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Description |
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GEISEDRIELLY CASTRO DOS SANTOS
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Interações Geoecológicas nas Planícies de Marés do Litoral Centro-Sul Sergipano
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Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
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Data: Dec 14, 2016
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Tese
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Show resume
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A dinâmica estuarina no estado de Sergipe favoreceu a formação de planícies de marés em todas as desembocaduras fluviais, em áreas abrigadas da ação mecânica das ondas e que sofrem a influência do regime de marés, totalizando uma área estimada em cerca de 260 km². O objetivo da presente tese foi analisar a evolução da paisagem das planícies de marés existentes no litoral Centro-Sul de Sergipe. A pesquisa utilizou como procedimentos metodológicos, norteados pelo método da Geoecologia das Paisagens: aquisição, processamento das imagens de satélite e fotografias aéreas, criação dos shapes e construção dos mapeamentos temáticos; quantificação da área das classes temáticas; trabalho de campo e interpretação dos dados. As análises mostraram que as assinaturas energéticas das planícies de marés que compõem a área de estudo são similares, excetuando-se pela influência do tensor natural: dinâmica fluviomarinha e pelos tensores antropogênicos que atuam sobre a área de estudo. A análise evolutiva da planície de Maré entre os bairros 13 de Julho e Jardins (Aracaju/SE) mostrou que a redução da vegetação de mangue foi decorrente do assoreamento promovido pela erosão do pontal arenoso da Coroa do Meio e devido à baixa disponibilidade de nutrientes no sistema ambiental; A dinâmica evolutiva das planícies de marés da desembocadura do rio Vaza Barris (Itaporanga D’Ajuda/SE) revelou que as planícies de marés desenvolvidas em longo prazo estão em estabilidade, e as de curto prazo estão em instabilidade com tendência à redução pela erosão fluviomarinha e baixa disponibilidade de nutrientes; A análise evolutiva da desembocadura dos rios Piauí/Real (Estância/SE) revelou a ocorrência de planícies de marés de longo prazo que sofreram perdas severas de vegetação de mangue em decorrência da erosão fluviomarinha, com perda total de vegetação neste setor de 44.000 m². Concluiu-se a partir dos resultados que todas as planícies de marés localizadas nas desembocaduras analisadas possuem tendência geral à perda de vegetação de mangue tanto por influência fluviomarinha (Vaza Barris) como por influência fluviomarinha e antropogênica (Piauí/Real e Sergipe). O estudo geoecológico proposto serve de instrumento para auxiliar no planejamento ambiental da zona costeira sergipana no tocante ao reordenamento das ocupações humanas. Essas ações devem ocorrer em observância à variabilidade das linhas de costas associadas a desembocaduras fluviais, e no sentido da conservação dos sistemas ambientais, como segurança de sobrevivência para as comunidades, que dependem dos manguezais, e para manutenção da biodiversidade que se reflete em garantia de oferta alimentar para a sociedade como um todo.
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JOSEMAR HIPÓLITO DA SILVA
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ARRANJO PRODUTIVO LOCAL RURAL E AGROECOLOGIA: uma estratégia de desenvolvimento rural no território da Mata Alagoana/AL
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Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
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Data: Nov 14, 2016
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Dissertação
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Show resume
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A presente pesquisa tem como objetivo realizar uma análise do processo de desenvolvimento rural, a partir das ações do Arranjo Produtivo Local Fruticultura no Vale do Mundaú e da agroecologia, analisando as dimensões, econômica, político institucional, social, ambiental e cultural no território da Mata Alagoana, Alagoas. Partiu-se do pressuposto de problemas vivenciados pelos agricultores familiares a partir das recorrentes enchentes no rio Mundaú, em especial a ocorrida no ano de 2010. Foi a partir desta que, iniciou-se a falência das usinas de beneficiamento de cana-de-açúcar no território. Assim, foi preciso o Estado realizar a inserção dos municípios atingidos por esses problemas no Programa de Arranjos Produtivos Locais – PAPL, esse processo resultou em um novo arranjo produtivo para esse território, pautado em potencialidades já existentes, como a prática da cultura da fruticultura tendo como carro chefe os cultivos da Laranja Lima (Orgânica) e da Banana (prata e cumprida). Foi neste cenário que o APL potencializou características produtivas, humanas dos agricultores familiares que estão inseridos nos projetos e ações. A agroecologia exerce importância na valorização das mulheres e jovens, bem como a inserção a novos nichos de mercados pautados na certificação orgânica e na valorização das dimensões aqui analisadas. Neste contexto busca-se desenvolver práticas metodológicas que utiliza a análise de documentos técnicos e dados oficiais, relatórios de pesquisas, atas de reuniões, questionários e entrevistas gerados nas respectivas pesquisas e uma revisão bibliográfica focada nas temáticas discutidas, buscando atrelar as ações e projetos realizados pelo APL a proposição de parâmetros e indicadores ofereçam o devido suporte e possibilitem atender as questões e objetos requeridos na pesquisa. É possível identificar uma análise comparativa do acesso e abrangem das políticas públicas no Território com os municípios que integram o APL, para constatar a existência do desenvolvimento rural. Essa análise ganha reforço a partir dos processos que buscam a valorização da pequena agroindústria familiar, dos produtos locais, da inserção de grupos vulneráveis, constatando-se uma mudança na realidade produtiva, econômica, social e ambiental dos municípios envolvidos nas ações do APL.
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EDÉSIO ALVES DE JESUS
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AGROHIDRONEGÓCIO DO EUCALIPTO EM SERGIPE E REBATIMENTOS SOCIOAMBIENTAIS.
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Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
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Data: Aug 31, 2016
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Dissertação
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Show resume
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O presente trabalho tem como proposta mostrar os interesses do capital na apropriação da terra e da água como pressuposto emergencial para a geração de energia renovável a partir do derivado do monocultivo de eucalipto, que rebate sobre as áreas destinadas a produção alimentar, nos municípios de Estância e Itaporanga d’Ajuda, no estado de Sergipe. O avanço do agrohidronegócio de eucalipto revela dois processos definidos por Oliveira (1991; 2004; 2007): O primeiro, a monopolização do território, em que o capitalista não imobiliza dinheiro na compra da terra, e a produção sempre é realizada com trabalho dos pequenos e médios proprietários, que passam a substituir a produção alimentar pelo cultivo de eucalipto. Porém, quem define o preço da mercadoria final são os grandes produtores. O Segundo, a territorialização do capital, em que os grandes produtores de eucalipto detêm a terra, contratam trabalhadores e destinam a produção energética do eucalipto para abastecer os fornos e caldeias das indústrias. Esse cenário impõe uma centralidade nas disputas territoriais nos municípios da pesquisa, em que diferentes estratégias do agrohidronegócio asseguram a usurpação da renda do trabalhador e da natureza para usufruto da indústria. Como metodologia, adotamos a dialética materialista e como procedimentos, realizamos revisão bibliográfica em livros, teses, dissertações, revistas eletrônicas, trabalho de campo e documentos técnicos. Esses últimos foram buscados junto ao IBGE, relatório da IBÁ e as informações em órgãos e instituições e Secretaria de Estado, que disponibilizou a Base Cartográfica do Atlas Digital sobre os Recursos Hídricos do Estado de Sergipe, nos permitindo a elaboração dos mapas físicos e socioeconômicos. Observa-se que com o desenvolvimento do capitalismo na agricultura a questão agrária torna-se complexa. As tramas sobre a monopolização da terra, e hoje, do acesso e controle da água acirram as disputas territoriais e os problemas socioeconômicos e ambientais se expandem. A apropriação da natureza, portanto, se intensifica com a crescente demanda de matéria-prima. No Brasil, com a modernização na agricultura, novas áreas são incorporadas como garantia de produtividade de alguns produtos agrícolas; milho, soja, trigo, cana-de- açúcar e, recentemente, floresce o setor de plantio de floresta através do monocultivo de eucalipto, que torna o Brasil um dos principais exportadores de produtos derivados dessa cultura para a produção de madeira, celulose, papel, madeira em tora, pasta de celulose, carvão vegetal, etc. Em Sergipe, o agrohidronegócio se apropria da natureza com amplo apoio do Estado, que desde a década de 1990, com a implantação do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial acelera o processo produtivo das indústrias sergipanas, fazendo crescer a necessidade de recursos energéticos, o que promove a indução dos pequenos e médios proprietários de terra a cultivar eucalipto pelo discurso da viabilidade de renda e emprego, principalmente para os trabalhadores de assentamentos rurais, o que repercute de maneira diferenciada no campo impondo a luta pela terra.
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EDÉSIO ALVES DE JESUS
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AGROHIDRONEGÓCIO DO EUCALIPTO EM SERGIPE E REBATIMENTOS SOCIOAMBIENTAIS.
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Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
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Data: Aug 31, 2016
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Dissertação
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Show resume
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O presente trabalho tem como proposta mostrar os interesses do capital na apropriação da terra e da água como pressuposto emergencial para a geração de energia renovável a partir do derivado do monocultivo de eucalipto, que rebate sobre as áreas destinadas a produção alimentar, nos municípios de Estância e Itaporanga d’Ajuda, no estado de Sergipe. O avanço do agrohidronegócio de eucalipto revela dois processos definidos por Oliveira (1991; 2004; 2007): O primeiro, a monopolização do território, em que o capitalista não imobiliza dinheiro na compra da terra, e a produção sempre é realizada com trabalho dos pequenos e médios proprietários, que passam a substituir a produção alimentar pelo cultivo de eucalipto. Porém, quem define o preço da mercadoria final são os grandes produtores. O Segundo, a territorialização do capital, em que os grandes produtores de eucalipto detêm a terra, contratam trabalhadores e destinam a produção energética do eucalipto para abastecer os fornos e caldeias das indústrias. Esse cenário impõe uma centralidade nas disputas territoriais nos municípios da pesquisa, em que diferentes estratégias do agrohidronegócio asseguram a usurpação da renda do trabalhador e da natureza para usufruto da indústria. Como metodologia, adotamos a dialética materialista e como procedimentos, realizamos revisão bibliográfica em livros, teses, dissertações, revistas eletrônicas, trabalho de campo e documentos técnicos. Esses últimos foram buscados junto ao IBGE, relatório da IBÁ e as informações em órgãos e instituições e Secretaria de Estado, que disponibilizou a Base Cartográfica do Atlas Digital sobre os Recursos Hídricos do Estado de Sergipe, nos permitindo a elaboração dos mapas físicos e socioeconômicos. Observa-se que com o desenvolvimento do capitalismo na agricultura a questão agrária torna-se complexa. As tramas sobre a monopolização da terra, e hoje, do acesso e controle da água acirram as disputas territoriais e os problemas socioeconômicos e ambientais se expandem. A apropriação da natureza, portanto, se intensifica com a crescente demanda de matéria-prima. No Brasil, com a modernização na agricultura, novas áreas são incorporadas como garantia de produtividade de alguns produtos agrícolas; milho, soja, trigo, cana-de- açúcar e, recentemente, floresce o setor de plantio de floresta através do monocultivo de eucalipto, que torna o Brasil um dos principais exportadores de produtos derivados dessa cultura para a produção de madeira, celulose, papel, madeira em tora, pasta de celulose, carvão vegetal, etc. Em Sergipe, o agrohidronegócio se apropria da natureza com amplo apoio do Estado, que desde a década de 1990, com a implantação do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial acelera o processo produtivo das indústrias sergipanas, fazendo crescer a necessidade de recursos energéticos, o que promove a indução dos pequenos e médios proprietários de terra a cultivar eucalipto pelo discurso da viabilidade de renda e emprego, principalmente para os trabalhadores de assentamentos rurais, o que repercute de maneira diferenciada no campo impondo a luta pela terra.
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EDILMA JOSÉ DA SILVA
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A TERRITORIALIZAÇÃO DA POLÍTICA DE NUCLEAÇÃO E O FECHAMENTO DE ESCOLAS NO CAMPO EM UNIÃO DOS PALMARES/AL (2005-2015)
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Advisor : ERALDO DA SILVA RAMOS FILHO
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Data: Aug 31, 2016
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Dissertação
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Show resume
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A educação escolar brasileira tem suas origens marcadas por um contexto de opressão e exclusão da classe dominante sobre a classe trabalhadora, em especial aquela que vive e trabalha no campo e, nesse sentido, ao considerarmos as políticas educacionais voltadas para o campo percebemos que essas empenharam-se somente na formação de capital humano para atender às demandas econômicas do país. Essa ênfase dada à formação de capital humano caracterizou todas as legislações que se voltaram para a educação rural. No sentido inverso ao que elas propõem, os movimentos socioterritorias empenharam-se em construir propostas que, pela via política, apresentam novas possibilidades de pensar a educação, pautada no conceito contra hegemônico da educação do campo. No contexto dessa disputa entre o que impõe o Estado e o que propõem os movimentos socioterritoriais, este estudo tem por objetivo analisar o processo de territorialização da política de nucleação e o fechamento das escolas no campo em União dos Palmares/AL, no período entre 2005 e 2015. Para isso, em seus capítulos, ele apresenta o processo histórico de formação territorial e educacional de Alagoas; trata do processo de construção da educação brasileira, com ênfase no desenvolvimento de políticas públicas educacionais que atendem aos sujeitos do meio rural; apresenta um panorama da realidade educacional e identifica as iniciativas governamentais no âmbito municipal quanto a territorialização da política de nucleação de escolas no município em estudo; bem como analisa a perspectiva das famílias acerca do processo de nucleação a fim de confrontar essas falas com os discursos oficiais da secretaria de educação. A política analisada aqui surge com a intenção de concentrar recursos e racionalizar custos, com o discurso de melhoramento da qualidade educacional, pautada em um discurso neoliberal enraizado, que, na prática, se traduz na precarização e consequente fechamento das escolas no campo. As bases metodológicas da pesquisa estão fundamentadas entre a teoria e a prática e levarão em consideração sua natureza qualitativa e quantitativa, destacando-se revisões da literatura acerca das temáticas trabalhadas, além de levantamentos de dados primários e secundários, para compor um panorama situacional da realidade do objeto pesquisado no município estudado. O trabalho de campo, enquanto elemento que dá subsídio a uma pesquisa qualitativa, foi realizado mediante entrevistas semiestruturadas in loco comrepresentantes da Secretaria Municipal de Educação de União dos Palmares – AL, gestores, professores e pais de alunos das escolas polos estudadas.
