Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: IRENE BARBOSA DA FONSÊCA TEIXEIRA
DATA: 24/08/2023
HORA: 10:30
LOCAL: Sala 408-A da Didática 7
TÍTULO: Dinâmica temporal da evolução morfológica dos besouros (Coleoptera)
PALAVRAS-CHAVES: Inovação-chave; Métodos comparativos filogenéticos; Modelos evolutivos;Zonas adaptativas.
PÁGINAS: 57
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Ecologia
SUBÁREA: Ecologia de Ecossistemas
RESUMO:
A ordem Coleoptera, dos besouros, é o grupo mais diverso do planeta, com quase 400.000 espécies e umaenorme diversidade morfológica. Para explicar a evolução da forma nestes animais, levantamos quatro hipótesesfundamentadas na literatura: (i) a Hipótese da baixa extinção, que presume uma taxa de evolução morfológica constante emdecorrência da origem antiga e baixa taxa de extinção dos besouros; (ii) a Hipótese dos élitros, que explica a evolução daforma a partir das oportunidade ecológicas fornecidas com aparecimento dos élitros; (iii) a Hipótese de coevolução, queespecula um aumento da diversificação morfológica associado à diversificação das angiospermas; e (iv) a Hipótese daaquisição de GDV, que atribui a diversidade fenotípica dos besouros aos clados fitófagos que receberam genes dedegradação vegetal via transferência horizontal. Neste estudo, buscamos compreender a dinâmica da evolução morfológicados besouros para duas estruturas chaves do bauplan desses insetos, o pronoto e o élitro, utilizando análises de morfometriageométrica associadas a análises filogenéticas temporalmente calibradas. Nós reconstruímos a filogenia da ordem Coleopteraa partir de 324 sequências de genomas mitocondriais completos de diferentes gêneros pertecentes a 58 famílias de besouros,utilizando calibração temporal com 24 priors, sendo o maior dataset com mitogenomas completos para a ordem até omomento. Nós recuperamos a origem dos coleóopteros a 300,6-294,9 M.a., e encontramos a relação entre as subordenscomo (Polyphaga + Archostemata) + (Myxophaga + Adephaga). Também recuperamos o monofiletismo de todas assubordens, todas as infraordens (exceto Staphyliniformia), todas as superfamílias (exceto Staphylinoidea) e da maioria dasfamílias. A partir da análise morfológica de 1.741 gêneros, identificamos diferentes padrões de evolução para as estruturas.Para o élitro, foi suportada a Hipótese dos élitros, sendo encontrada uma forte diversificação morfológica entre as linhagens debesouro nos primeiros 60 M.a. após a origem do grupo, indicando fortemente um processo de irradiação adaptativa favorecidopelo surgimento de asas protetoras como inovação evolutiva. Para o pronoto, tivemos evidências quanto à Hipótese decoevolução, apoiando a importância das angiospermas como oportunidade ecológica para a diversificação morfológica dosbesouros, todavia, nossos resultados também mostram que a diversificação do pronoto pode ser explicada, ao menos emparte, pela Hipótese da baixa extinção. Dessa forma, este estudo revela que a diversidade morfológica dos coleópterosobservada hoje parece ser resultado de múltiplos processos atuando de forma diferencial nas estruturas dos besouros aolongo dos últimos 300 M.a.