Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LUCIANA NALONE ANDRADE
DATA: 24/07/2015
HORA: 14:00
LOCAL: Sala do Auditório do Polo de Gestão - Centro de Vivencia UFS
TÍTULO: Derivados p-Mentânicos: Estudos de Relação Estrutura-Atividade e Avaliação de Novos Candidatos a Agentes Antitumorais.
PALAVRAS-CHAVES: Câncer, p-mentânicos, citotoxicidade, atividade antitumoral
PÁGINAS: 180
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Farmácia
SUBÁREA: Análise Toxicológica
RESUMO:
RESUMO
O câncer é uma doença de grande incidência, alta mortalidade e de difícil tratamento, havendo um constante interesse social na procura por terapias mais eficientes. Nesse sentido, os óleos essenciais e seus constituintes químicos têm se mostrado como potenciais agentes bioativos antitumorais. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a atividade citotóxica de 19 derivados p-mentânicos estruturalmente relacionadas ao álcool perílico frente a 3 linhagens de células tumorais humanas: adenocarcinoma ovariano (OVCAR-8), carcinoma de cólon (HCT-116) e glioblastoma (SF-295) através do ensaio colorimétrico de MTT. Essas substâncias foram avaliadas de acordo com o grau de inibição da proliferação celular (GI%), visando identificar substâncias mais citotóxicas e as características moleculares que contribuem para a atividade in vitro. Os testes foram realizados em triplicata com concentração única de 25 µg/mL. Os resultados demostraram que todas as substâncias testadas foram menos citotóxicos do que o álcool perílico, com exceção do 1,2-epóxi-perialdeído (EP-1) e 8,9-epóxi-perialdeído (EP-2) (GI = 95,66 a 99,89%), com e CI50 variando entre 2,68 a 3,92 e 1,03 a 1,75 µg/mL, respectivamente. O benzoato de perila foi o composto menos citotóxico, com um valor de (GI = 2,86 a 5,02%). As substâncias (+)-1,2-epóxi-limoneno, (-)-hidróxi-carvona (-HC) e perialdeído apresentaram atividade citotóxica intermediária, com (GI = 58,40 a 94,01%). Diante desses resultados, as características estruturais que podem contribuir para compreender a atividade citotóxica do álcool perílico e seus análogos foram identificadas. Em geral, a substituição de duplas ligações C-C por grupos epóxido somado ao grupo aldeído aumentou a citotoxicidade. A presença e a posição dos grupos cetona e epóxido no esqueleto p-mentano influenciaram na atividade citotóxica. A adição de grupos hidroxila na estrutura química resultou em substâncias menos citotóxicas, como foi o caso do cis-carveol e sobrerol. Como também, a acetilação de tais grupos conduziu a uma diminuição global da citotoxicidade, indicando que a lipofilicidade desempenha um papel importante na diminuição da atividade citotóxica. Além disso, a enantiosseletividade pode desempenhar um papel importante na citoxicidade de substâncias naturais, como observado para a (-)- e (+)-hidróxi-carvona. Esses resultados demonstram que os diferentes grupos funcionais e as suas posições no esqueleto p-mentano influenciam na atividade citotóxica. Em seguida, foi avaliada a atividade antitumoral in vivo das substâncias com maior citotoxicidade e sem estudos prévios descritos, EP-1, EP-2 e (-HC) utilizando camundongos transplantados com Sarcoma 180 (S180). Neste ensaio, a administração de EP-1 ou EP-2 (100 ou 200 mg/kg/dia) inibiu o desenvolvimento de tumor sólido em camundongos transplantados com S180. A inibição foi de 33,4 e 56,4% para EP-1 e 38,4 e 58,7% para EP-2 na menor e maior dose, respectivamente. Já a (-HC) não apresentou atividade antitumoral in vivo em nenhuma das doses testadas. Não houve alterações nos parâmetros bioquímicos em animais tratados com EP-1 e EP-2. Em relação às análises hematológicas, essas substâncias demonstraram redução no número de leucócitos totais e alterações na contagem diferencial. O mecanismo de ação de EP-1 e EP-2 foram, então, estudados. Nenhuma das substâncias testadas induziu hemólise. A viabilidade de células HL-60 foi afetada por ambas as substâncias após um período de exposição de 24h, quando analisada por exclusão por azul de tripan. Tanto EP-1 quanto EP-2 reduziram o número de células viáveis associado com um aumento no número de células não viáveis, o que colabora com o aumento do número de células mortas na análise morfológica. A incorporação do brometo de etídio/laranja de acridina, nas células tratadas, sugere citotoxicidade via apoptose e necrose. Logo, diante dos resultados, podemos concluir que EP-2 foi mais potente in vitro comparado a EP-1, entretanto, ambas as substâncias apresentaram atividade antitumoral através dos processos apoptótico e necrótico, sem causar severa toxicidade. Esses dados sugerem que EP-1 e EP-2 apresentam um potencial anticâncer promissor e, que modificações estruturais adequadas são possíveis para o desenvolvimento de novos agentes antitumorais.