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EDILMA JOSÉ DA SILVA
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A TERRITORIALIZAÇÃO DA POLÍTICA DE NUCLEAÇÃO E O FECHAMENTO DE ESCOLAS NO CAMPO EM UNIÃO DOS PALMARES/AL (2005-2015)
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Advisor : ERALDO DA SILVA RAMOS FILHO
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Data: Aug 31, 2016
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Dissertação
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Show resume
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A educação escolar brasileira tem suas origens marcadas por um contexto de opressão e exclusão da classe dominante sobre a classe trabalhadora, em especial aquela que vive e trabalha no campo e, nesse sentido, ao considerarmos as políticas educacionais voltadas para o campo percebemos que essas empenharam-se somente na formação de capital humano para atender às demandas econômicas do país. Essa ênfase dada à formação de capital humano caracterizou todas as legislações que se voltaram para a educação rural. No sentido inverso ao que elas propõem, os movimentos socioterritorias empenharam-se em construir propostas que, pela via política, apresentam novas possibilidades de pensar a educação, pautada no conceito contra hegemônico da educação do campo. No contexto dessa disputa entre o que impõe o Estado e o que propõem os movimentos socioterritoriais, este estudo tem por objetivo analisar o processo de territorialização da política de nucleação e o fechamento das escolas no campo em União dos Palmares/AL, no período entre 2005 e 2015. Para isso, em seus capítulos, ele apresenta o processo histórico de formação territorial e educacional de Alagoas; trata do processo de construção da educação brasileira, com ênfase no desenvolvimento de políticas públicas educacionais que atendem aos sujeitos do meio rural; apresenta um panorama da realidade educacional e identifica as iniciativas governamentais no âmbito municipal quanto a territorialização da política de nucleação de escolas no município em estudo; bem como analisa a perspectiva das famílias acerca do processo de nucleação a fim de confrontar essas falas com os discursos oficiais da secretaria de educação. A política analisada aqui surge com a intenção de concentrar recursos e racionalizar custos, com o discurso de melhoramento da qualidade educacional, pautada em um discurso neoliberal enraizado, que, na prática, se traduz na precarização e consequente fechamento das escolas no campo. As bases metodológicas da pesquisa estão fundamentadas entre a teoria e a prática e levarão em consideração sua natureza qualitativa e quantitativa, destacando-se revisões da literatura acerca das temáticas trabalhadas, além de levantamentos de dados primários e secundários, para compor um panorama situacional da realidade do objeto pesquisado no município estudado. O trabalho de campo, enquanto elemento que dá subsídio a uma pesquisa qualitativa, foi realizado mediante entrevistas semiestruturadas in loco comrepresentantes da Secretaria Municipal de Educação de União dos Palmares – AL, gestores, professores e pais de alunos das escolas polos estudadas.
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GABRIELA SILVEIRA ROCHA
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PLURIATIVIDADE E CAPITAL SOCIAL: ESTRATÉGIAS UTILIZADAS NOS MUNICÍPIOS DO TERRITÓRIO DE IDENTIDADE DE VITÓRIA DA CONQUISTA-BA PARA COMBATER A POBREZA RURAL E ESTIMULAR O DESENVOLVIMENTO LOCAL
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Advisor : DEAN LEE HANSEN
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Data: Aug 31, 2016
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Tese
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Show resume
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A modernização da agricultura, a integração do setor agrícola aos demais setores da economia, a emergência de novas atividades que foram acrescidas ao rural em adaptação à reestruturação produtiva da agricultura e o aparecimento de novas ruralidades alteraram as relações de trabalho no campo e também modificaram a forma de organização da agricultura familiar. Com base nessas mudanças, a noção de pluriatividade passou a ser usada para entender a multiplicidade de formas de trabalho que ocorrem dentro e fora da propriedade. Já que a pluriatividade incorpora conceitos de diversificação produtiva e de agricultura em tempo parcial, sendo consideradas atividades pluriativas todas as atividades exercidas por todos os membros dos domicílios, inclusive as ocupações por conta própria, o trabalho assalariado e não assalariado, realizado dentro e/ou fora da exploração agrícola. Frente ao contexto apresentado, este estudo analisa a repercussão da pluriatividade e do capital social utilizadas pelas famílias pluriativas para combater a pobreza rural e estimular o desenvolvimento local em sete municípios (Anagé, Belo Campo, Barra do Choça, Caraíbas, Planalto, Tremedal, Vitória da Conquista) do Território de Identidade de Vitória da Conquista. Para atingir esse objetivo, construiu uma concepção teórica fundamentada em autores da Geografia, da Economia e da Sociologia Rural que discutem as categorias território, capital social, desenvolvimento local/endógeno e a pluriatividades. A tese buscou respaldo teórico em Raffestin, Haesbaert, Sen, Amaral Filho, Schneider dentre outros, para discutir como o território pode ser usado por seus atores para gerar melhores condições de vida e combater a pobreza rural. Como procedimentos metodológicos foram utilizados instrumentos da pesquisa indireta (coleta de dados em instituições e órgãos públicos) e direta (operacionalizada com atores sociais e institucionais por amostragem aleatória); nessas etapas, foram aplicados questionários semiestruturados com os pluriativos e realizadas entrevistas com representantes das Secretarias de Infraestrutura, Agricultura e Planejamento das Prefeituras da região, sindicatos, associações e cooperativas. As conclusões apontam que houve no território uma melhoria da qualidade de vida com a adoção de práticas pluriativas e com a presença do capital social entre as famílias pluriativas. No entanto, não existe um planejamento formal e estratégico destinado ao território a fim de unir as famílias em torno da atividade pluriativa e do capital social para combater a pobreza rural.
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GABRIELA SILVEIRA ROCHA
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Capital social, Pluriatividade e Desenvolvimento local: tratos e retratos do sudoeste da Bahia.
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Advisor : DEAN LEE HANSEN
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Data: Aug 31, 2016
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Tese
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Show resume
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A modernização da agricultura, a integração do setor agrícola aos demais setores da economia, a emergência de novas atividades que foram acrescidas ao rural em adaptação à reestruturação produtiva da agricultura e o aparecimento de novas ruralidades alteraram as relações de trabalho no campo e também modificaram a forma de organização da agricultura familiar. Com base nessas mudanças, a noção de pluriatividade passou a ser usada para entender a multiplicidade de formas de trabalho que ocorrem dentro e fora da propriedade. Já que a pluriatividade incorpora conceitos de diversificação produtiva e de agricultura em tempo parcial, sendo consideradas atividades pluriativas todas as atividades exercidas por todos os membros dos domicílios, inclusive as ocupações por conta própria, o trabalho assalariado e não assalariado, realizado dentro e/ou fora da exploração agrícola. Frente ao contexto apresentado, este estudo analisa a repercussão da pluriatividade e do capital social utilizadas pelas famílias pluriativas para combater a pobreza rural e estimular o desenvolvimento local em sete municípios (Anagé, Belo Campo, Barra do Choça, Caraíbas, Planalto, Tremedal, Vitória da Conquista) do Território de Identidade de Vitória da Conquista. Para atingir esse objetivo, construiu uma concepção teórica fundamentada em autores da Geografia, da Economia e da Sociologia Rural que discutem as categorias território, capital social, desenvolvimento local/endógeno e a pluriatividades. A tese buscou respaldo teórico em Raffestin, Haesbaert, Sen, Amaral Filho, Schneider dentre outros, para discutir como o território pode ser usado por seus atores para gerar melhores condições de vida e combater a pobreza rural. Como procedimentos metodológicos foram utilizados instrumentos da pesquisa indireta (coleta de dados em instituições e órgãos públicos) e direta (operacionalizada com atores sociais e institucionais por amostragem aleatória); nessas etapas, foram aplicados questionários semiestruturados com os pluriativos e realizadas entrevistas com representantes das Secretarias de Infraestrutura, Agricultura e Planejamento das Prefeituras da região, sindicatos, associações e cooperativas. As conclusões apontam que houve no território uma melhoria da qualidade de vida com a adoção de práticas pluriativas e com a presença do capital social entre as famílias pluriativas. No entanto, não existe um planejamento formal e estratégico destinado ao território a fim de unir as famílias em torno da atividade pluriativa e do capital social para combater a pobreza rural.
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MARIA JOSEANE COSTA SANTOS
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O Programa de microcrédito Crediamigo: microfinanças e mercado de trabalho na política de geração de emprego e renda em Itabaiana-SE
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Advisor : ANA ROCHA DOS SANTOS
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Data: Aug 31, 2016
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Dissertação
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Show resume
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A crise do sistema capitalista pós década de 1960 iniciou uma nova fase da produção e acumulação do capital voltada à finanaceirização da economia e mudanças no mundo do trabalho que passou a ser flexível e ainda mais precário. Nesse cenário, ações foram direcionadas a diversos setores produtivos que possibilitaram a extração da mais-valia dos trabalhadores, como a implementação de políticas de financiamento, dentre as quais se destaca a de crédito destinada aos mais pobres. No Brasil, as políticas de financiamento direcionadas ao combate à pobreza ganharam destaque em âmbito nacional, sobretudo, a partir dos anos 2000, com a criação do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO), voltado para a promoção da inclusão social. Tal política, no entanto, introduz os que possuem menor renda na financeirização da economia através da facilitação ao crédito e abertura de negócios sob a forma de compartilhamento solidário entre os que solicitam os recursos conjuntamente. O crédito está associado à ideia de direitos sociais, emancipação individual e inclusão social dos sujeitos na escala local. Analisar a política de financiamento do microcrédito por meio do Programa Crediamigo, oferecido pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e suas implicações espaciais sobre o mundo do trabalho em Itabaiana/SE foi o objetivo desta pesquisa. Para desenvolvê-la fez-se uma leitura geográfica crítica do Programa Crediamigo e sua relação com a financeirização da economia, na medida em que a política de microcrédito apresenta um desdobramento espacial. Em Itabaiana, o Programa Crediamigo possui mais de quinze mil clientes vinculados na agência bancária do município, que inclui clientes dos municípios de Areia Branca, Campo do Brito, Itabaiana, Frei Paulo, Macambira, Malhador, Moita Bonita, Nossa Senhora Aparecida, Ribeirópolis, São Domingos e São Miguel do Aleixo. Da clientela do Banco do Nordeste, inserida no Crediamigo, na região mais de 50% são da sede municipal de Itabaiana, demonstrando a intensa inserção dos moradores locais na lógica da financeirização sob o discurso da promoção do emprego e renda propiciando a captação de valor criado na esfera produtiva pelos trabalhadores para acumulação capitalista. Este município se destaca por ser conhecido pela sua “vocação empreendedora” como o local de vocação comercial, capaz de realizar o desenvolvimento pela capacidade empreendedora dos indivíduos constituindo-se em um espaço fecundo para mobilização e implementação de programas de crédito como o Crediamigo. Este é um dos programas mais efetivos no estado como revelam os balanços disponibilizados pelo BNB. Entretanto, o que se vê no Programa Crediamigo é o estímulo ao endividamento dos trabalhadores, os quais são induzidos ao término de cada quitação buscar novos empréstimos, funcionando como um círculo vicioso, que mantém os trabalhadores associados ao fomento das microfinanças e à transferência de valor para esfera finanaceira por meio do pagamento de empréstimos. Observou-se que na maioria das vezes, os tomadores de empréstimos dessa linha de financiamento estão inclusos em ocupações de baixa remuneração e informais, as quais oferecem pequena estabilidade financeira e nenhuma garantia trabalhista. Nesse sentido, revela-se a configuração de um programa que desfruta da precariedade dos sujeitos “beneficiados”, os quais são levados a ingressarem em uma linha de crédito por meio do consentimento da responsabilização do seu “sucesso” ou “fracasso” a partir do direito de possuir um negócio garantido pela liberação capital para sua abertura. Foi destacado também que apesar do Programa estar associado, em sua concepção, à oferta de acompanhamento e orientação, esta ocorre no momento da liberação do primeiro empréstimo, após este momento, há orientação apenas se houver problemas com o pagamento, revelando a natureza do Programa, atrelado à reprodução ampliada do capital via financeirização. Desse modo, a partir da realidade estudada, o Programa Crediamigo se destaca como catalisador para incluir a classe trabalhadora local no circuito capitalista, que necessita submeter todos no mercado de trabalho, não importa se através de relações de trabalho precárias, configurando uma inclusão restritiva, que não garante a realização humana. Foi identificado o envolvimento dos trabalhadores com formas precarizadas de trabalho e também como uma segunda renda para complementar outro tipo de atividade já realizada. Assim, a pesquisa apontou que para os envolvidos na política de microcrédito (Crediamigo), não é restrita a garantia de produção de emprego e renda, mas de sobrevivência diante do quadro da lógica destrutiva do capital que impõe a milhões de trabalhadores a condição de superfluidade.
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PAULO HENRIQUE SILVEIRA LIMA
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A CADEIA PRODUTIVA DA BORRACHA NATURAL BRASILEIRA
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Advisor : DEAN LEE HANSEN
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Data: Aug 31, 2016
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Tese
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Show resume
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Esta tese analisa a cadeia produtiva da borracha natural brasileira. Como a borracha natural tem propriedades que nenhum outro produto possui, tais como resiliência, antiabrasividade, isolamento, impermeabilidade a líquidos e gases, é um produto insubstituível e estratégico. Portanto, além de ser utilizada na fabricação de mais de quarenta mil objetos, é essencial para a mobilidade humana, uma vez que é o principal componente na fabricação dos pneus utilizados nos meios de transporte mundiais, da bicicleta ao avião, além das naves aeroespaciais e das vedações nos transportes aquáticos. Visto que no atual período técnico-científico-informacional a informação se baseia na comunicação e na circulação, a borracha natural é um produto indispensável. Assim, a presente tese investiga os motivos do Brasil, país de origem da seringueira, ter perdido sua produtividade e competitividade, deixado de ser hegemônico e exportador, enquanto os países do Sudeste asiático que levaram ilegalmente as sementes de seringueira do Brasil assumiram a hegemonia da produção da borracha natural consumida no mercado mundial. O objetivo geral foi analisar a cadeia produtiva da borracha natural brasileira, demonstrando que a forma de uso da ciência, tecnologia e inovação (CT&I), das políticas e das estratégias públicas e empresariais, nas distintas regiões produtivas do país, têm sido determinantes nos resultados de produtividade e competitividade de toda a cadeia. O conceito de cadeia produtiva tem sido utilizado para encadear as diversas etapas e agentes envolvidos na produção, distribuição, comercialização, assistência técnica, crédito etc. e consumo de uma determinada mercadoria, a fim de permitir uma visão sistêmica, ao invés de fragmentada das diversas etapas pelas quais passa um produto, antes de alcançar o consumidor final. Esse conceito foi utilizado nesta tese como instrumento sistêmico e prospectivo para representar a produção de borracha natural no Brasil, comandada por agentes hegemônicos globais, representados pelas grandes redes de industriais de pneumáticos, mas com a etapa de cultivo da seringueira sendo processada localmente, pela agricultura familiar e usinas e/ou por sistemas agroindustriais. A metodologia utilizada nesta tese foi a coleta de dados em revistas especializadas, artigos e trabalhos científicos, sítios oficiais e privados, visitas a seringais, participação e pesquisa em congressos e entrevistas. Os resultados foram tabulados em gráficos, tabelas, mapas e painéis fotográficos. Uma das principais conclusões foi a de que enquanto os países asiáticos que levaram ilegalmente as sementes de seringueira do Brasil produzem cerca de 93% da borracha natural mundial, o Brasil que já produziu 100% desse total produz atualmente 1%; e que em toda a região Norte que já produziu 100% da borracha natural do país atualmente se produz cerca de 3%. Enquanto apenas o estado de São Paulo já produz 54% desse total, tornando-se o principal produtor do país, seguido pela Bahia com 17%. A explicação é que na cadeia produtiva de borracha natural da Ásia e nas regiões produtivas da cadeia em São Paulo e da Bahia os programas de estado e empresariais com aporte de ciência, tecnologia e inovação foram determinantes para essa boa produtividade e competitividade. Como essas tecnologias não estão igualmente distribuídas nas diversas regiões produtivas brasileiras, e nem em todos os setores da cadeia, o país tem tido baixa produtividade e competitividade. Até as modernas redes de pneumáticas brasileiras, o setor com melhor capacidade produtiva da cadeia, está perdendo competitividade para as pneumáticas da Europa e da Ásia.
