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JESICA BATISTA DE SOUZA
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Atividades biológicas de amostras semi-purificadas das folhas da Eplingiella fruticosa Salzm. ex. Benth
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Orientador : CHARLES DOS SANTOS ESTEVAM
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Data: 13/11/2018
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Dissertação
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As plantas medicinais produzem metabólitos secundários com funções de defesa e sobrevivência em seu habitat, sendo úteis ao homem como terapêuticos. A Eplingiella fruticosa (Lamiaceae) ou alecrim do vaqueiro tem amplo uso pela população no combate a febres, bronquites, dores, infecções, dentre outros, possuindo também descrição científica de atividades antimicrobiana, antioxidante e larvicida, por exemplo. O isolamento ou semi-purificação de compostos de uma amostra amplia a chances de encontrar fitoconstituintes bioativos, os quais podem estar em baixas concentrações no extrato. Nesse sentido, o extrato clorofórmico (EC) das folhas de E. fruticosa foi semi-purificado por meio de cromatografia flash e cromatografia liquida clássica, obtendo-se 29 semi-isolados, os quais foram investigados quando ao potencial antioxidante, antimicrobiano, larvicida e citotóxico. A prospecção fitoquímica do EC revelou a presença de flavonoides, saponinas e xantonas. O teste antioxidante frente ao 2,2-difenil-1-picril-hidrazila demonstrou atividade muito ativa na subfração metanólica (SM) com concentração efetiva (CE50) < 50 μg.mL-1 e pouco ativa no EC e Grupo 23 (G23) CE50 > 100 μg.mL-1. Nessas amostras e no Grupo 11 (G11), o teor de fenólicos totais (FT), flavonoides totais (FLT) e flavonois totais (FLAVT) foram quantificados por métodos espectrofotométricos. Todas apresentaram teor de FT acima de 100 mg.g-1 de amostra e foram estatisticamente semelhantes entre si, conquanto os valores de FLT e FLAVT destacaram-se no EC. A SM a 500 μg.mL-1, no teste de macrodiluição em caldo, mostrou-se ativa contra o crescimento de S. aureus, contudo, no teste de difusão em disco, nenhuma amostra (1 mg.mL-1) inibiu o crescimento bacteriano. Os ensaios utilizando larvas de 3º estágio do Aedes aegypti revelaram três subfrações com efeitos larvicida: o Grupo18 (G18) apresentou concentração letal (CL50) de 371 e 253 ppm, a subfração clorofórmica (SC) apresentou CL50 de 815 e 752 ppm, em 24 e 48h, respectivamente. A SM, após 48h, apresentou percentual de mortalidade de 93 ± 4,4%, sugerindo ação de efeito prolongado. No ensaio de Brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio, o EC, a SC, a subfração acetato de etila e a SM, nas concentrações de 1,56 a 12 μg.mL-1, não diminuíram a viabilidade das células do endotélio humano EA.hy926 quando comparados ao controle.
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FABIOLLA ROCHA SANTOS PASSOS
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Efeito anti-hiperalgésico do acetato de hecogenina complexado à β-ciclodextrina em modelos de dor neuropática e inflamatória crônica
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Orientador : JULLYANA DE SOUZA SIQUEIRA QUINTANS
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Data: 21/09/2018
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Dissertação
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A dor neuropática se desenvolve devido à lesão no sistema somatossensorial, afetando a qualidade de vida do seu portador. Diante da ineficácia da farmacoterapia atual, as substâncias obtidas de produtos naturais são uma alternativa promissora. Neste sentido, tem-se o acetato de hecogenina (AH), uma sapogenina esteroidal com atividade anti-inflamatória e antinociceptiva relatadas na literatura. Contudo, o AH tem baixa solubilidade em água, o que afeta a sua biodisponibilidade. Por isso, é viável a sua inclusão em β-ciclodextrina, resultando em efeitos superiores também relatados na literatura. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade anti-hiperalgésica do acetato de hecogenina puro e complexado (AH/βCD) em modelo animal de dor neuropática e inflamatória crônica. Inicialmente, foi preparado o complexo de inclusão na razão molar 1:2 (AH:βCD) pelo método de liofilização. Todos os protocolos experimentais foram aprovados previamente pelo comitê de ética e foram realizados com a utilização de camundongos Swiss machos. Os animais foram divididos em quatro grupos (n=8), sendo o sham (não submetidos à indução álgica e tratados com água v.o.), veículo (tratados com água v.o.), e grupos tratados v.o. com AH 20mg/kg e AH/βCD 20mg/kg. Para a indução da dor inflamatória crônica, os animais receberam uma injeção intraplantar de CFA (adjuvante completo de Freund), e foram avaliados quanto à hiperalgesia mecânica e quanto aos níveis de mieloperoxidase (MPO) na pele da pata ao fim dos oito dias de tratamento. AH e AH/βCD reduziram a hiperalgesia mecânica em relação ao grupo veículo até a quarta e quinta hora, respectivamente, na avaliação aguda, com efeito superior da forma complexada sobre a forma pura na segunda e terceira hora após o tratamento (p<0,001). Na avaliação crônica, AH e AH/βCD reduziram a hiperalgesia em relação ao veículo nos oito dias de tratamento (p<0,001). Ambas as formas pura (p<0,01) e complexada (p<0,001) reduziram a atividade da mieloperoxidase na pele da pata dos animais. Grupos de animais sujeitos ao mesmo protocolo farmacológico foram submetidos ao modelo de lesão parcial do nervo ciático (LPNC) e avaliados quanto à hiperalgesia mecânica, térmica e alodinia ao frio. AH e AH/βCD reduziram a hiperalgesia mecânica até a quarta e sexta hora, respectivamente, e ambas reduziram a hiperalgesia em relação ao veículo na avaliação crônica (p<0,001). AH e AH/βCD também reduziram a hiperalgesia térmica, com efeito superior da AH/βCD (p<0,01); e alodinia ao frio (p< 0,05 e p<0,001, respectivamente). A análise da medula destes animais demonstrou diminuição nos níveis das citocinas pró-inflamatórias TNF-α, IL-1β e IL-6, além da diminuição da expressão microglial (através do Iba-1) em relação ao grupo veículo. Além disso, AH e AH/βCD reduziram a nocicepção aguda induzida pela injeção intraplantar de glutamato (p<0,001), e AH/βCD reduziu a nocicepção induzida por injeção intraplantar de agonista TRPA1 (p<0,01) e TRPM8 (p<0,05). E o tratamento por oito dias com AH e AH/βCD não demonstrou sinais de lesão gástrica e hepática. Diante do exposto, AH e AH/βCD tem efeito antinociceptivo em modelos de dor crônica, provavelmente por inibição da migração leucocitária, interação com o sistema glutamatérgico e receptores TRPA1 e TRPM8, além da redução de citocinas pró-inflamatórias e expressão microglial. Por isso, AH/βCD tem grande potencial para utilização no tratamento da dor crônica.
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