CANAVIEIRO EM ALAGOAS: CONTROLE DO TERRITÓRIO E LUTA POR TERRA
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Aug 30, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • Essa pesquisa explica a produção do espaço rural alagoano a partir da ocupação e uso da
    terra pelo agronegócio canavieiro. Considera-se que a atividade econômica agroindustrial é
    alimentada pelos privilégios do grupo social que controla a política, expondo, dessa forma,
    os tentáculos políticos dessa atividade econômica no estado. A relação entre o sistema
    econômico do engenho de açúcar (aqui considerado na sua relação com o sistema político) e
    o processo de reestruturação produtiva realizado desde as duas últimas décadas do século
    XX, vem explicar por que a atividade canavieira em Alagoas se mantém e sua relação com a
    continuidade da pobreza, que é visualizada cotidianamente na paisagem. Ao mesmo tempo,
    quais as estratégias encontradas pelos trabalhadores rurais sem acesso á terra para se
    reproduzirem socialmente. As resistências de movimentos sociais existentes no território nos
    municípios Junqueiro, Campo Alegre e Teotônio Vilela, reafirmam a luta no campo em
    terrenos de usinas ou de grupos empresariais canavieiros. Nessa direção, a pesquisa mostra a
    inevitabilidade de interpretar o processo e as heranças históricas para desvendar os
    rebatimentos da reestruturação produtiva do agronegócio na vida da população camponesa.
    A sujeição da terra ao capital nessa realidade é um quadro viabilizado por ações políticas e
    econômicas que demarcam o estado de Alagoas. Neste sentido, a reestruturação produtiva na
    atividade canavieira traduz-se no fortalecimento do agronegócio reafirmando a permanência
    da base oligárquica rural que há séculos exerce seu poderio sobre o território alagoano.

  • RICARDO SANTOS DE ALMEIDA
  • AGRONEGÓGIO CANAVIEIRO EM ALAGOAS: CONTROLE DO TERRITÓRIO E LUTA POR TERRA
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Aug 30, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • Essa pesquisa explica a produção do espaço rural alagoano a partir da ocupação e uso da
    terra pelo agronegócio canavieiro. Considera-se que a atividade econômica agroindustrial é
    alimentada pelos privilégios do grupo social que controla a política, expondo, dessa forma,
    os tentáculos políticos dessa atividade econômica no estado. A relação entre o sistema
    econômico do engenho de açúcar (aqui considerado na sua relação com o sistema político) e
    o processo de reestruturação produtiva realizado desde as duas últimas décadas do século
    XX, vem explicar por que a atividade canavieira em Alagoas se mantém e sua relação com a
    continuidade da pobreza, que é visualizada cotidianamente na paisagem. Ao mesmo tempo,
    quais as estratégias encontradas pelos trabalhadores rurais sem acesso á terra para se
    reproduzirem socialmente. As resistências de movimentos sociais existentes no território nos
    municípios Junqueiro, Campo Alegre e Teotônio Vilela, reafirmam a luta no campo em
    terrenos de usinas ou de grupos empresariais canavieiros. Nessa direção, a pesquisa mostra a
    inevitabilidade de interpretar o processo e as heranças históricas para desvendar os
    rebatimentos da reestruturação produtiva do agronegócio na vida da população camponesa.
    A sujeição da terra ao capital nessa realidade é um quadro viabilizado por ações políticas e
    econômicas que demarcam o estado de Alagoas. Neste sentido, a reestruturação produtiva na
    atividade canavieira traduz-se no fortalecimento do agronegócio reafirmando a permanência
    da base oligárquica rural que há séculos exerce seu poderio sobre o território alagoano.

  • ALESSANDRA MAGDA DOS SANTOS DE SOUZA
  • CONDOMÍNIOS HORIZONTAIS EXCLUSIVOS E A DINÂMICA SOCIOESPACIAL NA REGIÃO METROPOLITANA DE ARACAJU (SE)
  • Data: Aug 23, 2016
  • Tese
  • Show resume
  • Os condomínios horizontais exclusivos (CHE’s) são, na atualidade, motivo de discussão pelo que representam e significam no espaço urbano-regional das cidades contemporâneas. Recortados fisicamente no espaço, os condomínios são considerados como novas formas de segregação socioespacial. No Litoral Metropolitano de Aracaju (LMA), o caráter híbrido do fenômeno, pelo confluir do morar e do veranear, do velho e do novo, do urbano e do rural, do público e do privado, dá o tom da complexidade deste objeto geográfico. A presente tese baseia-se na discussão que esses novos habitats urbanos configuram-se como um elemento que atua diretamente na reconfiguração do espaço urbano-regional em questão e que se constitui como uma das feições da urbanização difusa que se desenha nas últimas décadas. No processo de investigação da pesquisa foram utilizados os seguintes procedimentos metodológicos: levantamento e leitura da produção bibliográfica referente ao tema proposto para pesquisa; coleta e organização dos dados secundários: pesquisa documental, cartográfica e estatística; análise de EIA – RIMAS e Planos Diretores, assim como visitas ao site de incorporadoras afim de observar como estas atuam na promoção dos produtos imobiliários; observação e registro fotográfico in lócus; realização de entrevistas aos condôminos; elaboração de material cartográfico; análise e interpretação dos dados. Para que a explicação da realidade a que este trabalho se propôs fosse possível, partiu-se do princípio do movimento e da totalidade geográfica pela compreensão de que os processos adquirem significado quando tomam forma, a forma-conteúdo. A abordagem se fez de forma mais qualitativa com foco na explicação dos processos que caracterizam o fenômeno dos CHE’s. A presente tese teve por objetivo analisar a dinâmica socioespacial do LMA com enfoque nos condomínios horizontais exclusivos. Buscou-se explicar a gênese, o significado, as intencionalidades e os desdobramentos socioespaciais desta forma de segregação e produto imobiliário específico dentro do contexto urbano regional. O poder público, o mercado imobiliário e os condôminos representam a força que atuam mais diretamente na expansão e proliferação de residências para primeira ou segunda residência nessa forma de habitate assentamento no litoral ou no campo do LMA. Identificou-se dois momentos do fenômeno dos CHE’s no LMA. Primeiro, na década de 1990, com o surgimento e a expansão dos condomínios de praia no setor costeiro da Zona de Expansão de Aracaju pela participação do capital imobiliário local. E posteriormente, no início do século XXI, e ainda em processo de expansão, o mercado imobiliário regional, nacional e internacional passa a atuar em setores específicos do litoral metropolitano, no setor praiano da Barra dos Coqueiros e na zona rural do município de São Cristóvão com o lançamento de condomínios com formas e conteúdos mais complexos diante da gama de atividades e serviços que estes dispõem. A localização destes empreendimentos próximos a importantes eixos estruturantes implantados pelo poder público, como a ponte Construtor João Alves, a BR 235, agora duplicada, e as rodovias estaduais SE 100 e SE 050, faz do fenômeno um vetor na (re)estruturação dos espaços dispersos e desconectados do núcleo urbano da capital. Os promotores imobiliários,representantes do capital local, regional, nacional e internacional, desempenham papel crucial na venda e comercialização deste produto imobiliário que se torna cada vez mais um sonho de consumo e um símbolo da autorrealização das camadas solváveis da população. O olhar dos condôminos elucidou as mudanças nas práticas socioespaciais que o morar e o veranear nestes espaços residenciais fechados tem implantado no litoral metropolitano e ajuda a explicar a autossegregação que se processa.

  • OZÉAS PÉRICLES SILVA DAMASCENO
  • A Influência da barragem Dionísio de Araújo Machado no uso e ocupação do solo de seu entorno
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Aug 16, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • A construção de barragem no Brasil está ligada às políticas assistencialistas dos múltiplos benefícios relacionados aos recursos naturais para população com vistas a minimizar os impactos da seca, objetivando o controle governamental do território através da exploração hídrica. No Nordeste, as construções das primeiras barragens foram voltadas, principalmente, para a apropriação dos recursos naturais no combate à seca, vislumbrando a irrigação no abastecimento dos núcleos populacionais e na continência dos processos migratórios para as regiões metropolitanas do país. Com base nessas premissas, a presente pesquisa tem o objetivo de analisar a influência da barragem Dionísio de Araújo Machado no uso e ocupação do solo de seu entorno, no período de 1983 a 2015. Para o cumprimento desse e de outros objetivos específicos delineados foram adotados procedimentos metodológicos distintos, associados a diferentes etapas. A criação da referida barragem se deu com o investimento de políticas públicas voltadas para a irrigação agrícola, a fim de amenizar os possíveis impactos socioambientais provocados nos períodos de estiagens prolongadas. Assim, o Projeto Perímetro Irrigado do Piauí executado pela COHIDRO intensificou na área o uso e ocupação do solo, muito embora não houvesse essa mesma intenção por parte do Estado em estimular o processo migratório no território específico da barragem que tinha sido construída com outra finalidade. Neste sentido, constatou-se que a construção da barragem acabou por atrair durante mais de três décadas uma leva da população de baixo poder aquisitivo, em sua maioria, da cidade de Lagarto, além de outros provenientes de diversas cidades sergipanas e estados vizinhos de Alagoas e Bahia. A ocupação, portanto, ocorreu de forma irregular, não tendo os moradores, até o presente momento, um título formal de propriedade da terra, apesar de alguns poucos já pleitearem na justiça comum estadual o domínio de propriedade pelo tempo de posse e ocupação, mesmo sabendo que é um bem de domínio público. Conclui-se, entretanto, que a área do entorno da barragem atende a diversas finalidades quanto ao uso e ocupação, servindo como moradia de primeira e segunda residências, turismo e lazer, pesca, criação de animais e outras categorias de uso.

  • FELIPPE PESSOA DE MELO
  • RISCO AMBIENTAL E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO EM GARANHUNS/PE
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Aug 9, 2016
  • Tese
  • Show resume
  • O presente trabalho tem como objetivo analisar os riscos geoambientais e suas

    relações com o ordenamento territorial em Garanhuns - PE. A área em questão, com

    o transcorrer das décadas, passou por intrínsecas transformações na sua dinâmica

    socioespacial e ambiental, tendo como divisor de águas a política nacional de

    erradicação do café em áreas consideradas com baixa produtividade, implantada

    pelo então Instituto Brasileiro do Café (IBC) em 1965. A ruptura do modelo de

    produção do campo de agrícola para pecuarista, desencadeou dois fenômenos de

    imediato e em duas frentes. No campo, estimulou a remoção das coberturas

    vegetais remanescentes para maximização dos pastos, logo o modelo implantado foi

    pecuarista (leiteiro/extensivo), o que também causou deslocamento de contingentes

    populacionais para zona urbana, já que a mão de obra do agricultor foi substituída

    pela do vaqueiro. Na poligonal urbana e suas adjacências ocorreu um incremento

    populacional abrupto, com ênfase para os limites periurbanos em sua maioria

    situados nas encostas dos vales, os quais apresentam uma elevada amplitude

    topográfica e uma suscetibilidade natural a movimentos de massas. A tríade

    ordenamento territorial, fugaz ruptura do modelo econômico e acelerada

    maximização do perímetro urbano, configurou um cenário geoambiental

    desequilibrado, o qual coloca em risco a população, principalmente os habitantes

    que estão assentados nas encostas e fundos de vales. Para subsidiar a análise,

    interpretação e confecção dos produtos cartográficos pertinentes à temática, a

    presente pesquisa além de realizar um levantamento do estado da arte para

    problemática supracitada, foi subsidiada pelas geotecnologias do sensoriamento

    remoto e sistemas de informações geográficas (SIGs), usando uma diversificada

    base de dados geoespaciais. Ciente de que os procedimentos geoestatísticos são

    de suma importância para a interpolação das informações em um banco de dados

    (BD), optou-se por utilizar a krigagem devido suas características possibilísticas, ou

    seja, os valores máximos e mínimos adicionados no BD são extrapolados,

    operacionalizando o procedimento de estimativa de possíveis realidades futuras e

    pretéritas, e de reconstituição de cenários atuais.

  • DANIELLA PEREIRA DE SOUZA SILVA
  • "ARRUANDO" VEJO HOMENS, RIO, PEDRA & CAL: ADES-RE-PATRIMONIALIZAÇÃO DO SÍTIO HISTÓRICO TOMBADO DE PENEDO-AL.
  • Advisor : MARIA AUGUSTA MUNDIM VARGAS
  • Data: Jul 25, 2016
  • Tese
  • Show resume
  • A patrimonialização entendida como processo de ressignificação dos lugares tem criado conflitos como consequência da sua territorialização em territórios preexistentes, forçando um encontro entre cultura, hábitos, modos e estilos de vida consolidados e singulares, e o competitivo mercado turístico das cidades-patrimônio. O presente estudo pretendeu compreender como a patrimonialização é processada institucionalmente ecomo é percebida cotidianamente pela população dos sítios históricos tombados considerando a sua relação com os agentes da patrimonialização e a paisagem cultural. Selecionamos o município de Penedo, localizado na região do Baixo São Francisco alagoano, por ser tombado a nível federal, estadual e municipal. Como objetivo geral, buscamos entender quais mecanismos, processos, estratégias e conflitos estão na base do processo patrimonializador do sítio histórico tombado de Penedo-AL, explicitando a complexidade das relações travadas entre os agentes externos e internos da patrimonialização e a população daquela área para viabilizá-lo. A pesquisa desenvolveu-se tomando como caminho metodológico a abordagem qualitativa e procurou ater-se a três questões estruturantes: as mudanças e permanências no município de Penedo como fatores contributivos do processo patrimonalizador em suas várias dimensões; as múltiplas percepções da/na paisagem-patrimônio e, a patrimonialização percebida como processo des-re-territorializador. As reflexões em torno destas questões permitiram concluir que o processo de patrimonialização afetaa percepção da paisagem cultural pela população residente bem como pelos empresários/autônomos que “usam” o sítio histórico; que como processo institucional ainda persiste fragilidades nas políticas e nas gestões, no caso de Penedo, nas escalas municipal, estadual e federal.Ademais, a mercantilização dos lugares com vistas à competitividade no setor turístico os conduz a um processo de des-re-patrimonialização que vai se concretizando num continuum baseado na i-mobilidade da população dos sítios históricos tombados, na medida em que novos sentidos estão sendo concebidos e novas funções estabelecidas devido à valorização do patrimônio com a normatização e não pela vivência.

  • GLEISE CAMPOS PINTO SANTANA
  • O CRÉDITO CONSIGNADO NO QUADRO DA APOSENTADORIA RURAL NO CAMPO SERGIPANO
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Jul 7, 2016
  • Tese
  • Show resume
  • Esse estudo analisa a inserção do capital financeiro no campo a partir do crédito consignado destinado aos aposentados rurais. O propósito é avaliar a funcionalidade da aposentadoria rural no contexto atual das relações capitalistas, tendo em vista que o aposentado tem acesso direto ao sistema de crédito que cada vez mais aprisiona a sua renda tornando-o refém do sistema financeiro. A pesquisa reconhece a dinâmica da produção do espaço e destaca a importância de desnudar suas formas de produção diferenciadas. Assim sendo, entende-se que o espaço rural vem sendo incorporado ao sistema sociometabólico do capital, cada vez de forma mais dinâmica, expondo as relações combinadas que favorecem a sua reprodução ampliada. O campo, nesse interim, aparece como o lugar a ser modificado. Toda sorte de investimentos “alternativos” à produção camponesa é sugerido. Destaca-se que, combinadamente à lógica do desenvolvimento rural na atualidade, um propósito de mascaramento da centralidade que a terra continua a exercer para a reprodução social das populações que vivem nessa parcela do espaço, se apresenta como central para o Estado e o capital. Diante disso é que se faz necessário analisar o espaço rural como parte da totalidade, de modo a expor sua dependência em relação ao Estado e ao mercado. Esse Estado aliado do capitalismo,tem colocado os idosos aposentados do espaço rural cada vez mais preso ás amarras da financeirização, uma vez que junto com a conquista da aposentadoria rural assegurada pela Seguridade Social, vem o fetiche do dinheiro fácil do sistema de crédito. Nos limites dessa dependência a aposentadoria rural ganha relevância social e importância econômica no campo brasileiro.

  • MAX CARDOSO SILVA
  • Degradação ambiental e áreas suscetíveis à desertificação antrópica no município sergipano de Nossa Senhora da Glória
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Jul 1, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • A humanidade tem evidenciado significativas mudanças no meio ambiente ocasionando impactos de diferentes naturezas na biosfera. A desertificação por exemplo, constitui um grave problema nos ambientes em que ocorre. No Brasil as áreas suscetíveis a esse processo localizam-se no Sertão nordestino, onde se situa o município sergipano de Nossa Senhora da Glória, objeto deste estudo. A presente pesquisa visou analisar a degradação ambiental e o processo de desertificação antrópica no município sergipano de Nossa Senhora da Glória. Assim, para atingir esse e outros objetivos específicos utilizaram-se diversos procedimentos metodológicos associados a diferentes etapas, destacando-se entre eles o levantamento de dados bibliográficos e de outros documentos que se mostraram úteis para a investigação do objeto, além das atividades de campo. Os resultados desse estudo mostram que no referido município evidencia-se em diferentes localidades do espaço rural a predominância de áreas degradadas e suscetíveis ao processo de desertificação antrópica, ainda em condições reversíveis com aplicação de medidas eficazes de combate ao fenômeno. No que pese as atividades humanas ou antrópicas detectou-se como responsáveis por suas causas imediatas o sobrecultivo, o pastoreio excessivo, o desmatamento e a irrigação inadequada. Além disso, há de se reconhecer outras causas mais profundas diretamente ligadas a pobreza que não deixam outra alternativa aos agricultores a não ser retirar o máximo da terra para satisfazer as suas necessidades imediatas, ainda que comprometendo sua subsistência a longo prazo. Por outro lado, a situação de vulnerabilidade socioeconômica da população sertaneja do município apresentando baixos índices de renda, expectativa de vida, baixa produtividade econômica, concentração de terras e de riqueza em poder de poucos, ainda é agravada pelas secas periódicas que assolam a região semiárida. Disso conclui-se que, toda essa situação repercute no agravamento dos problemas ambientais que para serem transpostos dependem de ações que vão além de políticas setoriais e de orientação remedial.

  • ELIETE FURTADO CECÍLIO E SILVA
  • Campo da Fé: Território e Territorialidades dos peregrinos sergipanos na Jornada Mundial da Juventude: Rio de Janeiro/2013.
  • Advisor : MARIA AUGUSTA MUNDIM VARGAS
  • Data: Jun 22, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • Escolhemos para nosso estudo a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que ocorreu em julho de 2013 no Rio de Janeiro, por possibilitar a análise sobre os territórios e as territorialidades “construídas” pelos peregrinos sergipanos nesse evento. Dessa forma objetivamos: Identificar os territórios sagrados que se fizeram e se desfizeram na JMJ; Apreender as territorialidades do movimento leigo sergipano e sua participação na JMJ, bem como, Compreender o significado e as atitudes dos peregrinos sergipanos antes durante e após a JMJ. A pesquisa configurou-se como qualitativa. Utilizamos de levantamentos documental e fotográfico, diário de campo e entrevistas. Durante a JMJ a fé e a força do cristianismo se materializaram em vários territórios sagrados como o palco central na praia de Copacabana, as catequeses realizadas na parte da manhã e, em múltiplos micro territórios da Feira Vocacional e da ExpoCatólica, onde o sagrado se manifestou. A JMJ foi importante para os peregrinos sergipanos que se mobilizaram, congregaram e construíram redes de amizades. Ela proporcionou a organização de comunidades missionárias em nível local, como em Sergipe, e, o encontro de jovens e comunidade de jovens de várias partes do Brasil e de países de todos os continentes. Os peregrinos sergipanos participaram de várias atividades sociais e culturais como intercâmbios trocas de souvenires e também como turistas religiosos, sem, contudo se afastarem da condição de peregrino. Os peregrinos sergipanos se mantiveram motivados e comprometidos com as ações missionárias tanto que após a JMJ, pudemos acompanhar as atividades por eles desenvolvidas em 2014 e 2015, no Dia Nacional da Juventude. Nesse sentido afirmamos a importância religiosa, social e econômica das práticas e vivências ocorridas durante a JMJ, não somente para os peregrinos sergipanos, mas em também nas escalas regional e mundial.


  • CLAUDIO ROBERTO BRAGHINI
  • GESTÃO TERRITORIAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO LITORAL SERGIPANO.
  • Data: May 31, 2016
  • Tese
  • Show resume
  • As unidades de conservação (UC) são espaços patrimonializados pelo Estado e se inserem na
    dinâmica das transformações territoriais, o que atribui desafios à gestão no sentido da governança
    e de seu papel na resiliência das comunidades locais. Dessa forma, objetivou-se analisar a gestão
    territorial de três UC do litoral sergipano: Reserva Biológica (REBIO) de Santa Isabel, em Pirambu e
    Pacatuba, Área de Proteção Ambiental (APA) Morro do Urubu, em Aracaju, e Reserva Particular do
    Patrimônio Natural (RPPN) do Caju, em Itaporanga D’Ajuda, em termos de avanços e desafios para
    a governança. A gestão desses espaços foi pensada a partir da visão sistêmica com aproximação às
    ideias de Milton Santos, de território em transformação e indissociabilidade entre sistemas de
    objetos e ações. Foram realizadas entrevistas, visitas de campo e questionários. O método de
    Avaliação e Priorização da Gestão de UC (RAPPAM) permitiu diálogos com gestores e análise da
    efetividade da gestão. A governança foi analisada em três níveis: geral; institucional e local.
    Observam-se condicionantes históricos do ambientalismo/conservacionismo sobre sistemas de
    áreas protegidas no mundo, com crescente interface entre financiadores, organizações
    intergovernamentais e não-governamentais, e institucionalização das questões ambientais sob a
    égide da democracia e do desenvolvimento sustentável. As concepções biológicas/ecológicas são
    referenciais à gestão das UC e se direcionam para padrões complexos e gestão para resultados. No
    Litoral de Sergipe a ocupação territorial evidencia o papel do Estado na dinâmica espacial via
    construção de infraestrutura relacionada com turismo e expansão imobiliária. Ao mesmo tempo,
    há comunidades com vulnerabilidade social significativa. REBIO e RPPN apresentam no entorno
    atividades como pesca artesanal, extrativismo, agricultura familiar e criação de gado, enquanto que
    na APA a ocupação urbana avança sobre seus limites. Observa-se governança frágil nas três UC
    vinculadas à efetividade da gestão. A gestão da REBIO tem estrutura organizacional sólida e atua
    na perspectiva de governança, com Conselho Consultivo atuante, e enfrenta conflitos com a
    indefinição legal do polígono e inexistência do Plano de Manejo. Há também relação conflitiva com
    o Projeto TAMAR, imbricada historicamente. A APA não possui Plano de Manejo e exibe fragilidade
    organizacional da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos que afeta a gestão. O Conselho
    inativo gerou insatisfação dos membros diante das transformações do entorno. A RPPN tem Plano
    de Manejo que prevê uma comissão gestora, apresenta autonomia para captação de recursos, mas
    a continuidade das ações depende dos mecanismos da chefia da Embrapa. As ameaças na REBIO
    sinalizam conflitos socioambientais se houver restrição das atividades coercitivamente, o que
    agravaria a vulnerabilidade e afetaria a governança. Na APA a ocupação urbana sugere articulação
    ineficiente entre Estado e Município no ordenamento territorial. As ameaças da RPPN se vinculam
    ao manejo do fogo em propriedades de construtoras, além de grupos extrativistas e visitantes para
    lazer. As UC materializam ideias vinculadas à proteção de natureza, biodiversidade e meio
    ambiente, mas a concepção de produção de natureza sob o viés social, e a perspectiva de
    complexidade, ampliam o entendimento da dinâmica territorial e do papel da gestão na resiliência
    das comunidades socialmente vulneráveis.

  • PAULO ADRIANO SANTOS SILVA
  • TRANSFORMAÇÕES NA ORGANIZAÇÃO PRODUTIVA DA AGRICULTURA CAMPONESA:UM ESTUDO DA PRODUÇÃO DE ABACAXI EM SERGIPE.
  • Advisor : SONIA DE SOUZA MENDONCA MENEZES
  • Data: May 31, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • Impulsionado pelo Estado, o projeto de modernização da agricultura no Brasil estimulou o uso de tecnologias agrícolas, a exemplo da maquinização e da quimificação do campo, para aumentar os níveis de produtividade e de produção agrícola. O uso de tratores, colheitadeiras, agrotóxicos, além da política de extensão rural e, sobretudo da política de distribuição de crédito agrícola, consolidaram a Revolução Verde no nosso país. A modernização da agricultura alterou de forma antagônica, política, ambiental e social, a dinâmica agrária brasileira, protagonizando a edificação do capital industrial e o aumento dos níveis produtivos, bem como uma expressiva migração campo-cidade, intensificada mediante as modificações da estrutura econômica e nas relações de trabalho existentes na zona rural brasileira. A inserção desse novo padrão produtivo também provocou transformações para os camponeses que permaneceram com a posse da terra, que se envolveram, principalmente a partir da criação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – Pronaf, com as cadeias produtivas comerciais. Nessa perspectiva, a presente dissertação busca analisar as transformações e implicações, na organização produtiva da agricultura camponesa, decorrentes do uso de novas tecnologias nas lavouras de abacaxi do Estado de Sergipe. Para alcançarmos os objetivos propostos neste estudo, a presente pesquisa adotou os seguintes procedimentos metodológicos: Levantamento bibliográfico; pesquisa documental; levantamento empírico; sistematização e análise dos dados; reflexão dos resultados. Com base nas premissas, constatadas nesta pesquisa, concluímos que a tentativa do Estado, de inserir os pacotes tecnológicos, profissionalizar o camponês, promover a sua integração com o mercado, para alimentar as cadeias de produção do agronegócio frutícola, provocou transformações na organização produtiva da agricultura camponesa a partir da inserção do cultivo comercial de abacaxi, alicerçado pelos programas de financiamento e o uso de agrotóxicos, que, por conseguinte aniquilou a autonomia camponesa, enfraqueceu a soberania alimentar, além de desagregar a agricultura e o modo de vida tradicional dessas comunidades rurais de Sergipe.

  • JOSÉ NATAN GONÇALVES DA SILVA
  • RECONFIGURAÇÃO DO ESPAÇO RURAL DE PORTO DA FOLHA/SE: INOVAÇÕES SÓCIO-PRODUTIVAS E RURALIDADES
  • Advisor : SONIA DE SOUZA MENDONCA MENEZES
  • Data: May 31, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • A modernização das atividades agrícolas nas unidades produção familiar consiste uma realidade recente na configuração territorial do rural brasileiro e, sobretudo, de setores produtivos do Sertão nordestino. Esse processo foi impulsionado nas últimas décadas devido à formulação e ampliação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento da agricultura familiar. A reorganização dos setores produtivos no campo deve-se ainda a ampliação de atividades não agrícolas prestadoras de serviços desempenhadas por agricultores e/ou trabalhadores liberais. A complexidade do mundo rural torna-se mais significativa, quando se observa a convivência num mesmo espaço de inovações sócio-produtivas e práticas econômicas, sociais e culturais tradicionais, que reforçam a identidade territorial dos grupos sociais do campo, apesar das transformações em curso. Tomando como base o recorte empírico do município de Porto da Folha/SE, esse estudo tem como objetivo compreender a reconfiguração do espaço rural, a partir do avanço de novas ruralidades e da resistência de ruralidades tradicionais. A metodologia aplicada apresenta perfil qualitativo e está fundamentada em pesquisas bibliográficas, levantamento documental e pesquisas de campo a partir do uso das técnicas de observação, reconhecimento prévio da área de estudo, diário de campo, aplicação de entrevistas, registros iconográficos e sistematização de dados e informações. Os resultados da pesquisa apontam para a reconfiguração dos territórios rurais com base na modernização de segmentos e setores produtivos mantidos por agricultores familiares, o avanço de atividades não agrícolas e serviços básicos (educação, saúde e lazer), até recentemente, restritos aos centros urbanos, bem como, o fortalecimento de identidades alicerçadas no território que contribuem para a legitimidade cultural dos grupos sociais. Logo, as análises acerca da dinâmica do espaço rural devem abranger além das relações econômico-produtivistas e organização social e cultural dos sujeitos que vivem no campo.

  • JOÃO LUIZ SANTANA BRAZIL
  • EVENTOS PLUVIAIS EXTREMOS E RISCO DE INUNDAÇÕES NA CIDADE DE ARACAJU/SE
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: May 31, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • O crescimento desordenado das cidades tem causado um contínuo processo de degradação
    ambiental nos centros urbanos, propiciando um cenário para riscos causados pelos fatores
    climáticos. É nesse contexto, que, a partir da década de 70, a cidade de Aracaju cresceu
    consideravelmente. O processo de ocupação de áreas ambientalmente frágeis, por populações
    socialmente vulneráveis, é decisivo para a formação de espaços de riscos, mais expostos a
    eventos pluviais intensos. Esta pesquisa tem como objetivo analisar os eventos pluviais extremos
    nas áreas de risco à inundações a partir do desenvolvimento urbano da cidade de Aracaju/SE.
    Para o alcance dos objetivos propostos fez-se uso de procedimentos distintos, priorizando a
    revisão teórica, abordando teoria e clima urbano, levantamento cartográfico e trabalho em campo
    para evidenciar e registrar as áreas de risco de inundações. A metodologia utilizada permitiu o
    cruzamento das variáveis socioambientais para identificação do nível de risco à inundações. Os
    resultados alcançados nesta pesquisa conduziram para a aceitação de que a chuva é principal
    causa da formação de risco a inundações em Aracaju/SE, mas que advém das imbricações com os
    ritmos da urbanização na cidade. Além disso, o estudo demonstrou ainda que um serviço de
    saneamento adequado, no caso o serviço de drenagem urbana contribui diretamente para a
    melhoria da saúde da população. O risco a inundações pode ser analisado e constatado em
    comparativos dos padrões tipológicos preexistentes em Aracaju em 2004, frente aos atuais
    padrões tipológicos em 2014. A cidade é outra e suas relações também. Assim, os eventos
    pluviais extremos que ocorrem na cidade de Aracaju ocorrem no período de outono e inverno,
    entre os meses de março a julho, e ocasionam a condição de exposição a riscos para a população
    residente, variável conforme seu padrão socioeconômico.

  • HANDRESHA DA ROCHA SANTOS
  • ASPECTOS TAXONÔMICOS DAS FORMAS FAMILIARES DE PRODUÇÃO: um estudo de caso no estado de Sergipe.
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Apr 22, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • A agricultura familiar tradicional é reconhecida por sua potencialidade, sua
    diversificação da produção e suas alternativas para geração de renda. Esse setor familiar
    é sempre lembrado pela importância na absorção de emprego, na produção de alimentos
    e sua inserção aos mercados. O presente estudo teve como objetivo evidenciar a
    categoria ‘agricultura familiar’ tomando como objeto a unidade de produção e suas
    características intrínsecas, tais como a questão da gestão, da estrutura fundiária, bem
    como do perfil familiar. A proposta é analisar a taxonomia em estudos de casos em dois
    municípios sergipanos, que foram definidos a partir de análises e estudos de
    dissertações e teses, de dados do censo agropecuário e do Instituto Brasileiro de
    Geografia e Estatística (IBGE). O recorte espacial escolhido para o desenvolvimento da
    pesquisa foi, por sentimento de pertencimento e realidade vivenciada dos pequenos
    produtores rurais, o município de Japaratuba, localizado na região do Vale do
    Cotinguiba e, também, o de Moita Bonita, localizada no agreste Sergipano. Para tanto,
    foi realizada uma pesquisa de base qualitativa e quantitativa, por meio dos seguintes
    procedimentos: 1 - pesquisa bibliográfica, onde foi realizado um levantamento de
    artigos científicos, dissertações, teses e autores que se correlacionam com a temática
    abordada, permitindo um aprofundamento teórico que norteia o estudo; 2 - análise de
    dados do Censo Agropecuário (2006) os quais serviram como fonte de dados para as
    análises comparativas entre os municípios; 3 - trabalho de campo com realização de
    entrevistas com atores sociais e institucionais; e 4 - aplicação de questionários junto aos
    agricultores. Logo, a análise validou que os municípios pesquisados apresentam
    características diferentes no desenvolvimento da agricultura familiar, em relação à
    gestão, ao tamanho e à renda. Contudo, verificou-se que em Japaratuba e Moita Bonita a
    questão da juventude rural no que tange ao processo de migração continua a ser um
    entrave para o desenvolvimento no campo. Aliado a este processo, a falta de um
    planejamento rural voltado para as políticas públicas, com restrições relacionadas ao
    acesso ao crédito e ao o apoio social, político e econômico dificultam o
    desenvolvimento da agricultura familiar. Foi diagnosticada a importância da inserção
    tecnológica na unidade produtiva, onde é pertinente afirmar que, o tamanho dos
    estabelecimentos não são determinantes no total da produção uma vez que, com a
    inserção tecnológica, é possível otimizar o espaço e obter uma boa produção,
    culminando em ganhos ambientais significativos e na obtenção dos resultados
    econômicos.

  • ADEMÁRIO ALVES DOS SANTOS
  • A FORMAÇÃO TERRITORIAL DA AGROINDUSTRIA CANAVIEIRA: O MODELO SERGIPANO
  • Data: Feb 29, 2016
  • Tese
  • Show resume
  • O presente estudo tem como objetivo analisar a especificidade dos capitas da
    agroindústria açucareira sergipana, levando-se em consideração a atuação do Estado
    brasileiro e a formação das características atuais do território açucareiro sergipano.
    Aliados a este objetivo, emergem outros específicos: entender historicamente o
    desenvolvimento da agroindústria açucareira sergipana e a origem e especificidade dos
    capitais; discutir o papel do Estado, através das políticas públicas, como agente
    principal para o desenvolvimento do setor; identificar as estratégias do setor nos
    momentos de crises a partir da desregulamentação dos anos de 1990 e dos desafios
    enfrentados a partir dos anos 2000; elencar e caracterizar os reflexos das políticas
    públicas para o setor sucroalcooleiro nordestino e particularmente sergipano. O estudo
    do ponto de vista metodológico é basicamente circunscrito nos limites das pesquisas
    quantitativa e qualitativa, na medida em que um mesmo olhar pode conter os dois
    aspectos da abordagem. Considera-se a abordagem histórica onde a atividade canavieira
    emerge como o apoio de política de Estado e se confunde com os reflexos da luta que se
    trava no apossamento das decisões sobre o campo brasileiro, a serviço do capital em
    suas múltiplas funções e visualizadas nas práticas territoriais. Nesse sentido, a pesquisa
    resulta da análise histórica da cana-de-açúcar em Sergipe, permite diagnosticar a
    trajetória, a concentração espacial do cultivo, a concentração da produção industrial.
    Com base nas questões que marcam o setor, verifica-se uma concentração da produção,
    sinalizando uma redução de capitais entre os produtores menos capitalizados e
    tecnificados. Como resultados, as mudanças no circuito produtivo possibilitam os
    deslocamentos de atores envolvidos com a questão sucroalcooleira em Sergipe a outras
    atividades empresariais. O fluxo inverso também é constatado numa migração de
    capitais de outras atividades para o setor, em tempos de crise, para recuperar crédito
    através de operações bancárias; em tempos de lucratividade, como investimento e
    ampliação de oportunidades. No plano regional, a mão benevolente do Estado não
    alcança a todos na mesma proporção, justamente porque aqueles mais capitalizados são
    os alvos dos grandes investimentos. A atividade canavieira com a atuação do IAA
    (Instituto do Açúcar e do Álcool), PROÁLCOOL e, a partir dos anos 90 do século XX,
    com as políticas vinculadas aos Ministérios da Fazenda, do Planejamento e da
    Agricultura, sinaliza a uma política de Estado diferenciada, priorizando os grandes
    conglomerados, em larga expansão. Os anos posteriores são marcados por decisões
    governamentais complexas para o setor: a extinção dos programas de incentivo à
    agroindústria açucareira marca uma nova fase na relação com o Estado. A participação
    do setor público nas políticas açucareiras, no período posterior a 2005, deixa evidente
    um cenário político diferenciado. Como esse setor, historicamente é marcado pela
    regulamentação estatal, as oscilações são comuns e não são apenas nas atividades em si,
    mas também no formato dos discursos frente às pressões aos governos. É nesse
    contexto, que o setor sucroalcooleiro em Sergipe reconhece a crise e reestrutura-se.
    Afinal, nas últimas três décadas, as principais características da agroindústria açucareira
    nacional, definidas no quadro de uma articulação estatal, são visíveis em terras
    sergipanas. A especificidade dos capitais tem garantido parte dessa organização
    territorial, sendo este a síntese do quadro econômico sucroalcooleiro.

  • AVANÍ TEREZINHA GONÇALVES TORRES
  • OS MEANDROS DA POLÍTICA HÍDRICA DO COMITÊ DE BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO: REPRESENTATIVIDADE, EFETIVIDADE E FORMAÇÃO DE HIDROTERRITÓRIOS
  • Advisor : MARCO ANTONIO MITIDIERO JUNIOR
  • Data: Feb 29, 2016
  • Tese
  • Show resume
  • A gestão dos recursos hídricos no mundo se tornou um elemento essencial para a fixação de populações e a geração de riquezas nos territórios, em geral, principalmente a partir do século XX. No Nordeste brasileiro, a convivência com a escassez hídrica faz parte da formação da região desde o descobrimento. O rio de maior importância da região é o Rio São Francisco, também denominado como o rio da “integração nacional”, pois as riquezas produzidas eram escoadas através de seu leito. A partir dos anos 1970, o rio passou a ser utilizado mais intensamente para a produção de energia. Com a formação dos reservatórios, a partir da construção das barragens da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF), ocorreu o deslocamento de milhares de pessoas. No final dos anos 1990, foi formulada a Lei n. 9.443/97, que institui, entre outros aspectos, a gestão territorial das águas por bacia hidrográfica e, consequentemente, os seus instrumentos de gestão, a outorga e a cobrança da água, sob a administração de um comitê formado por representações do Estado, de usuários e da sociedade civil organizada de cada bacia. No ano de 2001, formou-se o Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), composto por 62 membros representantes. Já a cobrança da água nessa bacia só ocorreu a partir do ano de 2010. Parte dos recursos arrecadados vem sendo utilizado para o fortalecimento institucional do CBHSF por meio de campanhas midiáticas e projetos hidroambientais principalmente nas localidades onde residem os representantes do CBHSF, reforçando a imagem política sem uma melhora significativa dos estoques hídricos, ao passo que os montantes arrecadados deveriam promover o aprimoramento da qualidade e quantidade de água do Rio São Francisco. Dessa forma, a gestão não tem sido exercida com eficácia por não coibir a emissão de outorgas, mesmo perante o cenário crítico de escassez hídrica pelo qual passa o rio. Suas águas vêm sendo utilizadas prioritariamente para os usos de produção de energia e irrigação nos perímetros irrigados do agronegócio. Esse cenário potencializa disputas e resistências entre camponeses-ribeirinhos, irrigantes e a CHESF, acirrando a disputa entre capital e trabalho ao ser direcionado o direito do uso da água para os que detém poder, características essas que irão configurar uma formação territorial denominada por Torres (2007), como hidroterritório. A ineficácia da gestão do CBHSF contribui cada vez mais para a formação desses hidroterritórios, apontados pelos estudos espaciais das outorgas emitidas para as regiões fisiográficas do Submédio e Baixo Rio São Francisco, delimitação de estudo desta pesquisa.

  • DANIEL ALMEIDA DA SILVA
  • Nos(dos) Meandros Ambientais: A Natureza das Águas Urbanas em Aracaju
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Feb 29, 2016
  • Tese
  • Show resume
  • A Geografia tem o estudo da espacialidade como premissa básica e escopo, assim, ao
    eleger as águas urbanas – recurso – como o cerne desta tese, procuramos entender a
    formação espacial contraditória da cidade de Aracaju vista sob esse viés. Os processos
    de expansão e transformação urbana proporcionam baixa qualidade de vida a parcelas
    significativas da população. Localizada na faixa litorânea do Estado, há predominância
    do clima quente e úmido, com precipitações concentradas nos meses de março a agosto.
    Neste período há a ocorrência de eventos intensos que geram alagamentos localizados,
    alguns de grande porte, agravados muitas vezes pela condição das marés e afogamento
    dos sistemas de canais. O sistema de drenagem funciona exclusivamente por gravidade
    e muitas áreas não possuem estrutura de macrodrenagem completamente implantada,
    principalmente nas zonas de expansão, fato que vem causando prejuízos à população e
    ações indenizatórias. Observa-se que os serviços urbanos relacionados à gestão das
    águas são executados de forma isolada e há pouca articulação entre os municípios e
    entre as secretarias municipais que compõem os municípios vizinhos a Aracaju. Desse
    modo, este trabalho apresenta como objetivo central explicar o processo de produção do
    espaço urbano da cidade de Aracaju – excetuando a área de expansão – utilizando-se de
    uma análise integrada de sociedade e natureza tendo como viés a discussão da questão
    hídrica. São consideradas duas vias de análise, em que pese: i) avaliação da dimensão
    física, em que se pese entender os processos morfoclimáticos e pedogenéticos e, dessa
    forma, compreender a dinâmica dos componentes ambientais da cidade e; ii) análise da
    dimensão histórica, integrada e conclusiva dos aspectos socioeconômicos, políticos e
    jurídicos sobre as condições hídricas atuais da capital, associando assim o crescimento
    urbano à ocupação de áreas alagadas, inumação e retificação de canais fluviais, o
    (des)acesso quantitativo e qualitativo à água e, por fim, ao descarte dos efluentes.
    Portanto, optou-se por metodologias que respondem, de maneira coerente, as questões
    de pesquisa, são eles: a Fisiologia da Paisagem de Ab’Saber (1969) e a Análise da
    Sócio-Espacialidade (1977) de Santos, além da análise de totalidade embasada pela
    sóciometabolismo do capital de Mészáros (2002). O sítio urbano de Aracaju tem se
    caracterizado por exemplos pluvioerosivos e hidrodinâmicos preocupantes, resultantes
    das derivações processadas pelo homem. Problemas de escoamento são constantes no
    período das chuvas, não existindo estrutura de vazão em relação à quantidade de água
    pluvial que se intensifica em função do crescimento da impermeabilização de
    superfícies e consequentes tendências de disritmias pluviométricas. Em síntese, pode-se
    afirmar que a problemática das águas urbanas em Aracaju reporta-se à crise ambiental,
    aqui qualificada como uma forma particular de manifestação de uma crise global e
    estrutural, ou seja, a crise das sociedades produtoras de mercadorias, que ganha
    contornos especiais na periferia do sistema capitalista. Crise que tem uma dimensão
    global, que pode ser atestada pelo crescente aumento da demanda de água potável e pelo
    caráter crescentemente limitado desse recurso (contradição que lhe tem conferido valor
    econômico estratégico) e também local, uma vez que o padrão de reprodução
    sóciometabólica do capital em curso aprofunda, ao invés de combater, a situação de
    degradação das águas em Aracaju.

  • ANTONIO DE OLIVEIRA COSTA NETO
  • IMPACTOS TERRITORIAIS DOS ASSENTAMENTOS RURAIS NO MUNICÍPIO DE ESPLANADA –BA
  • Advisor : MARCO ANTONIO MITIDIERO JUNIOR
  • Data: Feb 29, 2016
  • Tese
  • Show resume
  • O presente trabalho teve como objetivo analisar os impactos territoriais causados pela
    implantação dos assentamentos rurais no município de Esplanada (BA). Para alcançar
    esse objetivo foi necessário analisar temas relevantes relativos à questão agrária
    brasileira, como a luta pela terra, a estrutura agrária e o papel do governo no processo de
    consolidação dos assentamentos, sobretudo a atuação do Instituto Nacional de
    Colonização e Reforma Agrária (INCRA), principal responsável pela implementação e
    apoio ao desenvolvimento dos assentamentos rurais brasileiros. A luta pela terra em
    Esplanada foi fortemente marcada pela presença de um Frei, que, ao assumir o papel de
    líder dos camponeses, conseguiu influenciar a implantação de cinco assentamentos. A
    estrutura agrária de Esplanada apresenta valores relativos próximos à do Brasil e à da
    Bahia. Esses valores evidenciam alta concentração de terras e má distribuição de áreas
    agriculturáveis, sendo que os latifúndios, além de possuírem os maiores percentuais de
    áreas, continuam a se ampliar. Apesar da implantação dos assentamentos, a alta
    concentração de terras continua. O governo, com uma tímida política de criação de
    assentamentos via desapropriação, não consegue desconcentrar terras. Muitos desses
    assentamentos, como os do município em questão, encontram-se apenas na categoria de
    assentamentos criados, longe de se tornarem consolidados. O INCRA não consegue
    executar seu papel de forma eficaz, tendo forte influência no lento desenvolvimento
    desses assentamentos. Apesar dos problemas enfrentados pelos assentados, os impactos
    territoriais causados pela implantação dos assentamentos são muitos. Os assentados
    melhoraram consideravelmente suas vidas em relação à educação, à moradia, à
    alimentação e à renda. Além disso, os assentamentos também proporcionaram uma nova
    dinâmica socioeconômica ao município. Nesse contexto, são evidentes os impactos
    positivos dos assentamentos na vida dos assentados, que se encontram completamente
    inseridos no desenvolvimento do município.

  • DOUGLAS VIEIRA GÓIS
  • DINÂMICA FITOGEOGRÁFICA E SUSCETIBILIDADE À DESERTIFICAÇÃO NO MUNICÍPIO DE POÇO REDONDO - SE
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Feb 25, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • O semiárido nordestino apresentou historicamente um quadro de exploração excessiva dos recursos naturais. Nesse contexto, atrelado as atividades predatórias exercidas sobre o quadro geoambiental vulnerável desta região surge um processo de degradação ambiental em grande intensidade, denominado desertificação. O processo degradacional supracitado consiste na degradação das terras em áreas áridas, semiáridas e subúmidas secas, advindos de vários fatores, incluindo as variações climáticas e as derivações antropogênicas, resultando em impactos negativos tanto para os domínios ambientais, como para a população por ela afetada. De acordo com o Programa de Ação Estadual de Combate a Desertificação (PAE-SERGIPE), no estado de Sergipe, o território do Alto Sertão Sergipano é uma área afetada pelos processos de desertificação. Nesse sentido, a presente pesquisa objetivou analisar os níveis de suscetibilidade à desertificação no município Poço Redondo, localizado no noroeste do estado de Sergipe, a partir da dinâmica da cobertura vegetal, no período compreendido entre os anos de 1987 a 2014. Para alcançar tal intento, com base na abordagem sistêmica em Geografia, foram utilizados múltiplos procedimentos metodológicos, a saber: revisão bibliográfica; pesquisa documental; elaboração e análise de documentos cartográficos, a partir de técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento; além de trabalhos de campo para análise in loco dos indicadores de desertificação propostos. A degradação física será avaliada a partir dos seguintes indicadores: índice climático, erosividade das chuvas, erodibilidade dos solos e declividade. A degradação efetiva será avaliada através correlação entre os indicadores supracitados correlacionados as derivações antropogênicas e aos resultados do NDVI dos anos de 1987, 2006 e 2014. Portanto, tais indicadores subsidiaram a análise integrada das dimensões social e ambiental, propiciando a elaboração do mapeamento da suscetibilidade ao processo de desertificação, com vistas ao ordenamento ambiental do município estudado. Ademais, pode-se destacar que na área de estudo as principais causas da desertificação são o desmatamento, o sobrepastoreio, o sobrecultivo e a salinização de áreas irrigadas, processos que tornaram as áreas mais suscetíveis a essa modalidade de degradação ambiental.


  • CATIA DOS SANTOS FONTES
  • Dinâmica dos Processos Erosivos em Taludes: desafios e possibilidades do seu controle com uso de geotêxteis
  • Advisor : FRANCISCO SANDRO RODRIGUES HOLANDA
  • Data: Feb 25, 2016
  • Tese
  • Show resume
  • Os problemas de erosão de solo tem se tornado pertinentes em diversas áreas no mundo
    inteiro. Desta forma é frequente a busca por soluções através de técnicas que controlem
    o avanço dos processos erosivos, com destaque para a erosão em taludes fluviais. O
    Baixo São Francisco Sergipano tem sofrido com impactos ocasionados pelas alterações
    na vazão do rio provocadas pelas politicas públicas implantadas nas últimas décadas que
    priorizaram a construção de barramentos para geração de energia. É nesta perspectiva
    que surgiu a necessidade de viabilizar técnicas sustentáveis que possam mitigar a perda
    de solo controlando a erosão com técnicas de engenharia natural, considerando a
    dinâmica geomorfológica daquele ambiente. Deste modo a pesquisa teve como objetivo
    avaliar a dinâmica dos processos erosivos analisando o potencial do trançado de fibras
    naturais na confecção de geotêxteis para recuperação hidroambiental na margem direita
    do baixo curso do Rio São Francisco junto às comunidades de artesãos a partir do uso
    de matéria prima local. Desta forma, a metodologia seguiu as seguintes etapas: primeiro
    todo um levantamento bibliográfico, a segunda corresponde aos trabalhos em campo
    para reconhecimento da área e a análise da paisagem, bem como identificação de fibras
    utilizadas para o desenvolvimento de técnicas de contenção de erosão, seguida da
    instalação de experimento e monitoramento dos paramentos avaliados em campo e
    laboratório e a última etapa constou-se da síntese dos resultados alcançados com a
    realização da pesquisa. O modelo teórico metodológico utilizado na pesquisa foi o GTP
    (Geossistema, Território, Paisagem) proposto por Bertrand (1971), através de
    abordagem sistêmica e integradora na análise da paisagem e da relação sociedade e
    natureza no espaço geográfico. Como resultado a pesquisa apresenta diversos processos
    erosivos nas margens do rio, em consequência da própria dinâmica fluvial em que se
    apresenta o Rio São Francisco pela regularização da vazão a partir da Usina
    Hidroelétrica de Xingó, associada ao desmatamento, ocupação das margens, entre
    outros impactos que são identificados por diversos autores que já realizaram estudos
    nesta área. A partir do experimento em campo observou-se que entre as fibras
    selecionadas na realização dos testes, as de ouricuri e junco mostraram-se mais
    eficientes na contenção de erosão, porém quanto à resistência e durabilidade às
    intempéries climáticas a fibra de taboa liderou, sendo a mais resistente. A pesquisa
    conclui que o uso de fibras naturais a partir da confecção de geotêxteis e aplicação em
    taludes fluviais tornam-se mais uma alternativa como técnicas de contenção de erosão,
    fundamentada nos resultados alcançados através dos testes em campo e laboratório
    realizados em área experimental nas margens do rio. Por fim esta pesquisa apresenta à
    comunidade científica uma grande contribuição à medida que desenvolve, testa e prova
    mais uma técnica para a contenção da erosão em taludes fluviais.

  • CLÊANE OLIVEIRA DOS SANTOS
  • (RE)CONFIGURAÇÕES TERRITORIAIS DA PRODUÇÃO ORGÂNICA DO AGRESTE CENTRAL DE SERGIPE À LUZ DAS POTENCIALIDADES AMBIENTAIS
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Feb 23, 2016
  • Tese
  • Show resume
  • Esta pesquisa objetiva analisar as potencialidades ambientais presentes no processo de realização da agricultura orgânica no Agreste Central Sergipano. Verifica-se que a disseminação da agricultura orgânica em Sergipe está ocorrendo a partir da construção de novos valores de convivência social e ambiental em associação com as mudanças nas práticas de manejo, com base nos princípios da Agroecologia. O recorte espacial desta análise são os municípios de Areia Branca, Itabaiana e Malhador, que fazem parte do território do Agreste Central Sergipano. Para desenvolver essa pesquisa a metodologia deste estudo foi estruturada em três etapas: gabinete, onde se fará pesquisa bibliográfica, visita a órgãos e entidades para coleta de dados secundários e levantamento cartográfico; a etapa campo compreende a observação e reconhecimento da área de estudo, a marcação de pontos de localização, a aplicação de entrevistas semi-estruturadas e o levantamento Fotográfico; a última etapa foi denominada de síntese, uma vez que serão analisados os resultados alcançados nas duas etapas anteriores, confeccionados e analisados os mapas e comprovada ou não a hipótese inicial deste estudo. O modelo teórico-metodológico adotado é o GTP (Geossistema, Território, Paisagem) proposto por Bertrand (2007), pois este legitima a idéia de integração de todos os elementos que compõe o espaço geográfico, contrapondo-se à análise compartimentada, meramente descritiva da relação da sociedade com a natureza. Sendo assim, a metodologia do sistema GTP serve não só para a representação cartográfica das áreas, mas principalmente para a verificação da dinâmica existente na área de estudo, vinculada diretamente as potencialidades ambientais presentes no espaço. Logo, a análise concluiu que os municípios pesquisados apresentam características potenciais que favorecem o desenvolvimento do cultivo orgânico, contudo, também apresentam limitações que contribuem para a desaceleração do crescimento da produção orgânica na área de estudo. Assim, as potencialidades relacionam-se à esfera ambiental, a exemplo do uso dos recursos naturais e à prática de conservação ambiental, e, também, à influência da tradição histórica na produção e comercialização de gêneros alimentícios no Agreste. Já as limitações estão relacionadas às dificuldades encontradas nas esferas social, econômica e política que dificultam o pleno
    desenvolvimento da produção orgânica.


  • DIANA MENDONÇA DE CARVALHO
  • TRAJETÓRIAS DO PRONAF EM SERGIPE: DESENVOLVIMENTO E MUDANÇAS SÓCIO-ESPACIAIS
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Feb 19, 2016
  • Tese
  • Show resume
  • O Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) é hoje um elemento essencial para promover processos de mudanças sócio-espaciais no contexto rural brasileiro. Uma política que se difundiu por quase todo o território brasileiro, sedimentando-se como suporte para a luta contra a pobreza rural. É uma política direcionada aos pequenos agricultores, demarcados pelo Estado como agricultores familiares, visando à promoção do desenvolvimento rural, devido ao caráter empreendedor e potencializador desses atores junto às economias locais. A tese justifica-se pela persistência governamental em manter o programa que está prestes a completar 20 anos; pela importância que o Pronaf passou a apresentar no financiamento da agricultura familiar; e também, pela possibilidade de universalização do crédito entre esses agricultores. Nessa perspectiva, o presente trabalho analisa as mudanças ocorridas no espaço rural sergipano, a partir da implementação do Pronaf. A pesquisa é de caráter analítico-empírico, valorando aspectos qualitativos e quantitativos que refletem informações e conhecimentos da realidade. As contribuições teóricas tiveram caráter plural, agregando aspectos não só geográficos, mas de outras áreas do conhecimento. A fundamentação retoma discussões sobre desenvolvimento rural, agricultura familiar e institucionalismo como segmentos integrados à operacionalização e às consequências sócio-espaciais possibilitadas pelo Pronaf. Ainda no somatório dos procedimentos metodológicos definidos para a realização desse trabalho, pode-se pontuar: a realização de entrevistas com entes institucionais e aplicação de questionários com beneficiários do programa através da análise de três municípios que, por modalidade, tiveram em 2012, o maior número de contratos efetivados: Capela (modalidade A); Itabaianinha (modalidade B); e Carira (modalidade comum). A avaliação de dados colhidos em campo comprova que o Pronaf não é fator determinante para a produção agropecuária em Sergipe, mas é condição essencial para a promoção de mudanças sócio-espaciais em termos de questão fundiária, diversificação produtiva, inserção de elementos do meio técnico-científico-informacional, criação de redes de comercialização e de consumo das mercadorias e reestruturação familiar. O programa persiste agregando mudanças em seus aspectos normativos, com juros subsidiados, articulação com outras políticas, construção de metodologia para efetivação da política (Agroamigo), criação de linhas de financiamento específicas e inserção do agricultor no circuito de mercado. Todavia, sabe-se que, mesmo tornando-se um fundamento para a melhoria da qualidade de vida dos agricultores e para a promoção do desenvolvimento rural, o Pronaf ainda precisa vencer alguns gargalos, sobretudo em relação à questão burocrática e à prestação de assistência técnica e extensão rural. Ainda assim, o Pronaf tem sido um sustentáculo na promoção de mudanças econômico-espaciais, haja vista representar um alicerce para muitos agricultores familiares que estiveram abaixo da linha de pobreza e não teriam possibilidades de acesso a crédito no sistema de financiamento convencional, rompendo, assim, com a exclusão e incitando a capacidade financeira das pequenas unidades produtivas. Nesse tocante, pode-se asseverar que, para Sergipe, o Pronaf, enquanto política de feição social, tem sido incentivador do desenvolvimento rural e local.

  • AMANDA CHRISTINNE NASCIMENTO MARQUES
  • Fronteira Étnica: Tabajara e Comunidades Negras no Processo de Territorialização do Litoral Sul Paraibano
  • Data: Feb 12, 2016
  • Tese
  • Show resume
  • Buscamos analisar o processo de territorialização da microrregião do Litoral Sul paraibano, tomando como especificidade a territorialidade étnica dos Tabajara e das Comunidades Negras do Gurugi e Ipiranga. Esses grupos, em momentos históricos diferentes, estabeleceram relações territoriais e interétnicas que os diferenciam e ao mesmo tempo os aproximam. Partimos de algumas questões de reflexão analítica, entre as quais destacamos: Em uma situação de conflito, tal qual se instala, quais dispositivos legais e que sujeitos, famílias oligárquicas e conflitos estão postos nessa porção territorial? Como povos subalternos utilizam suas estratégias de silenciamento/expressões orais para darem visibilidade a sua espacialidade? Em que medida a mistura étnica se apresenta como fator favorável ou desfavorável num processo de reivindicação territorial? Compreender as dimensões do processo de identificação de grupos indígenas e Quilombolas, denominados grupos resistentes e persistentes, requer uma aproximação de conceitos como território, territorialidade e etnia utilizando autores, dentre os quais Raffestin (1993), Moraes (1984), Souza (2003), Santos (1994) e Haesbaert (2002, 2004). Buscamos reconstruir as situações históricas do Litoral Sul, por meio da utilização de documentosdatados de 1860 que referenciam o processo de contato e territorialidades étnicas (MARQUES, 2009), a exemplo dos relatórios dos presidentes da província e dos documentos de colonização de terras públicas. Também, um levantamento bibliográfico nas Instituições de Ensino Superior (IES) e análise das legislações e Leis que regulamentam e tratam do processo jurídico-politico das terras indígenas e Quilombolas por meio da leitura das constituições brasileiras, dos decretos presidenciais, das convenções e do Estatuto do Índio. Interpretamos as relações de poder historicamente estabelecidas entre os grupos e o Estado, bem como seus modos de vida, com o auxilio da realização de trabalhos de campo. Avaliamos a hipótese de que existem na legislação brasileira, nos processos demarcatórios, nas representações sobre esses grupos e nas práticas de resistência, elementos que garantem a manutenção da subalternidade. Dessa forma, os conflitos territoriais étnicos têm o Estado como agente de manutenção das relações de subalternidade desses grupos. Construímos nossa argumentação por meio das teorias pós-coloniais, com o propósito de estabelecer uma leitura do sul, considerando as análises de autores como Said (2011), Spivak (2003;1994), Hall (2003;2006) e Bhabha (1998). Concluimos que os grupos étnicos situados no Litoral Sul, historicamente, lutam para sair da condição de viver no entre-lugar. O sair da condição de fronteira social significa ter seus direitos garantidos em plenitude. Estar em uma situação de fronteira significa que, mesmo sob uma condição subalterna, faz-se necessário demarcar um espaço social.

  • BRUNA FORTES SANTOS
  • Urbanização e Clima Urbano do bairro Atalaia na cidade de Aracaju/se.
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Feb 3, 2016
  • Dissertação
  • Show resume
  • A referida pesquisa teve como objetivo principal estudar o clima urbano do bairro Atalaia no
    município de Aracaju, mediante o processo de verticalização que está se intensificando na área.
    Configura-se como um bairro que vem registrando expressivo adensamento urbano, fato que se
    reflete no aumento do número de construções e redução da vegetação, dando lugar a superfícies de
    concreto. Essas modificações são parâmetros determinantes dos contrastes térmicos encontrados nas
    metrópoles. Os procedimentos adotados para o desenvolvimento da investigação foram
    aerofotografias e imagens satélites fornecidas pelo INPE e USGS/EROS para a realização do
    mapeamento da evolução da malha urbana do bairro, para a obtenção das imagens termais da área e
    representação e análise do albedo. Com fundamento em bibliografia revisada, foram traçados os
    objetivos, geral e específicos, no sentido de analisar o processo de urbanização do referido bairro e
    suas implicações no comportamento do clima urbano. Para tanto, pretendeu-se avaliar a expansão da
    malha urbana da área em estudo, a retração ou expansão da cobertura vegetal e albedo. Como o
    trabalho buscou analisar os prováveis contrastes térmicos no bairro Atalaia, considerou-se
    representativo trabalhar com os meses mais quentes do ano, janeiro, fevereiro ou março e os meses
    mais frios, julho ou agosto. A escala temporal selecionada pela disponibilidade de dados restringiu-se
    aos anos de 1984-2008-2015, tendo sido adotado como método de análise o Sistema Clima Urbano
    de Monteiro, com foco no canal denominado Conforto Térmico. Foram tratados componentes
    termodinâmicos de forma integradora com a interpretação dos dados obtidos, correlacionando o uso
    do solo, a elevação das temperaturas internas no ambiente urbano a diminuição da cobertura vegetal,
    verificando o quanto a verticalização está influenciando no conforto térmico do bairro. De acordo
    com os dados obtidos, verificamos um aumento da temperatura devido ao aumento da malha urbana,
    diminuição das áreas verdes, o crescimento de edificações verticais e aparecimentos de ilhas de calor
    ao lado de ilhas de frescor. Os resultados da análise do albedo mostram uma correlação entre os
    valores de temperatura e albedo, deixando evidente que em áreas onde houve aumento de
    temperatura os valores de albedo foram menos intensos. E em solos expostos, houve também maior
    albedo em relação aos outros tipos de uso e ocupação do solo, e consequente temperatura inferior à
    da área construída. É de conclusão afirmar que o processo de urbanização, a verticalização,
    acrescidos pelo adensamento populacional ao lado da supressão de áreas verdes afetou o clima local
    do bairro Atalaia.