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REUEL MACHADO LEITE
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A AGROECOLOGIA NECESSITA DE LICUTIXO: Contribuições do Método Camponês a Camponês e da Produção Agroecológica Integrada e Sustentável à resistência camponesa em assentamentos de reforma agrária, Estância - SE .
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Advisor : ERALDO DA SILVA RAMOS FILHO
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Data: Aug 31, 2016
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Dissertação
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Show resume
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Após a segunda guerra mundial, foi desenvolvida com o apoio de fundações privadas, como a Rockfeller, um pacote tecnológico chamado de Revolução Verde, baseado no uso de insumos químicos, agrotóxicos, na monocultura, e na seleção de sementes e de animais, na motorização e mecanização. Devido aos graves impactos deste modelo surgiram movimentos de agricultura alternativa, que possuem como base de sustentação a agroecologia. O objetivo de nossa dissertação é analisar a contribuição da Rede Camponês a Camponês (RCAC) e da tecnologia social Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS) para a resistência camponesa nos assentamentos de reforma agrária de Estância – Sergipe, tendo como recorte analítico as estratégias camponesas criadas para a construção/difusão da agroecologia. A RCAC está fundamentada na troca de saberes entre camponeses, tendo como base o Modo Camponês de Fazer Agricultura (MCFA) e a agroecologia. Já a PAIS é uma tecnologia social reaplicável, que visa a melhoria da alimentação de populações pobres no campo, bem como o aprendizado de conhecimento agroecológicos. Esta tem como um dos seus escopos empreendedorismo social e o combate a pobreza. Portanto, busca-se aqui analisar as contradições do processo de construção da agroecologia. Para tal, delimitamos como recorte empírico, três assentamentos de reforma agrária, a saber: Rosa Luxemburgo, 17 de abril e Paulo Freire II. Nossa pesquisa possui elementos quantitativos e qualitativos. Na primeira, reunimos dados do Sistema Nacional de Cadastro Rural, para nos auxiliar na leitura da estrutura fundiária sergipana e estanciana; dados do Relatório de Impactos Socioterritóriais (RIST), aplicados nos assentamentos supracitados; e por fim os dados do Senso Agropecuário, que nos auxiliou no tocando ao consumo de agrotóxicos e de adubos químicos e orgânicos. Em sua dimensão qualitativa, a partir da perspectiva da observação participante, buscamos participar dos intercambios da RCAC, além da aplicação de entrevistas semiestruturadas junto aos camponeses da rede. Para nos auxiliar em nossa análise da RCAC e do PAIS, nos valemos da leitura das disputas em torno dos territórios imateriais forjados a partir dos estudos agrários, que são eles: o Paradigma da Questão Agrária (PQA) e o Paradigma do Capitalismo Agrário (PCA). Uma das questões levantadas por nós neste estudo reside na relação que estes paradigmas possuem com a agroecologia praticada pela RCAC e pela PAIS. Outro elemento importante, se refere a análise da expanção do capital monopolista da citricultura em Sergipe, fundamental para enterdemos o processo de resistência no município de Estância. Este último processo está relacionado ao processo de territorialização do campesinato pela luta pela terra, pela luta na terra. A partir desta dissertação analisamos a contribuição da Rede de Camponês a Camponês (RCAC) e da tecnologia social Produção Agroelógica Integrada e Sustentável (PAIS) para resistência camponesa nos assentamentos de Estância – Sergipe. Abordamos também o papel ativo do campesinato ao selecionar e experimentar experiências, fato que permite à própria rede delimitar um conceito próprio de agroecologia. Demarcamos também o conceito de agroecologia estabelecido na RCAC e no PAIS. Após a segunda guerra mundial, foi desenvolvida com o apoio de fundações privadas, como a Rockfeller, um pacote tecnológico chamado de Revolução Verde, baseado no uso de insumos químicos, agrotóxicos, na monocultura, e na seleção de sementes e de animais, na motorização e mecanização. Devido aos graves impactos deste modelo surgiram movimentos de agricultura alternativa, que possuem como base de sustentação a agroecologia. O objetivo de nossa dissertação é analisar a contribuição da Rede Camponês a Camponês (RCAC) e da tecnologia social Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS) para a resistência camponesa nos assentamentos de reforma agrária de Estância – Sergipe, tendo como recorte analítico as estratégias camponesas criadas para a construção/difusão da agroecologia. A RCAC está fundamentada na troca de saberes entre camponeses, tendo como base o Modo Camponês de Fazer Agricultura (MCFA) e a agroecologia. Já a PAIS é uma tecnologia social reaplicável, que visa a melhoria da alimentação de populações pobres no campo, bem como o aprendizado de conhecimento agroecológicos. Esta tem como um dos seus escopos empreendedorismo social e o combate a pobreza. Portanto, busca-se aqui analisar as contradições do processo de construção da agroecologia. Para tal, delimitamos como recorte empírico, três assentamentos de reforma agrária, a saber: Rosa Luxemburgo, 17 de abril e Paulo Freire II. Nossa pesquisa possui elementos quantitativos e qualitativos. Na primeira, reunimos dados do Sistema Nacional de Cadastro Rural, para nos auxiliar na leitura da estrutura fundiária sergipana e estanciana; dados do Relatório de Impactos Socioterritóriais (RIST), aplicados nos assentamentos supracitados; e por fim os dados do Senso Agropecuário, que nos auxiliou no tocando ao consumo de agrotóxicos e de adubos químicos e orgânicos. Em sua dimensão qualitativa, a partir da perspectiva da observação participante, buscamos participar dos intercambios da RCAC, além da aplicação de entrevistas semiestruturadas junto aos camponeses da rede. Para nos auxiliar em nossa análise da RCAC e do PAIS, nos valemos da leitura das disputas em torno dos territórios imateriais forjados a partir dos estudos agrários, que são eles: o Paradigma da Questão Agrária (PQA) e o Paradigma do Capitalismo Agrário (PCA). Uma das questões levantadas por nós neste estudo reside na relação que estes paradigmas possuem com a agroecologia praticada pela RCAC e pela PAIS. Outro elemento importante, se refere a análise da expanção do capital monopolista da citricultura em Sergipe, fundamental para enterdemos o processo de resistência no município de Estância. Este último processo está relacionado ao processo de territorialização do campesinato pela luta pela terra, pela luta na terra. A partir desta dissertação analisamos a contribuição da Rede de Camponês a Camponês (RCAC) e da tecnologia social Produção Agroelógica Integrada e Sustentável (PAIS) para resistência camponesa nos assentamentos de Estância – Sergipe. Abordamos também o papel ativo do campesinato ao selecionar e experimentar experiências, fato que permite à própria rede delimitar um conceito próprio de agroecologia. Demarcamos também o conceito de agroecologia estabelecido na RCAC e no PAIS.
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VALDEMIR DOS SANTOS
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DA ORGANIZAÇÃO À CRISE DO SISTEMA INTEGRADO DO TRANSPORTE COLETIVO NA GRANDE ARACAJU (1985 A 2015)
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Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
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Data: Aug 31, 2016
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Dissertação
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Show resume
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O espaço urbano das grandes metrópoles mundiais cada vez mais enfrenta dificuldades na forma de uso da mobilidade urbana e o transporte público coletivo ainda é o melhor modal a ser usado para essa finalidade. No Brasil não poderia ser diferente, o transporte público coletivo de passageiros é o grande responsável pela mobilidade da massa populacional de grandes e médios centros urbanos e o responsável pela formação da rede urbana a partir de seus traçados formados por ruas, avenidas, pontos de paradas e terminais de embarques e desembarques ligando os mais diversos pontos da(s) cidade(s). Porém, ao longo dos anos percebe-se que essa modalidade de transporte organizado para promover não só a mobilidade urbana, mas também o desenvolvimento dessas cidades vêm enfrentando uma grave crise estrutural, a qual reflete tanto em seus usuários quanto no uso do espaço urbano. Os municípios de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão e mais recentemente, Barra dos Coqueiros, portanto, a região metropolitana de Aracaju com uma área total de 865,813 km² chamaram a atenção com seu sistema de integrado de transporte público coletivo de passageiros por ônibus, tanto pelos objetivos reais de sua criação quanto por sua crise estrutural, mas também por sua ilegalidade funcional. Esta pesquisa se justifica pela observância desses elementos assim como pela experiência de pesquisador do transporte público de passageiros dessa região metropolitana. Ademais, como continuidade do trabalho monográfico desenvolvido na graduação. O método de análise baseou-se na abordagem sistêmica enquanto que os procedimentos metodológicos basearam-se na elaboração de cartas temáticas, levantamentos bibliográficos e documentais, trabalho de campo, análise e tabulação dos dados coletados durante a pesquisa e redação final da pesquisa. Objetivou-se analisar o surgimento do sistema integrado de transporte público coletivo de passageiros por ônibus dentro das limitações estabelecidas pela escala espacial; avaliar as políticas públicas implantadas no sistema integrado ao longo dos 30 anos; identificar os elementos causadores da crise do sistema integrado e suas consequências no cotidiano dos seus usuários; avaliar o impacto da crise da mobilidade da população que depende do sistema integrado de transporte coletivo da Grande Aracaju; verificar a relação entre a urbanização e a oferta do transporte público na região da Grande Aracaju sob a luz do plano de mobilidade urbana dos municípios envolvidos e; analisar sob o ponto de vista da geografia regional as potencialidades e perspectivas de implantação de um plano de mobilidade metropolitano. Este trabalho poderá contribuir para os gestores públicos e privados (empresários do setor) na identificação dos nós que dificultam o bom andamento do sistema e assim desenvolver políticas públicas e privadas para sua melhoria, assim como na identificação da complexidade da mobilidade urbana dessa região para melhor empreender políticas corretivas melhorando a mobilidade da população.
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GENIVÂNIA MARIA DA SILVA
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O (DES) MASCARAMENTO DO DESENVOLVIMENTO LOCAL/SUSTENTÁVEL NO (DES) ENVOLVIMENTO DAS INDÚSTRIAS DE CERÂMICA VERMELHA E OLARIAS NO ESTADO DE SERGIPE
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Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
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Data: Aug 30, 2016
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Dissertação
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Show resume
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Como corolário das transformações implementadas pelo processo de restruturação produtiva e descentralização econômica, política e social no contexto de mundialização do capital, foi estruturado no Brasil nas últimas décadas do século XX, um novo modelo de desenvolvimento endógeno embasado na ideologia localista. O local passa a ser a nova escala de concentração de capitais, se apresenta como a saída para o capital remediar sua crise estrutural. As políticas locais passam a ser valorizadas pelo Estado neoliberal, o qual transfere para os atores locais o protagonismo de promoverem o desenvolvimento econômico e social a partir de estratégias empreendedoras que valorizem a cultura, as potencialidades do território e apresentem conotação sustentável. Neste contexto se revitaliza a atenção sobre os estudos dos Arranjos produtivos Locais, entendidos como catalisadores do desenvolvimento, uma “nova” proposta para organizar a produção econômica de um território, oportunizar emprego, renda e trabalho. A presença de olarias e de cerâmicas vermelhas em vários municípios do território sergipano tem despertado a atenção do Governo do Estado que embasado no desenvolvimento local/sustentável, passou a apoiar a junção destas indústrias em aglomerados produtivos, entendido como estratégia para dinamizar a economia do território, promover o desenvolvimento social, etc. Como os interesses do Estado imiscuir-se com os dos capital, o discurso do “novo” Desenvolvimento se traduz em mais uma forma dissimulada para assegurar a apropriação de novos territórios/espaços, exploração da força de trabalho e produção da natureza a serviço da acumulação do capital nesta atividade produtiva. Dessa forma, a presente pesquisa analisa o (des) envolvimento das indústrias de cerâmicas vermelhas e olarias no território sergipano sob a égide do discurso do desenvolvimento sustentável/local e seus rebatimentos na apropriação da natureza, do trabalho e do território a serviço da reprodução do capital. O estudo reconhece a necessidade de desmascarar esta ideologia do desenvolvimento que constrói uma sociabilidade de relações harmoniosas e autônomas entre os atores locais na promoção do desenvolvimento econômico e social, bem como na geração de emprego e trabalho e na produção sustentável das cerâmicas vermelhas e olarias, quando em essência serve para deslegitimar a produção desigual e contraditória do território, atribuindo-lhe conotação passiva entre os atores locais, ou seja, abstrai-se o conflito capital/trabalho, as relações de poder avivadas no local. O estudo foi realizado em uma pesquisa qualitativa através de referências bibliográficas e trabalho de campo que esteve alicerçado nos pressupostos do materialismo dialético e permitiu desnudar a incongruência do desenvolvimento local/sustentável nas aglomerações produtivas de cerâmica vermelha em uma sociedade capitalista fundada na desigualdade substantiva, bem como revelou os desdobramentos desse arranjo socioeconômico na produção do espaço e na intensificação do controle da natureza e do trabalho pelo capital.
