Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ROSEANE SANTOS MESQUITA
DATA: 14/05/2021
HORA: 09:00
LOCAL: meet.google.com/qfr-ckcv-wbf
TÍTULO: UMA AUTOETNOGRAFIA EXPERIENCIADA NA INICIAÇÃO PARA O ORIXÁ E SEUS PROCESSOS EDUCATIVOS
PALAVRAS-CHAVES: Autoetnografia. Comunidade de Terreiro. Educação. Saber Tradicional.
PÁGINAS: 105
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Educação
SUBÁREA: Tópicos Específicos de Educação
ESPECIALIDADE: Educação Permanente
RESUMO:
A presente dissertação buscou compreender o significado da (re)existência da presença africana nos processos educativos de transmissão de saberes tradicionais e conhecimentos ancestrais afrodiaspóricos, na formação constituída e auto experienciada da iniciação para o Orixá, em 2015, no terreiro de candomblé Abassá São Jorge situado em Aracaju/Se. Para subsidiar essa compreensão, o caminho constituído com a licença da ancestralidade e pela ciência em questão, apontou a autoetnografia (CALVAS, 2019) como promissora metodologia para a investigação e produção vigente. O registro da narrativa, que entre um vento e outro, consolidou-se sob sentimentos coadunados, realizou-se sobre as técnicas da escrevivência (EVARISTO, 2017). Esse modo literário de registro da memória, contextualizou, dentro da lógica estrutural da comunidade étnica, o modo de existência e salvaguarda dos valores que a circundam, ao caracterizar os símbolos e indumentárias pertinentes a vivência do processo, bem como, os elementos ritualísticos preeminentes aos costumes e tradição vigente no espaço sagrado. Ao investigar como ocorre a transmissão dos saberes tradicionais e conhecimentos ancestrais recebidos na iniciação para o Orixá, a oralidade, consolidou-se como cerne desse processo educacional, dinamizado pela ressignificação da cultura dos povos africanos em diáspora no Brasil, instaurados segundo o costume matrilinear hierárquico do terreiro. Em resposta ao escrito e vivido, ratifico que a educação de terreiro possibilita a constituição social dos seus membros, corroborada por uma visão de mundo que engloba, pensar, sentir, ver e agir, consonante com os elementos da natureza e em respeito às diferenças culturais de cada grupo, que com sua (re)existência corroboram para a quebra dos valores hegemônicos eurocêntricos de mundo, incidindo no reconhecimento e respeito ao valores culturais de povos colonizados, anulados pelo sistema dominante da branquitude.