2015
Description
  • ARACY LOSANO FONTES CORREIA
  • INTERAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS DA PLANÍCIE COSTEIRA ASSOCIADA A FOZ DO RIO SÃO FRANCISCO - MUNICÍPIO DE PACATUBA
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Dec 16, 2015
  • Dissertação
  • Show resume
  • As interações humanas com a natureza desenvolvem-se, essencialmente, pelas formas e condições de ocupação do território, da apropriação dos recursos naturais e da organização social adotada para o atendimento das necessidades expressas pelo padrão de consumo de cada sociedade. O presente estudo tem como objetivo analisar as interações socioambientais da planície costeira associada à foz do rio São Francisco, município de Pacatuba, indicando os problemas de uso e ocupação do solo. O referencial teórico conceitual que alicerçou a pesquisa foi baseado em Bertrand, que oferece subsídios para os estudos integrados. Inicialmente os estudos foram conduzidos para análise dos componentes sistema ambiental físico focalizados pela geologia, climatologia, geomorfologia, recursos hídricos, pedologia e cobertura vegetal, sendo realizados levantamentos bibliográficos, cartográficos, documentais e de fonte eletrônica. Os procedimentos metodológicos consistiram, ainda, em pesquisas de campo onde se constatou a atuação de diversos atores sociais na configuração da paisagem da planície costeira, a exemplo das atividades econômicas – cocoicultura, carcinicultura, rizicultura, avicultura, pisicultura, pecuária, mineração, pesca artesanal e artesanato. O estudo realizado destacou a importância dos aspectos paleoclimáticos que atuaram durante o Quaternário no litoral brasileiro, em que formas relíquias coexistem com as atuais. Vale destacar a presença das unidades de conservação Reserva Biológica de Santa Isabel, Área de Proteção Ambiental do Litoral Norte e Área de Proteção Permanente (manguezal). A pesquisa é concluída com a compartimentação da Unidade de Paisagem Planície Costeira em Subunidades de Paisagem, a partir das similitudes dos condicionantes ambientais e do uso e ocupação do solo, síntese das relações dos seus componentes.

  • LUCIANO RICARDIO DE SANTANA SOUZA
  • Fatores Territorializantes na produção agroecológica em Sergipe.
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Sep 4, 2015
  • Tese
  • Show resume
  • A construção do Território e a busca pela criação das territorialidades são formas utilizadas na agricultura para dar existência às novas formas-conteúdo. No Espaço Rural, onde ocorre a personificação da identidade e a prática produtiva, o surgimento do território e das territorialidades pela Transição Agroecológica condiciona-se como Fator que recria realidades e ações efetivas. Desta feita, a perspectiva orientada ao ator local e

    a manutenção de suas heranças culturais, sociais e espirituais permite que suas estratégias revertam os estigmas de dependência tecnológica e exclusão social, da qual a modernização da agricultura é a principal difusora. Como resultado, para criar Territórios, os condicionantes endógenos (internos) permitem a ocorrência de elementos e processos que possibilitam descrever os potenciais criativos que emergem da significância das ações coletivas e criativas das comunidades rurais. Tal aspecto constitui o ponto de surgimento dos Fatores Territorializantes como lógicas que reconstroem, mediante a intervenção social, as estruturas produtivas e ambientais. Como produto dos Fatores Territorializantes, os Territórios assumem outro entendimento, distanciando-se das condições severas impostas por um modelo econômico incompatível com o conhecimento e a forma de trabalho da pequena agricultura familiar. Disto, aponta-se a Agroecologia como abordagem cientifica, técnica e produtiva que se interpõem como Fator Territorializante ao colocar em evidencia os potenciais localizados como formas de superação da pobreza e dos impactos negativos sobre a natureza. A Tese em tela tem o objetivo que analisar a natureza dos Fatores Territorializantes, tendo como estudo de caso as experiências de territorialização mediante a difusão agroecológica em algumas comunidades rurais no estado de Sergipe.

  • RENATA BATISTA ALVES
  • AGROPECUÁRIA DE BEIRA DE ESTRADA EM SERGIPE: UM ESTUDO DA BR 235
  • Advisor : MARCO ANTONIO MITIDIERO JUNIOR
  • Data: Aug 31, 2015
  • Dissertação
  • Show resume
  • A configuração da terra enquanto reserva de valor diante da magnitude de terras existentes no Brasil expressa uma contradição, pois de um lado tem-se um país com extensões continentais e que são agricultáveis, em contrapartida temos inúmeros trabalhadores lutando para ter acesso às mesmas. Desta forma, entender a concentração da estrutura fundiária brasileira, nos remete a uma análise da contradição do sistema capitalista para poder desvelar as várias facetas que engendram o processo de luta pelo acesso à terra no Brasil, atrelado a forte e crescente expansão do agronegócio. Essa realidade acelera as lutas pela terra, bem como faz surgir novas formas de acesso e uso da terra. A análise da concentração fundiária e das novas formas de acesso a terra é uma questão de suma importância para a ciência geográfica, pois emerge de contradições que definem o espaço geográfico na relação dialética campo-cidade. É nos rebatimentos provenientes desse processo que se busca entender como a concentração fundiária no estado de Sergipe está posta e qual a sua relação com a ocupação das faixas marginais das rodovias brasileiras como, por exemplo, da BR 235, que liga Aracaju ao interior do estado de Sergipe. Onde trabalhadores produzem alimentos nas terras de domínio da União ao lado dos latifúndios da cana e do milho. A produção agropecuária nas faixas de domínio da União sob tutela do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) ou a chamada “agricultura de beira de estrada”, revela a necessidade de acesso a terra por sujeitos pobres e sem terra do campo e da cidade. A explicação para tal fenômeno não pode ser buscada apenas na modernização e tecnificação de parte das grandes propriedades, mas, principalmente, na aquisição das terras por latifúndios que visam utilizá-las como reserva de valor, como instrumento de especulação e como recurso do poder político. Assim, esta pesquisa busca revelar como ocorre o uso e acesso à terra nas margens/acostamentos da Rodovia Federal 235/SE, dentro do contexto da reestruturação produtiva por meio das transformações em curso no mundo do trabalho, bem como das mudanças relacionadas com a concentração fundiária e da pobreza rural. O recorte espacial da pesquisa é a BR 235 que liga Aracaju ao interior do estado sergipano, precisamente os municípios de Areia Branca, Itabaiana, Frei Paulo e Carira. A metodologia a ser empregada nesse estudo compreende a pesquisa bibliográfica sobre a realidade do campo brasileiro e sergipano, orientada em uma perspectiva de análise de descortinamento das contradições oriundas das transformações das relações de produção e trabalho no campo.

  • JOICY DE SOUZA BARRETO
  • MOBILIDADE ESTUDANTIL E REDE DE EDUCAÇÃO DA MICRORREGIÃO DO AGRESTE DE ITABAIANA.
  • Advisor : ANA ROCHA DOS SANTOS
  • Data: Aug 31, 2015
  • Dissertação
  • Show resume
  • Este estudo diz respeito á análise da mobilidade estudantil que envolve os alunos do ensino fundamental, médio e superior da rede pública estadual, municipal e federal, na Microrregião do Agreste de Itabaiana, que compreende os municípios: Areia Branca, Campo do Brito, Itabaiana, Macambira, Malhador, Moita Bonita e São Domingos. Tem como objetivo analisar a mobilidade estudantil seus principais condicionantes na dinâmica espacial da Microrregião do Agreste de Itabaiana/SE, considerando a rede de ensino da Educação Básica e Superior que ordena o movimento migratório na região. Para tanto se fez necessário analisar o deslocamento de estudantes, dentro da rede de educação e de transportes, considerando o contexto educacional, econômico, político e social que de forma processual ocasiona a mobilidade.Foram usados como procedimentos metodológicos, para a realização da pesquisa, a aplicação de questionários aos alunos dos três níveis de ensino (fundamental, médio e superior) da rede municipal e estadual de educação desta microrregião, entrevistas com os motoristas dos transportes coletivos dos municípios desta microrregião. Os alunos pesquisados nos três níveis de ensino para o deslocamento residência-escola, utilizam o transporte público, ao que se refere aos alunos da Educação Básica vale ressaltar que esta oferta do transporte é uma obrigação do estado e das prefeituras destes municípios. Nesse sentido criou-se uma relação de dependência entre o sujeito estudante que faz a mobilidade estudantil e o poder político local. Dentro do estudo da mobilidade estudantil, principalmente no tocante ao deslocamento dos alunos universitários, Itabaiana se mostra como principal centro de prestação destes serviços educacionais, pela presença da Universidade Federal de Sergipe, que atrai cada vez mais estudantespara este município. Neste trabalho foi possível compreender a mobilidade estudantil como um fator condicionado, compreendida dentro do contexto de estudo da rede de educação da Microrregião do Agreste de Itabaiana. Os sujeitos pesquisados, os alunos dos três níveis do ensino municipal, estadual e federal, que realizam o deslocamento estudantil na microrregião do Agreste de Itabaiana, foram compreendidos a partir da sua importância na dinâmica das relações socioespaciais enquanto sujeitos submetidos á mobilidade.

  • JACKSILENE SANTANA CUNHA
  • O Agronegócio do Milho Transgênico no Oeste Sergipano.
  • Advisor : MARCO ANTONIO MITIDIERO JUNIOR
  • Data: Aug 31, 2015
  • Dissertação
  • Show resume
  • O milho, cereal de grande valor nutricional, se disseminou pelo mundo chegando ao Brasil antes da colonização europeia. Devido sua composição biológica, tem sido apropriado pela biotecnologia, convertendo-se, assim, em um ser transgênico. O Brasil se encontra como terceiro produtor mundial de milho transgênico, o que desencadeou uma cultura extremamente especializada e tecnificada. Nesse contexto, Sergipe alcança no ranking o segundo lugar no Nordeste nessa produção. Nesse sentido, a referente dissertação de mestrado pretende elucidar O agronegócio do milho transgênico no oeste sergipano, como contribuição aos estudos da questão agrária, que tem como objetivo analisar as transformações territoriais engendradas pela expansão do agronegócio do milho transgênico e seus rebatimentos no oeste deste estado. Por meio da expansão da produção de milho transgênico, buscar-se-á analisar a produção do espaço e o uso do território por intermédio dos sujeitos sociais que lançam seus interesses econômicos e ideológicos, através de estratégias de desenvolvimento, guiados pela territorialização do capital monopolista. Todo esse processo tem ação direta com o Estado para o desenvolvimento do agronegócio, através de instituições de órgãos de pesquisa, vinculado ao capital privado e agroindustrial, como também às políticas de crédito. Esses mecanismos são estratégias para a territorialização do capital no campo que aprofunda a reflexão para os municípios de Carira e Simão Dias. A orientação teórico-metodológica teve como fundamento o materialismo histórico e dialético, que permitiu enxergar as entrelinhas da “modernização conservadora” para a agricultura. Compreende-se, assim, que as novas configurações materializadas no território, devido ao agronegócio do milho transgênico, tiveram ação direta nas relações de trabalho camponesas, colocando em evidência a subordinação desses trabalhadores às amarras do capital monopolista, estabelecido pela subjunção da renda da terra ao capital.

  • JORGE ENRIQUE MONTALVAN RABANAL
  • Campesinato, Território e Assentamentos de Reforma Agrária: Tecendo Redes de Conhecimento Agroecológico.”
  • Advisor : ERALDO DA SILVA RAMOS FILHO
  • Data: Aug 31, 2015
  • Dissertação
  • Show resume
  • O trabalho estuda o território camponês a partir da conflitualidade alimentada pelas contradições e desigualdades
    instaladas no campo sergipano. Como o território se realiza através da conflitualidade perene das classes sociais, é
    analisado nesse estudo, como o movimento de territorialização-desterritorialização-reterritorialização (TDR) do
    campesinato e como a agroecologia se constitui em uma estratégia de resistência na defesa do território. O processo
    geográfico denominado T-D-R (territorialização-desterritorialização-reterritorialização) avança na compreensão da
    multiterritorialidade, onde se observa os processos integralizadores, que também são excluidores e ressocializadores,
    mas em nada se aproximam do cenário desenhado para movimentos populares e comunidades rurais que procuram
    um desenvolvimento sustentável sem criar oposições com a perspectiva consensual que caminha na direção de um
    desenvolvimento territorial para o mercado. O avanço agroecológico está na construção de uma proposta territorial, no
    qual o manejo do sistema agrário implica uma análise da ecologia de paisagens, das relações de poder e outras
    dimensões, que vão muito mais além do que a análise de uma unidade produtiva isolada. Trata-se da identificação de
    experiências agroecológicas camponesas, que estão dispersas, de modo que estas consigam subsidiar uma
    reconversão produtiva. Para obter êxito permanente na territorialização do campesinato a partir das práticas
    agroecológicas, o trabalho aponta a necessidade de apoiar-se em conhecimentos e habilidades locais, preconizando o
    envolvimento dos camponeses na formulação da agenda de investigação e na participação ativa do processo de
    inovação e disseminação tecnológica através da metodologia camponês a camponês, focada em compartilhar
    experiências e na solução de problemas organizativos e produtivos. O estudo foi realizado no Sul Sergipano, mais
    precisamente nas cidades de Estância e Santa Luzia do Itanhy, onde se analisa a conformação de uma rede de trocas
    de experiências agroecológicas como estratégia de resistência e fortalecimento do território camponês agroecológico.

  • GUTHIÊRRE FERREIRA ARAUJO
  • A Trajetória da SUDENE, suas (re)invenções, na condução do Projeto de Desenvolvimento Regional,
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Aug 30, 2015
  • Dissertação
  • Show resume
  • Após a crise de 1929, com o fortalecimento das perspectivas keynesianas,
    verifica-se um discurso onde o Estado se apresenta como um dos principais
    formuladores de políticas públicas de desenvolvimento, no Brasil um
    desdobramento desta perspectiva se materializa com a criação da SUDENE.
    Esta sempre se apresentou, principalmente na sua retórica - como uma
    instituição do Estado com a responsabilidade de coordenar o desenvolvimento.
    A presente Dissertação de Mestrado teve como objetivo analisar a trajetória da
    SUDENE e suas (re)invenções e discursos, na condução do projeto de
    desenvolvimento regional do Nordeste. Essa dissertação investiga como os
    projetos de desenvolvimento institucionalizados e assumidos pela SUDENE se
    diferenciam e/ou se estabelecem para a consolidação da via capitalista. Nossa
    pesquisa foi realizada a partir de dois recortes, o primeiro de 1959-1964, que
    representa os principais anos de funcionamento da organização, no qual as
    propostas desenvolvimentistas, impulsionadas na America Latina pela CEPAL,
    dentro da SUDENE se expressam com maior vigor. O segundo recorte abrange
    os anos de 2007-2013, que caracteriza os primeiros anos de consolidação e
    atuação da SUDENE após a sua refundação, neste período o discurso do
    “Neodesenvolvimentismo”, é apresentado como política econômica e traduz
    uma nova configuração na reprodução do capital onde a consumação da
    SUDENE atende as demandas do capitalismo neoliberal. A análise da
    SUDENE em distintas fases do capitalismo e suas imbricações na política
    estatal de desenvolvimento permite concluir que o Estado utiliza discursos
    ideológicos para viabilizar a mobilidade e a acumulação do capital na garantia
    do desenvolvimento desigual em diferenciadas escalas geográficas

  • MÁRCIO DOS REIS SANTOS
  • LABIRINTOS DO CAPITAL: A MOBILIDADE DO TRABALHO E A DESCENTRALIZAÇÃO DA INDÚSTRIA DE CALÇADOS EM SERGIPE.
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Aug 28, 2015
  • Dissertação
  • Show resume
  • O processo de reestruturação produtiva com o aumento de indústrias em Sergipe é
    marcado pela cumplicidade entre Estado e Capital, representada pelos subsídios e
    isenções fiscais dispostos ao capital para que este possa explorar de modo cada vez mais
    flexível o excedente da força de trabalho. O município de Simão Dias (SE) ao sediar a
    instalação da indústria de calçados Dakota no ano de 2005 abriu caminho para que
    milhares de trabalhadores, muitos de origem camponesa fossem contratados e sujeitados
    ao assalariamento, ao trabalho exaustivo e precarizado. Nesse contexto, esta dissertação
    teve o objetivo de refletir sobre a relação capital-trabalho no processo de apropriação da
    força de trabalho via a industrialização, analisando as alterações nas relações de
    produção a partir da descentralização espacial das indústrias em Sergipe, a mobilidade
    do trabalho e a acumulação flexível capitalista na especificidade da indústria calçadista
    no município de Simão Dias. Discutimos a espacialização das indústrias e do capital, a
    partir do entendimento dos conceitos: capital, trabalho, espaço geográfico e mobilidade
    do trabalho. Nossa análise está pautada no método do materialismo histórico dialético,
    que conduz à experiência, à abstração e ao real concreto, observando a totalidade dos
    processos estudados e a realidade cotidiana dos trabalhadores da indústria. Nossa
    pesquisa permitiu concluir que, a mobilidade do trabalho em função da indústria de
    calçados é intensa, como também o processo de exploração da força de trabalho. Os
    trabalhadores são submetidos a longos e exaustivos turnos de trabalho flexível sob
    condições rígidas de controle do tempo e de produtividade. O processo de
    descentralização da indústria em Sergipe é articulado ao processo geral de acumulação
    flexível, onde o capital se move em busca de maiores taxas de lucro. Se no discurso este
    processo tem significado o aumento do número de empregos, na realidade revela que
    este tem acelerado e intensificado o processo de mobilidade do trabalho e do capital no
    espaço geográfico. Esta mobilidade indica que o capital intensifica suas relações de
    expropriação sem se importar com os resultados de sua objetivação, sustentando-se no
    discurso falacioso da garantia de melhoria de vida pelo assalariamento.

  • JULIANA SOUTO SANTOS
  • ESPAÇO GEGRÁFICO E TERRITÓRIOS DE CONFLITOS: DEMARCAÇÃO E POSSE DA POSSE DA ZONA DE EXPANSÃO URBANA DE ARACAJU/SE.
  • Advisor : VERA LUCIA ALVES FRANCA
  • Data: Aug 28, 2015
  • Tese
  • Show resume
  • Este estudo teve como objetivo analisar os conflitos espaciais característicos da demarcação ne posse territoriais na Zona de Expansão Urbana de Aracaju, considerando as relações de poder e de territorialidade que suscitam processos jurídicos entre São Cristovão e Aracaju. Nessa perspectiva, foram utilizadas as categorias geopolíticas, espaço, multiterritorialidade e conflitos espaciais que embasam esta tese de doutoramente. Os métodos histórico e analítico foram aplicados para a consecução do objeto de estudo proposto. Os principais instrumentos de coleta de dados primários foram questionários aplicados com a população das localidades envolvidas, como também entrevistas com gestores, políticos, historiadores tanto de Aracaju quanto de São Cristovão. Além disso, foram consultados documentos históricos nos arquivos municipais e estaduais. Dados secundários também foram levantados sobre os dois municípios, assim como intensa revisão bibliográfica sobre as categorias que dão suporte ao estudo. Estudar os conflitos espaciais e a gestão dos territórios na Zona de expansão de Aracaju evidencia a trama de relações com raízes históricas e econômicas, configurações politicas e identidades simbólicas que constituem um mosaico espacial, construído socialmente. Na atualidade, o território disputado por São Cristovão e Aracaju/SE, ainda se encontra ‘sub judice’ e representa uma das áreas cujos interesses remetem tanto á esfera pública quanto á privada. O setor público municipal aracajuano tem uma das possibilidades de alargamento do seu território (base física) com a inserção de parte da Zona de expansão Urbana (criada por lei 873/82), assim como a arrecadação de impostos, além do recebimento de royaltes, ficando responsável pela oferta de serviços e da dotação de infraestrutura, o que tem feito, embora de forma insuficiente. O poder municipal sancristovense, que permitiu a apropriação da área pela atual capital sergipana, vem recorrendo a justiça a retomada e posse do território para, assim, poder usufruir novamente das vantagens de cobrar impostos e receber royaltes, uma nova possibilidade de renda para o município, porem deverá assumir a administração da área, o que, certamente, se constituirá numa dificuldade, em função da distância da sede. O setor privado também se beneficia através dos proprietários fundiários e do mercado imobiliário com o parcelamento da terra em loteamentos e edificação de condomínios residenciais, além da instalação de empreendimentos comerciais e de serviços. A população residente tem reclamado diante das dificuldades, enfrentadas, entretanto, é favorável á manutenção do território com o município de Aracaju, considerando as possibilidades de melhoria das condições da infraestrutura da área, além das questões de pertencimento, isto é, territorialidades.

  • JORDANA SANTANA DE OLIVEIRA VASCONCELOS
  • Das Interfaces do Projeto de Irrigação de Fruticultura Platô de Neópolis ao Agronegócio da Cana de Açúcar
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Aug 28, 2015
  • Dissertação
  • Show resume
  • A presente dissertação de mestrado teve como objetivo analisar as alterações ocorridas
    com o processo de apropriação do espaço no Baixo São Francisco/SE na área do Platô
    de Neópolis, sob o modelo da modernização capitalista e o papel do Estado durante, e
    depois, da sua concretização do Projeto de fruticultura irrigada Platô de Neópolis. Para
    o desenvolvimento de nossa análise utilizamos o método de interpretação do
    materialismo histórico dialético, que permitiu identificar as contradições do modelo de
    modernização capitalista e do papel do Estado durante, e depois da concretização do
    Projeto. Nossos estudos revelaram que nas últimas décadas, houve uma clara
    apropriação do território pelo capital das unidades de produção familiar mediante
    aliança com o Estado, que direciono políticas públicas no campo a favor de grandes
    empresários. Neste contexto, podemos destacar o Projeto de Fruticultura Irrigada Platô
    de Neópolis exemplo vivo de uma política de desenvolvimento voltada para o interesse
    do capital na qual os cultivos tradicionais da região gradativamente foram se
    extinguindo para abrigar a seleção de cultivos voltados para o mercado, com alta
    tecnologia e serviços especializados. Atualmente o Platô direciona sua área irrigada a
    serviço do agronegócio, com o retorno do plantio da cana de açúcar, agora produzida
    em áreas destinadas à irrigação de frutos.
    Nossa pesquisa permitiu concluir que o modelo de agricultura irrigada não teve como
    objetivo, conforme o discurso governamental, solucionar, cessar, ou mesmo amenizar as
    problemáticas sociais no campo no combate à pobreza, mais sim, de garantir a
    reprodução ampliada do capital. Diante da realidade encontrada fica explícito que o
    modelo de irrigação adotado no Baixo São Francisco, no Platô de Neópolis reflete as
    políticas estratégicas calcadas em interesses que se caracterizam por serem excludentes,
    ou seja, deixam de fora a maioria dos trabalhadores e onde a pobreza continua
    inabalável sem alterar sua marca histórica da permanência da exploração.

  • LEANDRO CAVALCANTI REIS
  • Os Artifícios do Estado para a reprodução do Capital: o discurso do “comércio justo”.
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Aug 28, 2015
  • Dissertação
  • Show resume
  • A presente dissertação de mestrado intitulada Os artifícios do Estado para a
    reprodução do capital: o discurso do “comércio justo” teve como objetivo analisar a
    funcionalidade do “comércio justo” no processo de acumulação do capital, a partir da
    realidade da empresa PRITAM, situada no Submédio São Franciscano, localizada no
    município de Casa Nova-BA. Partimos dos seguintes questionamentos: o “comércio
    justo” constitui uma relação comercial alternativa ao capital ou atende a lógica da
    acumulação por expropriação? Essa forma de produção garante aos trabalhadores do
    campo melhoria das condições de vida e trabalho? A preposição da pesquisa adotou o
    materialismo histórico dialético que garante que a analise da realidade seja considerada
    em sua totalidade, em uma interdependência de fenômenos, e de multideterminações.
    Neste sentido, foram desenvolvidas leituras teóricas reflexivas sobre a exploração da
    força de trabalho no campo, a monopolização e a territorialização do território, a
    funcionalidade do Estado para o capital e o “comercio justo” no contexto da
    mundialização do capital. Constatou-se que há uma ampla difusão de discursos que
    afirmam que o “comercio justo” é um importante meio de enfrentamento às
    desigualdades sócioespaciais, e de que essa forma de relação comercial constituirá uma
    sociedade justa. Esse pensamento tem ganhado força em diversos grupos (movimentos
    sociais; partidos políticos; intelectuais, inclusive de geógrafos) e, faz parte das políticas
    de Estado. Sob todas as suas formas particulares de informação ou propaganda,
    publicidade ou consumo direto do entretenimento, o espetáculo constitui o modelo
    presente da vida socialmente dominante. Ele é a afirmação onipresente da escolha já
    feita na produção, e no seu corolário — o consumo. Nesse sentido, foi possível
    identificar os limites do “comercio justo”. No enfrentamento do embate capital-trabalho,
    à empresa usa do selo para entrar em outra posição no mercado, deslocando-se de um
    mercado de commodities para um nicho de mercado que ao invés de funcionar como
    estratégia de luta contra a exploração do trabalho no campo, tem servido como forma de
    garantir a extração da renda da terra.

  • JOSÉ FRANCO DE AZEVEDO
  • CAPITAL CULTURAL E TERRITÓRIOS: OS NÓS, OS LAÇOS E A TRAMA DAS REDES DE AGRICULTURES FAMILIARES DO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA-SE.
  • Data: Aug 28, 2015
  • Tese
  • Show resume
  • No estudo “Capital Cultural e Território: os nós, os laços e a trama das redes de Agricultores Familiares do Município de Nossa Senhora da Glória – SE’’, propõe-se analisar o papel do capital cultural nas redes solidarias de reciprocidade entre agricultores familiares para a organização e fortalecimento do(s) território(s) em Nossa Senhora da Glória – SE. Os territórios analisados foram definidos por seus processos históricos de formação, pela relação reticular e multidimensional, pelas relações de poder, considerando-se as redes de circulação e comunicação, os processos econômicos e principalmente as identidades culturais. O capital cultural é peça fundamental na compreensão do território, em especial, quando se observa a dinâmica territorial. A questão nuclear é saber de que forma o capital cultural contribui para o fortalecimento dos territórios e sua identidade, bem como na qualidade de vida dos agricultores familiares por meio dos laços de proximidade, solidariedade e confiança, contrariando uma lógica promovida pelo poder público estatal, a qual tem como reflexos novos padrões de organização social formal, alicerçados nas discussões de associativismo formal, gerando novos padrões de redes institucionais. Os procedimentos teóricos metodológicos adotados no estudo foram á pesquisa bibliográfica e de campo, por meio de entrevista semiestruturada, história oral e observação direta nos estabelecimentos, no período de julho de 2014 a março de 2015. Foram entrevistados dirigentes de todas as entidades formais (associação e sindicato) de Agricultores Familiares do município de Nossa Senhora da Glória, SE, perfazendo um total de cinquenta e seis organizações, e esta mesma quantidade de agricultores familiares associados a essas entidades, com a condição de que não fizessem parte das atuais diretorias. O intuito era de que fossem confrontadas todas as respostas dos agricultores dirigentes e não dirigentes das associações. Como conclusão, evidencia-se níveis elevados de capital cultural entre os Agricultores Familiares que tem contribuído para o fortalecimento dos territórios analisados; contudo, a imposição do Estado na obrigatoriedade de organização formal entre os agricultores em determinados momentos se apresenta como obstáculo ao fortalecimento do Capital Social e consequentemente dos Terrítorios.

  • SANDRA ANDRÉA SOUZA RODRIGUES
  • A inserção da agricultura familiar na constituição da cadeia produtiva do leite no município de Nossa Senhora da Glória/SE
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Aug 28, 2015
  • Dissertação
  • Show resume
  • A agricultura familiar tem o papel importante no contexto socioeconômico brasileiro,
    promovendo uma melhor oferta de alimentos e reduzindo o fluxo migratório para as
    cidades, já que um maior contingente de mão-de-obra permanece ocupado no campo. O
    agricultor familiar continua a se reproduzir nas sociedades atuais, preservando sua
    originalidade e adaptando-se ao movimento do capital e as mais variadas situações que
    lhe são impostos pelo ambiente em que lhe são inseridos. As transformações capitalistas
    no campo promovem a modernização da agricultura e o produtor familiar passa a
    produzir para assegurar tanto á subsistência da sua família como também para atender
    as necessidades de consumo do mercado.O presente estudo tem como objetivo analisar
    a diversidade dos sistemas de produção da cadeia produtiva do leite no município de
    Nossa Senhora da Glória de forma a fortalecer o entendimento da importância da
    agricultura familiar na sua inserção para o mercado regional favorecendo
    desenvolvimento local. A cadeia produtiva do leite destaca-se no agronegócio brasileiro.
    Essa importância esta ligada tanto ao seu caráter de segurança alimentar, uma vez que o
    leite é um alimento completo, fazendo parte da dieta alimentar dos consumidores
    brasileiros, quanto pela quantidade de divisas que o produto tem gerado em toda cadeia
    produtiva. A atividade agroalimentar permite a estabilização dos agricultores na região,
    sobretudo do agricultor familiar, constituindo a produção de leite como única alternativa
    de fonte de renda, sendo então gerados postos de trabalho em vários setores como no
    transporte da matéria-prima, na produção e comercialização dos derivados. Em Sergipe
    atualmente a atividade leiteira está ascendente e sua estimativa de produção chega a um
    milhão de litros/dia superando a produção de Alagoas que possuía um destaque
    relevante em relação ao território sergipano. Estas atividades agroalimentares têm por
    excelência forte ligação com território do alto sertão em especial no município de Nossa
    senhora da Gloria, em razão do processo histórico dominante na área e que localiza-se
    também como demandante da matéria-prima ou seja in natura que atualmente é marcado
    por uma cadeia assimétrica, porém que ainda não se caracterizou como rede, em função
    do poder de alguns atores econômicos que determinam procedimentos como o preço, o
    tempo da produção e o volume a ser vendido. Por ser uma atividade de cadeia curta,
    encontra-se articulada com políticas públicas no sentido de beneficiar os produtores,
    sobretudo agricultores familiares os quais agrega aspectos importantes tais como: a
    família, trabalho, a produção e aspectos culturais. Portanto, considerada como aquela
    que, ao mesmo tempo em que é proprietária, assume os trabalhos no estabelecimento
    tendo como principal objetivo inserir-se no mercado adequando-se à tecnologia como
    mecanismo no aumento da produtividade com a finalidade integrar os aspectos
    socioeconômicos e territoriais. Assim, possibilitando o aumento dos números de
    produtores informais e formais avançando cada vez mais na produção e na geração de
    mais emprego, proporcionando o desenvolvimento econômico para a região.

  • SÔNIA MARISE RODRIGUES PEREIRA TOMASONI
  • DINÂMICA SOCIOESPACIAL DA PRODUÇÃO DE FOGOS DE ARTIFÍCIO EM SANTO ANTONIO DE JESUS-BA: TERRITÓRIO FOGUETEIRO.
  • Advisor : VERA LUCIA ALVES FRANCA
  • Data: Aug 28, 2015
  • Tese
  • Show resume
  • A presente tese tem seu foco na dinâmica socioespacial dos fogos de artifício, na produção do estalo de salão/traque, realizado majoritariamente pelo trabalho feminino, em Santo Atonio de Jesus-BA, município localizado no Território Recôncavo, ás margens da BR-101, 190 Km distante de Salvador. A sede desponta como cidade polo pela presença de comércio e de infraestrutura em serviços. A partir de uma investigação sobre os territórios ocupados por essa produção, foi possível contextualizar as trabalhadoras no processo do labor pirotécnico, bem como observar o modo de vida das fogueteiras suas tensões, a natureza, o ritimo e as relações de trabalho tecidas durante o amealhar de seu labor. A discussão teórica apreendeu o território como referência para compreensão da realidade, assim como as relações, no território, com políticas públicas e o mundo do trabalho. A escala temporal, 1998-2015, justifica-sena busca de explicar a configuração da produção pirotécnica a partir da tragédia ocorrida em 11 de dezembro de 1998, a qual descortinou Santo Antonio de Jesus como segundo maior produtor de fogos de artifício do país e, assim sendo, um polo pirotécnico. A abordagem qualitativa, em consonância com a análise quantitativa dos dados investigados, permitiu explicar as relações construídas no território fogueteiro, assim como o objeto analisado. Para o desenvolvimento do trabalho, com base no empirismo, estabeleceram-se como instrumentos da pesquisa: observação in loco, narrativa , análise de documentos, registro fotográfico, questionários e entrevistas. As informações foram tratadas de forma que os dados expressem a realidade. A partir dos dados, obteve-se uma análise do território fogueteiro, constatando-se que o trabalho das mulheres é caracterizado como domiciliar e precário, abarcando a família, com a utilização de mão de obra do idoso e do trabalho infantil. A produção de estalo de salão/traque constituiu-se informalidade. As politicas públicas implementadas para resolver as questões da informalidade e da clandestinidade não obtiveram sucesso, e a atividade pirotécnica, apesar de ter-se difundido, envolvendo outros municípios, mantem em Santo Antonio de Jesus seu principal território de produção, com destaque para os bairros periféricos Irmã Dulce e São Paulo. Embora realizada de forma precária, a produção de fogos contribui para a sobrevivência daquelas famílias, assim como para a organização de espaços da cidade, com a formação de territórios fogueteiros controlados pelos comerciantes locais.

  • WAGNERVALTER DUTRA JÚNIOR
  • O (DES)CONCEITO DE HOMEM NA LEITURA DO ESPAÇO-TEMPO POSTULADO NA GEOGRAFIA HUMANA : OS ENIGMAS DE UMA GEOGRAFIA HUMANA SEM HOMENS.
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Aug 26, 2015
  • Tese
  • Show resume
  • A presente Tese de doutorado, objetiva refletir a concepção de homem inscrita na leitura do espaço-tempo postulada pela geografia humana no contexto moderno e iluminista. Inicialmente foi desenvolvida a leitura da concepção de homem a partir experiência espaço-temporal emancipatória da modernidade e da universalização do valor de troca, da circularidade do espaço-tempo do capital onde as relações sociais efetivam uma geografia expressa nas passagens parisienses, representativas da ampliação fetichista do domínio mercantil assim como da ampliação dos processos de distanciamento da objetivação ontológica a partir do valor de uso, estando a produção do espaço-tempo e do homem plasmadas pelo domínio do valor. A leitura da modernidade, subjacente ao processo da universalização do valor de troca, busca os meandros da experiência do espaço-tempo que se estrutura a partir da sociabilidade estabelecida pelo sistema do capital e do projeto emancipatório que o desenvolvimento das forças produtivas e relações de produção inscritas na contradição capital x trabalho consubstanciou. Os avanços e o redimensionamento emancipatório da experiência moderna efetiva, são evidentes, todavia, limites são impostos em razão do controle e dominação que a propriedade privada e o valor de troca exercem nessa experiência lastreada pela abstração do Estado político e da sociedade civil. A emancipação adquire um sentido que acaba por expressar um homem parcial, livre no campo da emancipação política, como cidadão, mas que ainda desconhece a emancipação humana. Nessa conjuntura a razão e o progresso acabam por ampliar os aspectos alienantes que estão postos na divisão social do trabalho respaldada no valor de troca, e à práxis se coloca na tarefa de mediação efetiva entre a emancipação política e a emancipação humana. A geografia humana, contextualizada em seus liames institucionais corrobora com o espaço-tempo produzido para o capital a partir da produção dos territórios do trabalho / riqueza abstrata, para estabelecer uma leitura do homem como externalidade espaço-temporal, alienado socialmente e espacialmente.

  • ELIENE DOMINGAS DE SOUZA
  • NOVAS RURALIDADES NO MUNICÍPIO DE CAMPO DO BRITO -SE.
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Aug 26, 2015
  • Dissertação
  • Show resume
  • As transformações ocorridas no espaço rural motivam estudos dos pesquisadores que apontam as diferentes perspectivas sobre os acontecimentos ocorridos na contemporaneidade. Diante das mudanças, observa-se a complexidade e a dinâmica existente no meio rural. Essas modificações são causadas pelo advento das tecnologias com o avanço do meio técnico científico, difusão da comunicação e avanço no sistema de transportes nos espaços urbano e rural. Com essas transformações, as relações sociais, culturais e econômicas foram modificadas e ressignificadas. Deve-se destacar também a ocorrência de permanências. Nesse sentido, faz-se necessário explicar as mudanças e permanências percebidas no modo de vida da população, nas relações sociais e de trabalho, nas atividades agrícolas e não agrícolas. O presente trabalho, no intuito de discutir o tema do novo rural brasileiro, apresenta como objetivo explicar a configuração do espaço rural do município de Campo do Brito diante das transformações ocorridas no meio rural brasileiro. Para a efetivação da pesquisa adotaram-se os seguintes procedimentos metodológicos: revisão bibliográfica; realização de entrevistas com os agricultores nos estabelecimentos rurais, com os representantes de órgãos públicos, de sindicatos, das associações e comerciantes. Também foram coletadas informações de fontes secundárias. Em seguida foi realizada a análise dos dados para se compreender o município estudado. Foram efetuadas com vistas as explicações e análises das dimensões sociais, econômica e cultural. Para tanto, o trabalho está fundamentado na categoria geográfica espaço e nos conceitos de ruralidade, nova ruralidade, novo rural e as relações existente entre o rural e o urbano. Observou-se as alterações na configuração espacial com a inserção dos novos equipamentos nas atividades agrícolas, na infraestrutura dos povoados, ladeadas pela permanência e a ressignificação das tradições a partir das manifestações culturais e religiosas existentes que alicerçam a identidade da população. Evidencia-se uma combinação de atividades e rendas como formas estratégicas de permanecer no espaço rural.

  • ACÁCIA MARIA BARROS SOUZA
  • ANÁLISE GEOAMBIENTAL DA SUB-BACIA DO RIO POMONGA EM SERGIPE
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Aug 14, 2015
  • Dissertação
  • Show resume
  • Os avanços tecnológicos obtidos pelo homem, sobretudo no transcorrer do século XX, materializados pelo aumento no crescimento populacional, da ampliação industrial, entre outros condicionantes, causaram uma sobrecarga ao ambiente natural. Esse tipo de desenvolvimento tem provocado consideráveis modificações socioambientais no espaço, situação preocupante, sendo representada pelo desequilíbrio dos ecossistemas. Nessa perspectiva, a presente pesquisa visou analisar os aspectos ambientais e socioeconômicos da sub-bacia hidrográfica do rio Pomonga como suporte ao ordenamento e gestão do território. Para o cumprimento desse e outros objetivos específicos, foram utilizados distintos procedimentos metodológicos, destacando-se entre eles o levantamento bibliográfico e de documentos cartográficos, elaboração de cartas temáticas e trabalho de campo. O Geossistema se constituiu na base metodológica desse estudo pelo fato de priorizar a integração entre os diversos elementos da paisagem presentes no sistema bacia hidrográfica, bem como a relação com a sociedade. Os resultados desse estudo mostram que a abordagem sistêmica, aplicada na sub-bacia em apreço, possibilitou um entendimento sobre a forma de sua organização ambiental, econômica e espacial. Inicialmente, percebeu-se na paisagem a fragilidade das gestões municipais no estabelecimento de critérios para o uso e ocupação do espaço, principalmente, no sentido de manter o equilíbrio entre a conservação ambiental e o desenvolvimento econômico. Assim, em termos gerais constatou-se que, apesar da incidência das atividades econômicas sujeitas aos agentes poluentes nas margens do rio Pomonga, como a carcinicultura, a água ainda permanece com níveis aceitáveis de qualidade

  • GLEIDINÊIDES TELES DOS SANTOS
  • Capital Social, Planejamento e Desenvolvimento Regional em Sergipe
  • Advisor : DEAN LEE HANSEN
  • Data: Apr 8, 2015
  • Tese
  • Show resume
  • A presente tese analisa o capital social e seus efeitos sobre a política de desenvolvimento em Sergipe. Especificamente, a tese analisa a natureza espacial do capital social e o papel das instituições públicas de desenvolvimento regional e de planejamento estadual na construção, ou redução, desse ativo dos territórios de planejamento de Sergipe. Para tanto, foi desenvolvida uma estrutura teórica baseada nos conceitos de região, regionalização, território, capital social, governança e desenvolvimento. Na qual, em decorrência de suas características analíticas, foram destacados os conceitos de capital social e território. Definidos na tese, respectivamente, como atributo da estrutura social, acessível aos indivíduos e grupos que mantêm laços interpessoais alimentados por valores, normas e crenças capazes de mobilizar e empoderar os indivíduos, as comunidades e as organizações com a finalidade de auferir benefícios mútuos; e como uma categoria geográfica que legitima as ações dos agentes sociais, institucionalizando o capital social. Por sua vez, a pesquisa empírica inclui a análise dos procedimentos e mecanismos usados pelos órgãos de planejamento e de desenvolvimento regional e estadual na construção das políticas e dos planos de desenvolvimento regional, propostos para o Nordeste brasileiro e para o estado de Sergipe, à luz dos instrumentos planejamento, dos conceitos propostos para capital social e governança e das estruturas organizacionais dedicadas ao desenvolvimento. Ela também contou com a aplicação de 90 questionários e seis entrevistas entre atores sociais e gestores, vinculados a diferentes órgãos públicos, instituições sociais e representantes da comunidade, envolvidos no planejamento territorial do Estado. Após a análise dos dados coletados, conclui-se que a cultura política institucional figura como um dos maiores obstáculos para o fortalecimento do capital social, da participação social, da integração de políticas públicas em Sergipe e, por conseguinte, para seu desenvolvimento territorial.

  • RODRIGO HERLES DOS SANTOS
  • ENTRE ÁGUAS E GENTES: VIVÊNCIAS E (IN)VISIBILIDADES NOS TERRITÓRIOS DO LITORAL DE SERGIPE.
  • Advisor : MARIA AUGUSTA MUNDIM VARGAS
  • Data: Mar 10, 2015
  • Tese
  • Show resume
  • Esta pesquisa aborda a formação do Litoral sergipano. Esse espaço que foi historicamente constituído e socialmente apropriado. O intuito primeiro é refletir sobre espaço da comunidade tradicional na perspectiva de sua constituição como uma formação territorial, verificando os espaços referenciados pelos moradores e a articulação destes na conformação de identidades sociais e territoriais no Litoral. Em termos metodológicos, nossa escolha foi por inscrever a pesquisa em uma abordagem qualitativa, cujo arcabouço de investigação, se adere a natureza relacional e fenomênica das interações entre natureza, cultura, espaço e território que exploramos. O desenvolvimento da tese iniciou-se pela apreciação dos elementos teóricos sobre as categorias utilizadas na análise, especialmente a discussão sobre território, identidade e representação. Na sequência, estabelecemos uma análise sobre fatos e processos históricos que ajudam a compreender a formação territorial de Sergipe de maneira mais ampla e, a do Litoral, de maneira mais especifica, com foco na constituição das comunidades tradicionais de pesca. Neste ponto, nos interessamos em fornecer elementos para o entendimento de como a população tradicional, geralmente excluída de processos políticos e econômicos hegemônicos, acabou por ocupar ambientes raros e valorizados do espaço sergipano. O processo de apropriação do espaço e sua representação foram analisados levando-se em consideração os elementos espaciais referenciados pelos sujeitos do Litoral. Para tanto, situamos nosso locus de pesquisa em três comunidades tradicionais de Terra Caída, Pedreiras e Tigre/Junça entre Litoral Sul, Central e Norte, respectivamente. Adotamos procedimentos e instrumentos de pesquisa para captar a representação que fora feita do território em cada comunidade, levando em consideração a distribuição entre crianças e jovens, adultos e idosos. Nesse sentido, examinamos a constituição das identidades dos sujeitos, a narrativa da historicidade dele com o seu espaço de vivência e referência e verificamos a existência de identidade com os espaços e ambientes litorâneos.

  • LUCAS GAMA LIMA
  • A dinâmica imperialista contemporânea: Capital sem fronteiras e sua (ir)racionalidade apátrida.
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Mar 10, 2015
  • Tese
  • Show resume
  • A presente Tese de doutorado objetiva refletir acerca das singularidades do
    imperialismo contemporâneo. Nas últimas décadas, o imperialismo como categoria de
    análise, perdeu centralidade nas análises marxistas da macroeconomia e geopolítica
    mundial, sendo substituído por categorias como globalização, mundialização,
    neoliberalismo e império. Não raramente, o imperialismo passou a ser concebido como
    uma investida militar de uma nação sobre outra ou, que representa um pensamento
    ainda mais simplificador, uma ação militar e econômica dos Estados Unidos. Prima
    facie, todos estes pressupostos parecem estar corretos, todavia o estudo das contradições
    imanentes ao movimento do capital e do significado do imperialismo capitalista mostra-
    nos o quão são insuficientes. Temos como tese que o imperialismo, não obstante às
    tentativas de obnubila-lo por meio de várias expressões mistificadoras, continua a se
    constituir em ferramenta indispensável à compreensão da totalidade contraditória do
    capitalismo. A exata compreensão da dinâmica imperialista contemporânea representa
    uma tarefa hercúlea e não talmúdica, que exige perscrutar os escritos dos primeiros
    críticos marxistas do fenômeno, situados na II Internacional, transitando pelas análises
    dos teóricos marxistas da dependência, das décadas de 1960/70, em direção às análises
    mais recentes. As investigações realizadas por meio da leitura de ampla bibliografia
    sobre o tema, de documentos institucionais e da realidade nas diferentes escalas
    geográficas permitiram comprovar nossa Tese que o imperialismo é, ainda, a fase
    vigente do capitalismo, pois as alterações registradas neste modo de produção ao longo
    do século XX não foram capazes de superá-lo. O imperialismo recrudesceu sua
    capacidade expropriadora e perdulária, através da formação de um sistema imperialista
    em escala mundial, que entrecruza os interesses dos diversos capitais situados em
    distintas formações sociais. A conhecida relação entre o centro imperialista espoliador,
    formado por um núcleo restrito de nações, e o volumoso conjunto de nações periféricas
    subjugado, já não retrata com rigor a realidade. Em que pese a continuidade das
    hierarquias político-econômicas entre as nações, o imperialismo não pode ser explicado
    simplesmente pelas mesmas. O alcance hegemônico do capital financeiro e a
    disseminação de sua face parasitária, o capital fictício, instou em escala mundial a
    interpenetração de propósitos entre as corporações sediadas em inúmeros países e os
    Estados. Já não se pode determinar a fronteira de um capital, pois sua racionalidade
    apátrida se apresenta de modo gritante, por meio das fusões, associações, joint ventures,
    carteis e profusão de ações e derivativos. Intensificaram-se as expropriações primárias e
    secundárias praticada contra os trabalhadores e as rivalidades entre as burguesias
    nacionais estão crescentemente imiscuídas do desejo comum de alavancar a auferição
    do lucro e de toda riqueza social. O que nos permitiu concluir que o imperialismo
    contemporâneo é mais nocivo e representa um risco não somente aos trabalhadores,
    mas, também, à humanidade, pois coincide com o momento em que o capital articulado
    em diferentes escalas subtrai virulentamente os direitos, a riqueza social e, inclusive, os
    meios elementares à (re)produção da espécie.

  • WODIS KLEBER OLIVEIRA ARAUJO
  • A relação campo-cidade no município de Feira de Santana – BA: Renda da terra, campesinato e ruralidades.
  • Advisor : CELSO DONIZETE LOCATEL
  • Data: Feb 27, 2015
  • Tese
  • Show resume
  • O município de Feira de Santana é atípico, em relação aos demais municípios do interior baiano, por apresentar uma dinâmica socioeconômica e um crescimento populacional similar à de uma capital de estado. Os vetores da nova reorganização espacial pós 1970, em especial a instalação do Centro Industrial Subaé (CIS), reconfigura a cidade de Feira de Santana, outrora praça de gado e rotas de boiadas, de currais e da grande feira-livre, em uma cidade industrializada e de comércios e serviços, que passa a figurar como importante polo financeiro e comercial, no interior do estado da Bahia. O crescimento populacional e sua demanda por moradia, oriundos dessa nova realidade, avançou sobre a área rural provocando mudanças estruturais na relação campo-cidade e recriando ruralidades, exigindo uma mudança na perspectiva de análise do espaço rural do município. A abordagem utilizada neste trabalha está focada nas relações de reprodução camponesa e suas contradições a partir da apropriação da renda da terra sobre a lógica capitalista e como a relação campo-cidade possibilita a criação de novas dinâmicas socioeconômica nas áreas rurais do município. A análise realizada explicitou um conjunto de forças estruturais que atuam no espaço rural, oriundas de várias fontes e em espacial do Estado e da dinâmica do capital urbano, implementadas por agentes diversos. A análise da renda da terra, permitiu compreender as práticas locais em relação ao monopólio da terra e a sujeição da renda camponesa ao capital. Isso permitiu traçar um perfil socioeconômico, como também diagnosticar a condição atual do camponês, enquanto produtor rural, baseado na sua força de trabalho na terra, assim como a intensa ocorrência de trabalho acessório. Ainda, foi realizou-se uma avaliação de quais políticas públicas estão sendo acessadas pelos camponeses e como elas contribuem para a reprodução social dos mesmos, ainda que de forma subordinada ao capital, uma vez que ocorre, contraditoriamente, a apropriação da renda da terra em detrimento da demanda por lotes urbanos na acirrada relação campo-cidade no município de Feira de Santana. Assim, fez-se necessário mudar a perspectiva de análise do espaço rural do município, o que poderá contribuir para a elaboração de políticas públicas que favoreçam a reprodução e permanência das famílias camponesas e da sua complexidade na atualidade.

  • EDINALDO BATISTA DOS SANTOS
  • POLÍTICAS PÚBLICAS COMO INSTRUMENTOS DE ORDENAMENTO TERRITORIAL PARA O DESENVOLVIMENTO DO LITORAL NORTE DE SERGIPE.
  • Advisor : LILIAN DE LINS WANDERLEY
  • Data: Feb 27, 2015
  • Tese
  • Show resume
  • Este estudo objetiva analisar a ocupação dos municípios costeiros situados em frente ao mar,
    no Litoral Norte de Sergipe, visando estabelecer subsídios para o ordenamento territorial
    sustentável dessa região, objetivando estabelecer estratégias para o seu desenvolvimento
    econômico, social e ambiental e o uso racional dos seus recursos naturais. O embasamento
    teórico dessa investigação seguiu a análise sistêmica, caracterizando-se por uma pesquisa
    de natureza mista quali-quantitativa de base bibliográfica e documental, aliada à pesquisa
    exploratória direta nessa região costeira do Estado de Sergipe. O trabalho levantou e discutiu
    a legislação ambiental vigente, conceitos de desenvolvimento e sustentabilidade, políticas
    públicas de ordenamento e gestão territorial sob o prisma das potencialidades naturais e
    sociais dos municípios que compõe essa região. Foram identificados conflitos socioambientais
    e os atores sociais envolvidos, e feita análise comparativa através de indicadores de
    desenvolvimento sustentável entre os municípios pesquisados. Por fim, avaliou-se a eficiência
    dos instrumentos de políticas públicas de gestão do território, verificou-se o nível de
    articulação e complementação das políticas de desenvolvimento e identificou-se os conflitos
    socioambientais e suas causas, decorrentes da ausência de gestão social dos territórios.
    Foi cartograficamente delineado o zoneamento ambiental proposto no ordenamento dos
    territórios, visando subsidiar políticas públicas de desenvolvimento regional a partir de
    pressupostos de sustentabilidade.

  • PRISCILA PEREIRA SANTOS
  • ENTRE A CASA DE PRAIA E O IMOBILIÁRIO-TURÍSTICO: A SEGUNDA RESIDÊNCIA NO LITORAL SERGIPANO
  • Data: Feb 26, 2015
  • Dissertação
  • Show resume
  • Em Sergipe, a segunda residência no litoral apresenta duas formas-conteúdos de manifestação. A tradicional forma da casa de praia, geralmente localizada na linha de costa ou nas proximidades do mar e a nova forma, que são os complexos residenciais turísticos, o imobiliário-turístico. Sob essa perspectiva, o objetivo geral dessa pesquisa foi analisar a (re)(des)organização territorial do espaço litorâneo de Sergipe a partir das manifestações territoriais da segunda residência no litoral Norte, mais especificamente na Barra dos Coqueiros, na Praia da Costa e na Praia da Atalaia Nova, e no Sul de Sergipe, em Estância, na Praia do Saco e na Praia das Dunas. Diante disso, a abordagem qualitativa se mostrou mais adequada para interpretar tal fenômeno. Os procedimentos metodológicos utilizados no desenvolvimento da pesquisa foram os seguintes: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e pesquisa de campo. O estudo da tradicional casa de praia e do imobiliário-turístico se mostrou amplo, complexo, relacional, multidimensional, enfim, desafiador. Entre as praias do litoral Norte e do litoral Sul observou-se diferenças e semelhanças na territorialização do espaço litorâneo pela segunda residência. Quanto à forma, verificou-se que as casas de praia parecem refletir o poder aquisitivo dos proprietários. A segunda residência no litoral Sul se mostra luxuosa, com requinte e sofisticação por vezes incomparáveis a qualquer outra praia sergipana. O território da “velha” casa de veraneio na Praia do Saco e na Praia das Dunas desenha-se na “força” do poder econômico, político e social projetado no espaço litorâneo. Nas quatro praias analisadas, o veraneio permanece ‘vivo’ como conteúdo dominante da tradicional forma de casa de praia. Família, natureza, lazer, herança, e porque não dizer também status social, apresentam-se como os “motores” que movimentam o veraneio no litoral sergipano. Além da segunda residência como habitação de lazer, usa-se ainda a “velha” casa de praia como alojamento turístico. Verificou-se que na coexistência do território da segunda residência e o território de abrigo e sobrevivência dos moradores permanentes, os interesses dos autóctones ora convergem com os da população flutuante ora divergem. Em linhas gerais, a cooperação entre os veranistas, os turistas de sol e praia e os moradores permanentes se expressam na geração de emprego e de renda. Em contraposição, observou-se diversas repercussões territoriais que ilustram os conflitos ambientais da “velha” forma-conteúdo de casa de praia. Mas diferentemente da propagação espontânea do veranear, a implantação do imobiliário-turístico no litoral de Sergipe foi planejado e “capturado” pelo poder público. O mercado imobiliário e turístico, reinventa o veraneio e a casa de praia nos moldes da diferenciação do capital flexível. Diferenciadas, a “nova” forma de casa de praia materializa-se em complexos residenciais turísticos, “inventa-se” o turismo imobiliário. Seja como for, essa aliança entre o Estado e o mercado de imobiliário-turístico multiplicará a densidade do uso dos recursos territoriais por segunda residência em um intervalo de tempo nunca antes vivenciado na História do litoral de Sergipe. Entre os de “lá” intramuros e os de “cá” de “fora” do muro, a segregação socioespacial contorna a “nova” forma-conteúdo da segunda residência ancorada na (in)sustentabilidade do dito desenvolvimento sustentável.

2014
Description
  • JOSÉ HUNALDO LIMA
  • O USO DA CARTOGRAFIA COMO INSTRUMENTO METODOLÓGICO NA DEFINIÇÃO DE TERRITÓRIOS A PARTIR DA QUESTÃO AGRÁRIA DA/NA BACIA DO SÃO FRANCISCO.
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Dec 19, 2014
  • Tese
  • Show resume
  • O presente trabalho teve como objetivo o mapeamento da estrutura agrária na bacia do rio São Francisco, através do uso da cartografia como instrumento metodológico de análise. Foi realizada uma retrospectiva do desenvolvimento da cartografia e da produção cartográfica em torno da bacia. Para responder as hipóteses do trabalho, foram elaborados mapas a partir de diferentes variáveis, que corroboraram para a explicação da questão agrária no São Francisco. Partiu-se da catalogação e análise dos dados no SIDRA, da Rede Dataluta, além de outros no INCRA. Foram elaborados mapas do quadro físico-natural da bacia, das questões socioeconômicas, da estrutura fundiária, da violência no campo, das mobilizações, dos principais cultivos, entre outros. Elaborou-se ainda o mapa da produção do espaço agrário, um recurso que expõe a formação dos diferentes territórios, e neles, o avanço do agrohidronegócio na bacia responsável pela geração de conflitos por terra e água. Os dados e os mapas permitiram demonstrar como a cartografia crítica, ao construir mapas que explicitam a questão agrária na sua essência, constituiu-se instrumento contra as forças do capital no campo, ou seja, ao se conceber a cartografia como um recurso metodológico capaz de elucidar a essência das relações. Pode-se mostrar, como nesse estudo, a apropriação dos recursos naturais e do trabalho transformado em mercadoria pelos processos de separação do homem em relação aos meios de produção na área da bacia do São Francisco, asseguram a lucratividade do capital nos agrohidroterritórios ali conformados. Por sua vez, foi possível perceber que as novas territorialidades formuladas pelo agrohidronegócio, ao tempo em que promoveram concentração e centralização de capital, acabaram por fortalecer movimentos de luta por água e terra.

  • GIVALDO DOS SANTOS BEZERRA
  • DINÂMICA, OCUPAÇÃO E IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS NA MICROBACIA DO RIO DO SAL
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Sep 30, 2014
  • Dissertação
  • Show resume
  • Desde o surgimento da espécie humana no planeta os recursos hídricos tem sido
    usados de forma não planejada, pautado, quase sempre, numa visão em que estes recursos
    são bensrenováveis, abundante e inesgotável. Nesta perspectiva, o presente estudo, entre
    outros objetivos específicos, priorizou analisar os elementos naturais do estrato geográfico
    predominantemente na microbacia do Rio do Sal, associando aos diversos aspectos da realidade
    socioeconômica da população parcialmente inserida no seu território, a fim de elaborar
    proposta que viabilize o ordenamento territorial-ambiental. Para elucidar a complexidade
    socioambiental apresentada no contexto da microbacia, buscou-se apoio metodológico na
    Teoria Geral do Sistemas e Geossistemas, sobretudo, este último com base nas atuais ideias de
    Bertrand alicerçadas no GTP. Além disso, utilizaram-se distintos procedimentos metodológico
    com levantamentos das informações primárias e secundaria em campo e gabinete, tornando-se indispensável durante o processo o uso da cartografia analógica e digital, aliada ao
    geoprocessamento. Entre outros resultados, constatou-se que na microbacia em apreço, a forma
    desordenada de uso e ocupação do solo, ao longo do tempo, gerou uma série de consequências
    negativas para a população, acarretando diversos problemas de ordem socioambiental
    impulsionados pelo crescimento das cidades em seu entorno, especialmente Aracaju, tais como:
    esgotamento sanitários e industriais despejados sem tratamento no leito do rio, retirada da mata
    ciliar para construção de submoradias, instalação de viveiros comerciais de pequeno e grande
    portepromovendo o desmatamento do manguezal, aumentando com a prática o volume de
    matéria orgânica nos rios provocando a redução do oxigênio e, com isso, comprometendo o
    ambiente aquático nas proximidades dos empreendimentos, e extração frequente de areia para
    construção civil, dentre outras. Situação como as que tais evidenciadas, além de outras, geram,
    portanto, a necessidade de uma gestão mais eficaz do uso e ocupação do solo, a fim de melhor
    resguardar a qualidade de vida da população e dos recursos naturais existentes no território
    geograficamente constituído da microbacia.

  • SIMONE CORREIA DOS SANTOS
  • ESPACIALIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE SAUDE DE SÃO CRISTÓVÃO-SE: A SAUDE SOB O OLHAR GEOGRÁFICO
  • Advisor : JOSE ANTONIO PACHECO DE ALMEIDA
  • Data: Sep 30, 2014
  • Dissertação
  • Show resume
  • O Sistema de saúde de um município tem no seu dia-a-dia o desafio de garantir que toda a sua rede de atendimento e sistemas informacionais trabalhe e seja executado de forma integral, seguindo as prerrogativas do SUS, não só assegurando o direito ao acesso aos serviços de saúde como também desenvolvendo atividades que previnam as principais doenças e agravos que assolam os cidadãos do município. Neste contexto, este trabalho tem como objetivo geral investigar a organização espacial dos Sistemas de Saúde do município de São Cristóvão-SE, com ênfase para as Unidades de Saúde conveniadas com o SUS. Através desse objetivo, um dos enfoques consiste em reconhecer como estão estruturadas essas unidades, e para isto baseou-se nos múltiplos sentidos de espaço, tanto na visão da geografia quanto na dos órgãos de saúde. Para tanto fez-se necessário realizar, trabalhos em campo, construção e alimentação do banco de dados georreferenciados e confecção de mapas temáticos. Ao analisar os dados recolhidos, pode-se destacar que a distribuição de estabelecimentos de saúde é desproporcional a necessidade da população, uma vez que eles estão localizados na sua maioria em duas áreas, na Sede Municipal e no Conjunto Habitacional Rosa Elze, ficando áreas sem uma apropriada estrutura física e humana de saúde. Apesar das dificuldades existentes na área da saude municipal, o município de São Cristóvão poderá conseguir futuramente, caso trabalhem no que determina o SUS, assegurar a população o acesso aos serviços de saude de forma integral, para isso é preciso conhecer a realidade local, a potencialidade e principalmente os problemas que precisam ser solucionados.

