Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CLÉBERTON LUIZ GOMES BARBOZA
DATA: 27/08/2020
HORA: 15:00
LOCAL: Remota (Via Google Meet)
TÍTULO: Nietzsche: Vida e Arte em O Nascimento da Tragédia
PALAVRAS-CHAVES: Nietzsche. Vida. Arte.
PÁGINAS: 50
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Filosofia
RESUMO:
O presente trabalho tem por objetivo investigar a afirmação da vida pela arte na primeira obra de Nietzsche, O Nascimento da Tragédia (1872). Partindo doconceito de vida como fenômeno estético, expressa como impulsos artísticos da natureza,pretendemos examinar Apolo e Dionísio como forças que constituem o movimento interno dodevir, numa simultaneidade entre o criar e o destruir; a plasmação apolínea e o aniquilamento dionisíaco, constituindo o instante de gênese e eterna fertilidade e prazer do vir-a-ser, que constitui o fenômeno vida. O devir, no entanto, aparece ao homem como terrível edesesperador, dada a instabilidade e o sem sentido da existência, marcada pela violência ecrueldade da natureza, produzindo-se e diluindo-se a cada instante. É apenas com a arte que o homem se salva dos horrores da existência, imitando os poderes artísticos da própria natureza,expressos em Apolo e Dionísio: a bela aparência apolínea do sonho, transfigurada nas artesplásticas, e a embriaguez dionisíaca, num misto de terror e êxtase expressos na música. Ocoro trágico dos gregos produzia a afirmação da vida em todas as suas vicissitudes, mesmo asmais cruéis. Uma tal afirmação da vida, no entanto, é posta em declínio pelo socratismo, cuja marca se dá pela substituição do estético pelo lógico, suprimindo o dionisíaco e, emconsequência, o apolíneo, também mortificado, uma vez que não a beleza, mas a verdadepassa a ser o objetivo dirigido rigidamente pelo pensamento ocidental, petrificando-se nestemodo de ser da razão. Sob um tal diagnóstico do Ocidente, Nietzsche reivindica uma existência artística, que, contra a negação do querer, pode, tragicamente, dizer sim.