Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LUCIANA TOURINHO PRATA
DATA: 28/08/2023
HORA: 09:00
LOCAL: Forma híbrida
TÍTULO: Do quartel pra dentro Hierarquia e machismo nos cursos de formação na Polícia Militar do Estado de
Sergipe.
PALAVRAS-CHAVES: Machismo, Hierarquia, Militarismo, Polícia Militar, Rituais
PÁGINAS: 105
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Antropologia
RESUMO:
A presente dissertação tem como objeto a intersecção entre a hierarquia militar e o machismo nos cursos de formação na Polícia Militar do Estado de Sergipe, através do relato das experiências vividas pelas policiais militares. De modo particular, procuro analisar as percepções das policiais militares acerca de variados processos de subordinação hierárquica e de gênero a que elas costumam ser submetidas durantes os cursos de formação e aperfeiçoamento da carreira no âmbito de uma instituição militar. Os cursos de formação e aperfeiçoamento, neste sentido, são analisados como rituais de passagem, necessários para incorporar o que autores como Celso Castro chamam de “Ethos do Guerreiro”, além de se constituir, do ponto de vista analítico, como uma espécie de microcosmo por meio do qual podemos entender aspectos importantes em torno das relações de gênero na Polícia Militar. Para isso, tomo como referência aquilo que Donna Haraway chama de “saberes localizados”. Em outras palavras, a partir de minha própria vivência como mulher e integrante da Polícia Militar do estado de Sergipe, procuro estabelecer um diálogo com as minhas interlocutoras e compreender experiências que compartilhamos dentro da caserna. Ao longo da pesquisa fiz uso da autoetnografia e de interlocução com integrantes da corporação da qual participo. Acredito que se essa perspectiva não é suficiente para dar conta de toda a complexidade em torno de um tema, ao menos, pode jogar luz sobre aspectos não problematizados por abordagens que se arrogam por trás de uma suposta “objetividade científica” e que se apresentam como saberes desencorpados, desinteressados a qualquer localização geopolítica. Desta maneira, procuro compreender melhor como as relações de poder, hierarquia e machismo são vivenciadas pelas policiais militares “do quartel para dentro”.