Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: FERNANDA RAMOS LACERDA
DATA: 28/02/2023
HORA: 09:00
LOCAL: Auditório do PPGEO
TÍTULO: Territorialidades Femininas e Resistência na Agricultura Urbana em Vitória da Conquista- BA
PALAVRAS-CHAVES: Mulheres. Territorialidades. Agricultura. Gênero. Resistência
PÁGINAS: 94
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Geografia
SUBÁREA: Geografia Humana
ESPECIALIDADE: Geografia Agrária
RESUMO:

A Agricultura Urbana e Periurbana (AUP) despontam como uma alternativa ao cultivo de alimentos capaz de gerar renda e autonomia, promover a inclusão social e garantir a Segurança Alimentar e Nutricional para as mulheres e suas famílias. Quando se destaca a presença das mulheres na agricultura, permite-se compreender o que é singular no território sem se distanciar das reflexões sobre as múltiplas relações sociais, entre elas, as de gênero. Diante desses estudos foi possível identificar uma lacuna de pesquisa, que se refere as mulheres que trabalham nas hortas e as afinidades que estas estabelecem com o território de cultivo e o território de comercialização que são as feiras. Nessa perspectiva, a presente pesquisa tem como objetivo principal analisar a Agricultura Urbana como Território de Resistência e Territorialidades das mulheres que cultivam hortas em Vitória da Conquista na Bahia. Como recorte territorial, a análise tem como base as Hortas do município de Vitória da Conquista, localizado no Território de Identidade do Sudoeste Baiano. A definição por este município se justifica por apresentar uma dinâmica de sistemas alimentares que se destaca entre outros municípios na região. A categoria Território, permite de forma dinâmica, compreender os processos pautados na complexidade das relações de poder e na rede de integração que se forma dentro do contexto do cultivo, comercialização e consumo das hortas. As reflexões sobre gênero permitem compreender como as mulheres percebem sua identidade como agricultoras e como vivenciam as experiências com seus saberes nas hortas. Conduzidas pela teoria da geografia cultural, optamos por uma metodologia qualitativa com a realização de estudos teóricos e pesquisa de campo, formalização de entrevistas, observação participada, e registro fotográfico entre outros procedimentos metodológicos. A escolha pela abordagem sistêmica permite a elaboração da investigação numa perspectiva complexa e inter-relacional e em conexão com a análise crítica, possibilita a descolonização do pensamento, promove o debate de forma construtiva e dialógica com diferentes áreas do conhecimento, que se apresenta como condição para transformações sociais e políticas para além do colonial-capitalista pensamento abissal. Além de permitir conhecer e compreender outras possibilidades e realidades compostas por saberes específicos que se manifestam como formas de resistência no território. Por fim, considera-se como resultado preliminar, que as quatro Hortas Comunitárias Urbanas e as Hortas Periurbanas do bairro Lagoa das Flores, sejam territórios da vivência cotidiana e das relações de gênero entre mulheres na condição de agricultoras. Considera-se também que os alimentos cultivados na agricultura urbana podem contribuir para a qualidade de vida das famílias que o consomem, por serem alimentos frescos, diversificados e oferecerem nutrientes adequados a uma dieta rica, variada e a baixo custo. Nas feiras percebe-se territórios permeados por relações de poder que constituem complexas redes de sociabilidade e territorialidades que podem reforçar a agricultura urbana como território de resistência.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3352056 - SONIA DE SOUZA MENDONCA MENEZES
Externo à Instituição - JORGEANNY DE FÁTIMA RODRIGUES MOREIRA
Externo à Instituição - GIANCARLA SALAMONI