Introdução: O sono é essencial para o desempenho das funções cognitivas e físicas e é diretamente influenciado por fatores endógenos, sociais e ambientais. Os adolescentes são suscetíveis a alteração no padrão de sono devido à maturação, horários de sono e demandas estabelecidas, especialmente, pelas instituições de ensino. A massificação do uso da internet atrelado ao excesso do tempo de telas conduz o adolescente a uma condição na qual são evidenciados efeitos deletérios, dentre os quais se destacam o risco de vício de internet o qual pode interferir de forma significativa na sua vida diária, possivelmente por esse público possuir maior de probabilidade de desenvolver dependência tecnológica. Objetivo: Relacionar tempo de tela e qualidade do sono em adolescentes. Materiais e Método: Estudo transversal, observacional, de abordagem quantitativa com adolescentes entre 14 e 17 anos do Ensino Médio Técnico Integrado do Instituto Federal de Sergipe, campus Aracaju. A coleta de dados foi via Google Forms através de questionário dividido em três partes: características sociodemográficas, hábitos de sono e de tempo de tela; Internet Addiction Test (IAT) e o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI). Foram utilizadas estatísticas descritivas e testes de hipótese tais qual teste Qui-Quadrado de Pearson, Exato de Fisher, Mann-Whitney, Kruskal-Wallis, além de regressão logística multinomial. O software utilizado foi o R Core Team 2023 (versão 4.3.1) com nível de significância de 5%. Resultados: A amostra foi composta por 210 adolescentes, a maioria do sexo feminino (65,2%), mediana de idade, 16 anos, e de duração de sono, 6 h. Predominância de qualidade ruim do sono (63,3%) e distúrbio do sono (21%), principalmente no sexo feminino. O tempo de dispositivo com tela foi ≥ 5 horas/dia (54,3%) e associado a sono ruim e distúrbio de sono. A maioria dos participantes (73,8%) possui dependência leve de internet e os adolescentes com dependência moderada são 74,5% do sexo feminino e têm 5,97 (IC95: 1,36-26,23; p=0,018) mais chances de ter qualidade do sono ruim e 8,86 (IC95: 1,87-41,99; p=0,006) de distúrbio do sono. Conclusão: A qualidade do sono possui relação direta com a dependência de internet e intervenções educativas de higiene do sono e de tempo de tela consciente são necessárias. Recomenda-se pesquisas futuras que possam avaliar as consequências dessa problemática sobretudo no desempenho acadêmico e que levem em consideração as elevadas demandas acadêmicas e fatores socioeconômicos.