  • MARINA FEITOSA DA ROCHA OLIVEIRA
  • De alimento à commoditie: a produção de milho no município de Pinhão e suas contradições
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Sep 30, 2014
  • Dissertação
  • Show resume
  • A dissertação de mestrado que ora apresentamos analisa os rebatimentos da produção do milho para o campo e para a cidade no município de Pinhão no estado de Sergipe, que apesar da sua pequena extensão territorial e população com pouco mais de 6.000 habitantes, vem gradualmente apresentando aumento da produção desse cereal, que se transformou em carro-chefe da produção agrícola municipal e do seu entorno. Considera-se que o Brasil atualmente é um grande produtor de milho, que cresceu consideravelmente nos últimos dez anos e as estimativas para o futuro preveem ampliação tanto em área plantada como na produtividade. Nos últimos anos foi possível observar no espaço agrário sergipano um crescimento acelerado desse cultivo, que até então, era realizado em vários municípios consorciado com outras culturas, mas com pouco destaque. O cereal era utilizado para abastecer essencialmente os rebanhos e uma parte para indústrias de rações e alimentícias. Na atualidade, se observa que a produção de milho realizada em grande escala, nos moldes do agronegócio, em grandes propriedades com o uso de vastas extensões territoriais para atender a cadeia produtiva do milho que abastece uma rede de empreendimentos interligados que têm o milho como matéria prima base. A mão-de-obra empregada no cultivo do cereal vem sendo drasticamente reduzida, pois, com o uso intensivo da mecanização e da alta tecnologia, os trabalhadores foram substituídos por máquinas, que realizam o trabalho de diversos homens com mais agilidade, o que demonstra o caráter excludente dessa produção, visto que, além de muitos camponeses ao não conseguirem concorrer com essa alta produção, suprimidos pela expansão do agronegócio do milho e desprovidos de meios de produção para sobreviver da terra, restando-lhes apenas sua força de trabalho para ser vendida, foram "forçados" a deixar suas pequenas propriedades em busca de novas formas de sobrevivência e reprodução, os poucos trabalhadores que ainda trabalham nessa produção são extremamente explorados e expostos a diversos riscos, por remunerações baixíssimas e que se submetem a tal situação pela falta de alternativas. O município de Pinhão hoje tem em seu entorno um verdadeiro "mar verde", a produção de milho toma conta de quase todos os espaços agricultáveis do município, pequenas produções de feijão e outros gêneros agrícolas são quase raridade, pois, além da substituição da produção dos mesmos pelo milho, é difícil sobreviver ao uso intensivo de herbicidas e inseticidas aplicados via aérea no milharal que prejudica e até extermina as pequenas produções ao redor. A sede municipal de Pinhão, ao longo de dez anos, período onde houve o boom da produção de milho em todo o estado, vem apresentando mudanças em sua dinâmica e configuração, que podem ser reflexos da espacialização do milho, mudanças como: a instalação de uma agência bancária, de empresa de empréstimos financeiros, loja de comercialização de insumos, fertilizantes e equipamentos agrícolas e crescimento do comércio local, são mudanças que podem ser relacionadas ao "crescimento e desenvolvimento" que a produção de milho tem provocado nas cidades em que se territorializa. Porém, é importante ressaltar que esse desenvolvimento vem mascarado por benefícios, mas arraigado de apropriação do espaço, monopolização da produção, exploração de trabalhadores, expropriação de camponeses, alienação da população e degradação do meio ambiente, que são importantes aspectos camuflados pela visão da deslumbrante plantação de milho, que enche os olhos de quem passa observando e esvazia o prato de quem a plantava com as próprias mãos.

  • RAQUELINE DA SILVA SANTOS
  • REFORMA AGRÁRIA E EDUCAÇÃO DO CAMPO: AS CONTRADIÇÕES DO PRONERA EM ALAGOAS (1998 - 2008)
  • Advisor : ERALDO DA SILVA RAMOS FILHO
  • Data: Sep 30, 2014
  • Dissertação
  • Show resume
  • Esta dissertação tem como objetivo discutir a Reforma Agrária e a Educação do Campo, tendo como recorte analítico o desenvolvimento do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA), em Alagoas, no período de 1998 a 2008. Este estudo procura mostrar que o desenvolvimento do PRONERA em Alagoas divergiu da proposta de educação discutida no movimento Por Uma Educação do Campo, que pensa a educação levando em consideração o modo de vida camponês. Considerando a luta pela terra dos movimentos socioterritoriais na busca do reconhecimento do direito a uma educação pensada a partir da realidade camponesa, discutimos as ações e estratégias políticas dos movimentos na luta pelos direitos que lhes cabem. São as manifestações e as ocupações os atos necessários para pressionar o governo a realizar a desapropriação de terras e financiar programas que atendam as necessidades dos territórios camponeses já conquistados. Esses territórios materializados nos assentamentos devem ser considerados como o processo de reterritorialização do campesinato no campo. Dessa forma, é a luta pela terra, por educação, por assistência técnica que dão possibilidades do campesinato se reafirmar enquanto classe. É nessa luta de classes que os movimentos socioterritoriais têm discutido a Educação do Campo, considerada como uma educação de caráter ideológico, político, cultural e social. Essa luta é histórica e vem sendo discutida constantemente por ser a Reforma Agrária um problema social assim como é a educação, pois ambas se estendem na história desse país influenciando a vida da sociedade como um todo. A primeira problemática se estrutura a partir da luta contra uma alta concentração de terras que centraliza o poder nas mãos de uma pequena elite brasileira, essa centralização é geradora de uma desigualdade socioeconômica, que provoca um alto grau da expansão da pobreza em favor de uma expansão econômica; e a segunda se restringe, inicialmente, à formação humana da classe dominante, que ao longo da história permitiu que a educação seja estendida a classe trabalhadora a partir dos seus interesses. A metodologia que permeou nosso estudo se baseou em revisão bibliográfica e documental: relatórios, processos e convênios que explicam as parcerias e o desenvolvimento do PRONERA. A análise do programa, dos recursos investidos e a realização das entrevistas com os sujeitos envolvidos foram etapas essenciais para conhecermos os processos que constituíram o PRONERA em Alagoas. No debate entre a Reforma Agrária e a Educação do Campo temos uma forte luta pelo o direito a terra e a educação pautada na realidade camponesa. Para analisarmos esse debate, baseamos nosso estudo em dois paradigmas: o paradigma da questão agrária e o paradigma do capitalismo agrário. Esses paradigmas explicam a questão agrária sob duas perspectivas distintas que reconfiguram o papel do campesinato no campo. Neste marco teórico analisamos a luta pela Educação do Campo, a construção do PRONERA e suas contradições no estado de Alagoas. São nesses territórios de conflitos entre o capital e o campesinato que adentramos na relação social que empreende o debate em questão.

  • JOSÉ DANILO SANTANA SILVA
  • A TRAMA FAUSTIANA DO CAPITAL FINANCEIRO NA CAPTURA DA UNIDADE DE PRODUÇÃO FAMILIAR
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Sep 30, 2014
  • Dissertação
  • Show resume
  • Com o fim do keynesianismo enquanto modelo econômico capaz de superar a crise de
    superprodução que se estabelecia no final da década de 1970, a mundialização do capital surge como
    processo de um novo ritmo de acumulação. A mundialização é uma fase específica sistema do capital em
    seu processo de internacionalização e valorização marcada pelo domínio do capital financeiro sobre a
    esfera produtiva. A integração internacional dos mercados foi garantida por meio da liberalização e
    desregulamentação dos mercados nacionais e automatização do fluxo de capitais. Para tanto, coube aos
    Estados centrais assumir e determinar os rumos da política neoliberal, retirando barreiras institucionais e
    econômicas que pudessem criar entraves para o livre fluxo de capitais. O sistema sociometabólico do
    capital produz suas próprias contradições como garantia de sua reprodução e acumulação, a mundialização
    do capital torna-se um processo expressivo também no campo, dando novos contornos a territorialização
    do capital e a monopolização da produção. No Brasil, a inserção do capital financeiro no campo se dá
    modernização técnica durante a ditadura militar. Era necessário transformar o campo para atender a
    demanda de produção do comércio exterior, aumentar a produtividade sem alterar a estrutura fundiária por
    meio da integração técnica entre indústria e agricultura. A integração do capital financeiro com a
    agricultura compreende o fortalecimento de um sistema de crédito rural e de mecanismos de incentivos
    fiscais e financeiros do Estado, intensificação de relações interindustriais (com a fusão de capitais
    agroindustriais no setor privado e a consolidação de conglomerados multisetoriais) e transformação no
    mercado de terras. Sob a égide do agronegócio, o capital financeiro assume o controle do desenvolvimento
    do campo brasileiro, perseguindo assim o lucro a renda da terra mediante políticas de Estado. Nesta
    direção, o desafio da nossa pesquisa de mestrado consiste em analisar os rebatimentos espaciais da
    inserção do capital financeiro no campo sergipano, analisar de que forma este gesta o território para extrair
    direta ou indiretamente frações de mais valor e da renda da terra. É importante observar que o capital
    financeiro se insere no campo não só por meio do financiamento direto da produção e comercialização de
    mercadorias, a presença do sistema de crédito permeia outras dimensões da renda da unidade de produção
    camponesa. Analisamos o Território do Alto Sertão Sergipano com o objetivo identificar as formas e
    estratégias do capital financeiro para obtenção de lucro, sobretudo, por meio da subordinação da unidade
    de produção familiar para o processo de acumulação, analisando as ações do Estado na apreensão dialética
    do movimento de favorecimento ao capital que com esse compõe de forma indissociável e interligada o
    seu sistema metabólico de reprodução.

  • RAUL MARQUES NETO
  • DA LUTA NA LONA PRETA À LUTA NA CASA DE TELHA: MONOPOLIZAÇÃO DO TERRITÓRIO PELO CAPITAL AGROENERGÉTICO EM CAPELA-SE, SUBORDINAÇÃO E RESISTÊNCIA DA CLASSE CAMPONESA.
  • Advisor : CELSO DONIZETE LOCATEL
  • Data: Sep 29, 2014
  • Dissertação
  • Show resume
  • A estrutura agrária brasileira, que se configurou a partir da invasão dos portugueses, caracteriza-se por ser concentradora de terras, de renda e de benefícios e por se manter inalterada ao longo do tempo, causando impactos negativos no espaço rural brasileiro, reproduzindo ou aumentando a pobreza da população do campo, principalmente dos camponeses que buscam a todo o momento estratégias de sobrevivência. Diante das transformações na questão agrária brasileira e das políticas públicas direcionadas ao campo, entre elas a de incentivo aos agrocombustíveis buscamos neste trabalho, através do método dialético, analisar o processo de subordinação camponesa no município de Capela (SE), diante do movimento contraditório do desenvolvimento das forças produtivas do capital, a partir do setor sucroalcooleiro. Neste espaço ocorrem dois processos, o de territorialização do capital agroenergético e o de monopolização do território camponês pelo capital monopolista, este último sendo verificado no Projeto de Assentamento José Emídio dos Santos, localizado no referido município. Camponeses que se subordinam e resistem produzindo a monocultura da cana em detrimento da policultura de alimentos, provocando insegurança alimentar e distanciando-se da soberania alimentar.

  • ALAN JULIANO DA ROCHA SANTOS
  • EXCLUSÃO MULTIDIMENSIONAL, POLITICAS PÚBLICAS E JUSTIÇA ESPACIAL EM SERGIPE
  • Advisor : VERA LUCIA ALVES FRANCA
  • Data: Sep 11, 2014
  • Dissertação
  • Show resume
  • Este estudo consiste numa pesquisa aplicada, de natureza quantitativa, tendo como universo de análise o Estado de Sergipe, nas escalas municipal e territorial, considerando a primeira década do século XXI e tem como objetivo analisar os níveis e a composição multidimensional da exclusão social, assim como, as mudanças resultantes da intervenção do Estado através de políticas públicas. Para tanto, se fez necessário uma ampla pesquisa bibliográfica de teorias e métodos aplicados em mensurar e explicar a exclusão social. A partir do método de Lemos, o indicador de Exclusão Social formado por cinco indicadores de privações foi analisado, para os anos 2000 e 2010, permitindo o entendimento da composição da exclusão, ou seja, analisar quais privações têm maior contribuição para a exclusão, indicando ainda, em qual aspecto social a população esta mais carente e qual privação reduziu ou aumentou no intervalo de dez anos. Clusters de análise espacial bivariados foram elaborados com dados de privações, juntamente com dados de atendimento dos programas sociais, o que possibilitou ver a relação espacial entre uma política pública e a sociedade. Com base nos conceitos de Soja e Harvey, este estudo buscou verificar a ocorrência de uma possível Justiça Espacial tomando como premissa que os municípios que mais reduziram as privações, entre 2000 e 2010, foram aqueles que apresentavam as maiores privações, em 2000. Os ganhos sociais foram evidentes em todos os municípios, sendo que as políticas públicas têm sido utilizadas como estratégia para redução da pobreza e exclusão social com resultados positivos, mas, ainda são insuficientes para proporcionar a plena Justiça Espacial e redução das desigualdades.

  • JOSÉ WAGNER COSTA DE SANTANA
  • Redes emergentes de comercialização agrícola em Sergipe
  • Advisor : VERA LUCIA ALVES FRANCA
  • Data: Sep 11, 2014
  • Tese
  • Show resume
  • O estudo de redes emergentes de comercialização agrícola, em Sergipe, tem como objetivo analisar bases, estruturas, configuração espacial e as contribuições para a agricultura frente aos desafios estabelecidos pela expansão da economia globalizada que envolve transformações da agricultura, impulsionada pela dinâmica dos mercados internos e externos. A análise de redes emergentes de comercialização agrícola considera como elementos fundamentais as atividades desenvolvidas em torno da produção e comercialização que envolvem o campo e a cidade, a agricultura familiar e a de mercado, a prestação de serviços técnico-científicos-informacionais, a infraestrutura de redes que possibilita o acesso aos mercados de produção e de consumo, através de ações que envolvem a presença de atores que constituem o sistema de redes instaladas a montante e a jusante da produção primária e de transformação dessa produção. Para desvelar a complexidade que envolve as diversas etapas da comercialização, foi feita vasta prospecção bibliográfica, sendo, também, realizados levantamentos de dados censitários quinquenais, de produção anual e de comercialização, disponíveis em publicações de instituições e organismos nacional e internacional, de instituições representativas de classes. Além disso, foi realizado trabalho de campo, a partir de visitas a dezenas de feiras pelas cidades sergipanas, às feiras livres da capital e vários estabelecimentos comerciais de produtos agrícolas e de transformação da produção. Ainda foram aplicadas entrevistas com profissionais, gestores, produtores, intermediários e consumidores. Este estudo focou a batata doce, o leite, o milho e a avicultura de corte e ovos que juntas, na última década, estão contribuindo para a dinâmica da economia contemporânea e formam redes emergentes da comercialização. A expansão dessas redes está possibilitando o acesso da pequena produção desenvolvida por agricultores familiares e da agricultura comercial ao mercado agrícola local, regional, nacional e global, procurando acompanhar a dinâmica da agricultura de mercado comandada pela integração global de produção e consumo. Ao mesmo tempo, as redes emergentes de comercialização agrícola, através de suas múltiplas formas, vão se inserindo no competitivo mercado agrícola mediante o acesso e aderência à dicotômica comercialização formal e informal. As redes emergentes estão se cristalizando à medida que ocupam posição de destaque na economia e contribuem significativamente para as mudanças na paisagem sergipana, formando novos canais com fluxos de objetos, coisas e capitais que ligam os mercados de produção, de transformação e de consumo interno e externo, ampliando a visibilidade do Estado como produtor, transformador e exportador de bens de consumo diversificado.

  • CARLOS MARCELO MACIEL GOMES
  • "A Política dos Arranjos Produtivos Locais na Busca Sisifiana pelo Desenvolvimento"
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Sep 10, 2014
  • Dissertação
  • Show resume
  • A presente Dissertação de Mestrado teve como objetivo analisar as alterações estruturais expressadas pelo ajustamento sócio produtivo nos municípios de Porto da Folha (SE) e Gararu (SE) com a institucionalização da Política Nacional de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (APLs), considerados como catalizadores do desenvolvimento, inscritos na abordagem territorial. A análise foi fundamentada nos pressupostos do materialismo dialético, observando as principais determinações na relação contraditória capital/trabalho em suas diferentes escalas. O discurso do Desenvolvimento Territorial submete o Sertão Sergipano a um Plano de Desenvolvimento que envolve a desconcentração e interiorização das atividades produtivas em Sergipe, vinculando o campo ao mercado através da Política Nacional de Apoio aos APLs. Analisamos os limites do planejamento do Estado, enquanto mediação de segunda ordem, a partir do pensamento regulador e pela relação tripartide Capital-Estado-Mercado, e investigamos as contradições do Desenvolvimento Local frente à Crise Estrutural do capital, como também sua base nos estudos sobre aglomerações produtivas e seu substrato ideológico. Nesse contexto desvelamos o APL nas escalas do capital e suas formas de controle local ante o mercado, enquanto processo totalizante, descaracterizando o planejamento sob o caráter incontrolável do capital. A expansão da lógica do capital carrega consigo a intensificação da exploração do trabalho. Sem autonomia, o camponês fenece ao controle sociometabólico da produção, do trabalho e da terra. Por fim, analisamos as principais contradições da institucionalização dos APL por meio do envolvimento das unidades de produção familiar caracterizadas como pequenos núcleos produtivos; da adequação e potencialização do processo produtivo para o mercado; da busca por atividades sustentáveis; da incorporação de inovações produtivas; do pacto territorial e do estímulo ao chamado capital social. Tendo concluído que O APL faz parte do Projeto de Desenvolvimento que busca amenizar a crise do capitalismo por meio da regulação do mercado. Dessa forma, o Estado age como mediador do capital, na garantia da propriedade privada em função do sistema sóciometabólico. Para além da dualidade entre a visão keynesiana e a liberal, a análise do APL permitiu concluir que o Estado e o Mercado são indissociáveis no sistema do capital. Neste sentido, a busca pelo controle da produção, da terra e do trabalho revela a busca pela expansão e domínio do território para o capital, emergido na insolubilidade de sua crise estrutural.

  • JACSON TAVARES DE OLIVEIRA
  • Território do Agronegócio: expansão dos monocultivos do eucalypto e da produção de celulose na Bahia
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Sep 1, 2014
  • Tese
  • Show resume
  • A expansão do agronegócio silvícola na Bahia, fruto do movimento global de
    reprodução do capital em direção aos territórios que apresentam condições favoráveis à
    elevada produtividade de biomassa, não realizou as promessas de desenvolvimento
    regional e de geração de emprego e renda, ao contrário, acirrou ainda mais o conflito
    capital x trabalho no campo. A implantação do projeto neoliberal no país e a abertura
    econômica foram cruciais para a entrada das grandes empresas transnacionais de papel
    e celulose na Bahia, inclusive com a implementação de alianças financeiras e
    tecnológicas entre empresas concorrentes no mercado mundial, mas que, em território
    nacional, se uniram para fortalecer o poder de concorrência no mercado global. Sob o
    apoio incondicional do Estado em seus diferentes extratos de governo, as empresas
    concretizaram seus projetos de instalação de fábricas de celulose em Camaçari, Mucuri
    e Eunápolis, com a formação de extensos plantios de eucalipto no Nordeste e Sul
    Baianos, tornando-se as maiores proprietárias de terras na Bahia. Essa tese pôde ser
    comprovada pela redução do número de postos de trabalho no campo e nas fábricas,
    pelo aumento da concentração fundiária, pela redução do território disponível para a
    reprodução camponesa, assim como a retração do valor percentual da contribuição
    social das empresas silvícolas no período de 2005 a 2012. As empresas são beneficiadas
    tanto pela via do financiamento público e mecanismos de isenção fiscal, quanto pela
    flexibilização das leis trabalhistas e simplificação do licenciamento ambiental. Tal
    processo alimenta os movimentos socioterritoriais, notadamente o Movimento dos
    Trabalhadores Sem Terra (MST), e revela a existência de um campo em conflito nos
    territórios silvícolas analisados (Bahia Specialty Cellulose, Suzano Papel e Celulose e
    Veracel Celulose). Os acampamentos e assentamentos pesquisados no território da
    Veracel retratam a resistência camponesa contra o agronegócio silvícola no embate
    histórico pela territorialização, como conflito resultante da interação dialética universal
    entre capital x trabalho. A presente tese compartilha o materialismo histórico e
    dialético como método de interpretação da realidade e reconhece o território como
    produto de relações de poder, não apenas no âmbito do Estado e dos grupos
    dominadores, mas, sobretudo, no âmbito dos grupos dominados, responsáveis pela
    produção da riqueza e capazes de agir como classe e construir novos referenciais de
    vida e de organização social para além da lógica do capital e de seus pressupostos.

  • PLÍNIO ELKSON DOS SANTOS
  • DESAFIOS DA GESTÃO SOCIAL: AS EXPERIÊNCIAS NO TERRITÓRIO DO SERTÃO OCIDENTAL SERGIPANO.
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Aug 25, 2014
  • Dissertação
  • Show resume
  • A questão da Gestão Social do Território vem sendo bastante discutida tanto no Brasil quanto em outros países. É um modelo de gestão recorrente, definido como uma inovação territorial e da gestão da política em construção. Essa questão surge para acabar com a visão reducionista do sujeito histórico e propõe, sem obliterar a importância da sustentabilidade eco­nômica e ambiental. O processo de desenvolvimento territorial tem no estado seu protagonista, sem perder a centralidade, deixa de ter o monopólio do poder para – em articulação com a Sociedade Civil – planejar, traçar diretrizes e tomar decisões capazes de potencializar as rique­zas, em sentido amplo, do local. É um conceito que incorpora uma cidadania deliberativa, que incentiva e capacita a sociedade civil na participação de deliberações e regulações políticas, ou pelo menos, orienta e atrai esses protagonistas para ações coletivas e de inserção legítima nas decisões e processos que tem como característica o bem comum dos cidadãos no território e que almejam uma igualdade participativa sob o signo da gestão social. Para a pesquisa foram realizados os seguintes procedimentos metodológicos: visita técnica e observação participante nas reuniões do Colegiado, aplicação de questionários e entrevistas com perguntas semiestruturadas, além do garimpo de informações e dados secundários. A partir dessa visão, o trabalho em tela emerge face ao arranjo institucional materializado no Colegiado Territorial do Sertão Ocidental sergipano, com ênfase em seu processo de constituição, contradições e limites; em especial na organização espacial, nas disputas internas e nas materialidades dos projetos. O mesmo tem como intuito estudar e conhecer o andamento e a efetivação das ações protagonizadas pelo Colegiado Territorial, observando a dinâmica interna de seus atores sociais e as expectativas de desenvolvimento. O que estabelece de inferirmos que estamos em um terreno, em termos analíticos, minado, em função da multidimensionalidade das abordagens e dos diversos prismas escolhidos e de seus resultados e produtos diferenciados. O que torna dificultoso o arranjo analítico para desenvolver “mais um estudo” sobre os “territórios rurais”. Devemos transcender o óbvio.

  • LUIZ CARLOS TAVARES DE ALMEIDA
  • PARTICIPAÇÃO SOCIAL E POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL: a produção de uma sociabilidade estabelecida pelo consenso.
  • Advisor : ANA ROCHA DOS SANTOS
  • Data: Aug 21, 2014
  • Dissertação
  • Show resume
  • O principal objetivo que se impôs nessa pesquisa foi o de desnudar a partir da
    participação social, os interesses de um tipo de desenvolvimento que produz uma
    sociabilidade estabelecida pelo consenso. Para tanto se privilegiou o processo de
    participação social objetivado no Colegiado Territorial do Sertão Ocidental de Sergipe e
    no Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável do município de Itabaiana SE.
    O quesito participação tem sido patrocinado no cenário político como sendo um
    significativo ganho social, à medida que os pressupostos da democracia participativa se
    avolumaram e se tornaram condição de mediação imprescindível. E assim, reiterado
    pelo discurso de que em direção ao “interesse comum” as diferenças são dissolvidas, a
    participação social em processos decisórios da política passa a objetivar-se em espaços
    como os dos Colegiados Territoriais, e dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento
    por um tipo de controle social traduzido pelo consenso de interesses. Esse contexto tem
    colaborado, assim, para a produção de uma condição de despolitização social,
    sobretudo, por que as politicas governamentais passam a ter no mercado sua mediação
    de excelência, o que prejudica o processo de luta por conquistas que transcendam as
    perspectivas reformistas e setoriais. Para tanto, se fez necessário uma ampla pesquisa
    bibliográfica, de onde tecemos as bases para uma fundamentação teórica consistente.
    Paralela e concomitante a revisão bibliográfica nos debruçamos em pesquisas
    documentais a partir de visitas a órgãos que vieram a ser necessários durante o
    transcorrer da pesquisa. A coleta de dados foi realizada a partir de técnicas de
    questionário com perguntas abertas, entrevistas formais e informais, especialmente
    direcionadas aos chamados “atores sociais”, trabalhadores, líderes e membros de
    movimentos sociais, associações e representantes do poder público. O materialismo
    histórico-dialético foi o método que possibilitou uma análise pautada na história, no
    contexto, e na totalidade das relações.
    e da forma.

  • AUCEIA MATOS DOURADO
  • Viver e pertencer: identidades e territórios nos assentamentos rurais de Sergipe
  • Advisor : MARIA AUGUSTA MUNDIM VARGAS
  • Data: Jul 30, 2014
  • Tese
  • Show resume
  • A criação dos assentamentos rurais no Brasil é um processo histórico e relacional, um espaço conquistado e produzido e que pela apropriação funcional e simbólica é transformado em território. Esta tese tem como objetivo principal analisar os referenciais que norteiam a construção da identidade territorial nos assentamento rurais do Estado de Sergipe, tendo em vista as múltiplas configurações na formação dos mesmos. Delimitou-se como locus de investigação cinco assentamentos, dentre os vinte e dois, classificados pelo INCRA na fase sete. Tomou-se como caminho metodológico a pesquisa qualitativa, ancorando-se em três questões basilares: a construção do território do assentamento, o significado do território: o assentamento como espaço de referência e o sentido de ser assentado. A pesquisa desenvolveu-se em níveis transversais de caracterização e analise. Procedeu-se uma discussão sobre a categoria território e suas características, para compreensão dos assentamentos rurais, assumidos como territórios, produto e condição da territorialização das lutas pela terra no Brasil. A questão agrária no Brasil e em Sergipe foi analisada de modo a contextualizar o objeto de estudo e os assentamentos estudados foram tomados como espaço de vivência e espaço de referência para compreensão de suas identidades. A delimitação da pesquisa guiou-se a partir da compreensão de que a construção das identidades e das territorialidades nos assentamentos é histórica e relacional, pois os assentados ao se fixarem no território constroem relações sociais e estabelecem vínculos de pertencimento e de identificação com o mesmo. O sentido de ser assentado se revela tanto com conteúdo institucional quanto simbólico, pois denota não só uma categoria territorial, mas a construção de uma consciência socioespacial de pertencimento, que se expressa nas traduções e nas tradições. É neste envoltório que demarcamos o processo de construção identitária nos assentamentos. Uma dialética que inclui funcionalidade e simbologia, memória e cotidiano, símbolos e marcas, objetividade e subjetividade.

  • RONILSE PEREIRA DE AQUINO TORRES
  • O sentido de ser pescador: signos e marcas no povoado Pedreiras – São Cristóvão/SE
  • Advisor : MARIA AUGUSTA MUNDIM VARGAS
  • Data: Jul 30, 2014
  • Dissertação
  • Show resume
  • Esse trabalho teve como objetivo analisar a identidade dos pescadores do povoado Pedreiras situado no município de São Cristóvão/SE e das formas de apropriação simbólica e funcional empreendidas na construção dos territórios da pesca. As categorias território e identidade balizam a análise para a identificação das práticas e da percepção dos significados de ser pescador artesanal. O levantamento de campo realizado no período de 2012-2014, ancorado na abordagem qualitativa possibilitou apreender o cotidiano e as expectativas da comunidade, ou seja, como vivem e suas visões de mundo. Foram desvelados desde a pesca artesanal até o sentido de ser pescador na comunidade, a relação com o meio natural pela investigação do que se pesca como e quando, assim como, pelas memórias e percepções sobre o passado e o presente da pesca. Identificou-se que o território e as territorialidades no povoado Pedreiras se constroem e se reconstroem pela pesca, sendo o rio e a maré seus signos de referência afetiva com o lugar, e, portanto, propulsores de um forte sentimento de pertença e de identidade de seus moradores.

  • DAVID PIMENTEL OLIVEIRA SILVA
  • A LIGA DOS CAMPONESES POBRES (LCP) E A LUTA PELA TERRA NO NORDESTE: CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO SOBRE O MOVIMENTO CAMPONÊS NO BRASIL
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Jul 24, 2014
  • Dissertação
  • Show resume
  • A expansão do modelo capitalista e de suas relações no campo não criou apenas uma classe latifundiária enriquecida e organizada, gerou também uma classe camponesa expropriada que passou a lutar por sua reprodução alicerçada na luta pela posse da terra. Materializou-se, no movimento contraditório e conflitivo de luta de classes, a disputa territorial entre uma histórica classe dominante agrária a serviço do capital mundializado e uma massa de camponeses pobres proletarizados e/ou sem terra que ergueu a bandeira da luta pela terra e pela Reforma Agrária em todo o Brasil. Desse contexto, nasce, na história mais recente do país, um processo de formação e fragmentação de movimentos sociais camponeses, como por exemplo, a formação do MST e de suas dissidências. Inserida neste quadro histórico de fragmentação, divergências e dissidências, a Liga dos Camponeses Pobres (LCP) é um movimento social que surgiu logo após o conflito da fazenda Santa Elina em 1995, episódio que ficou conhecido como “Massacre de Corumbiara”, e nos provocou o anseio pela investigação científica ao conhecermos a sua proposta combativa. Nesta perspectiva, o presente trabalho teve o objetivo de se aprofundar em análises sobre a luta pela terra na conjuntura atual, tomando como referência as ações empreendidas pela Liga dos Camponeses Pobres na luta pela terra em territórios nordestinos. Desta forma, através do estudo dos processos de formação e de espacialização da LCP, foi possível analisar as suas formas de organização de luta, as transformações territoriais construídas ao longo da consolidação dos territórios disputados e os principais embates acerca das questões que envolvem a luta pela terra na conjuntura atual. Para tanto, o método materialista histórico dialético nos permitiu obter a essência da realidade estudada dentro da relação sujeito-objeto, assim como o trabalho com a clareza teórica dos antagonismos de classes. Através deste método, também foi possível fazer um retorno teórico-metodológico à ciência geográfica, dando uma contribuição ao debate que envolve os conceitos de Espaço, Território e Movimento Camponês.

  • ESMERALDO VICTOR CAVALCANTE GUIMARÃES
  • Entre Janelas e Camarotes: O Sagrado e o Profano na Festa do Bom Jesus dos Navegantes de Penedo/AL
  • Advisor : MARIA AUGUSTA MUNDIM VARGAS
  • Data: Jul 14, 2014
  • Dissertação
  • Show resume
  • A pesquisa traz reflexões sobre a Festa de Bom Jesus dos Navegantes que ocorre em
    Penedo/AL há 130 anos e teve como objetivo geral analisar a relação do sagrado e do profano
    e compreender os processos de produção do arranjo festivo que, ao mesmo tempo em que
    esvaziam o real sentido da festa, o enche de pessoas, do lugar e de fora dele, nos momentos de
    comemoração. A análise pautou-se na abordagem qualitativa privilegiando fontes
    documentais, entrevistas e observações sobre a história e o chão da festa com trabalho
    empírico nos festejos dos anos de 2013 e 2014, além da busca da memória dos entrevistados
    no que se refere às mudanças ocorridas no festar a o Bom Jesus dos Navegantes. Constatou-se
    que a festa, historicamente, funciona como entidade sociocultural complexa, produtora e
    portadora de uma identidade que lhe vai sendo atribuída pelas intenções e costumes daqueles
    que a organizam. O povo penedense ao longo dos 130 anos da festa tem se revezado na tarefa
    de construir as festas e manter a tradição. Cada festa traz consigo a marca do tempo e da
    técnica que está à disposição da sociedade em cada tempo.

  • ROSEANE CRISTINA SANTOS GOMES
  • Território, paisagem, sujeitos sociais e políticas públicas: (des) caminhos e perspectivas do TBC em comunidades brasileiras e mexicanas.
  • Data: May 21, 2014
  • Tese
  • Show resume
  • A América Latina tem como uma de suas características a diversidade da paisagem que conforma o território de pequenas comunidades, estejam estas localizadas na zona litorânea ou no interior. Referimos-nos às comunidades brasileiras e mexicanas que além de apresentar uma paisagem dinâmica, possuem, todavia uma riqueza sociocultural que as singularizam. São marcadas pelo modo de vida tradicional e pelos laços do cotidiano. Muitas destas comunidades almejam uma melhor qualidade de vida e buscam se sobressair do processo de exclusão do qual são expostas. Para tanto buscam no turismo, a complementação de sua fonte de renda, ou até mesmo centram nesta atividade a manutenção de sua sobrevivência. É o caso das comunidades estudadas: povoados Crasto/ Santa Luzia do Itanhy, Terra Caída/ Indiaroba – Sergipe/ Brasil, Prainha do Canto Verde/Beberibe/Ceará/Brasil e Puerto Morelos/ município de Benito Juarez/ Quintana Roo e San Pedro Atlapulco/ município de Ocoyacac/ Estado de México – México. Sentindo a necessidade de refletir sobre o turismo, sobretudo, o turismo de base comunitária e seus impactos nas comunidades citadas, nos amparamos na ciência geográfica o pilar para esta reflexão. Almeida (2008) afirma que o turismo é uma pratica social que consome e transforma espaços naturais ou artificiais, denominados paisagens turísticas. Ele é vislumbrado como fator de transformação socioespacial, cultural, política e econômica. Porém, para a implantação desta atividade, é relevante pensar na necessidade que o território dos sujeitos sociais locais possui para receber o turismo. Isto posto, temos como objetivo a análise das relações socioespaciais envolvendo sujeitos sociais locais, políticas de fomento ao turismo e o turismo de base comunitária - TBC nas comunidades latino-americanas já citadas. Trata-se, portanto, da análise acerca de territorialidades que se (re) criam, da (re) significação da paisagem pelos sujeitos sociais locais, por meio da inserção do TBC que tem como essência o princípio da autogestão, do empoderamento das comunidades e valorização do modo de vida tradicional. Para tanto, nos pautamos nas categorias paisagem e território como balizadoras da reflexão proposta. O método de análise que consubstancia a pesquisa é o fenomenológico. Já os instrumentos de investigação utilizados foram: revisão bibliográfica; pesquisa de campo composta de observação direta, levantamento e registro fotográficos; técnica de entrevista semiestruturada. Com base nos resultados obtidos com a pesquisa afirmamos que no processo de inserção do turismo nas comunidades citadas existem várias forças que atuam nos territórios dos sujeitos sociais locais. Estas forças se materializam por meio das relações de poder que emanam tanto das comunidades quanto dos agentes planejadores das políticas de fomento ao turismo e agentes privados. No caso das políticas, o poder se manifesta pelo conteúdo e discurso propagado acerca do desenvolvimento local para o alcance da sustentabilidade. Este, na verdade é apenas uma forma alienadora de manter o controle sobre as comunidades e favorecer as demandas do turismo de massa e agentes privados interessados em obter divisas ao investir no turismo. No que diz respeito às comunidades o poder advém da necessidade de defender os seus territórios contra forças externas que em nada ou muito pouco contribuem para a manutenção das suas territorialidades. Emana, outrossim, do processo de exclusão pelo qual as mesmas são submetidas e, consequentemente pela busca da melhoria de suas condições de vida.

  • SOLIMAR GUINDO MESSIAS
  • SOB O DOMINIO DA CRUZ: A CONSTRUÇAO DE UM TERRITORIO E PATRIMÔNIO CULTURAL EM SERGIPE
  • Data: May 21, 2014
  • Tese
  • Show resume
  • A Igreja Católica é a instituição de caráter religioso, cultural, político
    e econômico de estrutura visível e de mais longevidade que ainda existe em
    funcionamento. Ela é reconhecida pela alta hierarquização, burocratização e pela
    organização de seus territórios, delimitados a partir de práticas desenvolvidas para sua
    expansão e manutenção. Nesse universo, indagamos o atual espaço ocupado pela Igreja
    Católica e as ações desenvolvidas por ela para consolidar sua posição dominante em
    Sergipe. Buscamos, ainda, compreender as lógicas desse processo pela interpretação
    das relações de poder existentes para seu funcionamento. Destarte, elaboramos a tese
    de que a Igreja Católica mantém seu território, sua paisagem e seu patrimônio por
    meio das relações de poder do simbólico e da representação. Para tanto, esta pesquisa
    objetivou identificar: os fatores que contribuíram e, de certa maneira, influenciaram a
    atuação da Igreja Católica, na criação de seus territórios; as lógicas territoriais adotadas;
    as estratégias da instituição para atuar na identidade e aproximar-se dos devotos. Para
    efetuar a interpretação da Igreja Católica, apropriamo-nos da abordagem cultural
    e religiosa da Geografia conjugada à proposta metodológica de análise qualitativa
    e quantitativa, interligada a três procedimentos para entendermos a realidade: a
    observação simples para a descrição, os levantamentos de dados em fontes primárias
    e secundárias para a quantificação e qualificação e as entrevistas para a representação.
    Como resultado, compreendemos que a Igreja Católica é uma instituição consolidada,
    que passou por uma ressignificação territorial e que administra e consolida seu território
    e paisagem por meio de ações particulares que formam, em Sergipe, duas vertentes da
    Igreja em um mesmo território católico: a instituição do Sul, que engloba duas dioceses,
    mais tradicionais, seguidoras dos preceitos instituídos pelos bispos do Brasil e a do
    Norte, que, pela prática do catolicismo popular, tem um perfil de maior aproximação da
    Igreja Católica e de seus ideais com os devotos.

  • PEDRO PAULO DE LAVÔR NUNES
  • TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO – A FUNCIONALIDADE DO ESTADO CAPITALISTA NO SIMULACRO DAS POLÍTICAS DE REORDENAMENTOS TERRITORIAIS.
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Apr 29, 2014
  • Dissertação
  • Show resume
  • A presente Dissertação de Mestrado teve como objetivo analisar a funcionalidade do Estado no simulacro das políticas públicas de reordenamento territorial, concebida e engendrada pelo capital em múltiplas escalaridades e em múltiplas determinações, através da construção do projeto de transposição do rio São Francisco, no sertão nordestino. A condução da investigação foi sustentada na concepção do materialismo histórico e dialético. As categorias geográficas Espaço e Território foram conceitos basilares, para nossa análise. O Espaço por ser a materialidade histórica dos homens, espaço das relações sociais mediadas e produzidas pelo trabalho, e o Território por ser a categoria que apresenta o sentido de propriedade, de poder presente no antagonismo da luta de classes. As pesquisas em fontes primárias, secundárias e as entrevistas possibilitaram constatar que o Estado com o discurso de garantir a segurança hídrica para promover qualidade à segurança alimentar, edifica amplamente no nordeste brasileiro projetos hídricos voltados para a agroexportação. O aprofundamento e sofisticação da indústria da água tem como finalidade o hidro-agronegócio, acarretando a ampliação da concentração fundiária e a secular dominação dos grupos políticos. O que se constata é que se consolida não simplesmente uma indústria da seca, mas uma indústria em que a apropriação da água é a garantia do favorecimento ilícito da natureza como recurso econômico, ampliando o controle do processo produtivo com o objetivo da reprodução e ampliação do capital. O discurso falacioso do Estado, referendado pelas instituições de financiamento de crédito, ao combate e erradicação da pobreza e miséria conduz a um instrumento valoroso de injeção de capital-imperialista, principalmente no espaço agrário do sertão nordestino. O avanço capitalista segue mostrando as contradições inerentes a sua própria lógica sóciometabólica para a expansão, criação e destruição do que lhe é necessário para sua reprodução: o ser humano e a natureza. A transposição do Rio São Francisco, promove duas ações em prazos determinantes, a expropriação dos camponeses das áreas atingidas pelo programa agroexportador e a expropriação do trabalho camponês e sua transformação em assalariados. Paralelamente o papel do Estado neste atual contexto se evidencia ainda mais nas fortes intervenções através de políticas públicas e assistencialistas, que na sua maioria tem o financiamento/crédito como força motriz, intensificando ainda mais a pobreza e a miséria em detrimento da riqueza socialmente produzida, mas que é privatizada nas mãos dos detentores do capital.

  • RONILSON BARBOZA DE SOUSA
  • A LUTA PELA TERRA NA (CONTRA)MÃO DA ORDEM CAPITALISTA: uma leitura a partir da luta pela terra do MST no Município de Petrolina/PE.
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Apr 29, 2014
  • Dissertação
  • Show resume
  • A presente dissertação teve como objetivo analisar a condição da luta pela terra na luta contra o capital, a partir da realidade do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Município de Petrolina-PE. A leitura analítica reflexiva, centrada no método do materialismo dialético, permitiu entender como o capital se expande por meio da sua territorialização e da monopolização do território, resultando em conflitos sociais. No caso do Município de Petrolina-PE, a expansão das relações capitalistas foi viabilizada, principalmente, por meio da concentração de poder da família Coelho e sua forte articulação nacional e internacional. O caminho escolhido pela classe dominante para promover o avanço do capital foi utilizar, prioritariamente, a força de trabalho assalariada, mediante o controle das terras e das águas do rio São Francisco. A atividade da fruticultura irrigada deu ao Município de Petrolina status de um dos mais importantes polos do agronegócio no circuito do capital, promovendo a expropriação da unidade de produção camponesa, impulsionando a mobilidade do trabalho e formando uma superpopulação relativa na cidade, consequentemente vários conflitos. No atual estágio de acumulação do capital, na busca da obtenção do lucro as suas demandas se chocam com as reivindicações dos trabalhadores. A participação do Estado, por meio de políticas públicas, foi e continua sendo fundamental para mediar essas tensões e garantir a contínua reprodução do capital. O capital se mostra incapaz de ceder o mínimo às necessidades de realizações humanas. Por outro lado, embora o MST tenha avançado na luta, sem romper com a ordem do capital, por meio da ocupação do latifúndio improdutivo, termina tornando-se funcional a este, seja como extensão da transformação industrial, seja por meio da produção de alimentos, barateando o custo de reprodução da força de trabalho. Nos acampamentos e assentamentos do MST, o capital monopoliza o território, sujeitando a terra de trabalho e vida à terra de negócio: em mercadoria, só lhes restando trabalhar para o capital, especialmente nas empresas do agronegócio. Desse modo, fica evidente que a luta pela terra, pela reforma agrária se choca com a ordem capitalista em curso, tornando-se uma luta anticapitalista, ainda que nem todos que lutam por ela tenham plena convicção desse processo.

  • MOACIR ARAÚJO DE SOUSA
  • TERRITORIALIZAÇÃO DA CONFECÇÃO DE BORDADOS NO ESTADO DE SERGIPE: A FORMAÇÃO DAS REDES, FLUXOS E O PROCESSO DE SUBORDINAÇÃO DO TRABALHO.
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Apr 11, 2014
  • Tese
  • Show resume
  • O objetivo deste estudo foi analisar a territorialização da confecção de bordados em Sergipe, relacionando-a com as redes, fluxos e a subordinação do trabalho. Investigar a territorialização do bordado sergipano envolve analisar o comportamento das comunidades assentadas nos territórios em que o bordado se processa. A Geografia é utilizada nesse contexto como ferramenta científica para o entendimento da diferenciação de lugares, territórios e regiões como produto das relações travadas entre os homens e destes com a própria natureza. Os procedimentos deste estudo, sob a orientação do método hipotético–dedutivo, foram divididos em três etapas: 1) trabalho de gabinete, 2) trabalho de campo e 3) síntese. A primeira etapa incluiu a revisão de literatura, a consulta a instituições relacionadas ao bordado (SEBRAE, SEDETEC e Associações) e o levantamento cartográfico. A segunda etapa incluiu a aplicação de questionários, a realização de entrevistas e o registro fotográfico. A terceira etapa correspondeu à análise dos dados coletados. Os resultados alcançados confirmaram a hipótese de que a territorialização da confecção de bordados no estado de Sergipe, da forma como tem se estabelecido ao longo dos anos, favorece a construção de “territórios de exploração”. Nestes territórios, os atores menos favorecidos econômica e socialmente são dominados e explorados como mão de obra farta e barata pelos atores que de alguma forma se destacam por deterem meios econômicos, sociais e políticos que lhes conferem os mecanismos necessários à apropriação do território, usando-o para a satisfação de suas necessidades.

  • SHIZIELE DE OLIVEIRA SHIMADA
  • Dos Ciclos e das Crises do Capital às formas de travestimento da barbárie no trabalho canavieiro
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Apr 1, 2014
  • Tese
  • Show resume
  • O objetivo desta tese de doutorado é analisar as reconfigurações espaciais estabelecida nos territórios do capital sob o jugo do modelo do agronegócio da cana-de-açúcar a partir das novas relações de trabalho e da produção no espaço agrário sergipano através dos trabalhadores canavieiros. A expansão do capital (submetida à lei do valor), sempre em busca de lucros crescentes, gera, por sua natureza contraditória, uma tendência à queda da taxa de lucro, logo uma tendência à crise. Entendemos que as políticas liberalizantes possibilitaram elevadas taxas de lucratividade, mas contraditoriamente provocou uma crise estrutural. Atualmente vivencia-se uma crise estrutural de caráter universal e consequentemente o desemprego estrutural. É nossa hipótese de tese que vivenciamos não a perda da centralidade do trabalho, mas a intensificação da extração de mais-valor pelo capital a partir da lógica do desemprego estrutural que favorece o não cumprimento e a alteração oficial da legislação e dos direitos trabalhistas, permitindo cada vez mais que o trabalhador seja submetido a trabalhos degradantes, análogo a escravidão, sem nenhuma seguridade trabalhista. Esta realidade está presente nos trabalhadores do corte da cana que vivem em condições precárias de vida e de trabalho, tornando-se móvel para o capital garantindo ao agronegócio altíssimas taxas de extração de mais valor. Nossa análise está sustentada no método do materialismo histórico-dialético, que permite a leitura processual da dinâmica dos movimentos da internalidade e externalidade da rede de conexões da relação multifacetada entre Estado, capital e trabalho nas interconexões escalares local/nacional/mundial, alterando o conteúdo das relações capital e trabalho para a opressão e superexploração na extração do tempo de trabalho não pago dos cortadores de cana-de-açúcar.

  • THERESA CRISTINA ZAVARIS TANEZINI
  • “Territórios em conflito” no Alto Sertão Sergipano
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Mar 31, 2014
  • Tese
  • Show resume
  • A Tese intitulada: “Territórios em conflito”, apresenta como objeto de estudo dois processos sócio espaciais distintos e conflitivos, fundados na apropriação da terra: de um lado, a territorialização e a monopolização do território pelo capital, hegemônica e vinculada ao processo de acumulação do capital em escala nacional e internacional, compreendido como desigual e combinado/ contraditório; e, de outro lado, a resistência e recriação camponesa como territorialização alternativa; analisando o papel contraditório do Estado em face das territorialidades conflitantes, que traduzem espacialmente a luta de classes no campo. Ao se adotar a Geografia Crítica como referencial teórico-metodológico, compreende-se o espaço social, como “lócus das relações sociais de produção”, resultante de um processo de produção do espaço pela prática social e política das classes em confronto, por meio de seus movimentos sociais (olhar sociológico), ou movimentos sócios territoriais (olhar geográfico) em uma abordagem relacional da concepção de território, que enfatiza os processos geográficos de T-D-R; enquanto lutas sociais, como a versão geográfica da questão agrária. Objetivou-se analisar os processos empíricos que se desenrolaram historicamente na produção e transformação do espaço agrário do Alto Sertão Sergipano, sobretudo nas três últimas décadas. Defende-se nesta Tese duas ideias centrais: A conquista da terra por vários movimentos sócio territoriais, sobretudo o MST e a redistribuição fundiária massiva que marca a experiência de reforma agrária neste espaço geográfico, representou um ponto de inflexão na disputa territorial, revertendo o avanço do capital e propiciou a recampenização dos trabalhadores rurais sem terra, que constroem uma “área reformada”; e esta constitui o núcleo que cria a possibilidade de gestação de um abrangente e politicamente significativo território camponês na medida em que o MST promove alianças e esta política pública articula o campesinato tradicional com os novos assentados, possibilitando a esses segmentos sociais exigirem seu reconhecimento enquanto agentes econômicos e sujeitos políticos, que lutam pela redistribuição de riqueza, renda e poder na região.

  • LUIZ CARLOS SOUSA SILVA
  • FRAGILIDADE HÍDRICA E ECODINÂMICA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SERGIPE: DESAFIOS À GESTÃO DAS ÁGUAS
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Mar 14, 2014
  • Tese
  • Show resume
  • Esta tese traz como proposta o estudo de uma das bacias hidrográficas do Estado de Sergipe. A bacia hidrográfica como unidade de estudo geoambiental é um importante cenário para o conhecimento do funcionamento dos recursos naturais e consequente planejamento eficaz e equilibrado de sua utilização, de modo a adequar-se às potencialidades e características peculiares de cada ambiente. A bacia hidrográfica do rio Sergipe (BHS), por suas peculiaridades e importância econômica, social e cultural para o Estado de Sergipe, foi escolhida como palco para nossas análises focadas num estudo integrado que forneça subsídios confiáveis à elaboração de políticas de conservação e melhor utilização dos recursos naturais, mais especificamente, a água. Por ser uma das mais antropizadas do Estado, em consequência de em sua área estarem contidos importantes municípios do ponto de vista econômico e populacional, a exemplo de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, Itabaiana e Nossa Senhora da Glória, o estudo da bacia sob a perspectiva proposta neste trabalho, deseja trazer contribuições que possam servir de base para outros estudos. O objetivo deste trabalho é analisar a fragilidade hídrica ecodinâmica nos ambientes fisiográficos da bacia hidrográfica do rio Sergipe, avaliando sua potencialidade hídrica, os conflitos gerados a partir dos múltiplos usos da água e o modelo de gestão estabelecido pela Lei das Águas. O caminho metodológico escolhido para as análises pautou-se na revisão bibliográfica de autores que tratam das temáticas em questão, avaliando através do modelo de fragilidade geoambiental, elaborado por Ross (1994) as condições de fragilidade da bacia. Os estudos realizados indicam que a bacia hidrográfica do rio Sergipe apresenta intensa fragilidade geofísica, estando seus solos, águas, cobertura vegetal e micro climas em constante exposição às condições de instabilidade ecodinâmica, provocadas pelas ações antrópicas em toda área da BHS, principalmente devido à forma de apropriação e utilização dos espaços naturais e dos recursos hídricos. As diferentes peculiaridades geofísicas e geoambientais existentes em cada seção da BHS apontam para resultados distintos de fragilidade potencial ecodinâmica e de fragilidade emergente ecodinâmica, contribuindo assim para a fragilidade hídrica ecodinâmica na BHS com fortes indícios de escassez e dependência de águas de outras bacias hidrográficas. Essa fragilidade no ambiente hídrico é regida pelo modelo de uso e ocupação do solo nos vinte e seis municípios da BHS. Esta constatação reforça a tese de que, pelas características peculiares e particulares de cada ambiente fisiográfico presente na bacia hidrográfica do rio Sergipe, a alteração e a adequação do atual modelo de gestão precisam ser, urgentemente, implementados para que atenda às características individuais de cada um dos ambientes que compõem a bacia hidrográfica do rio Sergipe, no sentido de fortalecer a gestão dos recursos hídricos e garantir água qualiquantitativamente em toda bacia hidrográfica do rio Sergipe para os múltiplos usos da atual e das futuras gerações.

  • LUÍS RICARDO RODRIGUES DE ARAÚJO
  • TERRITÓRIOS(S) EM DISPUTA: uma análise dos conflitos territoriais no processo de implantação da Reserva Extrativista do Litoral Sul de Sergipe
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Mar 10, 2014
  • Dissertação
  • Show resume
  • A Reserva Extrativista, pelo que se depreende da lei 9.985/2000 é uma área de domínio público que deve ser utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade (BRASIL, 2000). Desse modo, para se enxergar mais de perto tal questão, optou-se por esta pesquisa realizada no Estado de Sergipe, sobretudo na zona estuarina dos rios Piauí e Fundo, abrangendo cursos D’Água e ecossistemas frágeis dos Municípios de Itaporanga D’Ajuda, Estância, Indiaroba e Santa Luzia do Itanhy, em cujas áreas está sendo viabilizada a possibilidade de criação e implantação da Reserva Extrativista do Litoral Sul . Teve-se como objetivo avaliar os conflitos de uso/apropriação travadosem torno do processo de implantação da Reserva Extrativista do Litoral Sul de Sergipe. A abordagem metodológica que estrutura a pesquisa em questão desenvolveu-se através da análise das unidades de paisagem.Visando caracterizar os atores sociais envolvidos, no procedimento de coleta de dados, foram utilizados os instrumentos de entrevistase pesquisa bibliográfica. Para tanto, tal coletafoi estruturada através de uma abordagem quali-quantitativa, orientada pela análise das unidades de paisagem.Por fim, reitera-se que esta pesquisa não buscou a elaboração de verdades absolutas e sim de um conhecimento científico embasado em metodologia previamente definida. Os resultados produzidos e expostos nesta dissertação podem servir para os próprios agentes envolvidos nos conflitos como um material de sensibilização e autocrítica, auxiliando na busca por formas para mediação dos conflitos.

  • ALINE HONORIO ARAUJO SANTANA PEREIRA
  • TERRITÓRIO E IDENTIDADE NA CONSTRUÇÃO DA SOCIOESPACIALIDADE DO POVOADO SAPÉ - ITAPORANGA D' AJUDA/SE
  • Advisor : MARIA AUGUSTA MUNDIM VARGAS
  • Data: Feb 27, 2014
  • Dissertação
  • Show resume
  • As pequenas comunidades rurais apresentam um cotidiano rico em vivências. As pessoas comumente criam raízes e se identificam com o território onde nasceram, moram, trabalham, possuem famílias ou amigos. Os habitantes de um povoado compartilham hábitos, guardam símbolos, percepções e representações os quais são vivenciados no cotidiano e nos lugares de encontro como a igreja, a escola, a praça e as festas tradicionais. A geografia também se dedica ao estudo do sentido dos lugares, buscando verificar como os indivíduos percebem e sentem os lugares onde vivem e constroem. Selecionamos o povoado Sapé, localizado na porção norte do município de Itaporanga D’Ajuda, como objeto de nossa análise. As questões da pesquisa surgiram em decorrência de nossa experiência como professora do fundamental da única instituição pública de ensino da localidade e, portanto, de nossa convivência com a comunidade. Entendemos que é a partir do conhecimento, da percepção e da concepção da realidade que se pode apreender a socioespacialidade. Este trabalho visou conhecer de perto, através dos alunos e suas famílias, a construção da socioespacialidade no povoado Sapé. Foram objetivos específicos do projeto: contextualizar a construção do povoado Sapé; identificar a percepção da população nascida, criada e residente no território; verificar o conhecimento e o reconhecimento da população sobre o território; averiguar que sentimentos a população demonstra acerca da localidade; analisar a construção social do território e as perspectivas da população quanto ao futuro do território. O projeto fundamentou-se na perspectiva humanista e cultural da geografia, calcada nas filosofias do significado, especialmente a fenomenologia e o existencialismo. O método utilizado foi o qualitativo, o qual busca interpretar, descrever a complexidade das ações humanas, possibilitar o contato direto e prolongado do pesquisador com seu objeto de estudo. Através de instrumentos metodológicos como observação, entrevistas, mapas mentais e levantamento fotográfico, buscamos desvelar as percepções da população nascida, criada e residente no território. Os mapas mentais e entrevistas foram aplicados a 60 estudantes do 6º e 7º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Prof. Nilson Barreto Socorro e, a 24 famílias residentes no povoado. A alma dos lugares é o povo; é através da percepção do povo, pertencente a um determinado território, que se pode apreender os sentimentos que deles têm seus habitantes, que se pode apreender o sentido dos lugares. Desse modo, o Sapé se revelou como um território híbrido, com múltiplas territorialidades e identidades híbridas, das mais essencializadas as mais abrangentes e articuladas.

  • HELENO DOS SANTOS MACEDO
  • Ordenamento territorial-ambiental na bacia costeira Caueira/Abaís
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Feb 21, 2014
  • Dissertação
  • Show resume
  • A preocupação com o uso e ocupação do solo ganha ênfase por estar relacionada com os processos produtivos e o desenvolvimento econômico das populações. Diante dessa preocupação com o uso sustentável dos recursos naturais de um país, inúmeras medidas estão sendo implementadas, entre as quais destaca-se os recursos hídricos. Dentre outros objetivos, a pesquisa visou estabelecer uma proposta de ordenamento territorial/ambiental considerando a capacidade de suporte do ambiente da bacia costeira Caueira/Abaís a partir da identificação de áreas de potencialidades e fragilidades. Para isso, utilizaram-se distintos procedimentos metodológicos iniciando-se pelo levantamento bibliográfico e cartográfico, culminando finalmente com o trabalho de campo. A fim de mitigar os impactos ambientais vigentes no território da bacia, fez-se uma proposta de Zoneamento Ambiental estabelecendo cinco zonas, a saber: a) Zonas de áreas de proteção ecológica; b) Zonas restritas ao uso agrário; c) Zonas de áreas de áreas de preservação rigorosa; d) Zonas de interesse do turismo/residência e e) Zonas de áreas de exploração mineral. Portanto, a referida proposta tem por finalidade subsidiar futuras intervenções do poder público, na perspectiva da sustentabilidade entre os sistemas ambientais componentes da bacia.

  • MÉRCIA CARMELITA CHAGAS ALVES SANTOS
  • "A MERCANTILIZAÇÃO DA PAISAGEM NATURAL NOS PARQUES NACIONAIS DO SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA"
  • Advisor : CELSO DONIZETE LOCATEL
  • Data: Feb 14, 2014
  • Tese
  • Show resume
  • Este trabalho, contendo reflexões em torno da relação homem-natureza, na perspectiva do processo de acumulação capitalista e à luz da ciência geográfica e da teoria marxista, objetiva analisar as relações entre o Estado e o capital, subentendidas no processo que define a mercantilização da paisagem natural a partir da atividade do ecoturismo nos Parques Nacionais que integram o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Nota-se, deste modo, que o Estado, atendendo à necessidade contínua de expansão do capital e respondendo às mudanças dos novos tempos, propõe que seja implementado nos Parques Nacionais e em seus entornos, o ecoturismo como uma atividade econômica capaz de promover o “desenvolvimento sustentável”. Entretanto, esta atividade é a modalidade de turismo na qual a natureza, em si, é a mercadoria que deve ser consumida. A interferência da mercantilização das paisagens naturais na produção do espaço dessas Unidades de Conservação e dos seus entornos, com a territorialização do capital turístico, exige dos geógrafos refletir a propósito das particularidades, dos desencadeamentos e das contradições desse processo que transforma esses espaços de acumulação em territórios do ecoturismo, diante do regime de acumulação flexível do sistema do capital, mas também impõe questionar o que o define. E, neste sentido, é mister observar que a análise da realidade, sem desconsiderar as mudanças observadas com a ascensão de formas culturais pós-modernas, sustenta o argumento central de que são as relações entre o Estado e o capital que definem esse processo. Além do crescimento da visitação aos Parques Nacionais, algumas iniciativas observadas nos últimos anos relacionadas à política pública, a exemplo dos investimentos realizados em decorrência do Programa Turismo nos Parques, bem como relacionadas à iniciativa privada, como os investimentos efetuados em algumas dessas Unidades de Conservações por empresas que têm a concessão de serviços de apoio à visitação, sustentam a perspectiva de continuidade desse processo. Entretanto, nada garante que este evolua a ponto de no futuro ser significativo para a reestruturação do espaço do conjunto dos Parques Nacionais e de seus entornos, os quais, de modo geral, constituem tradicionais territórios de atividades produtivas diversas e/ou de lazer, haja vista serem os capitalistas que, seguindo a lógica do capital, fazem as escolhas dos espaços em que irão realizar os seus investimentos. A análise da realidade evidencia que as ações do Estado, em prol do desenvolvimento do ecoturismo nas Unidades de Conservação dessa categoria, não foram seguidas em muitas destas por investimentos expressivos de capital. Mas deve-se observar que mesmo antes de ser percebida qualquer interferência significativa da territorialização do capital com o ecoturismo em muitos Parques Nacionais, nestes, são observados conflitos de interesses relacionados a esse processo, a exemplo dos conflitos decorrentes das desapropriações de áreas com paisagens naturais de grande beleza cênica, que devem ser transformadas em atrativos turísticos. Assim sendo, é importante atentar para a mistificação em torno do ecoturismo, bem como para a necessidade de avaliar os resultados dessa territorialização na produção do espaço com base no interesse social. E, visto que o processo em análise neste trabalho, encontra-se em curso, ou mesmo apenas se inicia, não se tem a pretensão de lançar conclusões definitivas sobre o mesmo, fazendo-se necessário indicar o prosseguimento da sua análise.

  • JOSÉ WELLINGTON RODRIGUES BOMFIM
  • AMBIENTE E APROPRIAÇÃO DO ESPAÇO NA SUB-BACIA DO RIO JACARÉ/SE
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Jan 27, 2014
  • Dissertação
  • Show resume
  • As bacias hidrográficas transformam-se em ponto de interação entre o meio ambiente e o homem atuando como ponto de convergência de ações e consequências. Neste sentido, elenca-se como objeto de estudo a Sub-bacia do rio Jacaré, inserida no contexto territorial da Bacia do rio Piauí, mais especificamente em seu alto curso, na região semi-árida de Sergipe, com o propósito de analisar, em termos gerais, as relações socioambientais no período entre 1990 e 2010. Para o cumprimento desse e outros objetivos específicos estabeleceram-se diversos procedimentos metodológicos associados a diferentes etapas, priorizando inicialmente o levantamento bibliográfico e cartográfico, e posteriormente a coleta de dados em gabinete através dos órgãos oficiais da Administração pública direta e indireta, culminando finalmente com o trabalho de campo. O emprego da metodologia adotada apoiada na Teoria Geral dos Sistemas, possibilitou compreender a dinâmica do meio físico e socioeconômico e identificar as áreas e/ou fatores que podem restringir ou impedir determinados usos do espaço. Nessa perspectiva, conclui-se, portanto, que as interferências antrópicas em graus diferenciados no território da sub-bacia, marcadas ao longo do tempo, configuram diversas fases de seu processo evolutivo, deixando marcas até os dias atuais de uma estrutura fundiária concentrada e com sérios problemas que refletem no desenvolvimento social da população. Além disso, pôde-se constatar que em alguns setores da sub-bacia, a falta de planejamento entre o uso potencial e o real do solo, e a busca da produtividade num processo destrutivo tem gerado uma imensa concentração espacial dos impactos ambientais e da má utilização do solo.

