Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: EDUARDO AFONSO NUNES NASCIMENTO
DATA: 21/09/2022
HORA: 09:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO: Dinâmica tempo-espacial da linha de costa de praias oceânicas e estuarinas associadas a barras de embocadura: exemplo no nordeste do Brasil
PALAVRAS-CHAVES: sedimentos, análise sazonal, análise histórica.
PÁGINAS: 30
GRANDE ÁREA: Ciências Exatas e da Terra
ÁREA: Geociências
RESUMO:

Este trabalho apresenta os resultados preliminares do comportamento tempo-espacial da linha de costa de duas praias contíguas a um canal de maré e as barras de embocadura. Para isso foram utilizadas, como exemplo, as praias, estuarinas e oceânicas, de Cacha Pregos e Ponta dos Garcez, no litoral da Bahia, nordeste do Brasil. A metodologia englobou dados de sedimentos superficiais das praias e, do comportamento sazonal com o uso de geoindicadores (agosto e dezembro de 2021) e histórico com imagens multitemporais de sensoriamento remoto (2003 a 2019) da linha de costa. O percentual de sedimentos finos (areia fina e areia muito fina) das praias de Cacha Pregos variou de 69%, em agosto de 2021, para 91%, em dezembro de 2021. Na Ponta dos Garcez predominaram sedimentos grossos (areia média e grossa), sendo que o percentual aumentou de 82%, em agosto de 2021, para 100%, em dezembro de 2021. No entanto, não foram verificadas modificações significativas no tamanho e no grau de seleção dos sedimentos nas praias, oceânicas e estuarinas, de Cacha Pregos e Ponta dos Garcez, nos meses de agosto e de dezembro de 2021. Com relação a análise sazonal, com base em geoindicadores, o percentual de linha de costa em acreção-estabilidade foi maior em agosto de 2021, variando de 64,3 a 100%, nas praias investigadas. Em dezembro de 2021, o percentual em erosão aumentou, com valores acima de 62 %, nas partes estuarina de Cacha Pregos e estuarina-oceânica da Ponta dos Garcez. Em agosto de 2021, na parte oceânica da Ponta dos Garcez predominou acreção-estabilidade (acima de 71%); a acreção ocorreu no ponto de inflexão entre as partes estuarina e a oceânica, e a erosão, mais a sul desse ponto. A análise histórica da linha de costa de Cacha Pregos, a partir dos dados de taxas de variação da linha de costa, mostrou uma tendência geral de incremento no percentual da linha de costa em erosão do período de 2003-2011 para 2011-2019 e, consequentemente, diminuição no percentual em acreção-estabilidade no mesmo período, exceto na praia oceânica de Ponta dos Garcez, sem nenhum trecho em erosão. Por fim, a análise de uma das barras, situada na Ponta dos Garcez, mostrou sua migração a partir de 2003 até se acoplar na linha de costa em 2011, com taxa de 114 m/ano. Diante do exposto, de uma forma geral e preliminar, a análise espacial dos sedimentos das praias corroborou a literatura, evidenciando a relação entre características dos sedimentos e as células de deriva litorânea. Na área de estudo, com transporte longitudinal de NE para SW, os sedimentos mais finos depositaram-se no final de uma célula (Cacha Pregos) e sedimentos mais grossos, no início de outra célula (Ponta dos Garcez). Adicionalmente, a influência de fenômenos oceânicos-atmosféricos, a exemplo da atuação da La Niña, com a manutenção das características chuvosas e de ondas de agosto em pleno dezembro de 2021, provavelmente justifica a manutenção das características tempo-espaciais dos sedimentos (tamanho e grau de seleção). Por outro lado, a intensificação dos temporais no litoral sul baiano até a cidade de Salvador, com o aumento da vazão dos rios que desembocam no canal de maré, pode ter influenciado na dispersão dos sedimentos em dezembro de 2021, ou seja, maior retenção de sedimentos (acreção) na parte oceânica de Cacha Pregos e, menor bypass de sedimentos, provocando erosão na parte oceânica de Ponta dos Garcez. Na análise histórica da linha de costa (2003-2011 a 2011-2019), o aumento no percentual em erosão em Cacha Pregos provavelmente favoreceu o aporte de mais sedimentos para o bypassing, fazendo um maior percentual da linha de costa da Ponta dos Garcez progradar. Por fim, a influência das barras de embocadura no comportamento da linha de costa foi atestada de duas formas: maior alterabilidade das linhas de costa multitemporais até cerca de 1 km da embocadura e visualização da migração de uma das barras de embocadura da Ponta dos Garcez, de 2003 até se acoplar à linha de costa em 2011. Dessa forma, esse trabalho serve de subsídios ao planejamento ambiental, uma vez que mostra a influência da ciclicidade ou não dos fenômenos de erosão e/ou de acreção-estabilidade da linha de costa em áreas contíguas a canais de maré e barras de embocadura.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1292226 - ANA CLAUDIA DA SILVA ANDRADE
Interno - 2691242 - TAIS KALIL RODRIGUES
Externo à Instituição - JUNIA KACENELENBOGEN GUIMARÃES