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JOSÉ LIMA DE REZENDE
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ANÁLISE DO ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DAS CARROCERIAS DE CAMINHÕES NO MUNICÍPIO DE ITABAIANA/SE
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Advisor : SONIA DE SOUZA MENDONCA MENEZES
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Data: Aug 30, 2016
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Dissertação
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Show resume
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No atual mercado competitivo, reflexo do sistema capitalista, presenciamos a visão de que as empresas multinacionais são as responsáveis pelo desenvolvimento econômico de cidades e regiões devido ao seu forte capital financeiro e capacidade de absorção de mão-de-obra. Diantedessa realidade, encontramos teorias que afirmam a importância das atividades desenvolvidas no âmbito local, fortalecidas por suas potencialidades e alicerçadas pelas relações sociais dos atores, e que emergem como uma alternativa ao desenvolvimento vertical. Para estimular as atividades realizadas no território como uma estratégia de reprodução social e econômica que vai de encontro a lógica da atração de empresas multinacionais e transnacionais, conceitos, teorias estão sendo formuladas e reformuladas, e apontam a força das iniciativas locais como uma alternativa para o desenvolvimento territorial ancorada nas potencialidades, uma tendência construída a partir da difusão das pequenas e médias empresas na região Terceira Itália. Nas políticas de desenvolvimento territorial o papel das Micro e das Pequenas Empresas (MPEs) é relevante por incrementarem os fluxos econômicos em áreas onde inexiste a presença de indústrias ou corporações de grande porte, proporcionando um processo de crescimento econômico endógeno fortalecendo as relações econômicas horizontais que, em alguns casos, estão pautadas em tradições locais.Dentre os conceitos que emergem a partir da perspectiva do desenvolvimento lugar estão os Arranjos Produtivos Locais (APL), conformados por aglomerados produtivos de empresas que apresentam segmentos de atividades em comum e que contam como suas principais estratégias de crescimento o compartilhamento do conhecimento entre os grupos e apresenta características de competição e cooperação. A presente dissertação tem por objetivo analisar a configuração espacial do APL das carrocerias de caminhões no município de Itabaiana/SE e o rebatimento na economia do município.Para o cumprimento desses e de outros objetivos foram realizadas leitura da literatura, além de trabalhos de campo com aplicação de questionários e realização de entrevistas com atores ligados à temática.O presente Arranjo Produtivo conta com um total de 66 empresas voltadas a manutenção e fornecimento de equipamentos para os caminhões, desse total 16 são voltadas a fabricação de carrocerias, o destino da produção extrapola a fronteira estadual atingindo a escala regional. As empresas estão vinculadas aos grupos familiares e transmitidas às novas gerações que possibilitam das atividades. O APL das carrocerias de caminhões apresentaalém da troca de experiência e informações entre os atores envolvidos, a ajuda mutua entre os proprietários das empresas, entretanto, embora sejam reconhecidos como um APL em Sergipe, não contam com o apoio do poder público para incentivar e promover o desenvolvimento das atividades.
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ERIKA MARIA DE OLIVEIRA
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OS PARQUES EÓLICOS NA BAHIA: DO SENTIDO DE NATUREZA À PRODUÇÃO DO ESPAÇO
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Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
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Data: Aug 30, 2016
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Dissertação
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Show resume
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O presente estudo analisa a política de implantação de parques eólicos no semiárido do estado da Bahia, atenta para a perspectiva escalar, concernente aos propósitos, tomadas de decisões e rebatimentos da referida política. Busca-se explicar como se consolida a política energética pela via dos parques eólicos e como se estabelece a relação sociedade natureza, tendo em vista o usufruto dessa última como fonte energética renovável, de baixo custo, voltada para a comunidade local e/ou ainda como matéria prima para geração de mais valia. Nas últimas décadas os questionamentos sobre o futuro do planeta estão cada vez mais evidentes. As preocupações com o meio ambiente têm levantado discussões acerca do uso dos recursos naturais de forma sustentável. Dentro desse contexto o desenvolvimento industrial e tecnológico exigiu um aumento da demanda da produção de energia no mundo, fazendo com que o uso das fontes alternativas de energia para geração de eletricidade ganhasse prestígio, fundamentalmente pelo discurso de energias limpas e renováveis associado ao discurso da crise ambiental e da necessidade de promover o desenvolvimento de forma sustentável. Essas ideias vêm se disseminando no mundo, com propostas que, muitas vezes, analisam apenas a questão ambiental fora das relações sociais, fundamentadas na mudança do modo de vida das pessoas, ou seja, a possibilidade de mudança passa a ser dirigida pelo viés de uma educação ambiental, camuflando a lógica do modo capitalista de produção e a relação de exploração e sobre-exploração que este estabelece na apropriação da natureza, concedendo a ela um valor de troca e transformando-a em mercadoria para geração de lucro. Nessa direção, o uso dos ventos para geração de energia elétrica tem ocasionado o aumento da implantação de parques eólicos por todo o mundo. Nesse caminho, essa pesquisa trata de como a política se espacializa, altera as relações de produção e sociais e repercute na vida dos moradores das áreas ocupadas pelos empreendimentos.
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GENIVÂNIA MARIA DA SILVA
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O (DES) MASCARAMENTO DO DESENVOLVIMENTO LOCAL/SUSTENTÁVEL NO (DES) ENVOLVIMENTO DAS INDÚSTRIAS DE CERÂMICA VERMELHA E OLARIAS NO ESTADO DE SERGIPE
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Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
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Data: Aug 30, 2016
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Dissertação
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Show resume
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Como corolário das transformações implementadas pelo processo de restruturação produtiva e descentralização econômica, política e social no contexto de mundialização do capital, foi estruturado no Brasil nas últimas décadas do século XX, um novo modelo de desenvolvimento endógeno embasado na ideologia localista. O local passa a ser a nova escala de concentração de capitais, se apresenta como a saída para o capital remediar sua crise estrutural. As políticas locais passam a ser valorizadas pelo Estado neoliberal, o qual transfere para os atores locais o protagonismo de promoverem o desenvolvimento econômico e social a partir de estratégias empreendedoras que valorizem a cultura, as potencialidades do território e apresentem conotação sustentável. Neste contexto se revitaliza a atenção sobre os estudos dos Arranjos produtivos Locais, entendidos como catalisadores do desenvolvimento, uma “nova” proposta para organizar a produção econômica de um território, oportunizar emprego, renda e trabalho. A presença de olarias e de cerâmicas vermelhas em vários municípios do território sergipano tem despertado a atenção do Governo do Estado que embasado no desenvolvimento local/sustentável, passou a apoiar a junção destas indústrias em aglomerados produtivos, entendido como estratégia para dinamizar a economia do território, promover o desenvolvimento social, etc. Como os interesses do Estado imiscuir-se com os dos capital, o discurso do “novo” Desenvolvimento se traduz em mais uma forma dissimulada para assegurar a apropriação de novos territórios/espaços, exploração da força de trabalho e produção da natureza a serviço da acumulação do capital nesta atividade produtiva. Dessa forma, a presente pesquisa analisa o (des) envolvimento das indústrias de cerâmicas vermelhas e olarias no território sergipano sob a égide do discurso do desenvolvimento sustentável/local e seus rebatimentos na apropriação da natureza, do trabalho e do território a serviço da reprodução do capital. O estudo reconhece a necessidade de desmascarar esta ideologia do desenvolvimento que constrói uma sociabilidade de relações harmoniosas e autônomas entre os atores locais na promoção do desenvolvimento econômico e social, bem como na geração de emprego e trabalho e na produção sustentável das cerâmicas vermelhas e olarias, quando em essência serve para deslegitimar a produção desigual e contraditória do território, atribuindo-lhe conotação passiva entre os atores locais, ou seja, abstrai-se o conflito capital/trabalho, as relações de poder avivadas no local. O estudo foi realizado em uma pesquisa qualitativa através de referências bibliográficas e trabalho de campo que esteve alicerçado nos pressupostos do materialismo dialético e permitiu desnudar a incongruência do desenvolvimento local/sustentável nas aglomerações produtivas de cerâmica vermelha em uma sociedade capitalista fundada na desigualdade substantiva, bem como revelou os desdobramentos desse arranjo socioeconômico na produção do espaço e na intensificação do controle da natureza e do trabalho pelo capital..
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JOSÉ EDSON OLIVEIRA SIQUEIRA
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FINANCEIRIZAÇÃO DA ECONOMIA E CAPITAL IMOBILIÁRIO NO ESPAÇO AGRÁRIO DA COLÔNIA TREZE-LAGARTO/SE.
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Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
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Data: Aug 30, 2016
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Dissertação
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Show resume
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As crises porque passa o capitalismo contemporâneo revela sua face contraditória que se faz em meio a sua própria condição de existência como sistema que se reproduz através da acumulação de riqueza. Pensar em crise advinda da superacumulação ou do excedente de capital é compreender que existem contradições fortemente enraizadas no seio do próprio modelo criado. A crise econômica ocorrida nos Estados Unidos no ano de 2008 afetou o setor imobiliário, suscitando novos interesses entre os distintos agentes do capital na era da financeirização da economia - capital financeiro. Constata-se a partir de então que a política habitacional assume papel importante na captação de novos espaços e, consequentemente, de lucro para sanar os impactos da crise. Nesse contexto o meio rural do Povoado Colônia Treze, situado no município de Lagarto, estado de Sergipe, tem recebido projetos habitacionais para beneficiar a população de baixa renda pelo Programa de Arrendamento Residencial através da ação do Estado. O uso social da terra tem recebido novos contornos, o que influi no uso social da terra agrícola e no seu valor de troca. Tem- se a configuração de novos rearranjos espaciais na região a partir da supressão dos hábitos rurais e a entrada de equipamentos urbanos, como necessidade dos órgãos supranacionais com a chamada financeirização da economia. A estrutura fundiária e o uso da terra no Brasil tem se pautado como componentes estruturais da desigual distinção de classes sociais e configura os interesses dos proprietários dos meios de produção como instrumento de controle socioterritorial e manutenção do sistema econômico, tendo como aporte a máquina estatal. Atualmente as investidas do capital aproximam campo e cidade, como forma de garantir sua reprodução ampliada a partir da metamorfose nos espaços rurais, síntese da mudança no uso do solo. A presente investigação pretende refletir sobre os impactos da crise de 2008, através das atuais políticas públicas de habitação; analisar como tais políticas remodelam o espaço da referida Colônia e como afetam o uso social da terra. Para o cumprimento desses e de outros objetivos foram realizadas leitura da literatura especializada sobre o estado da arte, associados à leitura crítica da realidade empírica do município de Lagarto; entrevistas; registro fotográfico da/na área de estudo. A coleta de dados quantitativos fez-se junto ao IBGE, Ministério do Trabalho e Ministério da Agricultura, na Secretaria Municipal de Saúde e na Coopertreze (Cooperativa Mista dos Agricultores do Treze).Percebe-se que a política habitacional, símbolo do capital financeiro em meio a crise, tem causado mudanças na estrutura organizacional do lugar: mudança na legislação municipal – criação da área de expansão urbana - para atendimento aos ditames do capital fictício imobiliário; valorização fundiária; maior poder de atuação dos órgãos financiadores - bancos; alteração no perfil do trabalho das pessoas, menor ligação com a terra agrícola e maior dependência do setor secundário e terciário.
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LEIDE MARIA REIS DOS SANTOS
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ESTADO E DESENVOLVIMENTO: UMA ANÁLISE DOS MERCADOS INSTITUCIONAIS E DO PROGRAMA NACIONAL DE HABITAÇÃO RURAL EM ALAGOAS E SERGIPE
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Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
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Data: Aug 30, 2016
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Tese
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Show resume
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No Brasil, além dos fatores externos a partir da mundialização do capital, o enfoque dos problemas estaria nos gargalos históricos e conjunturais que impedem o desenvolvimento de forma homogênea. Daí a urgência por políticas sólidas e articuladas que mudem o contexto vigente. Entretanto, é sabido que existe um grande paradoxo quando se discute desenvolvimento, mas não se dilui a estrutura política que propicia a permanência e ampliação dos privilégios da elite e, consequentemente, do poder. Então como vencer esse contrassenso, em que a qualidade de vida é um privilégio de alguns e uma realidade tão distante de milhares? Urge refletir, de fato, sobre os caminhos para o real desenvolvimento. Nesse sentido, o presente estudo constitui uma investigação científica qualitativa norteada pelo método empírico-analítico, por entender que os eventos só podem ser apreendidos a partir da análise dos fatores desencadeantes no espaço-temporal, somando-se ao trabalho de campo realizado junto aos atores sociais. O estudo teve como objetivo analisar a relação entre Estado e desenvolvimento considerando os interesses do poder externo e interno, bem como analisou as políticas públicas de governo voltadas ao espaço rural, observando seus efeitos e o arranjo institucional. Os programas de Aquisição de Alimentos (PAA), Alimentação Escolar (PNAE), e de Habitação Rural (PNHR) foram analisados nos estados de Alagoas e Sergipe partindo do pressuposto que as políticas sociais além de serem importantes para a geração de renda e para a redução do êxodo rural, também possibilitam a união da família nas atividades laborais, tornando-se, assim, relevante discutir a agricultura familiar na perspectiva das políticas públicas. Para tanto, a literatura clássica e a abordagem contemporânea foram utilizadas visando compreender as diversas intenções e práticas políticas que, atreladas ao sistema do capital, fragilizam as tentativas de desenvolvimento nos países socialmente atrasados. E nesse contexto, a Geografia exerce um papel importante por extrair a essência dos discursos e dos aspectos paisagísticos, contribuindo para a construção do pensamento crítico e atuante frente aos problemas. Assim, a temática sobre o Estado e o desenvolvimento está no cerne da análise, entendendo que a desigualdade socioespacial é inerente ao sistema capitalista e reflete a diversidade de interesses no espaço geográfico. Dessa forma, não se pode pensar o rural ou almejar que o país se desenvolva sem a articulação de políticas públicas. Conclui-se, portanto, que a renda e o domicílio são duas condições importantes para o agricultor permanecer no campo, mas a autonomia do mesmo está vinculada a comercialização, e nesse sentido, capacitar os agricultores e fortalecer as cooperativas são dois caminhos para que o desenvolvimento rural seja possível.
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RICARDO SANTOS DE ALMEIDA
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AGRONEGÓGIO CANAVIEIRO EM ALAGOAS: CONTROLE DO TERRITÓRIO E LUTA POR TERRA
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Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
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Data: Aug 30, 2016
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Dissertação
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Show resume
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Essa pesquisa explica a produção do espaço rural alagoano a partir da ocupação e uso da terra pelo agronegócio canavieiro. Considera-se que a atividade econômica agroindustrial é alimentada pelos privilégios do grupo social que controla a política, expondo, dessa forma, os tentáculos políticos dessa atividade econômica no estado. A relação entre o sistema econômico do engenho de açúcar (aqui considerado na sua relação com o sistema político) e o processo de reestruturação produtiva realizado desde as duas últimas décadas do século XX, vem explicar por que a atividade canavieira em Alagoas se mantém e sua relação com a continuidade da pobreza, que é visualizada cotidianamente na paisagem. Ao mesmo tempo, quais as estratégias encontradas pelos trabalhadores rurais sem acesso á terra para se reproduzirem socialmente. As resistências de movimentos sociais existentes no território nos municípios Junqueiro, Campo Alegre e Teotônio Vilela, reafirmam a luta no campo em terrenos de usinas ou de grupos empresariais canavieiros. Nessa direção, a pesquisa mostra a inevitabilidade de interpretar o processo e as heranças históricas para desvendar os rebatimentos da reestruturação produtiva do agronegócio na vida da população camponesa. A sujeição da terra ao capital nessa realidade é um quadro viabilizado por ações políticas e econômicas que demarcam o estado de Alagoas. Neste sentido, a reestruturação produtiva na atividade canavieira traduz-se no fortalecimento do agronegócio reafirmando a permanência da base oligárquica rural que há séculos exerce seu poderio sobre o território alagoano.