  • CARMEM LUCIA SANTOS
  • POLÍTICAS PÚBLICAS DE DESENVOLVIMENTO NO TERRITÓRIO DO ALTO SERTÃO SERGIPANO: ENTRE A GOVERNANÇA E A SUSTENTABILIDADE
  • Data: Jan 14, 2014
  • Tese
  • Show resume
  • A situação de pobreza e vulnerabilidade social presente principalmente no espaço rural brasileiro, derivada do estilo de desenvolvimento, com nítido viés urbano e concentrador de terra e renda, tem dificultado a reprodução social das famílias, além de incentivar o êxodo rural. Este cenário levou o governo a refletir sobre suas políticas de desenvolvimento rural com a adoção da abordagem territorial, vista como um mecanismo de inclusão social, por pressupor uma questão mais participativa e mais adaptada à realidade local. Entretanto, tem sido questionada a efetividade das políticas públicas territoriais, o que incentivou a pesquisa em questão, que tendo como objeto de estudo o Território do Alto Sertão Sergipano (TASS) buscou responder aos seguintes questionamentos: as políticas de desenvolvimento do TASS são concebidas como sustentáveis pelos atores envolvidos, em função de suas representações sociais? As práticas de governança se materializam em projetos coletivos e espaços de participação, contribuindo para o desenvolvimento territorial sustentável? A pesquisa de natureza quali-quantitativa fez uso da teoria das representações sociais, tanto dos conselheiros quanto das famílias beneficiadas, bem como dos seguintes instrumentos de coleta de dados: pesquisa bibliográfica, registro censitário e documental, entrevista semiestruturada, história de vida, observação participativa, além de registros fotográficos, que ilustram o cotidiano vivenciado. Os resultados mostraram uma coerência entre as representações sociais dos entrevistados sobre território, sustentabilidade e políticas públicas com o referencial teórico-conceitual e empírico. O território visto principalmente como “espaço geográfico com objetivos comuns e sentimento de pertencimento”, que contrapõe ao significado de “espaço de disputa, poder e jogo de interesses”, está articulado com as políticas públicas, que são percebidas como limitadas para o alcance da sustentabilidade, pelo fato das práticas de governança se materializarem em interesses e objetivos pontuais, com ações dispersas superpostas e imediatistas. A representação da sustentabilidade remete-se especialmente à questão ambiental, associada ao pensar coletivo e com políticas integradas, que conduzam ao equilíbrio/igualdade/harmonia e à qualidade de vida, por meio da conscientização/educação, compromisso, respeito, responsabilidade, participação e solidariedade. As famílias, inseridas basicamente em um ambiente de subsistência, possuem uma história de vida que cruza com a questão da escassez da água, vista como essencial para a melhoria da qualidade de vida. Consideram-se que as ações do Plano de Desenvolvimento Territorial Sustentável (PDTRS) são incipientes para o alcance da sustentabilidade, uma vez que são emergenciais e assistencialista, concebidas num plano vertical e de fora para dentro e pautadas por um comportamento tecnoburocrático e monológico. Mesmo que o PDTRS tenha propiciado mais espaço e conhecimentos para o sistema familiar, suas ações não postulam uma convivência harmônica e equilibrada com o semiárido. Nesse sentido, pode-se concluir que o processo de governança das políticas de desenvolvimento do TASS, pautado em relações e processos decisórios assimétricos não tem priorizado os projetos coletivos, pela fragilidade institucional e pelas distorções da visão territorial. Sugere-se a ampliação da coesão social e o fortalecimento aos mecanismos identitários e de solidariedade no território, por meio de uma nova cultura organizacional que possibilite a sustentabilidade das políticas públicas territoriais.

  • NACELICE BARBOSA FREITAS
  • O DESCOROAMENTO DA PRINCESA DO SERTÃO: DE “CHÃO” À TERRITÓRIO, O “VAZIO” NO PROCESSO DA VALORIZAÇÃO DO ESPAÇO
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Jan 9, 2014
  • Tese
  • Show resume
  • Estudar o processo de formação territorial no estado da Bahia, tendo Feira de Santana como recorte escalar, visa desvelar circunlóquios e práticas que materializam os poderes sustentados por instituições políticas e econômicas sobre esta escala geográfica. O estudo enfoca o sertão/território como lócus da implantação da territorialização do capital, espaço que é compreendido enquanto relação dialética em suas múltiplas dimensões escalares. A diferença litoral versus sertão explicada sob o viés marxista se inscreve na divisão social e territorial do trabalho, onde o social e o político estão submetidos ao crivo do capital em suas múltiplas determinações. Se o real é contraditório no seu fazer e (re)fazer-se, a geografia do sertão é concretude desse movimento. O ponto de partida - Feira de Santana - é a escala de análise, lugar que serve de alicerce para a busca do conhecimento sobre a formação territorial do sertão. A construção/criação do sertão baiano institui um desafio para se pensar a importância econômica e política da localização geográfica de Feira de Santana, enquanto Princesa do Sertão e Portal do Sertão. O processo de investigação tornou possível perceber as profundas transformações no seu espaço urbano. Cada contexto histórico contribuindo para firmar a cidade como Princesa do Sertão. A investigação conduziu a análise territorial tratada como relação sertanejo-litorânea que é a formação da nação brasileira. Conclui-se que é no sertão que se produz uma nacionalidade brasileira porquanto este não é somente um espaço que se incumbiu de carregar uma nomenclatura repleta de estereótipos e múltiplos significados. Feira de Santana se inclui nesse lugar considerado por muitos estudiosos como espaço de localização imprecisa, indefinida, de fronteiras fragilizadas. Território de acumulação primitiva e reserva de valor. Esta condição a conduz a ser chão transformado em território, onde a ideia de vazio foi ao longo do espaço-tempo, conteúdo essencial para o processo de valorização do capital. Sertão, sertanejo que assume diferentes significados para constituir-se vereda do capital.

  • NACELICE BARBOSA FREITAS
  • O DESCOROAMENTO DA PRINCESA DO SERTÃO: DE “CHÃO” À TERRITÓRIO, O “VAZIO” NO PROCESSO DA VALORIZAÇÃO DO ESPAÇO
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Jan 9, 2014
  • Tese
  • Show resume
  • Estudar o processo de formação territorial no estado da Bahia, tendo Feira de Santana como recorte escalar, visa desvelar circunlóquios e práticas que materializam os poderes sustentados por instituições políticas e econômicas sobre esta escala geográfica. O estudo enfoca o sertão/território como lócus da implantação da territorialização do capital, espaço que é compreendido enquanto relação dialética em suas múltiplas dimensões escalares. A diferença litoral versus sertão explicada sob o viés marxista se inscreve na divisão social e territorial do trabalho, onde o social e o político estão submetidos ao crivo do capital em suas múltiplas determinações. Se o real é contraditório no seu fazer e (re)fazer-se, a geografia do sertão é concretude desse movimento. O ponto de partida - Feira de Santana - é a escala de análise, lugar que serve de alicerce para a busca do conhecimento sobre a formação territorial do sertão. A construção/criação do sertão baiano institui um desafio para se pensar a importância econômica e política da localização geográfica de Feira de Santana, enquanto Princesa do Sertão e Portal do Sertão. O processo de investigação tornou possível perceber as profundas transformações no seu espaço urbano. Cada contexto histórico contribuindo para firmar a cidade como Princesa do Sertão. A investigação conduziu a análise territorial tratada como relação sertanejo-litorânea que é a formação da nação brasileira. Conclui-se que é no sertão que se produz uma nacionalidade brasileira porquanto este não é somente um espaço que se incumbiu de carregar uma nomenclatura repleta de estereótipos e múltiplos significados. Feira de Santana se inclui nesse lugar considerado por muitos estudiosos como espaço de localização imprecisa, indefinida, de fronteiras fragilizadas. Território de acumulação primitiva e reserva de valor. Esta condição a conduz a ser chão transformado em território, onde a ideia de vazio foi ao longo do espaço-tempo, conteúdo essencial para o processo de valorização do capital. Sertão, sertanejo que assume diferentes significados para constituir-se vereda do capital.

2013
Description
  • MARCOS PEREIRA DA SILVA
  • CATEGORIAS GEOAMBIENTAIS DA PAISAGEM COSTEIRA DE ILHA GRANDE - PI
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Dec 5, 2013
  • Dissertação
  • Show resume
  • Atualmente as pesquisas de cunho ambiental têm se tornado uma das formas de apreciação da complexa relação antropo-natural. No Brasil, a ocupação dos ambientes costeiros tem expressivos impactos a partir da exploração intensa dos recursos naturais, que, por conseguinte vem ocasionando alterações na paisagem natural como: ocupação desordenada do solo, poluição, entre outras atividades que geram a degradação ambiental nas zonas costeiras. Com base nesse enfoque, a presente pesquisa tem como pressuposto os estudos integrados das unidades geoambientais e os impactos na zona costeira piauiense, especificamente no município de Ilha Grande - PI, localizado a 338 km da capital Teresina. Uma das consequências do processo de crescimento e concentração demográfica em determinadas regiões da zona costeira, tem sido a redução da qualidade de vida de uma parcela expressiva da população residente nessas áreas e a degradação crescente e acelerada do meio ambiente, provocando efeitos negativos que impõem pesados custos à sociedade. Isso faz do método geossistêmico um instrumento, que possibilita compreender a dinâmica da paisagem; e as relações inerentes à mesma com a ação antrópica. O geossistema é o ponto de partida da presente análise, focalizando a localização, a interpretação e a espacialização como objetivo geral da pesquisa. Sendo definidas unidades geoambientais, características geológico-geomorfológicas, levando em consideração as formas de uso e ocupação. Como etapa conclusiva baseada em parâmetros técnico-científicos e na realidade socioeconômica, foi proposto um mapa geoambiental do município, resguardado de suas características, a apresentação das potencialidades e limitações da área. Sugestiona-se, um plano de gestão integrada da zona costeira como produto final do presente trabalho. Também propõem-se quatro grandes zonas, a saber: zona de preservação, zona de equilíbrio ou conservação, zona de desenvolvimento e zona de recuperação.

  • LUCIVALDA SOUSA TEIXEIRA E DANTAS
  • A Pluriatividade na reorganização e produção do espaço rural em Ribeiropólis/SE.
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Nov 29, 2013
  • Dissertação
  • Show resume
  • O espaço rural deve ser apreendido como lugar da singularidade e da diversidade permeado por elementos híbridos retratados pelas famílias. Estas, ao romperem os limites da exclusividade agrícola evidenciam um local de moradia, trabalho, descanso e busca de identidade. A família pluriativa pode retratar uma unidade rural dinâmica, capaz de se reproduzir com versatilidade ou limitar-se a uma agricultura secundarizada restrita ao autoconsumo. Diante disso, o trabalho em tela analisa as estratégias socioeconômicasrealizadas pelas famílias no espaço rural de Ribeirópolis, com ênfase na relevância da pluriatividadequanto à reprodução, permanência e melhores condições de vida da população rural. Para esse propósito o recorte espacial da amostrafoi consubstanciado nos povoados Serra do Machado, Esteios, Fazendinha, João Ferreira e Serrinha pertencentes ao município de Ribeirópolis, em Sergipe. Os procedimentos metodológicos baseiam-se na articulação do levantamento bibliográfico que fundamenta a pesquisa;na interpretaçãode dados secundários; na análise de dados primários, obtidos através da aplicação de 70 questionários junto às famílias residentes nos povoados supracitados; e nas entrevistas realizadas com representantes de entidades locais. Após análise integrada das informações constatou-se que diante das dificuldades enfrentadas na agricultura, decorrentes de problemas estruturais e conjunturais, as famílias recorrem a diversas estratégias para continuarem se reproduzindo com dignidade. As práticas mais significativas que apareceram na pesquisa estão relacionadas às atividades agrícolas articuladas com as atividades não-agrícolas (indústria, comércio, serviços) retratando o fenômeno da pluriatividade. As mulheres rurais buscam autonomia, através da confecção de artesanato,tendo como pilar a territorialidade e identidade manifestadas pela ressignificação cultural e socioeconômica. O acesso à renda a partir da diversificação e combinação de atividades viabilizou melhores condições econômicas para 82,8% das famílias. Portanto, as mudanças sociais são tênues evidenciadas no anseio das pessoas entrevistadosquanto às dimensões sociais relacionadas aos serviços de saúde, educação, segurança pública e infraestrutura nos povoados.

  • FÁBIO FERREIRA SANTOS
  • O fetiche da tecnologia no espaço agrário: o caso dos assentamentos rurais Jacaré Curituba e Edmilson de oliveira em Sergipe
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Nov 20, 2013
  • Dissertação
  • Show resume
  • Esse estudo analisa o uso de tecnologias nos assentamentos rurais Jacaré-Curituba e Edmilson de Oliveira, situados, respectivamente, nos municípios de Canindé do São Francisco e Carira, no estado de Sergipe e seus rebatimentos na produção do espaço e na reprodução das famílias camponesas. A partir de uma análise fundamentada nas contradições do processo de produção e reprodução do espaço pelas ações humanas oriundas da inserção do capital no campo via introdução de tecnologias por políticas públicas, o Estado faz-se presente implementando políticas para os assentamentos rurais, as quais repercutem em transformações territoriais na região. Observou-se que na área de estudo., contraditoriamente,, as unidades produtivas camponesas resistem cultivando diversos produtos que suprem as necessidades básicas de alimentação. Nos assentamentos, são produzidos diversos produtos destinados ao Programa Nacional de Alimentação Escolar, (PNAE), Programa Nacional de Uso e Produção do Biodiesel (PNPB) às indústrias de beneficiamento e para o consumo da família. Entretanto, o capital apropria-se da produção para sua reprodução, à medida que monopoliza o território dos assentamentos rurais controlando a produção agrícola das unidades camponesas e redefinindo desde a produção,

    às relações sociais de produção. Por sua vez, os camponeses procuram formas de resistência e permanência no campo através da diversificação da produção, plantando outras culturas, como hortaliças, verduras e frutas, produtos de fácil aceitação do mercado, o que confirma a força desses sujeitos na criação e recriação do campesinato mesmo sendo subordinado ao capital.

  • FERNANDA VIANA DE ALCANTARA
  • GESTÃO SOCIAL NOS TERRITÓRIOS RURAIS: LIMITES E POSSIBILIDADES DO AGRESTE DE ALAGOAS.
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Nov 8, 2013
  • Tese
  • Show resume
  • A temática do desenvolvimento territorial tem despertado interesses de diferentes áreas do conhecimento. Neste sentido, torna-se necessário uma reflexão sobre a abordagem do desenvolvimento territorial no Brasil, que ganhou maior expressão no início do século XXI. A tese em tela tem como objetivo realizar análises em torno do processo de elaboração e implementação das ações territoriais para a promoção do desenvolvimento em áreas rurais. Neste contexto retoma-se a discussão sobre a experiência do planejamento brasileiro no intuito de compreender o desafio da construção de processos de mediação capazes de orientar e operacionalizar as políticas territoriais. Também visa encaminhar os interesses para a discussão em que se evidencie a problemática da gestão social. A pesquisa é de caráter exploratório-investigativo. Realiza uma abordagem que pondera o desenvolvimento territorial por meio de uma análise, partindo de levantamento e revisão bibliográfica sobre a temática e da análise de dados obtidos via de trabalho de campo, a exemplo de entrevistas realizadas com os principais atores sociais vinculados a entidades e membros de movimentos sociais que contribuem no processo de desenvolvimento territorial, tomando como parâmetro a instância principal: os Colegiados Territoriais Rurais. Reconhece-se que a participação da sociedade civil na elaboração das políticas públicas é significativamente importante, propiciando a transcendência de aparentes contradições de interesses e visões, inerentes ao domínio público e privado, em particular quando se refere aos meios rurais em que se procura aumentar a densidade de compromissos e de respostas. Trata-se de responder ao desafio do desenvolvimento territorial, face à dificuldade em constituir capacidade governativa de compromissos múltiplos de entrosamento estratégico dos atores. Refere-se ao reconhecimento da importância da participação e interação de diferentes atores sociais na tentativa de delinear caminhos para o desenvolvimento territorial. Ainda no âmbito da discussão do desenvolvimento territorial, o trabalho faz um vínculo com as referências da discussão sobre o meio rural em Portugal, em especial a discussão da governança, por meio do contato com as Associações de Desenvolvimento Local de Portugal, embora se considere as significativas e notórias diferenças no que diz respeito à dimensão territorial e aos aspectos sócio-econômicos e ambientais existentes entre estes dois países. Como resultado da pesquisa se evidencia que a Política de Desenvolvimento Territorial Rural no Brasil é um processo em construção que ainda passa por dificuldades no que diz respeito aos seus pilares dentre os quais se chama a atenção para a gestão social. Os dados e análises realizadas revelam que ocorreu um processo de mudança na forma e desdobramentos do planejamento das ações em meio rural, que há um avanço no sentido de inovação nos instrumentos de participação e de valorização das forças locais, do ponto de vista do ajuntamento de diferentes representações que são heterogêneas. E portanto, buscam encontrar meios de reduzir as disparidades sociais em meio rural, por meio da gestão, mas ainda de forma frágil.

  • EDIMILSON GOMES DA SILVA
  • REDES GEOGRÁFICAS E POTENCIAL FITOGEOGRÁFICO APÍCOLA NOS TERRITÓRIOS PRODUTIVOS DE SERGIPE
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Oct 31, 2013
  • Tese
  • Show resume
  • A ocupação territorial do Estado de Sergipe tem sido caracterizada pela substituição da vegetação original por pastagens e lavouras desde a época colonial, restando na atualidade apenas remanescentes florestais, parte dos quais, especialmente no semiárido sergipano, vem sendo aproveitado para a apicultura a qual contribui para sua proteção mediante a polinização das flores o que garante a perpetuação das espécies, além de apresentar baixos investimentos financeiros para os pequenos produtores que encontram nessa atividade uma fonte alternativa de renda. Esse trabalho visa analisar as redes geográficas e o potencial fitogeográfico para atividade apícola em Sergipe à luz das redes geográficas enquanto categoria de análise, tendo como recorte empírico os territórios de planejamento: o Alto Sertão, com destaques para os municípios de Canindé de São Francisco, Poço Redondo, Porto da Folha, Nossa Senhora da Glória e Nossa Senhora de Lourdes; Agreste Central (Frei Paulo); Sul Sergipano (Estância e Salgado); Centro Sul (Lagarto, Poço Verde e Tobias Barreto); e, Baixo São Francisco (Brejo Grande). A pesquisa ocorreu a partir de levantamento bibliográfico, documental e censitário acerca da temática abordada; pesquisa de campo a partir de visitas aos territórios produtivos que dispõe de potencial fitogeográfico para a apicultura; entrevistas semiestruturadas com os atores que fazem parte da rede apícola e com representantes de entrepostos e cooperativas de apicultores; aplicação de técnicas cartográficas para elaboração dos mapas; ordenamento e tabulação dos dados; e, análise e interpretação das informações. As redes geográficas da apicultura encontram-se configurada em redes de produção, de comercialização, financeira, técnica, científica, e informacional cujas análises evidenciam a existência de potencial fitogeográfico nos remanescentes florestais capazes de atender a prática e o desenvolvimento da apicultura em Sergipe. Entretanto, além das condições climáticas, os fatores de caráter estrutural e organizacional dificultam o crescimento dessa atividade: a falta de sinergia entre atores constituintes da rede; a inexistência de profissionalismo por parte dos apicultores, que embora tenham conhecimentos técnicos, ainda praticam a atividade de forma amadora e quantidade insuficiente de unidades de beneficiamento (Casa do Mel) edificadas com base normas técnicas estabelecidas pelos órgãos governamentais, dentre outros. Para almejar o crescimento e fortalecimento da apicultura são necessárias melhorias estruturais, como: apoio técnico-científico, informacional e financeiro efetivos pelos órgãos governamentais; estruturação e criação de unidades de extração e beneficiamento dos produtos apícolas; estruturação e organização das associações de apicultores e sua inclusão na Federação de Apicultores de Sergipe; fortalecimento da comercialização via criação de entreposto em Sergipe; disponibilização de áreas para produção comunitária nos territórios com potencial fitogeográfico por iniciativa do governo (federal, estadual e local); realização de parcerias entre proprietários de terras e apicultores via órgãos governamentais oferecendo benefícios aos proprietários; e, após a estruturação efetiva das redes geográficas, viabilizar a criação de um Centro Tecnológico da Apicultura em parceria com o Estado da Bahia visando atender o sertão sergipano e baiano já que as redes geográficas da apicultura sergipana ultrapassam seus limites territoriais em busca de potencial fitogeográfico. Essas estratégias proporcionarão a consolidação do almejado APL no contexto estadual e do SLOT no âmbito local.

  • JONAS ALMEIDA DE JESUS
  • A indústria de cerâmica vermelha: relações de trabalho e sustentabilidade
  • Advisor : ANA ROCHA DOS SANTOS
  • Data: Sep 6, 2013
  • Dissertação
  • Show resume
  • Esta pesquisa propõe analisar a espacialização da atividade industrial de cerâmica vermelha nos municípios de Areia Branca, Campo do Brito e Itabaiana (Sergipe), privilegiando as relações de trabalho, a atuação do Estado e o discurso da sustentabilidade que alimenta as propostas de desenvolvimento. A expansão do mercado imobiliário e da construção civil têm impulsionado a implantação de novas indústrias de produção de cerâmicas que demanda a contratação de mão-de-obra, submetida à elevada carga horária e salários baixos. As respostas dadas pelo Estado, como disciplinador da exploração dos recursos vegetais e minerais para a produção de cerâmica, ancoradas no discurso da sustentabilidade revelam o caráter de classe que o Estado apresenta, na medida em que sua atuação é débil quanto aos crimes ambientais e favorece a produção da cerâmica para atender o mercado da construção civil. Para desenvolver o estudo, a pesquisa foi fundamentada na análise da realidade sob o enfoque do materialismo histórico e dialético que conduziu os procedimentos analíticos, como fundamentação teórica e a pesquisa de campo para confrontar as interpretações dos sujeitos entrevistados e estabelecer a relação teoria-empiria. Para tanto, reconhece-se que os elementos envolvidos nessa atividade são fundamentais no sentido de darem respostas ao quadro atual de crise estrutural do capitalismo. A partir de uma análise crítica foi possível desvelar as contradições que perpassam os envolvidos na produção ceramista que estão inseridos no conflito entre capital x trabalho-natureza, possibilitando uma compreensão da realidade concreta como produto de múltiplas determinações.

  • VANESSA SANTOS COSTA
  • TERRITÓRIO EM MUTAÇÃO: A IMPLANTAÇÃO DA CENTRAL GERADORA EÓLICA EM SERGIPE
  • Advisor : MARIA AUGUSTA MUNDIM VARGAS
  • Data: Aug 15, 2013
  • Dissertação
  • Show resume
  • O setor energético é uma das áreas que mais contribui para o aumento da degradação ambiental, principalmente no que diz respeito à queima de combustíveis fósseis por serem extremamente poluentes. Desse modo a preocupação com o meio ambiente fez com que o homem se voltasse para a natureza buscando nos seus elementos as alternativas energéticas capazes de fornecerem energia para sustentar o seu desenvolvimento social e tecnológico. Nesse contexto, focamos nossa análise numa das alternativas energéticas que provém dos recursos naturais renováveis, a energia eólica, pois é uma nova fonte limpa de energia que visa diminuir esses problemas. No Estado de Sergipe, com intuito de contribuir para a preservação do meio ambiente e aumentar a matriz energética do país, vem sendo implantada, no município de Barra dos Coqueiros sua primeira central geradora eólica. Esse projeto traz a instalação de 23 aerogeradores e terá capacidade de produzir 35,6 MW de energia. A escolha por essa localidade foi devido às condições ambientais, como clima e relevo que são favoráveis para o desenvolvimento do projeto. Assim, o presente estudo refere-se à análise do primeiro parque eólico implantado no Estado e teve como objetivo geral apreender a percepção dos atores sociais envolvidos no processo, tais como população de entorno, governo e empresa responsável pelo empreendimento. A metodologia principiou pelos de levantamentos bibliográficos e visita em órgãos públicos e privados, trabalho de campo com aplicação de questionários e entrevistas, no período de abril a julho de 2012. Com esse estudo pode-se observar que a chegada desse empreendimento ocasionou transformações na paisagem da localidade advindas pela instalação dos aerogeradores bem como mudanças no cotidiano da população de entorno. Procuramos apreender a percepção dos três principais segmentos envolvidos no que se refere à energia eólica como fonte energética sustentável assim como a conformação de novos territórios. Os órgãos de governo e as empresas envolvidas na implantação do parque eólico traduzem preocupações com o cumprimento da legislação, mas, sobretudo, com a participação na ampliação e diversificação da matriz energética do Estado e do país. Já os moradores dos arredores e da sede do município, em sua maioria, apresentam-se alheios ou ignoram que não se trata de “apenas” uma transformação da paisagem, mas da produção de um território que afetará as relações de vizinhança, o acesso, o valor dos imóveis, enfim, a base material e simbólica que até então prevalecia em seus cotidianos.

  • TATIANA RIBEIRO VELLOSO
  • Uma nova institucionalidade do desenvolvimento rural: a trajetória dos territórios rurais no estado da Bahia
  • Advisor : EDISON RODRIGUES BARRETO JUNIOR
  • Data: Aug 12, 2013
  • Tese
  • Show resume
  • Esta tese objetiva analisar os territórios rurais como uma política de desenvolvimento rural no estado da Bahia, a partir de uma nova institucionalidade na dinâmica de regionalização voltada como garantia de participação dos sujeitos sociais do campo. A questão central foi de que a efetividade de uma nova institucionalidade depende das instituições como arcabouço instrumental de implementação de programas governamentais e de políticas públicas de desenvolvimento rural. Foram analisadas duas experiências de territórios rurais fomentadas pela Secretaria de Desenvolvimento Territorial – SDT do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA, a partir de 2003: o Território Rural do Sisal e do Litoral Sul. Essas experiências têm características e dinâmicas de evolução diferentes, mas os desafios de efetivação da política territorial rural foram os mesmos a partir da análise de indicadores. Essa condição está relacionada aos arranjos institucionais que enfrentam dinâmicas setoriais na formulação e na implementação de políticas públicas de desenvolvimento rural.

  • IGUARACI SANTOS DA SILVA
  • A SERRA DO PERIPERI E AS IMPLICAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS DECORRENTES DA EXPANSÃO URBANA DE VITÓRIA DA CONQUISTA – BA
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Aug 9, 2013
  • Dissertação
  • Show resume
  • As questões referentes ao meio ambiente encontram-se em discussão nas diversas cúpulas mundiais de desenvolvimento humano, educação e saúde, visando compreender as metamorfoses ambientais naturais e antrópicas que ocorrem sobre o planeta Terra. Nesse contexto, o estudo ora desenvolvido teve como objetivo geral avaliar as relações e as implicações socioambientais na unidade geomorfológica Serra do Periperi, geradas pela expansão urbana da cidade de Vitória da Conquista. Na perspectiva de cumprir esse e outros objetivos específicos, utilizaram-se distintos procedimentos metodológicos, associados a duas etapas: gabinete e campo. Em gabinete, fez-se o levantamento bibliográfico e de documentos cartográficos, além da elaboração das cartas temáticas específicas do meio físico para dar suporte à discussão dos condicionantes geoambientais. Em campo, além das observações diretas sobre os impactos impressos na paisagem, fez-se também a realização de entrevistas. Os resultados desse estudo mostram que, no caso específico das ocupações na Serra do Periperi, os elementos que compõem os condicionantes geoambientais estão sendo afetados pelo processo de ocupação desordenada em direção a Serra, tais como: os aspectos climáticos, geológicos, geomorfológicos, pedológicos e vegetacionais com funcionalidades específicas, os quais inter-relacionados mantêm o equilíbrio dinâmico dessa unidade geomorfológica tão importante para o município de Vitória da Conquista. Entretanto, esse equilíbrio vem sendo afetado pelo antropismo que por sua vez interfere nesses condicionantes transformando-os em elementos fragilizados, e como consequência, há o desencadeamento de diversos problemas socioambientais que afetam a população conquistense como um todo. Conclui-se, portanto, que a problemática referente aos impactos ambientais envolvendo a Serra do Periperi originou-se no período colonial e tem se perpetuado até os dias atuais, gerando transtornos para o município de um modo geral, sem que a gestão pública municipal adote medidas mais eficazes de combate ao processo degradacional da paisagem.

  • JÂNISON PEREIRA LIMA
  • 'NOVOS MEDIADORES' E ARTICULAÇÃO POLÍTICA NO CAMPO: A LÓGICA DO PROTAGONISMO SOCIAL E O USO DA POBREZA
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Aug 9, 2013
  • Dissertação
  • Show resume
  • A pesquisa elucida a atuação da Articulação no Semiárido (ASA) e do Centro Dom José Brandão de Castro (CDJBC), responsáveis pela materialização de políticas públicas que impulsionam mudanças no espaço rural do semiárido sergipano. Essas organizações são compreendidas como ‘Novos Mediadores’, que emergem no cenário da articulação política no contexto em que o Estado reduz seu papel no atendimento de demandas sociais. O caminho metodológico perpassou o entendimento das relações capitalistas contemporâneas e do Estado, que cede lugar as ações dos novos mediadores, ao tempo em que transfere certo tipo de protagonismo para a sociedade civil. Refletiu-se ainda sobre a natureza da sociedade civil, do Terceiro Setor e da pobreza, inseridos nas especificidades das suas adequações à lógica de funcionamento das políticas públicas, dentro da totalidade das relações. A pobreza, nessa direção, é assumida como escopo das políticas que se territorializam no campo, sendo, ressignificada no Brasil, a partir dos anos 1990, em detrimento do debate em torno das causas geradoras das desigualdades sociais. Uma mudança que atende aos anseios das relações capitalistas, legitimando a relação público-privado na implementação de ações para comunidades pobres. Foram realizadas ainda pesquisas de campo em comunidades rurais atendidas pelas ações desses mediadores. Os resultados apontam para um tipo de protagonismo de agentes públicos, privados e da população, sem orientar para um processo de emancipação no espaço rural.

  • RAMON OLIVEIRA VASCONCELOS
  • MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR EM SERGIPE: IMPASSES E DESAFIOS DA HORTICULTURA IRRIGADA NO AGRESTE DE ITABAIANA
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Aug 6, 2013
  • Dissertação
  • Show resume
  • O presente estudo sobre a modernização da agricultura familiar no agreste de Itabaiana-SE analisou a produção agrícola irrigada a partir de famílias que adotaram a irrigação como meio tecnológico na produção e com isso aumentar a renda da família. Nesse sentido, a pesquisa teve como objetivo analisar a produção e a reprodução do espaço da horticultura irrigada com ênfase no processo de comercialização das unidades familiares rurais do agreste de Itabaiana-Se. Essa se justificou como contribuição para entender a formação, o papel econômico-social e a importância das relações entre agricultura, força de trabalho e o meio ambiente. Para desenvolver este trabalho, partiu-se de observações diretas e indiretas dos fatos, através do trabalho de campo, com a aplicação de entrevistas com vários atores sociais, como: agricultores, atravessadores, feirantes, além desses foi necessário aplicar entrevistas e levantar dados com órgãos federais, estaduais e municipais; e por fim a pesquisa bibliográfica. Portanto, agricultura da região é uma mancha do processo de modernização utilizando a irrigação, onde existe o uso das inovações científicas, tecnológicas, informacionais e políticas que incentivam a produção. A agricultura familiar no agreste de Itabaiana encontra-se em uma fase positiva e bastante visível de transformação que se expressa pelo sistema de produção. Isso demonstra que um novo padrão de produção que, incrementando a renda, seja capaz de melhorar as condições de vida do agricultor e da família.

  • JORGENALDO CALAZANS DOS SANTOS
  • AS MULTITERRITORIALIDADES NO PROCESSO DE CRIAÇÃO DA FLORESTA NACIONAL DO IBURA
  • Advisor : MARIA AUGUSTA MUNDIM VARGAS
  • Data: Jul 24, 2013
  • Dissertação
  • Show resume
  • A multiterritorialidade enquanto conjunto de relações formadas através dos territórios apresenta uma infinidade de possibilidades aos sujeitos participantes desse processo, que mantém diversas relações, sejam elas individuais ou coletivas na (re) configuração desses territórios. O procedimento de criação das Unidades de Conservação – UC ao obedecer às diversas estratégias e relações socioambientais reflete categoricamente uma nova dinâmica do espaço geográfico e exige estudos sobre mudanças e perspectivas para as suas novas configurações. A partir desse pressuposto, perpassam os conceitos de território, territorialidade, multiterritorialidade e conflitos, que entrelaçados, desvelam a realidade analisada. Com base nesse contexto, o objetivo desse trabalho é compreender as possíveis (re) configurações territoriais ocorridas no povoado Estiva quando da criação da Floresta Nacional Ibura no município de Nossa Senhora do Socorro em Sergipe. O povoado Estiva é uma comunidade do entorno desta UC que sofreu novas configurações após a sua criação. A pesquisa ancora na metodologia fenomenológica e de percepção para apreender dentre os moradores quais as representações da “floresta” como símbolo em suas vidas. Foi revelado que o uso dos recursos naturais existente na floresta constituía um território identitário apenas na vida dos moradores que viveram a época em que a área era Horto Florestal. A análise revelou que os moradores se adaptaram a uma nova realidade imposta pela dinâmica após a institucionalização da UC, revelando multiterritorialidades que os sujeitos sociais criam após vivenciar tais necessidades.

  • ANA CONSUÊLO FERREIRA FONTENELE
  • NATUREZA, POLÍTICAS PÚBLICAS E (Re)ORDENAMENTO DO ESPAÇO: interfaces das políticas ambientais em Sergipe.
  • Advisor : FRANCISCO SANDRO RODRIGUES HOLANDA
  • Data: Jul 12, 2013
  • Tese
  • Show resume
  • Nosso desafio consistiu em pensar em que medida a questão ambiental como problemática atual contempla a relação sociedade-natureza, já que essa relação aparece na análise geográfica em sua indissociabilidade. A partir desse contexto, construímos a tese de que a relação sociedade-natureza na geografia apresenta-se como chave do entendimento da política ambiental no estado de Sergipe, enquanto compreensão das relações contraditórias engendradas na economia capitalista. Para tanto, apresentamos como objetivo central a análise crítica do processo de formação e implementação das políticas ambientais no Brasil, bem como o poder público em Sergipe estabelece sua política ambiental a partir das normas estabelecidas pela União. A pesquisa foi guiada pelo conhecimento geográfico em relação aos posicionamentos normativos do método dialético adotando um percurso de abstração teórico, que instrumentaliza a forma de tratar a relação entre o abstrato e o concreto, e opera a noção de espacialidade como sendo, não só produzida ativamente, mas também, um momento ativo dentro do processo social. Além da análise documental foram utilizados também dados empíricos coletados em visitas de campo, onde se dá o processo de territorialização das ações direcionadas ou não, pelas políticas ambientais estaduais instituídas. Para esse propósito foi feito um recorte espacial do planejamento das políticas públicas, consubstanciado no Território da Grande Aracaju. Nesta dimensão todos objetivos que conduziram a tese foram gestados a partir da hipótese de que as políticas ambientais são políticas territoriais, isto é, são ações estatais que promovem o reordenamento do espaço nacional preparando-o para novas espacializações. Procurou-se contextualizar a “questão ambiental” no quadro da internacionalização do capital, focalizando o papel dos organismos internacionais na formulação das políticas ambientais e na construção das políticas públicas; analisar o papel do Estado na implementação de políticas diretamente afetas à questão ambiental que reflete na qualidade de vida da população, como explicativas do padrão de expansão do capital nas diferentes escalas, local/nacional/global. Observou-se o papel importante da ciência e da tecnologia para a adequação do meio ambiente ao crescimento econômico pautado na racionalidade técnica instrumental com interlocução entre a população organizada e a organização social para a difusão do desenvolvimento sustentável. Concluiu-se que a política ambiental estruturada no desenvolvimento sustentável tem a natureza e a comunidade como fatores de produção subsumidos ao capital, com discurso e práticas hegemônicas de dominação, que se efetivaram na retórica dos discursos das políticas públicas ambientais, no cotidiano, em parcerias (ONGs, Fundações, Institutos, etc.), em posturas participativas da comunidade local, bem como, na permeabilidade para relações democráticas.

  • ANA CONSUÊLO FERREIRA FONTENELE
  • NATUREZA, POLÍTICAS PÚBLICAS E (Re)ORDENAMENTO DO ESPAÇO: interfaces das políticas ambientais em Sergipe.
  • Advisor : FRANCISCO SANDRO RODRIGUES HOLANDA
  • Data: Jul 12, 2013
  • Tese
  • Show resume
  • Nosso desafio consistiu em pensar em que medida a questão ambiental como problemática atual contempla a relação sociedade-natureza, já que essa relação aparece na análise geográfica em sua indissociabilidade. A partir desse contexto, construímos a tese de que a relação sociedade-natureza na geografia apresenta-se como chave do entendimento da política ambiental no estado de Sergipe, enquanto compreensão das relações contraditórias engendradas na economia capitalista. Para tanto, apresentamos como objetivo central a análise crítica do processo de formação e implementação das políticas ambientais no Brasil, bem como o poder público em Sergipe estabelece sua política ambiental a partir das normas estabelecidas pela União. A pesquisa foi guiada pelo conhecimento geográfico em relação aos posicionamentos normativos do método dialético adotando um percurso de abstração teórico, que instrumentaliza a forma de tratar a relação entre o abstrato e o concreto, e opera a noção de espacialidade como sendo, não só produzida ativamente, mas também, um momento ativo dentro do processo social. Além da análise documental foram utilizados também dados empíricos coletados em visitas de campo, onde se dá o processo de territorialização das ações direcionadas ou não, pelas políticas ambientais estaduais instituídas. Para esse propósito foi feito um recorte espacial do planejamento das políticas públicas, consubstanciado no Território da Grande Aracaju. Nesta dimensão todos objetivos que conduziram a tese foram gestados a partir da hipótese de que as políticas ambientais são políticas territoriais, isto é, são ações estatais que promovem o reordenamento do espaço nacional preparando-o para novas espacializações. Procurou-se contextualizar a “questão ambiental” no quadro da internacionalização do capital, focalizando o papel dos organismos internacionais na formulação das políticas ambientais e na construção das políticas públicas; analisar o papel do Estado na implementação de políticas diretamente afetas à questão ambiental que reflete na qualidade de vida da população, como explicativas do padrão de expansão do capital nas diferentes escalas, local/nacional/global. Observou-se o papel importante da ciência e da tecnologia para a adequação do meio ambiente ao crescimento econômico pautado na racionalidade técnica instrumental com interlocução entre a população organizada e a organização social para a difusão do desenvolvimento sustentável. Concluiu-se que a política ambiental estruturada no desenvolvimento sustentável tem a natureza e a comunidade como fatores de produção subsumidos ao capital, com discurso e práticas hegemônicas de dominação, que se efetivaram na retórica dos discursos das políticas públicas ambientais, no cotidiano, em parcerias (ONGs, Fundações, Institutos, etc.), em posturas participativas da comunidade local, bem como, na permeabilidade para relações democráticas.

  • LAIANY ROSE SOUZA SANTOS
  • O TERRITÓRIO CAMPONÊS SOB O ENFOQUE DE GÊNERO: A DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO E A AGROECOLOGIA.
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Jul 5, 2013
  • Dissertação
  • Show resume
  • A mediação da relação entre o ser humano e a natureza ocorre por meio do trabalho. O trabalho transforma o ser humano, tanto o corpo quanto nas relações com outros seres humanos. A divisão sexual do trabalho surge com a sociabilidade do trabalho e na divisão sexual do trabalho se expressa à relação de poder. Nossa hipótese inicial foi de que a divisão sexual do trabalho no assentamento, gradativamente foi permitindo à mulher a construção de uma consciência crítica emancipatória diante da realidade material a qual está submetida. Este estudo foi construído na perspectiva do materialismo histórico e dialético tendo em vista que o conhecimento esteja pautado na essência das relações. A partir desse método visa discutir o trabalho feminino, referenciando a totalidade da sociedade como processo histórico, portanto, passível de transformações. Utiliza-se do conceito de território, categoria da geografia, a fim de entender como se estabelecem as relações de poder. O Projeto de Assentamento 13 de Maio, localizado no município de Japaratuba, estado de Sergipe, é fruto do processo de luta pela terra realizada por camponesas e camponeses sem terra por causa da concentração fundiária brasileira, apresenta características, valores e ações opostos ao que a classe dominante impõe enquanto padrão. Nesse assentamento há um grupo de mulheres que trabalha com a agroecologia e através deste modelo de produção manifesta sua expressão sociopolítica. O trabalho dessas mulheres produz não só alimento, mas dignifica sua vida, pois se sentem realizadas com os frutos do seu trabalho. Diante de uma compreensão que o movimento é espiral, acredita-se que as camponesas e camponeses criam sempre novas formas e alternativas, construindo novos caminhos para o desenvolvimento do território. No PA 13 de Maio através da produção agroecológica vê-se uma saída possível que pode assegurar melhores condições para a família.

  • JAILTON DE JESUS COSTA
  • TRANSFORMAÇÕES AMBIENTAIS DAS RESTINGAS NA PLANÍCIE COSTEIRA SERGIPANA
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Jun 17, 2013
  • Tese
  • Show resume
  • A relação homem-natureza e dos grupos sociais entre si, bem como a forma de apropriação dos recursos naturais, são fatores determinantes do estado atual do meio ambiente e da qualidade de vida da sociedade. Esta tese objetivou analisar as transformações ambientais da paisagem de restinga da planície costeira sergipana. O recorte espacial desta análise foi a planície costeira sergipana, assentada em nove municípios costeiros defrontantes com o mar, a saber: Brejo Grande, Pacatuba, Pirambu, Barra dos Coqueiros, Aracaju, Itaporanga D’Ajuda, Estância, Santa Luzia do Itanhy e Indiaroba, agrupados em três setores do litoral (norte, centro e sul). A metodologia deste estudo está configurada em quatro etapas: documental, trabalho de campo, laboratório e síntese. O modelo teórico-metodológico é o GTP (Geossistema, Território, Paisagem) de Bertrand (2007), pois este corrobora com a ideia de se ter uma visão holística integralizada, contrapondo-se à análise compartimentada, meramente descritiva. Fazer pesquisa ambiental, a partir de um método que envolva a intrínseca relação sociedade e natureza, é o desafio inovador da Geografia. Dentre os resultados alcançados, chegou-se a um conceito de restinga que, na acepção geográfica, é a parte da planície costeira, com exceção da praia, dunas, tômbulos, entre outros sub-ambientes, coberta ou não por vegetação e, principalmente, ocupada ou não pelo homem, tendo como limite interno os tabuleiros costeiros (Grupo Barreiras). O estudo da fisiologia da paisagem permitiu visualizar que a transformação da paisagem pelo homem representa um dos elementos principais na sua formação. Foi possível também aplicar o GTP na área de estudo. Visualizou-se um Geossistema (Planície Costeira), sete territórios e duas classificações de paisagem com cinco subdivisões principais. Conclui-se que o modelo de Bertrand possibilitou um maior entendimento da área, pois a análise integrada, a partir da perspectiva socioambiental que dele se extrai, permitiu enxergar e analisar todos os fenômenos do recorte espacial, possibilitando compreender melhor a realidade das transformações das restingas da planície costeira sergipana. A presença da Hancornia speciosa Gomes em Sergipe está ligada às condições edafoclimáticas exigidas por essa espécie, as quais são encontradas na área de estudo e também aos motivos expressos na Teoria dos Refúgios de Ab’Saber. Atualmente, as restingas têm sido alvo de uma explosiva especulação imobiliária, que tem transformado o ambiente natural numa paisagem de mosaicos, ou seja, numa paisagem antropizada e fragmentada, em curto prazo, onde a variabilidade climática não produz alterações ambientais significativas quando comparada com a intensidade das ações humanas.

  • MANUELA NUNES LEAL
  • AGRONEGÓCIO DA SOJA NO PIAUÍ: REGIÃO DO FAZER PRODUTIVO
  • Advisor : VERA LUCIA ALVES FRANCA
  • Data: Jun 14, 2013
  • Tese
  • Show resume
  • A modernização da agricultura e a territorialização do capital no campo e nas cidades, a partir do agronegócio da soja no Piauí, promoveu inúmeras transformações sócio espaciais. Dinâmica que se inicia na década de 1970 com os primeiros experimentos com a produção da soja e ganha materialidade na década de 1990, conformando ao longo dos anos, uma região produtora e uma cadeia produtiva em estruturação. O objetivo geral deste estudo é analisar as transformações socioespaciais decorrentes da modernização agrícola e da reestruturação produtiva, a partir do agronegócio da soja e a formação de uma região produtiva. A metodologia utilizada foi: revisão bibliográfica, coleta de dados em órgãos como: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Fundação Centro de Pesquisa econômica e sociais do Piauí (CEPRO). Além disso, foi realizado trabalho de campo em fazendas dos municípios de Baixa Grande do Ribeiro, Ribeiro Gonçalves, Sebastião Leal e Uruçuí. Na pesquisa de campo foram entrevistados vinte e cinco trabalhadores, seis proprietários das fazendas ou gerentes e quatro funcionários das empresas que compõem a cadeira produtiva do agronegócio. O Capital e sua materialização com o agronegócio de grão no sudoeste piauiense promoveu mudanças na utilização da terra, nas relações de trabalho e implantação de novas tecnologias no campo. A expansão da área colhida, produção, melhorias no rendimento médio do cultivo demostra a reestruturação no processo produtivo e a modernização da agricultura. Assim, consolida no Piauí uma região do fazer produtivo, gerenciada por empresas e grandes proprietários da produção de grãos que compõem uma cadeia produtiva cada vez mais complexa e interligando novas cadeias como o agronegócio de carne.

  • VANILZA DA COSTA ANDRADE
  • PROGRAMA CASA NOVA, VIDA NOVA E POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL: HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL NO ALTO SERTÃO SERGIPANO.
  • Advisor : ANA ROCHA DOS SANTOS
  • Data: Jun 13, 2013
  • Dissertação
  • Show resume
  • Esta dissertação tem com objetivo analisar a política de habitação de interesse social e suas implicações na produção do espaço no Alto Sertão Sergipano, através das duas modalidades de funcionamento – concentrada e pulverizada. Para atingir o objetivo proposto optou-se pelo método materialismo histórico e dialético, entendendo a política de habitação de interesse social em um movimento histórico (presente/passado), analisando as contradições que revelam a essência dessa política social. A análise da moradia no Brasil foi contextualizada em seus aspectos sociais, econômicos e históricos, destacando o papel das políticas habitacionais para o atendimento dos interesses da classe dominante. Com as mudanças no Brasil após o processo de redemocratização e findo o modelo desenvolvimentista, se instaura um novo modelo no qual a dominação se dá pelo consenso, dissimulada em uma gestão participativa e democrática. Para revelar as contradições da política de desenvolvimento territorial, foi realizado o estudo do Programa Casa Nova, Vida Nova (PCNVN) que está inserido na Nova Política de Desenvolvimento Territorial de Sergipe, desde o ano de 2007. Neste programa, a modalidade concentrada (conjuntos habitacionais) está inserida na política de desenvolvimento territorial que reafirma a necessidade de criação de uma identidade territorial. Por esta política o que se vê é a responsabilização da população pela resolução de seus problemas, como também que a aquisição da casa é feita através de uma seleção, que na maioria das vezes, o poder político local é que define as pessoas que serão beneficiadas, alimentando as velhas/novas relações clientelísticas. Já na modalidade pulverizada tem destaque o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) que contraditoriamente aciona um programa instituído pelo Estado para reforçar sua luta de permanência do homem no campo, em condições de nele viver e habitar. Em Sergipe o MPA atua no território do Alto Sertão Sergipano e uma das suas lutas é a Moradia Camponesa que se caracteriza pela construção de casas nas terras daqueles que fazem parte do Movimento, sem interferência política. Desse modo, na realidade estudada o PCNVN aprofunda a vulnerabilidade dos sujeitos sociais, pois a política de desenvolvimento territorial tem reproduzido práticas clientelísticas, além de alimentar as relações financeiras que são necessárias para a aquisição da moradia.

  • ANÉZIA MARIA FONSÊCA BARBOSA
  • DINÂMICAS AMBIENTAIS E TRANSFORMAÇÕES DA PAISAGEM NO CERRADO PIAUIENSE
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Jun 13, 2013
  • Tese
  • Show resume
  • O sistema produtivo no Brasil vem se consolidando cada dia mais no circuito mundial de produção de alimentos e grãos. As medidas promovidas pelos gestores brasileiros, durante a segunda metade do século XX, foram dando facilidades para a expansão da fronteira agrícola, criando territórios próprios para o desenvolvimento dessa atividade econômica. Assim, a região que compreende o bioma Cerrado recebeu grande parte das políticas públicas elaboradas como meio de viabilizar o incremento do circuito agrícola por todo o território brasileiro. Ademais, essa expansão vem sendo acompanhada de fortes processos de transformações espaciais em boa parte do Brasil, a qual provoca mudança muito acentuada nos ambientes naturais e sociais dos lugares envolvidos diretamente com a atividade econômica. Na região Nordeste, por exemplo, o estado do Piauí passou a integrar esta lógica de organização do mercado mundial, no final do século passado, pois tal condição tem contribuído para as novas organizações socioambientais, que têm promovido conflitos nos ecossistemas locais. Desse modo, este trabalho tem como objetivo geral analisar as dinâmicas ambientais derivadas da expansão da fronteira agrícola que levaram à transformação da paisagem nos municípios do cerrado piauiense que desencadearam impactos socioambientais. Dessa forma, a metodologia utilizada neste estudo está dividida em três etapas: a primeira etapa é a de gabinete a qual envolve os levantamentos bibliográficos, cartográficos e imagens. A segunda etapa corresponde ao campo para coletar os dados primários e registros fotográficos, e a terceira e última etapa corresponde à síntese que constitui o momento de análises dos resultados, dos mapas que comprovam a hipótese. Destacamos também que o modelo teórico-metodológico utilizado na pesquisa é o GTP, ou seja, Geossistema, Território, Paisagem, proposto por Bertrand (1971), o qual proporciona um entendimento do objeto a partir de uma visão sistêmica e integradora de todos os elementos físicos e antrópicos que compõem o espaço geográfico, outrossim, pode-se envolver de maneira mais próxima a relação da sociedade com a natureza. Assim, a análise concluiu que a apropriação do espaço piauiense pela agricultura moderna vem contribuindo para diversificar e organizar vários territórios de produção seja de grãos ou em pequenos assentamentos, os quais têm proporcionado o surgimento de vários ambientes sociais bem distintos uns dos outros não só no campo como na cidade. Assim, a expansão do comércio; a divisão da zona urbana em áreas ricas e pobres; a falta de saneamento básico; a má acomodação do lixo urbano; lançamento de esgotos em mananciais hídricos; a exploração de minerais, dentre outros aspectos, constituem os principais conflitos identificados na área pesquisada que promovem, a cada momento, dinâmicas nos ambientes locais.

  • JAMILE OLIVEIRA RODRIGUES
  • Da energia que se planta à sujeição camponesa: o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel e seus rebatimentos no Alto Sertão Sergipano
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: May 15, 2013
  • Dissertação
  • Show resume
  • A pesquisa intituladaDa energia que se planta à sujeição camponesa: o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel e seus rebatimentos no Alto Sertão Sergipano, analisa as contradições do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) no espaço agrário do Alto Sertão Sergipano e seus rebatimentos na unidade de produção camponesa. O estudo recuperou o debate acerca da descoberta do petróleo como um rico potencial energético na Revolução Industrial, e posteriormente, o aumento do consumo pelas atividades econômicas, que trouxe à tona um contexto de escassez desse recurso, responsável por impor uma revisão da matriz energética mundial. A situação de demanda por nova matriz energética se coloca ao lado da elaboração de um novo paradigma de desenvolvimento que sugere o uso racional e sustentável dos recursos da natureza. Nesse panorama, a continuidade do modelo de produção depende da criação dessa nova matriz, e o Brasil, criou vários programas para atender a produção de energia, principalmente, a partir de agrocombustíveis, cujas trajetórias trouxeram transformações no espaço rural brasileiro. Em Sergipe, o PNPB vem sendo introduzido no campo desde 2007, apresentando como objetivo a produção de diesel a partir do cultivo do girassol e destacando-se pela promessa de trazer benefícios econômicos, sociais e ambientais. Na realidade estudada, o PNPB expressa a sua importância no contexto em que nenhuma mudança estrutural é apontada para erradicar definitivamente a pobreza no campo. Na área de estudo, observou-se um programa que ao se espacializar, aprofundou a vulnerabilidade do camponês às diretrizes do mercado, à medida em que a produção de oleaginosas se realiza sob o comando de um agente externo, atendendo ao momento atual das relações capitalistas.


  • VILOMAR SANDES SAMPAIO
  • MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA, TRABALHO FAMILIAR E FLORICULTURA NA MICRORREGIÃO DE LIVRAMENTO DE NOSSA SENHORA - BAHIA
  • Advisor : VERA LUCIA ALVES FRANCA
  • Data: Apr 30, 2013
  • Tese
  • Show resume
  • A modernização da agricultura brasileira trouxe diferentes impactos socioeconômicos e ambientais. Novas formas de produção foram incorporadas ao território com a implantação dessa agricultura moderna, particularmente a partir da década de 1970, período no qual o capital penetrou no campo de forma mais intensa. Nesse cenário de mudanças técnicas e conquistas científicas que se apresenta o objetivo geral desse estudo que é analisar as transformações socioespaciais ocorridas na microrregião de Livramento de Nossa Senhora, no Sudoeste baiano, com a implantação da agricultura modernizada e, posteriormente do polo frutífero. A base econômica desses municípios está fundamentada na agricultura. Com a implementação do perímetro irrigado em 1986, houve a constituição e difusão da pequena propriedade rural. A partir desse período a estrutura produtiva se assentou na pequena propriedade, no trabalho familiar e no cultivo da fruta com predominância da manga. A modernização da agricultura não representa apenas a mudança na base técnica da produção - suas consequências são econômicas e sociais. A metodologia adotada foi a seguinte: revisão bibliográfica, coleta de dados em órgãos como: Ministério da Agricultura; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). As informações sobre a agricultura regional foram obtidas em setores como as Secretarias de Agricultura dos municípios dessa microrregião; associações de trabalhadores rurais, cooperativas e sindicatos; produtores e trabalhadores da fruticultura. A pesquisa empírica foi desenvolvida a partir da investigação em documentos sobre a história e ocupação do interior da Bahia e aplicação de questionários e entrevistas semiestruturadas aos agentes sociais: trabalhadores, produtores, empresários, presidente de associações e lideranças locais. Com a implementação desse perímetro ocorreram significativas transformações no uso da terra nesse espaço, nas técnicas de produção e nas relações de trabalho. A modernização redimensionou o espaço agrário dessa microrregião e permitiu a reprodução social do pequeno agricultor. Atualmente, essa microrregião se destaca como forte produtora de frutas com destaque para produção de mangas. A produção e comercialização dessas frutas tem se especializado ao longo dos anos em função da organização coletiva dos produtores e da iniciativa privada. A produção frutícola nessa microrregião constitui um mercado em potencial enquanto produto agrícola. Os pequenos produtores rurais têm suas unidades de produção comandadas essencialmente pelo trabalho familiar e apoiadas por organizações coletivas que favorecem suas estratégias de reprodução. Essa atividade apresenta fatores favoráveis à continuação do empreendimento com a fruta mesmo apresentado fatores adversos.

  • ANDRECKSA VIANA OLIVEIRA SAMPAIO
  • MOBILIDADE DO TRABALHO, TRANSFERÊNCIA DE RENDA E PRODUÇÃO DO ESPAÇO REGIONAL DE VITÓRIA DA CONQUISTA - BAHIA
  • Advisor : VERA LUCIA ALVES FRANCA
  • Data: Apr 29, 2013
  • Tese
  • Show resume
  • A tese discute o tema mobilidade do trabalho relacionando com transferência de renda e produção do espaço regional e tem como objetivo analisar os rebatimentos da mobilidade do trabalho na produção do espaço regional. A base teórica discute os conceitos de mobilidade populacional, do capital e do trabalho e a produção do espaço em redes, tendo como categoria de análise o trabalho e como base empírica o município de Vitória da Conquista. A mobilidade do trabalho contribui para a organização do espaço e reflete o desenvolvimento desigual e combinado imposto pelo capital. Com isso, reforça o crescimento econômico de determinados centros, enquanto contribui para o esvaziamento de outros. Para a realização do trabalho foi realizada intensa revisão bibliográfica, seguida de levantamento de dados e informações, utilizando fontes documentais de instituições públicas e privadas, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Além disso, foram aplicados 300 questionários direcionados a população migrante e realizadas 10 entrevistas semiestruturadas com os responsáveis pela Secretária de Planejamento (trabalho e renda), Gerências de recursos humanos em empresas públicas e privadas da cidade e com proprietários de empresas dos diversos ramos do comércio. A partir das análises ficou evidente a formação de três grupos de migrantes articulados, porém diferenciados entre si: os migrantes que moram em cidades próximas de Vitória da Conquista e vem trabalhar na cidade, os não nascidos em Vitória da Conquista, mas que moram, trabalham e contribuem para o desenvolvimento regional e a população que mora em Vitória da Conquista e trabalha em outros municípios. Ao exercer a importância de centro regional, Vitória da Conquista desponta como um lugar de atração populacional, pois sua infraestrutura atrai, diariamente, pessoas de outros municípios que se deslocam para o seu centro urbano. A transferência de renda, fruto da mobilidade do trabalho, é um dos fatores que contribui para promover o desenvolvimento regional desigual e contraditório, pois as funções especializadas auxiliam no crescimento e na geração de renda, além de valorizar a cidade e contribuir para a sua expansão.

  • ÉDER ROMAGNA RODRIGUES
  • AS INTERAÇÕES URBANAS PELO TURISMO: UMA ANÁLISE DA EVOLUÇÃO ESPACIAL DA REDE URBANA DO TURISMO NO LITORAL DA BAHIA ENTRE 1970 A 2000
  • Data: Apr 12, 2013
  • Tese
  • Show resume
  • Dentre os movimentos espaciais contemporâneos, o turismo se distribui de
    maneira descontínua pelo espaço. Logo, o estudo das redes oferece ao mesmo, uma
    poderosa ferramenta de análise. Dentre os estudos que existem sobre redes e sistemas
    não é possível encontrar trabalhos que sistematizem o conceito das redes urbanas do
    turismo. Um exemplo de como o turismo pode formar redes urbanas é o surgimento de
    redes urbanas do turismo no litoral baiano. A expansão do turismo de massa no litoral
    baiano tem desencadeado o surgimento de redes urbanas especializadas na função
    turística. Essa tese propõe desvendar de que modo o advento do turismo na Bahia em
    1970, contribuíu para a expansão e complexificação da rede de núcleos urbanos
    litorâneos que até então existia. Foi realizada obtenção de dados das infra-estruturas
    turísticas com os órgãos competentes, mapeamento da malha viária, desenvolvimento
    de equações que estabelecessem o índice de função e centralidade turísticas e o
    desenvolvimento e mapeamento de classes que representassem a hierarquia dos núcleos
    turísticos. Os resultados apontam que entre 1970 e 2000 o litoral da Bahia testemunhou
    o surgimento e a expansão de uma rede urbana especializada na atividade turística. Ao
    longo de seu processo de evolução, a rede urbana do turismo do litoral baiano foi
    progressivamente se expandindo e se complexificando. De uma estrutura frágil e
    incompleta, a rede urbana do litoral baiano foi sendo progressivamente transformada em
    um organismo denso e complexo.

  • ÉDER ROMAGNA RODRIGUES
  • AS INTERAÇÕES URBANAS PELO TURISMO: UMA ANÁLISE DA EVOLUÇÃO ESPACIAL DA REDE URBANA DO TURISMO NO LITORAL DA BAHIA ENTRE 1970 A 2000
  • Data: Apr 12, 2013
  • Tese
  • Show resume
  • Dentre os movimentos espaciais contemporâneos, o turismo se distribui de
    maneira descontínua pelo espaço. Logo, o estudo das redes oferece ao mesmo, uma
    poderosa ferramenta de análise. Dentre os estudos que existem sobre redes e sistemas
    não é possível encontrar trabalhos que sistematizem o conceito das redes urbanas do
    turismo. Um exemplo de como o turismo pode formar redes urbanas é o surgimento de
    redes urbanas do turismo no litoral baiano. A expansão do turismo de massa no litoral
    baiano tem desencadeado o surgimento de redes urbanas especializadas na função
    turística. Essa tese propõe desvendar de que modo o advento do turismo na Bahia em
    1970, contribuíu para a expansão e complexificação da rede de núcleos urbanos
    litorâneos que até então existia. Foi realizada obtenção de dados das infra-estruturas
    turísticas com os órgãos competentes, mapeamento da malha viária, desenvolvimento
    de equações que estabelecessem o índice de função e centralidade turísticas e o
    desenvolvimento e mapeamento de classes que representassem a hierarquia dos núcleos
    turísticos. Os resultados apontam que entre 1970 e 2000 o litoral da Bahia testemunhou
    o surgimento e a expansão de uma rede urbana especializada na atividade turística. Ao
    longo de seu processo de evolução, a rede urbana do turismo do litoral baiano foi
    progressivamente se expandindo e se complexificando. De uma estrutura frágil e
    incompleta, a rede urbana do litoral baiano foi sendo progressivamente transformada em
    um organismo denso e complexo.

