Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MÁRCIA CRISTINA TELES XAVIER
DATA: 27/02/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Sala Multiuso do PPEC no DBI/UFS
TÍTULO: Paleoecologia alimentar isotópica (δ13C), análise taxonômica e tafonômica de mamíferos pleistocênicos em depósitos de tanques do Quaternário no Centro-Norte da Bahia, Brasil
PALAVRAS-CHAVES: Dieta; Nicho Ecológico; Assinaturas Tafonômicas.
PÁGINAS: 187
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Ecologia
SUBÁREA: Ecologia de Ecossistemas
RESUMO:
Na Região Intertropical Brasileira (RIB) – área de estudo desta pesquisa – a fauna característica era composta predominantemente por megamamíferos e mamíferos de grande porte que viveram até por volta de nove mil anos antes do presente (A.P.). Estudos recentes têm demonstrado cada vez mais que a RIB não seria uma zona totalmente homogênea, apresentando diferenciação de nichos e diferentes porções da mesma e que a fauna pleistocênica não estaria restrita geocronologicamente ao Pleistoceno Final, mas que também esteve presente durante o Pleistoceno Médio e chegado ao Holoceno, período em que situam a extinção da megafauna, segundo as hipóteses mais aceitas. Neste trabalho buscou-se entender a dinâmica paleoambiental ocorrida em afloramentos fossilíferos do tipo tanque, situados no município de Jaguarari – sítio Lajedo II; no município de Campo Formoso nos sítios Toca do Novilho e Baixão, localizados no Território de Identidade Piemonte Norte do Itapicuru na porção Centro - Oeste da Bahia, em domínio de Caatinga. Para tanto coletou-se fósseis de mamíferos pleistocênicos para análises isotópicas ( 13C) a fim de inferir sobre a dieta destes animais, determinar o nicho ecológico das espécies e compreender o grau de sobreposição e competição por recurso; identificou-se e avaliou-se as assinaturas tafonômica nas acumulações fossilíferas estudadas a fim de realizar um estudo comparativo em escala regional no Centro-Norte Baiano, de forma a explicar as variações nas assinaturas entre os depósitos de tanques e assim, compreender a história deposicional dos tanques estudados. A fauna identificada em cada sítio é composta por: em Jaguarari - sete táxons sendo, quanto ao porte: três megamamíferos; quatro mamíferos de grande porte; quanto ao hábito: cinco pastadores; um ramoneador; um predador; quanto à dieta: cinco generalistas; dois especialistas. Na Toca do Novilho – dez táxons sendo, quanto ao porte: quatro megamamíferos; seis mamíferos de grande porte; quanto ao hábito: seis pastadores; dois ramoneadores; um predador; quanto à dieta: seis generalistas; três especialistas. Em Baixão – 12 táxons sendo: quanto ao porte: três megamamíferos; oito mamíferos de grande porte; um mamífero de médio porte; quanto ao hábito: seis pastadores; dois ramoneadores; um folívoro; um onívoro; dois predadores; quanto à dieta: sete generalistas; cinco especialistas. Considerou-se Notiomastodon platensis como a espécie-chave estruturadora da comunidade nos dois municípios estudados (Jaguarari e Campo Formoso). Quanto aos aspectos tafonômicos, Lajedo II apresenta-se como uma acumulação internamente complexa com uma taxa mínima de mistura temporal estimada em ±20 anos, tendo o transporte hidráulico como o principal processo tafonômico no depósito, produzindo um conjunto periférico com uma possível mistura espacial. A Toca do Novilho apresenta-se como uma acumulação internamente complexa com uma taxa mínima de mistura temporal estimada em ±5 anos, tendo o transporte hidráulico como o principal processo tafonômico no depósito, produzindo um conjunto periférico com uma possível mistura espacial. Baixão apresenta-se como uma acumulação internamente simples com uma taxa mínima de mistura temporal estimada em ±8 anos, tendo o transporte hidráulico como o principal processo tafonômico no depósito, produzindo um conjunto periférico com uma possível acumulação sincrônica.