SESSÃO DE POSTERS


Doenças Alérgicas: implicações na respiração de crianças atendidas no Hospital Universitário de Sergipe.
Autor(es): Anne Thamires Santos Sampaio, Isis Paloma Silva Aragão, Sílvia Elaine Zuim de Moraes Baldrighi, Cristiane Toniolo Dias, Macella Ferreira Bomfim Cabral


Introdução: A asma e a rinite alérgica (RA) apresentam elevada prevalência na população pediátrica. A prevalência da RA foi referida nas maiores cidades do Brasil e atingiu até 31,7% em crianças entre 07 a 14 anos. Para o funcionamento adequado das funções do sistema estomatognático, a respiração nasal é fundamental, promovendo ao mesmo tempo um correto desenvolvimento e crescimento do complexo maxilocraniofacial. O indivíduo que, por algum motivo, adquire um padrão oral ou oronasal de respiração, poderá apresentar alterações nesse sistema e em suas funções. As causas mais frequentes da respiração oral são as obstruções nasais e/ou faríngeas. Dentre essas obstruções, as rinites são doenças de prevalências, e é definida como uma inflamação da mucosa nasal, mediada por IgE, após exposição a antígenos. Objetivos: Identificar o modo respiratório em crianças portadoras de doenças alérgicas de vias aéreas, para posteriormente propor um trabalho multidisciplinar. Método: Esse estudo teve aprovação do Comitê de Ética sob o protocolo CAAE-0085.0.107.00-11, e todos os responsáveis assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. A amostra constituiu de 29 crianças sendo 13 do gênero feminino e 16 do gênero masculino. Com idade variando entre 04 a 10 anos. Os critérios de inclusão na casuística foram: estar na faixa etária idade escolhida, independente do gênero, estar em acompanhamento médico no ambulatório de alergia do departamento de medicina da Universidade Federal de Sergipe e apresentar doenças alérgicas de vias aéreas superiores. Inicialmente foi realizada entrevista com os responsáveis e posteriormente avaliação miofuncional orofacial, por meio do exame orofacial MBGR adaptado. O modo respiratório foi avaliado por meio da observação da postura da mandíbula, lábios e língua da criança, como também foi solicitado que o paciente permanecesse com água ou ar na boca durante, pelo menos, um minuto, podendo chegar até três minutos. Ao serem totalizadas as avaliações, foi dada devolutiva aos pais. As crianças que apresentaram alterações no padrão respiratório foram encaminhadas para iniciar o acompanhamento fonoaudiológico. Posteriormente, os resultados foram analisados estatisticamente, utilizando-se o SPSS, versão 18, 2008. Resultados: Das 29 crianças estudadas, 13(44,8%) apresentaram rinite, 10(31,0%) asma associada à rinite, 4 (10,3% ) asma e 2( 6,9% ) outro tipo de quadro alérgico (sinusite), a maioria da amostra foi do gênero masculino (55,1 %). A respiração mostrou-se alterada em toda a população estudada. Sendo a maior alteração encontrada nos casos com rinite 44,8%. Discussão: Vários trabalhos revelaram maior incidência em meninos e com média de idade 6,9 anos. A ocorrência maior para crianças com rinite, deve-se ao estabelecimento do processo inflamatório presente nessa morbidade que é desencadeado tanto pelo contato com os alérgenos quanto com agentes irritantes. Esse processo inflamatório desencadeia a obstrução nasal e consequentemente a respiração oral. Conclusão: A asma e a rinite são doenças inter-relacionadas que apresentam, de maneira secundária, a obstrução nasal, a qual pode ser causadora e mantenedora de alterações orofaciais. O que justifica a participação de um fonoaudiólogo junto à equipe médica que atua com essas crianças.




Dados de publicação
Página(s) : p.1956
URL (endereço digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa