Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RUAN CARLOS TELES DE ARAUJO
DATA: 31/01/2019
HORA: 09:00
LOCAL: Auditório - Pólo de Gestão
TÍTULO: Grito, logo existo! as faces da censura na autobiografia "Antes que anochezca" e em sua adaptação cinematográfica
PALAVRAS-CHAVES: Censura; representações; Antes que anochezca; Adaptação cinematográfica; autobiografia
PÁGINAS: 115
GRANDE ÁREA: Outra
ÁREA: Multidisciplinar
RESUMO:
A trajetória do literato cubano Reinaldo Arenas se assemelha a de diversos dissidentes políticos em distintos contextos históricos. Finda a euforia revolucionária pós-1959 passou ao combate, pelas letras, ao regime de Fidel Castro e às consequentes perseguições e censuras até o exílio nos Estados Unidos. Em sua autobiografia, Antes que anochezca, Arenas destacou a angústia e a solidão expressa no "grito, logo existo" enquanto síntese do espírito inquieto e livre oprimido, ora pela censura cubana, ora pelas exigências de uma lógica capitalista consumista e individualista. Após ter sido adaptada para o cinema, sua autobiografia foi reforçada e/ou ressignificada na representação da censura e opressão em Cuba. Esta dissertação parte da problemática: quais as representações da censura na Cuba pós-revolucionária expressas na obra areniana e em sua adaptação cinematográfica, Before night falls, de Julian Schnabel? O atual estudo visa analisar a narrativa literária e o filme desta, tendo a censura como objeto e sua representação como categoria analítica. Metodologicamente, assenta-se em dois procedimentos: as representações da censura nos elementos da narrativa literária – tempo, espaço, narrador, personagens e enredo; e as representações da censura na narrativa cinematográfica em relação ao texto original no que tange a reduções, adições, deslocamentos espaciais e temporais, simplificações, ampliações e transformações. Conclui-se que a censura foi um elemento fundante da vida de Reinaldo Arenas expressa na sua autobiografia e referendada ou ressignificada em sua adaptação cinematográfica por Julian Schnabel. Da censura à sua orientação sexual, suas percepções sobre a arte e a vida passando pela censura e perseguição por parte do governo cubano pós-revolução até a censura reflexo do exílio e de sua condição de expatriado, a trajetória de Arenas, na literatura e no cinema, torna-se uma referência fundamental à compreensão das tensões da contemporaneidade sobre a arte, a política e os corpos dos sujeitos.