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Docentes e Projetos de Pesquisa

DOCENTES E PROJETOS DE PESQUISA

 

LINHA DE PESQUISA: RELIGIÃO, CONHECIMENTO E LINGUAGEM

 

Investigação de implicações ontológicas, epistemológicas, éticas e/ou estéticas da religião, em suas diferentes expressões e contextos, por meio de seus saberes, narrativas e produções simbólicas. Os projetos agrupados nesta linha de pesquisa se caracterizam por investir teórica e metodologicamente no debate conceitual de religião e temas derivados, bem como por investigar relações entre religião e cultura, tomando a dimensão simbólica na vida espiritual humana como uma totalidade. A variedade de objetos de estudos desta linha de pesquisa promove, a partir desse eixo filosófico-teológico, múltiplas interfaces entre disciplinas e teorias relativas à literatura, cinema, música, política, ciência, educação, história, dentre outras.

 

Os objetivos específicos da Linha de Pesquisa são:

 

1) Explorar a dimensão religiosa da vida humana a partir de seus saberes, narrativas e produções simbólicas, tomando-os como acesso privilegiado à autocompreensão do ser humano em seus diferentes contextos sociais e históricos;

2) Aprofundar o debate teórico da religião, em conexão com temas convergentes orientados ou em diálogo com a problemática em torno da modernidade, tanto pelo viés da compreensão de sua gênese, quanto por suas inflexões na contemporaneidade;

3) Investir no desenvolvimento de sínteses teóricas, de caráter hermenêutico, a partir de objetos e problemas de pesquisa concretos e historicamente circunscritos.

 

Docentes e projetos de pesquisa alinhados:

 

Docente: ALEXANDRE DE JESUS DOS PRAZERES (Permanente)

Lattes: http://lattes.cnpq.br/9830544377303723

E-mail: alexandrejprazeres@academico.ufs.br

 

Projeto: A produção intelectual de Eric Voegelin e seu potencial teórico para os estudos sobre religião, ordem social e secularização.

Ementa: O projeto tem como objetivo examinar a produção intelectual de Eric Voegelin, especialmente a partir da obra “A nova ciência da política” como um divisor de águas desta produção, e o seu potencial teórico para os estudos sobre religião, ordem social e secularização. Na busca por este objetivo, reconhece-se como importante o exame dos conceitos voegelianos de “representação existencial” e de “representação transcendental” em sua relação com as questões da religião, ordem social e secularização. Bem como a identificação dos elementos que caracterizam a filosofia da história e consequente teoria política no pensamento de Voegelin. E ainda a relação entre as obras “A nova ciência da política”, “História e ordem” e “A história das ideias políticas”. Temas afins: Secularização e modernidade; Religião implícita; Noções religiosas em fenômenos seculares; Religiões seculares; Teologias políticas; Filosofias da história; Implicações cosmológicas e escatológicas na história e na ordem social.

Temas afins: Secularização e modernidade; Religião implícita; Noções religiosas em fenômenos seculares; Religiões seculares; Teologias políticas; Filosofias da história; Implicações cosmológicas e escatológicas na história e na ordem social.

Referências básicas:

CRUZ, Eduardo Rodrigues da. Breves notas sobre o Estudo das Religiões Seculares, com menção ao caso das Ciências Naturais. Paralellus, Recife, v. 6, n. 13, p. 309-330, jul./dez.2015

PRAZERES, Alexandre de J. Trans-humanismo e secularização: escatologia tecnognóstica. Campinas: Editora Saber Criativo, 2021.

______. Manifestações antidemocráticas pró-governo Bolsonaro em 2020: uma análise a partir do conceito de representação em Eric Voegelin. In: ALBUQUERQUE, Andréa Depieri; SOUZA, Marco Aurélio Dias de. Observatório da democracia da UFS: 25 registros de ataques e ameaças à democracia brasileira. São Cristóvão: Editora UFS, 2022. p.55-72.

MARRAMAO, Giacomo. Céu e terra: genealogia da secularização. São Paulo: UNESP, 1997.

SCHMITT, Carl. Teologia política. Madrid: Editorial Trotta, 2009.

VOEGELIN, Eric. As religiões políticas. Lisboa: Veja, 2002.

VOEGELIN, Eric. A nova ciência da política. Brasília: Editora UNB, 1982.

 

 

Docente: ARTHUR GRUPILLO (Permanente)

Lattes: http://lattes.cnpq.br/4011822749625627

E-mail: aegrupillo@gmail.com

 

Projeto: Idealismo alemão e cristianismo: aproximações e divergências

Ementa: O projeto pretende avaliar criticamente a aproximação entre Hegel e o apologista inglês G.K. Chesterton proposta pelo filósofo esloveno Slavoj Zizek. Tanto Hegel como Chesterton procuram identificar e descrever o que seria o logos da fé cristã, mas enquanto o primeiro elege a dialética, o segundo identifica o paradoxo como a estrutura profunda do cristianismo. Embora haja aproximações possíveis, há divergências ainda mais marcantes, e que podem contribuir para o estabelecimento de fronteiras mais adequadas entre heterodoxia e ortodoxia e, por fim, entre filosofia e religião. 

Temas afins: Filosofia da religião; Religião e conhecimento; Apologética; Gnosticismo; Ortodoxia; Religião e literatura.

 

 

Docente: CARLOS EDUARDO BRANDÃO CALVANI (Permanente)

Lattes: http://lattes.cnpq.br/7850710818370320

E-mail: calvani@academico.ufs.br

 

Projeto 01: Imaginário religioso, arte e teologia

Ementa: A pesquisa toma como ponto de partida a constatação da poderosa realidade e dinamismo do imaginário religioso de diferentes culturas. Propõe-se a investigar as constantes atualizações e alterações de mitos e mitemas religiosos na religiosidade popular e nas artes, em especial a MPB. A metodologia é interdisciplinar, e entrelaça a abordagem fenomenológica de Mircea Eliade e a abordagem teológica de Paul Tillich em perspectiva dialogal com as teorias do imaginário. Compreende-se aqui a palavra “Teologia” em sentido lato (interpretação das narrativas míticas sobre deuses e deusas). Espera-se dos/as candidatos/as um nível mínimo de informações sobre mitologias religiosas e um significativo apreço pelas artes, em especial a música.

