Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JANE MARA DE ARAUJO COSTA
DATA: 28/08/2019
HORA: 09:30
LOCAL: Sala de Videoconferência CCSA
TÍTULO: OS CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS NO ESTADO DE SERGIPE: natureza, elementos deflagradores e sujeitos políticos envolvidos
PALAVRAS-CHAVES: Novo Imperialismo. acumulação por despossessão. Conflito Socioambiental. Estado. Agronegócio.
PÁGINAS: 165
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Serviço Social
RESUMO:
Esta pesquisa tem como objeto de estudo a análise dos conflitos socioambientais no estado de Sergipe. O objetivo principal é analisar os aspectos que envolvem a natureza, os elementos deflagradores e a constituição dos sujeitos políticos envolvidos nesses conflitos. O método utilizado para compreender o objeto estudado é o materialismo histórico dialético. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e estruturada, de cunho documental e bibliográfico, de caráter exploratório. As principais fontes documentais utilizadas foram: os relatórios da Comissão Pastoral da Terra (CPT) referentes à ocorrência de conflitos no Brasil entre o período de 2010 a 2018; e o Mapa de Conflitos Envolvendo Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil, da FIOCRUZ (Fundação Oswaldo Cruz). Inicialmente, buscou-se refletir o “novo imperialismo” e sua relação com a “questão ambiental” e o debate dos conflitos socioambientais. Em seguida tratamos da inserção da região Nordeste do Brasil na divisão internacional do trabalho no atual estágio do desenvolvimento capitalista; e apresentamos os recursos naturais em disputa e as principais causas dos conflitos socioambientais do estado de Sergipe. Por último analisou-se a relação entre os sujeitos políticos que constituem os conflitos socioambientais do referido estado com as empresas/indústrias envolvidas nos conflitos. Os resultados revelam que no cenário da crise estrutural do capital o novo imperialismo e seus efeitos, determinados pelo processo de “acumulação por despossessão”, aprofundou a “falha metabólica” do homem com a natureza e, consequentemente, agudizou a “questão ambiental” e os conflitos socioambientais. O saque prioritariamente aos recursos naturais dos países periféricos e uso perdulário dos mesmos causam consequências planetárias irremediáveis. Nações como o Brasil, e notadamente a região Nordeste e Sergipe, por possuir volumes consideráveis de riquezas naturais, tem se tornado palco de conflitos socioambientais no quadro atual da supremacia do imperialismo ecológico. Observamos que a região nordestina tem uma base produtiva voltada para a expansão do agronegócio e a produção/exportação de commodities. Os dados demonstraram também que no Estado Sergipe os conflitos socioambientais envolvem a disputa pelo recurso terra e água e que o principal elemento é o agrohidronegócio. Além disso, concluímos que, o principal sujeito dos setores do capital envolvido nos conflitos são os fazendeiros/latifundiários e o principal sujeito representante da classe trabalhadora envolvido são as organizações coletivas da classe trabalhadora (Movimentos Sociais/Associações/ONG). Na relação entre as frações destas classes o Estado atua como sujeito apoiador do capital ou como deflagrador de conflitos.