Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CLAUDIO GOMES DA SILVA JUNIOR
DATA: 11/09/2012
HORA: 11:00
LOCAL: Auditório de Geografia
TÍTULO:
A Lavagem do Bonfim em Salvador: Uma etnografia, dois santos e três Olhares
Lavagem do Bonfim; Símbolos; Ritual; Peregrinação.
Assistir a um ritual por menor que seja sua dimensão com o objetivo de descrever seus símbolos e apreender o comportamento de seus participantes e/ou acompanhantes necessita de um mínimo conhecimento prévio sobre alguns trabalhos antropológicos bem como sobre clássicos que discutam as relações e dinâmicas sociais e que possam nos amparar na produção de um material coerente e adequado. Partindo dessa questão, e com o objetivo de analisar um material conhecido ao mesmo passo que desconhecido se torna um desafio, e em se tratando desta pesquisa, cada aresta pode nos levar a grandes descobertas, como também a prática muitas falhas. Por mais que possuam uma mesma lógica ritual, as tradicionais lavagens que acompanhamos em muitas cidades se configuram de maneiras distintas, e geralmente são remetidas ao ritual realizado na cidade de Salvador, na Bahia, a festa do Senhor do Bonfim popularmente mais conhecida no Brasil, quiçá no mundo. É partindo do pressuposto de que tanto as comemorações realizadas nas cidades de Maceió e Penedo no Estado de Alagoas, quanto em Olinda no Estado de Pernambuco e Aracaju em Sergipe seguem uma mesma dinâmica do que a comemoração em Salvador, onde a referida pesquisa se desenvolve. Vale salientar o fato de a Lavagem do Senhor do Bonfim ser praticada desde 1745, e ao longo dos quase três séculos ter passado por modificações estruturais no que se refere ao comportamento e às práticas religiosas de seus fieis, porém não alterando sua estrutura fundamental, a peregrinação e o ato da lavagem do adro da Basílica em devoção ao Senhor do Bonfim. A proposta da pesquisa não toma como base uma análise comparativa entre os festejos realizados nas cidades aqui mencionadas, e sim uma análise sobre a festa de Nosso Senhor do Bonfim mais tradicional do país, fomentando uma discussão acerca dos símbolos rituais e da ação de peregrinação dos fieis e acompanhantes por todo o trajeto, e para o seu desenvolvimento adotamos clássicos e grandes referências como Geertz (1997), Malinowski (1978), Douglas (2010) Gennep (2011), Peirano (1985), Steil (2003) e outros, sem deixar de mencionar os as obras Processo Ritual (1974), Floresta de Símbolos (2005) e Dramas, Campos e Metáforas (2008) de Turner, fundamentais na construção deste trabalho.