Temas afins: Linguagens míticas; Mitos, ritos e símbolos religiosos; Aprofundamentos conceituais na obra de Mircea Eliade ou na teologia de Paul Tillich.

Referências básicas:

CALVANI, Carlos E. A realidade dos deuses e das deusas – contribuições da teoria do imaginário para as Ciências da Religião”. Revista Numen, vol. 25, n.1, 2022;

__________. Imagens do diabo na MPB. Linguagens - Revista de Letras, Artes e Comunicação, v. 4, n. 1, p. 58-74, jan./mar. 2010;

_________. Mito e Rito na religiosidade popular - comentários sobre uma canção de Gilberto Gil. Revista Tear Online, vol. 9, n.1, 2020;

__________. Existirmos... a que será que se destina? Choque ontológico, angústia e coragem de ser na canção Cajuína. Revista Eletrônica Correlatio, vol, 16, n.1, 2017;

_________ . Breve historiografia do gênero musical missa no Brasil e as três missas nordestinas do movimento armorial. Revista Plura, vol 12, n.2, 2021;

_________. Missas atonais: linguagem musical de um cristianismo agônico – considerações a partir de Unamuno, Lloyd e Arrigo Barnabé”. In. CALVANI, C. e BEZERRA, C. (Orgs). Religião: Linguagens. Curitiba: CRV, 2020;

PASSOS, A. CALVANI, C. e MACHADO. G. Indelével como a flor: A teofania da Virgem Maria aos olhos e ouvidos de Cartola.” In: Revista Eletrônica Correlatio, vol. 20, n.1, 2021;.

PASSOS, A. Ave-maria no morro - religiosidade e nostalgia mítica na MPB. In: Revista Eletrônica Correlatio, vol. 21, n. 1 – Junho de 2022;

 

Projeto 02: Teologias progressistas no Brasil

Ementa: Recepção e impacto de teologias progressistas no Brasil e seu potencial crítico a movimentos teológicos tradicionais e neopentecostais.

Temas afins: teologias pós-teístas, teologia da morte de Deus, teologia da libertação, teologias identitárias, movimentos teológicos no Brasil.

Referências básicas:

ALVES, Rubem. O suspiro dos oprimidos. São Paulo, Paulinas, 1982.

_____________. A gestação do futuro. Campinas, Papirus, 1986.

_____________. Religião e repressão. São Paulo, Loyola, 2005 (original – Protestantismo e repressão. São Paulo, Ática, 1982).

____________. Variações sobre a vida e a morte. São Paulo, Paulinas, 1984.

BOFF, Leonardo. Igreja, carisma e poder – ensaios de eclesiologia militante. Petrópolis, RJ, Vozes, 1982.

____________. Jesus Cristo libertador – ensaio de cristologia crítica para nosso tempo. Petrópolis, RJ, Vozes, 1986.

BITTENCOURT Filho, José. Por uma eclesiologia militante: ISAL como nascedouro de uma nova eclesiologia para a América Latina. 1988. Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião). Instituto Metodista de Ensino Superior, São Bernardo do Campo, 1988.

BRITO, André Souza. Cristianismo ateu – o movimento ecumênico nas malhas da repressão militar do Brasil. 1964-1985. 2014, 414f. Tese (Doutorado em História Social)- Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 2014.

CALVANI, Carlos Eduardo B. Entre Tillich e a Teologia da Libertação:

reflexões pastorais na pós-modernidade. Revista Correlatio, n. 15, julho de 2009, p. 102-116.

____________. Protestantismo liberal, ecumênico, revolucionário e pluralista no Brasil – um projeto que ainda não se extinguiu. Horizonte, Belo Horizonte, v. 13, n. 40, p. 1896-1929, out./dez. 2015

NIEBUHR, H. Richard. Cristo e Cultura. (trad. Jovelino Pereira Ramos). Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1967.

 

 

Docente: CÍCERO CUNHA BEZERRA (Permanente)

Lattes: http://lattes.cnpq.br/6374968779536950

E-mail: cicerobezerra@hotmail.com

 

Projeto: Literatura, Mística e Religiosidades.

Ementa: Investigara partir da pluralidade de sentidos que o termo "mística" comporta, as relações entre experiências unitivas de êxtase em suas bases filosóficas, literárias e estéticas. O Projeto abarca três eixos: a) a filosofia neoplatônica, b) a recepção do neoplatonismo na literatura brasileira; c) arte e estética negativa. O primeiro eixo comporta atividades focadas nas relações entre o neoplatonismo e suas recepções, em particular, na tradição cristã. O segundo eixo alberga pesquisa que busquem relacionar obras literárias brasileiras a partir da interface com a mística de matriz neoplatônica. O terceiro desenvolve pesquisas focadas nos discursos teóricos que fundamentam obras pictóricas a partir de justificativas místico-espirituais. 

Temas afins: Arte; Neoplatonismo; Literatura brasileira; Mística; Filosofia.

Referências básicas:

BASTIDE, Roger. O sagrado selvagem e outros ensaios. Trad. Dorothée de Bruchard, São Paulo: Companhia das letras, 2006.

BEZERRA, Cicero. Compreender Plotino e Proclo. Petrópolis: Vozes, 2006.

BEZERRA, Cicero. Michel de Certeau e Teresa de Ávila: em torno da literalidade da experiência mística. In: ROSSATTO, Noeli Dutra (org.). Mirabilia 14, disponível em: http://www.revistamirabilia.com/sites/default/files/pdfs/2012_01_13.pdf

CERTEAU, Michel. A fábula mística, séculos XVI-XVII, trad., Abner Chiquieri, Rio de Janeiro: Forense, 2015.

