Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOÃO PEDRO CELESTINO DOS SANTOS
DATA: 05/03/2020
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório da Did. II
TÍTULO: Cortar, lavrar, pintar a madeira: o ofício da carpintaria de móveis em Itabaiana/SE
PALAVRAS-CHAVES: Trabalho. Capital. Ofício. Carpintaria. Itabaiana
PÁGINAS: 52
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Geografia
RESUMO:

Mediante a necessidade de revelar uma atividade produtiva como a carpintaria no município de Itabaiana, Sergipe, a pesquisa visa analisar a sua reprodução mediante as determinações do capital, pois é no tempo presente em que está inserida. Entende-se a carpintaria como um ofício que é tradicional e perpassou no tempo sob diferentes formas de organização do trabalho, além de ter sido ensinado pedagogicamente para que os sujeitos pudessem exercer uma profissão. É, a princípio, expressão de um trabalho concreto para a produção de valores de uso, sendo que o próprio homem se reconhece, aproxima-se do processo de trabalho. Com o capital ditando as regras, os valores de troca se impõem, o trabalhador vê-se livre para vender sua força de trabalho, “afasta-se” dos meios de produção, não se enxerga no produto criado neste processo, torna-se alheio. O trabalho é abstrato, submete-se ao dono do capital, se torna assalariado, apêndice de uma máquina e refém de uma tecnologia necessária para o processo de extração de mais-valia e acumulação de lucros. Eis a importância de se analisar a permanência do ofício da carpintaria neste contexto histórico. A pesquisa tem como objetivo central analisar o ofício da carpintaria mediante as mudanças no mundo do trabalho e da produção especializada de móveis em grande escala, assentando-se metodologicamente no Materialismo histórico e dialético para compreender as contradições do mundo do trabalho e como a carpintaria manifesta a totalidade das relações que produzem autonomia/submissão na produção de móveis em Itabaiana. Para chegar a este objetivo, procedimentos como levantamento e análise bibliográfica para sustentação teórica da pesquisa; trabalho de campo; mapeamento das unidades produtivas, produção, circulação e consumo; entrevistas; fotografia como registro da materialidade do trabalho. Posto isso, a presente análise tem salientado, preliminarmente, que o ofício da carpintaria permanece em meio às contradições, “capturado” pelo capital: os carpinteiros se tornaram assalariados, prestadores de serviço, atendem a uma demanda específica, entram em um mercado concorrencial entre as próprias carpintarias e as lojas de móveis, se adequaram ao ritmo da máquina para produzir mais e em menos tempo. É, pois, o caminho do desvelar das dimensões geográficas do trabalho tradicional, que se concretiza fora dos espaços comuns de investigação como a indústria, tecendo análises sobre as suas relações de trabalho, os desafios e as contradições inerentes neste processo produtivo no município de Itabaiana.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2298414 - ANA ROCHA DOS SANTOS
Interno - 1862007 - CHRISTIANE SENHORINHA SOARES CAMPOS
Externo ao Programa - 2569894 - FABRICIA DE OLIVEIRA SANTOS