Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MONICA SILVA SILVEIRA
DATA: 09/12/2017
HORA: 14:00
LOCAL: Centro de Pesquisas Biomédicas/HU Sala 26
TÍTULO: SAÚDE MENTAL DE MULHERES COM MORBIDADE MATERNA GRAVE E NEAR MISS: UM ESTUDO DE COORTE PORSPECTIVO
PALAVRAS-CHAVES: saúde mental; gravidez; puerpério, morbidade; near miss; ansiedade, depressão, estresse pós-traumático; vinculação materna, suporte social.
PÁGINAS: 92
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Saúde Coletiva
RESUMO:
O estudo da morbidade materna grave e near miss traz a discussão sobre qualidade da saúde materna; que dentre as complicações obstétricas, também se fazem presente os riscos à saúde mental e as consequências para as mulheres que a vivenciam. OBJETIVOS: Identificar a presença de transtorno mental comum na morbidade materna grave e near miss, e suas manifestações nas relações de vinculação e suporte social percebido. MÉTODO: estudo observacional, descritivo e analítico, de coorte prospectivo, tipo caso-controle. Desenvolvido em três seguimentos de coleta, por amostragem probabilística de conveniência, em pacientes de maternidades públicas do estado de Sergipe, com o total de 549 puérperas, divididas em dois grupos, expostas a MMG/NM e não-expostas. Os dados foram analisados com base no O software R (Core Team, 2016). Realizada análise descritiva (média, desvio padrão, frequências simples e percentis), teste de Mann-Whitney, qui-quadrado ou Teste exato de Fisher para as variáveis categóricas e análise multivariada para definição das possíveis associações, e para as variáveis contínuas o teste T de Student. A significância das diferenças entre os grupos será estimada pelo qui-quadrado (χ2) ao nível de significância de 0,05. RESULDADOS: Pode-se observar fatores de risco associados a MMG/NM, para idade média de 28 anos, que não trabalham, não fazem o pré-natal, que tiveram mais de um parto, que consumiam bebida alcoólica. Apresentam maior chance de ansiedade (OR 2,77, p<0,000) e depressão maior (OR 10,9 p<0,000), depressão pós-parto (OR 6,5 p<0,000), e 44% de comportamento de esquiva (p<0,001), (RR 2,76, [95% IC 2,44-3,14]) e 20% de intrusão (RR 2,07 [95% IC 1,89-2,26]). Foi constatado associação de menor suporte social (<0,001) na MMG/NM e maior estilo de vinculação de ansiedade, e menor conforto na proximidade (<0,001). CONCLUSÃO: Houve maior sintomatologia de adoecimento mental na MMG/NM, referentes aos indicativos de ansiedade, depressão maior e depressão pós-parto, e indicativos de comportamento traumático; maior comportamentos evitação e pensamento intrusivo, e impacto negativo na vinculação adulto e vinculação materna. Os resultados corroboram com a necessidade da implantação de protocolos específicos para a saúde mental na gravidez e puerpério, a fim de se rastrear os transtornos mentais comuns, bem como implantar estratégias de ação e acolhimento na assistência materno-infantil.