Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: YGOR SANTOS DE SANTANA
DATA: 22/02/2021
HORA: 15:00
LOCAL: meet.google.com/oau-dtxy-cdz
TÍTULO: Disputas discursivas em torno da criminalização do feminicídio: uma perspectiva a partir das
margens
PALAVRAS-CHAVES: Pensamento decolonial; estudos queer; movimentos sociais; abolicionismo penal; estudos
do discurso.
PÁGINAS: 369
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Direito
SUBÁREA: Direitos Especiais
RESUMO:
Esta pesquisa discute as maneiras pelas quais a raça e o gênero regulam as identidades das mulherescolonizadas sergipanas e como essas mulheres produzem, em suas vidas e em suas lutas políticas, resistências eperformatizam identidades que desafiam e expõem os limites da matriz colonial de poder. Interessa-nos entenderquais os sentidos de si e de suas alianças que essas mulheres produzem em Sergipe, assim como quais asrelações e rupturas que essas subjetividades promovem em relação à violência penal. Para realizar esse objetivo,dialogaremos com algumas dessas mulheres, que estão nessa encruzilhada entre a violência de gênero e de raçae a violência penal, para entender, a partir de suas próprias experiências de vida e de militância, a construçãolocal dessas existências resistentes (LUGONES, 2010). Realizamos, com isso, um objetivo deste trabalho, que éconstruir um saber local e marginal, desde as vozes dessas mulheres que são silenciadas pela matriz colonial depoder, da qual a Universidade é parte central (CASTRO-GÓMEZ, 2007). Pretendemos sair, assim, da posição dedonos da enunciação, para aliarmo-nos a essas mulheres e às suas resistências locais à colonialidade e àpenalidade. Nessa visada, empregamos uma leitura decolonial da análise dos discursos foucaultiana, quecontribua para a insurgência dos saberes dessas mulheres colonizadas/racializadas e sergipanas.Metodologicamente, valemo-nos das entrevistas semidiretivas individuais como método de produção de dados. Asanálises apontam a ligação que existe entre a posição em que os corpos das mulheres colonizadas/racializadassão colocados pelas categorias do poder colonial e a construção de suas lutas e práticas de resistência. Tambémemerge das análises a tensão entre a produção de um saber crítico sobre o sistema penal, que expõe o seucaráter violento, constituído pela raça, pelo gênero e pela classe, e a necessidade de recorrer a esse, que é oúnico pretenso reconhecimento jurídico dado às lutas das mulheres contra a violência.