Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: HENRIQUE OLIVEIRA DE ANDRADE
DATA: 27/07/2023
HORA: 08:30
LOCAL: Auditório do PPGEO, Didática II, 1º andar
TÍTULO: AGROELETRONEGÓCIO: TERRITÓRIO EM CONFLITO E A DISSUMULAÇÃO DO CAPITAL NA IDEOLOGIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SEGURANÇA ENERGÉTICA NO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO
PALAVRAS-CHAVES: Produção do espaço, Apropriação da Natureza, Energia Elétrica, Território e Conflito
PÁGINAS: 160
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Geografia
SUBÁREA: Geografia Humana
ESPECIALIDADE: Geografia Agrária
RESUMO:

O modo de produção capitalista impõe ao conjunto da sociedade suas diversas formas de apropriação e violências no contexto da produção do espaço. Este estudo de doutoramento relaciona-se diretamente com a fetichização da mercadoria energia por meio das políticas públicas de segurança energética, engendradas pelo estado brasileiro no setor elétrico nacional como forma de potencialização da acumulação de capital por parte de conglomerados internacionais/nacionais ligados às infraestruturas de eletricidade. Partimos da hipótese de que a engenharia societal e suas conexões estão inseridas no contexto da crise estrutural do capital e funcionam como ferramentas para acumulação por espoliação, dinamizando a coexistência de entidades e organizações da classe dominante brasileira e internacional que confabulam para a construção de políticas públicas e a tomada de decisões frente ao Sistema Integrado Nacional (SIN), componente do Setor Elétrico Brasileiro (SEB). Tais questões ocasionam a apropriação privada da natureza e a conjugação da produção do espaço baseada na territorialização do capital e a monopolização do território por meio do agroeletronegócio. Dito isso, o território como categoria geográfica, apreendido em suas contradições, é compreendido como totalidade e dessa forma, intenta-se por meio dos emaranhados processuais da lógica capitalista de produção, analisar o território dominado pelo capital e, por conseguinte as formas de reprodução deste no contexto geográfico. Prima-se por um estudo assentado na teoria crítica que desvela as condicionantes do Capital, Estado e Espaço e, apresente os aspectos da realidade concreta que embasados nas contradições, produzem a apreensão da realidade de forma multifacetada e em múltiplas determinações. Tem-se foco na análise da operacionalidade dos Grandes Projetos de Desenvolvimento Energéticos no Brasil, sob a crise estrutural do capital, a crítica às políticas públicas de energia e o discurso da segurança energética para o capital. Quanto aos resultados preliminares da pesquisa, apontamos a coexistência das violações aos direitos humanos e territoriais atrelada aos licenciamentos ambientais falaciosos nas linhas de transmissão de energia analisadas, a operacionalização do Agroeletronegócio como conceito chave e o papel desempenhado pelas estruturas de Estado na conformação das políticas públicas de energia mediadas pela atuação das corporações internacionais e associações setoriais na área de energia. Elencamos também a partir da pesquisa bibliográfica, documental e de campo a relação entre os impactos em diversas ordens (ambientais, sociais, econômicos, psicológicos, territoriais dentre outros), decorrentes das faixas de servidão administrativa e as problemáticas fundiárias nas comunidades analisadas, acirrando, portanto, a questão agrária. Frisa-se nesse processo, a financeirização da natureza através da energia elétrica e sua conexão com os grandes projetos de desenvolvimento energéticos que são sustentáculos para a acumulação de capital. Assim, o Agroeletronegócio evidencia-se nas linhas de transmissão de energia com a formatação de uma rede hegemônica de reprodução do capital no setor elétrico nacional, que efetua a circulação de mais valor na produção do espaço e na territorialização do capital.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2342651 - ERALDO DA SILVA RAMOS FILHO
Interno - 3299294 - JOSEFA DE LISBOA SANTOS
Externo à Instituição - SINTHIA CRISTINA BATISTA
Externo à Instituição - ATILA DE MENEZES LIMA