Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARCOS SÁVIO SANTOS AGUIAR
DATA: 26/07/2018
HORA: 17:00
LOCAL: UFS. SÃO CRISTOVÃO
TÍTULO: Elementos para uma ética no primeiro Sartre: um estudo sobre o Ser e Nada
PALAVRAS-CHAVES: Sartre, Consciência, Liberdade, Responsabilidade, Ética.
PÁGINAS: 51
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Filosofia
SUBÁREA: História da Filosofia
RESUMO:
Esta dissertação pretende levantar alguns elementos fundamentais para uma possível ética no primeiro Sartre: o de o ser e o nada. Para tanto, faz-se necessário compreender como Sartre trouxe para a filosofia o tema da liberdade do homem em situação. Com esse tema, Sartre inverte os interesses da investigação filosófica da sua época: ele acusa a academia francesa de reduzir a filosofia à epistemologia, e por esse fato, Sartre a acusa de idealista, de filosofia da imanência ou da interioridade, e de aprisionar a consciência no conhecimento. Sartre inverte o jogo; ele busca uma filosofia realista, transcendente, que investigue a consciência livre na sua relação com o mundo. O que está em questão nessa querela é se a consciência depende ou não de uma perlaboração interna (um Eu) para relacionar-se ao mundo. Sartre apodera-se do conceito de intencionalidade de Husserl para fundar a sua filosofia da transcendência, e empreender seu primeiro grande feito contra a academia francesa, isto é, libertar a consciência do Ego. Mas, libertar a consciência do Ego não significa apenas jogar a consciência na sua relação livre e direta com o mundo. A consciência precisa também ser livre para criar o mundo. Na fase ontológica, a consciência, já livre de qualquer interioridade, vai além da contingência e passa a relacionar-se com o Ego – o Ego já agora objeto externo, noemático, ideal ou irreal, inexistente no mundo - para conceber a existência na síntese temporal (passado, presente, futuro). Funda-se o conceito de “situação”, isto é, a consciência atual ou presente, condiciona-se ao passado, ao mesmo tempo em que projeta-se no futuro para a busca do sentido no mundo. As ações projetadas no futuro são condição para a criação do mundo. O homem, criador do mundo, é também responsável pelo mundo criado. A liberdade e a responsabilidade abrem a possibilidade de uma ética sartriana. Esse percurso de Sartre da fenomenologia à ontologia deixa escapar rastros ou elementos para uma possível ética da liberdade, e que pretendemos com este trabalho captura-los, com o apoio de notadamen te três das suas obras: A Transcendência do Ego, A Náusea, O ser e o nada. |