Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ERMERSON PORTO SANTOS
DATA: 20/03/2017
HORA: 14:30
LOCAL: Auditório do Departamento de Filosofia
TÍTULO: 1964 EM SERGIPE: GOLPE CIVIL-MILITAR, PROTESTANTISMO E A CRUZADA CRISTO ESPERANÇA NOSSA
PALAVRAS-CHAVES: Sergipe, Golpe de 1964, Protestantismo, Cruzada Cristo Esperança Nossa.
PÁGINAS: 118
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: História
SUBÁREA: História do Brasil
ESPECIALIDADE: História do Brasil República
RESUMO:
O golpe civil-militar, que depôs o presidente da República João Goulart em 1964, no Brasil, buscou o apoio de instituições como o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais / Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IPES/IBAD), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), igrejas evangélicas, meios de comunicação de massa e de amplos setores das classes médias urbanas, com o objetivo de garantir a ascensão e permanência dos militares no poder e proporcionar-lhes o mínimo de legitimidade. A cidade de Aracaju/SE sediou a cruzada Cristo Esperança Nossa, nos dias 20 a 27 de setembro de 1964, uma campanha evangélica interdenominacional, ou seja, promovida e dirigida por várias igrejas protestantes do estado, porém idealizada por presbiterianos com o apoio de missionários norte-americanos. Este evento se fundamentou na conservação de valores morais e cristãos, em meio à instauração da nova ordem político-institucional no país marcada pelo autoritarismo. Investiga-se os desdobramentos dessa cruzada, com base na ideia de “campo político”, “poder simbólico” e habitus de Pierre Bourdieu (1996), para comprovar a hipótese de que este evento colaborou para a difusão do ideário anticomunista em Sergipe, no contexto da Guerra Fria. Foi possível constatar em algumas manifestações de líderes religiosos e populares evangélicos, através da imprensa e de depoimentos orais, um posicionamento, muitas vezes explicitado de forma discreta, a favor da tomada do poder em 1964 e em defesa da moralidade cristã, embora Cristo Esperança Nossa não tenha sido, a priori, um evento político em sua essência. Ações como essas se enquadram, também, no ambiente político favorável às marchas, como a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, e outras campanhas de evangelização que representaram a defesa de postulados conservadores típicos da sociedade daquele período.