Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: AMANDA DA SILVA SANTOS
DATA: 02/03/2020
HORA: 09:00
LOCAL: Prodema
TÍTULO: MOVIMENTO DOS PEQUENOS AGRICULTORES E A REPRODUÇÃO DA CULTURA CAMPONESA ATRAVÉS DA AGROECOLOGIA: UM OLHAR SOBRE A UNIDADE DE PRODUÇÃO CAMPONESA E A CASA MÃE DE SEMENTES
PALAVRAS-CHAVES: Campesinato, Movimentos sociais rurais, Agroecologia.
PÁGINAS: 50
GRANDE ÁREA: Outra
ÁREA: Ciências Ambientais
RESUMO:
É de conhecimento comum que as alterações realizadas após a segunda metade do século XX nas bases tecnológicas e nos processos de produção da agricultura apresentaram resultados positivos quanto ao seu aumento quantitativo. Em contrapartida, tal resultado foi alcançado através de um modelo que está sustentado sobre desigualdades sociais e fundado em bases incapazes de se reproduzir de maneira infinita. As mudanças provocadas pelos “pacotes tecnológicos” oriundos da chamada Revolução Verde contribuíram para acentuar de forma expressiva a concentração de terras, afetando as relações estabelecidas no campo e dificultando a permanência dos camponeses em suas propriedades, levando então ao êxodo rural e consequentemente ao aglomerado populacional dos centros urbanos. Diante deste quadro, movimentos sociais rurais começam a surgir na década de 50, ganham força em 60 e permanecem atuantes até hoje, abordando questões como reforma agrária, soberania alimentar, melhoria das condições de trabalho e reafirmando um modelo de produção de base sustentável, como a Agroecologia enquanto novo paradigma diretivo capaz de amenizar os impactos provenientes do modelo de produção ainda dominante, conhecido como agricultura “moderna” que é fruto de uma amnésia social que negligencia as contribuições do campesinato para a sociedade. Compreendido como uma forma social de produção, o campesinato representa um modo de vida e uma cultura constituindo um setor da agricultura não patronal e não latifundiária e de pessoas que experimentam formas próprias de viver e trabalhar. Neste contexto, a pesquisa tem como objetivo geral compreender a partir das ações realizadas na Unidade de Produção Camponesa pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) no Estado de Sergipe se ocorre o processo de resgate da cultura camponesa através de uma perspectiva agroecológica. Tendo em vista o objetivo estabelecido, para o desenvolvimento da pesquisa será levado em consideração a análise das atividades desenvolvidas pelo MPA no município de Canindé de São Francisco/SE. O método de abordagem filosófica utilizado será o materialismo histórico dialético no intuito de compreender a realidade concreta do campo sergipano e suas contradições a partir da disputa entre dois modelos de sociedade que se apresentam atualmente, tendo em vista que, de um lado temos o modelo do agronegócio que compreende a terra como recurso e mercadoria e de outro temos o modelo camponês que entende a terra como elemento fundamental para manutenção da própria vida. Neste sentido, utilizaremos como instrumentos de pesquisa para realização do diagnóstico pesquisa bibliográfica, questionário com os camponeses do MPA e observação participante proporcionando não apenas a coleta de dados teóricos da realidade, mas também os práticos. A pesquisa busca obter resultados que levem a compreensão dos efeitos causados pelas ações dos movimentos sociais rurais no resgate do homem camponês e contribuir com estratégias que possam levar ao desenvolvimento sustentável dentro do campo através da Agroecologia.