Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: EMÍLIA SILVA PODEROSO
DATA: 25/08/2017
HORA: 15:00
LOCAL: Sala de aula do PPGPSI
TÍTULO: Estereótipos do suspeito e decisão de tiro policial: o que está em jogo ao atirar?
PALAVRAS-CHAVES: ação policial; viés racial; estereótipos; suspeito.
PÁGINAS: 140
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

Uma abordagem policial geralmente se inicia com a frase tradicional “Pare, é a polícia!” Todos os procedimentos que vêm a seguir são, em princípio, definidos como “medidas de segurança” aprendidas durante a formação profissional como “técnica de abordagem”, presente em praticamente todos os cursos e formação militar. Ainda que os procedimentos da abordagem policial estejam pré-definidos em manuais técnicos de formação, a definição de quem será abordado é uma questão aberta, influenciada por fatores interiorizados muitas vezes em processos automáticos, sem controle consciente, e que decorrem de uma representação do suspeito que afeta os julgamentos sociais. Sabemos que esses julgamentos são afetados por heurísticas ou atalhos mentais e ainda por outros tipos de fenômenos, como crenças e representações, dentre as quais merecem destaque os estereótipos sociais e os preconceitos. Este trabalho teve como objetivo analisar os estereótipos que os policiais militares do Estado de Sergipe possuem acerca do suspeito e suas implicações na atividade policial. A pesquisa foi composta de três estudos. Nos estudos 1 e 2 utilizamos o Jogo “The Police Officer’s Dilema” desenvolvido por Correll, Park, Wittenbrink e Judd (2002). O estudo 1 analisou a decisão de tiro em suspeitos armados ou desarmados, brancos ou negros, de 60 Policiais Militares (PMs) em fase inicial de formação profissional. O estudo 2 analisou o mesmo tipo de decisão em 58 policiais com dez anos ou mais de atuação profissional. O estudo 3 analisou os estereótipos que os policiais atribuem aos suspeitos considerando a sua cor da pele. Os resultados dos estudos 1 e 2 indicam a presença do que os autores originais do jogo chamam de “shooter bias”, ou seja, a tendência a atirar mais rapidamente e com maior precisão em suspeitos armados de cor negra do que nos de cor branca; bem como a decisão mais rápida de não atirar em suspeitos desarmados de cor branca que de cor negra. Em relação aos erros de decisão, o padrão de resultados é semelhante nos dois estudos: mais erros em atirar nos suspeitos negros desarmados que nos brancos e de não atirar nos brancos armados que nos negros armados. No estudo 3 investigamos as características que os policiais atribuem aos suspeitos nas abordagens operacionais rotineiras de policiamento, considerando ainda como variáveis de objetivação a cor da pele e extrato social dos suspeitos. Deste estudo participaram 150 Policiais Militares de Sergipe, os resultados indicaram a presença de estereótipos negativos em relação aos suspeitos, notadamente vinculados às características de pessoas pobres e negras. Assim, consideramos que esse trabalho contribui com a discussão e análise acerca dos fatores moderadores dos processos de estereotipia, tendo em vista que este estudo vai de encontro aos achados da literatura que trata do viés racial e dos estereótipos de determinados grupo sociais minoritários.

MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - MARCOS EMANOEL PEREIRA
Presidente - 2222766 - MARCUS EUGENIO OLIVEIRA LIMA
Externo à Instituição - MARIA DO SOCORRO SALES MARIANO