 

 

Docente: JOE MARÇAL GONÇALVES DOS SANTOS (Permanente)

Lattes: http://lattes.cnpq.br/5359207133765624

E-mail: jmgsantos@academico.ufs.br

 

ProjetoReligião como linguagem: estudos teóricos e aplicações analíticas

Ementa: O projeto acolhe propostas de projetos de mestrado que desenvolvam estudos das bases teóricas da relação entre religião e linguagem, bem como investigações analíticas nesta perspectiva, focados em expressões simbólico-religiosas de caráter narrativo e/ou imagético. Privilegia-se temas e objetos situados nos campos de produção culturais populares, no marco teórico da fenomenologia e/ou da semiótica da religião.

Temas afins: religião, linguagem, produções culturais populares, fenomenologia, semiótica.

 

 

LINHA DE PESQUISA: CIÊNCIAS EMPÍRICAS E APLICADA DA RELIGIÃO

 

Investigações empíricas e aplicadas de fenômenos e processos religiosos que delineiam, por suas práticas, produções e formas institucionais, interfaces teórico-metodológicas multi e interdisciplinares de estudos da religião. Os projetos de pesquisa agrupados nesta linha se caracterizam por tomar a religião em sua concreticidade social e histórica, recorrendo a mediações próprias à abordagem científica empírica, bem como a aproximações aplicadas de áreas afins ao objeto em questão.

 

Os objetivos específicos da Linha de Pesquisa são:

 

1) Explorar metodologicamente aspectos dos movimentos e tradições religiosas implicadas no processo sócio-histórico brasileiro, considerando também novos movimentos religiosos;

2) Investigar processos e práticas religiosas, com particular atenção à conexão entre as expressões regionais e os processos globais;

3) Investigar relações de movimentos religiosos e da religiosidade popular com outras dimensões da cultura e seus respectivos âmbitos institucionais e não-institucionais;

4) Pesquisar a história e a natureza do Ensino Religioso no Brasil, especialmente a sua implantação nos estados e municípios.

 

Docentes e projetos de pesquisa alinhados:

 

 

Docente: DARTAGNAN ABDIAS SILVA (Permanente)

Lattes: http://lattes.cnpq.br/2789600501581813

E-mail: dartagnan.abdias@academico.edu.br

 

Projeto 1: Religiosidade tangente: Magia, Paganismo, Mitologias e Tradições Populares

Ementa: Parte da vivência e prática religiosa se articula na tangência entre o espiritual e o material, o mágico e o mundano, o sagrado e profano. É a isso que chamo de “religiosidade tangente”, os pontos de tangência que aproximam o fiel ou o praticante ao sagrado, o elo que conecta o mundo material e espiritual. Nessa direção, este projeto propõe estudar, a partir do olhar das Ciências da Religião, as tradições, religiosidades e espiritualidades que desempenham esse papel de tangência, evidenciando entre elas: (1) as tradições mágicas, nas quais a crença na magia, seu funcionamento e lógico executam a tangência entre as realidades; (2) o (Neo)Paganismo, em toda sua expressão e resgate moderno das antigas religiosidades e culturas pré-cristãs; (3) as mitologias, cuja lógica opera através da articulação do sobrenatural no mundo; e (4) as tradições populares, em toda a sua expressão, que preservam os saberes, arte e tradição dos povos locais executando a conexão entre as realidades e ordenando saberes, tradições e vivências nas diversas localidades.

Temas afins: magia; magia nas religiões; ocultismo; (neo)paganismo; mitologias; tradições populares; folclore; espiritualidades da terra; curandeirismo; xamanismo.

Referências básicas:

ALVES, Januária C. Abecedário de Personagens do Folclore Brasileiro. São Paulo: FTD Educação, 2017.

BEZERRA, Karina O. Paganismo contemporâneo no Brasil: a magia da realidade. 2019. Tese (Doutorado em Ciências da Religião). Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião, Universidade Católica de Pernambuco, Pernambuco, 2019.

CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. Global Editora, 2023.

CASCUDO, Luís da Câmara. Geografia dos mitos brasileiros. São Paulo: Global Editora, 2002.

CASELLI, Andréa. Feitiçaria e resistência: representações pagãs no maravilhoso e no fantástico. In Religare, v. 14, n. 2, dez. 2017, p. 282-310.

DURKHEIM, Émile. As Formas Elementares da Vida Religiosa. São Paulo: Editora Paulus, 2021.

ELIADE, Mircea. Mito e Realidade. São Paulo: Editora Perspectiva, 2016.

ELIADE, Mircea. Tratado de História das Religiões. São Paulo: Editora WMF, 2022.

GUERRIERO, Silas. A magia existe? São Paulo: Editora Paulus, 2003.

GUINZBURG, Carlo. História noturna. Rio de Janeiro: Cia. das Letras, 2001.

HUTTON, Ronald. Grimório das Bruxas. Rio de Janeiro: DarkSide Books, 2021.

MAGNANI, José G. C.. Mystica Urbe. São Paulo: Studio Nobel, 1999.

MAUSS, Marcel. Esboço de uma teoria geral da magia. In: Sociologia e Antropologia [Parte I]. São Paulo: Cosac Naify, 2003.

PIERUCCI, Antônio Flávio. A Magia. São Paulo: Publifolha, 2001.

RUSSELL, Jeffrey B.; ALEXANDER, Brooks. História da Bruxaria. São Paulo: Editora Aleph, 2008.

