Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARACY PEREIRA
DATA: 25/03/2013
HORA: 11:00
LOCAL: Auditório da POSGRAP
TÍTULO:
Meio Ambiente e Representações Sociais de Pescadores
Representações Sociais. Meio Ambiente. Histórias de Vida de Pescadores
O objeto central da pesquisa são as representações sociais dos pescadores ribeirinhos sobre as mudanças ocorridas no meio ambiente, acompanhadas durante a trajetória de vida de cada sujeito participante da pesquisa. Trata-se da identificação de conceitos, ideias e imagens partilhadas pelos pescadores a respeito das mudanças ocorridas no meio ambiente local, principalmente o rio São Francisco e da análise da presença e de influências das histórias de vida de pescadores ribeirinhos na construção de tais conceitos, ideias e imagens partilhadas. Participaram desse estudo vinte pescadores com idade entre vinte e cinco e sessenta e cinco anos. A pesquisa teve como base a etnografia qualitativa. Os principais instrumentos de coleta de informações foram os relatos orais de vida, as entrevistas semidirigidas e o grupo nominal ou focal. Os resultados dessa pesquisa destacam a valorização das histórias de vida e do conjunto de saberes da experiência como fontes seminais de releituras sobre a problemática social mais ampla, em especial, para o campo interdisciplinar de estudos em desenvolvimento e meio ambiente. Dessa conjuntura, pode-se afirmar que as representações sociais de pescadores a respeito do meio ambiente são indissociadas da prática cultural em que se originam, expressam dinamicidade e força própria de pertencimento, tanto quanto consolidam a expressão de suas singularidades-identidades, sem torna-los idênticos entre si, mas, autores de suas próprias histórias de vida, partilhadas pela noção de comunidade a que pertencem. Das representações sociais explicitadas no decorrer da pesquisa há a predominância das crenças partilhadas sobre o universo lendário, os ‘causos de pescador’ que, efetivamente, deram a caracterização do grupo a relevância de compreende-los em sua cultura tensões existenciais vividas como partilha-negação, mundanidade-sacralidade, vida-morte, partir-chegar, mudar-permanecer no reencontro do Rio São Francisco com as histórias de vida de pescador.