  • ROSEANE CRISTINA SANTOS GOMES
  • Territó, sujeitos sociais e políticas públicas: (des) caminhos e perspectivas do TBC em comunidades brasileiras e mexicanas
  • Data: Apr 11, 2013
  • Tese
  • Show resume
  • A América Latina tem como uma de suas características a diversidade da paisagem que conforma o território de pequenas comunidades, estejam estas localizadas na zona litorânea ou no interior. Referimos-nos às comunidades brasileiras e mexicanas que além de apresentar uma paisagem dinâmica, possuem, todavia uma riqueza sociocultural que as singularizam. São marcadas pelo modo de vida tradicional e pelos laços do cotidiano. Muitas destas comunidades almejam uma melhor qualidade de vida e buscam se sobressair do processo de exclusão do qual são expostas. Para tanto buscam no turismo, a complementação de sua fonte de renda, ou até mesmo centram nesta atividade a manutenção de sua sobrevivência. É o caso das comunidades estudadas: povoados Crasto/ Santa Luzia do Itanhy, Terra Caída/ Indiaroba – Sergipe/ Brasil e Puerto Morelos/ município de Benito Juarez/ Quintana Roo e San Pedro Atlapulco/ município de Ocoyacac/ Estado de México – México. Sentindo a necessidade de refletir sobre o turismo, sobretudo o de base comunitária e seus impactos nas comunidades citadas, buscamos na ciência geográfica o pilar para esta reflexão. Almeida (2008) afirma que o turismo é uma pratica social que consome e transforma espaços naturais ou artificiais, denominados paisagens turísticas. É vislumbrado como fator de transformação socioespacial, cultural, política e econômica. Porém, para a implantação desta atividade, é relevante pensar nas comunidades receptoras, assim como na capacidade e necessidade que o território dos sujeitos sociais locais possuem para receber o turismo. Isto posto, temos como objetivo a análise das relações socioespaciais envolvendo sujeitos sociais locais, políticas de fomento ao turismo e o turismo de base comunitária - TBC nas comunidades latino-americanas já citadas,. Trata-se, portanto, da análise acerca de territorialidades que se (re) criam, da (re) significação da paisagem pelos sujeitos sociais locais, por meio da inserção do TBC que tem como essência o princípio da autogestão, do empoderamento das comunidades e valorização do modo de vida tradicional. Para tanto, nos pautamos nas categorias paisagem e território como balizadoras da reflexão proposta. A paisagem por ser considerada como elemento constituinte do potencial turístico de um território, não apenas no âmbito do visível, mas sobretudo do sentir e no estabelecimento de relações afetivas com os elementos que a constituem. Fazem parte da paisagem o próprio homem e suas marcas culturais. Já a categoria território se insere na análise das relações socioespaciais uma vez que, o modo de vida das comunidades receptoras do turismo é fruto do cotidiano, das práticas culturais, das percepções dos seus sujeitos a cerca do mundo em que vivem. Compreendemos que é no território onde ocorre a interação individuo - ambiente. O método de análise que consubstancia a pesquisa é o fenomenológico. Já os instrumentos de investigação utilizados foram: revisão bibliográfica; pesquisa de campo composta de observação direta, levantamento e registro fotográficos; técnica de entrevista semiestruturada. Com base nos resultados obtidos com a pesquisa afirmamos que no processo de inserção do turismo nas comunidades citadas existem várias forças que atuam nos territórios dos sujeitos sociais locais. Estas forças se materializam por meio das relações de poder que emanam tanto das comunidades quanto dos agentes planejadores das políticas de fomento ao turismo. No caso das políticas o poder se manifesta pelo discurso propagado sobre o desenvolvimento local para o alcance da sustentabilidade. Este, na verdade é apenas uma forma alienadora de manter o controle sobre as comunidades e favorecer as demandas do turismo de massa e agentes privados interessados em obter divisas ao investir no turismo. No que diz respeito às comunidades o poder advém da necessidade de defender os seus territórios contra forças externas que em nada ou muito pouco contribuem para a manutenção das suas territorialidades. Emana outrossim, do processo de exclusão pelo qual as mesmas são submetidas e, consequentemente pela busca da melhoria de suas condições de vida.

  • RAIMUNDA ÁUREA DIAS DE SOUSA
  • O AGRO-HIDRONEGÓCIO NO VALE DO SÃO FRANCISCO: TERRITÓRIO DE PRODUÇÃO  DE RIQUEZA E DA SUBTRAÇÃO DA RIQUEZA DA PRODUÇÃO
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Mar 25, 2013
  • Tese
  • Show resume
  • Comprova-se na presente tese que: por ser a natureza do capital força extratora do trabalho excedente o faz sem fronteiras. Para tanto, a competividade internacional e a eficiência produtivista norteiam a Política Agrícola Comum Europeia a subtrair a riqueza do Polo Juazeiro/Petrolina, na medida em que obtêm o controle da terra e da água em todas as etapas da produção no campo, mediante a imposição do selo de certificações, como determinante à livre circulação da mercadoria no Mercado Europeu. Centrado nas regras de acumulação e exploração do sistema do capital, o agro-hidronegócio se expande apoiado e incentivado pelo Estado, como sendo a única saída para elevar o nível de vida dos trabalhadores da cidade e do campo justificado no quantitativo de emprego gerado que, por sua vez, pode resultar no consumo de produtos supérfluos na cidade. Enquanto esse discurso é propagandeado, a terra e a água passam a ser apropriadas pelos proprietários do capital especificamente para produção de cultivos requeridos pelo mercado internacional. Assim, a procura de frutas tropicais pelos países que compõem a União Europeia tem permitido que a PAC exerça seu total domínio no Vale, determinando como deve comportar-se empregador e empregado, sem necessariamente ter o título de propriedade da terra. Desse modo, a politica de irrigação nas áreas em que foram implantados os Perímetros Irrigados, em especial: Bebedouro, Nilo Coelho e Salitre têm de fato ampliado quantitativa e qualitativamente a produção; porém, esse saldo aparentemente positivo tem sido extraído da renda da terra, materializado no trabalho precarizado e temporário dos assalariados, bem como na monopolização da terra dos pequenos produtores que ainda têm vínculo nominal com a mesma. É, portanto, a mediação da renda fundiária que está no centro dos fatores que promovem a separação entre o lugar da produção dos meios de vida que não assumem a forma de capital variável, necessários à reprodução do trabalhador e o lugar de produção e reprodução do capital. Com isso, o excedente do tempo de trabalho de que o capital se apropria é repartido por muitos agentes capitalistas no Polo e na Europa.

  • RAIMUNDA ÁUREA DIAS DE SOUSA
  • O AGRO-HIDRONEGÓCIO NO VALE DO SÃO FRANCISCO: TERRITÓRIO DE PRODUÇÃO DE RIQUEZA E DA SUBTRAÇÃO DA RIQUEZA DA PRODUÇÃO
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Mar 25, 2013
  • Tese
  • Show resume
  • Comprova-se na presente tese que: por ser a natureza do capital força extratora do trabalho excedente o faz sem fronteiras. Para tanto, a competividade internacional e a eficiência produtivista norteiam a Política Agrícola Comum Europeia a subtrair a riqueza do Polo Juazeiro/Petrolina, na medida em que obtêm o controle da terra e da água em todas as etapas da produção no campo, mediante a imposição do selo de certificações, como determinante à livre circulação da mercadoria no Mercado Europeu. Centrado nas regras de acumulação e exploração do sistema do capital, o agro-hidronegócio se expande apoiado e incentivado pelo Estado, como sendo a única saída para elevar o nível de vida dos trabalhadores da cidade e do campo justificado no quantitativo de emprego gerado que, por sua vez, pode resultar no consumo de produtos supérfluos na cidade. Enquanto esse discurso é propagandeado, a terra e a água passam a ser apropriadas pelos proprietários do capital especificamente para produção de cultivos requeridos pelo mercado internacional. Assim, a procura de frutas tropicais pelos países que compõem a União Europeia tem permitido que a PAC exerça seu total domínio no Vale, determinando como deve comportar-se empregador e empregado, sem necessariamente ter o título de propriedade da terra. Desse modo, a politica de irrigação nas áreas em que foram implantados os Perímetros Irrigados, em especial: Bebedouro, Nilo Coelho e Salitre têm de fato ampliado quantitativa e qualitativamente a produção; porém, esse saldo aparentemente positivo tem sido extraído da renda da terra, materializado no trabalho precarizado e temporário dos assalariados, bem como na monopolização da terra dos pequenos produtores que ainda têm vínculo nominal com a mesma. É, portanto, a mediação da renda fundiária que está no centro dos fatores que promovem a separação entre o lugar da produção dos meios de vida que não assumem a forma de capital variável, necessários à reprodução do trabalhador e o lugar de produção e reprodução do capital. Com isso, o excedente do tempo de trabalho de que o capital se apropria é repartido por muitos agentes capitalistas no Polo e na Europa.

  • LEÔNIDAS DE SANTANA MARQUES
  • OS FUNDOS DE PASTO DO MUNICÍPIO DE MONTE SANTO (BA) E A POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL: CONFLITOS E INTERESSES TERRITORIAIS NO CAMPO
  • Advisor : ANA ROCHA DOS SANTOS
  • Data: Feb 25, 2013
  • Dissertação
  • Show resume
  • O debate sobre a questão das comunidades camponesas de Fundo e Fecho de Pasto tem crescido consideravelmente nos últimos anos. Isso pode ser reconhecido como um importante avanço no contexto do pensamento acadêmico que pode inserir de forma mais intensa essa discussão no contexto da conjuntura e estrutura agrária nacional. Ainda assim, sentiu-se a necessidade de analisar alguns meandros que perpassam o cotidiano dessas comunidades, principalmente quanto a sua relação com o Estado. Neste sentido, o objetivo geral desta dissertação é analisar as relações entre o processo de luta e resistência das comunidades de Fundo de Pasto e a política de desenvolvimento territorial no município de Monte Santo, estado da Bahia. Com isto, tem-se em conta que compreender a criação dos territórios institucionais (“rurais” e “da cidadania” em escala nacional, e “de identidade” em escala estadual) é problematizar essencialmente a forma de atuação do Estado enquanto agente na produção capitalista do espaço geográfico. Do ponto de vista metodológico, teve-se como fundamento analítico o materialismo histórico-dialético e a perspectiva geográfica da produção do espaço, com centralidade para o conceito de território. A pesquisa baseou-se em uma análise predominantemente qualitativa, utilizando-se de dados primários (entrevista e grupos focais) e secundários (provenientes de instituições governamentais ou não). Nos primeiros capítulos, considera-se a realidade das comunidades de Fundo de Pasto de uma forma geral, bem como as especificidades do município de Monte Santo. São levados em conta dados quantitativos e históricos da conjuntura agrária, objetivando reconhecer e espacializar as diversas formas como se materializa o conflito pela terra/território camponês localmente. Após isto, considerou-se o processo de internacionalização do capital e seus reflexos sobre o Estado, relacionando com a forma como as políticas públicas passam a ser pensadas. Por fim, analisa-se mais detidamente a inserção do município de Monte Santo e de suas comunidades no contexto do Território do Sisal e dos mecanismos de gestão e planejamento do Estado, relacionando-o com os diversos interesses que são traçados e a conexão entre aparência e essência na construção dos territórios institucionais. Reconhece-se que a política de desenvolvimento territorial existe necessariamente seguindo dois primas básicos (que, em essência, convergem): primeiro, nunca será viável do ponto de vista de democratização e popularização do Estado, porque não será a partir de mecanismos institucionais que este terá a sua natureza alterada; segundo, a política de desenvolvimento territorial é completamente viável do ponto de vista de que pode se tornar a garantidora do avanço do capital a partir de mecanismos que incorporem a participação social como salvo conduto.

  • ANIZIA CONCEICAO CABRAL DE ASSUNCAO OLIVEIRA
  • CENÁRIOS BIOFÍSICOS E ORDENAMENTO TERRITORIAL NO LITORAL SUL DE SERGIPE
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Feb 22, 2013
  • Tese
  • Show resume
  • Cenários são instrumentos de análise que permitem o conhecimento da evolução da paisagem a partir da interpretação dos rumos e das velocidades de transformações no espaço. Por possibilitarem a reflexão sobre as consequências de formas de uso e ocupação do território, são adotados como ferramentas úteis ao ordenamento territorial, uma vez que, contribuem com a orientação de usos atuais e futuros em função do controle das pressões antrópicas e de proposições de ações que não comprometam a integridade biofísica. Considerando a problemática relacionada ao padrão vigente de uso e ocupação da zona costeira e tendo como base a busca pelo entendimento das pressões, dos níveis de degradação e do estado do meio ambiente, esta pesquisa objetivou a elaboração de cenários biofísicos para as Planícies Costeiras dos municípios de Estância e Itaporanga D’Ajuda-SE, visando, a partir da perspectiva de análise integrada da paisagem, a proposição de classes de uso e ações prioritárias (Cenário Recomendado) compatíveis com a sensibilidade dos ambientes naturais, e a análise possibilidades dos acontecimentos desencadeados a partir da concretização ou não dessa proposta (Cenários Exploratórios), como subsídio ao ordenamento territorial. O desenvolvimento dos cenários foi nesta pesquisa possibilitada primeiramente pela delimitação e classificação de unidades e subunidades de paisagens com base em parâmetros relacionados à morfologia, às litoestruturas, aliados aos aspectos da cobertura vegetal e do uso do solo, o que permitiu a identificação dos níveis de ocupação de cada compartimento e, num segundo momento, a análise do estado ambiental da paisagem. A compartimentação das Planícies Costeiras dos municípios de Estância e Itaporanga D’Ajuda em unidades e subunidades de paisagem e a análise do estado ambiental de cada compartimento, por considerarem os componentes geoecológicos e as descontinuidades espaciais resultantes das interferências de ordem antrópica, permitiu um melhor entendimento da configuração atual da paisagem em termos de elementos e processos envolvidos, do seu funcionamento, bem como da existência de certas especificidades frente aos limites e potencialidades de cada unidade.

  • ANIZIA CONCEICAO CABRAL DE ASSUNCAO OLIVEIRA
  • CENÁRIOS BIOFÍSICOS E ORDENAMENTO TERRITORIAL NO LITORAL SUL DE SERGIPE
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Feb 22, 2013
  • Tese
  • Show resume
  • Cenários são instrumentos de análise que permitem o conhecimento da evolução da paisagem a partir da interpretação dos rumos e das velocidades de transformações no espaço. Por possibilitarem a reflexão sobre as consequências de formas de uso e ocupação do território, são adotados como ferramentas úteis ao ordenamento territorial, uma vez que, contribuem com a orientação de usos atuais e futuros em função do controle das pressões antrópicas e de proposições de ações que não comprometam a integridade biofísica. Considerando a problemática relacionada ao padrão vigente de uso e ocupação da zona costeira e tendo como base a busca pelo entendimento das pressões, dos níveis de degradação e do estado do meio ambiente, esta pesquisa objetivou a elaboração de cenários biofísicos para as Planícies Costeiras dos municípios de Estância e Itaporanga D’Ajuda-SE, visando, a partir da perspectiva de análise integrada da paisagem, a proposição de classes de uso e ações prioritárias (Cenário Recomendado) compatíveis com a sensibilidade dos ambientes naturais, e a análise possibilidades dos acontecimentos desencadeados a partir da concretização ou não dessa proposta (Cenários Exploratórios), como subsídio ao ordenamento territorial. O desenvolvimento dos cenários foi nesta pesquisa possibilitada primeiramente pela delimitação e classificação de unidades e subunidades de paisagens com base em parâmetros relacionados à morfologia, às litoestruturas, aliados aos aspectos da cobertura vegetal e do uso do solo, o que permitiu a identificação dos níveis de ocupação de cada compartimento e, num segundo momento, a análise do estado ambiental da paisagem. A compartimentação das Planícies Costeiras dos municípios de Estância e Itaporanga D’Ajuda em unidades e subunidades de paisagem e a análise do estado ambiental de cada compartimento, por considerarem os componentes geoecológicos e as descontinuidades espaciais resultantes das interferências de ordem antrópica, permitiu um melhor entendimento da configuração atual da paisagem em termos de elementos e processos envolvidos, do seu funcionamento, bem como da existência de certas especificidades frente aos limites e potencialidades de cada unidade.

  • ROSANA DE OLIVEIRA SANTOS BATISTA
  • AS AFINIDADES SELETIVAS DO PENSAMENTO RECLUSIANO: NA TRILHA DA CONFLUÊNCIA DAS IDEIAS DE ROUSSEAU
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Feb 15, 2013
  • Tese
  • Show resume
  • O intuito de estudar os pensamentos de Jean Jacques Rousseau e Èlisèe Reclus foi fruto do entendimento de que há uma interação dialógica nos conceitos sociedade/natureza, enquanto contribuição ao pensamento geográfico da modernidade. Optamos pelo método do materialismo histórico dialético, com a filosofia da linguagem de Mikhail Bakhtin, o qual nos possibilitou uma análise dos processos históricos. Entendemos que ao fazer história os homens passam a ser determinados e/ou determinantes da/pela natureza, e pelos outros homens e, por serem sujeitos históricos aparecem não como fragmentos, mas articulados no conjunto das estruturas e conjunturas em que estão inseridos. Neste movimento, foi possível entender a relevância dos signos dialéticos sociedade, natureza, propriedade privada e Estado no projeto da Modernidade. Tais signos serviram-nos enquanto fio condutor em nossa tese, nos permitindo refletir acerca dos fios que entrelaçam cada signo ideológico inverterado nos pensamentos de J.J. Rousseau e E. Reclus em seu tempo histórico. Nesta tese desvela-se que o tratamento teórico reclusiano com a ciência geográfica adveio das relevantes afinidades seletivas. Seu pensar foi composto pelas reflexões geográficas de Humboldt e Ritter ou ainda, pelas discordâncias existentes entre seus contemporâneos, La Blache e Ratzel. No pensamento anarquista, foram importantes as associações teóricas entre Proudon, Kropotkin e Bakunin na conformação da filosofia anarquista reclusiana. A pesquisa revelou ainda que o pensar de J.J. Rousseau unificou o pensamento anarquista e geográfico de Reclus a partir dos ideais de liberdade e igualdade, entendendo que os discursos operados nas duas teorias não estavam no vazio cultural, isto é, estavam interpenetrados por uma polifonia, de várias vozes consonantes e dissonantes de maneira que promoveu uma unidade discursiva frente às novas demandas do projeto moderno de sociedade. Assim, denotamos que em Rousseau e Reclus há uma confluência de pensamentos, percebida pelos ideais de sociedade livre de qualquer opressor, já que liberdade e igualdade são faculdades inerentes aos seres humanos.

  • ALBERLENE RIBEIRO DE OLIVEIRA
  • INFLUÊNCIA CLIMÁTICA NO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO MUNICÍPIO DE POÇO VERDE/SE
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Feb 5, 2013
  • Dissertação
  • Show resume
  • Elementos climáticos, como precipitação e temperatura são essenciais na agricultura, sobretudo no semiárido, onde se localiza especificamente o município de Poço Verde, além de outros fatores como o econômico, social, político e tecnológico. Condicionantes edáficos representados pela composição pedológica, constituída pelos Cambissolos, Planossolos e Neossolos, são propícios para o cultivo agrícola, embora, precisem ser corrigidos, utilizando-se adubação. Existem, no município, áreas impróprias devido ao afloramento das rochas em decorrência, da erosão, resultante de atividades antrópicas e de processos naturais. O clima é concebido como dinâmico na análise qualitativa fundada na leitura de Monteiro, Pinto e Mendonça e Oliveira. A dinâmica ambiental é pontuada na associação entre natureza e sociedade. Nesse sentido, esta dissertação tem como objetivo analisar a relação entre os condicionantes climáticos e as derivações antropogênicas no espaço Semiárido de Poço Verde/SE, propondo compreender, o comportamento climático, suas variações de precipitação e os prováveis eventos extremos, especificamente a seca, não somente como fenômeno natural, mas, em seus aspectos, político e econômico, que interferem na qualidade de vida. Esta pesquisa está fundamentada no método GTP- Geossistema, Território e Paisagem, de natureza quali-quantitativa, pela ideia de se ter uma visão holística integralizada do espaço. Os procedimentos metodológicos que delinearam este trabalho foram: levantamento bibliográfico e documental; pesquisa de campo mediante dados secundários e primários, através de entrevistas semi-estruturadas e questionários com atores sociais; elaboração de mapas temáticos no Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas na versão do ArcGis 9.3. Construção do balanço hídrico pelo método de Thornthwaite & Mather (1955). Quantificação e tabulação de dados, análise, interpretação e descrição. Compreende-se assim, que a variabilidade de precipitação é marcante e irregular, espacialmente; apresenta déficit hídrico. Eventos de ENOS exercem papel significativo na dinâmica pluvial, pelo caráter genético produtor de anomalias climáticas, sobrepondo-se às ações antrópicas, de efeito amplo na escala local. A ocupação do solo agrícola domina a economia local, com estrutura fundiária de minifúndios, tendo o milho e o feijão como principais cultivos, vinculados diretamente à distribuição pluvial e adaptados à pequena variação térmica da tropicalidade de Poço Verde-Se. A cobertura vegetal é constituída pelo bioma caatinga, bem alterado em sua origem. O espaço urbano apresenta população superior a rural, composta de 21.968 habitantes. O Estado desenvolve ações assistencialistas, construindo poços tubulares de água doce e de água salobra, barragens e distribuição de água por carros pipas. A seca é um dos azares climáticos no município, classificada como sazonal e contingente, que interfere na agropecuária local e tem repercussão na vida urbana. Há registro de chuva de granizo. Assim, os sertanejos poçoverdenses sofrem no período de estiagem e seca, com reflexos tanto no campo quanto na cidade, sendo que há correlação real entre os elementos físicos, produtivos, econômicos, relações de trabalho e sociais e as políticas públicas.

2012
Description
  • NUBIA DIAS DOS SANTOS
  • Pelo Espaço do Homem-Camponês: estratégias de reprodução socialno sertão dos Estados de Sergipe e Alagoas
  • Advisor : CELSO DONIZETE LOCATEL
  • Data: Dec 21, 2012
  • Tese
  • Show resume
  • A organização do espaço agrário brasileiro e o desenvolvimento rural estiveram

    permeados de contradições e conflitos sociais na disputa pelo território, no confronto

    político do território-mercadoria do capital com o território-espaço-da-vida dos

    camponeses, lugar da sua reprodução social. O espaço do homem resulta das suas

    estratégias de vivência e existência, da sua identidade histórico-cultural. Entender a

    estruturação da vida camponesa; suas redes de relações endógenas e exógenas; sua

    produção material e imaterial, e, a combinação simbiótica terra, trabalho e família,

    impõe analisar a presença dos camponeses sertanejos com terra como um paradoxo

    na sociedade brasileira. De um lado, pela desqualificação histórica do sujeito, do seu

    trabalho e modo de vida e de outro, pelo movimento do capital que na monopolização

    do território ou na territorialização do capital, apropria-se da renda da terra camponesa

    e estabelece estratégias para a subordinação do trabalho familiar camponês, tornando-

    o conveniente à estrutura da sociedade e do capital. A principal função social do

    camponês é de servir de mão-de-obra abundante e pouco qualificada; de produzir

    matéria-prima e fornecer gêneros básicos para o mercado interno. Ao conquistarem a

    terra, os camponeses sinalizam para um novo processo baseado na alteração histórica

    da sua função social tendo em vista que a sua subordinação esteve atrelada à ausência

    da posse da terra. Inicia-se outro momento nas suas histórias, ao terem a posse da terra,

    mas, sem estarem associadas à mudança na estrutura da sua subordinação. A estratégia

    camponesa da posse da terra, do acesso às políticas de estado, tem contribuído para a

    fixação do homem no lugar, e serve, contraditoriamente, aos interesses do agronegócio

    e do capital, os quais passam a dispor de um exército rural de reserva, na atual

    dificuldade dos camponeses viverem, principalmente, do trabalho realizado na unidade

    de produção familiar, e, a renda da sua terra ser absorvida pelo capital. Na prática,

    os camponeses acionam estratégias para construir uma conjuntura mais favorável na

    conquista e manutenção do seu espaço. Estudar a realidade camponesa significa estudar

    a própria realidade brasileira em seus embates, nos quais as politicas espaciais tornam-

    se componentes singulares na concepção de uma sociedade mais justa, sedimentada nos

    princípios democráticos.

  • BENIZARIO CORREIA DE SOUZA JUNIOR
  • Dividas e duvidas: a reforma agrária de mercado em Lagarto / Sergipe
  • Advisor : MARIA AUGUSTA MUNDIM VARGAS
  • Data: Dec 11, 2012
  • Dissertação
  • Show resume
  • Nas últimas três décadas muitos dos estudos nas ciências sociais foram marcadas por uma intensa discussão entorno das problemáticas do campo. As relações conflituosas do campesinato com grileiros e latifundiários assim como o debate quanto à decomposição ou recriação da classe camponesa e a forma na qual essa se insere ao mercado capitalista vem sendo o foco destas discussões. Historicamente o espaço rural brasileiro é concebido como palco de intensos conflitos sociais, tendo como principal motivo a posse e a propriedade da terra. Tais conflitos têm por objetivo uma melhor distribuição da terra e a promoção de uma reforma agrária justa, que promova assim, uma melhor distribuição de renda e consequentemente menores disparidades sociais. Entretanto, o panorama atual dos conflitos agrários está marcado por novos modelos de políticas agrárias, conhecida como reforma agrária de mercado, baseados em um mercado de terras, idealizados pelo BIRD (Banco Mundial) e promovidos e aprimorados pelo Estado brasileiro. Em Sergipe a problemática agrária é agravada devido a pequena extensão territorial do estado, o que gera uma pressão social, agravando os conflitos diretos pela posse da terra, e é dentro da perspectiva de sanar tal problemática que a reforma agrária de Mercado (RAM), como é conhecida, passa a ser vendida em Sergipe, assim como em todos os estados que a adota como política de reforma agrária. No campo da geografia tal fenômeno ganha uma posição de destaque, visto que, essa nova forma de gestão do espaço brasileiro, promove uma novíssima dinâmica territorial desses espaços, requerendo assim uma analise mais aprofundada dos processos relacionados, multidimensionais, multiescalares e atemporais, que determinam não só novos territórios, mas a forma peculiar que as múltiplas territorialidades os moldam, a partir de uma identidade constituída anteriormente e as experiência com territórios do passado.

  • VANESSA PALOMA ALVES RODRIGUES
  • CAPITAL, ESTADO E A LÓGICA DISSIMULATIVA DAS POLÍTICAS DE CRÉDITO NO PROCESSO DE EXPROPRIAÇÃO E SUJEIÇÃO DO TRABALHO NO CAMPO
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Dec 5, 2012
  • Dissertação
  • Show resume
  • Esta dissertação tem como objetivo refletir sobre a relação do Estado como mediador do Capital/Trabalho através da implantação e implementação das Políticas Públicas no campo, e analisar criticamente se estas constituem formas de superação das desigualdades sócio espaciais, particularmente no processo da financeirização da economia. Para alcançar este objetivo buscamos desvelar o conteúdo e o sentido das transformações que perpassam no campo e as consequências que estas impõem na produção camponesa, expondo as conexões do capital e a sua relação com o Estado. Buscou-se a partir do método do materialismo histórico dialético, entender como as contradições no modo de produção capitalista se materializam na atualidade do campo brasileiro, com os rebatimentos das Políticas Públicas no município de Lagarto/SE, uma vez que este se inscreve no contexto da produção agrária nacional/mundial tornando-se dependente dos interesses externos do capital. Neste sentido, esta dissertação analisa as contradições escamoteadas nos discursos e ações do Estado, via Políticas Públicas para as unidades de produção familiar camponesa, que sob o discurso da inclusão social, subordina, alicia, coopta, fazendo uso político da miséria, das reivindicações sociais, enquanto estratégia política centrada em criar uma falsa aparência da realidade via discurso de cidadania, provocando a aceitação passiva da mutação geral das relações sociais e de trabalho. É nesse contexto que surgiram as políticas de crédito a exemplo do PRONAF, que cumpre o papel de metamorfosear o camponês em agricultor familiar, em empresário do campo, influenciando a sua inserção no mercado externo; gerando forte dependência de insumos, máquinas, equipamentos, financiamento e assistência técnica; impulsionando o processo da agroindustrialização da produção; garantindo o avanço da expropriação de terras camponesa, e ao mesmo tempo, tornando-se um mecanismo que transfere riqueza para a esfera financeira, via lucro gerado pelos juros de dívidas. O que podemos concluir com esta pesquisa, é que, ao atuar como mediador nos conflitos, o Estado, em nenhum momento tem como estratégia alterar as estruturas de domínio historicamente estabelecidas pelos grandes grupos do capital agrário e financeiro. É no imperativo do capital, na ênfase do lobby do agronegócio, da pluriatividade e da agricultura familiar, que vem sendo estabelecidas as Políticas Públicas para a produção familiar, como propósito da conversão do camponês em proletário rural, força de trabalho para o capital, constituindo em seu conjunto, estratagemas, liames, regulações, formas de viabilização da reprodução ampliada do capital, para efetuar a transição do território camponês em território do capital, intensificando desigualdades, fome e degradação humana.

  • IVANA SILVA SOBRAL
  • Instrumentos de gestão ambiental como subsídio para o desenvolvimento sustentável dos projetos de assentamentos de reforma agrária de Sergipe
  • Advisor : JOSE ANTONIO PACHECO DE ALMEIDA
  • Data: Nov 27, 2012
  • Tese
  • Show resume
  • Os instrumentos de gestão ambiental contribuem para o desenvolvimento sustentável dos projetos de assentamentos (PA) de reforma agrária, uma vez que permitem a proteção e o monitoramento dos recursos naturais; sendo portando objeto de estudo desta pesquisa. Utilizaram-se metodologias participativas para a coleta de dados quantitativos e qualitativos visando: analisar se ações da Superintendência Regional do INCRA em Sergipe colabora com o desenvolvimento sustentável da zona rural; selecionar indicadores de sustentabilidade; avaliar os índices das dimensões ecológica, social, ambiental e espacial; aplicar a Ecologia da paisagem nos 6 PA’s selecionados. Os resultados da pesquisa apontam que: o INCRA tem tido uma participação fundamental na criação de Unidades de Conservação de Proteção Integral de Sergipe; os PA’s mais antigos apresentam maiores índices de desenvolvimento sustentável e de qualidade da paisagem dos que os mais novos; a maioria dos impactos ambientais existente nos PA’s está relacionada aos problemas sociais e econômicos, tais como deficiência de infraestrutura e serviços e ausência de políticas públicas para prevenir os efeitos da seca; os 32 PA’s pesquisados apresentam percentuais de vegetação de acordo com a legislação ambiental brasileira, estando suas reservas legais e suas licenças ambientais devidamente regularizadas; a inserção da Ecologia da Paisagem na análise da sustentabilidade dos 6 PA’s selecionados, possibilita a inclusão da dimensão espacial na gestão ambiental dos projetos assentamentos.

  • MARLENE RIBEIRO SOUZA FELICIO
  • AGRICULTURA IRRIGADA, (DES) TERRITORIALIDADE E DESENVOLVIMENTO: um olhar para as contradições socioambientais das áreas irrigadas públicas do território Sertão do São Francisco-Ba.
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Nov 27, 2012
  • Tese
  • Show resume
  • A irrigação é uma técnica milenar bastante praticada pelas antigas civilizações, principalmente aquelas que se desenvolveram nas margens dos grandes rios que atravessam ambiente de aridez e semiaridez. Ao longo dos tempos, essa técnica vem sendo aperfeiçoada nos pressupostos do meio técnico-cientifico e atualmente também o informacional. No Brasil, a agricultura irrigada encontra-se em grande expansão, passando o país em uma década (1996 -2006), da vigésima terceira para nona posição em escala planetária (IICA). Na Bahia, a irrigação pública teve seu marco histórico na década de 70, evoluiu bastante em área plantada e atualmente ocupa a quarta posição entre os estados brasileiros (IBGE) que mais irrigam com singularidade em fruticultura, diferente de outros estados que desenvolvem com base agrícola em atividade monocultora (cana, arroz, entre outras). A utilização dessa técnica na agricultura proporciona uma maior independência dos regimes pluviais, contribuindo para a inserção socioeconômica e o desenvolvimento de territórios com aptidão agrícola, mas com características agroambientais de deficiência hídrica, como é a situação do território do Sertão do São Francisco-Ba. A introdução dessa tecnologia moderna no território constitui-se uma questão de viabilidade econômica. A mesma se configurou como responsável pelo aumento no volume de produção e na produtividade agrícola no segmento frutícola, incrementando e destacando o agronegócio baiano, além da forte evidência que deu a esse recorte territorial do Semiárido baiano no cenário econômico internacional. É o intuito de analisar as repercussões socioambientais desse dinamismo econômico provocado pela agricultura irrigada nas áreas públicas do território do Sertão do São Francisco-Ba e suas implicações no desenvolvimento territorial que constitui o objetivo central deste trabalho. Para desenvolver a pesquisa e alcançar o objetivo, os procedimentos metodológicos utilizados trilharam as seguintes etapas: a) levantamento bibliográfico, documental, estatístico e cartográfico b) pesquisa de campo, com a aplicação de questionários estruturados e entrevistas não estruturadas com atores sociais e institucionais, registros fotográficos e observação in loco. Embora seja reconhecida a importância socioeconômica da agricultura irrigada para o território, por outro lado, observou-se que o desenvolvimento da atividade econômica provocou transformações econômicas e socioterritoriais significantes. Essas transformações vieram acompanhadas de problemas ambientais de diferentes intensidades e diversidades. Entre eles, os mais preocupantes são a: desmatamento, a salinização, a erosão, o encharcamento e a contaminação dos recursos naturais por insumos agroquímicos, provocados por inúmeros fatores, a saber, o uso de métodos de irrigação de baixo nível tecnológico e práticas agrícolas fora dos padrões ecológicos. Todavia, ações precisam ser empreendidas para mitigar as fortes alterações ambientais no território e minimizar o desencadeamento do fenômeno da desertificação, evitando assim, o comprometimento da sustentabilidade das áreas irrigadas e consequentemente o desenvolvimento territorial.

  • MARCELO ALVES MENDES
  • PLURIATIVIDADE NA AGRICULTURA FAMILIAR E SUA (DES)TERRITORIALIDADE NO ESTADO DE SERGIPE: AVANÇOS E CONTROVÉRSIAS
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Nov 21, 2012
  • Tese
  • Show resume
  • A agricultura e o mundo rural encontram-se em profunda transformação nos seus diferentes aspectos: físico, ambiental, econômico, social e político. Atualmente, a agricultura familiar não pode ser compreendida apenas como uma atividade ligada exclusivamente à produção de alimentos e/ou o meio de reprodução social de pequenos agricultores que exploram a terra somente para o autosustento da familia. Nestes termos, o objetivo da tese é analisar o processo de inserção da agricultura familiar em Sergipe através das políticas públicas planejadas e/ou intencionadas para o produtor rural e seu papel diante da (des)territorialidade provocada pela pluriatividade. Assim, com a finalidade de melhor entender a dinâmica do espaço rural sergipano fez-se necessário levantar dados empíricos e levantamento bibliográfico sobre os aspectos geográficos do estado de Sergipe utilizando como referência órgãos censitários, como o Instituto Brasileiro de Geográfia e Estatística (IBGE), Censo Agropecuário (1985, 1995/6, 2006), Instituto de Pesquisa Econômica Avançada (IPEA), Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), Projeto Rurbano. Também foram utilizadas como fonte as informações obtidas através de entrevistas, aplicação semi-estrutura de questionários, os sindicados dos trabalhadores rurais (STR), as associações, Secretarias de Agricultura Estadual e Municipais, o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS), as feiras livres, entre outros órgãos que subsidiaram na fase da pesquisa de campo, evidenciando a importância dessa articulação entre o lógico e o real, ou seja, entre a teoria e o trabalho de campo. Analisando a composição da renda das famílias rurais constatou-se que a renda agrícola ainda é importante na reprodução das unidades familiares, pois os dados indicam que 86% da renda familiar vêm da agropecuária e/ou de alguma atividade ligada a este segmento. No entanto, as atividades não-agrícolas juntamente com a aposentadoria rural, pensões, bolsa família e outros programas governamentais de crédito têm relevância para a composição da renda familiar. Portanto, a diversificação da renda familiar mostrou que nos estabelecimentos rurais pluriativos as famílias desfrutam de estrategias de sobrevivência em relação às incertezas do mercado de trabalho e das instabilidades naturais. Neste contexto, a pesquisa de campo demonstrou que aproximadamente 87,1% das famílias destacaram a importância da diversificação produtiva e das atividades não-agrícolas, pois, de acordo com as famílias rurais, tais aspectos contribuíram para melhorar as condições de vida dos trabalhadores rurais. É necessário identificar o papel dos atores sociais no processo de desenvolvimento rural, particularmente, o papel dos agricultores familiares e do Estado a partir da execução de políticas públicas que estimulem a diversificação da renda por meio da combinação de atividades agrícolas e não-agrícolas geradoras de oportunidade de emprego com o intuito de promover o desenvolvimento local. Portanto, o significado da pluriatividade para as famílias rurais do estado de Sergipe não está relacionado apenas à geração de renda, mas também a conquista da dignidade solapada pela expansão do capitalismo e pelas políticas públicas excludentes que historicamente fizeram parte do cotidiano no mundo rural.

  • ESPEDITO MAIA LIMA
  • INTERAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CATOLÉ - BAHIA
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Oct 17, 2012
  • Tese
  • Show resume
  • O presente trabalho tem o propósito de investigar as interações socioambientais que se materializam na Bacia do Rio Catolé – Bahia, considerando os processos históricos de apropriação do território e uso dos recursos naturais, e as sucessivas paisagens que dão suporte à configuração atual dos fenômenos geográficos. Utiliza-se a concepção sistêmica como base de análise dos fenômenos e avalia-se o cenário atual das derivações antropogênicas, pautado em critérios quantitativos e qualitativos. A análise morfométrica da bacia, juntamente com a leitura da organização das paisagens e das relações conflituosas entre os usuários da água e da terra, é critério fundamental para a compreensão do cenário geográfico atual. Procede-se a uma análise da inserção da Bacia do Rio Catolé como uma componente sistêmica dos mecanismos globais e regionais em que ela está inserida, considerando as complexas e dinâmicas relações que comandam os fluxos de matéria e energia. Os levantamentos das características do meio físico, os trabalhos de mapeamento, as atividades de campo confrontando os elementos do quadro natural e o uso dos recursos naturais e suas derivações, como também os diálogos com produtores rurais, gestores ambientais e demais agentes envolvidos no uso e na gestão territorial foram os caminhos metodológicos que possibilitaram a identificação das questões nodais quanto à gestão territorial, pautada nos princípios do uso dos recursos naturais com a manutenção da qualidade ambiental. Como resultados da pesquisa, são apresentados os retrospectos históricos das atividades produtivas sobre os recursos ambientais e discutidos as interações socioambientais e seus reflexos em três grandes unidades de paisagem, de forma a levantar elementos que contribuam para o ordenamento territorial. A área enfrenta fortes discrepâncias entre o uso atual dos recursos naturais e o seu potencial. Conclui-se que a retomada do equilíbrio socioambiental na Bacia do Rio Catolé poderá ser alcançada com ações conjuntas dos usuários da água e do solo, órgãos das esferas municipal, estadual e federal e participação do meio técnico-científico. Para tanto, a implantação do Plano Diretor e do Comitê de Bacia, associada à criação de um Fundo de revitalização da Bacia do Rio Catolé, apresenta-se como instrumentos possivelmente eficazes.

  • MEIRILANE RODRIGUES MAIA
  • SUSTENTABILIDADE E AGRICULTURA FAMILIAR EM VITÓRIA DA CONQUISTA - BA
  • Advisor : ARACY LOSANO FONTES
  • Data: Sep 12, 2012
  • Tese
  • Show resume
  • Esta tese analisa a sustentabilidade da agricultura familiar no município Vitória da Conquista. O estudo foi realizado com base na análise integrada que compreende as características fisico-ambientais, econômicas, sociais e culturais como suportes fundamentais para discutir a sustentabilidade. Buscou-se, ainda, compreender o papel das políticas publicas para a agricultura familiar, especialmente os programas e projetos que se definem como sustentáveis. A base teórico-conceitual que alicerça a pesquisa concebe a sustentabilidade no contexto da agricultura familiar por meio das dimensões sugeridas por Sachs. Os procedimentos metodológicos consistiram na análise do referencial teórico sobre os conceitos tratados na tese- mapeamento do uso do solo; visita a campo para checagem dos elementos mapeados e de pequenas propriedades, aplicação de questionários com pequenos agricultores familiares; realização de entrevistas com sujeitos sociais envolvidos com esta categoria de trabalhadores. A pesquisa monstrou que as condições ambientais influenciam nos tipos de agroecossistemas dos agricultores familiares e consequentemente na organização espacial da área de estudo. Evidenciou-se que o papel do Estado é fundamental no processo de transição para a sustentabilidade e para manter a agricultura na modalidade familiar, corroborando esta atividade por meio de politicas públicas. Os resultados alcançados permitiram a formulação de algumas estratégias para os sistemas agrícolas estudados a fim de possibilitar maior integração entre agricultura familiar e sustentabilidade. Por meio da análise dos indicadores, foi possível avaliar as sustentabilidades ecológica, econômica, social, cultural e espacial na agricultura familiar em Vitória da Conquista. O estudo apontou para a necessidade de práticas produtivas que possibilitem a melhoria da renda dos agricultores, a produção de alimentos saudáveis e conservem os recursos naturais. Constatou-se, que a sustentabilidade nas dimensões ecológica e econômica é baixa, a social e espacial é média e a sustentabilidade cultural é alta. Os desequilíbrios entre tais dimensões provocam o acirramento das desigualdades, o que aponta para a necessidade de políticas públicas eficientes, capazes de solucionar os problemas apresentados. A pesquisa revelou, também, que alguns programas governamentais, a exemplo do PRONAF, dão pouca ênfase às questões ambientais.

  • MANOEL PEDRO DE OLIVEIRA JUNIOR
  • A SUJEIÇÃO DA RENDA DA TERRA CAMPONESA
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Sep 11, 2012
  • Dissertação
  • Show resume
  • Esta dissertação tem como objetivo analisar o processo de sujeição da renda camponesa através da monopolização da terra pelo capital no campo do município de Riachão do Dantas/SE. A pesquisa está fundamentada no método materialista histórico-dialético que permitiu verificar as contradições na qual se inscreve a produção familiar camponesa a partir dos mecanismos de apropriação da renda da terra sob a lógica capitalista, como também, quais as repercussões desta sujeição. A análise parte do pressuposto de que toda riqueza tem como origem: o valor-trabalho, que é mascarado na fórmula trinitária a partir da qual a riqueza se encerra em lucro, salário e renda da terra. Constituindo-se estas, partes do valor-trabalho que cabe respectivamente aos empresários, aos trabalhadores e aos proprietários de terra. A essência do capital é a alienação do trabalho para a extração da mais-valia, o que só é alcançado com a grande indústria através da separação do trabalhador, de sua força de trabalho, dos meios de produção, por isto é o assalariamento a relação social de trabalho típica da sociedade do capital. No campo, o capital encontra duas possibilidades para acumulação do valor: a territorialização e a monopolização do território. Com estas possibilidades, contraditoriamente, o capital apropria-se do valor-trabalho em sua forma mais-valia e renda da terra. Na agricultura, particularmente na área de realização da nossa pesquisa, encontramos relações sociais de produção não capitalista, ratificando que o capitalismo tornou-se um modo universal de extração da riqueza – por vias capitalistas de produção e, quando não, por vias não capitalistas como ocorre com os produtores familiares camponeses. O capital produz e reproduz essas relações sociais de produção, extraindo renda que será capitalizada, sem a necessária expropriação dos trabalhadores camponeses de seus meios de produção. Depreende-se daí que, o que seria essencial para a reprodução do capital, a separação do trabalho dos seus meios de produção, para sujeita-los de forma real, não é a única condição de acumulação de valor. Ocorre a apropriação da renda produzida por esses sujeitos sociais sem a necessária expropriação de sua terra, esse mecanismo de apropriação da riqueza sem alienar o trabalho é possível a partir da sujeição da renda da terra ao capital. Isto se deve ao fato de que na agricultura, as forças hegemônicas do capital atuam não no sentido da destruição da agricultura familiar camponesa, mas a partir da inserção da unidade familiar na lógica do mercado as personificações do capital apropriam-se da renda dificultando a reprodução familiar. Processos que se intensificam a partir da flexibilização e desregulamentação dos mercados financeiros e das Políticas Públicas que viabilizam a subordinação da unidade produtiva para a apropriação da renda da terra. Diante de variados mecanismos que se apropriam da renda o campesinato encontra meios de resistência que garantem a recriação, mesmo através da monopolização da terra. Mostram como, a partir da unidade entre terra-trabalho familiar, encontram variados mecanismos para resistir aos avanços do capital.

    RESUMEN

    Esta tesis tiene como objetivo analizar el proceso de someter los ingresos de los campesinos a través de la monopolización de la tierra en la ciudad capital de Riachão Dantas del país / SE. La investigación se basa en el método del materialismo histórico y dialéctico que ha mostrado las contradicciones en las que cae la producción familiar campesina de los mecanismos de apropiación de la renta de la tierra bajo la lógica capitalista, sino también, lo que las repercusiones de sujeción. El análisis asume que toda la riqueza tiene su origen: el valor del trabajo, que se oculta en la fórmula trinitaria de la que la riqueza termina en ganancias, salarios y renta de la tierra. Constituyendo estas partes del valor-trabajo que se ajuste, respectivamente, a los empresarios, los trabajadores y los propietarios de tierras. La esencia de la capital es la alienación del trabajo para la extracción de la plusvalía, que sólo se logra con la gran industria mediante la separación de la labor de su fuerza de trabajo, los medios de producción, porque esto es el salario relativo trabajo social típico del capital de la compañía. En el campo, hay dos posibilidades para la acumulación de capital: valor de territorialización y la monopolización del territorio. Con estas posibilidades, contradictoriamente, el capital se apropia del valor-trabajo, en su mayoría del valor y renta de la tierra. En la agricultura, en particular en el área de los logros de nuestra investigación, hemos encontrado relaciones sociales de producción no capitalista, lo que confirma que el capitalismo se ha convertido en una forma universal de extracción de la riqueza - a modo de producción capitalista y, si no, por no capitalistas como con agricultores familiares campesinos. El capital produce y reproduce las relaciones sociales de producción, la extracción de renta a capitalizar sin la expropiación forzosa de los trabajadores campesinos de sus medios de producción. De ello se deduce que, lo que es esencial para la reproducción del capital, la separación del trabajo de sus medios de producción, con sujeción a ellos de una manera real, no es la única condición para la acumulación de valor. Se produce la apropiación de los ingresos producidos por estos temas sin la necesaria expropiación de sus tierras, este mecanismo de apropiación de riqueza sin alienar el trabajo debe ser desde el sometimiento de todas las rentas de la tierra al capital. Esto se debe al hecho de que en la agricultura, las fuerzas hegemónicas del capital no trabajar por la destrucción de la agricultura familiar campesina, pero a partir de la inserción de la unidad familiar en la lógica de las personificaciones del mercado de capital se apropia de reproducción ingresos dificulta familia. Los procesos que se intensifican a partir de la flexibilidad y la desregulación de los mercados financieros y las políticas públicas que permitan a la subordinación de la unidad productiva para la apropiación de la renta de la tierra. Frente a variados mecanismos que campesinado ingresos suficientes encuentre medios de resistencia que garantizan la recreación, incluso a través de la monopolización de la tierra. Mostrar cómo, a partir de la unidad entre los trabajadores de la tierra de la familia, varios mecanismos para resistir los avances de la capital.

  • JOSÉ RENATO DE LIMA
  • DO TORRÃO DA VIDA À MARCHA FORÇADA RUMO AO APITO DAS GAIOLAS DE PEDRA: MOBILIDADE DO TRABALHO NA DIALÉTICA CAMPO CIDADE NO MUNICÍPIO DE RIBEIRÓPOLIS/SE
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Sep 10, 2012
  • Dissertação
  • Show resume
  • A presente dissertação analisa os desdobramentos da mobilidade do trabalho no município de Ribeirópolis Se, redefinindo a dialética campo cidade a partir da reestruturação produtiva como movimento de descentralização do processo produtivo no contexto da acumulação flexível do capital sob a intervenção das políticas de desenvolvimento custodiadas pelo Estado. Procurou-se desvendar o movimento contraditório de territorialização e monopolização do capital subordinando o trabalho no campo e na cidade às mais perversas instâncias totalizadoras de controle e extirpação da mais valia. O recorte espacial da pesquisa tomou como base os povoados Lagoa das Esperas, Esteios, Serrinha, Serra do Machado, João Ferreira, Fazendinha e Queimadas, como território que indica os processos em curso do avanço do capital fundiário mercantilizando e redirecionando o uso da terra, por meio do seu parcelamento, o que torna sobrantes, as gerações mais novas dos produtores familiares camponeses. Uma vez “supérfluos” no campo, a marcha forçada para o urbano permite desvendar a consonância do estabelecimento do capital industrial em busca da satisfação da reprodução em escala ampliada, consumindo vidas humanas com extensivas taxas de exploração da força de trabalho tornada precária. A leitura da realidade é realizada a partir do materialismo histórico-dialético, já que sua base de desenvolvimento impõe a leitura da totalidade das relações sociais como necessária para revelar a produção da realidade histórica pelos sujeitos que a constroem, ou seja, é possível revelar o território inscrito no movimento da produção, reprodução e apropriação do espaço pelo capital, e como as relações sociais e produtivas se materializam nos conflitos de classe historicamente construídos. Identificou-se o avanço do capitalismo no campo, que em parceria com o Estado, vem redirecionando o uso da terra para a pecuária e produtos agrícolas voltados para o comércio, ao tempo que subordina as pequenas unidades produtivas às determinações do mercado por meio da dependência de créditos, insumos e fertilizantes. Como rebatimento destaca-se a expulsão do trabalhador das suas lavouras em direção às cidades engrossando as fileiras do exército de reserva. Por sua vez, o capital industrial, incentivado pelo Estado, aparece como indutor do desenvolvimento via incentivos fiscais, infraestruturas, e desregulamentação dos direitos trabalhistas, para se apropriar dos territórios vantajosos e de extensivas horas de trabalho do operariado. A inscrição de uma divisão social e territorial do trabalho conforme a lógica acumulativa do valor é resultante de uma nova articulação campo cidade como centro periferia diante da hierarquia espacial imposta. Contraditoriamente, na cidade, se observa a especulação imobiliária e a valorização do solo, com a extensão do tecido urbano conforme a demanda por habitações e a produção de espaços segregados como condição de negação da obra do urbano para quem a produziu.

  • RICARDO MENEZES SANTOS
  • SE PLANTA E COLHE ALIMENTOS NESTE SERTÃO: resistência e permanência da autonomia camponesa e as estratégias do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores) nas contradições do projeto da soberania alimentar
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Jul 11, 2012
  • Dissertação
  • Show resume
  • Esta dissertação tem como objetivo analisar a unidade de produção familiar camponesa, a partir do Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA. Para atender este objetivo foi realizado um resgate histórico do MPA, sua organização, sua espacialização, sua relação com a Via Campesina. Focalizamos nossa pesquisa no Território do Alto Sertão Sergipano que se configura como o território de história de luta da permanência da unidade familiar de produção camponesa e sua vinculação com o MPA na construção do Projeto de Soberania Alimentar. A opção do método do materialismo histórico dialético possibilitou a análise do processo histórico, tendo como premissa que, ao fazer história em condições determinadas os homens passam a serem determinados e determinantes da/pela natureza, e pelos outros homens. Os homens como sujeitos históricos aparecem não como fragmentos, mas articulados no conjunto das estruturas e conjunturas em que estão inseridos. Neste movimento foi possível entender como, no campo, o capital, sustentado pelo Estado, se reproduz a partir das relações não capitalistas de trabalho, e contraditoriamente possibilita a reprodução campesina que resiste a reestruturação produtiva que se estabelece desde a década de 1970 e intensificada nos últimos anos com a financeirização econômica com o modelo do Agronegócio. A pesquisa revelou que o Movimento dos Pequenos Agricultores - MPA, originado no Sul do Brasil, durante a década de 1990, e em Sergipe em 1999 se coloca como um signo de força do campesinato ao defender e assumir a luta pela Soberania Alimentar. As concepções e as ações do MPA no campo em Sergipe e no Brasil, mesmo diante das limitações impostas pelo sistema do capital e pelo Estado, prioriza a luta contra a redução da fome e da miséria, compreendendo que estas passam diretamente pelo direito ao alimento garantido no território camponês. A proposta da Soberania Alimentar é uma alternativa de ruptura das políticas agrícolas neoliberais impostas pela Organização Mundial do Comércio, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, para a viabilização de outra forma de produção no campo em um projeto de garantia de alimentos para a população. Com a Soberania Alimentar toda uma conjuntura é entrelaçada: produção local, alimento livre de agrotóxico, equidade de preço, acesso ao alimento, redução da pobreza, reforma agrária. Enfim, a restituição do controle dos bens naturais (como a terra, a água e as sementes) às comunidades, contra a privatização da vida imposta pela lógica do capital.

  • FABRICIA DE OLIVEIRA SANTOS
  • A “REVISTA AGRÍCOLA, ÓRGÃO DA SOCIEDADE SERGIPANA DE AGRICULTURA” E A ESTRATÉGIA DA PRODUÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO CAMPO EM SERGIPE, 1905-1908: "por em commum as 'luzes' e experiências"
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Jul 9, 2012
  • Tese
  • Show resume
  • A presente Tese desvela uma leitura do discurso da/na Revista Agrícola (SSA), órgão da Sociedade Sergipana de Agricultura a partir da filosofia da linguagem de Mikhail Bakhtin. Lê a Revista a partir do convulsivo lócus de transição política do período imperial para o republicano, das mudanças na organização do trabalho, e seus efeitos na reestruturação do campo e da cidade. A Revista é concebida como um mecanismo que corroborou no ordenamento discursivo para o campo sergipano, iniciado em 1860, com o Imperial Instituto Sergipano de Agricultura (IISA), consolidado com a sua edição durante quatro anos de 1905 a 1908. Nesta Tese desvela-se o porquê da existência desse periódico como parte do capitalismo tipográfico, sua simultaneidade de ideias, a produção de uma linguagem sobre a lavoura, o comércio e a indústria, de acordo com ideologias vigentes em uma escala global. Os discursos não operavam em um vazio cultural estavam interpenetrados por uma polifonia, várias vozes, consonantes e dissonantes, de maneira que não foi um discurso homogêneo, mas promoveu uma unidade discursiva acerca da forma e dos rumos que o campo deveria ser reestruturado, frentes às novas demandas do capitalismo. Este modo de produção estava diluído entre signos e sinais da linguagem em meio a um discurso geográfico, histórico, com descrições, críticas, enaltecimento, mas, o seu substrato, a terra, não oferecia tantos problemas, a grande questão era a lavoura, a ação sobre o campo. O campo era um simulacro, fértil, porém pouco aproveitado, no qual os trabalhadores rurais estavam escamoteados sob signos ideológicos, como indolentes, pouco aptos ao trabalho, e os produtores dos discursos, apesar das fissuras apontadas nas suas tentativas consideradas valorosas, independente de serem atendidas, apresentaram e defenderam suas ideias. Os discursos posteriores à Revista foram propostas cada vez mais fragmentadas, escamoteadas, e vinculadas às necessidades dos mercados internacionais. Algumas palavras repetem-se, mas como nova significação, novas questões agrárias travestem antigas questões.

  • ELIANY DIONIZIO LIMA
  • A FEIRA LIVRE NA MEDIAÇÃO CAMPO-CIDADE
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Jul 9, 2012
  • Dissertação
  • Show resume
  • Esta dissertação tem como objetivo refletir sobre a mediação que a Feira Livre estabelece na divisão social e territorial do trabalho na constituição da relação campo-cidade no município de Feira de Santana/Ba. A pesquisa esta fundamentada no método do materialismo histórico-dialético que permitiu analisar a temática na perspectiva que considera a relação entre o pensar e o agir, como forma de explicar a realidade. Parte-se do pressuposto de que a Feira Livre no modo de produção capitalista foi perdendo a sua condição de circulação simples de mercadoria e foi sendo inscrita no circuito total do processo de acumulação e reprodução do capital. Entender o ciclo do capital, como se processa a produção, distribuição, troca (circulação) e consumo permite refletir sobre a funcionalidade das feiras livres nas formações históricas do modo de produção capitalista. Refletir sobre a relação campo-cidade, possibilitou identificar as alterações que foram produzidas no espaço ao longo do processo histórico, observando as formas, para quem e o porquê ocorre à apropriação do espaço e território; onde campo e cidade, apesar de espaços aparentemente distintos, fazem parte da totalidade das mediações produção/trabalho/distribuição/feira/troca (circulação)/ consumo do circuito integrado do capital. Adentrar por esta lógica dialética permitiu entender que a produção do espaço do município de Feira de Santana/BA teve seu crescimento marcado no espaço da troca e consumo de mercadorias de subsistência e, na medida em que se estabeleceram novas restruturações nas formas de acumulação do capital a unidade dialética contraditória do campo e cidade foi sendo inscrita na nova lógica de reprodução ampliada. As transformações observadas evidenciam que os espaços são produzidos para garantir a efetivação do ciclo do capital, - e a forma como se estabelece a divisão social e territorial do trabalho é o determinante para sua produção.

  • JOAB ALMEIDA SILVA
  • Turismo e Organização do Espaço no Polo Costa dos Coqueirais
  • Advisor : VERA LUCIA ALVES FRANCA
  • Data: Jul 4, 2012
  • Dissertação
  • Show resume
  • Com relevante impacto na produção e organização do espaço geográfico, o turismo é objeto deste estudo na medida em que se compatibiliza com a geografia para explicar mudanças, transformações, (re) criações causadas pelos movimentos dos fluxos (visitantes e turistas) e instalação de equipamentos fixos (meios de hospedagem, bares e restaurante, entretenimento e lazer) numa dinâmica capaz de gerar fontes de renda e trabalho, configurando-se em alternativa econômica, mas incapaz de resolver questões como desigualdade e pobreza. A linha de análise regional norteia a pesquisa que adota como área de estudo o Polo Costa dos Coqueirais no Estado de Sergipe, reunindo treze municípios da linha litorânea pela sua notoriedade e priorização como área de investimentos públicos e privados para exploração da atividade turística. Foram estudadas e explicadas dimensões como as políticas públicas, a institucionalização do turismo, a constituição do Polo de Turismo e suas condições sócio-ambientais, potencialidades e limitações e, a centralidade da Capital, Aracaju. Para explicação da organização espacial do turismo foram identificados territórios e áreas funcionais do turismo, bem como analisadas as composições da oferta turística (fixos) e o perfil da demanda turística (fluxos). Considerando que o turismo no nordeste brasileiro teve grande influência do Programa de Desenvolvimento do Turismo (PRODETUR), notadamente na década de 1990, foram levantados seus antecedentes e explicado o momento atual sobre a lógica do financiamento internacional com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e das transformações por ele causadas ao longo das duas últimas décadas, também sendo possível compará-lo ao montante do investimento público com outras fontes de recursos que dão apoio à estruturação do turismo nos destinos receptores. O turismo apresentou-se de modo centralizado no Polo, gerando riqueza de forma concentrada, mas com possibilidade de distribuí-la para outros destinos do Polo desde que observado o planejamento, a definição de estratégias de diversificação do produto turístico e, sobretudo, promovendo uma regionalização turística que valorize a identidade do lugar, seus saberes e práticas como atrativo diferenciado associado a uma nova realidade de intervenções na infra-estrutura básica e turística, na atração de investimento privado, para então, sair da relação de dependência do operador de turismo que atende a um modelo de turismo de massa, reproduzido mundialmente para concentrar o capital e o poder de transformação do espaço, para ser superado pelo saber endógeno e práticas comunitárias que são capazes de constituir produtos turísticos novos e transformar o espaço de forma positiva para os sujeitos que nele habitam.