 

Projeto 2: Religião e Educação: imbricações e tensões entre religião e educação e no Ensino Religioso

Ementa: Religião e Educação são temas e instituições que se imbricam durante o curso da história humana. Por vezes se aproximam, por outras se distanciam, e nesse processo criam tensões. Com o advento da modernidade e do pluralismo, visões múltiplas do mundo, a secularização e a laicização culminam em uma profunda e constante revisão do processo educacional, especialmente nas sociedades ocidentalizadas. Tal revisão tensiona e sujeita a religião em um âmbito até então de sua própria hegemonia: a educação. É nessa direção que os ideais laicistas e religiosos hoje disputam terreno na definição do panorama educacional adotado em diferentes épocas e governos. No Brasil, essa disputa se recai principalmente sobre a disciplina do Ensino Religioso e o local da religião na escola. O presente projeto, portanto, visa compreender as questões históricas, legais, práticas e metodológicas dessa relação entre Religião e Educação exponenciando o Ensino Religioso. Qual o local e o espaço que o tema religião encontra no sistema educacional, nas escolas e nas vidas dos profissionais da educação e dos educandos? Como se compreende essa tensionada equação entre Religião e Educação? Quais linhas, correntes e formações pedagógicas operam nesse espaço? Nessa direção é possível focalizar também nas metodologias e materiais didáticos que tangenciam o tema religião ou aplicam diretamente o Ensino Religioso.

Temas afins: ensino religioso; história do ensino religioso; religião e educação; materiais didáticos e metodologias de ensino; religião e espaço escolar; confessionalidade e laicidade; secularismo.

Referências básicas:

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC) [Ensino Religioso]. 2017, p. 5-34; 57-62; 435-461. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/>.

JUNQUEIRA, Sérgio R. A. Ensino Religioso no Brasil. Florianópolis: Insular, 2015.

RODRIGUES, Elisa. Ensino Religioso: um campo de aplicação da Ciência da Religião. In Dossiê Religião e Educação, Horizonte, PUC Minas, Belo Horizonte (MG), v. 18, n.55, jan./abr. 2020, p. 77-105.

RODRIGUES, Elisa. Ensino Religioso: uma proposta reflexiva. Belo Horizonte: Editora Senso, 2021.

SILVEIRA, Emerson S. Estado Laico, ensino religioso e intolerância: os desafios da educação pública. In Educação, Escola e Sociedade, PPGE Unimontes, Montes Claros (MG), v. 4. n. 16, 2021, p. 1-25.

SILVEIRA, Emerson S.; JUNQUEIRA, Sérgio (orgs.). O Ensino Religioso na BNCC: teoria e prática para o Ensino Fundamental. Petrópolis: Editora Vozes, 2020.

 

 

Docente: EDEMIR ANTUNES FILHO (Permanente)

Lattes: http://lattes.cnpq.br/8957320614359826

E-mail: edemirantunes@academico.ufs.br

 

Projeto 1: Religião, religiosidades e dinâmicas de poder

Ementa: como o poder é construído, apropriado e difundido em meio às gêneses, representações e rituais que culminam em práticas no interior das comunidades religiosas, é o desígnio desta linha de pesquisa.

Temas afins: religião, religiosidades e poder

Referências bibliográficas básicas:

BARTHE, Yannick et al. Sociologia pragmática: manual do usuário. In: Sociologias, Porto Alegre, ano 18, n. 41, jan/abr 2016, p. 84-129.

BECK, Ulrich. O deus de cada um: a capacidade das religiões de promover a paz e o seu potencial de violência. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2016.

BOURDIEU, Pierre. A produção da crença: contribuição para uma economia dos bens simbólicos. Porto Alegre: Zouk, 2008.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.

CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

ELIAS, Norbert. Os alemães: a luta pelo poder e a evolução do habitus nos séculos XIX e XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. São Paulo: Graal, 2004.

GIDDENS, Anthony. Política, sociologia e teoria social: encontros com o pensamento social clássico e contemporâneo. São Paulo: Unesp, 1998.

KOURY, Mauro. Habitus e efeitos de disposição: uma comparação conceitual. In: Revista Brasileira de Sociologia da Emoção – v. 5, n. 13, p. 1-11, abr. 2006.

MAGGIE, Yvone. Medo do feitiço: relações entre magia e poder no Brasil. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, Ministério da Justiça, 1992.

MARRAMAO, Giacomo. Poder e secularização: as categorias do tempo. São Paulo: Unesp, 1995.

PEIRANO, Marisa. A favor da etnografia. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1995.

PRANDI, Reginaldo. Um sopro do espírito. São Paulo: Edusp/Fapesp, 1997.

 

Projeto 2: Estado, agentes religiosos/as e sociedade

Ementa: analisa-se nesta linha como as atrizes e os atores sociais religiosos compreendem e experimentam a política, e como significam os objetos e práticas relacionadas aos espaços estatais em nível municipal, estadual e federal.

Temas afins: religião, poder e Estado.

Referências básicas:

BORGES, Antonádia. Sobre pessoas e variáveis: etnografia de uma crença política. In: MANA 11(1):67-93, 2005

BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas linguísticas. São Paulo: Edusp, 1998.

BOURDIEU, Pierre. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 1996.

CORRÊA, Diogo et al (orgs.). Crítica e pragmatismo na sociologia: diálogos entre Brasil e França. São Paulo: Annablume, 2018.

COURTINE, Jean-Jacques. Análise do discurso político: o discurso comunista endereçado aos cristãos. São Carlos: Edufscar, 2014.

ESQUIVEL, Juan. Estado e política: estudo comparado no Brasil e na Argentina. Aparecida: Santuário, 2013.

FRESTON, Paul. Protestantes e política no Brasil: da Constituinte ao impeachment. Tese de Doutorado, São Paulo, Unicamp, 1993.

KUSHNIR, Karina. Antropologia da política. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2007.

LÖWY, Michael. A guerra dos deuses: religião e política na América Latina. Petrópolis: Vozes, 2000.

MONTERO, Paula (org.). Religiões e controvérsias públicas: experiências, práticas sociais e discursos. São Paulo: Terceiro Nome, 2015.