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RICARDO SANTOS DE ALMEIDA
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AGRONEGÓGIO CANAVIEIRO EM ALAGOAS: CONTROLE DO TERRITÓRIO E LUTA POR TERRA
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Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
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Data: Aug 30, 2016
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Dissertação
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Show resume
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Essa pesquisa explica a produção do espaço rural alagoano a partir da ocupação e uso da terra pelo agronegócio canavieiro. Considera-se que a atividade econômica agroindustrial é alimentada pelos privilégios do grupo social que controla a política, expondo, dessa forma, os tentáculos políticos dessa atividade econômica no estado. A relação entre o sistema econômico do engenho de açúcar (aqui considerado na sua relação com o sistema político) e o processo de reestruturação produtiva realizado desde as duas últimas décadas do século XX, vem explicar por que a atividade canavieira em Alagoas se mantém e sua relação com a continuidade da pobreza, que é visualizada cotidianamente na paisagem. Ao mesmo tempo, quais as estratégias encontradas pelos trabalhadores rurais sem acesso á terra para se reproduzirem socialmente. As resistências de movimentos sociais existentes no território nos municípios Junqueiro, Campo Alegre e Teotônio Vilela, reafirmam a luta no campo em terrenos de usinas ou de grupos empresariais canavieiros. Nessa direção, a pesquisa mostra a inevitabilidade de interpretar o processo e as heranças históricas para desvendar os rebatimentos da reestruturação produtiva do agronegócio na vida da população camponesa. A sujeição da terra ao capital nessa realidade é um quadro viabilizado por ações políticas e econômicas que demarcam o estado de Alagoas. Neste sentido, a reestruturação produtiva na atividade canavieira traduz-se no fortalecimento do agronegócio reafirmando a permanência da base oligárquica rural que há séculos exerce seu poderio sobre o território alagoano.
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ALESSANDRA MAGDA DOS SANTOS DE SOUZA
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CONDOMÍNIOS HORIZONTAIS EXCLUSIVOS E A DINÂMICA SOCIOESPACIAL NA REGIÃO METROPOLITANA DE ARACAJU (SE)
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Data: Aug 23, 2016
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Tese
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Show resume
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Os condomínios horizontais exclusivos (CHE’s) são, na atualidade, motivo de discussão pelo que representam e significam no espaço urbano-regional das cidades contemporâneas. Recortados fisicamente no espaço, os condomínios são considerados como novas formas de segregação socioespacial. No Litoral Metropolitano de Aracaju (LMA), o caráter híbrido do fenômeno, pelo confluir do morar e do veranear, do velho e do novo, do urbano e do rural, do público e do privado, dá o tom da complexidade deste objeto geográfico. A presente tese baseia-se na discussão que esses novos habitats urbanos configuram-se como um elemento que atua diretamente na reconfiguração do espaço urbano-regional em questão e que se constitui como uma das feições da urbanização difusa que se desenha nas últimas décadas. No processo de investigação da pesquisa foram utilizados os seguintes procedimentos metodológicos: levantamento e leitura da produção bibliográfica referente ao tema proposto para pesquisa; coleta e organização dos dados secundários: pesquisa documental, cartográfica e estatística; análise de EIA – RIMAS e Planos Diretores, assim como visitas ao site de incorporadoras afim de observar como estas atuam na promoção dos produtos imobiliários; observação e registro fotográfico in lócus; realização de entrevistas aos condôminos; elaboração de material cartográfico; análise e interpretação dos dados. Para que a explicação da realidade a que este trabalho se propôs fosse possível, partiu-se do princípio do movimento e da totalidade geográfica pela compreensão de que os processos adquirem significado quando tomam forma, a forma-conteúdo. A abordagem se fez de forma mais qualitativa com foco na explicação dos processos que caracterizam o fenômeno dos CHE’s. A presente tese teve por objetivo analisar a dinâmica socioespacial do LMA com enfoque nos condomínios horizontais exclusivos. Buscou-se explicar a gênese, o significado, as intencionalidades e os desdobramentos socioespaciais desta forma de segregação e produto imobiliário específico dentro do contexto urbano regional. O poder público, o mercado imobiliário e os condôminos representam a força que atuam mais diretamente na expansão e proliferação de residências para primeira ou segunda residência nessa forma de habitate assentamento no litoral ou no campo do LMA. Identificou-se dois momentos do fenômeno dos CHE’s no LMA. Primeiro, na década de 1990, com o surgimento e a expansão dos condomínios de praia no setor costeiro da Zona de Expansão de Aracaju pela participação do capital imobiliário local. E posteriormente, no início do século XXI, e ainda em processo de expansão, o mercado imobiliário regional, nacional e internacional passa a atuar em setores específicos do litoral metropolitano, no setor praiano da Barra dos Coqueiros e na zona rural do município de São Cristóvão com o lançamento de condomínios com formas e conteúdos mais complexos diante da gama de atividades e serviços que estes dispõem. A localização destes empreendimentos próximos a importantes eixos estruturantes implantados pelo poder público, como a ponte Construtor João Alves, a BR 235, agora duplicada, e as rodovias estaduais SE 100 e SE 050, faz do fenômeno um vetor na (re)estruturação dos espaços dispersos e desconectados do núcleo urbano da capital. Os promotores imobiliários,representantes do capital local, regional, nacional e internacional, desempenham papel crucial na venda e comercialização deste produto imobiliário que se torna cada vez mais um sonho de consumo e um símbolo da autorrealização das camadas solváveis da população. O olhar dos condôminos elucidou as mudanças nas práticas socioespaciais que o morar e o veranear nestes espaços residenciais fechados tem implantado no litoral metropolitano e ajuda a explicar a autossegregação que se processa.
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OZÉAS PÉRICLES SILVA DAMASCENO
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A Influência da barragem Dionísio de Araújo Machado no uso e ocupação do solo de seu entorno
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Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
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Data: Aug 16, 2016
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Dissertação
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A construção de barragem no Brasil está ligada às políticas assistencialistas dos múltiplos benefícios relacionados aos recursos naturais para população com vistas a minimizar os impactos da seca, objetivando o controle governamental do território através da exploração hídrica. No Nordeste, as construções das primeiras barragens foram voltadas, principalmente, para a apropriação dos recursos naturais no combate à seca, vislumbrando a irrigação no abastecimento dos núcleos populacionais e na continência dos processos migratórios para as regiões metropolitanas do país. Com base nessas premissas, a presente pesquisa tem o objetivo de analisar a influência da barragem Dionísio de Araújo Machado no uso e ocupação do solo de seu entorno, no período de 1983 a 2015. Para o cumprimento desse e de outros objetivos específicos delineados foram adotados procedimentos metodológicos distintos, associados a diferentes etapas. A criação da referida barragem se deu com o investimento de políticas públicas voltadas para a irrigação agrícola, a fim de amenizar os possíveis impactos socioambientais provocados nos períodos de estiagens prolongadas. Assim, o Projeto Perímetro Irrigado do Piauí executado pela COHIDRO intensificou na área o uso e ocupação do solo, muito embora não houvesse essa mesma intenção por parte do Estado em estimular o processo migratório no território específico da barragem que tinha sido construída com outra finalidade. Neste sentido, constatou-se que a construção da barragem acabou por atrair durante mais de três décadas uma leva da população de baixo poder aquisitivo, em sua maioria, da cidade de Lagarto, além de outros provenientes de diversas cidades sergipanas e estados vizinhos de Alagoas e Bahia. A ocupação, portanto, ocorreu de forma irregular, não tendo os moradores, até o presente momento, um título formal de propriedade da terra, apesar de alguns poucos já pleitearem na justiça comum estadual o domínio de propriedade pelo tempo de posse e ocupação, mesmo sabendo que é um bem de domínio público. Conclui-se, entretanto, que a área do entorno da barragem atende a diversas finalidades quanto ao uso e ocupação, servindo como moradia de primeira e segunda residências, turismo e lazer, pesca, criação de animais e outras categorias de uso.
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FELIPPE PESSOA DE MELO
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RISCO AMBIENTAL E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO EM GARANHUNS/PE
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Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
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Data: Aug 9, 2016
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Tese
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O presente trabalho tem como objetivo analisar os riscos geoambientais e suas
relações com o ordenamento territorial em Garanhuns - PE. A área em questão, com
o transcorrer das décadas, passou por intrínsecas transformações na sua dinâmica
socioespacial e ambiental, tendo como divisor de águas a política nacional de
erradicação do café em áreas consideradas com baixa produtividade, implantada
pelo então Instituto Brasileiro do Café (IBC) em 1965. A ruptura do modelo de
produção do campo de agrícola para pecuarista, desencadeou dois fenômenos de
imediato e em duas frentes. No campo, estimulou a remoção das coberturas
vegetais remanescentes para maximização dos pastos, logo o modelo implantado foi
pecuarista (leiteiro/extensivo), o que também causou deslocamento de contingentes
populacionais para zona urbana, já que a mão de obra do agricultor foi substituída
pela do vaqueiro. Na poligonal urbana e suas adjacências ocorreu um incremento
populacional abrupto, com ênfase para os limites periurbanos em sua maioria
situados nas encostas dos vales, os quais apresentam uma elevada amplitude
topográfica e uma suscetibilidade natural a movimentos de massas. A tríade
ordenamento territorial, fugaz ruptura do modelo econômico e acelerada
maximização do perímetro urbano, configurou um cenário geoambiental
desequilibrado, o qual coloca em risco a população, principalmente os habitantes
que estão assentados nas encostas e fundos de vales. Para subsidiar a análise,
interpretação e confecção dos produtos cartográficos pertinentes à temática, a
presente pesquisa além de realizar um levantamento do estado da arte para
problemática supracitada, foi subsidiada pelas geotecnologias do sensoriamento
remoto e sistemas de informações geográficas (SIGs), usando uma diversificada
base de dados geoespaciais. Ciente de que os procedimentos geoestatísticos são
de suma importância para a interpolação das informações em um banco de dados
(BD), optou-se por utilizar a krigagem devido suas características possibilísticas, ou
seja, os valores máximos e mínimos adicionados no BD são extrapolados,
operacionalizando o procedimento de estimativa de possíveis realidades futuras e
pretéritas, e de reconstituição de cenários atuais.
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DANIELLA PEREIRA DE SOUZA SILVA
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"ARRUANDO" VEJO HOMENS, RIO, PEDRA & CAL: ADES-RE-PATRIMONIALIZAÇÃO DO SÍTIO HISTÓRICO TOMBADO DE PENEDO-AL.
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Advisor : MARIA AUGUSTA MUNDIM VARGAS
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Data: Jul 25, 2016
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Tese
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A patrimonialização entendida como processo de ressignificação dos lugares tem criado conflitos como consequência da sua territorialização em territórios preexistentes, forçando um encontro entre cultura, hábitos, modos e estilos de vida consolidados e singulares, e o competitivo mercado turístico das cidades-patrimônio. O presente estudo pretendeu compreender como a patrimonialização é processada institucionalmente ecomo é percebida cotidianamente pela população dos sítios históricos tombados considerando a sua relação com os agentes da patrimonialização e a paisagem cultural. Selecionamos o município de Penedo, localizado na região do Baixo São Francisco alagoano, por ser tombado a nível federal, estadual e municipal. Como objetivo geral, buscamos entender quais mecanismos, processos, estratégias e conflitos estão na base do processo patrimonializador do sítio histórico tombado de Penedo-AL, explicitando a complexidade das relações travadas entre os agentes externos e internos da patrimonialização e a população daquela área para viabilizá-lo. A pesquisa desenvolveu-se tomando como caminho metodológico a abordagem qualitativa e procurou ater-se a três questões estruturantes: as mudanças e permanências no município de Penedo como fatores contributivos do processo patrimonalizador em suas várias dimensões; as múltiplas percepções da/na paisagem-patrimônio e, a patrimonialização percebida como processo des-re-territorializador. As reflexões em torno destas questões permitiram concluir que o processo de patrimonialização afetaa percepção da paisagem cultural pela população residente bem como pelos empresários/autônomos que “usam” o sítio histórico; que como processo institucional ainda persiste fragilidades nas políticas e nas gestões, no caso de Penedo, nas escalas municipal, estadual e federal.Ademais, a mercantilização dos lugares com vistas à competitividade no setor turístico os conduz a um processo de des-re-patrimonialização que vai se concretizando num continuum baseado na i-mobilidade da população dos sítios históricos tombados, na medida em que novos sentidos estão sendo concebidos e novas funções estabelecidas devido à valorização do patrimônio com a normatização e não pela vivência.
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GLEISE CAMPOS PINTO SANTANA
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O CRÉDITO CONSIGNADO NO QUADRO DA APOSENTADORIA RURAL NO CAMPO SERGIPANO
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Advisor : JOSEFA DE LISBOA SANTOS
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Data: Jul 7, 2016
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Tese
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Esse estudo analisa a inserção do capital financeiro no campo a partir do crédito consignado destinado aos aposentados rurais. O propósito é avaliar a funcionalidade da aposentadoria rural no contexto atual das relações capitalistas, tendo em vista que o aposentado tem acesso direto ao sistema de crédito que cada vez mais aprisiona a sua renda tornando-o refém do sistema financeiro. A pesquisa reconhece a dinâmica da produção do espaço e destaca a importância de desnudar suas formas de produção diferenciadas. Assim sendo, entende-se que o espaço rural vem sendo incorporado ao sistema sociometabólico do capital, cada vez de forma mais dinâmica, expondo as relações combinadas que favorecem a sua reprodução ampliada. O campo, nesse interim, aparece como o lugar a ser modificado. Toda sorte de investimentos “alternativos” à produção camponesa é sugerido. Destaca-se que, combinadamente à lógica do desenvolvimento rural na atualidade, um propósito de mascaramento da centralidade que a terra continua a exercer para a reprodução social das populações que vivem nessa parcela do espaço, se apresenta como central para o Estado e o capital. Diante disso é que se faz necessário analisar o espaço rural como parte da totalidade, de modo a expor sua dependência em relação ao Estado e ao mercado. Esse Estado aliado do capitalismo,tem colocado os idosos aposentados do espaço rural cada vez mais preso ás amarras da financeirização, uma vez que junto com a conquista da aposentadoria rural assegurada pela Seguridade Social, vem o fetiche do dinheiro fácil do sistema de crédito. Nos limites dessa dependência a aposentadoria rural ganha relevância social e importância econômica no campo brasileiro.