  • LUANNA LOUYSE MARTINS RODRIGUES
  • Disputas Territoriais e Justiça: um olhar sobre a violência no campo paraibano
  • Advisor : MARCO ANTONIO MITIDIERO JUNIOR
  • Data: Jun 6, 2012
  • Dissertação
  • Show resume
  • O presente trabalho centra sua atenção nas disputas territoriais que vêm sendo travadas no campo paraibano, grifando a violência cometida contra os camponeses nos conflitos, bem como o posicionamento dos representantes do Poder Judicial do Estado frente aos inúmeros casos de ações criminosas cometidas no campo. Partiremos da análise de dois conflitos desencadeados na Mesorregião do Agreste paraibano: o conflito na Fazenda Quirino, localizada no município de Juarez Távora-PB, e o conflito da Fazenda Tanques, situada no município de Itabaiana-PB. Ambos resultaram em demandas judiciais, tanto nos processos desapropriatórios quanto pela violência cometida contra os camponeses ao longo do processo de luta. Portanto, esta pesquisa tem como objetivo analisar o posicionamento dos representantes do Poder Judiciário e das demais instituições que compõem o Sistema de Justiça (Polícia Judiciária e Ministério Público) frente às demandas judiciais resultantes dos conflitos. Para a consecução do trabalho, realizamos os seguintes procedimentos metodológicos: a) revisão bibliográfica; b) levantamento e análise de dados secundários e fontes documentais; c) trabalho de campo. Se, por definição, o Poder Judiciário não possui uma função de protagonista na gestão dos conflitos agrários, função que cabe ao Poder Executivo, na implementação da política de reforma agrária, os processos de judicialização/judiciarização da questão agrária ampliam e intensificam o intervencionismo do judiciário nas questões da terra. O conservadorismo predominante entre os magistrados faz com que se mantenha incólume o direito de propriedade, mesmo em casos de descumprimento da função social da terra (Art. 186 da CF 1988). Igualmente, a violência que marca grande parte das disputas territoriais no campo amplia o entrelaçamento entre questão agrária e questão jurídica, visto que os camponeses têm reivindicado a intervenção estatal frente aos crimes sofridos por eles. Milícias privadas patrocinadas por grandes proprietários de terra atuam no campo paraibano cometendo assassinatos, agressões, torturas, entre outros crimes, para frear a organização camponesa. Tais crimes transformam as disputas territoriais/judiciais em processos criminais e desvelam uma postura criminosa de parte do Judiciário, que, por um lado, persegue e criminaliza os camponeses em luta e, por outro, que confere proteção e impunidade aos mandantes e executores da violência no campo. As disputas nas fazendas Tanques e Quirino constituem casos emblemáticos de violência no campo paraibano e fornecem ricas fontes para a análise da relação entre questão agrária e questão jurídica. Em ambos os casos, ao recorrer às autoridades públicas para que as instituições competentes tomassem providências diante da violência sofrida por eles, os camponeses depararam-se com o descaso e, pior, com a participação de representantes do Estado nos crimes cometidos contra eles; contradição esta que buscamos evidenciar nesta pesquisa.

  • JOÃO FERREIRA GOMES NETO
  • O QUE HÁ POR TRÁS DA CORTINA DE FUMAÇA? Uma análise sobre a produção de carvão vegetal e silvicultura do eucalipto no município de Cândido Sales – BA
  • Advisor : MARCO ANTONIO MITIDIERO JUNIOR
  • Data: Jun 4, 2012
  • Dissertação
  • Show resume

  • O objetivo central da pesquisa é analisar as relações (re)produzidas pelo capital no processo de apropriação do trabalho e da natureza nas carvoarias do município de Cândido Sales, no estado da Bahia. A fim de dar conta da dinâmica produtiva que constrói a realidade do negócio de carvão vegetal, o método materialista-histórico-dialético é o pressuposto teórico-metodológico e político assumido no desenvolvimento do estudo. A exploração indiscriminada da natureza e a superexploração do trabalho nas carvoarias são o reflexo objetivo da redução a valores de troca da relação sociedade-natureza subjugada aos (des)mandos do capital. Em virtude da decrescente oferta de madeira proveniente da Mata Atlântica no município, o projeto governamental de “reflorestamento” denominado Programa Florestas para o Futuro é implementado sob o discurso da sustentabilidade do desenvolvimento, entretanto representa a manutenção do abastecimento das siderúrgicas, redes de churrascarias e supermercados do Sudeste do Brasil, compradoras do carvão clandestino produzido em Cândido Sales. Em última análise, é a estratagema capitalista de (re)produção do território para a apropriação da natureza e do trabalho concreto, oxigenando o fogo e a fumaça que queimam as florestas e a esperança da classe trabalhadora nas carvoarias.

  • MARÍLIA MATOS BEZERRA LEMOS SILVA
  • GEOGRAFIA E SAÚDE: ANÁLISE ESPACIAL DA OCORRÊNCIA DA ESQUISTOSSOMOSE NA ÁREA DE RIZICULTURA DO MUNICÍPIO DE ILHA DAS FLORES-SE/BR.
  • Advisor : JOSE ANTONIO PACHECO DE ALMEIDA
  • Data: May 22, 2012
  • Dissertação
  • Show resume
  • A esquistossomose é uma doença milenar e se constitui em um problema mundial de Saúde Pública. Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS (2009) estima-se haver 235 milhões de casos de esquistossomose, com 732 milhões de pessoas em risco de infecção em áreas de transmissão conhecida em todo o mundo. No Brasil, a doença é encontrada, principalmente, na região nordeste e no estado de Minas Gerais. De acordo com dados do Ministério da Saúde – MS (2009), o estado de Sergipe apresenta uma das maiores prevalência e incidência da doença na Federação. Sendo detectadas áreas de altíssima endemicidade, á exemplo do município de Ilha das Flores, objeto de estudo desta dissertação, o qual apresentou cerca de 46,5% de infectados da população analisada no ano de 2007. Sabe-se que a área em estudo destaca-se como grande produtora de arroz irrigado no Nordeste. Sendo esta atividade de grande expressão econômica e de amplo valor estratégico para o município. Entretanto, devemos considerar que as áreas de irrigação são mundialmente reconhecidas como importantes focos de transmissão da esquistossomose, pois, estas apresentam condições propícias à criação dos moluscos e de proliferação do S. mansoni. Partindo desta hipótese, o estudo objetiva analisar o dinamismo espacial dos fatores que, somados a este, potencializam para tornar o referido município endêmico. Visando a alcançar o objetivo proposto, inicialmente, identificou-se a prevalência da doença no município através de inquérito epidemiológico com 500 munícipes no período de 2009 á 2010. Em seguida, a partir do diagnóstico dos condicionantes ambientais, socioeconômicos e culturais, por intermédio de trabalhos de campo, de análises geoestatísticas e espaciais, e da confecção dos mapas temáticos, obteve-se a vulnerabilidade a ocorrência da doença. Dos 500 indivíduos que fizeram parte deste estudo, 120 foram positivos para esquistossomose, o que corresponde a 24% do universo amostral. Apartir dos individuos positivos, o modelo multinominal de analise espacial, estimador de densidade Kernel, especializou as áreas mais vulneráveis a ocorrência da doença, sendo pontuadas áreas em que a qualidade de vida é precária. Ao sobrepor os resultados da geologia, pedologia e geomorfologia à caracterização de uso da terra, notou-se que a incidência da doença dar-se na zona da planície fluviolagunar, área predominantemente agrícola e onde se localizam as áreas urbanas do município. Sendo possível associar a ocorrência da doença no município ao trabalho na lavoura irrigada, e a existência de características ecológicas favoráveis à proliferação dos caramujos (hospedeiros intermediários do s. mansoni). As análises geoestatísticas ratificaram as informações supracitadas ao estabelecerem padrões que identificaram populações mais suscetíveis à infecção. Detectamos associações entre S. mansoni e: ser do sexo masculino, 65,2% dos positivos, ter baixo nível de escolaridade, ter baixa renda, ter qualquer nível de contato com fontes naturais de água, tempo de contato com fontes naturais de água, ser agricultor e/ou ser pescador. Concluindo-se que a população do município de Ilha das Flores-SE esta extremamente vulnerável a ocorrência da esquistossomose e necessita da atenção do poder público para reverter esse triste quadro, numa tentativa de abrandar a consternação desta população.

  • LUANA SANTOS OLIVEIRA MOTA
  • A EVOLUÇÃO DA PAISAGEM COSTEIRA DA ZONA DE EXPANSÃO DE ARACAJU/SE.
  • Advisor : ANA CLAUDIA DA SILVA ANDRADE
  • Data: May 18, 2012
  • Dissertação
  • Show resume
  • A paisagem costeira da Zona de Expansão de Aracaju distingue-se pela complexidade de suas características genéticas e pela interferência antrópica na sua dinâmica. Assim, o presente estudo, o qual se baseou na categoria analítica paisagem, teve por objetivo analisar a evolução dos estruturantes físicos e antrópicos da Zona de Expansão de Aracaju/SE a longo, médio e curto prazos, a partir da determinação: dos vetores e eixos estruturantes da ocupação; dos estudos evolutivos das Unidades de Paisagem e; do posicionamento da linha de costa e da ocupação antrópica. Foram estabelecidos como vetores de ocupação da Zona de Expansão: a ação estatal, a ação imobiliária, as segundas residências e o turismo; já os eixos estruturantes foram definidos como as infraestruturas postas para a área investigada que viabilizaram a sua ocupação, a exemplo da rodovia dos Náufragos, da rodovia José Sarney, da ponte Joel Silveira, assim como, a instalação de estruturas básicas destinadas à ocupação e ao turismo. A ação dos vetores de ocupação materializou-se na paisagem, em que foi verificado o aumento de áreas ocupadas e parcialmente ocupadas sobre as Unidades de Paisagem Natural, principalmente após a década de 80. Apesar do crescente aumento da Unidade de Intervenção Antrópica, as Unidades de Paisagem Natural, ainda preponderam na paisagem. No que se refere ao estudo evolutivo da linha de costa, os resultados obtidos evidenciam que a maior parte da linha de costa da área investigada apresentou-se estável nos últimos 40 anos de análise, com pequenas variações decorrentes da erosão ou progradação. A exceção desta tendência foi verificada na linha de costa do setor sul, nas adjacências da desembocadura do rio Vaza-Barris, em que se constatou alta variabilidade em função da dinâmica do delta de maré-vazante. Destaca-se ainda a formação de um pontal arenoso na margem esquerda do rio Vaza-Barris, que influenciou na configuração da linha de costa e da paisagem desta área. Com base no nível de ocupação nas proximidades da linha de costa, evidenciou-se que poucas áreas apresentam riscos à ocupação, fator que não exclui a presença de risco em potencial em grande parte da frente litorânea em função do aumento populacional nas proximidades da linha de costa. Com base nos resultados obtidos nesta pesquisa, enfatiza-se a importância do ordenamento e planejamento da ocupação sobre as Unidades de Paisagem Natural e nas proximidades da linha de costa, a fim de evitar problemas urbano-ambientais.


  • GEISEDRIELLY CASTRO DOS SANTOS
  • DINÂMICA DA PAISAGEM COSTEIRA DA COROA DO MEIO E ATALAIA - ARACAJU/SE
  • Advisor : ANA CLAUDIA DA SILVA ANDRADE
  • Data: May 18, 2012
  • Dissertação
  • Show resume
  • O objetivo do presente trabalho foi compreender a dinâmica da paisagem costeira da Coroa do Meio e Atalaia em Aracaju-SE. Os procedimentos metodológicos consistiram em: levantamento bibliográfico; mapeamento das unidades de paisagem e da linha de costa, no período de 1955 a 2008; monitoramento da linha de costa através de perfis de praia, no período de 2008 a 2010; cálculo da área das unidades de paisagem; confecção dos mapas temáticos das unidades de paisagem (1955, 1965, 1978, 1984, 2003 e 2008) e evolução da linha de costa (1955/1965; 1965/1978; 1971/1978/1984; 1978/1984; 1984/2003; 2003/2008); levantamento fotográfico das unidades de paisagem entre 2011 e 2012 e integração dos dados. Foram identificadas no período de 1955 a 2008 as seguintes unidades: Planície de Maré, Praia, Duna/Interduna, Terraço Flúviomarinho e Ocupação Humana. Os resultados obtidos mostraram que as transformações ocorridas na paisagem foram frutos da expansão da Ocupação Humana, que contribuiu para a redução das demais unidades de paisagem. Somente restaram em 2008 as unidades: Planície de Maré, Praia e Ocupação Humana. A análise multitemporal da linha de costa entre 1955 e 2008 revelou que houve progradação na praia de Atalaia e grande variabilidade na praia dos Artistas. A progradação da praia de Atalaia começou a ser identificada a partir de 1984, após a construção de obras de contenção à erosão costeira. Observou-se que a dinâmica extremamente variável da linha de costa não foi influenciada diretamente pela expansão da ocupação, visto que antes de existir ocupação sobre as praias já haviam sido registrados episódios de recuo de linha de costa. Contudo, a expansão da ocupação humana contribuiu para tornar evidentes os episódios erosivos na praia dos Artistas e início da Atalaia. A análise da dinâmica da linha de costa a partir de perfis de praia mostrou que a curto prazo, no período entre 2008 e 2009 o balanço sedimentar foi positivo. Na análise de 2009 a 2010, o comportamento foi de erosão, com balanço sedimentar negativo. Esse estudo comprovou a grande variabilidade da linha de costa das praias dos Artistas e início da Atalaia associada à desembocadura do rio Sergipe. Com a realização da pesquisa concluiu-se que a ocupação humana predominou como agente modelador da paisagem, assumindo dois comportamentos: i – agente transformador, com a sua expansão contribuiu para a rápida redução da área das unidades Duna/Interduna, Planície de Maré e Terraço Flúviomrinho. ii – praticando e sofrendo com suas ações, as variações na linha de costa fizeram com que a ocupação se expandisse, sobre a área progradada, quando a linha de costa recuou a ocupação sofreu com os prejuízos econômicos devido aos episódios erosivos. É necessário que exista fiscalização e medidas para conter o avanço da ocupação em ambientes naturalmente sensíveis e vulneráveis à processos erosivos, como é o caso da área de estudo. Esse trabalho serve como subsídio à elaboração de medidas para o manejo dos remanescentes das unidades de paisagem na Coroa do Meio e Atalaia e para outros lugares com características similares.

  • ELDER DOS SANTOS LIMA
  • ORDEM E DESORDENS SOCIOAMBIENTAIS DA BACIA INFERIOR DO RIO PIAUÍ, EM SERGIPE
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: May 16, 2012
  • Dissertação
  • Show resume
  • A presente Dissertação aborda o universo das bacias hidrográficas como unidade básica de estudos ambientais e tem como área de abrangência os municípios de Estância, Indiaroba e Santa Luzia do Itanhy, integrantes da bacia inferior do rio Piauí, porção costeira ao sul do estado de Sergipe. O objetivo geral foi analisar o processo e formas de uso e ocupação do solo, na busca de revelar ordem e desordens socioambientais. O referencial teórico-metodológico foi delimitado a partir do modelo Geossistêmico de Bertrand que permitiu uma análise articulada entre o ambiente natural e as derivações antropogênicas. Portanto, a integração entre os condicionantes geoambientais se constituiu em análise da ordem espacial, enquanto as desordens foram focalizadas pelos aspectos demográficos, domínio da pecuária, conflitos da carcinicultura, indústria e comércio, evidenciando os impactos ambientais das atividades socioeconômicas como responsáveis pelo processo da dinâmica ambiental. A guisa de conclusão, a hidrodinâmica pretérita foi fator decisivo na formação da planície costeira e o padrão comportamental das chuvas apresentou bons excedentes hídricos no final do outono e no inverno e moderada deficiência de verão. Os parâmetros, indicadores de poluição por origem orgânica, foram encontrados em níveis impactantes para águas de abastecimento da população. Na evolução da população urbana e rural, constatou-se um crescimento de 10.52 % frente a 0.9 % de crescimento da população rural. A carcinicultura é uma atividade em expansão nos três municípios e vem reduzindo a qualidade das águas dos rios e lagoas pelo aporte de matéria orgânica lançada, ocasionando a eutrofização das águas. No contexto da bacia há preeminência urbana em Estância, assentada no uso da terra, pela grande concentração e por ser um município de economia industrial, com forte demanda do turismo costeiro.

  • EDVALDO OLIVEIRA
  • EXPANSÃO DA EUCALIPTOCULTURA NO PLANALTO DA CONQUISTA - SINGULARIDADES NO PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DA MONOCULTURA
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: May 15, 2012
  • Tese
  • Show resume
  • O problema agrário tem sido palco das discussões no campo brasileiro nas últimas décadas com diferentes nuances. A cultura do eucalipto é parte desse processo em todo mundo, com o que se convencionou chamar de “florestas plantadas”. O Brasil, sétimo país em monocultivos para a produção de madeira (FAO, 2010) e o primeiro em produção de eucalipto, (GTY, 2012) adotou o modelo dos grandes projetos, envolvendo grandes empresas do setor de papel e celulose e siderúrgicas guseiras, resultando em conflitos. Na Bahia, a chegada da eucaliptocultura na década de 1970 marca a ocupação dos territórios do nordeste e sul, resultando no adensamento dos plantios e na concentração fundiária. No Planalto da Conquista, o eucalipto chega em meados da década de 1990, numa estrutura agrária de pequenas e médias propriedades, com ênfase na agricultura familiar. O objetivo da tese é o de comprovar, a partir da comparação com o sul do Estado, a forma diferenciada de implantação da eucaliptocultura no Planalto da Conquista, com ênfase na estrutura fundiária, nas políticas governamentais, na ação do capital privado. Parte-se então da premissa de que, sem um grande projeto apoiada na grande empresa, o avanço da eucaliptocultura não afetou profundamente a estrutura fundiária regional uma vez que foi efetivado pelo proprietário local, pela via do fomento florestal e investimentos pessoais. O recorte teórico levou em conta a produção desigual do espaço, como linha norteadora, com ênfase no processo de igualização da paisagem pelo capital como provocador da desigualdade, ratificando que diferentes formas de aplicação do capital refletem diferentes formas de produção do espaço. Reafirma a geografia como ciência capaz de dar repostas às questões oriundas desse mecanismo, particularmente a geografia da agricultura, na definição de territorialidades/desterritorialidades, na geração de assimetrias espaciais e na dicotomia agricultura patronal/familiar. O recorte espacial envolveu os doze municípios do Planalto da Conquista, e vinte e três do sul do estado, dos quais apenas seis fazem parte, efetivamente, do recorte empírico, por evidenciar maiores percentuais de ocupação de eucalipto. A partir do método comparativo delineou-se o percurso metodológico apoiado em: a) levantamento documental junto às associações fomentadoras da eucaliptocultura; b) aplicação de questionário semi estruturado com os eucaliptocultores. Os dados primários resultaram da interpretação de imagens de satélite para mapeamento dos plantios apoiado pelos levantamentos topográficos das áreas produtoras, utilizando os softwares Envi 8.0, AutoCadMap e MapWiewer 7.6. A base de dados executada com dados dos relatórios obtidos do SIG e dos relatórios da ASIFLOR. Dados fundiários foram obtidos junto à Cafir/ Vitória da Conquista e dos Censos do IBGE. Os resultados apontam que ausência de um grande projeto reduziu a ocupação contínua e manteve a pequena e média propriedade que, em parte, se inseriu no processo de expansão do eucalipto. Considerando que a eucaliptocultura é um fato no Planalto da Conquista em face das condicionantes físicas desfavoráveis a leste do território, a manutenção da pequena propriedade de dará, se mantido o fortalecimento da agricultura familiar que, sob ameaça de novos projetos corre o risco de ser adquiridas pelas grandes empresas e investidores de fora.

  • MARIA DO SOCORRO FERREIRA DA SILVA
  • TERRITÓRIOS DA CONSERVAÇÃO: UMA ANÁLISE DO POTENCIAL FITOGEOGRÁFICO DAS UC's DE USO SUSTENTÁVEL EM SERGIPE
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Apr 16, 2012
  • Tese
  • Show resume
  • As Unidades de Conservação (UCs), fazem parte das Áreas Protegidas (APs), são consideradas como mecanismos de gestão ambiental. No Brasil, a Lei 9985/2000, que dispõe o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), estabelece critérios e normas para a criação, implementação e gestão das UCs, dividindo-as em UCs de Proteção Integral, onde é permitido o uso indireto dos recursos naturais, e de Uso Sustentável ou de uso direto. Todavia, sua criação, gestão e implementação têm sido permeadas por conflitos territoriais envolvendo atores sociais e interesses diversos pela apropriação, controle e uso dos recursos naturais, o que tem implicado na perda da biosociodiversidade. Essa tese tem como recorte empírico as UCs de Uso Sustentável de Sergipe, e como objetivo analisar as potencialidades e a importância fitogeográfica no Estado de Sergipe partindo das UCs de Uso Sustentável. O desenvolvimento da tese foi delineado a partir dos procedimentos metodológicos: a) levantamento bibliográfico e documental; b) pesquisa de campo, mediante o levantamento de dados secundários e primários, a partir de entrevistas semi-estruturadas: gestora da Superintendência de Biodiversidade e Florestas (SBF), vinculada SEMARH; Analista Ambiental da Flonai (ICMBio); coordenadores e técnicos das APAs do Morro do Urubu e do Litoral Sul (SEMARH); técnico do IBAMA; responsável pelo gerenciamento do Parque da Cidade na APA do Morro do Urubu (EMDAGRO); comandante do Pelotão Ambiental da Polícia Militar de Sergipe; diálogos informais com vários atores sociais; e, observações sistemáticas nos territórios pesquisados; c) elaboração dos mosaicos e das métricas da paisagem a partir da teledetecção, com o uso de ortofotocartas/2003 na escala de 1:10.000 e 1:2000, cujas imagens foram tratadas no software ArcGis 9.3 e da ferramenta Patch Analyst para os cálculos da métricas da paisagem; d) ordenamento e tabulação dos dados obtidos; e, e) análise e interpretação das informações. As UCs pesquisadas são dotadas de potencial fitogeográfico, representado por enclaves de floresta ombrófila densa, vegetação de mangue, vegetação secundária, de restinga, de dunas e campos de várzeas. Esse potencial vem sendo afetado pelos diversos usos atribuídos aos territórios pesquisados (cultivos, pastagem, aquicultura, indústrias, extração de minérios) além da atividade turística que vem crescendo no litoral sul. Esses usos sem planejamento têm gerado conflitos territoriais, resultando na exclusão e/ou espoliação das comunidades tradicionais e pequenos produtores locais implicando em perdas para a biosociodiversidade. Apesar do potencial existente, as métricas da paisagem evidenciaram que parcela significativa dos fragmentos estão envolvidos pelo efeito de borda, cujas médias da Área Core mostraram que apenas 43,17% da área dos fragmentos florestais da APA do Litoral Sul, e 52,35% da Flonai e entorno estão menos propícias aos efeitos de bordas (relação interior-margem da mancha). As Médias dos Índices de Forma (MSI) indicaram que os fragmentos possuem formas irregulares 1,59 e 1,45 respectivamente, onde o formato se afasta do padrão circular. O Índice de Proximidade identificou elevadas distâncias entre os fragmentos, caracterizando o isolamento de várias manchas. Esses índices são resultados dos usos atribuídos ao território e de falhas na gestão das UCs via órgãos ambientais, pois mesmo criadas na década de 1990, ainda não dispõe de mecanismos de gestão ambiental capazes de coibir as ações danosas, comuns nos territórios da conservação, contradizendo os preceitos estabelecidos pela política de conservação ambiental. A manutenção dos atributos biofísicos, depende da criação e implementação desses mecanismos de gestão ambiental, atrelada a ações que visem à conectividade dos remanescentes florestais, os quais podem vir a fazer parte de futuros corredores ecológicos de mata atlântica. Os planos de manejo devem incluir os anseios das comunidades tradicionais que dependem desses recursos, tornando-se importante estabelecer parcerias entre os proprietários de terras visando o acesso aos recursos naturais (restingas, manguezais) pelas comunidades tradicionais. Assim, propostas que incentivem o uso da “floresta em pé” através das atividades não-madeireiras devem ser priorizadas. A política de conservação deve contemplar a gestão do território de forma integrada, evitando o uso predatório dos recursos naturais, com o intuito de reduzir e/ou evitar a perda da biosociodiversidade, pois envolve a defesa de interesses e das condições de vida dos sujeitos que dependem direta e/ou indiretamente da proteção de tais recursos, seja para uso presente ou para usos futuros. Desse modo, é primordial que o órgão gestor conheça a realidade in locu das UCs buscando caminhos alternativos na perspectiva de superar os desafios encontrados na gestão ambiental desses territórios, para que de fato possa contribuir efetivamente para a elaboração das políticas públicas inclusivas a luz da biosociodiversidade para que as UCs cumpram com as finalidades pelas quais foram criadas.

  • ELINE ALMEIDA SANTOS
  • (RE) PRODUÇÃO SOCIAL E DINÂMICA AMBIENTAL NO ESPAÇO DA PESCA: RECONSTRUINDO A TERRITORIALIDADE DAS MARISQUEIRAS EM TAIÇOCA DE FORA-NOSSA SENHORA DO SOCORRO/SE
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Apr 10, 2012
  • Dissertação
  • Show resume
  • A pesca é uma atividade desenvolvida há muito tempo, principalmente, por comunidades ribeirinhas e costeiras. A atividade pesqueira é considerada masculina, devido exigência da força física no manuseio dos instrumentos e imprevisibilidade no que se refere à segurança do pescador. No que tange as mulheres, estas ficaram responsáveis por muito tempo pelos serviços domésticos e a extração de mariscos nas proximidades de suas residências. Porém, as mulheres começaram a participar cada vez mais do setor e passaram a lutar por seu reconhecimento perante a comunidade como pescadoras, fato concretizado a partir do seu registro nas colônias e associações de pesca. Nesta perspectiva, a pesquisa teve como objetivo principal analisar a (re) produção social e a dinâmica ambiental do espaço da pesca sob a ótica do trabalho feminino, tendo como foco a territorialidade reconstruída no cotidiano das atividades das marisqueiras da Taiçoca de Fora/SE. Destarte, a relevância da temática está calcada na possibilidade de tornar em evidência grupos e fenômenos que por muito tempo foram negados nas discussões acadêmicas e político-sociais. No método fenomenológico, o espaço geográfico é analisado enquanto espaço das experiências vividas, como fenômeno por homens que nele vive. Com base nos procedimentos técnicos utilizados, a pesquisa contemplou as seguintes etapas: a) levantamento bibliográfico e documental e b) pesquisa de campo, com a aplicação de entrevistas semi-estruturadas, registro fotográfico, observação participante e a aplicação de entrevista em profundidade. O presente trabalho está estruturado em cinco capítulos. No primeiro, encontra-se a sistematização do projeto de pesquisa. O capítulo dois traz aspectos a respeito da comunidade evidenciando o uso e manejo do ambiente pelos pescadores da localidade e o conhecimento tradicional como um instrumento de manutenção da atividade. O capítulo três explana a compreensão da participação da mulher no setor pesqueiro. O capítulo quatro retrata as territorialidades das marisqueiras a partir da análise da suas vivências na terra e na água. Por fim, tem as principais considerações a respeito do trabalho feminino na pesca, buscando responder as questões norteadoras da pesquisa. Portanto, os desafios das mulheres na atividade pesqueira não são poucos, pois ainda são revestidos de preconceitos e pelo pouco espaço oriundo da produção científica. É preciso desconstruir e evidenciar onde estão estas mulheres pescadoras e marisqueiras que fazem de seu trabalho verdadeiras lições de vida.

    ABSTRACT

    SOCIAL AND ENVIRONMENTAL DYNAMICS (RE) PRODUCTION ON FISHING SPACE: REBUILDING THE TERRITORIALITY OF MARISQUEIRAS IN TAIÇOCA DE FORA-NOSSA SENHORA DO SOCORRO/SE

    Fishing is an activity for a long time, especially for coastal and riverine communities. The fishing activity is considered a male routine, because of the requirement of physical strength in handling the instruments and unpredictability with regard to the safety of fishermen. Regarding to women, they were responsible for a long time for housework and the extraction of shellfishes near their homes. But women started to take part in the sector and fight for recognition in society as women fishers, what was made real because of the register in fishing colonies and associations. In this perspective, the research aimed to analyze the social and environmental dynamics (re) producing of the fishery space from the perspective of women's work, focusing on territoriality rebuilt in the daily activities of the marisqueiras in Taiçoca de Fora / SE. Thus, the relevance of the theme is grounded in the possibility of making evidence-groups and phenomena that, for a long time, were denied in academic and socio-political discussions. In the phenomenological method, the geographical space is analyzed as the experiences, as a phenomenon of men who live there. Based on the technical procedures used, the survey included the following steps: a) bibliographical and documentary survey b) field research, with the application of semi-structured interviews, photographic documentation, participant observation and application of in depth interview. This paper is structured into five chapters. In the first, it is the systematization of the research project. Chapter two brings about aspects of the community showing the use and management of the environment by the local fishermen and the traditional knowledge as a tool for maintaining the activity. Chapter three explains the understanding of women's participation in the fisheries sector. Chapter four depicts the territoriality of marisqueiras from the analysis of their experiences on land and in water. Finally, it has the main considerations related to female labor in fishing, trying to answer the guiding questions of the research. Therefore, the challenges of women in fishing activity are not few, they are still coated with prejudice and the little space coming from the scientific literature. You need to deconstruct and show where are these women fishers and marisqueiras that make from their work, real life lessons.

  • EMERSON ALVES RIBEIRO
  • EVOLUÇÃO DA PAISAGEM DA PRAIA DA CAUEIRA NO MINICÍPIO DE ITAPORANGA D'AJUDA - SERGIPE
  • Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
  • Data: Feb 28, 2012
  • Dissertação
  • Show resume
  • O litoral brasileiro passou a ser valorizado e transformado como paisagem de consumo a
    partir da combinação de fatores socioeconômicos ocorridos principalmente no pós-guerra. A
    apropriação da zona costeira de forma não planejada, transformou-se no principal fator
    responsável pelo desmonte das estruturas morfológicas importantes na manutenção e proteção
    dos ambientes costeiros. A presente dissertação teve como principal objetivo analisar as
    transformações da paisagem do litoral de Itaporanga D’Ajuda a partir da ocupação e entre os
    anos de 1965 a 2004, além de verificar as mudanças ocorridas na praia da Caueira através do
    monitoramento da morfodinâmica do sistema praial e da linha de costa realizado entre os
    meses de janeiro de 2010 e 2011. Os procedimentos metodológicos utilizados na pesquisa
    contaram com o levantamento bibliográfico e documentos cartográficos, atividade de gabinete
    e levantamento de dados em campo. A partir do conhecimento sobre o comportamento do
    sistema praial e das intervenções humanas, bem como, dos condicionantes geoambientais e do
    mapeamento dos processos de uso e ocupação do solo na zona costeira do referido município,
    constatou-se inúmeras alterações resultantes da combinação de fenômenos naturais e/ou das
    interferências antrópicas que contribuíram para a caracterização da paisagem ao longo de
    cinco décadas. O cruzamento dessas informações permitiu conhecer os pontos mais
    susceptíveis a erosão e a frequência com que estes fenômenos ocorrem. O modelo de
    ocupação utilizado na zona costeira ratificou a degradação ambiental evidenciada ao longo de
    meio século. Diante dos resultados obtidos concluiu-se que a zona costeira e o litoral de
    Itaporanga D’Ajuda, estão vulneráveis ao mau uso e aos propósitos da exploração e
    especulação imobiliária.

2011
Description
  • NUBIA OLIVEIRA ALMEIDA
  • DINÂMICA AMBIENTAL E A POLÍTICA DE RECURSOS HÍDRICOS EM UMA BARRAGEM DO RIO BRUMADO-BA.
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Dec 23, 2011
  • Dissertação
  • Show resume
  • ...

  • JUDSON AUGUSTO OLIVEIRA MALTA
  • DINÂMICA FITOGEOGRÁFICA DE REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE MATA DO JUNCO CAPELA/SE
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Dec 15, 2011
  • Dissertação
  • Show resume
  • No presente estudo teve-se por objetivo realizar analisar a dinâmica fitogeográfica no Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco (RVSMJ), Capela/SE, tendo como hipótese que a atual configuração do remanescente florestal provém da construção histórica da relação sociedade-natureza. Para tanto, diversos métodos e abordagens foram utilizadas na pesquisa de campo, nos mapeamentos e em entrevistas semi-estruturadas. Além de técnicas de geoprocessamento como: fotointerpretação, modelo numérico de terreno, mapeamentos temáticos, perfis fitogeográficos e de uso do solo, etc. Os resultados nos permitiram chegar a análises correlacionando a dinâmica fitogeográfica à geomorfologia, topografia e fragmentação florestal. Neste processo, foram mapeadas e caracterizadas quatro tipologias de estratos fitofisionômicos, a saber, herbáceo, arbustivo, arborescente e arbóreo. Foi elaborado também um estudo acerca das unidades de paisagens do RVSMJ baseado na correlação dos diversos mapas temáticos apresentados: solos, declividade, hipsometria, clima, recursos hídricos, e principalmente, uso do solo, geomorfologia e fitofisionomias e caminhos. Os resultados demonstram que o RVSMJ não é uma floresta contínua ao longo de toda a sua extensão. Ele possui diferentes composições fitogeográficas com a presença de unidades de paisagem fragilizadas por conta da degradação e apropriação dos sistemas naturais: no topo dos tabuleiros, pela construção de estradas, agricultura e habitações; na vertente, pelo desenvolvimento de processos erosivos; e no vale, pelas derivações antropogênicas que modificaram as características da composição fitofisionômica.

  • GILMAR ALVES TRINDADE
  • AGLOMERAÇÃO ITABUNA-ILHEUS: CIDADE, REGIÃO E REDE URBANA
  • Advisor : VERA LUCIA ALVES FRANCA
  • Data: Dec 13, 2011
  • Tese
  • Show resume
  • ...

  • LIRANDINA GOMES SOBRINHO
  • LUSES E SOMBRAS NO LITORAL NORTE DA BAHIA: OS EFEITOS TERRITORIAIS, SOCIOAMBIENTAIS E ECONÔMICOS DECORRENTES DA IMPLANTAÇÃO DAS REDES HOTELEIRAS ESPANHOLAS E PORTUGUESAS
  • Data: Dec 6, 2011
  • Tese
  • Show resume
  • Esta pesquisa analisa as repercussões socioespaciais, ambientais e econômicas decorrentes da implantação das redes hoteleiras espanholas e portuguesas no Litoral Norte da Bahia. Para tanto, foi realizada uma ampla pesquisa bibliográfica e documental e pesquisa de campo, as quais permitiram constatar que a produção e organização deste espaço são resultado da incidência e a interação de lógicas econômicas globais, aliadas a processos econômicos e políticos regionais e locais. Esses processos econômicos geraram espaços em diferentes estágios de desenvolvimento e territorialidades bem definidas como: territórios “modernos” e territórios “atrasados”, densificação, favelização, ilhas de riqueza versus pobreza. A inserção do Litoral Norte da Bahia ao circuito turístico-hoteleiro e imobiliário nacional e internacional foi protagonizada pelo governo estadual em articulação com grupos hoteleiros internacionais, em especial, as redes hoteleiras espanholas e portuguesas. Esse processo é caracterizado pela implantação de enclaves turísticos, megaresorts hoteleiros e condomínios residenciais que visam atender a demanda do mercado global, focando os seus países de origem. Encontra-se em curso nesta região um modelo de desenvolvimento urbano-regional complexo que se evidencia em uma macrourbanização: uma linear caracterizada pela tendência e formação de um contínuo urbano linear de caráter metropolitano ao longo da rodovia BA- 099, integrando os municípios de Salvador- Lauro de Freitas e Camaçari e pela macrourbanização dispersa; caracterizada pela formação de enclaves turísticos, espaços especializados focados no consumo vinculados ao lazer, ao turismo e a segunda-residência, que contam com modernas infraestruturas e serviços. Esses Complexos Turísticos Residenciais acompanham a primeira linha costeira, com casas e apartamentos “vista mar” construídos segundo um modelo “fechado” que oferecem segurança aos seus clientes e múltiplos serviços. Trata-se de espaços que se distinguem socialmente do contexto regional, devido ao predomínio de grupos de alta renda, nacionais e estrangeiros. A coexistência da macrourbanização linear e dispersa tende a aumentar os conflitos socioambientais, devido à privatização do acesso às praias, rios, lagoas e outros recursos naturais. A análise das entrevistas com os representantes das empresas hoteleiras permitiu identificar similaridades e diferenças no processo de expansão internacional e nas estratégias de ação das empresas.

  • ELIS REGINA SILVA DOS SANTOS OLIVEIRA
  • A DINÂMICA DO AGRONEGÓCIO EM LAGARTO-SE: LIMITES, IMPASSES E ALCANCES.
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Oct 23, 2011
  • Dissertação
  • Show resume
  • A presente pesquisa tem como propósito analisar a agricultura familiar integrada ao sistema do agronegócio no município de Lagarto observando seus limites, impasses e alcances, além de identificar os principais cultivos ligados ao agronegócio. Sendo constituído a partir de revisão bibliográfica sobre o processo de produção e organização do espaço agrário brasileiro e sergipano, da agricultura familiar e do agronegócio; seguido pelo trabalho de campo com aplicação de questionários semiestruturados no uso da técnica da amostragem aleatória nos povoados Colônia Treze, Fazenda Grande e Jenipapo; concluindo-se com a coleta de dados secundários em órgãos e entidades federais, estaduais e do município de Lagarto como COHIDRO, EMDAGRO e o IBGE. O município de Lagarto se destaca pela tradição e desenvolvimento de vários cultivos em pequenas unidades familiares com reduzidas inovações mecânicas, químicas, biológicas e com utilização intensiva do trabalho familiar. Pelos dados da produção agrícola municipal de 2008 e 2009 do IBGE os principais cultivos do município de Lagarto são os seguintes: mandioca, laranja, maracujá, o mamão, o milho, a banana e o fumo. O estudo da agricultura familiar integrada em Sergipe, em particular no município de Lagarto tomou importância nas últimas três décadas em função da crescente participação de grupos econômicos na economia do município, inserindo o núcleo do complexo agroindustrial como parâmetro de dominação em todas as “linhas” integradas da cadeia. Esses grupos estão introduzindo modificações na estrutura espacial, no tocante a adesão e orientação de novos cultivos. O agronegócio emerge no município com uma possibilidade de inserir a pequena produção do agricultor ao sistema agroindustrial. A atividade pioneira nessa inserção foi a fumicultura que rebateu estruturalmente na configuração espacial do município nas décadas de 70, 80 e 90. Nesse período sua produção estava subordinada ao grupo Maratá e ao grupo Zezé Rocha. Os novos cultivos inseridos no ciclo do agronegócio lagartense, como a acerola e a pimenta, permitiram maior dinamismo da produção familiar. A cultura da pimenta tem como destino o grupo Maratá que atua na região realizando acordos com valores pré-contratuais com os produtores familiares, já a laranja e acerola são repassadas aos intermediários que por sua vez distribuem para as indústrias de suco em Estância/Se e para os estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte.

  • DANIEL AMADOR DA CUNHA PIRES
  • ORGANIZAÇÃO E DINÂMICA DOS ESPAÇOS AGRÁRIO E REGIONAL
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Oct 14, 2011
  • Dissertação

  • DAYSE MARIA SOUZA
  • DO CHÃO DA TERRA AO CHÃO DA FÁBRICA: AS FORMAS CONTRADITÓRIAS DA APROPRIAÇÃO DO CAPITAL NO ESPAÇO AGRÁRIO
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Oct 7, 2011
  • Dissertação
  • Show resume
  • A presente dissertação de mestrado tem como objetivo analisar o processo de reestruturação produtiva no novo modelo de acumulação flexível e sua interferência na produção e reprodução das relações sociais de produção. Em pleno desemprego estrutural o capital que na sua essência se reproduz de forma contraditória, subordina o trabalho no campo e na cidade para garantir a super extração de mais valia, através da mobilidade do trabalho. Para compreender esse processo no espaço agrário no município de Barro Preto/BA é fundamental analisar a inserção da relação capital e trabalho no novo formato de acumulação financeira nas diferentes escalas geográficas. A pesquisa em questão adotou o método do materialismo histórico dialético, por esse entender os conflitos construídos historicamente a partir da ação das diferentes classes sociais em seu movimento contraditório. Revelando como o espaço a partir da categoria território é apropriado pelo capital e como às relações sociais se materializam e redefinem o mesmo território no processo global de acumulação capitalista. Para entender esse processo foram elaboradas reflexões da forma como o Estado garante as bases para a territorialização do capital, principalmente a partir de investimentos em infra-estrutura, incentivos fiscais, políticas de créditos e implementação de políticas modernizantes (inserindo os pacotes tecnológicos) a partir da criação de órgãos institucionais e centro de pesquisa, como por exemplo, o Instituto de Cacau da Bahia (ICB) e a Comissão Executiva da Lavoura Cacaueira(CEPLAC) modelando assim o espaço para o capital. Tais ações, ao mesmo tempo em que provocaram a subordinação da produção camponesa ao capital, acentuaram e concentrou terras, tornando a força de trabalho do campo verdadeiro exército de reserva para o capital. O debate sobre o processo de financeirização e o novo formato de acumulação capitalista foi necessário para entender como se dá a exploração do trabalho na lógica de acumulação em pleno processo de crise estrutural do capital, marcado pela intensa busca da extração de trabalho não pago. A pesquisa permitiu desvendar a forma contraditória em que o capital se territorializa no espaço agrário do município de Barro Preto materializado nas novas formas de exploração do trabalho, onde a força de trabalho tornada, no campo, supérflua para o capital, é explorada em maior quantidade no chão da fábrica, especificamente na Indústria de Calçados Vulcabrás-Azaleia, revelando como o capital se apropria do território criando novos modelos de produção, seja no campo ou na cidade. Ao mesmo tempo, que na mobilidade do trabalho essa força de trabalho - em sua grande maioria jovens, filhos de camponeses e de trabalhadores assalariados - encontra-se disponível para ser explorada pelo capital de forma perversa e insaciável.

  • KATINEI SANTOS COSTA
  • No Quebra-quebra da Castanha: a Precarização do Trabalho no Processo de Beneficiamento da Castanha de Caju no Espaço Agrário dos Municípios de Campo do Brito e Itabaiana/SE no Território do Agreste Sergipano
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Oct 6, 2011
  • Dissertação
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  • A CONFIRMAR

  • ÍTALA SANTANA SOUZA
  • MANDIOCULTURA, PRODUÇÃO DO ESPAÇO E PEQUENA PRODUÇÃO FAMILIAR NO MUNICIPIO DE LAGARTO/SE
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Sep 23, 2011
  • Dissertação
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  • A confirmar

  • BONI GUIMARÃES COSTA
  • A BACIA INFERIOR DO RIO REAL: UMA ANÁLISE SÓCIOAMBIENTAL
  • Advisor : ARACY LOSANO FONTES
  • Data: Aug 30, 2011
  • Dissertação
  • Show resume
  • A bacia hidrográfica é considerada como o conjunto de terras drenadas por um rio principal e seus afluentes, e como uma unidade de análise da superfície terrestre, onde é possível estudar as inter-relações entre os elementos da paisagem. A área em estudo, a bacia inferior do Rio Real, é composta pelos municípios baianos de Jandaíra e Rio Real, e municípios sergipanos Cristinápolis, Indiaroba, Itabaianinha, Tomar do Geru e Umbaúba. É dotada de características ambientais peculiares como a planície costeira formada por restingas, que se originaram pela superposição de cordões litorâneos, manguezais e campos dunares. Assim este trabalho tem por objetivo analisar as condições socioambientais da Bacia Inferior do Rio Real, bem como propor subsídios para o seu planejamento e gestão ambiental. O referencial teórico- metodológico foi baseado nos estudos de Bertrand que ofereceram subsídios para os estudos integrados. Desta forma, para alcançara os objetivos fora realizados levantamentos bibliográficos, cartográficos, documentais e de campo, onde se constatou a atuação de diversos atores sociais na configuração da paisagem, a exemplo das atividades econômicas: citricultura, cocoicultura, pecuária, carcinicultura e o turismo, com destaque para município de Jandaíra/BA, que em função da beleza da paisagem do Povoado Mangue Seco atrai muitos turistas nacionais e internacionais, ainda neste município, na praia da Costa Azul há perspectiva de construção de resorts, o que poderá contribuir para o aumento do fluxo turístico. Alem disso, buscou-se a partir das unidades de relevo ( Planície Costeira, Tabuleiros Costeiros e Tabuleiros do Rio Real), fazer uma análise geossistêmica dos condicionantes geoambientais, das atividades econômicas, dos aspectos populacionais e do seu potencial turístico. Cabe aos responsáveis pelo planejamento e gestão, promover o desenvolvimento sustentável potencializando os efeitos benéficos e compatíveis com os princípios de igualdade, justiça social e sustentabilidade ambiental.

  • GENESIO JOSE DOS SANTOS
  • AGRICULTURA IRRIGADA, MEIO AMBIENTE E INTERVENÇÕES PÚBLICAS NO TERRITÓRIO DO ALTO SERTÃO SERGIPANO
  • Data: Aug 22, 2011
  • Tese
  • Show resume
  • A partir da temática “Agricultura Irrigada, Meio Ambiente Intervenções Públicas no Território do Alto Sertão”, objetivou-se analisar a partir de categorias geográfica como território, espaço e paisagem as condições estabelecidas a partir das intervenções públicas nos Projetos Califórnia, Nova Califórnia e Jacaré- Curituba, no tocante a sua agricultura, ao meio ambiente e a qualidade de vida de sua população. Na construção desta tese, reconhece-se por mais discutidas que sejam as questões postas, sua pertinência está relacionadas a busca infindável de propostas para auxiliar as ações do poder publico e também às populações envolvidas diretamente nesse contexto, no sentido da aquisição de uma efetiva qualidade de vida. A temática deste trabalho está sintonizada com a realidade surgida a o partir da nova configuração territorial que impõe e cria novas paisagens e até novos comportamentos advindos de uma nova forma de governança, onde os atores estão mais próximo das organizações populares e as decisões, apesar de manipuladas em alguns momentos e em alguns setores, são mais coletivizadas. Para se chegar a conclusões plausíveis e coerentes com os objetivos utilizou-se o método empírico-analítico, seguindo etapas metodológicas típicas do referido método. Com a incursão feira nos teóricos estabelecidos e perseguindo os objetivos traçados, chega-se a conclusão de que a intervenção publica no Alto Sertão Sergipano, principalmente nos municípios de Canindé de São Francisco e Poço Redondo, cria uma nova configuração territorial, paisagística e espacial, principalmente na sua agricultura e os Projetos Califórnia, Nova Califórnia e Jacaré- Curituba são os exemplos mais marcantes dessa ação. Conclui-se também que mesmo com essa intervenção a situação de pobreza em meio ambiente a sua população permanente e a área rural do município de Poço Redondo reflete essa condições mais explicitamente. Mas o território do Alto Sertão Sergipano passou a apresentar uma nova dinâmica, especialmente no último quartel desse século. Apresentou um crescimento no volume de mercadorias produzidas e também dos serviços produzidos. Apresentou também um crescimento considerável das estruturas estabelecidas no meio rural e urbano, tais como os projetos de agricultura em irrigada, com áreas em constantes crescimento, contrapondo-se a ampliação das condições de pobreza de sua população.

  • SHEYLA SILVEIRA ANDRADE
  • AS FEIRAS LIVRES SOB A LÓGICA DO CAPITAL: DA PRODUÇÃO CAMPONESA À SUBSUNÇÃO DO TRABALHO NA CIRCULAÇÃO
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Aug 8, 2011
  • Dissertação
  • Show resume
  • A confirmar

  • RENATA SIBÉRIA DE OLIVEIRA
  • ENTRE O ESTADO, O MERCADO E A REPRODUÇÃO SOCIAL: ORGANIZAÇÃO DOS PEQUENOS PRODUTORES DO PÓLO IRRIGADO PETROLINA/JUAZEIRO.
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Aug 4, 2011
  • Dissertação
  • Show resume
  • As investigações que permeiam este trabalho estão centradas no papel do cooperativismo e do associativismo no campo brasileiro, com destaque para o polo irrigado Petrolina/Juazeiro e para a atuação do Estado como mediador das ações dessas organizações. Neste sentido, se discute em que medida as organizações em questão asseguram a reprodução social dos trabalhadores no campo no vale do São Francisco. Para tanto, o estudo realiza uma releitura que caminha do debate sobre a natureza do Estado capitalista às suas ações voltadas ao planejamento do desenvolvimento, que no Brasil, e de forma mais contundente no Nordeste brasileiro, se materializam no modelo denominado de modernização conservadora. A busca do objeto no Vale do São Francisco, realizado com base em referenciais bibliográficos, em documentos técnicos e pesquisa de campo, permeia a elucidação dos desdobramentos das políticas de reordenamento territorial advindas com a reestruturação produtiva, cujos rebatimentos são sentidos, principalmente, a partir da década de 1990. As mudanças no padrão de produção, na produtividade, nas relações de trabalho, assim como no arranjo espacial resultante das transformações promovidas pelo avanço das forças produtivas no polo irrigado apresentam rebatimentos para as práticas espaciais das referidas organizações. Considera-se que, o desenvolvimento dos princípios cooperativistas e associativistas no Brasil passaram por adequações para atender as exigências do modelo de produção nos diferentes contextos econômicos. Ademais, verificou-se que, o Estado atuou mediando e direcionando as ações das cooperativas e associações com vistas a torná-las instrumentalizadoras da territorialização e monopolização do capital no Vale do São Francisco. Ao tempo em que esses movimentos foram e continuam sendo, contraditoriamente, a condição da sujeição ao capital, eles se constituem o mecanismo utilizado pelos pequenos produtores para assegurar sua permanência na terra.

  • HILÁRIO JOSÉ MENEZES
  • A PRODUÇÃO DO ESPAÇO E A RELAÇÃO RURAL URBANA: O MOVIMENTO DOS TRABALHADORES DESEMPREGADOS (MTD), EM VITORIA DA CONQUISTA-BA.
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Jul 18, 2011
  • Dissertação
  • Show resume
  • Esta pesquisa tem como finalidade discutir e analisar o processo de territorialização do Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), no município de Vitória da Conquista-BA, tendo como base a análise da organização dos sujeitos sociais diretamente atingidos pelo desemprego e pela falta de moradia. Estabelecendo um contraponto ao modelo econômico vigente, alguns movimentos sociais organizados lutam pela democratização do acesso a terra e acreditam que só a reforma agrária poderá resolver este problema. Nesse sentido, o objeto de estudo dessa pesquisa é a ação do Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), em Vitória da Conquista-BA em busca de políticas de emprego e acesso a terra e moradia. Como metodologia de pesquisa, este trabalho utilizou o método crítico-dialético, tendo a história de vida e a análise do discurso como instrumentos análise dos dados, coletados por meio de observação participante, diário de campo, registro descritivo e entrevistas semi-estruturadas. Especificamente, foi analisado o Assentamento Zumbi dos Palmares, localizado em Vitória da Conquista-BA, concretizado com base na luta política implementada pelo MTD. Os resultados encontrados apontam que o MTD se inspirou nos debates estabelecidos pela Consultar Popular para implementar os seus objetivos de luta, com base na criação de espaços e projetos coletivos a partir da realidade vivida por cidadãos alijados do acesso a terra e ao emprego. Além disso, observou-se que a história de luta do MTD é parte do contexto contemporâneo da implementação de políticas de habitação para pessoas de baixa renda e que moram em áreas de riscos. Conclui-se, portanto, que a pressão social exercida pelos movimentos sociais mostra para a sociedade e para o poder público as carências de habitação e trabalho para uma parcela da sociedade que vive em condições precárias.

  • VENOZINA DE OLIVEIRA SOARES
  • A TERRITORIALIZAÇÃO DA CAFEICULTURA NO PLANALTO DA CONQUISTA/BAHIA: TRANSFORMAÇÕES E CONTRADIÇÕES NO ESPAÇO AGRÁRIO
  • Advisor : CELSO DONIZETE LOCATEL
  • Data: Jul 5, 2011
  • Dissertação
  • Show resume
  • Este estudo tem a finalidade de analisar a Territorialização da Cafeicultura no Planalto da Conquista/Bahia, considerando a oposição agronegócio X campesinato. A pesquisa contemplou os seis principais municípios produtores de café do Planalto: Vitória da Conquista, Barra do Choça, Ribeirão do largo, Encruzilhada, Planalto e Poções. Além das abordagens teóricas, foram analisadas as transformações e contradições promovidas no espaço agrário; as políticas públicas implementadas para o setor agrícola, em especial as que estão relacionadas à cafeicultura; a questão do trabalho e a mão-de-obra empregada na cafeicultura; bem como as principais conseqüências da territorialização da cafeicultura nesse contexto. A pesquisa permitiu a análise dos contrários, para que se compreendesse a territorialização do capital a partir da atividade cafeeira. As categorias de análise que deram suporte ao trabalho foram o “espaço” e o “território”. Os principais elementos da questão empírica deste trabalho foram fundamentados e respaldados com a pesquisa de campo. Em todos os municípios foi identificada uma estrutura fundiária com acentuada presença de pequenas unidades produtoras de café, conduzidas, evidentemente, por lavradores/camponeses, que convivem com os grandes e médios empreendimentos do agronegócio, ora desenvolvendo as atividades na sua pequena lavoura, ora vendendo sua força de trabalho nas grandes propriedades de café. A jornada dos trabalhadores volantes varia de 10 a 12 horas por dia, com um intervalo de aproximadamente uma hora para o almoço. Esse intervalo é formal porque na maioria das vezes não é utilizado para descansar, pois o trabalhador sacrifica-o para colher uma quantidade maior de café, tentando aumentar a produção. Também foi constatado que 64,1% desses trabalhadores procedem de outros municípios, isto é, eles realizam uma migração sazonal entre os municípios durante todo o período da colheita, pois vão em busca das propriedades que oferecem condições de melhoria salarial, ou seja, uma produção maior de café. Dos trabalhadores entrevistados, constatou-se que 81% possuem casa própria, porém, a maioria não possui infra-estrutura adequada, fator que reflete diretamente na má qualidade de vida desses trabalhadores. Quanto à escolarização, 70% têm o primário incompleto, 18% são analfabetos e apenas 2% têm o 2º grau. Assim, a maioria não tem conhecimento dos seus direitos e não reivindicam por melhorias trabalhistas. Constatou-se, também, que o acelerado crescimento demográfico teve como resultado o inchamento urbano e o conseqüente aumento dos problemas socioeconômicos, devido à falta de infra-estrutura e investimentos em políticas públicas necessárias. Isto, porque as políticas públicas implantadas no Planalto estão voltadas basicamente para sustentar a cadeia produtiva do café, (como os investimentos do PRONAF, a criação de Conselhos de classes, Bancos, Secretarias e órgãos ligados a todas as esferas governamentais), carecendo, portanto, de maior atenção para a diversificação da produção agrícola local e outras políticas de investimento no setor agrário como um todo.

  • GABRIELA SILVEIRA ROCHA
  • VELHAS E NOVAS TERRITORIALIDADES NAS MARGENS DA BARRAGEM DE ANAGÉ-BA: DA DESTERRITORIALIZAÇÃO À RETERRITORIALIZAÇÃO
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Jul 4, 2011
  • Dissertação
  • Show resume
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  • GLEISE CAMPOS PINTO SANTANA
  • O CAMPONÊS NA LÓGICA CAPITALISTA: DEPENDÊNCIA E ESTRATÉGIAS DE REPRODUÇÃO NO MUNICIPIO DE ITABAIANA/SE
  • Advisor : CELSO DONIZETE LOCATEL
  • Data: Jul 1, 2011
  • Dissertação
  • Show resume
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  • LETÍCIA BIANCA BARROS DE MORAES LIMA
  • O TURISMO DE SOL E PRAIA NO LITORAL SUL DE SERGIPE: UMA ANÁLISE SOB A PERSPECTIVA DOS MODELOS DO SISTUR E TALC
  • Advisor : LILIAN DE LINS WANDERLEY
  • Data: Jun 20, 2011
  • Tese
  • Show resume
  • Esta tese tem como objetivo central analisar a relação do fenômeno do turismo de sol e praia no Litoral Sul de Sergipe e os sujeitos de pesquisa (turista usual, turista de segunda residência e população local), constitui uma análise da difusão espaço-temporal do turismo de sol e praia e da manifestação da segunda residência no Litoral Sul de Sergipe sob a perspectiva dos modelos SISTUR de Beni (1988) e do TALC de Butler (1980). O estudo teve como fio condutor a relação geografia e turismo com ênfase no debate das categorias da ciência geográfica território, paisagem e lugar. A pesquisa teve como base o método dedutivo norteado por uma visão sistêmica e o processo de investigação adotou os procedimentos metodológicos de levantamento bibliográfico, documental, cartográfico e estatístico; elaboração do roteiro de estudo; pesquisa de campo; análise e interpretação dos resultados. Os instrumentos de pesquisa utilizados em campo foram questionários com questões abertas e fechadas quantificadas pela escala de Likert a fim de mensurar o grau de concordância/discordância dos sujeitos de pesquisa. A pesquisa elucida o surgimento do turismo de sol e praia no ocidente desde a sua invenção até a sua estruturação no Brasil e no Nordeste enfatizando estudos científicos sobre o meio ambiente e o turismo, além de apresentar o cenário territorial e turístico do Litoral Sul de Sergipe, abordando o seu processo histórico de ocupação, seu sistema territorial e sua dinâmica demográfica, ambiental e socioeconômica. A análise dos instrumentos de ordenamento territorial i) Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro (GERCO); ii) Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste (PRODETUR); iii) Projeto ORLA e seus Planos de Intervenção Municipal; iv) Área de Proteção Ambiental (APA) Litoral Sul; v) Zoneamento Econômico-Ecológico (ZEE); e vi) Planos Diretores identificou os principais impactos destes na atividade turística do destino. Os resultados do SISTUR demonstraram que as infra-estruturas básicas e turísticas do Litoral Sul de Sergipe ainda não são suficientes para atrair um fluxo sustentável de turistas de sol e praia, e a aplicação do TALC verificou que o estágio atual do turismo de sol e praia encontra-se no início do estágio do desenvolvimento no Litoral Sul de Sergipe, caracterizado pelo predomínio do turismo de segunda residência. O modelo territorial e turístico do Litoral Sul de Sergipe é marcado pela dinâmica territorializadora do turismo de segunda residência que somada aos investimentos advindos principalmente do PRODETUR I e II estimularam o crescimento e a consolidação da produção desta modalidade de turismo na região. Desta forma, conclui-se que as práticas sócio-espaciais do lazer e do turismo de segunda residência aceleraram o processo de transformação da paisagem e estabelecerão a produção de novos territórios turísticos no Litoral Sul de Sergipe. Por conseguinte, este estudo avança na compreensão dos modelos espaço - temporais e das políticas voltadas à valorização das zonas de praias.

  • DELZA RODRIGUES DE CARVALHO
  • A VALORAÇÃO DA PAISAGEM: UMA REFLEXAO DO ESPAÇO CONCEBIDO,PERCEBIDO E VIVIDO.
  • Data: Jun 17, 2011
  • Tese
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  • O estudo discute sobre a importância, desenvolvimento e aplicabilidade do método de avaliação ambiental, denominado “Método de Contingência”. Nessa perspectiva, a técnica desenvolvida pela Escola Neoclássica, foi complementada pela abordagem da Ciência Econômica aliada a Ciência Geográfica. Essa técnica metodológica para valoração da paisagem pode fornecer informações, que demonstrem ou não a necessidade de conservar/preservar determinadas áreas ambientais; recomendar soluções aos problemas de ocupação de territórios; programar e realizar planejamento para ocupação de áreas que causem menos impacto ao ambiente natural. Como referencial teórico incorporou-se as abordagens de produção espacial de Lefebvre, na dimensão do concebido, do vivido e do percebido, associado à obra de Milton Santos. Na base teórica desse autor buscam-se os elementos constitutivos do espaço - os homens, às firmas, as instituições, as infraestruturas e o meio ecológico, complementado com as categorias de análise - forma, função, estrutura e processo - utilizadas para abordar o espaço/território nas suas perspectivas sincrônicas, enquanto paisagem, e diacrônica como resultante de um processo. Assim, dentro do processo de dominação e/ou apropriação dos municípios delimitados na área de estudo, o território e a territorialização são trabalhados na multiplicidade de suas manifestações históricas e socioculturais enfatizando a multiplicidade de poderes, neles incorporados através dos múltiplos atores / agentes sociais envolvidos. As diferentes concepções espaciais possibilitam a reflexão, de como os diferentes atores / agentes sociais, dos municípios de Lençóis, Mucugê, Palmeiras, Andaraí e Ibicoara, localizados no Brasil/Bahia, Lisboa e Sintra/ Portugal atribui valores desiguais, na forma de Disposição a Pagar (DAP) pelos recursos paisagísticos e pela conservação dos bens naturais. Por fim, reconhece-se que as agências do turismo, sutilmente direcionam a escolha do turista, controla e determina lugares que devem, ou não ser vistos, pois longe de se criar uma identidade, produz mercadorias para serem consumidas segundo os interesses empresariais.

  • VANDEMBERG SALVADOR DE OLIVEIRA
  • EXTERNALIDADES E (IN) SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO DE BARRAGENS NO BAIXO SÃO FRANCISCO.
  • Advisor : EDISON RODRIGUES BARRETO JUNIOR
  • Data: Jun 16, 2011
  • Tese
  • Show resume
  • O Brasil, na busca pela independência energética, fez sua escolha pela energia elétrica em detrimento de outras fontes. Esta escolha definiu um projeto político econômico de produção de energia, iniciado em 1957, que já trazia no seu discurso a melhoria da qualidade de vida da população e o desenvolvimento econômico do país. No entanto, a produção de energia elétrica, em nosso país, teve sua evolução atrelada ao crescimento econômico, por conseguinte, sua produção sempre foi alvo de grandes debates quanto aos seus fomentadores - iniciativa privada ou poder público. Nesse sentido, dispersas por todo o território brasileiro, as barragens representam o potencial de produção hidrelétrica do Brasil, que está entre os cinco maiores do mundo. A construção de grandes barragens tem produzido fortes repercussões culturais, sociais, políticas e econômicas para além das questões puramente ambientais. Quando são construídas em regiões habitadas, as Usinas Hidrelétricas causam as chamadas “migrações compulsórias”, que são os deslocamentos populacionais de caráter obrigatório, feitos a partir de desapropriações de terras realizadas pelo Estado. As avaliações tradicionais sobre construção de barragens são feitas considerando apenas o caráter eminentemente econômico do projeto, levando em conta apenas os custos internos e não são considerados os custos ambientais, sociais e culturais. A grande dificuldade neste tipo de avaliação está no levantamento dos impactos provocados, ou seja, na valoração das externalidades negativas propriamente ditas. O objetivo geral do presente estudo é analisar a eficácia das políticas públicas de desenvolvimento e sustentabilidade a partir dos efeitos das externalidades negativas geradas pela construção de barragens, bem como buscar modelos científicos adequados para a identificação, mensuração, avaliação e internalização das externalidades negativas. A Usina Hidrelétrica de Xingó foi escolhida como objeto de análise para a aplicação da metodologia desenvolvida nesta tese, considerando-se principalmente a disponibilidade de dados sobre o empreendimento e por ser de suma importância para o sistema elétrico brasileiro, além das suas particularidades socioambientais, tornando-se grande o interesse pela análise dos efeitos das suas externalidades no baixo São Francisco. Xingó é a sétima maior hidrelétrica brasileira, construída no rio São Francisco entre os estados de Alagoas e Sergipe, foi concluída em 1997 e totalizou um investimento da ordem de R$ 227 milhões de reais. As principais externalidades negativas provocadas pela construção de uma barragem são as perdas da produção agrícola futura, a interferência na atividade pecuária, a perda de florestas, o aumento da erosão marginal e a desapropriação e deslocamento de pessoas. Nos projetos de barragens, em geral, não constam a utilização dos métodos clássicos de valoração econômica para custos externos, inclusive para as duas formas degradacionais de maior impacto socioambiental – a desapropriação aliada ao deslocamento de pessoas, bem como a emissão de gases CO2 e CH4, que são gases do efeito estufa.

