Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOÃO LUCAS TAVARES DE LIMA
DATA: 31/07/2023
HORA: 15:30
LOCAL: Sala 04 - Polo de Gestão
TÍTULO: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA INFECÇÃO PELO Toxoplasma gondii EM GESTANTES DO ESTADO DE SERGIPE: UMA ABORDAGE ESPACIAL
PALAVRAS-CHAVES: Análise espacial; Complicação infecciosa na gravidez; Notificação de doença; Epidemiologia; Infecção por Toxoplasma gondii.
PÁGINAS: 80
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Enfermagem
SUBÁREA: Enfermagem de Saúde Pública
RESUMO:
Introdução: A toxoplasmose é considerada uma doença infecciosa sistêmica, causada pelo protozoário parasita Toxoplasma gondii (T. gondii) e caracteriza-se por ser uma zoonose distribuída mundialmente. Quando ocorre na gestação, constitui grave problema de saúde pública, devido ao risco de transmissão placentária, que pode ocasionar aborto e trazer sérias manifestações clínicas para o feto e recém-nascido. No Brasil, estima-se que 14 por 1.000 gestantes possuem a infecção pelo T. gondii, com 60 mil novos casos por ano. A taxa de transmissão vertical é de 6 a 10% no primeiro trimestre e de 70 a 90% no terceiro trimestre de gestação. Esse estudo contribuirá na elaboração de políticas públicas que fortaleçam as ações de planejamento, prevenção, promoção da saúde perinatal, o controle e vigilância da toxoplasmose no Brasil. Objetivo: Descrever os aspectos epidemiológicos e a distribuição espacial da ocorrência de infecção pelo T. gondii em gestantes no estado de Sergipe, Brasil. Materiais e métodos: Estudo misto contemplando um componente transversal descritivo e um componente ecológico por meio de técnicas de análise espacial dos casos notificados de toxoplasmose gestacional (TG) no estado de Sergipe, a partir de dados obtidos pelos sistemas de informação da Secretaria de Estado da Saúde. A análise descritiva foi apresentada por meio de frequências absolutas e percentuais. Estimou-se as taxas de detecção de TG para os municípios do estado. Para análise espacial utilizou-se o estimador de densidade de Kernel para estimar os aglomerados de casos por municípios, gerando mapas coropléticos das taxas de detecção. Resultados: Foram notificados 449 casos de TG no estado de Sergipe e taxa de detecção de 4,7 casos por 1.000 NV. Houve predomínio de mulheres da faixa etária de 20 a 29 anos (54,1%); na raça/cor negra (83,1%); ensino médio incompleto (59,7%); estado civil solteira (67,3%); ocupação de dona de casa (39,9%); residentes na zona urbana (66,8%). Concernente à caraterização do pré-natal, antecedentes obstétricos e manifestações clínicas, predominaram gestantes com diagnóstico no segundo trimestre (46,8%); realização de sete ou mais consultas (77,3%); multigestas (53,9%); nulíparas (50,3%); 0,2% viviam com HIV; 67,9% foram assintomáticas. Em relação às informações laboratoriais e tratamento, apenas 8,0% realizaram três ou mais sorologias durante o pré-natal; 29,8% realizaram avidez de IgG; 53,3% realizaram no mínimo uma USG; 80,4% não realizaram amniocentese para diagnóstico por PCR; e 78,4% realizaram tratamento. Atinente à caracterização da evolução da gestação, 96,7% dos partos foram finalizados com nascidos vivos (NV); 96,0% como gravidez única; 58,6% submetidas ao parto vaginal; e em 2,0% dos NV foram detectadas malformações congênitas. A análise espacial revelou concentração na detecção de casos na região do Leste Sergipano, principalmente nos municípios de Divina Pastora (23,3 por 1000 NV) e Santa Rosa de Lima (15,5 por 1000 NV). Conclusão: A baixa escolaridade e as condições socioeconômicas podem tornar as mulheres vulneráveis ao risco de infecção pelo T. gondii e dificultaros cuidados preventivos, podendo demonstrar relação direta com a = incidência e prevalência da TG. A análise espacial demonstrou a ocorrênciade casos em todas as regiões do estado, com aglomeração em determinados locais.