ORO, Ari (org.). Religião e política no Cone Sul: Argentina, Brasil e Uruguai. São Paulo: Attar, 2006.

PETRARCA, Fernanda; OLIVEIRA, Wilson. Parentelas, grupos dirigentes e alianças políticas. In: Política e Sociedade. Florianópolis, v. 16, n. 37 - Set./Dez. de 2017, p. 191-224.

RESENDE, Erica. Americanidade, puritanismo e política externa: a (re)produção da ideologia puritana e a construção da identidade nacional nas práticas discursivas da política externa norte-americana. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2012.

 

Projeto 3: Políticas públicas e organizações religiosas.

Ementa: esta linha de pesquisa aplica-se ao estudo dos processos aos quais as políticas públicas se estabelecem enfatizando as práticas de indivíduos ou grupos religiosos, bem como a atuação de bancadas religiosas.

Palavras afins: religião, poder e políticas públicas.

Referências básicas:

ALMEIDA, Ronaldo; TONIOL, Rodrigo (orgs.). Conservadorismos, fascismos e fundamentalismos: análises conjunturais. Campinas: Unicamp, 2018.

BOURDIEU, Pierre. A distinção: crítica social do julgamento. Porto Alegre: Zouk, 2007.

BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 2001.

GUIDOTTI, Vitor. Interfaces entre religião e política no Brasil: refletindo sobre políticas públicas para o fortalecimento dos direitos humanos. In. Cadernos de Campo: revista de ciências sociais. n. 19. 2015.

HOCHMAN, Gilberto; ARRETCHE, Marta; MARQUES, Eduardo (orgs.). Políticas públicas no Brasil. Rio de Janeiro, Fiocruz, 2007.

KOMATSU, Bruno Kawaoka. Ensaios sobre a expansão da Igreja Universal do Reino de Deus no Brasil. 2019. Tese (Doutorado) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019.

LEHMANN, David. A milagrosa economia da religião: um ensaio sobre capital social. In: Horizontes Antropológicos. Porto Alegre, n. 13, p. 69-98, jan. 2007.

MARIZ, Cecília Loreto. A religião e o enfrentamento da pobreza no Brasil. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 33, out. 1991.

MOREIRA, Alberto; BURITY, Joanildo; FONSECA, Alexandre. Estado e políticas públicas para a religião no Brasil. In: Caminhos, Goiânia, v. 19, n. 2, p. 327-336, 2021.

ORO, Ari et al (orgs.) A religião no espaço público: atores e objetos. São Paulo: Terceiro Nome, 2012.

SMITH, Amy. Religião e a democracia brasileira. Petrópolis: Vozes, 2022.

SOUZA, André. Os laços entre igreja, governo e economia solidária. São Carlos: Edufscar, 2013.

VIDAL, Dominique. A linguagem do respeito: a experiência brasileira e o sentido da cidadania nas democracias modernas. DADOS – Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, vol. 46, n.2, 2003, pp. 265-287.

 

Docente: GLAUCIO JOSÉ COURI MACHADO  (Permanente)

Latteshttp://lattes.cnpq.br/7446082583928169
E-mailgcmachado@hotmail.com

 

Projeto: Música, religião e mercado

Ementa: Compreender quem e como é o mercado musical religioso e, particularmente, a relação entre os "grandes astros e estrelas" desta música e agentes históricos da música religiosa - de preferência sobre os holofotes dos documentos oficiais das distintas religiões e confissões que falem sobre música. Objetiva, também, entender a elevação ao mainstream de padres, madres, pastores, pastoras, chefes de terreiro e quaisquer agentes religiosos na indústria fonográfica. É possível focar na história da música religiosa, sua gênese e/ou estrutura mercadológica em relação à indústria fonográfica e aos meios de comunicação levando em consideração não apenas os meios tradicionais, como os atuais nas redes sociais.

Temas afins: música, religião, indústria fonográfica, mercado.

Referências básicas:

MELO, Eduardo; MACHADO, Glaucio. A religião na música e a música na religião: reflexão acerca de uma relação dialogal. In: REBEF - Revista Brasileira De Estudos Fonográficos, vol. 1, n. 1, 2021, p. 99-107. Disponível em:

https://revistaestudosfonograficos.com.br/index.php/rebef/article/view/90

MENDONÇA, Joêzer. Música e Religião na Era do Pop. Curitiba: Appris, 2014.
SOUZA, André Ricardo de.
Igreja in Concert: padres cantores, mídia e marketing. Editora FAPESP e Annablume , 2005.

MARTINS FILHO, José Reinaldo Felipe. A música como rito: aspectos teológicos e pastorais. Ed Brazil Publishing, 2019.

SOUZA, Salvador de. História da música evangélica no Brasil. São Paulo: Ágape, 2011.

SANTOS, Antônio. Show da fé: religião e espetáculo no Brasil. São Paulo: Recriar, 2021.

FONSECA, Joaquim e WEBER, José. A música litúrgica no Brasil 50 anos depois do Concílio Vaticano II. São Paulo: Paulus, 2015.

 

 

Docente: HIPPOLYTE BRICE SOGBOSSI (Permanente)

Lattes: http://lattes.cnpq.br/5695892590451822

E-mail: bricesogbo@hotmail.com

 

Projeto 1: O Lègba do vodum daomeano e os exus do candomblé e da umbanda brasileira: um estudo de mitologia e artefatos.

