Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIA APARECIDA SOUZA COUTO
DATA: 06/03/2013
HORA: 09:00
LOCAL: AUDITÓRIO DA PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO DID 2
TÍTULO:
"REPRESENTAÇÕES DE MASCULINIDADES E IDENTIDADES DE GÊNERO DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO E A RELAÇÃO COM AS VIOLÊNCIAS NA ESCOLA PÚBLICA"
Escola; Identidade de Gênero; Masculinidades; Representações Sociais; Violências.
Esta pesquisa objetivou desvendar as representações de masculinidades e feminilidades de alunas(os) do ensino médio da escola pública, destacando o modo como estas representações relacionam-se à ocorrência de episódios de violência no cotidiano escolar. Pretendeu-se também desvendar as representações de docentes, a forma como eles/as percebem o seu papel na construção das identidades de gênero das/os as/os alunas/os. O interesse pelo objeto nasceu da constatação de que o quadro da violência entre os jovens do sexo masculino, no Brasil, se apresenta na atualidade em números significativamente elevados levando-nos a refletir acerca das articulações entre os valores hegemônicos atribuídos ao masculino nos episódios de violência. Desse modo, o conceito de gênero adotado remete à construção social e relacional de corpos sexuados, portanto, datado social e historicamente, inscritos numa determinada cultura. A utilização da teoria das representações sociais mostrou-se caminho profícuo para atingir os propósitos na medida em que investiga como se formam e como funcionam os sistemas de referência que utilizamos para classificar pessoas e grupos e para interpretar os acontecimentos da realidade cotidiana. O estudo de caso de cunho etnográfico favoreceu o uso das técnicas qualitativas e quantitativas de pesquisa. Os sujeitos da pesquisa foram 33 alunos/as e 13 docentes de uma escola de ensino médio da rede pública estadual na cidade de Aracaju-SE. Como fonte de dados recorreu-se a documentos e estatísticas sobre a violência, bem como bibliografia pertinente sobre a temática em tela. Como instrumento de pesquisa utilizou-se observações diretas realizadas nos turnos diurno e noturno, em sala de aula, no pátio e nos diversos momentos da escola. As entrevistas semiestruturadas foram realizadas com discentes e docentes como estratégia capaz de aprofundar o conhecimento sobre o fenômeno da violência na escola tendo gênero como categoria de análise. Os resultados informam que as violências na escola estão atreladas às representações de masculinidades ditas tradicionais, marcadas pelo machismo e competição por espaços de poder e confirmação das identidades masculinas. Por outro lado, a ascensão da violência entre as meninas emerge significativamente, assim como a expressão da violência simbólica e de preconceitos diversos, nomeadamente contra as identidades consideradas diferente do modelo heteronormativo.