Banca de QUALIFICAÇÃO: TAMIRES CARDOSO LIMA
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: TAMIRES CARDOSO LIMA
DATA: 12/06/2012
HORA: 14:30
LOCAL: sala 02 do Prodema
TÍTULO: Atividade larvicida do óleo essencial de Mentha
x villosa Hudson, rotundifolona e análogos frente às larvas do Aedes aegypti (Linnaeus, 1762).
PALAVRAS-CHAVES:
Mentha; Atividade larvicida;
Óleos essenciais; Aedes aegypti;
Terpenos; Dengue.
PÁGINAS: 110
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Farmácia
RESUMO:
A
dengue é uma doença infecciosa causada por um arbovírus e que tem como
principal vetor o mosquito Aedes aegypti
L. Na ausência de uma vacina eficaz e segura para prevenção dessa enfermidade,
a principal medida de combate à dengue é o controle vetorial através do uso de
inseticidas químicos. No entanto, essa estratégia tem provocado o surgimento de
alterações na susceptibilidade do Ae.
aegypti, selecionando populações resistentes do mosquito frente aos
inseticidas convencionais utilizados. Nesse contexto, os óleos essenciais e
seus constituintes químicos têm recebido especial atenção como potenciais
agentes bioativos contra mosquitos vetores. Sendo assim, o objetivo do presente
estudo foi avaliar a atividade larvicida do óleo essencial de Mentha x villosa Hudson (OEMV) e do seu componente majoritário, o
monoterpeno rotundifolona, frente às larvas do Ae. aegypti. Adicionalmente, foi preparado e avaliado um conjunto
de 15 compostos análogos a rotundifolona, visando identificar as
características moleculares que contribuem para o efeito larvicida de
monoterpenos e derivados. Para tal, os bioensaios foram realizados
utilizando-se 20 larvas por teste, em um copo descartável contendo 20 mL de
água mineral mais as soluções-teste nas concentrações pré-estabelecidas. Os
testes foram realizados em triplicata para cada concentração. A análise do OEMV
por CG-EM identificou 15 constituintes em sua composição química, sendo a
rotundifolona o componente majoritário (70,96%). Com relação à atividade
larvicida, o OEMV demonstrou um excelente efeito tóxico frente às larvas do Ae. aegypti, com um valor de CL50
de 44,96 ppm. O seu componente majoritário também apresentou uma forte
atividade larvicida, porém, o mesmo foi menos potente do que o OEMV, com um
valor de CL50 de 62,48 ppm. Esse resultado pode ser justificado,
possivelmente, pela existência de uma interação sinergística entre a
rotundifolona e outros constituintes, presentes em menor proporção, ou devido à
possibilidade de outros componentes também serem responsáveis pela atividade
desse óleo. Com relação ao estudo comparativo da rotundifolona e seus
análogos, todos os compostos testados foram menos potentes do que a
rotundifolona (1), com exceção do (-)-limoneno (7) (CL50= 33,93
ppm). A hidróxi-carvona (14) foi o composto menos potente, com um valor de CL50 de 1470,89
ppm. As características estruturais que podem
contribuir para compreender a atividade larvicida da rotundifolona e seus
análogos foram identificadas. Em geral, a substituição de duplas ligações C=C
por grupos epóxido diminuiu a potência larvicida, com exceção da rotundifolona
(1). A presença de carbonilas (aldeído ou cetona) α,β-insaturadas na estrutura
química contribuiu para a toxicidade larvicida, como observado com o
perilaldeído (10) e a (-)-carvona (4). A presença e a posição dos grupos cetona
e epóxido no esqueleto p-mentano
influenciaram na atividade larvicida. A adição de grupos hidroxila na estrutura
química resultou em compostos menos potentes, como foi o caso da hidróxi-carvona
(14). No entanto, a acetilação de tais grupos conduziu a um aumento global da potência, indicando
que a lipofilicidade desempenha um papel importante no aumento da
potência larvicida. Além disso, a enantiosseletividade pode desempenhar um papel importante na
toxicidade de óleos essenciais, como observado para a (+)- e (-)-epóxi-carvona. Esses resultados confirmam que os diferentes grupos
funcionais e as suas posições no esqueleto p-mentano
influenciam na atividade larvicida, sugerindo que modificações estruturais
adequadas nos monoterpenos podem ser possíveis para o desenvolvimento de novos
agentes larvicidas.
MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 2335200 - CHARLES DOS SANTOS ESTEVAM
Presidente - 1543823 - DAMIAO PERGENTINO DE SOUSA
Interno - 1337195 - SOCRATES CABRAL DE HOLANDA CAVALCANTI