Descrição: No panteão de religiões transplantadas para as Américas, se manifestam divindades que servem de intermediárias entre uma divindade maior, considerada como Deus e os seres do nosso mundo. Diferentes funções são desempenhadas pelas ditas divindades. Em meio à ligação estreita entre rito, mito e culto são reverenciados os deuses africanos. Entre as nações africanas que mais tiveram e continuam tendo presença nas Américas e principalmente no Brasil, se situa a nação chamada Jêje. Outras são as Iorubá-Nagô, Angola, Congo, Ijexá, etc. A pesquisa que propomos tem como objeto de estudo a nação Jeje e sua ligação estreita com a Iorubá-Nagô. Os respectivos panteões passaram por um processo de sincretismos ou de equiparação de divindades, que se prolongou em terras novas. Existe uma divindade chamada Exu-Elegbará, ou Exu, simplesmente, ou também Lègba, que abre os caminhos; é mensageiro, dono das encruzilhadas, da fertilidade, muito brincalhão e trapaceiro também. É considerado o mais sábio e grande comunicador, por dominar as línguas dos demais voduns ou orixás. No Haiti tem o mesmo nome de Lègba; em Cuba, Elegguá; no Brasil, simplesmente Exu. É às vezes substituído e recebe o nome de Xoroquê, ou outras denominações, segundo o local de culto. É visto, porém, pelo catolicismo, como o diabo. Problematização: Uma olhada ao repertório de divindades da umbanda, religião tipicamente brasileira, com presença de elementos espíritas, do catolicismo, ciganos e africanos, evidencia o papel de destaque que desempenha o trickster nos rituais ligados a essa modalidade religiosa. A partir daí, torna-se inevitável um estudo sobre o por que dessa migração de traços característicos africanos, o que, sem dúvida, denota a importância de se estudar os exus, tanto masculinos quanto femininos na umbanda. Será que se trata de uma espécie de metamorfose e reprodução do Lègba daomeano ou Exu nagô-Iorubá, como justamente aconteceu no Haiti com o vodun, religião que distingue dezenas de Lègba? Reprodução por que também no atual Benin, há diferentes tipos de Lègba? Há possibilidade de argumentar que como os jesuítas amputaram as imagens fálicas de divindades africanas nas igrejas, a melhor solução foi de criar uma religião nova, na qual terão papéis de destaque essas diversas divindades? Ou seja, podemos afirmar que como o candomblé foi muito perseguido no Brasil, a estratégia foi transferir o papel da divindade Exu à umbanda? Quais poderiam ser os fundamentos que justificariam essas transferências? No candomblé, é possível afirmar que o processo de resistência com relação a Lègba ou Exú teve características diferentes? É legítimo afirmar que a divindade africana também passou por um processo de metamorfose? A convivência de divindades do panteão indígena, chamadas de caboclos, e seu assentamento ao ar livre, não implicaria em uma sutil resistência por parte dos membros de determinados terreiros considerados maiores, colocando ?espécies de exus indígenas? como explica Santos (1992-71-72)? Ainda, em relação com Exu, o pesquisador menciona que há outro tipo de realidade que é a da proximidade, em alguns terreiros, do espaço sagrado do Caboclo do de Exu. A justificação para isso seria que Caboclos e Exus teriam em comum o caráter de exterioridade, bem como no encargo da execução de trabalhos, ebós, com relação a determinados fins e da intermediação com os orixás. O espaço - conclui- efetiva-se, desse modo, de uma forma estruturada pela evidência de um valor, de uma legitimação, para cada uma das entidades ali presentes, e essa caracterização no pensamento mítico requer de imediato a imagem de uma separação espacial (Santos, 1992: 71-75). Seja como lembrança de uma África mítica, seja como reinterpretação da cosmologia africana, a presença do Caboclo não ?descaracteriza os traços tradicionais que marcam a cultura religiosa afro-baiana? (Santos, Op. Cit., p. 66).

 

Projeto 2: A morte pensada e representada: sacrifício, comida ritual e rezas aos mortos entre os fon do Benim, África

Descrição: Os estudos sobre a morte continuam sendo insuficientes, já que o objeto de estudo das mais diversas áreas é ele mesmo um tabu. Algumas incursões recentes à República do Benim, país do oeste africano fazem-me deparar, em 3 de dezembro de 2017, e em 22 de dezembro de 2019 com os ritos anuais de Assen nududu ?comida de Assen, espécie de pendentif em forma de guarda chuva, com objetos simbólicos que servem de adornos na parte superior do metal; e Assen tuntun, ?fixação do assen?. O assen, como representação do(a) falecido(a), consagra a despedida definitiva deste (a) da sua família, sem deixar de agradá-lo(a), e recebe todo ano, junto com outros, comidas apropriadas (incluindo sangue de animais sacrificados), frutas e bebidas, em meio a preces. Assim, em retorno, o integrante do além, abençoa também aos vivos e prolonga a existência destes na terra. No Assen figura a representação do defunto: se for professor são feitos em miniatura ele mesmo, um caderno, lápis e caneta. Se for comerciante de tecidos, ela mesma sentada, vendendo tecidos e recebendo dinheiro etc. Fazendo um paralelo com os terreiros de candomblé no Brasil, posso afirmar que se trata de uma modalidade de transmissão de conhecimentos e práticas que assegura a ligação entre vivos e mortos. O assen, termo que provavelmente deu origem à palavra "assentamento" nesses terreiros, é uma representação. Assim, as experiências e manifestações sobre diversas etapas da vida em sociedades africanas, e a despedida do africano do seu ente querido, servem de modelos. Tanto docentes quanto discentes poderão se aproveitar das formas de comportamento, ou parte dessas formas, já que se espelham nelas, a partir da separação do material por grupos temáticos centrais ou etapas, como: veste cerimonial do defunto, levantamento do corpo e rituais pertinentes, vigília noturna, rezas e cânticos, toque do tambor funerário, presentes dos amigos e dos descendentes, enterro das unhas e do cabelo, missa de corpo presente, enterro do corpo e confraternização ou comunhão (banquetes). O público em geral é que se beneficiará mais com os resultados do projeto, porque parte deste está interessada em conhecer ainda mais as raízes africanas do povo brasileiro.

Temas afins: Antropologia da Religião; antropologia semiótica; relações interétnicas.