  • SINVAL ALMEIDA PASSOS
  • A FRAGMENTAÇÃO E RE-TERRITORIALIZAÇÃO DA EX-LUGOSLÁVIA: UMA NOVA BALCANIZAÇÃO.
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Jun 13, 2011
  • Tese
  • Show resume
  • A temática central dessa Tese de Doutorado versa sobre os principais acontecimentos que levaram as transformações do espaço geográfico na ex-Iugoslávia, desde princípios dos anos 1990 e até os dias de hoje. Nesse sentido, assinala-se que o Objetivo Geral dessa pesquisa constitui-se na análise dos processos de Fragmentação e, conseqüentemente, de re-Territorialização no assinalado espaço-territorial. Nesse trabalho, considera-se que esses processos ocorreram de forma simultânea, cujos principais efeitos levaram a uma Nova Balcanização desse mesmo território. Isto é, os impactos das mudanças ali efetuadas apontaram para o fim daquele antigo Estado Nacional. Essa transformação espacial é assim caracterizada, como referência comparativa a uma das principais conseqüências ao final da Primeira Guerra Mundial (1914/1918), em alusão, portanto, à primeira balcanização. Quanto aos objetivos específicos, verifica-se que eles estão distribuídos ao longo do trabalho, sistematizados sob a forma de Capítulos Principais. Desse modo, destacam-se os seguintes tópicos específicos aqui considerados: a reflexão sobre o aporte teórico-metodológico; o resgate da evolução histórica da Região dos Bálcãs, em escala geral, e depois, de forma mais particular à formação territorial da ex-Iugoslávia; o estudo da constituição de cada uma das novas nações oriundas do antigo território iugoslavo; e a análise do processo avassalador de ampliação da União Européia nos Bálcãs Ocidentais, sendo que nesse avanço se procura comparar, criticamente, às perspectivas: integração versus dominação. A conjuntura histórica que envolve o principal tema desse trabalho refere-se ao contexto do pós-guerra fria, também conhecido como o período da Globalização, ou ainda, da mundialização da economia. Quanto à Metodologia do trabalho, ela se subdividiu em Procedimentos Metodológicos e Método de Abordagem. Sobre os procedimentos metodológicos, assinala-se que a principal técnica de pesquisa utilizada foi à fonte documental, materializada, principalmente, a partir uma ampla e profunda revisão bibliográfica. A literatura pesquisada toma como base o redimensionamento territorial do mencionado objeto de estudo, sobre o qual se privilegia, portanto, os aspectos culturais, políticos, econômicos e sociais. Já em relação ao método de abordagem, se procurou estabelecer a conexão entre o aporte teórico-metodológico seguido na pesquisa, com as informações sobre a unidade espacial, alvo da investigação científica. Assim, registra-se que, na construção dessa Tese, privilegiou-se a essência dos acontecimentos sociais, relacionados à transformação espacial. Destaca-se, então, que se procurou fazer uma leitura profunda e crítica na interpretação sobre a sociedade objeto de análise. Dentre os principais resultados obtidos nessa Tese, revela-se o renascimento da tendência nacionalismo nessa região. Sendo que nessa parte dos Bálcãs, o aprofundamento do movimento social nacionalista tem como fator mais importante a filiação do tipo étnico-religiosa. O efeito de toda essa dinâmica é o respectivo surgimento de novos Estados Nacionais soberanos, resultando, portanto, na emergência dos seguintes países: Sérvia, Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegóvina, Macedônia, Montenegro e Kosovo. Concluiu-se, então, que os conflitos étnico-religiosos encontram-se na base dos referidos processos de fragmentação e re-territorialização, levando, realmente, a uma nova balcanização do antigo território iugoslavo.

  • RODRIGO SANTOS DE LIMA
  • ATITUDES E PERCEPÇÕES NA CONSTRUÇÃO DE TERRITORIOS IDENTITARIOS: O BAIRRO BUGIO EM ARACAJU/SE
  • Advisor : MARIA AUGUSTA MUNDIM VARGAS
  • Data: Jun 10, 2011
  • Dissertação
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  • ...

  • ADELLI CARLA SILVA NASCIMENTO DE ANDRADE
  • EXPLORAÇÃO DO TRABALHO CAMPONÊS: REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA DO CAPITAL E TRABALHO NÃO-AGRÍCOLA NO MUNICÍPIO DE ITABAIANA/SE
  • Advisor : CELSO DONIZETE LOCATEL
  • Data: Jun 6, 2011
  • Dissertação
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  • A CONFIRMAR

  • MARTA CRISTINA VIEIRA FARIAS
  • SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO POXIM: TRANFORMAÇÃO DA PAISAGEM (1970-2010)
  • Advisor : LILIAN DE LINS WANDERLEY
  • Data: May 27, 2011
  • Tese
  • Show resume
  • FARIAS, M.C.V.. Sub-bacia hidrográfica do rio Poxim: transformação da
    paisagem (1970-2010). 258 p.
    A sub-bacia hidrográfica do rio Poxim (BHRP), com superfície de 397 km2, está
    localizada na porção leste de Sergipe (10°55’-10°45’S e 37°05’-37°22’W) e insere-se
    parcialmente nos municípios de Aracaju, São Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro,
    Laranjeiras, Itaporanga d’Ajuda e Areia Branca. A população dos municípios
    estabelecidos em sua porção costeira, que compõem a Região Metropolitana de
    Aracaju, aproxima-se a 800 mil habitantes, em sua quase totalidade estabelecida na
    zona urbana. Com o objetivo de analisar a dinâmica ambiental no processo da
    ocupação da BHRP e a importância dos recursos naturais disponíveis para o seu
    desenvolvimento, no período compreendido entre 1970 e 2010, recorreu-se a
    metodologia do estudo integrado da paisagem, de acordo com a proposta de Bovet
    Pla; Ribas Vilàs (1992). Foram avaliadas disponibilidade, utilização e vulnerabilidade
    dos recursos naturais, através da descrição dos aspectos geoambientais – geologia,
    geomorfologia, e clima; ocorrência e características dos solos; componentes da
    biodiversidade – fauna e flora; disponibilidade, qualidade e demanda de recursos
    hídricos; os aspectos socioeconômicos – antecedentes de ocupação regional,
    indicadores de desenvolvimento, elementos e fatores de crescimento demográfico,
    dinâmica populacional; as atividades produtivas e os aspectos de saneamento. Os
    resultados permitiram verificar que a BHRP caracteriza-se por ter em sua porção
    costeira um caráter eminentemente urbanizado - fomentado inicialmente, por
    políticas públicas de industrialização e, depois, pela construção de conjuntos
    habitacionais e liberação de loteamentos - que se consolidou totalmente em Aracaju
    em 1990. Entretanto, os municípios Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão,
    limítrofes àquele, se encontram submetidos ao mesmo fenômeno. Foram
    reconhecidos como recursos naturais disponíveis na BHRP os componentes da
    biodiversidade – fauna terrestre e aquática e flora, recursos hídricos, recursos
    minerais e estoque de solos que, de forma geral, têm sido utilizados, muitas vezes
    com prejuízo para o seu estoque. A ocupação do solo, quer na zona urbana ou rural,
    tem promovido a sua depleção, como retirada da cobertura vegetal, para
    assentamentos humanos e formação de pastagens e canaviais e ocupação irregular
    de suas margens. A BHRP destaca-se como importante manancial de
    abastecimento da RMA, particularmente de Aracaju, em que contribui com
    aproximadamente 30% e para São Cristóvão, na região conhecida como Grande
    Rosa Elze, abastecendo, aproximadamente 50 mil habitantes. Também em São
    Cristóvão, o rio Pitanga é utilizado como manancial para abastecimento, pois
    contribui com 10% da oferta de água tratada e, da mesma forma, sofre com a
    interferência antrópica. Para abastecimento de Aracaju em sua totalidade, a oferta
    deve ser somada ao disponibilizado pela Adutora do rio São Francisco. Os recursos
    minerais, como areia e argilas, têm sido amplamente utilizados na consolidação do
    perímetro urbano. A planície de inundação e o estuário dos rios Poxim e Pitanga são
    utilizados como depositários de efluentes e esgotamento sanitário sem tratamento,
    advindo de indústrias e residências localizadas as suas margens, especificamente
    em Nossa Senhora do Socorro. Esta situação leva ao comprometimento de sua
    qualidade para abastecimento humano. Em Aracaju, melhor contemplada por
    sistema de esgotamento sanitário, o rio Poxim, na sua porção estuarina recebe
    vários despejos de esgoto, de modo clandestino, residenciais e industriais, que
    podem comprometer a permanência e qualidade da fauna, especialmente destinada
    ao consumo humano.

  • CRISLEY TATIANA DIAS MOTA
  • ORGANIZAÇÃO E DINÃMICA EDUCACIONAL DE VITÓRIA DA CONQUISTA E SEUS EFEITOS LOCAIS.
  • Advisor : DEAN LEE HANSEN
  • Data: Apr 29, 2011
  • Dissertação
  • Show resume
  • A dinâmica espacial local desempenha um papel importante na estrutura produtiva e juntamente com a aglomeração dos serviços de educação constitui uma forma de inserção competitiva local, que ganha elementos positivos, importantes, diante de políticas públicas aplicadas em diferentes escalas. Para dar os primeiros passos nessa direção é preciso considerar o serviço de educação e, especificamente, educação formal oferecida pelo Ensino Superior, como um dos elementos capazes de transformar o espaço, sendo o ponto de partida desta investigação. Essa forma de organização cada vez mais competitiva e que concentra espacialmente as instituições trazendo benefícios ao local, atrativos para a alocação de outros setores da economia como o comércio, serviços e construção civil, demonstrando que a educação além de ser primordial para a formação do cidadão também é capaz de contribuir para o desenvolvimento econômico local e de outros locais conectados em um sistema de redes. Diante do exposto, este estudo tem como objetivo analisar a dinâmica do setor educacional como processo de produção do espaço geográfico de Vitória da Conquista, partindo da hipótese de que esta cidade se constitui em um Arranjo Produtivo Local com base na consolidação de um pólo educacional, e que promove, por conseguinte, uma hegemonia da cidade de Vitória da Conquista em relação a outros municípios da região Sudoeste da Bahia. Assim, a pesquisa bibliográfica fundamentou teoricamente este trabalho e a pesquisa de campo trouxe aspectos da realidade empírica para serem confrontados às teorias. A coleta dos dados junto às instituições de ensino superior foi organizada segundo uma amostragem intencional para o total dos estabelecimentos. Também foram entrevistados agentes que fazem parte do processo de crescimento urbano da cidade como representantes e órgãos vinculados ao comércio local. Para que o trabalho fosse possível, foi necessário também o levantamento de campo sobre as variáveis propostas no estudo, através de entrevistas abertas e questionários aplicados, levantamento dos bancos de dados do IBGE, do Museu Regional da UESB, da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, órgãos de planejamento municipal, bem como ao Plano Diretor do município, buscando entender o processo de especialização pelo qual vem passando a cidade de Vitória da Conquista e e das instituições de ensino superior com informações documentais e depoimentos dos agentes envolvidos. Para finalizar é interessante ressaltar que diante dos elementos que compõe o setor de Educação Superior da cidade, pode-se afirmar que o processo de formação de um Arranjo Produtivo Local está sendo estruturado pelo Ensino Superior, o que aqui é designado de Arranjo Produtivo Local Educacional de Vitória da Conquista - APL.Edu/VC.

  • MARCELO ALVES DOS SANTOS
  • ANÁLISE GEOAMBIENTAL DO MUNICÍPIO COSTEIRO DE ESTÃNCIA-SERGIPE
  • Advisor : ARACY LOSANO FONTES
  • Data: Mar 31, 2011
  • Dissertação
  • Show resume
  • O conhecimento das condições climáticas é fundamental para as atividades humano-econômicas, sobretudo, para o planejamento agrícola. A área em estudo está situada no sudoeste do Estado de Alagoas, limite com o Estado de Sergipe por meio do rio São Francisco. O objetivo desse trabalho é analisar o comportamento do rítmico climático e suas relações com a agricultura na espacialidade de Pão-de-Açúcar numa perspectiva de contribuir para o desenvolvimento local. Para realização desse trabalho foram aplicados questionários na pesquisa de campo, visita a instituições, analise de dados climáticos, elaboração de gráficos e tabelas além de pesquisas bibliográficas. A análise rítmica do clima do município pode-se afirmar que, conhecendo os sistemas produtores dos tipos de tempo regional, os elementos atmosféricos atuantes obedecem ao controle da radiação de localidades tropicais, respeitando sua localização (latitude e longitude). Fatores geográficos locais como altitude e relevo são pouco significativos, pela própria simplicidade de suas formas. A continentalidade representa o fator influenciador na amplitude térmica e na variabilidade das chuvas. A vegetação reflete o clima, mais especificamente a água no solo. Os tipos de solo direcionam algumas atividades agrícolas. É na cultura e na política que reside a maior dificuldade de desenvolvimento do município e de convivência entre o homem e a natureza, em suas diversas ações, de certa maneira habituais, em ciclos ou de rotina.

  • DANTE SEVERO GIUDICE
  • GEODIVERSIDADE E LÓGICAS TERRITORIAIS NA CHAPADA DIAMANTINA-BAHIA
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Mar 25, 2011
  • Tese
  • Show resume
  • A Chapada Diamantina, situada na parte central do estado da Bahia, apresenta uma rica geodiversidade que vem a ser o conjunto formado por uma variedade de materiais terrestres, formas e processos que constituem e modelam a Terra, e que possuem valor científico, cultural, educativo e/ou recreativo. Tal conjunto é constituído por formações e estruturas geológicas, morfologia, depósitos minerais, rochas, solos e outras manifestações geológicas que permitem conhecer, estudar interpretar a história geológica da terra, bem como os processos que a modelaram. Esses elementos da geodiversidade, bem delimitados geograficamente, são fundamentais na compreensão das lógicas territoriais na região, cuja territorialização esteve ligada principalmente à atividade mineral, em especial ao período de extração de diamantes (garimpos).A extração de diamantes criou a estrutura de sustentação, levando ao desenvolvimento da região, expressa no surgimento das cidades e na expansão do comércio. Esse ciclo deixou marcas profundas, que serviram de base para uma nova forma de territorialização - o turismo - que surgiu a partir da atração pelas rugosidades do terreno deixadas pela mineração, e também pelos atrativos naturais, representados por formas de relevo, cachoeiras, grutas, dentre outros. Dessa forma, podemos considerar a prática do turismo nas unidades de conservação da Chapada Diamantina, como a lógica primordial, uma vez que essa atividade envolve também a mineração e suas marcas. É interessante notar que, mesmo proibida, a extração de diamantes ainda persiste na região, devido à falta de fiscalização pelos órgãos competentes do Estado e também pela força do poder econômico, decorrente do novo boom mineral no mundo.

  • MÁRCIA MARIA DE JESUS SANTOS
  • AREIA BRANCA; ESPACIALIDADES E INTERAÇÕES NA REDE URBANA DE SERGIPE
  • Advisor : VERA LUCIA ALVES FRANCA
  • Data: Mar 18, 2011
  • Dissertação
  • Show resume
  • A dinâmica do espaço urbano se concretiza a partir da interdependência intraurbana e intercidades que se articulam através das ações e interações de diversos agentes modeladores do espaço. Dentro dessa lógica dialética, concomitantemente articulada e fragmentada, todas as urbes estão inseridas na rede urbana exercendo funções distintas, imprescindíveis para a produção e reprodução da rede. Partindo dessa conjuntura para compreender a interação intraregional de Areia Branca, esta dissertação tem como objetivo analisar a inserção de Areia Branca no conjunto de fluxos e redes sergipanos. Neste sentido, se fez pertinente uma análise regional dessas relações que se estabelecem com as cidades de Itabaiana, grande centro comercial, e a capital, Aracaju, que exerce uma polarização em âmbito estadual. Como procedimento metodológico foi efetivada intensa pesquisa bibliográfica, com ênfase para estudiosos das questões urbanas evidenciadas numa perspectiva regional. Além da revisão teórica foi necessária a coleta de dados secundários em órgãos públicos municipais e no IBGE, complementados com a aplicação de questionários e entrevistas para auxiliar na compreensão das relações socioeconômicas e espaciais do município de Areia Branca. Posteriormente, os dados foram tabulados, analisados e relacionados junto à teoria adotada para dar suporte à explicação da dinâmica interurbana de Areia Branca no âmbito regional. Os elementos diferenciadores da posição da cidade nessa malha reticular são o nível das relações e o raio de influência que de acordo com a quantidade e especialidade dos equipamentos junto às funções urbanas podem ter diferentes abrangências. A cidade de Areia Branca tem como alcance espacial apenas sua área municipal abrangendo a população da sede e sua respectiva área rural. Essa é uma característica generalizada dos centros locais que não têm força atrativa suficiente para influenciar a sua região, a exemplo das demais cidades, com hierarquia maior, dispostas na rede que de modos e níveis diferenciados polarizam outras urbes em níveis regionais, nacionais e até globais. Neste sentido, no comando da influência sobre Areia Branca é constatada uma disputa de forças polarizadoras entre Aracaju, Capital Regional Itabaiana, Centro Subregional B, sendo as relações mais intensas com esta cidade, diferente do demonstrado nos estudos de rede urbana do IBGE.


  • MARIA EDILUZIA LEOPOLDINO SANTOS
  • TERRITORIALIDADE DA MISTICA NOS ASSENTAMENTOS DO MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS NO ESTADO DE SERGIPE: NOVAS PARCERIAS E CONTRADIÇÕES
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Mar 14, 2011
  • Tese
  • Show resume
  • A Mística é uma energia construtora de territorialização. Sendo o resultado das relações sociais na produção do espaço é dinâmica e muda estrategicamente conforme a conjuntura. É uma episteme que dá sustentação a territorialidade da luta do Movimento dos Sem Terra e alimenta a sua prática no espaço vivido. Nesta compreensão foi nossa hipótese de tese que a mística é um território político do MST. Ela é implantada através de um método estratégico de enfrentamento, e se constitui a própria condição de possibilidade de apropriação do território da Reforma Agrária, logo ela é a materialização do movimento na produção do território, é a insurgência e a possibilidade do uso da apropriação social. Partindo desta hipótese foi desenvolvida nossa pesquisa de campo objetivando conhecer in loco os projetos que foram implantados nos assentamentos como fontes extremamente importantes para compreender as redes sociais instaladas no território da Reforma Agrária e a territorialização da luta. As pesquisas em fontes primárias, secundárias e as entrevistas possibilitaram constatar que a classe dominante, articulada ao Estado, tenta de todos os meios, dominar o espaço para torná-lo instrumento de segregação. Os fluxos são organizados subordinando às regras institucionais às relações sociais de produção. Desta forma, o espaço torna-se instrumento de poder da classe dominante. No entanto, esta não consegue seu objetivo, em conseqüência da contradição dialética, em que ao mesmo tempo em que vai sendo implantado um espaço de poder vão surgindo os espaços de contra poder. As relações de poder nos assentamentos estão pulverizadas em redes sociais e produtivas. Estas redes de poder fluem, internamente, no território da Reforma Agrária geradas entre os assentados e suas entidades representativas e, externamente sob a influência de mediadores que atuam nos assentamentos com ações religiosas, culturais, políticas e produtivas. É um mosaico de redes que atua no espaço vivido criando territórios de micro poderes que, conforme as correlações de forças conjugam, repelem ou propiciam a reivindicação das relações do capital. Esses territórios com conteúdo ideológico de consumo e concretização de projetos transformam os assentamentos num espaço de conflitos. O que permitiu concluir que, o enfrentamento ao capital, na criação dos espaços de contra poder só se efetivará com a contínua atuação da mística. Esse é o grande desafio para os trabalhadores rurais nos assentamentos, manifestar a mística coletiva nas relações sociais, continuar se indignando contra as injustiças sociais e manter fortalecida a utopia de uma sociedade ética que valorize o ser humano.

2010
Description
  • MARCIA ELIANE SILVA CARVALHO
  • A QUESTÃO HÍDRICA NA BACIA SERGIPANA DO RIO VAZA BARRIS
  • Advisor : ARACY LOSANO FONTES
  • Data: Dec 14, 2010
  • Tese
  • Show resume
  • Esta tese tem como objetivo analisar a questão hídrica na bacia sergipana do rio Vaza Barris. Para tal, a abordagem socioambiental foi tomada como pressuposto metodológico, posto que a problemática hídrica é o reflexo das relações estabelecidas pela interação sociedade/natureza. Desta forma, este estudo abrangeu o levantamento dos aspectos geoambientais associando a ocupação do solo e aos usos dos recursos hídricos, bem como à condição de vida de seus habitantes. Foram também analisadas as políticas públicas voltadas a esta questão, identificando o papel que os atores sociais desempenham acerca da gestão hídrica, concluindo com uma proposta local de gestão hídrica. Para tal, foram realizados levantamentos documentais, bibliográficos e de campo, tendo sido elaboradas cartas temáticas acerca dos condicionantes geoambientais, como também a caracterização socioeconômica da bacia por meio de análise exploratória de dados secundários, ambos associados às atividades de campo. Ocupando uma área de 2.559,0 km2, a bacia abrange 14 municípios, dos quais nove apresentam suas sedes municipais inseridas neste recorte espacial. Aspectos climáticos, hidrogeológicos e pedológicos determinam limitações hídricas no Alto e Médio-baixo cursos. Com relação ao uso do solo predominam atividades voltadas para o setor primário da economia. Em termos demográficos, apresenta uma população total em torno de 280 mil habitantes, sendo que a ocupação do seu espaço tem se dado de forma desordenada. Um dos desdobramentos deste fator pode ser constatado na precariedade da infra-estrutura de saneamento básico, na degradação dos mananciais superficiais e na elevada vulnerabilidade socioambiental e hídrica. Não obstante, além de ter sido constatado que a maior parte da população local apresenta renda baixa, associada a um baixo grau de escolaridade, as políticas públicas voltadas para o uso racional dos recursos hídricos nesta bacia ainda são incipientes, sendo explícita a ausência de gestão hídrica. Por fim, constatou-se que a unidade bacia hidrográfica de rio federal apresenta limitações para efetivar a gestão das águas no Vaza Barris sergipano, pois a análise dos condicionantes geoambientais e das condições de vida no referido espaço, exprime a necessidade de um gerenciamento, sobretudo, em nível local.

  • DJALMA VILLA GOIS
  • PLANEJAMENTO AMBIENTAL E O USO DO GEOPROCESSAMENTO NO ORDENADO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DONA-BAHIA
  • Advisor : JOSE ANTONIO PACHECO DE ALMEIDA
  • Data: Dec 10, 2010
  • Tese
  • Show resume
  • Este trabalho tem por objetivo prover subsídios que favoreçam o desenvolvimento de uma proposta para o planejamento estratégico, tendo como suporte metodológico a aplicação de tecnologias de geoprocessamento como auxílio à compreensão da dinâmica ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio da Dona. O desenvolvimento deste trabalho se iniciou com a elaboração de um banco de dados geográfico, abrangendo informações de caráter natural incluindo temas como geologia, geomorfologia, pedologia, cobertura vegetal e uso da terra, clima e recursos hídricos, além de informações socioeconômicas dos municípios que compõem a referida bacia hidrográfica. A confecção do diagnóstico geoambiental realizado através da interpretação de imagens de satélite, possibilitou delimitar as unidades de paisagem e nelas avaliar a vulnerabilidade à perda de solo através de uma escala qualitativa de acordo com a metodologia de Crepanni (2001). Utilizando-se os estudos climáticos, geomorfológicos e pedológicos, foi feita uma avaliação da capacidade de uso da terra e em seguida um levantamento das áreas de preservação permanente (APP) da bacia hidrográfica, destacando aquelas situadas ao longo dos rios, ao redor de lagoas e reservatórios, nas nascentes e nos topo de morros e serras. Relacionando-as com as informações da cobertura vegetal e o uso atual do solo, possibilitou desempenhar uma análise das áreas que se encontram em incompatibilidade legal com a Resolução CONAMA nº 303 que dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. De acordo a proposta metodológica, foi possível fazer recomendações voltadas à sustentabilidade do território destacando as áreas indicadas para ampliação de suas fronteiras agrícolas, preservação e recuperação de áreas degradadas. Juntou-se a este os estudos da potencialidade socioeconômica destes municípios, onde se pode perceber o grau de desenvolvimento humano através de indicadores produtivo, humano e institucional. Com a finalidade de fornecer subsídios ao planejamento ambiental, as informações contidas nos estudos socioeconômicos foram associadas às do Uso Recomendado para a Sustentabilidade do Território, às da Cobertura Vegetal e Uso Atual do Solo, que foram combinadas com as informações das Áreas de Preservação Permanente. O cruzamento destas informações gerou o mapa de Subsídios à Gestão Territorial da bacia hidrográfica, que possibilitou associar o uso atual do solo, com o uso recomendado e suas relações com as áreas de preservação permanente da Bacia Hidrográfica do Rio da Dona.

  • LUZINEIDE DOURADO CARVALHO
  • A RESSIGNIFICAÇÃO E REAPROPRIAÇÃO SOCIAL DA NATUREZA: PRÁTICAS E PROGRAMAS DE CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO NO TERRITÓRIO DE JUAZEIRO (BAHIA)
  • Data: Dec 10, 2010
  • Tese
  • Show resume
  • O contexto reflexivo desse estudo é a relação natureza e cultura na contemporaneidade. Parte do pressuposto de que a natureza semiárida tem recebido diferentes compreensões, orientadas por sua vez, por diferentes racionalidades, e, dentre essas, a ambiental, que apresenta a proposta da ‘Convivência com o Semiárido Brasileiro’. Essa proposta é compreendida no estudo como uma ideia-projeto que inova, impulsiona e direciona os movimentos e organizações sociais populares por meio das redes sociais, formando-se como um rizoma, tecendo seus nós por todas as escalas, aglutinando diferentes bandeiras de lutas sociais travadas no Semiárido contemporâneo (pela água, terra, educação e outras demandas), enfim, conduzindo atores e sujeitos sociais à reapropriação social da natureza. As manifestações de reapropriação da natureza semiárida são identificadas no Território de Juazeiro (Bahia), por meio de três Diretrizes da ‘Convivência’: a democratização do uso e acesso a água e seus programas (P1MC, P1+2 e outros), a democratização e regulamentação da posse da terra (com ênfase para a situação das terras coletivas de Fundo de pasto) e o uso sustentável da biodiversidade e agrobiodiversidade da Caatinga. Desse mapeamento foi possível analisar como esses programas e práticas reorientam o uso dos recursos naturais, concebidos não somente como sustento material das populações, em especial, as populações rurais tradicionais, mas também como base imaterial da cultura e dos valores identitários associados aos territórios de vida e trabalho dessas. Como norteamento teórico-metodológico, o estudo fundamentou-se numa abordagem fenomenológica e cultural das categorias e temas geográficos de natureza, território/territorialidade, redes e paisagem analisar as novas territorialidades que se constroem no Semiárido pela ‘Convivência’, com ênfase no Território de Juazeiro. O fenômeno ‘convivência’ foi considerado como um envolvimento significativo de “ser-com-os-outros-no-mundo”. Essa abordagem fenomenológica ancorou-se na existencialidade/mundaneidade de Heidegger, cujos propósitos foram apreender e descrever o sentido ontológico da ‘convivência’ em suas ações de mobilização e de articulação; e, na percepção de Merleau-Ponty para compreender a construção do sentido de hostilidade à natureza e a desconstrução desses sentidos que a transmutam para uma natureza de possibilidades (por meio da análise dos documentos e diretrizes das redes e das falas dos atores sociais). Considerou-se que pela concepção fenomenológica haveria uma maior abertura para se pensar a relação interativa da natureza e cultura, bem como gerar um olhar cuidadoso sobre a condição do homem sertanejo em sua mundaneidade semiárida, as maneiras pelas quais ele busca pela ‘Convivência’ completar sua existência em seus contextos de vida, de trabalho e de cultura marcados pela semiaridez. Considerou-se que nessa busca pela ressignificação da natureza, incorpora-se a ressignificação da identidade territorial sertaneja, evocada pelos valores de pertencimento e de enraizamento, nas falas, nas práticas e nas trocas e intercâmbios de saberes entre comunidades, instituições e redes. Nesse processo de valorização do território semiárido (físico e simbólico-cultural), avaliou-se que a ‘Educação para a Convivência’, por meio da contextualização do saber, desempenha um importante papel para o processo de tomada de consciência intencional dos sujeitos sobre suas condições de mundaneidade e de geração de um novo olhar para si e para seu contexto (material e imaterial). O estudo permitiu avaliar que a ‘Convivência’ enquanto um rizoma abre percursos para a construção de um novo naturalismo, uma vez que promove por meio da contextualização do saber existente nos diversos programas e práticas (desenvolvidos pelas ONGs, redes, cooperativas e associações, tais como, captação das águas da chuva em cisternas, diferentes usos da biodiversidade da Caatinga, luta pelas terras coletivas de fundo de pasto etc.). Há em formação uma concepção construtivista da natureza semiárida, que passa a ser concebida pelos sertanejos e sertanejas pela sua própria dinâmica ambiental, em seus limites e possibilidades, e que, portanto, a seca não deve ser combatida, como foram as ações e intervenções públicas denominadas de ‘combate à seca’. As ações e intervenções sócio-técnicas da ‘convivência’, tendo em vista o bom uso dos recursos naturais e a ética da prudência (o guardar) têm promovido a leitura de Semiárido como um território complexo e multidimensional e, por sua vez, gerado a construção de novas territorialidades.

  • ALVANIRA RIBEIRO MELO
  • CONTRADIÇÕES DO PRONAF: FORTALECIMENTO OU MANUTENÇÃO DA SUBMISSÃO DA AGRICULTURA CAMPONESA EM ASSENTAMENTOS DE REFORMA AGRÁRIA NO ALTO SERTÃO SERGIPANO
  • Advisor : CELSO DONIZETE LOCATEL
  • Data: Dec 9, 2010
  • Dissertação
  • Show resume
  • As políticas de crédito rural no Brasil durante muito tempo privilegiou os grandes e médios proprietários com créditos altamente subsidiados tendo em vista o fortalecimento das monoculturas de exportação e da agroindústria. As conseqüências sociais da chamada modernização conservadora para a sociedade brasileira foram desastrosas, um grande contingente de trabalhadores rurais foram expropriados de suas terras, enquanto aqueles que resistiram disputavam em condições desiguais as políticas de crédito. Com o aumento da miséria e da desigualdade social no país, os trabalhadores se mobilizaram na luta pela reforma agrária e por melhores condições de vida para a população. Como resposta as reivindicações e seguindo as orientações do Banco Mundial para a política agrícola do país, em meados da década de 1990 há uma mudança de paradigma com relação as políticas de crédito rural. Assim, foi criado Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – Pronaf. Dentre os principais objetivos do programa estão: a geração de emprego e renda, a melhoria das condições de vida e a inserção dos pequenos agricultores no mercado. Em 1999 os agricultores assentados foram inseridos na política através da linha “A”. Nosso trabalho teve como objetivo principal analisar se a inserção no programa tem possibilitado aos agricultores assentados nos projetos de reforma agrária melhorar suas condições de vida. O recorte empírico da nossa pesquisa são os assentamentos Cuyabá e Pioneira, localizados respectivamente nos municípios de Canindé do São Francisco e Poço Redondo, ambos pertencentes ao território do alto sertão de Sergipe.

  • JOCIMARA SOUZA BRITTO LOBÃO
  • ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL NA REGIÃO SEMIÁRIDA DA BAHIA: GEOPROCESSAMENTO COMO SUBSÍDIO AO ORDENAMENTO TERRITORIAL
  • Data: Nov 24, 2010
  • Tese
  • Show resume
  • Este trabalho apresenta um estudo que visa integrar, por meio de geotecnologias, variáveis geobiofísicas e socioeconômicas na região semiárida da Bahia como subsídio ao ordenamento territorial, numa perspectiva socioambiental. Fundamentada numa visão não linear, aponta para a necessidade de estudos integrados com ênfase na perspectiva socioambiental e dentro da chamada Geografia da Complexidade. As políticas públicas com rebatimento na região, a partir do ordenamento territorial do Brasil e da Bahia, foram analisadas com o objetivo de contextualizar os equívocos cometidos e de demonstrar a falta de conhecimento sobre a região. Considerou-se também as riquezas da região obedece a uma dinâmica sazonal que muitas vezes não se completa em função de ações antropogênicas. A metodologia aplicada baseou-se em modelagens realizadas com geotecnologias, integrando dados e informações econômicas, sociais e geobiofísicas por meio de Sistema de Informações Geográficas. Utilizou-se técnicas de processamento digital com 16 (dezesseis) mosaicos de imagens Modis, para o período de 2001 a 2008, considerando a dinâmica sazonal da vegetação em dois períodos (seco e chuvoso). Essa integração apropriou-se da lógica fuzzy como alternativa aos dicotômicos estudos booleanos e como possibilidade de incorporar pertinências parciais. Os dados foram analisados, resultando em uma quantificação do processo de vulnerabilidade ambiental, modelado por meio da integração dos dados multitemporais de biomassa e outras variáveis. Obteve-se como resultado: um banco de dados organizados em arquitetura de SIG, que possibilitou a geração de 73 mapas que compõem o segundo volume deste trabalho, onde se analisou dados geobiofísicos (clima, geologia, geomorfologia, solo, vegetação e uso do solo), dados de população, Índice de Desenvolvimento Humano, social e econômico, bem como dados agropecuários, transferência de renda, entre outros. Isto complementa a discussão, apontando as áreas e os municípios mais frágeis. Estes resultados, além de diagnosticar e analisar o quadro socioambiental na região, fundamentam a discussão da atuação das políticas públicas e direcionam para a necessidade de um monitoramento como subsídio das ações de ordenamento territorial.

  • REINALDO SANTOS ANDRADE
  • COMPETITIVIDADE TERRITORIAL E FEDERALISMO NA REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO (RIDE) PETROLINA-JUAZEIRO
  • Data: Nov 23, 2010
  • Tese
  • Show resume
  • Território, desenvolvimento e federalismo são conceitos em constante movimento. No Brasil, o federalismo nasceu como unitarismo monárquico, amadureceu como federalismo republicano, evoluiu para federalismo regional e se transformou em federalismo triádico, fundamentado no atual pacto federativo que, apesar de enfatizar a redução das desigualdades regionais e a participação popular no processo decisório, tem se apartado da realidade vivida pelo povo brasileiro. Isso se deve às tentativas visando-se adequar o território nacional às exigências impostas pelo capitalismo global neoliberal ainda persistente nos países latino-americanos e que, alienando as parcelas territoriais interessantes ao capital, incita a competição dos territórios, valorizando a competitividade territorial, a unicidade (das técnicas e das diretrizes) que, impostas exogenamente, são cumpridas sob a coordenação do Estado-nacional transformado em agente imobiliário controlado à distância. Contudo, um salto qualitativo ainda não foi tentado: tornar-se federalismo equitativo. Ao repercutirem no espaço geográfico, tais metamorfoses engendram desigualdades regionais decorrentes do acesso diferencial às oportunidades ampliando ou restringindo as liberdades de diferentes parcelas da população. Produto das lógicas e dinâmicas territoriais que representam as maneiras pelas quais o território é usado e abusado, a competitividade territorial pode ser aferida multiescalarmente pela competitividade econômica (produtividade territorial) e pela competitividade social. Fundamentada no federalismo brasileiro, a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) enfatiza a “região integrada de desenvolvimento” (Ride), um arranjo político-institucional que pode fomentar o federalismo equitativo-cooperativo facilitando a administração pública, fomentando a interação dos entes federativos em áreas caracterizadas pela contiguidade (municipal e estadual) e por problemas (institucionais, econômicos e ambientais), alavancando a competitividade territorial ao celebrar parcerias público-privadas e consórcios intermunicipais. Esta investigação teórico-empírica sugere que os municípios semiperiféricos não conseguem, sem a cooperação interescalar dos demais entes federativos, articular seus respectivos territórios aos mercados globais. Em segundo lugar, aponta para a impossibilidade de se desobedecer e/ou desafiar os comandos e regulamentações impostas exogenamente por organismos internacionais, pois as empresas, procurando ampliar a competitividade e sobreviver aos desafios impostos por mercados turbulentos, certificam seus processos conforme padrões que asseguram a unicidade das técnicas, das normas, dos produtos e do tempo, o que afeta também o Estado. Além disso, conclui que as Rides, apesar de serem potencialmente capazes de alavancar a competitividade territorial e fomentar o federalismo equitativo, a inclusão social e a cidadania plena, continuam sendo uma possibilidade incompletamente realizada. O objeto empírico da investigação, a Ride Petrolina-Juazeiro apresenta crescentes taxas de produtividade territorial e melhorias nos serviços públicos que, entretanto, não resultaram da implantação daquele arranjo institucional, mas coincidiram com ela. Seus atores/agentes político-institucionais apresentam sérias dificuldades quanto à capacidade de interagir cooperativamente, devido às ações caracterizadas pela competição e assimetria, o que dificulta a celebração de consórcios intermunicipais. Além disso, ela ainda não tornou uma referência identitária para o cidadão comum. No Brasil, a cidadania é proporcional ao acesso dos atores/agentes aos recursos territoriais ocasionando a diferenciação dos indivíduos, fazendo com que alguns sejam mais cidadãos que outros. Uma realidade perversa e cruel que, evidenciada pelo território usado, pode (e deve) ser mudada.

  • TÂNIA ALMEIDA DA SILVA
  • A ATUAÇÃO DA ASA NO SEMI-ÁRIDO DE VI8TÓRIA DA CONQUISTA: O CASO DOS POVOADOS DE POÇO COMPRIDO E MATINHA
  • Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • Data: Oct 26, 2010
  • Dissertação
  • Show resume
  • Esse trabalho analisa as condições dos agricultores a partir da atuação da Articulação do Semiárido (ASA) no município de Vitória da Conquista, de maneira especial nos povoados de Poço Comprido e Matinha. Ao mesmo tempo, também busca apreender a contribuição dessa organização para a permanência dos camponeses na terra, a partir do olhar dos próprios sujeitos sociais. Trata-se de conhecer as condições de reprodução dos camponeses, que precisam de recursos materiais para sobreviver, tanto no que diz respeito à alimentação, quanto no investimento nas terras para a produção desses alimentos. Nessa direção é realizada uma revisão conceitual acerca do significado do ser camponês e agricultor familiar a partir dos teóricos clássicos e brasileiros, procurando desnudar o caráter ideológico do debate e sinalizar a atualidade da discussão. Esta revisão impõe uma reflexão sobre a organização camponesa no Brasil, com base na leitura do movimento de resistência realizado pelas ligas camponesas e pelo MST, até chegar a apresentar a atualidade da organização dos trabalhadores, que envolve também o papel de Ongs, como a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA). Uma revisão sobre as políticas que se territorializaram no Brasil para o combate à seca constitui-se também elemento de discussão neste trabalho, para a partir daí analisar a atuação da Asa, enquanto uma organização que busca, não o combate à seca, mas a promoção da disseminação de técnicas que viabilizem o convívio com este fenômeno natural, cujos efeitos podem ser minimizados, se as populações pobres tiverem orientação e apoio financeiro para encontrar mecanismos de sobrevivência. O estudo procurou por meio do trabalho de campo, explicar as ações da Asa, as formas de mobilização da mesma, não somente para o recebimento das cisternas nos Povoados Matinha e Poço Comprido, em Vitória da Conquista, Ba, mas buscando compreender se a mobilização é política ou se é assistência social? A análise é feita a partir da estrutura administrativa da ASA e da sua atuação em todo o semiárido brasileiro, do projeto considerado revolucionário, que vai contra ao que historicamente norteia a vida na região semiárida, que é o combate à seca, sustentando a dependência dos camponeses à política regional.

  • CLAUDIA MARIA SABOIA DE AQUINO
  • ESTUDO DA DEGRADAÇÃO/DESERTIFICAÇÃO NO NÚCLEO DE SÃO RAIMUNDO NONATO-PIAUÍ
  • Advisor : JOSE ANTONIO PACHECO DE ALMEIDA
  • Data: Oct 8, 2010
  • Tese
  • Show resume
  • A desertificação constitui um grave problema nos ambientes que ocorre, qual seja as Terras Secas (áridas, semiáridas e subúmidas). Esse tipo de degradação afeta cerca de ¼ da superfície terrestre, com implicações de ordem ambiental, econômica, política, social e cultural. No Brasil as áreas suscetíveis a esse processo localizam-se na região Nordeste caracterizada por baixos índices pluviométricos, elevadas temperaturas médias, acentuando déficit hídrico, solos rasos e pedregosos e vegetação xerofítica. O Núcleo de São Raimundo Nonato, objeto deste estudo, localizado no semi- árido piauiense constitui área suscetível á desertificação. Esta constatação conduziu ao estudo da degradação/desertificação desta área com o objetivo de avaliar o risco de degradação física e a degradação efetiva. O risco da degradação física foi avaliado a partir dos seguintes indicadores: índice climático, erosividade das chuvas, erodibilidade dos solos e a declividade. A degradação efetiva foi avaliada considerando os indicadores anteriormente citados combinados ao NDVI dos anos de 1987 e 2007. Os resultados indicaram que 8,3%, 81% e 10,7% da área apresentam risco de degradação física baixo, moderado e alto. A degradação efetiva, considerando o NDVI para 1987, indica que 70% e 30% da área apresenta respectivamente degradação moderada e alta. Para o ano de 2007, os dados indicam que 71% e 29% da área apresenta respectivamente degradação efetiva moderada e alta. Esses dados revelam uma situação de equilíbrio ecológico dinâmico com uma sutil tendência de melhoria nas condições de degradação ambiental, ou seja, no processo de desertificação da área de estudo, posto a redução da classe de alta degradação efetiva. O declínio e a estagnação econômica da área foram constatados quando da análise das principais culturas e do efetivo de rebanhos. Esses dados revelam redução da área plantada, da produtividade e do efetivo dos rebanhos em número de cabeças e de unidades animais. A queda desses indicadores corrobora a afirmativa de melhoria das condições ambientais da área de estudo.

  • LICIO VALERIO LIMA VIEIRA
  • CONFLITOS AMBIENTAIS E TERRITORIALIDADES NO LITORAL NORTE DE SERGIPE.
  • Data: Aug 24, 2010
  • Tese
  • Show resume
  • A Zona Costeira Sergipana tem-se configurado num espaço de constantes transformações associadas a importantes momentos históricos de uso e ocupação. Enquadra-se num cenário desafiador e produtor de territorialidades. É marcada por implementações de projetos e ações com diferentes objetivos. Considera-se neste estudo que as intervenções públicas e privadas no litoral norte de Sergipe têm provocado o surgimento e consolidação de conflitos ambientais que expressam as territorialidades da contemporaneidade. Esse estudo propõe promover análises acerca do contexto socioambiental da área de estudo a fim de identificar, caracterizar e compreender os diferentes tipos de conflitos e como estes refletem na (re)configuração territorial. Tem como objetivo principal estudar os conflitos ambientais e as territorialidades enquanto expressões das intervenções públicas e privadas no Litoral Norte de Sergipe. Especificamente, pretendeu-se caracterizar historicamente o processo de uso, ocupação e produção do espaço do litoral norte de Sergipe, destacando as condições e indicadores socioeconômicos, além dos aspectos ambientais e seus reflexos na configuração territorial atual; diagnosticar os principais conflitos ambientais; analisar as intervenções dos atores sociais na (re)produção do espaço; analisar as atividades econômicas no tocante à renda, geração de problemas, conflitos e confrontos ambientais, e analisar as políticas públicas e as intervenções de entes particulares que refletem no processo de transformação territorial e na produção de novas territorialidades. O estudo teve como base o método de pesquisa fenomenológico, o qual considera a experiência humana, cultural, individual e em grupo. Privilegiou-se a abordagem qualitativa que considera a existência de uma relação dinâmica entre mundo real e sujeito. A pesquisa exploratória consistiu em levantamento bibliográfico, documental e trabalho de campo. Os instrumentos de pesquisas utilizados e campo foram as técnicas do Diagnóstico Rápido Participativo (DRP), roteiro de observação e de entrevistas. O conjunto dos conflitos ambientais foi agrupado considerando a tipologia: i) Conflitos Territoriais; ii) Conflitos de natureza econômica; iii) Conflitos de uso dos recursos naturais; iv) Conflitos culturais. Foi possível identificar as intervenções públicas e privadas e seus reflexos na geração ou cristalização de conflitos ambientais. Foram caracterizadas as disputas pelo controle e uso dos recursos naturais entre segmentos sociais que dão significados distintos e contraditórios. As transformações e configurações territoriais, bem como os conflitos ambientais do litoral norte de Sergipe são reflexos das intervenções e estratégias das mais diferentes finalidades, sejam elas, de ampliação ou melhorias de acesso, ou ainda, com vistas a instalações de equipamentos de turismo ou de infra-estrutura. Essas atividades obedecem a um modelo de desenvolvimento adotado no qual a principal mola propulsora são atividades econômicas. Conclui-se que a zona costeira norte sergipana é um espaço de contrastes, no qual coexistem diversos atividades, interesses e conflitos, num cenário constituído de áreas urbanizadas, atividades agrícolas, extrativas, portuária e industrial, alem da exploração turística e imobiliária. Esse espaço é permeado por áreas de baixa densidade de ocupação e ocorrência de ecossistemas de grande significado ambiental, com acelerado processo de exploração dos seus recursos e carente de políticas publicas para o ordenamento do seu território.

  • FÁBIO DE JESUS BARRETO
  • AS ENGRENAGENS DO CAPITAL NO TERRITÓRIO DO AGRESTE CENTRAL SERGIPANO: O CANTO DA SEREIA NA ODISSÉIA DO TRABALHO NO NOVO EIXO INDUSTRIAL CALÇADISTA
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Aug 11, 2010
  • Dissertação
  • Show resume
  • A reestruturação produtiva se apresenta como mecanismo de saída do capital para os seus momentos de crise. O Processo de acumulação do capital que avança destrutivamente procura espaços onde a sua reprodução possa ser realizada sempre em escala crescente, entretanto, as tentativas de respostas apresentadas pelo capital nos momentos de agudização das crises que se apresentam na forma de reestruturações do processo de produção já não são mais possíveis de ser dadas, em função da própria natureza contraditória do sistema, que revela que o capitalismo só pode sair de suas crises anteriores acumulando contradições ainda mais profundas que tendiam, mais cedo ou mais tarde, a explodir com força cada vez maior. As crises sucessivas que se colocam como produção do seu processo contraditório de expansão, acaba acentuando os elementos destrutivos que surgem como produto desse movimento de “vai e vem”, e quanto mais se desenvolve a lógica de reprodução destrutiva, mais se acirram as contradições provenientes desse processo. O que se consegue acompanhar nesse universo perverso de exploração do trabalho é a reconfiguração do mundo do trabalho em moldes de extração da mais valia jamais visto, se recorrendo inclusive a mecanismos violentos de extração de mais valia, esse processo excludente e por vezes violento de exploração do sobre trabalho repercute para a classe trabalhadora na forma de exploração do trabalho infantil, trabalho escravo, jornada de trabalho excessiva, baixos salários e exclusão dos jovens e idosos do processo produtivo. Esses elementos presentes no processo de estabelecimento da reestruturação produtiva podem ser claramente observados no território do Agreste Central Sergipano, onde diante do avanço do eixo industrial calçadista tem-se acompanhado o assalariamento dos trabalhadores desse território que tem as suas condições de vida aviltadas pelas relações de trabalho precarizado existentes, que na maioria das vezes são encobertas pela “mão do Estado”, que funciona como instrumento do capital suprimido todos os seus direitos trabalhistas historicamente conquistados.

  • NARCISO LIMA DE OLIVEIRA
  • MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA E ALTERAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS NO MUNICÍPIO DE CARIRA/SE SOB A LÓGICA DE REPRODUÇÃO AMPLIADA DO CAPITAL
  • Advisor : CELSO DONIZETE LOCATEL
  • Data: Aug 11, 2010
  • Dissertação
  • Show resume
  • A modernização capitalista da agricultura em Sergipe, de modo particular no município de Carira/SE, segue a mesma lógica e temporalidade brasileira, resguardando as devidas proporções por se tratar de um estado inserido em uma região marginalizada pelo modo de produção capitalista. Verifica-se que o modelo de modernização implementado nos campos brasileiros, particularmente o que cabe aos produtores menos capitalizados, localizados em regiões menos dinâmicas, do ponto de vista do capital, bem como da circulação de suas mercadorias e inovações tecnológicas tem provocado, em maior ou menor escala, graves problemas de ordem socioambiental. Assim, a presente dissertação analisa as alterações socioambientais desse município, decorrentes da expansão capitalista no campo, com a sinalização do modelo de desenvolvimento do agronegócio, através da crescente monoculturização do plantio do milho, no território de Carira. Neste processo é fato que o Estado é um agente articulador da tecnificação, que por sua vez desencadeou: a expansão capitalista no campo; a tecnificação acelerada com perda de postos de trabalho e concentração de terras; a perda da fertilidade do solo; a homogeneização da paisagem, com consequentes alterações na biodiversidade; privilégios da agricultura comercial em detrimento da agricultura de subsistência e perda da autonomia alimentar do camponês.

  • SHIZIELE DE OLIVEIRA SHIMADA
  • O LATIFÚNDIO DO AGRONEGOCIO: AS NOVAS TERRITORIALIDADES DO CAPITAL NO CAMPO SERGIPANO E AS FORMAS EM QUE SE REVESTE O DOMINIO DO ´SENHOR` E DO ´ESCRAVO`
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Aug 10, 2010
  • Dissertação
  • Show resume
  • A financerização da economia foi viabilizada pelo desmonte do sistema fordista de produção e da desregulamentação do Estado. Desregulamentação que ocasionou a falência do Estado do Bem Estar Social e a flexibilização da produção e do mercado. A internacionalização do capital ampliou a participação do capital via mercantilização de terras, através do modelo de desenvolvimento econômico do agronegócio, com o predomínio da monocultura em larga escala. Nesse sentido, esta dissertação tem como objetivo analisar o agronegócio da cana-de-açúcar a partir da realidade do espaço agrário sergipano, propondo compreender, do período colonial do latifúndio ao do agronegócio, o que permanece e o que se altera com a nova reestruturação produtiva; não só no que se refere ao sistema de produção, como também a implementação tecnológica, a estrutura fundiária, e principalmente as relações de trabalho estabelecidas entre os usineiros e os cortadores de cana. Esta pesquisa está fundamentada no método histórico-dialético, remetendo ao ir-e-vir da escala local/nacional/internacional. Para melhor entender a lógica desigual e combinada do capital, é fundamental a análise do Estado presente em todo o processo histórico da economia canavieira, seja em articulação com a Metrópole Portuguesa na época colonial, seja na atualidade através dos incentivos fiscais oferecidos aos pequenos produtores, e principalmente aos grandes latifundiários para estabelecer o poder nas grandes empresas sucroalcooleira. Compreende-se assim, que as novas configurações territoriais geradas pela produção canavieira levam a um pensar reflexivo e contraditório estabelecido pela relação capital-trabalho, colocando em evidência as formas de travestimento do trabalho “escravo” precarizado estabelecido pela exploração e expropriação dos cortadores de cana que nas amarras do capital ficam subservientes ao poderio dos grandes latifundiários e do Estado. Desse modo, tem-se o espaço agrário sergipano como local de reprodução do capital estabelecido pelo fortalecimento do agronegócio em que as novas territorialidades geradas pelo latifúndio e do agronegócio da cana-de-açúcar continuam a se estabelecer no domínio do Senhor ao Escravo.

  • MARIA ESTER FERREIRA DA SILVA VIEGAS
  • TERRITÓRIO, PODER E AS MÚLTIPLAS TERRITORIALIDADES NAS TERRAS INDÍGENAS E DE PRETOS: NARRATIVA E MEMÓRIA COMO MEDIAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DOS TERRITÓRIOS DOS POVOS TRADICIONAIS
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Aug 9, 2010
  • Tese
  • Show resume
  • Esta Tese apresenta uma discussão sobre a emergência das territorialidades negras e indígenas como responsáveis por uma nova modalidade de estrutura fundiária que vem construindo novas oportunidades de acesso a terra através do discurso da identidade. Negros e indígenas baseados no artigo 68 ADCT (Ato das Disposições Constitucional Transitória) vem se organizando através das narrativas étnicas e da memória coletiva na construção de um espaço de luta onde procuram a reconstruir antigos territórios ou recriarem novas condições de sobrevivência através do uso da terra. O sentido histórico de se escrever uma geografia dos vencidos é o sentimento maior que perpassa esta pesquisa. Diversos foram os mecanismos utilizados para que índios e negros tivessem suas falas silenciadas. Pelas tramas urdidas na violência do processo colonizador índios e negros foram silenciados e hoje através da perspectiva da narrativa pautada na oralidade eles têm a oportunidade de contar as suas geografias, suas histórias, as suas subjetividades que foram destruídas no arbítrio da hegemonia do colonizador. Ao problematizar os diferentes territórios que constituem hoje o território brasileiro, mas precisamente na cidade de Palmeira dos Índios se faz necessário à reflexão sobre a geografia material objetivada no espaço terrestre, bem como o discurso geográfico acerca de tais realidades, utilizando-se para tanto dos pressupostos que a História nos oferece, enquanto ciência que se ocupa da rememoração, da retomada salvadora pela palavra de um passado que sem isso, desapareceria no silêncio e no esquecimento como também da Geografia Histórica entendendo que os discursos geográficos variam por lugar, variam por sociedade, mas principalmente pela época em que foram gerados. Esta pesquisa se inscreve neste âmbito, ela parte do pressuposto que os negros e índios têm muito a contar sobre a geo-história da formação do território brasileiro, uma história e uma geografia que não está escrita nos livros, nem registrada nos meios de comunicação de massa (rádio, televisão e cinema), e, portanto desconhecida por grande parte da população. Essa nova Geografia baseada na memória testemunho onde tanto os sonhos não realizados e as promessas não cumpridas, como também as insatisfações do presente apontam como possibilidade metodológica, essa re-escritura que se dá em camadas como um palimpsesto aberto a infinitas releituras e reinscrito. Nesse sentido a busca por outra geografia do território desafia a escrever as diferentes geografias colhidas nos relatos dos povos negros e indígenas que tiveram seus territórios sobrepostos no avanço das forças produtivas na organização do território brasileiro. Sobre essas geografias absurdas e negadas pela historiografia oficial emerge a importância da narrativa onde o cuidado com o lembrar, seja para reconstruir um passado que nos escapa, seja para resguardar alguma coisa da morte dentro da nossa frágil existência humana aponta as possibilidades de ler as histórias que a humanidade conta de si mesma como expressão das diversas classes, e dos diferentes tempos que se objetivam na realidade.

  • ALYSSON SANTOS DE JESUS
  • ALTERAÇÃO DA PAISAGEM NA REGIÃO ESTUARINA DO RIO SÃO FRANCISCO NO PERIÓDO DE 1987 A 2006
  • Advisor : FRANCISCO SANDRO RODRIGUES HOLANDA
  • Data: Aug 3, 2010
  • Dissertação
  • Show resume
  • A Emergência da temática ambiental na atualidade é sem dúvida, essencial. As diversas leituras sobre o meio ambiente e paisagem se inserem em um contexto que inter-relaciona o conjunto de sistemas naturais e sociais em que vivem os homens e os outros seres e de onde obtêm sua subsistência. Destaca-se a importância de compreender que os impactos ambientais negativos na região estuarina do rio São Francisco são decorrentes, essencialmente, da relação homem-natureza e chamam a atenção principalmente pela sua amplitude, visibilidade e danos para a população local. O presente estudo teve como objetivo analisar as alterações das paisagens na região estuarina do rio São Francisco entre os municípios sergipanos de Pacatuba e Brejo Grande, decorrentes do uso e ocupação do solo no período de 1987 a 2006. Foi realizado um mapeamento de classes temáticas visando à quantificação das áreas ocupadas, sendo escolhidas em função da magnitude, relevância e predominância de sua ocorrência na paisagem e, pela sua importância sócio-ambiental. Foram analisadas imagens de satélite e comparadas entre si utilizando técnicas de geoprocessamento para identificação das alterações ocorridas entre os tipos de uso e cobertura da terra em diferentes períodos. Em dezenove anos, a paisagem da região estuarina do rio São Francisco passou por alterações significativas, sendo que a paisagem da área de estudo foi totalmente modificada ao longo deste tempo, principalmente por se tratar de uma área onde a dinâmica ambiental foi acelerada pelas ações antrópicas. Pode-se constatar a redução das áreas de manguezais ao longo dos anos analisados, associadas diretamente à implantação de projetos de aqüicultura e pelo avanço progressivo do oceano sobre essa área causando alteração das paisagens naturais.

  • LAERCIO SOUZA SANTANA FILHO
  • A OUTRA FACE DA PRODUÇÃO DO ESPAÇO EM ARACAJU/SE: O DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA URBANA, SEUS IMPASSES E CONTRADIÇÕES
  • Advisor : VERA LUCIA ALVES FRANCA
  • Data: Jun 17, 2010
  • Dissertação
  • Show resume
  • A agricultura urbana é caracterizada pelas múltiplas faces produtivas ligadas ao setor agrícola. Assim abrange o plantar e o colher de cereais, hortículas, plantas medicinais e frutíferas, bem como a criação de animais de pequeno e grande porte que servem tanto para o consumo familiar, para a venda a estabelecimentos comerciais ou diretamente nas residências no sistema chamado “porta em porta”. Através do entendimento das práticas agrícolas é possível relacionar outras categorias analíticas, que estão presentes e fazem parte do conceito da agricultura urbana, o que significa que se faz necessário a discussão sobre o conceito de campo, cidade, rural, urbano e agricultura enquanto ponto de partida para a análise das práticas socioespaciais. Com base neste contexto, o objetivo deste trabalho é analisar a manifestação de elementos característicos do rural no espaço urbano de Aracaju, mais especificamente na zona de expansão e nos bairros Bugio, Jardim Centenário, e Santos Dumont, levando-se em consideração a prática de agricultura urbana e a presença de alguns elementos do modo de vida rural, desmistificando a dicotomia campo-cidade. O presente estudo fundamenta-se numa ampla pesquisa bibliográfica, a partir de obras que abordam questões teórico-conceituais para o tratamento de fenômenos rurais e urbanos; na observação in loco, através de trabalhos de campo para levantamento de dados primários, documentação fotográfica, aplicação de questionários, coleta de dados secundárias oriundos da EMURB, INCRA, IBGE E SEPLAN. A análise da prática da atividade agrícola em Aracaju permite retomar a discussão campo-cidade a partir da perspectiva da totalidade e não da dicotomia rural-urbano, assim como possibilita o entendimento de que a atividade agrícola desenvolvida nessas áreas da cidade tem múltiplasdinâmicas e coexistem com outras formas de produção do espaço. Assim, a agricultura urbana praticada na cidade de Aracaju, pode ser entendida a partir da materialidade de produção do espaço, com suas múltiplas faces e significados.

  • CLÊANE OLIVEIRA DOS SANTOS
  • QUALIDADE AMBIENTAL:VULNERABILIDADES E POTENCIALIDADES NO MUNICIPIO DE ITABAIANA/SE.
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Jun 9, 2010
  • Dissertação
  • Show resume
  • Entendendo que qualidade ambiental e qualidade de vida devem ser equivalentes, vimos aqui discutir alguns indicadores reais, pressupondo qualidade de vida como a realização das condições sociais e ambientais de forma equilibrada, constantemente influenciada por padrões ambientais, sociais, econômicos, culturais, estilos devida e aspirações. Essa pesquisa tem como área de estudo o município de Itabaiana, destaque no interior de Sergipe em decorrência de sua localização geográfica e expressividade econômica, social e política. Fazendo um paralelo com núcleos urbanos, o município é de pequeno porte, mas vem apresentando estrutura urbana crescente, indicativas de vulnerabilidades. O estudo então apresenta como objetivo avaliação da qualidade de vida do município de Itabaiana-SE, considerando vulnerabilidades e potencialidades socioambientais dos espaços urbanos, rurais e seus territórios. Procedimentos como, identificar as vulnerabilidades socioambientais de disponibilidade e acesso de infra-estrutura, dos equipamentos e serviços urbanos; analisar as conseqüências sociais e ambientais decorrentes das técnicas utilizadas na irrigação; apresentar a identidade cultural da população pela avaliação perceptiva acerca da qualidade de vida; efetuar o levantamento de programas e ações públicas de intervenção nos espaços urbanos e rurais; descrever condições de territorialização na definição dos espaços urbanos e rurais, tornaram a pesquisa viável. Esta dissertação foi dividida em cinco capítulos onde u diz respeito as considerações teórico-metodológicas e quatro correspondem às dimensões social, ambiental socioambiental, político-cultural e econômica que permeiam a qualidade de vida. Essas dimensões estão associadas ao diagnóstico de indicadores socioambientais tais como: Infraestrutura e Bem-Estar coletivo, Resíduos sólidos, Saúde e Instrução Técnica do agricultor e seus familiares, Educação e Cidadania, Trabalho e Renda. Os indicadores foram elaborados por meio a verificação Prévia de possibilidade de pesquisa local associados a estudos de parâmetros já utilizados em pesquisa anteriores com o intuito de mesclar aspectos ambientais, sociais, econômicos e culturais, pois o dimensionamento da qualidade de vida perpassa por cada uma dessas esferas, não devendo ser avaliada a partir do julgamento isolado de um único dado, parâmetro ou indicador. De forma geral, a pesquisa apontou para a não preocupação da maioria dos indivíduos envolvidos na pesquisa para com as questões socioambientais, uma vez que a identidade cultural marcante da população está ligada, especificamente, a questão do desenvolvimento econômico/comercial. Logo, a partir da análise dos indicadores constatou a existência de vulnerabilidades e potencialidades socioambientais, as quais influenciam a qualidade de vida da população. Desde modo, programas de respeito e acesso a cidadania necessitam de desenvolvimento em longo prazo, pois as transformações indispensáveis a qualidade de vida carecem de redefinição dos valores culturais.

