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Banca de DEFESA: JOSÉ EDUARDO SANTOS TAVARES DE JESUS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOSÉ EDUARDO SANTOS TAVARES DE JESUS
DATA: 30/11/2021
HORA: 15:00
LOCAL: https://meet.google.com/hxz-cghm-ins
TÍTULO: PHILOMENA: UM OLHAR ARQUEOGENEALÓGICO SOBRE PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO/OBJETIVAÇÃO DA MULHER IRLANDESA NO SÉCULO XX
PALAVRAS-CHAVES: Discurso; Religião; Processos de Subjetivação/Objetivação; Asilos Madalena; Cinema
PÁGINAS: 90
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Lingüística
SUBÁREA: Teoria e Análise Lingüística
RESUMO:

Entre os séculos XVIII e XX, as Lavanderias de Madalena, instituições ligadas a congregações católicas, foram instaladas em diversos países ao redor do mundo como casas de acolhimento, de reabilitação de mulheres caídas em desgraça: jovens vítimas de estupro, órfãs, prostitutas, meninas acusadas de aborto ou de infanticídio, mães solo. Na Irlanda, depois do reconhecimento da independência do Estado Livre Irlandês, em 1922, esses reformatórios passaram a cumprir uma função carcerária, punitiva, castigando, sobretudo, as mulheres que engravidavam fora do casamento, por a própria Constituição do novo Estado tornar a maternidade e o matrimônio inseparáveis. Uma dessas internas teve a sua vida retratada no filme biográfico Philomena (FREARS, 2013), objeto de nossa investigação. À luz da arqueogenealogia, o presente trabalho tem, como objetivo geral, analisar discursivamente o referido filme, a fim de observar a quais processos de subjetivação a protagonista é submetida, ao ter seu corpo objetivado de algumas maneiras. Quanto ao aporte teórico, como nosso objeto de estudo é produto da mídia cinematográfica, recorremos aos ensinamentos de Deleuze (2015), de Foucault (2021) sobre o dispositivo. Dessa forma, tratamos o cinema, nesta dissertação, como uma rede que interliga numerosos elementos de diferentes naturezas; capaz de manipular, dada a sua função estratégica, as relações de força, as produções de subjetividades, e, por conseguinte, a história do presente, com vistas, sobretudo, a uma normalização. Nesse sentido, uma vez observado o forte controle de discursos, de sujeitos, tanto no processo de criação do filme quanto no próprio desenvolvimento da narrativa, trazemos à tona a tese de Foucault (1996) acerca da existência, em todas as sociedades, de procedimentos de rarefação discursiva, dentre os quais destacamos a autoria; de rarefação dos sujeitos, a doutrina, as sociedades de discurso; afora os procedimentos de interdição, concernentes à parte do discurso que põe em jogo o desejo, o poder. Ademais, para investigarmos a relação entre discurso e religião, partimos, inicialmente, do conceito formulado por Bourdieu (2007): linguagem, veículo de poder, simbólico-estruturante, possibilitando criar e impor um sistema de práticas, de representações de mundo, sobre fiéis. Com efeito, o discurso religioso é concebido como aquele orientado à doutrinação. Apresentamos também as lições de Foucault ([1978] 2008; 2006) referentes à pastoral das almas, um poder de tipo religioso; à institucionalização do pastorado no âmbito do Cristianismo, acontecimento responsável pela implantação, pela Igreja, desse tipo de poder no Ocidente, mediante técnicas dominadoras dos sujeitos, principalmente por meio de sua sexualidade. Utilizamos ainda os postulados de Foucault ([1976] 2010; 2014) acerca do entrelaçamento de duas tecnologias de poder no interior das sociedades de normalização: (i) a disciplina, centrada no homem-máquina, funcionando com vistas às operações do corpo em sua relação com o trabalho; (ii) a biopolítica, focada no homem-espécie, atuante, no nível da massa, sobre um feixe de fenômenos coletivos, a fim de produzir uma população regulamentada. Desse mesmo filósofo, trabalhamos igualmente com a noção de racismo moderno, recurso presente nos Estados em que o biopoder se exerce, responsável pela permissibilidade do assassínio, seja direto seja indireto, dos degenerados, dos anormais, dos responsáveis pela mácula da raça. Finalmente, encerramos nosso estudo sobre os asilos de Madalena, trazendo à baila as discussões de Sixsmith (2013) em torno do funcionamento dessas instituições na Irlanda; as de Smith (2007) relativas à Arquitetura de Contenção da Nação.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3443837 - MARIA EMILIA DE RODAT DE AGUIAR BARRETO BARROS
Interno - 1308591 - JOCENILSON RIBEIRO DOS SANTOS
Externo à Instituição - ROSÂNGELA TENÓRIO CARVALHO

Notícia cadastrada em: 25/11/2021 11:21
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