 

Docente: LUIS AMÉRICO SILVA BONFIM (Permanente)

Lattes: http://lattes.cnpq.br/3977133344349420

E-mail: americobonfim@academico.ufs.br

 

Projeto: Trocas, fluxos e circulações: Ritos contemporâneos

Ementa: O projeto propõe uma reflexão a partir do espaço empírico brasileiro sobre os seus complexos sistemas de troca no campo religioso. Na ritualística do mundo contemporâneo, as tramas de interdependência são um precioso indicador do caráter e da vitalidade social dos grupos humanos, segundo os mais firmes pressupostos da teoria social, seja ela clássica ou contemporânea. As tramas semânticas se complexificam, catapultadas por crescentes recursos midiáticos, numa reconfiguração permanente do tempo e do espaço: no mundo líquido, os fluxos tendem a valer mais do que a permanência. Dentro deste contexto, a pesquisa empírica em religião acena com a possibilidade de produzir leituras, não como uma tentativa de reverter o instável em estático, mas em permitir recortes sobre a representação da vida e uma possível compreensão das dinâmicas da fé nas expressões coletivas. Partindo deste pressuposto, o presente projeto de pesquisa propõe uma reflexão sobre os ritos de troca nas expressões contemporâneas da religiosidade, seja nas íntimas relações interpessoais, nas associações ordinárias entre grupos sociais ou no vasto mercado global de bens simbólicos, ensejado na pós-modernidade. Justifica-se, dessa forma, pela necessidade de se compreender, com desejável rigor científico, as dinâmicas de interação do fenômeno religioso na contemporaneidade e sua função de organizador de sentidos coletivos. Para além da teoria social, situamos o seu campo epistemológico também em torno da teoria antropológica contemporânea, da história cultural e do campo teórico das Ciências da Religião. Este aporte conceitual interdisciplinar é uma característica da pesquisa em CR, a partir do que esperamos aprimorar o instrumental analítico para a produção do conhecimento crítico sobre o fenômeno religioso. Dessa forma, a partir de uma atuação disciplinar transversalizada, conectamos a fundamentação teórica (as noções de narrativa, rito, corpo, experiência, eficácia simbólica, linguagem, representação, dádiva e sistemas de prestações totais) com a investigação empírica (processos culturais, patrimonialização, hibridismo religioso, sincretismos, conversão, mercado, consumo e formas de circulação no espaço), valorizando o trabalho etnográfico, a catalogação de dados de campo e sua difusão. Além disso, este projeto de pesquisa vincula-se a outro projeto, de caráter extensionista (Projeto de Extensão “v15.4n7hr0p05 Soundscapes/Paisagens Sonoras”, registrado no Sigaa como PJ270-2022), empreendendo uma investigação também no campo interdisciplinar, que envolve a captação fonográfica de sons naturais, de circulação (fluxo) e, principalmente, de cerimônias religiosas, visando o registro, mapeamento e documentação de paisagens sonoras do patrimônio religioso sergipano.

Temas afins: Ritualísticas, hibridismo religioso, conversão, produção audiovisual, hagiografia e hagiologia.

Referências básicas:

BAUMAN, Zygmunt. Tempos líquidos. Tradução: Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.

BURKE, Peter. Hibridismo cultural. Tradução: Leila Souza Mendes. São Leopoldo, RS: Editora UNISINOS, 2006.

BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. Tradução: Sérgio Miceli, Sílvia de Almeida Prado, Sônia Miceli e Wilson Campos Vieira. São Paulo: Perspectiva. 5a ed, 2001.

CANEVACCI, Massimo. Sincrétika: Explorações etnográficas sobre artes contemporâneas. São Paulo: Studio Nobel, 2013.

CLIFFORD, James; MARCUS, George E. (org.). A escrita da cultura: Poética e política da etnografia. Tradução: Maria Cláudia Coelho. Rio de Janeiro: EDUERJ, Papeis Selvagens, 2016.

DURKHEIM, Émile. As formas elementares da vida religiosa: o sistema totêmico na Austrália. Tradução: Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

FERRETTI, Sérgio Figueiredo. Repensando o sincretismo. 2. ed. São Paulo: Edusp, Arché Editora, 2013.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1989.

HALL, Stuart. Cultura e representação. Tradução: Daniel Miranda e William Oliveira. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio: Apicuri, 2016.

HOBSBAWM, Eric, RANGER, Terence (org.). A invenção das tradições. Tradução: Celina Cardim Cavalcante. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

INGOLD, TIM. Antropologia: para que serve? Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2019.

MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. Tradução: Paulo Neves. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.

_______. Ensaios de Sociologia. São Paulo: Perspectiva, 2005.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez; UNESCO, 2001.

 

 

Docente: MARCOS VINICIUS DE FREITAS REIS (Permanente)

Lattes: https://lattes.cnpq.br/0706355533898912

E-mail: marcosvinicius5@yahoo.com.br

 

Projeto: Religião, Religiosidades e Políticas Públicas

Ementa: Ementa: O presente projeto pensa as diversas conexões entre Religião, Religiosidades e Políticas Públicas no Brasil. De acordo com os dados do IBGE, o Brasil tornou-se cada vez mais diverso em suas vivências das práticas religiosas, filosofias de vida e dentre outras formas do contato com o sagrado. Tais manifestações institucionalizaram e dialogam com o Estado em busca de inserir seus interesses políticos, econômicos, sociais , culturais e religiosos nas agendas das políticas públicas em curso ou na construção das mesmas. Tais construções entre o religioso e o político são caracterizados por conflitos, negociações e aproximações. O nosso objetivo, portanto, é compreender essas relações de poder estabelecidas.

Temas afins: religião e política; religiosidades e políticas públicas.

Referências básicas:

FONSECA, A. B. C. Secularização, pluralismo religioso e democracia no Brasil: um estudo sobre a participação dos principais atores evangélicos na política (1998-2001). São Paulo: Tese Doutorado em Sociologia, USP, 2002.