  • PATRÍCIA SALVADOR SANCHEZ KLEIN
  • AVALIAÇAO DAS POTENCIALIDADES DAS TERRAS, ADEQUAÇÃO DO USO DAS TERRAS E INDICADORES DE QUALIDADE DO SOLO: SUBSÍDIOS PARA O PLANEJAMENTO CONSERVACIONISTA NO PERÍMETRO IRRIGADO DE MIRORÓS
  • Advisor : ARACY LOSANO FONTES
  • Data: May 31, 2010
  • Tese
  • Show resume
  • A prática da agricultura irrigada representa um incremento da produtividade

    agrícola, principalmente para regiões com deficiência de água. No entanto, muitas

    vezes, a classificação das terras ocorre de forma incorreta, aliada à falta de medidas de

    conservação, o que tem imposto sérias conseqüências ambientais. Na realidade,

    qualquer uso da terra e manejo intensivo do solo, quando de maneira não sustentável,

    pode acarretar em processos de degradação. Este trabalho objetiva fornecer subsídios ao

    planejamento conservacionista, no Perímetro Irrigado de Mirorós, com base no uso

    racional das terras e manejo adequado do solo. Esse perímetro está localizado no semiárido

    baiano, município de Ibipeba, microrregião de Irecê (BA). Para tanto, são

    adotadas a Avaliação do Potencial Edafoclimático das Terras e a Avaliação do Potencial

    das Terras para Irrigação, são determinadas as taxas de adequação do uso das terras,

    além da utilização de indicadores de qualidade do solo para dois tipos de usos das terras

    (com irrigação e sem irrigação). Com isso, houve possibilidade de definir áreas

    prioritárias de intervenção quanto ao uso das terras e manejo do solo (destinadas para

    Conservação, Recuperação ou Recuperação/Preservação) e identificar as principais

    suscetibilidades aos processos de degradação ou às melhorias na qualidade dos solos, as

    quais se mostraram fundamentais como estratégias para o planejamento

    conservacionista. Os resultados mostraram que a agricultura irrigada vem causando

    mudanças nas classificações das terras e maior comprometimento da qualidade do solo,

    sobretudo pela suscetibilidade aos processos de compactação, de salinização e de

    sodificação, em relação aos outros usos sem irrigação. Por outro lado, os solos irrigados

    se destacaram pela suscetibilidade às melhorias na fertilidade e na acidificação. Na

    verdade, os efeitos negativos, assim como melhorias na qualidade do solo, também

    foram notados nos solos com outros usos sem irrigação, porém de modo menos

    acentuado. Em geral, as terras do Perímetro de Mirorós possuem potencialidades para a

    agricultura geral ou para a agricultura irrigada, mas há urgência, especialmente, em

    intervenções no manejo, com necessidades de Conservação ou Conservação Prioritária.

    Além disso, há exigências de intervenções no uso, implicando na

    Recuperação/Preservação Prioritária de áreas que estejam sendo utilizadas acima do seu

    potencial, como também de intervenções no uso e manejo, ou seja, na Recuperação

    Prioritária. Os métodos propostos podem ser considerados ferramentas essenciais para a

    conservação dos recursos naturais na área de estudo e contribuir para o alcance da

    sustentabilidade no meio agrícola.

  • JOSE AILTON CASTRO FONTES
  • CARACTERIZAÇAO GEOAMBIENTAL DA SUB-BACIA DO RIO FUNDO
  • Advisor : ARACY LOSANO FONTES
  • Data: May 20, 2010
  • Dissertação
  • Show resume
  • A sub-bacia hidrográfica do rio Fundo localiza-se na porção Sudeste do estado de Sergipe. É afluente do rio Piauí pela margem esquerda, em seu baixo curso, totalizando área de 354,22 km2. O objetivo geral deste trabalho é a caracterização geoambiental da sub-bacia, a partir dos condicionantes geoambientais e da análise da intensidade do uso e ocupação do solo. O referencial teórico-metodológico foi baseado nos estudos de Bertrand, que enfatiza a importância da bacia hidrográfica como unidade básica de estudos ambientais, como forma de fornecer subsídios para o planejamento e gestão ambiental. Assim, a análise dos condicionantes geoambientais, dos aspectos demográficos, das derivações antropogênicas e do uso e ocupação do solo, permitiu observar o impacto das atividades socioeconômicas como responsáveis pelo intenso processo de degradação ambiental verificado na sub-bacia do rio Fundo.

  • MARIA TEREZA DE ALENCAR
  • PRONAF COMO INSTRUMENTO DE ATUAÇÃO DO ESTADO NO ESPAÇO RURAL DO SEMIÁRIDO PIAUIENSE
  • Advisor : ANA VIRGINIA COSTA DE MENEZES
  • Data: Apr 22, 2010
  • Tese

  • LUCAS GAMA LIMA
  • DESPINDO O ESTRATAGEMA DAS POLITICAS DO DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL NO ALTO SERTÃO SERGIPANO: O (DES)MASCARAMENTO DA TERRITORIALIZAÇÃO DA CAPITAL POR MEIO DA SOCIABILIDADE REITIFICANTE
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Apr 9, 2010
  • Dissertação
  • Show resume
  • O (re)ordenamento territorial é a tônica das políticas públicas vigentes. Desde o fim da década de 1990 com as crescentes contestações dos limites do desenvolvimento pautado no local, sobretudo pelas restrições de atuação que lhes são pertinentes, a retórica escalar inclinou-se progressivamente para projetar o denominado “desenvolvimento via território”. Segundo seus paladinos a singularidade desse modelo consiste da combinação dos elementos de coesão, já preconizados pelo desenvolvimento local (identidade cultural e fortalecimento da sociedade civil), com a capacidade de alcance maior promovido pelo desenvolvimento territorial (pois extrapola a jurisdição municipal, congregando outros municípios). Dentre os benefícios insistentemente mencionados com a adoção desse novo modelo estão: retomada do investimento estatal; fortalecimento do poder decisório dos cidadãos; articulação entre os denominados atores de um determinado território e; crescimento econômico associado à elevação da qualidade de vida. O governo federal desde o ano de 2003 tem procurado dar vazão a essa proposta de desenvolvimento com a criação da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) e a criação de Territórios Rurais em todo o país. Em Sergipe, pari passu com as orientações gerais da política nacional de desenvolvimento territorial, o governo estadual desde o final de 2006 vem promovendo políticas públicas de enfoque territorial, ora convergindo, ora divergindo com as iniciativas do governo federal. A presente Dissertação tem como principal objetivo o intento de despir o “imponente” desenvolvimento territorial, evidenciando as contradições de suas assertivas. Essas contradições, distantes das justificativas de ordem “operacional” estão assentadas na totalidade expansionista do capital. O mesmo subsiste, essencialmente, pela ininterrupta produção de mais-valor que só pode ser assegurada com a formação de arranjos espaciais e institucionais compatíveis com seu sistema exploratório. Assim, a ação do Estado, através da política de desenvolvimento territorial, encontra-se imiscuída com o sociometabolismo do capital, uma vez que são dispostas áreas para sua territorialização e/ou subordinação em nome do desenvolvimento. Para conferir legitimidade a esse processo são convocados os denominados “atores territoriais” sob discursos inflamados que difundem a possibilidade de pacto social, numa tentativa de ocultar o objeto da irreconciliável divergência entre as classes por meio de uma universalidade abstrata. A execução da pesquisa permitiu constatar que o conhecimento das premissas do desenvolvimento territorial resume-se às lideranças dos movimentos sociais e outras entidades participantes do Colegiado Territorial (por isso, o hiato entre as discussões e deliberações das instâncias formalmente constituídas por esses representantes e seus representados), e os limites dessa política de desenvolvimento que, desarticuladamente, reserva parcos recursos para a consecução das demandas dos colegiados territoriais, ao tempo em que o Estado negocia com grandes proprietários de terra e industriais em uma outra esfera, absolutamente privilegiada. Nesse sentido procura-se captar nas entrelinhas da retórica escalar do desenvolvimento territorial, como o mesmo encontra-se subsumido aos desejos insaciáveis da (re)produção do capital, através da intervenção do Estado que preserva a sociabilidade reificante.

  • DEBORA BARBOSA DA SILVA
  • AVALIAÇÃO DAS UNIDADES AMBIENTAIS COMPLEXA NA DINÂMICA DO SISTEMA HIDROGRÁFICO DO RIO REAL BAHIA/SERGIPE-BRASIL
  • Advisor : ARACY LOSANO FONTES
  • Data: Mar 26, 2010
  • Tese
  • Show resume
  • Esta Produção cientifica objetivou analisar o sistema hidrográfico do rio Real a partir da individualização de unidade ambientais complexas, tendo por base a análise morfopedológica e o diagnóstico do uso atual das terras como princípios norteadores para a compreensão da dinâmica ambiental. A fundamentação teórica pautada na Teoria Geral dos Sistemas e na Teoria da Complexidade, associada a modelos e métodos da Ciência Geográfica como os Geossistemas e a Ecodinâmica que, permitiram identificar as seguintes unidades ambientais complexas: Tabuleiro do Rio Itapicuru, Tabuleiro do Rio Real, Tabuleiros Costeiros e Planície Costeira. Estas unidades são compostas de subunidades ambientais complexas, que tiveram o grau de sensibilidade avaliado, sendo estas subunidades, em termos espaciais, compartimentadas em unidades ambientais sensíveis. O Tabuleiro do Rio Itapicuru possui as subunidades ambientais complexas Superfície Suborizontal Residual, Superfície Dissecada em Espigões e Planície Aluvial, que possibilitaram a gênese das principais classes de solo – Latossolos Amarelos, Argissolos Vermelho-Amarelos e Neossolos Quartzarênicos. Nestas subunidades predomina a agropecuária extensiva em áreas de feições morfológicas caracterizadas pelas classes de relevo plano, suave ondulado, ondulado, forte ondulado, montanhoso e escarpado, que revelam graus de sensibilidade ambiental diferenciados, variando de fraco a muito forte. O Tabuleiro do Rio Real é contituído pelas subunidades Superfície Pediplanada e Superfície Residual. A Superfície Pediplanada esta caracterizada por feições aplanadas, que originaram Planossolos Nátricos, Planossolos Háplicos e Cambissolos, onde são praticadas a agropecuária e culturas temporárias em áreas com moderada sensibilidade ambiental. Observam-se aindainselbergs e serras como morfologias da Superfície Residual, com a presença de Neossolos Litólicos e Afloramentos Rochosos, caracterizando áreas de sensibilidade ambiental muito forte e moderada, ocupadas com pastagem extensiva e cultivos temporários. Os Tabuleiros Costeiros têm com subunidades ambientais Complexas a Superfície Suborizontal Conservada e a Superfície Dissecada, cuja pedogênese desenvolveu: Latossolos Amarelos, Argissolos Amarelos utilizados , principalmente, com culturas permanentes em áreas de relevo plano e suave ondulado com sensibilidade ambiental fraca; Argissolos Amarelos, Argissolos Vermelho-Amarelos em setor de colinas e espigões – áreas de relevo suave ondulado, ondulado e forte ondulado, ocupadas com agropecuárea e cetricultura, desencadeando processos erosivos e caracterizando o grau forte de sensibilidade ambiental. A planície Costeira apresenta como subunidades ambientais complexas com Dunas. O Terraço Marinho e o Manguesal, condicionadas pelas dinâmicas eólica, marinha e fluviomarinha em áreas onde predominam os Espodossolos e Neossolos Quartzarênicos, ocupados com a cocoicultura, a agropecuária, a carcinicultura e atividade turística em ambientes de forte e muito forte sensibilidade ambiental.

  • DIANA MENDONÇA DE CARVALHO
  • COMERCIALIZAÇÃO DE HORTIFRUTIGRANJEIROS EM ITABAIANA
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Mar 19, 2010
  • Dissertação
  • Show resume
  • O presente estudo de comercialização agrícola na cidade de Itabaiana analisou a estrutura, a forma, a função e o processo, a partir da identificação e demonstração dos principais hortifrutigranjeiros importados e exportados por esse mercado. Neste sentido, a pesquisa teve por objetivo refletir a dinâmica sócio-espacial e econômica decorrente da comercialização de hortifrutigranjeiros no município. Essa se justificou na pretensão de contribuir para o conhecimento das relações comerciais e para verificar os fluxos e as redes estabelecidas nesse espaço. Para tanto, partiu-se de observações diretas e indiretas dos fatos, através do trabalho de campo, com realização de entrevistas entre diversos atores sociais, entre os quais: agricultores, intermediário-atacadistas, feirantes e supermercados; de entrevistas e levantamento de dados com órgãos federais, estaduais e municipais; e de pesquisa bibliográfica. As informações obtidas atestaram que a comercialização agrícola é uma atividade complexa dentre aquelas que envolvem as etapas da cadeia produtiva da agricultura, pois abrange diversos segmentos que se apropriam da produção. Esse processo é verificado no Brasil, no Estado de Sergipe e mais especificamente no município de Itabaiana, pela integração de diversos atores sociais na cadeia produtiva. Em Itabaiana, a constituição de várias cadeias de produtos agrícolas foi favorecida pelas condições naturais, aptas as práticas da agricultura; pelos fatos históricos que fizeram do município um ponto de passagem entre o litoral e o sertão; pela base econômica no comércio e na agricultura; e pela “cultura do caminhão” que estimulou a importação e exportação desses produtos. Essas cadeias e mais especificamente a comercialização agrícola, em Itabaiana, têm sido controladas por intermediários que promovem a importação e a distribuição dos produtos hortifrutigranjeiros e, conseqüentemente, alimentam os mercados formal e informal, tanto em escala local quanto regional. Deste modo, a comercialização agrícola tem contribuído para que Itabaiana se firme como o maior mercado atacadista do Estado de Sergipe, competindo em termos de atração comercial, com os maiores mercados atacadistas do Nordeste.

  • WAGNERVALTER DUTRA JÚNIOR
  • A GEOGRAFIA DA ACUMULAÇAO TERRITÓRIOS DO TRABALHO ABSTRATO E DA RIQUEZA ABSTRATA:A ESPACIALIZAÇAO DA IRRACIONALIDADE SUBSTANTIVA DO CAPITAL
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Mar 19, 2010
  • Dissertação
  • Show resume
  • O presente estudo concentrou-se em torno de questões relativas à produção de territórios do trabalho/riqueza abstrato (o), tendo como mecanismo crucial para concretizá-los o desenvolvimento geográfico desigual e combinado, que proporciona arranjos espaciais estruturantes da reprodução ampliada do capital, da contratendência à queda na taxa do lucro e de ampliação da mais-valia. Como reflexão inicial foi desenvolvida uma análise do papel do Estado na reprodução do sistema do capital e no desenvolvimento de mecanismos propulsores dos arranjos espaciais, que fomentam possíveis tendências à exploração da mão de obra, ao desenrolar da produção capitalista e a garantia da circulação e consumo. A ação do Estado é fundamental para a manutenção e a garantia da reestruturação produtiva do capital que desde a década de setenta vem tornando o trabalho cada vez mais supérfluo, criando assim um contingente de seres humanos precarizados. Acentuando o caráter desumanizador do capital o Estado contém a partir de seu aparato instutucional- coercivo os conflitos de classe que se acentuam, na esteira se uma sociedade cada vez mais beliciosa. Dentro desse contexto capitalista e desenvolvimento se mantém acentuando os níveis de exploração da mão de obra na escala mundo, buscando proporcionar condições para que os capitalistas alcancem lucros acima da taxa média: os superlucros. Para alcançar tais propósitos o capital no seu movimento de mundialização busca aproveitar-se da dinâmica escalar do desenvolvimento geográfico desigual, criando e se apropriando de condições que a permitam o seu domínio futuro sobre a força de trabalho ou o seqüestro de ativos das populações menos favorecidas, através do capital financeiro e das crises orquestradas para promover acumulação por despossessão e a manutenção distorcida por bolhas da taxa de lucro. Todavia a produção do desenvolvimento geográfico desigual, sendo mecanismo vital para a manutenção do sociometabolismo do capital, não deixa de mundializar as contradições inerentes à produção de mercadorias, agora mercadorias dessubstancializadas, que no bojo desse desenvolvimento produz riqueza abstrata e o território que o conforma. Toda a geografia do fim em si do sistema do capital é produzida objetivando a captura de tudo o que existe para converter em valor de troca. A face geográfica do sistema do capital é universalizar tendencialmente o valor de troca, não significando que a existência dos espaços de uso em contraponto aos espaços de troca não possam existir.

    Palavras chave: Estado, território de trabalho/riqueza abstrato (a)

  • MARIZE LUCIANO VITAL MONTEIRO DE OLIVEIRA
  • ÁGUAS DO CEARÁ POLíTICA DE TERRITORIALIDADES CONFLITUOSAS
  • Data: Mar 10, 2010
  • Tese
  • Show resume
  • A discussão sobre a apropriação da água na sociedade capitalista é tema antigo e revisitado. Entretanto, tornou-se um tema bem atual considerando as territorialidades produzidas pelos conflitos gerados na criação de valor, associados à política de recursos hídricos e em meio à problemática ambiental de agressão, escassez e abuso de poder na apropriação da natureza como recursos produtivos naturais. O pensamento de teóricos da geografia e de outras ciências sociais dá sustentação às categorias centrais utilizadas na pesquisa, que tratam da formação do território. Tal fundamentação dá suporte ao exemplo analisado, a bacia hidrográfica do Baixo Jaguaribe, no Ceará, quando se pretende examinar a política de recursos hídricos a partir do final dos anos 80 aproveitando o discurso de escassez (relativa) veiculado sobre o semi-árido nordestino e do desenvolvimento socioeconômico. Tal política pública oferece o recurso natural na forma geral de diferentes serviços de abastecimento d’água, reforçando o valor de troca pelos usos diferenciados, partindo das tradicionais necessidades domiciliares e agropastoris para aquelas do espaço urbano, que atende à construção civil, à produção agroindustrial, à indústria propriamente dita e aos serviços de modo geral, além da agricultura irrigada. Tais usos são ampliados sem a devida proteção à degradação da água e do território, este último, transformado por essa diversidade de atividades humanas e disputado na forma de territórios de conflito, entre as necessidades de reprodução da força de trabalho e as da acumulação capitalista ampliada.


  • NÁDIA CRISTINA MORAES SAMPAIO GOBIRA
  • DESVENDANDO O RIO PARDO:AS MARCAS DE UMA PAISAGEM RIBEIRINHA.PERCEPÇÕES E PRATICAS DA COMUNIDADE TRADICIONAL EM ITAMBÉ NO SUDOESTE DA BAHIA
  • Advisor : MARIA AUGUSTA MUNDIM VARGAS
  • Data: Mar 10, 2010
  • Dissertação
  • Show resume
  • A comunidade ribeirinha na região Sudoeste do Estado da Bahia tem passado

    por transformações no seu modo de vida, especialmente no município de Itambé. Essas modificações na reorganização do espaço ribeirinho promovem o desmanche de suas práticas culturais, dos conhecimentos tradicionais, dos valores coletivos e cotidianamente construídos, interferindo avassaladoramente na preservação da identidade e territorialidade ribeirinha, culminado em processo acentuado de desterritorialização. A percepção desse contexto foi norteada por uma pesquisa qualitativa, fundada na abordagem humanística cultural – a Fenomenologia, tendo como categoria norteadora a paisagem. Utilizaram-se como instrumentos de investigação: a revisão bibliográfica; a pesquisa de campo por meio da observação direta, levantamentos de dados relacionados aos aspectos históricos do município de Itambé no Sudoeste baiano; bem como registro fotográfico. Aliado a esses, entrevistas semiestruturadas e coleta de depoimentos que muito contribuíram para a reflexão e compreensão da realidade ribeirinha estudada. Ao ouvir os ribeirinhos, observou-se estarem presentes as características que os identificam como tais e ainda mantém viva na memória a história que os construíram como ribeirinhos. O rio Pardo é o elemento de maior simbologia na paisagem e a percepção dos mesmos é respaldada pela visão de mundo permeada por suas águas. No entanto, a realidade experimentada atualmente difere do passado, induz a negação da continuidade desse modo peculiar de viver e conduz à invisibilidade dos sujeitos e da comunidade. Conclui-se que o grupo social em questão está em processo de descontinuidade do seu espaço de vivência primordialmente pelo padrão hegemônico de desenvolvimento voltado para a reprodução do capital e que desvirtua a percepção dos ribeirinhos quanto ao Rio Pardo, considerado como símbolo existencial dos mesmos e as

    percepções do novo modo de vida a que são subjugados. Destarte, acreditase

    que medidas emergenciais devam ser tomadas a fim de evitar a invisibilidade ribeirinha no Sudoeste baiano. Nesse contexto urge uma ação mais efetiva do poder público voltada para alternativas de preservação da memória social bem como para a recuperação do ambiente ribeirinho, sejam suas águas e margem, sejam as condições de habitação dos atuais habitantes.

  • LOURIVAL SANTANA SANTOS
  • A PRODUÇÃO DO ESPAÇO AGRARIO SERGIPANO ESTRUTURAÇÃO E ARRANJOS (1850- 1925)
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Feb 14, 2010
  • Tese
  • Show resume
  • O presente trabalho tem como objetivo analisar a produção do espaço agrário sergipano no período de 1850 à 1925. Parte-se inicialmente de uma discussão sobre o espaço geográfico como objeto da Geografia, cujos fundamentos se baseiam principalmente nas obras de Milton Santos e Ruy Moreira. Além disso, tem como objetivo, mostrar as relações entre a lei de terras e a formação da prioridade fundiária em Sergipe, mostram também, a efetividade da referida Lei através da análise do cadastro fundiário de 1854, apresentado o modo como a terra foi juridicamente apropriada (apossamento, herança, compra e venda) e as formas de propriedades (sítio, fazenda, posse etc.). Ademias, enfatizadas aspectos da organização do espaço agrário sergipano nas primeiras décadas do século XX, principalmente no que se refere à sua estrutura agrária. Apesar de a literatura adotada mostrar que a mercantilização da terra legalmente se inicia a partir da vigência da Lei de terras em 1850, consolidando a grande propriedade, parte-se das seguintes hipóteses: a) a Lei de terras não impediu a consolidação da pequena propriedade; pelo contrário, institucionalizou-a através do cadastro fundiário de 1854, o que se infere que esta se agasalhou na Lei em tela e, quantitativamente, não houve diferenciações comparando os dois períodos extremos, 1850e 1925. O que pretendemos mostrar, por meio análise dos dados apresentados nesse estudo, é que o período de 1850 a 1925 foi um de transição da propriedade de domínio público- entendendo-se por domínio público o período de 1822 1850, quando o apossamento se tornou uma forma de acesso à terra- para o domínio privado. A lei de terras foi apenas um marco de transição para a moderna propriedade capitalista e não a responsável, pois tanto a pequena como a grande exploração foram recriadas no decorrer da segunda metade do século XIX e início do século XX. Portanto, o período estudado é de transição do regime escravista de produção para o capitalista. Mesmo que a lei de terras tenha imposto o principio da compra como forma de aquisição, isto não significa a consolidação das relações capitalistas, uma vez que a relações não capitalista de produção- a exemplo do trabalho familiar, a empreitada e o trabalho por tarefa- convivem lado a lado com relações assalariadas de produção, sem que uma dessas relações predomine o período. As elites agrárias sergipanas viam a ordem e o progresso como uma questão material, ou seja, por ordem entendiam o ordenamento do trabalho e por progresso a introdução de inovações técnicas no setor agrário. Nesse sentido, o processo de transição para o capitalismo, em Sergipe, se aproximou do modelo Latifundiário/Prussiano, tendo como responsável pela transição a aristocracia latifundiária. Metodologicamente, foi realizado um levantamento bibliográfico referente à categoria espaço, como também à propriedade da terra, tanto em nível nacional (Brasil) como local (Sergipe). Os dados obtidos nesta pesquisa foram trabalhados estatisticamente e apresentados em quadros, tabelas e figuras.

  • NEISE MARE DE SOUZA ALVES
  • ANÁLISE GEOAMBIENTAL E SOCIOECONÔMICA DOS MUNICÍPIOS COSTEIROS DO LITORAL NORTE DO ESTADO DE SERGIPE -DIAGNÓSTICO COMO SUBSÍDIO AO ORDENAMENTO E GESTÃO DO TERRITÓRIO
  • Advisor : ARACY LOSANO FONTES
  • Data: Feb 11, 2010
  • Tese
  • Show resume
  • Este estudo objetivou a análise geoambiental e socioeconômica dos municípios costeiros do Litoral Norte do Estado de Sergipe - Barra dos coqueiros, Pirambu, Pacatuba e Brejo Grande, visando um diagnóstico para subsidiar proposta de Ordenamento e gestão do território. A área possui, aproximadamente, 823 Km², se estendendo da foz do rio Sergipe à foz do rio de São Francisco, um segmento litorâneo com cerca de 82 Km. Para isso, foram analisados os componentes da dinâmica geoambiental e os elementos que comandam a dinâmica social e econômica. O estudo foi desenvolvido apoiado na abordagem sistêmica como campo conceitual, metodológico e analítico, tendo por base os princípios da teoria Geral dos Sistemas (BERTALANFFY, 1977), a concepção da Ecodinâmica (TRICART, 1977) e as contribuições metodológicas advindas do Zoneamento Ecológico- Econômico (BECKER e EGLER, 1997). A geomorfologia foi o eixo condutor desta análise e base para definir as Unidades de Paisagem. A paisagem foi compartimentada em três grandes unidades geomorfológicas – Tabuleiros Costeiros, Planície Costeiro-deltaica do rio são Francisco e planície Costeira, que correspondem também às Unidades da Paisagem. Na avaliação da Vulnerabilidade Ambiental das Unidades de Paisagem da área foi ampliada e modelada de Crepani et al. (1996, 201). As subunidades que integram as Unidades de paisagem foram avaliadas e enquadram-se em umas das 5 (cinco) classes de Vulnerabilidade Ambiental: Muito Baixa, Baixa, Média, alta e Muito alta; referentes, respectivamente, aos seguintes estados ecodinâmicos: Estável, Relativamente Estável, média Estabilidade/vulnerabilidade, Relativamente Vulnerável e vulnerável. Verificou-se que as Unidades de paissagem Vulneráveis estão associadas, principalmente, à planície Costeiro_delta.

2009
Description
  • JUNIA MARISE MATOS DE SOUSA
  • DO ACAMPAMENTO AO ASSENTAMENTO: UM ESTUDO DA REFORMA AGRÁRIA E QUALIDADE DE VIDA EM SERGIPE
  • Advisor : CELSO DONIZETE LOCATEL
  • Data: Dec 18, 2009
  • Tese

  • CARLOS ALBERTO DE VASCONCELOS
  • O USO DO TERRITORIO PELA CITRICULTURA E A PERMANÊNCIA DO TRABALHO INFANTIL NO CENTRO SUL DE SERGIPE
  • Data: Dec 17, 2009
  • Tese

  • MARY NADJA LIMA SANTOS
  • POLÍTICAS TERRITORIAIS DO TURISMO: INVESTIMENTOS NO PÓLO COSTA DOS COQUEIRAIS EM SERGIPE, BRASIL
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Dec 16, 2009
  • Tese

  • JAILTON DE JESUS COSTA
  • BIORECUPERAÇÃO DE DUNAS COSTEIRAS DO LITORAL NORTE DE SERGIPE
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Dec 15, 2009
  • Dissertação

  • CORÁLIA MARIA DOS SANTOS
  • RURALIDADES AGRÍCOLAS E NAO AGRÍCOLAS EM LAGARTO (SE)
  • Advisor : ANA VIRGINIA COSTA DE MENEZES
  • Data: Nov 30, 2009
  • Tese

  • SONIA DE SOUZA MENDONCA MENEZES
  • A FORÇA DOS LAÇOS DE PROXIMIDADE NA TRADIÇÃO E INOVAÇÃO NO/DO TERRITÓRIO DAS FABRIQUETAS DE QUEIJO SERGIPANO
  • Data: Oct 23, 2009
  • Tese

  • GEÍSA FLORES MENDES
  • SERTÃO SE TRAZ NA ALMA? TERRITÓRIO/LUGAR SERTÃO NAS FILIGRANAS DA MEMÓRIA E DAS RELAÇÕES SOCIAIS
  • Data: Oct 16, 2009
  • Tese

  • LEONARDO DA SILVA CANSANÇÃO
  • AGRESTE DE LAGARTO: EM BUSCA DE UMA IDENTIDADE REGIONAL
  • Advisor : VERA LUCIA ALVES FRANCA
  • Data: Aug 31, 2009
  • Dissertação
  • Show resume
  • ...

  • ANA EMÍLIA DE QUADROS FERRAZ
  • O ESPAÇO EM MOVIMENTO: O DESVELAR DA REDE NOS PROCESSOS SOCIOTÉCNICOS DO SISTEMA DE SAÚDE DA VITÓRIA DE CONQUISTA-BAHIA
  • Data: Aug 26, 2009
  • Tese

  • SEBASTIÃO PINHEIRO GONÇALVES DE CERQUEIRA NETO
  • DO ISOLAMENTO REGIONAL À GLALIZAÇÃO: CONTRADIÇÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO EXTREMO SUL DA BAHIA
  • Data: Aug 17, 2009
  • Tese

  • NEILZA BARRETO DE OLIVEIRA
  • TERRA COM JEITO E CHEIRO DE MULHER
  • Data: Jul 3, 2009
  • Tese

  • TAIANA PEREIRA DE ALMEIDA GONZAGA
  • DA ARTE AO OFÍCIO À PRODUÇÃO DE UM LUGAR: O ALAGAMAR, PIRAMBU-SE
  • Data: Jul 3, 2009
  • Dissertação

  • JULIEN MARIUS REIS THÉVENIN
  • MERCANTILIZAÇÃO DO ESPAÇO RURAL PELO TURISMO: UMA LEITURA A PARTIR DO MUNICIPIO DE CAIRU-BA
  • Advisor : CELSO DONIZETE LOCATEL
  • Data: Jul 2, 2009
  • Dissertação

  • MARIA APARECIDA NUNES
  • USO DO TERRITÓRIO: HORIZONTABILIDADES E VERTICALIDADES NO SISTEMA DO COMPLEXO SOJIFERO MATO-GROSSENSE
  • Advisor : EDISON RODRIGUES BARRETO JUNIOR
  • Data: Jun 22, 2009
  • Dissertação
  • Show resume
  • ...

  • LEIDE MARIA REIS DOS SANTOS
  • A POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO DOS TERRITÓRIOS RURAIS: UMA LEITURA PRELIMINAR NO AGRESTE DE ALAGOAS
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Jun 18, 2009
  • Dissertação

  • VERÔNICA FERRAZ DE OLIVEIRA
  • "A REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA DO CAPITAL E O TRABALHO NA AGROINDUSTRIA CAFEEIRA DE BARRA DO CHOÇA"
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Jun 18, 2009
  • Dissertação

  • ADELSON DE SANTANA BORGES
  • ANÁLISE ESPACIAL DA OCORRÊNCIA DE ESQUITOSSOMOSE EM LAGARTO-SE UTILIZANDO O GEOPROCESSAMENTO
  • Advisor : JOSE ANTONIO PACHECO DE ALMEIDA
  • Data: Jun 5, 2009
  • Dissertação

  • ANTONIO SANTIAGO PINTO SANTOS
  • DINAMICA DA PAISAGEM NA FOZ DO RIO POXIM EM ARACAJU-SE (1961-2003)
  • Advisor : JOSE ANTONIO PACHECO DE ALMEIDA
  • Data: Jun 1, 2009
  • Dissertação

  • ADRIANA DAVID FERREIRA GUSMÃO
  • ESPAÇO REGIONAL E ENSINO SUPERIOR EM VITÓRIA DA CONQUISTA-BA
  • Advisor : VERA LUCIA ALVES FRANCA
  • Data: May 29, 2009
  • Dissertação

  • JÂNIA REIS BATISTA
  • A PRODUÇÃO DE FLORES E DE PLANTAS ORNAMENTAIS E AS MUDANÇAS NA AGRICULTURA EM BOQUIM-SERGIPE
  • Data: Apr 29, 2009
  • Dissertação

  • SOLIMAR GUINDO MESSIAS
  • PERCEPÇÃO E REPRESENTAÇÃO DA MORTE NAS PAISAGENS ARQUEOLOGICAS DE SAO CRISTÓVÃO E LARANJEIRAS
  • Advisor : MARIA AUGUSTA MUNDIM VARGAS
  • Data: Mar 13, 2009
  • Dissertação

2008
Description
  • MARLY MENEZES SANTOS
  • A PRODUÇÃO DO ESPAÇO PELA CARCINICULTURA NO LITORAL SUL DE SERGIPE: POTENCIALIDADES, RESTRIÇÕES E IMPACTOS AMBIENTAIS
  • Advisor : LILIAN DE LINS WANDERLEY
  • Data: Dec 15, 2008
  • Tese

  • FERNANDO ANTONIO SANTOS DE SOUZA
  • FORMAÇÃO, MOVIMENTO E DESCOMPASSO DA REDE URBANA DE SERGIPE
  • Advisor : VERA LUCIA ALVES FRANCA
  • Data: Dec 9, 2008
  • Tese
  • Show resume
  • Este trabalho tem como objetivo estudar a rede urbana de Sergipe tendo em vista conhecer o movimento de centralidade espacial geográfica da rede em função dos descompassos provocados pelos fluxos de produção da riqueza e pelos fluxos de reprodução social que configuraram a forma função e ordem da rede. Com uma abordagem regional espacial utilizando o método dialético materialista triádico, a rede urbana, objeto de estudo geográfico, foi concebida como unidade dialética em movimento. Assim, o movimento de centralidade espacial geográfica é estudado a partir da investigação histórica das formas e forças espaciais geográficas e seus desdobramentos na configuração das cidades conectadas em rede, possibilitando reconhecer e estudar três momentos de centralidade espacial da rede urbana de Sergipe. Um momento inicial de formação em que predominou uma frágil centralidade espada político-admistrativa e de povoamento para defesa e exploração econômica do território da rede, mantendo-se em um descompasso entre as tensões que se manifestaram com a exploração colonial mercantil e as formas primárias de produção econômica baseadas no trabalho escravo e fundamentadas pela moral religiosa católica romana. Um segundo momento, entre 1808 e 1945, em que predominou a centralidade espacial regional em um descompasso entre a economia internacional e as novas formas de trabalho, fundamentada na moral religiosa associada ao poder político. Um terceiro e último momento, entre 1946 e 2007, em que predominou a centralidade espacial nacional que, inicialmente, se manifestou com um padrão urbano em desencaixe desigual e combinado mantido em um descompasso entre a economia nacional e a economia internacional apoiada por um forte fundamento moral religioso combinado com uma dominação política clientelista. A partir de 1990 se estabeleceu um novo descompasso espacial provocado pelas transformações econômicas mundiais que flexibilizaram as conexões locais, criando um padrão de desencaixe e reencaixe excludentes da rede urbana sergipana apoiado em novas formas de fundamentação e dominação política.

  • JOSÉ ROBERTO FREITAS LIMA
  • IMPLICAÇÕES TERRITORIAIS DAS REDES DE TELEFONIA FIXA E A CONFIGURAÇÃO REGIONAL DE VITÓRIA DA CONQUISTA-BA
  • Data: Sep 8, 2008
  • Dissertação

  • FLÁVIA DANTAS MOREIRA
  • GEOTECNOLOGIA APLICADA À SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PIAUITINGA E SUAS RELAÇÕES AMBIENTAIS
  • Advisor : JOSE ANTONIO PACHECO DE ALMEIDA
  • Data: Aug 6, 2008
  • Dissertação

  • SUZANE TOSTA SOUZA
  • DA NEGAÇÃO AO DISCURSO "HEGEMÔNICO" DO CAPITAL À ATUALIDADE DA LUTA DE CLASSES NO CAMPO BRASILEIRO. CAMPONESES EM LUTA PELO/NO TERRITÓRIO NO SUDOESTE DA BAHIA
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Jul 14, 2008
  • Tese

  • PATRICK THOMAZ DE AQUINO MARTINS
  • ANÁLISE DAS INTERVENÇOES ANTRÓPICAS NO MANGUEZAL DO RIO CACHOEIRA, ILHEUS, BAHIA
  • Advisor : LILIAN DE LINS WANDERLEY
  • Data: Jul 1, 2008
  • Dissertação

  • MÁRCIA BRITO NERY ALVES
  • "A REAFIRMAÇÃO DO LUGAR A PARTIR DO CONCEITO DE SOLIDARIEDADE GEOGRÁFICA: ESTUDO DE CASO DE PRADOSO-BAHIA"
  • Data: Jun 19, 2008
  • Dissertação

  • LEANDRO BARROS DE SANTANA
  • "ANÁLISE GEOAMBIENTAL DOS MUNICIPIOS COSTEIROS DE BARRA DOS COQUEIROS E PIRAMBU (SE)"
  • Advisor : ARACY LOSANO FONTES
  • Data: Jun 17, 2008
  • Dissertação

  • ALEX DE SOUSA LIMA
  • "ZONEAMENTO GEOAMBIENTAL DA SUB-BACIA DO RIO JACARECICA (SE)"
  • Advisor : ARACY LOSANO FONTES
  • Data: Jun 16, 2008
  • Dissertação

  • FLÁVIA NASCIMENTO DE SOUZA
  • "O CICLO CANAVIEIRO E AS TRANSFORMAÇÕES ESPACIAIS EM CAPELA/SE
  • Advisor : EDISON RODRIGUES BARRETO JUNIOR
  • Data: May 5, 2008
  • Dissertação

  • GICÉLIA MENDES DA SILVA
  • TERRITÓRIOS DO PETRÓLEO EM SERGIPE
  • Advisor : VERA LUCIA ALVES FRANCA
  • Data: May 2, 2008
  • Tese
  • Show resume
  • A exploração do petróleo tem sido, há mais de quarenta anos, elemento significativo para a economia sergipana. Contudo, a contradição existente entre o subsolo rico e a população pobre levanta indagações a respeito da gestão destes recursos e as condições de vida da população. Tais condições, aliadas à entrada de novos atores no cenário de exploração do petróleo em Sergipe e à gestão dos recursos advindos da exploração, vêm incutindo relações peculiares à política neoliberal na região e em Sergipe. Como contribuição ao entendimento dessa realidade. Este estudo procura analisar a dinâmica da gestão dos royalties do petróleo em Sergipe entre os anos de 1997 e 2007, primeira década de vigência da Lei 9.478 de 06 de agosto de 1997, Lei do Petróleo, que extinguiu o monopólio da PETROBRAS, normatizou a entrada de capitais nacionais e estrangeiros no mercado de petróleo e gás natural no país e estabeleceu novas regras de distribuição dos royalties do petróleo aos entes federados. O estudo foi desenvolvido a partir da análise e cruzamento das informações disponíveis na Agência Nacional do Petróleo (ANP), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Tribunal de Contas da União (TCU) e PETROBRAS, dentre outros setores públicos e privados. A Região Petrolífera Sergipana (RPS), recorte definido para análise, é formada pelos municípios produtores de petróleo onshore e offshore: Aracaju, Areia Branca, Barra dos Coqueiros, Brejo Grande, Capela, Carmópolis, Divina Pastora, General Maynard, Itaporanga D’Ajuda, Japaratuba, Laranjeiras, Maruim, Nossa Senhora do Socorro, Pacatuba, Pirambu, Riachuelo, Rosário do Catete, Santo Amaro das Brotas, São Cristóvão e Siriri. A investigação indicou que embora a mudança na legislação do petróleo venha proporcionando aos municípios produtores de petróleo aumentos significativos em suas receitas, a deficiente gestão dos recursos impõe aos municípios um estado de latência diante das possibilidades que o aumento de suas receitas pode proporcionar. A carência de políticas sociais adequadas que ofereçam às populações condições de inserção dinâmica nas questões política, econômica e social da região produtora de petróleo em Sergipe tem impedido o desenvolvimento efetivo e mudança no padrão de vida das populações, evidenciando a incoerência entre os altos valores depositados nos cofres públicas municipais decorrentes dos royalties e os elevados índices de pobreza apresentados na região. Tal constatação reforça a ideia de que as políticas públicas devem primar pela redução da desigualdade a partir da gestão responsável dos recursos públicos.

  • MAX ALBERTO NASCIMENTO SANTOS
  • A PONTE DO RIO SERGIPE: METAMORFOSES PAISAÍSTICAS, TERRITORIAIS E SOCIOGEOGRÁFICAS NO MUNICÍPIO DE BARRA DOS COQUEIROS/SE
  • Data: Apr 14, 2008
  • Dissertação
  • Show resume
  • Paisagem e território são categorias geográficas que encerram em si o espírito de mudanças e transformações no seu espaço. Essas mudanças podem se dar de forma mais intensa com a construção de empreendimentos e infra-estrutura de grande envergadura. Nesse sentido, o propósito central desse trabalho fundamenta-se na análise das principais metamorfoses paisagísticas, territoriais e sócio-geográficas ocorridas no município de Barra dos Coqueiros, com a construção de ponte sobre o rio Sergipe, interligando esse município à capital do Estado. Assim, fez-se uma discussão a respeito das categorias geográficas paisagem, território e espaço, além de reflexões sobre desenvolvimento sustentável e ordenamento territorial, e em seguida fez-se apontamentos sobre a Zona Costeira do Brasil, sobretudo o seu uso e ocupação na região nordeste e também no Estado de Sergipe. Verificaram-se ainda, os reflexos do início da operação do citado empreendimento e a atual dinâmica que se processa no município de Barra dos Coqueiros. Para o alcance dos objetivos, utilizaram-se de distintos procedimentos metodológicos, dentre eles, levantamento bibliográfico, cartográfico e de campo. Constatou­-se, dentre outros resultados, que a ponte desencadeou no referido município uma série de transformações paisagísticas, territoriais e sociais que podem ser percebidas na geografia urbana e rural da Barra dos Coqueiros e conclui-se que se faz necessários planejamento participativo e integrado entre as esferas de governo e iniciativa privada para contribuir com o tão almejado desenvolvimento sustentável.

  • ANIZIA CONCEICAO CABRAL DE ASSUNCAO OLIVEIRA
  • "ECODINÂMICA DAS DUNAS COSTEIRAS DE SERGIPE"
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Mar 31, 2008
  • Dissertação

2007
Description
  • DAVID ALVES VALIO
  • PRECIPITAÇÃO PLUVIAL E ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA/SE: UM RETRATO DO SEMI-ÁRIDO NORDESTINO
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Dec 29, 2007
  • Dissertação

  • ANGELA MARIA ARAÚJO LEITE
  • O ESPAÇO E AS RELAÇÕES DE OCUPAÇÃO E RENDA DA POPULAÇÃO RURAL DOS POVOADOS PAU D´ARCO E CARRASCO-ARAPIRACA/AL - 1990-2007
  • Advisor : ANA VIRGINIA COSTA DE MENEZES
  • Data: Dec 21, 2007
  • Dissertação
  • Show resume
  • As recentes discussões que permeiam o cenário rural brasileiro, especialmente a partir da década de 1990 aosdias atuais, período de nosso estudo, nos impõem à necessidade de buscar uma análise que possa levar emconsideração as diferenças e especificidades regionais. Direcionamos nossa pesquisa para caracterizar asrelações de ocupação e renda inseridas no espaço rural do município de Arapiraca, no estado de Alagoas, a partirdo estudo de dois povoados: Pau d'Arco e Carrasco. Para análise realizamos revisão literária, entrevistas e coletade dados, bem como, nos programas sociais do governo federal, além de diagnósticos pré-existentes, no sentidode compreender o papel desses na renda familiar, como forma de contribuir com intervenções positivas quepossibilitem a melhoria da qualidade de vida de seus habitantes. O povoamento das comunidades é anterior ao dacidade de Arapiraca, bem como são de origem negra. Inicialmente a atividade agrícola predominante era alavoura de subsistência, além da criação de animais para consumo familiar. O trabalho era realizado em sistemade mutirão, onde todos se reuniam para o plantio e colheita, além de prepararem e produzirem a farinha, emreuniões que agregava toda comunidade. Com a inserção do capital, através da cultura fumageira, em conjuntocom a utilização extensiva de mão-de-obra desenhou inicialmente, um quadro favorável aos moradores, quedispunham de ocupação e renda certas, durante os meses de plantio, limpa e colheita, entretanto, as relaçõesprodutivas sofreram alterações, perceptíveis com maior intensidade no Povoado d'Arco, com a redução dalavoura de subsistência e o desaparecimento do trabalho em sistema de mutirão e onde 53% das pessoas sãodesocupadas e sem renda, 7% estão ocupadas em atividades agrícolas, 11% em atividades não agrícolas, 8%como diaristas em atividades agrícolas e não agrícolas, 6% são aposentados e 41% das famílias recebembenefícios do Bolsa família, demonstrando a precariedade vivida por esta parcela significativa de seushabitantes. No Povoado Carrasco 19% dos habitantes estão entre os que não possuem qualquer tipo de ocupaçãoou renda, 39% dos habitantes estão diretamente ocupados em atividades agrícolas, somando-se aos 23% queatuam como diaristas, que também exercem atividades não agrícolas, 6% são aposentados e 24% das famíliasrecebem benefícios do Bolsa Família. As relações de ocupação e renda no espaço rural arapiraquense dependemdiretamente do investimento na agricultura, nas esferas federal, estadual e municipal, com políticas agrícolas quepossibilite o aumento da produtividade e um maior número de ocupações e, especialmente com uma políticaagrícola que contemple o pequeno agricultor com orientação técnica, agilidade na distribuição de sementes noperíodo de plantio, diversificação de culturas, bem como no escoamento da produção.

  • JANA MARUSKA BUUDA DA MATTA
  • "AGRICULTURA FAMILIAR E SUSTENTABILIDADE"
  • Advisor : VERA LUCIA ALVES FRANCA
  • Data: Dec 7, 2007
  • Tese

  • MARCLEIA ELIAS MOURA
  • O RURAL NA COTIDIANIDADE DO URBANO E AS CONTRADIÇÕES DO CAPITAL
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Dec 3, 2007
  • Dissertação

  • GIVALDO HIPÓLITO DANTAS
  • "ORGANIZACAO DOS PRODUTORES E PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO RURAL NO PRO-SERTAO DE SERGIPE"
  • Advisor : VERA LUCIA ALVES FRANCA
  • Data: Nov 30, 2007
  • Tese
  • Show resume
  • O Projeto de Apoio às Famílias de Baixa Renda da Região Semiárida do Estado de Sergipe-PRÓ-SERTÃO contemplou componentes tradicionais e a organização dos produtores como novidade nas ações de planejamento realizadas pelo estado. Sua criação e período de execução ocorreram de 1995 a 2002, contemplando 17 municípios, todos na faixa do semiárido. Os objetivos deste trabalho se pautam pela identificação e análise das organizações comunitárias que congregam produtores familiares, inclusive os assentamentos de reforma agrária. Engloba o papel dessas organizações na estratégia prevista pelo Projeto e analisam as ações socioeducativas com vistas à formação da consciência crítica e organizativa, necessária na própria lógica do Pró-Sertão, bem como as restrições na organização e participação dos produtores e os limites para o desenvolvimento rural sustentável, diante das adversidades e necessidades de reprodução e resistência dos trabalhadores e pequenos produtores no espaço geográfico em apreço, uma vez que se vivencia uma conjuntura em que o estado visualiza e trata dos problemas estruturais do campo através de programas centrados no desenvolvimento do meio rural. A pesquisa de campo foi desenvolvida no período de agosto de 2005 a maio de 2006 e atingiu toda área semiárida trabalhada pelo Pró-Sertão. Enfim, o Pró-Sertão foi um programa de desenvolvimento rural com a realização de ações socioeconômicas para as populações, mediante o incremento seletivo nas atividades agrícolas e não agrícolas, com expectativas na eficiência da ação governamental mediante uma estrutura de organização e participação delimitada dos possíveis beneficiários. As ações governamentais levavam em consideração que as localidades dispunham de recursos sócios produtivos, ou seja, potencial de desenvolvimento rural localizado, sem, contudo, alterar os interesses históricos das classes dominantes.

  • MARCIA REGINA DE ANDRADE
  • FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO SERGIPANO NO PERÍODO PROVINCIAL
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Nov 23, 2007
  • Dissertação

  • MARIA ORLANILZA FONTES DE OLIVEIRA
  • "SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL DA CITRICULTURA NO MUNICÍPIO DE BOQUIM-SE"
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Nov 23, 2007
  • Dissertação

  • SOCRATES OLIVEIRA MENEZES
  • DE "SUPÉRFLUOS" A SUJEITOS HISTÓRICOS NA CONTRAMÃO DO CAPITAL: A GEOGRAFIA DO (DES)TRABALHO
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Nov 21, 2007
  • Dissertação
  • Show resume
  • ...

  • VANESSA DIAS DE OLIVEIRA
  • AS TECNOLOGIAS E SUAS INTERFACES NO CAMPO COM ESTRATÉGIA DE CONTROLE DO CAPITAL
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Nov 21, 2007
  • Dissertação

  • MARLUCE ROCHA MELO DE SOUZA
  • AS TRANSFORMAÇÕES DO ESPAÇO E OS IMPACTOS DECORRENTES DAS ATIVIDADES DE CARNICICULTURA NO COMPLEXO ESTUARINO-LAGUNAR DO RIO SÃO FRANCISCO EM SERGIPE, BRASIL
  • Advisor : ARACY LOSANO FONTES
  • Data: Nov 12, 2007
  • Tese

  • HELIO MARIO DE ARAUJO
  • ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA BACIA COSTEIRA DO RIO SERGIPE
  • Advisor : LILIAN DE LINS WANDERLEY
  • Data: Oct 31, 2007
  • Tese

  • ELIANA DE PAULA BERGAMO
  • PLANEJAMENTO AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE FARTURA/SP
  • Advisor : JOSE ANTONIO PACHECO DE ALMEIDA
  • Data: Oct 30, 2007
  • Dissertação

  • MÉRCIA CARMELITA CHAGAS ALVES SANTOS
  • TERRITORIALIZAÇÃO DO ECOTURISMO NO DOMO DE ITABAIANA-SE
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Sep 6, 2007
  • Dissertação

  • FERNANDA VIANA DE ALCANTARA
  • AS POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL: O CASO DO PROJETO COMUNITÁRIO DO RIO GAVIÃO NO SUDOESTE DA BAHIA (1996-2004)
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Sep 3, 2007
  • Dissertação

  • CARLOS HERMÍNIO DE AGUIAR OLIVEIRA
  • "BACIA HIDROGRÁFICA E OS TERRITÓRIOS DA GESTÃO DAS ÁGUAS - ESTUDO DE CASO: A SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIACHO JACARÉ DO BAIXO SÃO FRANCISCO"
  • Advisor : MARIA AUGUSTA MUNDIM VARGAS
  • Data: Jul 5, 2007
  • Tese

  • MANOEL ALVES DE OLIVEIRA
  • A BARRAGEM DE ANAGÉ NO SUDOESTE DA BAHIA: A DINÂMICA NA PAISAGEM E NA REORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO
  • Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
  • Data: Jun 21, 2007
  • Dissertação

  • ANA MARIA MATOS ARAUJO
  • MOBILIDADE POPULACIONAL NA PRODUÇÃO DO ESPAÇO METROPOLITANO REGIONAL: O CASO DE FORTALEZA
  • Data: Jun 6, 2007
  • Tese

  • HORTENCIA DE ABREU GONCALVES
  • DOAÇÃO TESTAMENTÁRIAS E SUA RELAÇÃO COM A FORMAÇÃO DO ESPAÇO RURAL DE SERGIPE NO PERÍODO DE 1780-185
  • Advisor : LILIAN DE LINS WANDERLEY
  • Data: May 28, 2007
  • Tese

  • JOSEFA DE LISBOA SANTOS
  • "A TRAJETÓRIA DO DISCURSO DO DESENVOLVIMENTO PARA O NORDESTE: POLÍTICAS PÚBLICAS NA (DIS)SIMULAÇÃO DA ESPERANÇA"
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: May 28, 2007
  • Tese

  • ROSANGELA RESENDE ROCHA
  • AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL NO BAIXO COTINGUIBA
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Apr 16, 2007
  • Dissertação

  • SILVANA LÚCIA DA SILVA LIMA
  • " TRANSFORMAÇÕES SÓCIO TERRITORIAIS E O ESPAÇO RUARAL DO ALTO SERTÃO SERGIPANO"
  • Data: Apr 13, 2007
  • Tese

  • EDINUSIA MOREIRA CARNEIRO SANTOS
  • ASSOCIATIVISMO E TERRITORIALIDADE NA REGIÃO SISALEIRA DA BAHIA:RELAÇÕES COM O DESENVOLVIMENTO
  • Data: Mar 26, 2007
  • Tese

  • EDNICE DE OLIVEIRA FONTES
  • ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL NO EXTREMO SUL DA BAHIA: OS SEGMENTOS PRODUTIVOS DA
  • Data: Mar 26, 2007
  • Tese

  • ELAINE CHRISTIAN BARBOSA DOS SANTOS
  • QUESTÃO AGRÁRIA E DINÂMICA AMBIENTAL NOS ASSENTAMENTOS RURAIS CURRALINHO E VITÓRIA DA UNIÃO-SE
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Mar 16, 2007
  • Dissertação

  • GENESIO JOSE DOS SANTOS
  • MUDANÇAS TÉCNICAS E IMPACTOS AMBIENTAIS NA AGRICULTURA DE CANINDÉ DE SÃO FRANCISCO (1985-2005)
  • Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
  • Data: Feb 9, 2007
  • Dissertação

2006
Description
  • SILVANA SÁ DE CARVALHO
  • ORGANIZAÇÃO SÓCIO-ESPACIAL DA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR:UMA APLICAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE GEOPR
  • Data: Dec 1, 2006
  • Tese

  • LURDES BERTOL ROCHA
  • A REGIÃO CACAUEIRA DA BAHIA - UMA ABORDAGEM FENOMENOLÓGICA
  • Data: Nov 30, 2006
  • Tese

  • JOSÉ ADAILTON BARROSO DA SILVA
  • A COMISSÃO PASTORAL DA TERRA E A QUESTÃO AGRARIA:TRAJETÓRIA DE LUTA E RESISTÊNCIA NO BAIXO SÃO FRANC
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Nov 29, 2006
  • Dissertação

  • ELENI ALVES DOS SANTOS
  • SUSTENTABILIDADE DA PAISAGEM DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO VERRUGA, SUDOESTE DA BAHIA
  • Advisor : MARIA AUGUSTA MUNDIM VARGAS
  • Data: Oct 31, 2006
  • Dissertação

  • SELVINA DA COSTA MENDONÇA
  • DEPENDÊNCIA DO ESTADO COMO BARREIRA À EMANCIPAÇÃO DOS PEQUENOS PRODUTORES ASSENTADOS NO PERÍMETRO IR
  • Data: Oct 19, 2006
  • Dissertação

  • MARIA JOSÉ DOS SANTOS
  • PETROBRAS NA ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO DE CARMÓPOLIS
  • Advisor : MARIA AUGUSTA MUNDIM VARGAS
  • Data: Sep 19, 2006
  • Dissertação

  • VOLNANDY DE ARAGÃO BRITO
  • O ESPAÇO AGRÁRIO DA OVINOCAPRINOCULTURA NO SERTÃO NOROESTE DE SERGIPE NO PERÍODO DE 1980 A 2003
  • Advisor : ANA VIRGINIA COSTA DE MENEZES
  • Data: Aug 11, 2006
  • Dissertação

  • RAIMUNDA ÁUREA DIAS DE SOUSA
  • O PROCESSO DE EXPANSÃODO CAPITALISMO NO CAMPO,O AGRONEGÓCIO E A RESISTÊNCIA DA UNIDADE DE PRODUÇÃO F
  • Advisor : ALEXANDRINA LUZ CONCEICAO
  • Data: Jul 28, 2006
  • Dissertação

  • GIVALDO SANTOS DE JESUS
  • CAMPONESES ÓRFÃOS: FARINHEIROS DE RIBEIRÓPOLIS E SÃO DOMINGOS-SE - 1975-2005
  • Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
  • Data: Jul 4, 2006
  • Dissertação

  • LUCIDALVA ANDRADE DE MENEZES
  • CARACTERIZAÇÃO GEOAMBIENTAL DA BACIA DO RIO JOANES-BAHIA
  • Advisor : ARACY LOSANO FONTES
  • Data: Jun 20, 2006
  • Dissertação

  • UENE SOARES DE OLIVEIRA
  • O TRANSPORTE DE PASSAGEIROS E A CONFIGURAÇÃO TERRITORIAL DA MICRORREGIÃO DO PLANALTO DE VITÓRIA DA C
  • Data: Jun 20, 2006
  • Dissertação

  • MARYANE MENEZES SILVEIRA
  • FARINHADA: CONSTRUÇÃO SIMBÓLICA NA REPRODUÇÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR
  • Advisor : MARIA AUGUSTA MUNDIM VARGAS
  • Data: May 31, 2006
  • Dissertação

  • ANDRECKSA VIANA OLIVEIRA SAMPAIO
  • APREENSÃO DA PAISAGEM A PARTIR DO TURISMO NA CHAPADA DIAMANTINA-BAHIA
  • Advisor : VERA LUCIA ALVES FRANCA
  • Data: May 5, 2006
  • Dissertação

  • VILOMAR SANDES SAMPAIO
  • RELAÇÕES PRODUTIVAS: BISCOITOS CASEIROS COMO ESTRATÉGIA DE INCLUSÃO SOCIAL
  • Advisor : VERA LUCIA ALVES FRANCA
  • Data: May 4, 2006
  • Dissertação

  • MOACIR ARAÚJO DE SOUSA
  • O USO DO TERRITÓRIO E SUA RELAÇÃO COM A PRODUÇÃO DE CONFECÇÕES E BORDADOS EM TOBIAS BARRETO-SE
  • Data: Apr 24, 2006
  • Dissertação

  • PATRÍCIA LIMA MORAES SANTOS
  • TERRA, POPULAÇÃO E ECONOMIA NA FORMAÇÃO DO ESPAÇO AGRÁRIO EM MARUIM. (1850-1888)
  • Advisor : JOSUE MODESTO DOS PASSOS SUBRINHO
  • Data: Jan 13, 2006
  • Dissertação

2005
Description
  • ALINE BARBOSA DE ARAÚJO
  • A TERRITORIALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA: O PRONERA EM SERGIPE
  • Data: Sep 12, 2005
  • Dissertação

  • ALESSANDRA MAGDA DOS SANTOS DE SOUZA
  • AGICULTURA FAMILIAR: PERSPECTIVA DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL EM POÇO VERDE (SE)
  • Advisor : ARACY LOSANO FONTES
  • Data: Apr 7, 2005
  • Dissertação

2000
Description
  • JOSÉ LAVRES FILHO
  • Barra da onça: uma esperança frustrada de Reforma Agrária
  • Advisor : VERA LUCIA ALVES FRANCA
  • Data: Apr 18, 2000
  • Dissertação
  • Show resume
  • Este estudo apresenta uma avaliação do Assentamento Barra da Onça, 14 anos após a sua implantação. Situado no município de Poço Redondo, foi o marco inicial da reforma agrária em Sergipe. Este assentamento é resultante da fusão das terras das fazendas Bom Sucesso e Riacho do Capim, ocupadas por trabalhadores sem terra, em 1985. Para avaliar a situação do assentamento e das condições sócio-econômicas foram aplicados questionários com os assentados e realizadas entrevistas com lideranças locais e técnicos que assentem o projeto. A atividade agrícola baseia-se na pecuária leiteira e nos cultivos de milho e feijão, algodão e palma. Está em fase de implantação um projeto de caprinocultura leiteira para a fabricação de queijos. O assentamento Barra da Onça ainda carece de infra-estrutura de apoio aos serviços básicos de abastecimento de água, energia, estradas e nas áreas de saúde e educação, comprometendo a qualidade de vida das famílias assentadas. Em decorrência dessa situação tem ocorrido a evasão das famílias que, em 1996, já alcançava cerca de 35,7%. Se as deficiências não forem sanadas o assentamento Barra da Onça tornar-se-á inviável, sem impacto na economia local e não servirá como referência para outras áreas. As condições em que o projeto se encontra levam à conclusão de que os maiores beneficiários, de fato, foram os ex-proprietários, que receberem os recursos da desapropriação das terras consideradas apenas como reserva de valor. Atualmente, o assentamento constitui-se numa experiência frustrada de reforma agrária.

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