Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: PRISCILA KELLY SILVA FERREIRA
DATA: 20/08/2019
HORA: 15:00
LOCAL: Dependências do PPGF/UFS
TÍTULO: DE HEIDEGGER A HABERMAS: UM DIÁLOGO CRÍTICO A PARTIR DA NOÇÃO DE DISCURSO
PALAVRAS-CHAVES: Discurso, Linguagem, Mundo, Existência, Verdade, Comunicação
PÁGINAS: 55
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Filosofia
SUBÁREA: História da Filosofia
RESUMO:
O objetivo desta pesquisa é examinar a noção de discurso na obra Ser e Tempo de Martin Heidegger, bem como mostrar os problemas estruturais que esta noção apresenta para fundamentar a natureza da linguagem. Tendo isso em vista, tentar-se-á apresentar também uma possibilidade de superação da ontologia fundamental a partir de uma crítica ao projeto heideggeriano tendo por base a teoria do discurso de Jürgen Habermas. O problema da natureza da linguagem se tornou central para a filosofia no século XX. As duas vertentes, analítica e continental, possuem interesses em comum acerca de tal problema e reflexões pertinentes que dizem respeito à constituição do sentido. No entanto, limitar-nos-emos a discutir, neste trabalho, o problema da natureza da linguagem a partir da filosofia de Heidegger e Habermas com o intuito de estabelecer um diálogo crítico a partir da noção de discurso que terá como base a obra Ser e Tempo de Heidegger e as obras Teoria do agir comunicativo e Verdade e Justificação de Habermas. Neste sentido, apresentaremos primeiramente a partir do §34 de Ser e Tempo, com base na dimensão ontológica, como se constitui a linguagem nesta obra a partir da noção de discurso. O intuito é reconduzir a discussão acerca deste fenômeno para o lugar originário ou, por assim dizer, para o lugar ontológico no qual a linguagem se fundamenta existencialmente pelo discurso. Tendo isso em vista, podemos abordar questões centrais, tais como: Em que consiste a linguagem? Qual a sua “função”? Qual a diferença entre linguagem e discurso? E, há comunicação pela linguagem? Após esta discussão, problematizaremos a noção de discurso, levantando as seguintes indagações: Será que o projeto da ontologia fundamental consegue superar os pressupostos da
filosofia do sujeito? Será que a noção de discurso esclarece a natureza da linguagem e estabelece a dimensão originária do sentido? Iremos perceber que Heidegger malogra em Ser e Tempo ao tentar explicitar a natureza da linguagem a partir da noção de discurso visto que o filósofo de Freiburg ainda permanece no âmbito da filosofia transcendental e, portanto, ainda se encontra ligado aos pressupostos husserlianos que tem por base a relação sujeito-objeto. Neste sentido, podemos afirmar que Heidegger abandonou a analítica existencial do Dasein por perceber que ainda estava preso à filosofia tradicional. Desse modo, trabalharemos uma possibilidade de superação da ontologia fundamental a partir da crítica habermesiana à supressão do racionalismo ocidental feita por Heidegger, mas que pressupõe uma transformação da razão, a saber: a razão comunicativa estabelecida a partir de uma articulação entre elementos da filosofia transcendental moderna, da linguística e da filosofia da linguagem que fundamentam, por sua vez, sua teoria do discurso.