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MAX CARDOSO SILVA
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Degradação ambiental e áreas suscetíveis à desertificação antrópica no município sergipano de Nossa Senhora da Glória
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Advisor : HELIO MARIO DE ARAUJO
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Data: Jul 1, 2016
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Dissertação
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A humanidade tem evidenciado significativas mudanças no meio ambiente ocasionando impactos de diferentes naturezas na biosfera. A desertificação por exemplo, constitui um grave problema nos ambientes em que ocorre. No Brasil as áreas suscetíveis a esse processo localizam-se no Sertão nordestino, onde se situa o município sergipano de Nossa Senhora da Glória, objeto deste estudo. A presente pesquisa visou analisar a degradação ambiental e o processo de desertificação antrópica no município sergipano de Nossa Senhora da Glória. Assim, para atingir esse e outros objetivos específicos utilizaram-se diversos procedimentos metodológicos associados a diferentes etapas, destacando-se entre eles o levantamento de dados bibliográficos e de outros documentos que se mostraram úteis para a investigação do objeto, além das atividades de campo. Os resultados desse estudo mostram que no referido município evidencia-se em diferentes localidades do espaço rural a predominância de áreas degradadas e suscetíveis ao processo de desertificação antrópica, ainda em condições reversíveis com aplicação de medidas eficazes de combate ao fenômeno. No que pese as atividades humanas ou antrópicas detectou-se como responsáveis por suas causas imediatas o sobrecultivo, o pastoreio excessivo, o desmatamento e a irrigação inadequada. Além disso, há de se reconhecer outras causas mais profundas diretamente ligadas a pobreza que não deixam outra alternativa aos agricultores a não ser retirar o máximo da terra para satisfazer as suas necessidades imediatas, ainda que comprometendo sua subsistência a longo prazo. Por outro lado, a situação de vulnerabilidade socioeconômica da população sertaneja do município apresentando baixos índices de renda, expectativa de vida, baixa produtividade econômica, concentração de terras e de riqueza em poder de poucos, ainda é agravada pelas secas periódicas que assolam a região semiárida. Disso conclui-se que, toda essa situação repercute no agravamento dos problemas ambientais que para serem transpostos dependem de ações que vão além de políticas setoriais e de orientação remedial.
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ELIETE FURTADO CECÍLIO E SILVA
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Campo da Fé: Território e Territorialidades dos peregrinos sergipanos na Jornada Mundial da Juventude: Rio de Janeiro/2013.
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Advisor : MARIA AUGUSTA MUNDIM VARGAS
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Data: Jun 22, 2016
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Dissertação
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Escolhemos para nosso estudo a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que ocorreu em julho de 2013 no Rio de Janeiro, por possibilitar a análise sobre os territórios e as territorialidades “construídas” pelos peregrinos sergipanos nesse evento. Dessa forma objetivamos: Identificar os territórios sagrados que se fizeram e se desfizeram na JMJ; Apreender as territorialidades do movimento leigo sergipano e sua participação na JMJ, bem como, Compreender o significado e as atitudes dos peregrinos sergipanos antes durante e após a JMJ. A pesquisa configurou-se como qualitativa. Utilizamos de levantamentos documental e fotográfico, diário de campo e entrevistas. Durante a JMJ a fé e a força do cristianismo se materializaram em vários territórios sagrados como o palco central na praia de Copacabana, as catequeses realizadas na parte da manhã e, em múltiplos micro territórios da Feira Vocacional e da ExpoCatólica, onde o sagrado se manifestou. A JMJ foi importante para os peregrinos sergipanos que se mobilizaram, congregaram e construíram redes de amizades. Ela proporcionou a organização de comunidades missionárias em nível local, como em Sergipe, e, o encontro de jovens e comunidade de jovens de várias partes do Brasil e de países de todos os continentes. Os peregrinos sergipanos participaram de várias atividades sociais e culturais como intercâmbios trocas de souvenires e também como turistas religiosos, sem, contudo se afastarem da condição de peregrino. Os peregrinos sergipanos se mantiveram motivados e comprometidos com as ações missionárias tanto que após a JMJ, pudemos acompanhar as atividades por eles desenvolvidas em 2014 e 2015, no Dia Nacional da Juventude. Nesse sentido afirmamos a importância religiosa, social e econômica das práticas e vivências ocorridas durante a JMJ, não somente para os peregrinos sergipanos, mas em também nas escalas regional e mundial.
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CLAUDIO ROBERTO BRAGHINI
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GESTÃO TERRITORIAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO LITORAL SERGIPANO.
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Data: May 31, 2016
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Tese
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Show resume
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As unidades de conservação (UC) são espaços patrimonializados pelo Estado e se inserem na dinâmica das transformações territoriais, o que atribui desafios à gestão no sentido da governança e de seu papel na resiliência das comunidades locais. Dessa forma, objetivou-se analisar a gestão territorial de três UC do litoral sergipano: Reserva Biológica (REBIO) de Santa Isabel, em Pirambu e Pacatuba, Área de Proteção Ambiental (APA) Morro do Urubu, em Aracaju, e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do Caju, em Itaporanga D’Ajuda, em termos de avanços e desafios para a governança. A gestão desses espaços foi pensada a partir da visão sistêmica com aproximação às ideias de Milton Santos, de território em transformação e indissociabilidade entre sistemas de objetos e ações. Foram realizadas entrevistas, visitas de campo e questionários. O método de Avaliação e Priorização da Gestão de UC (RAPPAM) permitiu diálogos com gestores e análise da efetividade da gestão. A governança foi analisada em três níveis: geral; institucional e local. Observam-se condicionantes históricos do ambientalismo/conservacionismo sobre sistemas de áreas protegidas no mundo, com crescente interface entre financiadores, organizações intergovernamentais e não-governamentais, e institucionalização das questões ambientais sob a égide da democracia e do desenvolvimento sustentável. As concepções biológicas/ecológicas são referenciais à gestão das UC e se direcionam para padrões complexos e gestão para resultados. No Litoral de Sergipe a ocupação territorial evidencia o papel do Estado na dinâmica espacial via construção de infraestrutura relacionada com turismo e expansão imobiliária. Ao mesmo tempo, há comunidades com vulnerabilidade social significativa. REBIO e RPPN apresentam no entorno atividades como pesca artesanal, extrativismo, agricultura familiar e criação de gado, enquanto que na APA a ocupação urbana avança sobre seus limites. Observa-se governança frágil nas três UC vinculadas à efetividade da gestão. A gestão da REBIO tem estrutura organizacional sólida e atua na perspectiva de governança, com Conselho Consultivo atuante, e enfrenta conflitos com a indefinição legal do polígono e inexistência do Plano de Manejo. Há também relação conflitiva com o Projeto TAMAR, imbricada historicamente. A APA não possui Plano de Manejo e exibe fragilidade organizacional da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos que afeta a gestão. O Conselho inativo gerou insatisfação dos membros diante das transformações do entorno. A RPPN tem Plano de Manejo que prevê uma comissão gestora, apresenta autonomia para captação de recursos, mas a continuidade das ações depende dos mecanismos da chefia da Embrapa. As ameaças na REBIO sinalizam conflitos socioambientais se houver restrição das atividades coercitivamente, o que agravaria a vulnerabilidade e afetaria a governança. Na APA a ocupação urbana sugere articulação ineficiente entre Estado e Município no ordenamento territorial. As ameaças da RPPN se vinculam ao manejo do fogo em propriedades de construtoras, além de grupos extrativistas e visitantes para lazer. As UC materializam ideias vinculadas à proteção de natureza, biodiversidade e meio ambiente, mas a concepção de produção de natureza sob o viés social, e a perspectiva de complexidade, ampliam o entendimento da dinâmica territorial e do papel da gestão na resiliência das comunidades socialmente vulneráveis.
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PAULO ADRIANO SANTOS SILVA
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TRANSFORMAÇÕES NA ORGANIZAÇÃO PRODUTIVA DA AGRICULTURA CAMPONESA:UM ESTUDO DA PRODUÇÃO DE ABACAXI EM SERGIPE.
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Advisor : SONIA DE SOUZA MENDONCA MENEZES
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Data: May 31, 2016
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Dissertação
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Show resume
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Impulsionado pelo Estado, o projeto de modernização da agricultura no Brasil estimulou o uso de tecnologias agrícolas, a exemplo da maquinização e da quimificação do campo, para aumentar os níveis de produtividade e de produção agrícola. O uso de tratores, colheitadeiras, agrotóxicos, além da política de extensão rural e, sobretudo da política de distribuição de crédito agrícola, consolidaram a Revolução Verde no nosso país. A modernização da agricultura alterou de forma antagônica, política, ambiental e social, a dinâmica agrária brasileira, protagonizando a edificação do capital industrial e o aumento dos níveis produtivos, bem como uma expressiva migração campo-cidade, intensificada mediante as modificações da estrutura econômica e nas relações de trabalho existentes na zona rural brasileira. A inserção desse novo padrão produtivo também provocou transformações para os camponeses que permaneceram com a posse da terra, que se envolveram, principalmente a partir da criação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – Pronaf, com as cadeias produtivas comerciais. Nessa perspectiva, a presente dissertação busca analisar as transformações e implicações, na organização produtiva da agricultura camponesa, decorrentes do uso de novas tecnologias nas lavouras de abacaxi do Estado de Sergipe. Para alcançarmos os objetivos propostos neste estudo, a presente pesquisa adotou os seguintes procedimentos metodológicos: Levantamento bibliográfico; pesquisa documental; levantamento empírico; sistematização e análise dos dados; reflexão dos resultados. Com base nas premissas, constatadas nesta pesquisa, concluímos que a tentativa do Estado, de inserir os pacotes tecnológicos, profissionalizar o camponês, promover a sua integração com o mercado, para alimentar as cadeias de produção do agronegócio frutícola, provocou transformações na organização produtiva da agricultura camponesa a partir da inserção do cultivo comercial de abacaxi, alicerçado pelos programas de financiamento e o uso de agrotóxicos, que, por conseguinte aniquilou a autonomia camponesa, enfraqueceu a soberania alimentar, além de desagregar a agricultura e o modo de vida tradicional dessas comunidades rurais de Sergipe.
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JOSÉ NATAN GONÇALVES DA SILVA
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RECONFIGURAÇÃO DO ESPAÇO RURAL DE PORTO DA FOLHA/SE: INOVAÇÕES SÓCIO-PRODUTIVAS E RURALIDADES
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Advisor : SONIA DE SOUZA MENDONCA MENEZES
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Data: May 31, 2016
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Dissertação
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A modernização das atividades agrícolas nas unidades produção familiar consiste uma realidade recente na configuração territorial do rural brasileiro e, sobretudo, de setores produtivos do Sertão nordestino. Esse processo foi impulsionado nas últimas décadas devido à formulação e ampliação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento da agricultura familiar. A reorganização dos setores produtivos no campo deve-se ainda a ampliação de atividades não agrícolas prestadoras de serviços desempenhadas por agricultores e/ou trabalhadores liberais. A complexidade do mundo rural torna-se mais significativa, quando se observa a convivência num mesmo espaço de inovações sócio-produtivas e práticas econômicas, sociais e culturais tradicionais, que reforçam a identidade territorial dos grupos sociais do campo, apesar das transformações em curso. Tomando como base o recorte empírico do município de Porto da Folha/SE, esse estudo tem como objetivo compreender a reconfiguração do espaço rural, a partir do avanço de novas ruralidades e da resistência de ruralidades tradicionais. A metodologia aplicada apresenta perfil qualitativo e está fundamentada em pesquisas bibliográficas, levantamento documental e pesquisas de campo a partir do uso das técnicas de observação, reconhecimento prévio da área de estudo, diário de campo, aplicação de entrevistas, registros iconográficos e sistematização de dados e informações. Os resultados da pesquisa apontam para a reconfiguração dos territórios rurais com base na modernização de segmentos e setores produtivos mantidos por agricultores familiares, o avanço de atividades não agrícolas e serviços básicos (educação, saúde e lazer), até recentemente, restritos aos centros urbanos, bem como, o fortalecimento de identidades alicerçadas no território que contribuem para a legitimidade cultural dos grupos sociais. Logo, as análises acerca da dinâmica do espaço rural devem abranger além das relações econômico-produtivistas e organização social e cultural dos sujeitos que vivem no campo.
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JOÃO LUIZ SANTANA BRAZIL
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EVENTOS PLUVIAIS EXTREMOS E RISCO DE INUNDAÇÕES NA CIDADE DE ARACAJU/SE
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Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
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Data: May 31, 2016
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Dissertação
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Show resume
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O crescimento desordenado das cidades tem causado um contínuo processo de degradação ambiental nos centros urbanos, propiciando um cenário para riscos causados pelos fatores climáticos. É nesse contexto, que, a partir da década de 70, a cidade de Aracaju cresceu consideravelmente. O processo de ocupação de áreas ambientalmente frágeis, por populações socialmente vulneráveis, é decisivo para a formação de espaços de riscos, mais expostos a eventos pluviais intensos. Esta pesquisa tem como objetivo analisar os eventos pluviais extremos nas áreas de risco à inundações a partir do desenvolvimento urbano da cidade de Aracaju/SE. Para o alcance dos objetivos propostos fez-se uso de procedimentos distintos, priorizando a revisão teórica, abordando teoria e clima urbano, levantamento cartográfico e trabalho em campo para evidenciar e registrar as áreas de risco de inundações. A metodologia utilizada permitiu o cruzamento das variáveis socioambientais para identificação do nível de risco à inundações. Os resultados alcançados nesta pesquisa conduziram para a aceitação de que a chuva é principal causa da formação de risco a inundações em Aracaju/SE, mas que advém das imbricações com os ritmos da urbanização na cidade. Além disso, o estudo demonstrou ainda que um serviço de saneamento adequado, no caso o serviço de drenagem urbana contribui diretamente para a melhoria da saúde da população. O risco a inundações pode ser analisado e constatado em comparativos dos padrões tipológicos preexistentes em Aracaju em 2004, frente aos atuais padrões tipológicos em 2014. A cidade é outra e suas relações também. Assim, os eventos pluviais extremos que ocorrem na cidade de Aracaju ocorrem no período de outono e inverno, entre os meses de março a julho, e ocasionam a condição de exposição a riscos para a população residente, variável conforme seu padrão socioeconômico.
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HANDRESHA DA ROCHA SANTOS
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ASPECTOS TAXONÔMICOS DAS FORMAS FAMILIARES DE PRODUÇÃO: um estudo de caso no estado de Sergipe.
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Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
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Data: Apr 22, 2016
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Dissertação
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A agricultura familiar tradicional é reconhecida por sua potencialidade, sua diversificação da produção e suas alternativas para geração de renda. Esse setor familiar é sempre lembrado pela importância na absorção de emprego, na produção de alimentos e sua inserção aos mercados. O presente estudo teve como objetivo evidenciar a categoria ‘agricultura familiar’ tomando como objeto a unidade de produção e suas características intrínsecas, tais como a questão da gestão, da estrutura fundiária, bem como do perfil familiar. A proposta é analisar a taxonomia em estudos de casos em dois municípios sergipanos, que foram definidos a partir de análises e estudos de dissertações e teses, de dados do censo agropecuário e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O recorte espacial escolhido para o desenvolvimento da pesquisa foi, por sentimento de pertencimento e realidade vivenciada dos pequenos produtores rurais, o município de Japaratuba, localizado na região do Vale do Cotinguiba e, também, o de Moita Bonita, localizada no agreste Sergipano. Para tanto, foi realizada uma pesquisa de base qualitativa e quantitativa, por meio dos seguintes procedimentos: 1 - pesquisa bibliográfica, onde foi realizado um levantamento de artigos científicos, dissertações, teses e autores que se correlacionam com a temática abordada, permitindo um aprofundamento teórico que norteia o estudo; 2 - análise de dados do Censo Agropecuário (2006) os quais serviram como fonte de dados para as análises comparativas entre os municípios; 3 - trabalho de campo com realização de entrevistas com atores sociais e institucionais; e 4 - aplicação de questionários junto aos agricultores. Logo, a análise validou que os municípios pesquisados apresentam características diferentes no desenvolvimento da agricultura familiar, em relação à gestão, ao tamanho e à renda. Contudo, verificou-se que em Japaratuba e Moita Bonita a questão da juventude rural no que tange ao processo de migração continua a ser um entrave para o desenvolvimento no campo. Aliado a este processo, a falta de um planejamento rural voltado para as políticas públicas, com restrições relacionadas ao acesso ao crédito e ao o apoio social, político e econômico dificultam o desenvolvimento da agricultura familiar. Foi diagnosticada a importância da inserção tecnológica na unidade produtiva, onde é pertinente afirmar que, o tamanho dos estabelecimentos não são determinantes no total da produção uma vez que, com a inserção tecnológica, é possível otimizar o espaço e obter uma boa produção, culminando em ganhos ambientais significativos e na obtenção dos resultados econômicos.