FRESTON, Paul. Os protestantes e a política no Brasil. São Paulo: Tese Doutorado em

Ciências Sociais, UNICAMP, 1993.

HÉBRARD, M. Os carismáticos. Porto: Pronto Socorro, 1992.

JURKEVICS, V. I. RCC: Reencantamento do mundo. In: História: Questões & Debates, n.3, v.5, 2004, p.121-134.

LÖWY, Michael. Marxismo e Teologia da Libertação. São Paulo: Cortez, 1995.

LUNA, N. O direito à vida no contexto do aborto e da pesquisa com células-tronco embrionárias: disputas de agentes e valores religiosos em um estado laico. In: Religião & Sociedade, v. 33, 2013, p. 71-97.

MACHADO, Maria D. C. Política e Religião: a participação dos evangélicos nas eleições. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.

MAINWARING, S. Igreja Católica e Política no Brasil (1916-1985). São Paulo: Brasiliense, 1989.

 

Docente: MARIA JEANE DOS SANTOS ALVES (Permanente)

Lattes: http://lattes.cnpq.br/6201104372127330

E-mail: mariajeane@academico.ufs.br

 

Projeto: Psicologia, Espiritualidade e Saúde

Ementa: A temática envolve um entrelaçamento com o fenômeno religioso, através de práticas de religiosidade e espiritualidade. Propõe-se a estudar a importância do diálogo entre as ciências da religião e da psicologia da religião como forma de compreender o humano, desde a crença no seu bem-estar físico, mental e espiritual através das práticas religiosas, de fé, da subjetividade, símbolos, rituais e, aspectos culturais construídos e que influenciam até hoje a sociedade. Objeto de estudo: A relação psicologia, religião e saúde em suas várias interfaces. Busca compreender a relação espiritualidade/religiosidade e saúde; estudar como crenças e comportamentos religiosos influenciam na saúde; Investigar o impacto da religiosidade e espiritualidade sobre a saúde física e mental e ainda compreender a busca da espiritualidade como sentido existencial.

Temas afins: coping religioso, práticas religiosas, religiosidade popular, religião, saúde e cura.

Referências:

AMATUZZI, M. M. Fé e ideologia na compreensão psicológica da pessoa. In: Psicologia: reflexão e crítica, Porto Alegre, n.3 v.16, 2003.

BENSON, Herbert. Medicina espiritual: o poder essencial da cura. 11. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

GADAMER, Hans Georg. O caráter oculto da Saúde. 2ª. Ed., Petrópolis: Vozes,: 2011.

HOWARD, R.; LEWIS, Martha E. Fenômenos psicossomáticos: até que ponto as emoções podem afetar a saúde. 4. ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1993.

JAMES, William. The varieties of religious experience. New York, London : Collier, 1961.

JUNG, C. G. Psicologia e religião. Petrópolis: Vozes, 1978.

JUNG. Psicologia da religião. Petrópolis: Vozes, 1978-1989, 12 v.

KOENING, H. G. Handbook of religion and health: a century of research reviewed. University press Oxford, 2001.

KOENIG, H. G. Medicina, religião e saúde: o encontro da ciência e da espiritualidade. São Paulo: LPM. 2012.

LIBÂNIO, J.B., . Ed., Jorge Zahar. Rio de Janeiro, 2004.

MOREIRA-ALMEIDA, A.; NETO, F. L.; KOENIG, H. G. Religiousness and mental health. In: Rev. Bras. Psiquiatria. 2006; 242-50 p.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Ed. Vozes, Petrópolis, RJ. 1998

POELMAN, J. A. W. M. Teoria existencial de personalidade, seus fundamentos filosóficos e seus enunciados principais. Texto mimeo. s/d.

QUINTANA, A. A ciência da benzedura. São Paulo Cortez. 1999.

TILLICH, P., Dinâmica da fé. 3a ed. São Leopoldo: Sinodal, 1985.

TILLICH, Paul. A coragem de ser. 3a. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.

VALLE, Edênio. Psicologia e experiência religiosa. São Paulo: Loyola, 1998.

 

Docente: PÉRICLES MORAIS DE ANDRADE JÚNIOR (Permanente)

Lattes: http://lattes.cnpq.br/9972970663921947

E-mail: periclesdcs@academico.ufs.br

 

Projeto: Estado, pluriconfessionalidade e religião pública: ativismo religioso conservador no Brasil

Ementa: Essa pesquisa tem como objeto os discursos e práticas de cunho fundamentalistas, conservadores e reacionários de agentes políticos para construção de alianças com alas religiosas e simpatizantes das pautas conservadoras, e como estes discursos se tornaram a principal ferramenta de convergência, fortalecendo o ativismo político-religiosos destes novos atores. Por fim, objetiva analisar as intervenções fundamentalistas de instituições junto as Frentes Parlamentares Evangélicas e demonstrar a porosidade da sociedade e do sistema político em absorver certas estratégias/intervenções do mundo religioso na política. Objetiva: 1) Diagnosticar as formas de construção da relação entre religião e política a partir da pluriconfessionalidade no Brasil, com ênfase na compreensão do ativismo público religioso. 2) Compreender a esfera pública brasileira através do vetor religião/laicidade na sua complexidade e como um campo de interação, debates e disputas entre interesses sociais, políticos, religiosos e corporativos. 3) Analisar como a publicização do religioso no âmbito da esfera pública estão sendo pautadas por lideranças religiosas, sobretudo quando o Estado tem atendido certas plataformas religiosas e os agentes políticos têm destacado os benefícios destas articulações. 4) Diagnosticar como o ativismo religioso assume de forma estratégica o protagonismo político nas instituições religiosas em Sergipe e sua articulação com instituições que atuam na esfera pública brasileira.

Temas afins: Esfera pública; Regimes de laicidade; Pluriconfessionalidade no Brasil; Religião pública.

 

 

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