Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: GILMAR ARAUJO GOMES
DATA: 20/02/2017
HORA: 16:30
LOCAL: Auditório de Geografia
TÍTULO: JUDAISMO E LITERATURA:
A TEORIA DO AMOR DE JUDÁ ABRAVANEL (LEÃO HEBREU)
NOS DIÁLOGOS DE AMOR
PALAVRAS-CHAVES: Abravanel, Judaismo, Amor, Ciências da Religião.
PÁGINAS: 110
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Teologia
RESUMO:
Nascido em Lisboa em data imprecisa entre 1460 e 1470, Judá Abravanel, desde novo, como atenta seu biógrafo João Vila-Chã, se dedicou ao estudo, à contemplação e ao típico modelo de ensino e aprendizagem das destacadas famílias judaicas de sua época, ou seja, um modelo marcado por um substancial programa de estudos em que incluíam, de modo especial, herança grega e hebraica. No entanto, a primeira característica que faz diferenciar seu desenvolvimento intelectual é a condição de ter sido filho de Isaac Abravanel (1437-1508), conselheiro e tesoureiro de D. Afonso V, cujo destaque na corte portuguesa gerou desavenças contra a atuação dos judeus. A seu pai, sua personalidade muito deve; tanto em seu desempenho público, na sinagoga e na corte, quanto em orientações pessoais; seu pai lhe transmitiu a iniciação nos segredos da Cabala e nas reflexões filosóficas de autores como Aristóteles e Maimônides. Também conhecido como Leão Hebreu, o estudo da identidade histórico-religiosa de Judá Abravanel, contida na obra Diálogos de Amor, propõe uma perspectiva de errância do ser-em-exílio, ou seja, a vivência da condição humana em termos de paixão e dor, própria da mentalidade sefardita que se fortalece a partir desse período, como judeu disperso. A poética ali presente manifesta uma teoria do amor produzida com forte influência, dentre outros, de Marsilo Ficino e Jochanan Alemanno, este último um dos precursores hebraicos do humanista Pico della Mirandola, e a quem se atribui ter proporcionado o encontro entre ambos. Não somente seus Diálogos de Amor entrelaçaram as Escrituras Judaicas com o ensino de Platão, Aristóteles, os estóicos e os árabes (sobretudo Averróis e Avicena), mas também influenciaram a obra de autores posteriores como Giordano Bruno. A perspectiva neoplatônica ali presente concebe o amor como princípio universal, unindo o inferior ao superior, o universo com o seu criador; aliás, ele entende a criação como dado apriorístico, por isto “ele se entrega à refutação da tese aristotélica da eternidade do mundo” (CALAFATE, 2000). A escrita neoplatônica de Judá Abravanel oculta uma estrutura de ensino da Cabala, como aprendida dos sábios teólogos judeus, os quais teriam influenciado a filosofia de Platão, assim entende Leão Hebreu. Portanto, esse trabalho tem como objetivo geral, expor a concepção de amor de Judá Abravanel expressa em seus Diálogos de Amor, ressaltando os aspectos literários, filosóficos e religiosos que compõem essa obra.