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ADEMÁRIO ALVES DOS SANTOS
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A FORMAÇÃO TERRITORIAL DA AGROINDUSTRIA CANAVIEIRA: O MODELO SERGIPANO
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Data: Feb 29, 2016
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Tese
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O presente estudo tem como objetivo analisar a especificidade dos capitas da agroindústria açucareira sergipana, levando-se em consideração a atuação do Estado brasileiro e a formação das características atuais do território açucareiro sergipano. Aliados a este objetivo, emergem outros específicos: entender historicamente o desenvolvimento da agroindústria açucareira sergipana e a origem e especificidade dos capitais; discutir o papel do Estado, através das políticas públicas, como agente principal para o desenvolvimento do setor; identificar as estratégias do setor nos momentos de crises a partir da desregulamentação dos anos de 1990 e dos desafios enfrentados a partir dos anos 2000; elencar e caracterizar os reflexos das políticas públicas para o setor sucroalcooleiro nordestino e particularmente sergipano. O estudo do ponto de vista metodológico é basicamente circunscrito nos limites das pesquisas quantitativa e qualitativa, na medida em que um mesmo olhar pode conter os dois aspectos da abordagem. Considera-se a abordagem histórica onde a atividade canavieira emerge como o apoio de política de Estado e se confunde com os reflexos da luta que se trava no apossamento das decisões sobre o campo brasileiro, a serviço do capital em suas múltiplas funções e visualizadas nas práticas territoriais. Nesse sentido, a pesquisa resulta da análise histórica da cana-de-açúcar em Sergipe, permite diagnosticar a trajetória, a concentração espacial do cultivo, a concentração da produção industrial. Com base nas questões que marcam o setor, verifica-se uma concentração da produção, sinalizando uma redução de capitais entre os produtores menos capitalizados e tecnificados. Como resultados, as mudanças no circuito produtivo possibilitam os deslocamentos de atores envolvidos com a questão sucroalcooleira em Sergipe a outras atividades empresariais. O fluxo inverso também é constatado numa migração de capitais de outras atividades para o setor, em tempos de crise, para recuperar crédito através de operações bancárias; em tempos de lucratividade, como investimento e ampliação de oportunidades. No plano regional, a mão benevolente do Estado não alcança a todos na mesma proporção, justamente porque aqueles mais capitalizados são os alvos dos grandes investimentos. A atividade canavieira com a atuação do IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool), PROÁLCOOL e, a partir dos anos 90 do século XX, com as políticas vinculadas aos Ministérios da Fazenda, do Planejamento e da Agricultura, sinaliza a uma política de Estado diferenciada, priorizando os grandes conglomerados, em larga expansão. Os anos posteriores são marcados por decisões governamentais complexas para o setor: a extinção dos programas de incentivo à agroindústria açucareira marca uma nova fase na relação com o Estado. A participação do setor público nas políticas açucareiras, no período posterior a 2005, deixa evidente um cenário político diferenciado. Como esse setor, historicamente é marcado pela regulamentação estatal, as oscilações são comuns e não são apenas nas atividades em si, mas também no formato dos discursos frente às pressões aos governos. É nesse contexto, que o setor sucroalcooleiro em Sergipe reconhece a crise e reestrutura-se. Afinal, nas últimas três décadas, as principais características da agroindústria açucareira nacional, definidas no quadro de uma articulação estatal, são visíveis em terras sergipanas. A especificidade dos capitais tem garantido parte dessa organização territorial, sendo este a síntese do quadro econômico sucroalcooleiro.
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AVANÍ TEREZINHA GONÇALVES TORRES
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OS MEANDROS DA POLÍTICA HÍDRICA DO COMITÊ DE BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO: REPRESENTATIVIDADE, EFETIVIDADE E FORMAÇÃO DE HIDROTERRITÓRIOS
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Advisor : MARCO ANTONIO MITIDIERO JUNIOR
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Data: Feb 29, 2016
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Tese
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A gestão dos recursos hídricos no mundo se tornou um elemento essencial para a fixação de populações e a geração de riquezas nos territórios, em geral, principalmente a partir do século XX. No Nordeste brasileiro, a convivência com a escassez hídrica faz parte da formação da região desde o descobrimento. O rio de maior importância da região é o Rio São Francisco, também denominado como o rio da “integração nacional”, pois as riquezas produzidas eram escoadas através de seu leito. A partir dos anos 1970, o rio passou a ser utilizado mais intensamente para a produção de energia. Com a formação dos reservatórios, a partir da construção das barragens da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF), ocorreu o deslocamento de milhares de pessoas. No final dos anos 1990, foi formulada a Lei n. 9.443/97, que institui, entre outros aspectos, a gestão territorial das águas por bacia hidrográfica e, consequentemente, os seus instrumentos de gestão, a outorga e a cobrança da água, sob a administração de um comitê formado por representações do Estado, de usuários e da sociedade civil organizada de cada bacia. No ano de 2001, formou-se o Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), composto por 62 membros representantes. Já a cobrança da água nessa bacia só ocorreu a partir do ano de 2010. Parte dos recursos arrecadados vem sendo utilizado para o fortalecimento institucional do CBHSF por meio de campanhas midiáticas e projetos hidroambientais principalmente nas localidades onde residem os representantes do CBHSF, reforçando a imagem política sem uma melhora significativa dos estoques hídricos, ao passo que os montantes arrecadados deveriam promover o aprimoramento da qualidade e quantidade de água do Rio São Francisco. Dessa forma, a gestão não tem sido exercida com eficácia por não coibir a emissão de outorgas, mesmo perante o cenário crítico de escassez hídrica pelo qual passa o rio. Suas águas vêm sendo utilizadas prioritariamente para os usos de produção de energia e irrigação nos perímetros irrigados do agronegócio. Esse cenário potencializa disputas e resistências entre camponeses-ribeirinhos, irrigantes e a CHESF, acirrando a disputa entre capital e trabalho ao ser direcionado o direito do uso da água para os que detém poder, características essas que irão configurar uma formação territorial denominada por Torres (2007), como hidroterritório. A ineficácia da gestão do CBHSF contribui cada vez mais para a formação desses hidroterritórios, apontados pelos estudos espaciais das outorgas emitidas para as regiões fisiográficas do Submédio e Baixo Rio São Francisco, delimitação de estudo desta pesquisa.
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DANIEL ALMEIDA DA SILVA
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Nos(dos) Meandros Ambientais: A Natureza das Águas Urbanas em Aracaju
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Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
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Data: Feb 29, 2016
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Tese
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A Geografia tem o estudo da espacialidade como premissa básica e escopo, assim, ao eleger as águas urbanas – recurso – como o cerne desta tese, procuramos entender a formação espacial contraditória da cidade de Aracaju vista sob esse viés. Os processos de expansão e transformação urbana proporcionam baixa qualidade de vida a parcelas significativas da população. Localizada na faixa litorânea do Estado, há predominância do clima quente e úmido, com precipitações concentradas nos meses de março a agosto. Neste período há a ocorrência de eventos intensos que geram alagamentos localizados, alguns de grande porte, agravados muitas vezes pela condição das marés e afogamento dos sistemas de canais. O sistema de drenagem funciona exclusivamente por gravidade e muitas áreas não possuem estrutura de macrodrenagem completamente implantada, principalmente nas zonas de expansão, fato que vem causando prejuízos à população e ações indenizatórias. Observa-se que os serviços urbanos relacionados à gestão das águas são executados de forma isolada e há pouca articulação entre os municípios e entre as secretarias municipais que compõem os municípios vizinhos a Aracaju. Desse modo, este trabalho apresenta como objetivo central explicar o processo de produção do espaço urbano da cidade de Aracaju – excetuando a área de expansão – utilizando-se de uma análise integrada de sociedade e natureza tendo como viés a discussão da questão hídrica. São consideradas duas vias de análise, em que pese: i) avaliação da dimensão física, em que se pese entender os processos morfoclimáticos e pedogenéticos e, dessa forma, compreender a dinâmica dos componentes ambientais da cidade e; ii) análise da dimensão histórica, integrada e conclusiva dos aspectos socioeconômicos, políticos e jurídicos sobre as condições hídricas atuais da capital, associando assim o crescimento urbano à ocupação de áreas alagadas, inumação e retificação de canais fluviais, o (des)acesso quantitativo e qualitativo à água e, por fim, ao descarte dos efluentes. Portanto, optou-se por metodologias que respondem, de maneira coerente, as questões de pesquisa, são eles: a Fisiologia da Paisagem de Ab’Saber (1969) e a Análise da Sócio-Espacialidade (1977) de Santos, além da análise de totalidade embasada pela sóciometabolismo do capital de Mészáros (2002). O sítio urbano de Aracaju tem se caracterizado por exemplos pluvioerosivos e hidrodinâmicos preocupantes, resultantes das derivações processadas pelo homem. Problemas de escoamento são constantes no período das chuvas, não existindo estrutura de vazão em relação à quantidade de água pluvial que se intensifica em função do crescimento da impermeabilização de superfícies e consequentes tendências de disritmias pluviométricas. Em síntese, pode-se afirmar que a problemática das águas urbanas em Aracaju reporta-se à crise ambiental, aqui qualificada como uma forma particular de manifestação de uma crise global e estrutural, ou seja, a crise das sociedades produtoras de mercadorias, que ganha contornos especiais na periferia do sistema capitalista. Crise que tem uma dimensão global, que pode ser atestada pelo crescente aumento da demanda de água potável e pelo caráter crescentemente limitado desse recurso (contradição que lhe tem conferido valor econômico estratégico) e também local, uma vez que o padrão de reprodução sóciometabólica do capital em curso aprofunda, ao invés de combater, a situação de degradação das águas em Aracaju.
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ANTONIO DE OLIVEIRA COSTA NETO
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IMPACTOS TERRITORIAIS DOS ASSENTAMENTOS RURAIS NO MUNICÍPIO DE ESPLANADA BA
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Advisor : MARCO ANTONIO MITIDIERO JUNIOR
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Data: Feb 29, 2016
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Tese
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O presente trabalho teve como objetivo analisar os impactos territoriais causados pela implantação dos assentamentos rurais no município de Esplanada (BA). Para alcançar esse objetivo foi necessário analisar temas relevantes relativos à questão agrária brasileira, como a luta pela terra, a estrutura agrária e o papel do governo no processo de consolidação dos assentamentos, sobretudo a atuação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), principal responsável pela implementação e apoio ao desenvolvimento dos assentamentos rurais brasileiros. A luta pela terra em Esplanada foi fortemente marcada pela presença de um Frei, que, ao assumir o papel de líder dos camponeses, conseguiu influenciar a implantação de cinco assentamentos. A estrutura agrária de Esplanada apresenta valores relativos próximos à do Brasil e à da Bahia. Esses valores evidenciam alta concentração de terras e má distribuição de áreas agriculturáveis, sendo que os latifúndios, além de possuírem os maiores percentuais de áreas, continuam a se ampliar. Apesar da implantação dos assentamentos, a alta concentração de terras continua. O governo, com uma tímida política de criação de assentamentos via desapropriação, não consegue desconcentrar terras. Muitos desses assentamentos, como os do município em questão, encontram-se apenas na categoria de assentamentos criados, longe de se tornarem consolidados. O INCRA não consegue executar seu papel de forma eficaz, tendo forte influência no lento desenvolvimento desses assentamentos. Apesar dos problemas enfrentados pelos assentados, os impactos territoriais causados pela implantação dos assentamentos são muitos. Os assentados melhoraram consideravelmente suas vidas em relação à educação, à moradia, à alimentação e à renda. Além disso, os assentamentos também proporcionaram uma nova dinâmica socioeconômica ao município. Nesse contexto, são evidentes os impactos positivos dos assentamentos na vida dos assentados, que se encontram completamente inseridos no desenvolvimento do município.
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DOUGLAS VIEIRA GÓIS
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DINÂMICA FITOGEOGRÁFICA E SUSCETIBILIDADE À DESERTIFICAÇÃO NO MUNICÍPIO DE POÇO REDONDO - SE
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Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
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Data: Feb 25, 2016
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Dissertação
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O semiárido nordestino apresentou historicamente um quadro de exploração excessiva dos recursos naturais. Nesse contexto, atrelado as atividades predatórias exercidas sobre o quadro geoambiental vulnerável desta região surge um processo de degradação ambiental em grande intensidade, denominado desertificação. O processo degradacional supracitado consiste na degradação das terras em áreas áridas, semiáridas e subúmidas secas, advindos de vários fatores, incluindo as variações climáticas e as derivações antropogênicas, resultando em impactos negativos tanto para os domínios ambientais, como para a população por ela afetada. De acordo com o Programa de Ação Estadual de Combate a Desertificação (PAE-SERGIPE), no estado de Sergipe, o território do Alto Sertão Sergipano é uma área afetada pelos processos de desertificação. Nesse sentido, a presente pesquisa objetivou analisar os níveis de suscetibilidade à desertificação no município Poço Redondo, localizado no noroeste do estado de Sergipe, a partir da dinâmica da cobertura vegetal, no período compreendido entre os anos de 1987 a 2014. Para alcançar tal intento, com base na abordagem sistêmica em Geografia, foram utilizados múltiplos procedimentos metodológicos, a saber: revisão bibliográfica; pesquisa documental; elaboração e análise de documentos cartográficos, a partir de técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento; além de trabalhos de campo para análise in loco dos indicadores de desertificação propostos. A degradação física será avaliada a partir dos seguintes indicadores: índice climático, erosividade das chuvas, erodibilidade dos solos e declividade. A degradação efetiva será avaliada através correlação entre os indicadores supracitados correlacionados as derivações antropogênicas e aos resultados do NDVI dos anos de 1987, 2006 e 2014. Portanto, tais indicadores subsidiaram a análise integrada das dimensões social e ambiental, propiciando a elaboração do mapeamento da suscetibilidade ao processo de desertificação, com vistas ao ordenamento ambiental do município estudado. Ademais, pode-se destacar que na área de estudo as principais causas da desertificação são o desmatamento, o sobrepastoreio, o sobrecultivo e a salinização de áreas irrigadas, processos que tornaram as áreas mais suscetíveis a essa modalidade de degradação ambiental.
