Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: FLORICÉLIA SANTANA TEIXEIRA
DATA: 02/12/2013
HORA: 17:00
LOCAL: A definir
TÍTULO: O fenômeno da despersonalização e suas relações com a infra-humanização e o racismo.
PALAVRAS-CHAVES: Despersonalização; Infra-Humanização; Racismo; Tarefas de formação de impressão.
PÁGINAS: 60
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

Este estudo investigou o fenômeno da despersonalização por meio da realização de tarefas de formação de impressão, analisando a latência das respostas dos participantes. O primeiro experimento da dissertação buscou avaliar os níveis de despersonalização, infra-humanização e preconceito implícito e explícito dos estudantes pesquisados. O segundo investigará os mesmos fenômenos, porém será voltado para os estudantes finalistas do curso de medicina com o intuito de avaliar os níveis dos fenômenos e analisar o efeito da despersonalização e da infra-humanização dos pacientes negros sobre os erros de diagnóstico cometidos por estudantes finalistas de medicina. Este trabalho estrutura-se em duas partes e em cinco capítulos, os quais apresentam os pressupostos teóricos fundamentais para o entendimento do impacto social que o fenômeno da despersonalização, pouco estudado na psicologia, acarreta na sociedade. A primeira parte será composta por três capítulos teóricos. O primeiro descreverá os níveis de análise e as principais teorias sobre a despersonalização, a infra- humanização e o racismo, visto que estes três fenômenos facilitam e até legitimam ações violentas. A infra-humanização é um fenômeno que se diferencia da despersonalização, pois a primeira consiste em perceber o indivíduo como não portador de traços fundamentais para o pertencimento ao grupo humano. Enquanto, o segundo sequer concebe o indivíduo como um ser dotado de individualidades, não havendo a concepção de que o outro deve ser visto como ser humano. Numa relação de conflito entre grupos, pode ocorrer a despersonalização dos membros do exogrupo, como também a infra-humanização e consequentemente o racismo. Ainda, há poucos estudos brasileiros sobre estes fenômenos, por esse motivo será dada uma maior atenção na pesquisa de literaturas desta temática. O segundo capítulo, elucidará a relação do processo de formação de impressão e o fenômeno da despersonalização. Apesar de não existir uma medida específica estabelecida de despersonalização, estudos anteriores sugerem que o tempo utilizado durante a formação de impressão indica a personalização do alvo. O terceiro capítulo teórico apresentará uma breve discussão sobre a despersonalização dos negros nos serviços de saúde, visto que os estudos sobre os efeitos do racismo na saúde é um campo emergente e de muita relevância. Compreender de que maneira o racismo impede ou dificulta o acesso das pessoas os direitos da saúde, é um ponto primordial para este trabalho. A segunda parte do trabalho será composta por dois estudos empíricos. O primeiro é voltado para a investigação da relação entre despersonalização, infra- humanização e racismo por meio de tarefas impressas e no computador realizado por estudantes universitários de vários cursos de uma Universidade Federal. A nossa hipótese principal é que há o efeito da despersonalização dos negros, ou seja, os participantes brancos irão demorar mais tempo para avaliar os traços (positivos ou negativos) dos alvos brancos do que os dos alvos negros. Esta foi confirmada por meio dos resultados obtidos. O segundo estudo terá como grupo alvo, estudantes finalistas do curso de medicina da mesma universidade e o objetivo será investigar o tempo que eles investem e os erros que comentem no diagnóstico de pacientes negros comparados a pacientes brancos. Os resultados obtidos neste trabalho permitirá a construção de um indicador geral da despersonalização e da infra-humanização, com o intuito de analisar seu poder explicativo sobre o preconceito implícito e explícito, além dos seus efeitos na área da saúde.