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CATIA DOS SANTOS FONTES
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Dinâmica dos Processos Erosivos em Taludes: desafios e possibilidades do seu controle com uso de geotêxteis
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Advisor : FRANCISCO SANDRO RODRIGUES HOLANDA
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Data: Feb 25, 2016
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Tese
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Os problemas de erosão de solo tem se tornado pertinentes em diversas áreas no mundo inteiro. Desta forma é frequente a busca por soluções através de técnicas que controlem o avanço dos processos erosivos, com destaque para a erosão em taludes fluviais. O Baixo São Francisco Sergipano tem sofrido com impactos ocasionados pelas alterações na vazão do rio provocadas pelas politicas públicas implantadas nas últimas décadas que priorizaram a construção de barramentos para geração de energia. É nesta perspectiva que surgiu a necessidade de viabilizar técnicas sustentáveis que possam mitigar a perda de solo controlando a erosão com técnicas de engenharia natural, considerando a dinâmica geomorfológica daquele ambiente. Deste modo a pesquisa teve como objetivo avaliar a dinâmica dos processos erosivos analisando o potencial do trançado de fibras naturais na confecção de geotêxteis para recuperação hidroambiental na margem direita do baixo curso do Rio São Francisco junto às comunidades de artesãos a partir do uso de matéria prima local. Desta forma, a metodologia seguiu as seguintes etapas: primeiro todo um levantamento bibliográfico, a segunda corresponde aos trabalhos em campo para reconhecimento da área e a análise da paisagem, bem como identificação de fibras utilizadas para o desenvolvimento de técnicas de contenção de erosão, seguida da instalação de experimento e monitoramento dos paramentos avaliados em campo e laboratório e a última etapa constou-se da síntese dos resultados alcançados com a realização da pesquisa. O modelo teórico metodológico utilizado na pesquisa foi o GTP (Geossistema, Território, Paisagem) proposto por Bertrand (1971), através de abordagem sistêmica e integradora na análise da paisagem e da relação sociedade e natureza no espaço geográfico. Como resultado a pesquisa apresenta diversos processos erosivos nas margens do rio, em consequência da própria dinâmica fluvial em que se apresenta o Rio São Francisco pela regularização da vazão a partir da Usina Hidroelétrica de Xingó, associada ao desmatamento, ocupação das margens, entre outros impactos que são identificados por diversos autores que já realizaram estudos nesta área. A partir do experimento em campo observou-se que entre as fibras selecionadas na realização dos testes, as de ouricuri e junco mostraram-se mais eficientes na contenção de erosão, porém quanto à resistência e durabilidade às intempéries climáticas a fibra de taboa liderou, sendo a mais resistente. A pesquisa conclui que o uso de fibras naturais a partir da confecção de geotêxteis e aplicação em taludes fluviais tornam-se mais uma alternativa como técnicas de contenção de erosão, fundamentada nos resultados alcançados através dos testes em campo e laboratório realizados em área experimental nas margens do rio. Por fim esta pesquisa apresenta à comunidade científica uma grande contribuição à medida que desenvolve, testa e prova mais uma técnica para a contenção da erosão em taludes fluviais.
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CLÊANE OLIVEIRA DOS SANTOS
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(RE)CONFIGURAÇÕES TERRITORIAIS DA PRODUÇÃO ORGÂNICA DO
AGRESTE CENTRAL DE SERGIPE À LUZ DAS POTENCIALIDADES AMBIENTAIS
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Advisor : ROSEMERI MELO E SOUZA
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Data: Feb 23, 2016
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Tese
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Esta pesquisa objetiva analisar as potencialidades ambientais presentes no processo de realização da agricultura orgânica no Agreste Central Sergipano. Verifica-se que a disseminação da agricultura orgânica em Sergipe está ocorrendo a partir da construção de novos valores de convivência social e ambiental em associação com as mudanças nas práticas de manejo, com base nos princípios da Agroecologia. O recorte espacial desta análise são os municípios de Areia Branca, Itabaiana e Malhador, que fazem parte do território do Agreste Central Sergipano. Para desenvolver essa pesquisa a metodologia deste estudo foi estruturada em três etapas: gabinete, onde se fará pesquisa bibliográfica, visita a órgãos e entidades para coleta de dados secundários e levantamento cartográfico; a etapa campo compreende a observação e reconhecimento da área de estudo, a marcação de pontos de localização, a aplicação de entrevistas semi-estruturadas e o levantamento Fotográfico; a última etapa foi denominada de síntese, uma vez que serão analisados os resultados alcançados nas duas etapas anteriores, confeccionados e analisados os mapas e comprovada ou não a hipótese inicial deste estudo. O modelo teórico-metodológico adotado é o GTP (Geossistema, Território, Paisagem) proposto por Bertrand (2007), pois este legitima a idéia de integração de todos os elementos que compõe o espaço geográfico, contrapondo-se à análise compartimentada, meramente descritiva da relação da sociedade com a natureza. Sendo assim, a metodologia do sistema GTP serve não só para a representação cartográfica das áreas, mas principalmente para a verificação da dinâmica existente na área de estudo, vinculada diretamente as potencialidades ambientais presentes no espaço. Logo, a análise concluiu que os municípios pesquisados apresentam características potenciais que favorecem o desenvolvimento do cultivo orgânico, contudo, também apresentam limitações que contribuem para a desaceleração do crescimento da produção orgânica na área de estudo. Assim, as potencialidades relacionam-se à esfera ambiental, a exemplo do uso dos recursos naturais e à prática de conservação ambiental, e, também, à influência da tradição histórica na produção e comercialização de gêneros alimentícios no Agreste. Já as limitações estão relacionadas às dificuldades encontradas nas esferas social, econômica e política que dificultam o pleno desenvolvimento da produção orgânica.
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DIANA MENDONÇA DE CARVALHO
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TRAJETÓRIAS DO PRONAF EM SERGIPE: DESENVOLVIMENTO E MUDANÇAS SÓCIO-ESPACIAIS
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Advisor : JOSE ELOIZIO DA COSTA
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Data: Feb 19, 2016
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Tese
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O Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) é hoje um elemento essencial para promover processos de mudanças sócio-espaciais no contexto rural brasileiro. Uma política que se difundiu por quase todo o território brasileiro, sedimentando-se como suporte para a luta contra a pobreza rural. É uma política direcionada aos pequenos agricultores, demarcados pelo Estado como agricultores familiares, visando à promoção do desenvolvimento rural, devido ao caráter empreendedor e potencializador desses atores junto às economias locais. A tese justifica-se pela persistência governamental em manter o programa que está prestes a completar 20 anos; pela importância que o Pronaf passou a apresentar no financiamento da agricultura familiar; e também, pela possibilidade de universalização do crédito entre esses agricultores. Nessa perspectiva, o presente trabalho analisa as mudanças ocorridas no espaço rural sergipano, a partir da implementação do Pronaf. A pesquisa é de caráter analítico-empírico, valorando aspectos qualitativos e quantitativos que refletem informações e conhecimentos da realidade. As contribuições teóricas tiveram caráter plural, agregando aspectos não só geográficos, mas de outras áreas do conhecimento. A fundamentação retoma discussões sobre desenvolvimento rural, agricultura familiar e institucionalismo como segmentos integrados à operacionalização e às consequências sócio-espaciais possibilitadas pelo Pronaf. Ainda no somatório dos procedimentos metodológicos definidos para a realização desse trabalho, pode-se pontuar: a realização de entrevistas com entes institucionais e aplicação de questionários com beneficiários do programa através da análise de três municípios que, por modalidade, tiveram em 2012, o maior número de contratos efetivados: Capela (modalidade A); Itabaianinha (modalidade B); e Carira (modalidade comum). A avaliação de dados colhidos em campo comprova que o Pronaf não é fator determinante para a produção agropecuária em Sergipe, mas é condição essencial para a promoção de mudanças sócio-espaciais em termos de questão fundiária, diversificação produtiva, inserção de elementos do meio técnico-científico-informacional, criação de redes de comercialização e de consumo das mercadorias e reestruturação familiar. O programa persiste agregando mudanças em seus aspectos normativos, com juros subsidiados, articulação com outras políticas, construção de metodologia para efetivação da política (Agroamigo), criação de linhas de financiamento específicas e inserção do agricultor no circuito de mercado. Todavia, sabe-se que, mesmo tornando-se um fundamento para a melhoria da qualidade de vida dos agricultores e para a promoção do desenvolvimento rural, o Pronaf ainda precisa vencer alguns gargalos, sobretudo em relação à questão burocrática e à prestação de assistência técnica e extensão rural. Ainda assim, o Pronaf tem sido um sustentáculo na promoção de mudanças econômico-espaciais, haja vista representar um alicerce para muitos agricultores familiares que estiveram abaixo da linha de pobreza e não teriam possibilidades de acesso a crédito no sistema de financiamento convencional, rompendo, assim, com a exclusão e incitando a capacidade financeira das pequenas unidades produtivas. Nesse tocante, pode-se asseverar que, para Sergipe, o Pronaf, enquanto política de feição social, tem sido incentivador do desenvolvimento rural e local.
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AMANDA CHRISTINNE NASCIMENTO MARQUES
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Fronteira Étnica: Tabajara e Comunidades Negras no Processo de Territorialização do Litoral Sul Paraibano
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Data: Feb 12, 2016
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Tese
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Buscamos analisar o processo de territorialização da microrregião do Litoral Sul paraibano, tomando como especificidade a territorialidade étnica dos Tabajara e das Comunidades Negras do Gurugi e Ipiranga. Esses grupos, em momentos históricos diferentes, estabeleceram relações territoriais e interétnicas que os diferenciam e ao mesmo tempo os aproximam. Partimos de algumas questões de reflexão analítica, entre as quais destacamos: Em uma situação de conflito, tal qual se instala, quais dispositivos legais e que sujeitos, famílias oligárquicas e conflitos estão postos nessa porção territorial? Como povos subalternos utilizam suas estratégias de silenciamento/expressões orais para darem visibilidade a sua espacialidade? Em que medida a mistura étnica se apresenta como fator favorável ou desfavorável num processo de reivindicação territorial? Compreender as dimensões do processo de identificação de grupos indígenas e Quilombolas, denominados grupos resistentes e persistentes, requer uma aproximação de conceitos como território, territorialidade e etnia utilizando autores, dentre os quais Raffestin (1993), Moraes (1984), Souza (2003), Santos (1994) e Haesbaert (2002, 2004). Buscamos reconstruir as situações históricas do Litoral Sul, por meio da utilização de documentosdatados de 1860 que referenciam o processo de contato e territorialidades étnicas (MARQUES, 2009), a exemplo dos relatórios dos presidentes da província e dos documentos de colonização de terras públicas. Também, um levantamento bibliográfico nas Instituições de Ensino Superior (IES) e análise das legislações e Leis que regulamentam e tratam do processo jurídico-politico das terras indígenas e Quilombolas por meio da leitura das constituições brasileiras, dos decretos presidenciais, das convenções e do Estatuto do Índio. Interpretamos as relações de poder historicamente estabelecidas entre os grupos e o Estado, bem como seus modos de vida, com o auxilio da realização de trabalhos de campo. Avaliamos a hipótese de que existem na legislação brasileira, nos processos demarcatórios, nas representações sobre esses grupos e nas práticas de resistência, elementos que garantem a manutenção da subalternidade. Dessa forma, os conflitos territoriais étnicos têm o Estado como agente de manutenção das relações de subalternidade desses grupos. Construímos nossa argumentação por meio das teorias pós-coloniais, com o propósito de estabelecer uma leitura do sul, considerando as análises de autores como Said (2011), Spivak (2003;1994), Hall (2003;2006) e Bhabha (1998). Concluimos que os grupos étnicos situados no Litoral Sul, historicamente, lutam para sair da condição de viver no entre-lugar. O sair da condição de fronteira social significa ter seus direitos garantidos em plenitude. Estar em uma situação de fronteira significa que, mesmo sob uma condição subalterna, faz-se necessário demarcar um espaço social.
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BRUNA FORTES SANTOS
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Urbanização e Clima Urbano do bairro Atalaia na cidade de Aracaju/se.
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Advisor : JOSEFA ELIANE SANTANA DE SIQUEIRA PINTO
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Data: Feb 3, 2016
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Dissertação
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A referida pesquisa teve como objetivo principal estudar o clima urbano do bairro Atalaia no município de Aracaju, mediante o processo de verticalização que está se intensificando na área. Configura-se como um bairro que vem registrando expressivo adensamento urbano, fato que se reflete no aumento do número de construções e redução da vegetação, dando lugar a superfícies de concreto. Essas modificações são parâmetros determinantes dos contrastes térmicos encontrados nas metrópoles. Os procedimentos adotados para o desenvolvimento da investigação foram aerofotografias e imagens satélites fornecidas pelo INPE e USGS/EROS para a realização do mapeamento da evolução da malha urbana do bairro, para a obtenção das imagens termais da área e representação e análise do albedo. Com fundamento em bibliografia revisada, foram traçados os objetivos, geral e específicos, no sentido de analisar o processo de urbanização do referido bairro e suas implicações no comportamento do clima urbano. Para tanto, pretendeu-se avaliar a expansão da malha urbana da área em estudo, a retração ou expansão da cobertura vegetal e albedo. Como o trabalho buscou analisar os prováveis contrastes térmicos no bairro Atalaia, considerou-se representativo trabalhar com os meses mais quentes do ano, janeiro, fevereiro ou março e os meses mais frios, julho ou agosto. A escala temporal selecionada pela disponibilidade de dados restringiu-se aos anos de 1984-2008-2015, tendo sido adotado como método de análise o Sistema Clima Urbano de Monteiro, com foco no canal denominado Conforto Térmico. Foram tratados componentes termodinâmicos de forma integradora com a interpretação dos dados obtidos, correlacionando o uso do solo, a elevação das temperaturas internas no ambiente urbano a diminuição da cobertura vegetal, verificando o quanto a verticalização está influenciando no conforto térmico do bairro. De acordo com os dados obtidos, verificamos um aumento da temperatura devido ao aumento da malha urbana, diminuição das áreas verdes, o crescimento de edificações verticais e aparecimentos de ilhas de calor ao lado de ilhas de frescor. Os resultados da análise do albedo mostram uma correlação entre os valores de temperatura e albedo, deixando evidente que em áreas onde houve aumento de temperatura os valores de albedo foram menos intensos. E em solos expostos, houve também maior albedo em relação aos outros tipos de uso e ocupação do solo, e consequente temperatura inferior à da área construída. É de conclusão afirmar que o processo de urbanização, a verticalização, acrescidos pelo adensamento populacional ao lado da supressão de áreas verdes afetou o clima local do bairro Atalaia.
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