Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CAROLINA SANTOS SOUZA TAVARES
DATA: 26/01/2024
HORA: 14:30
LOCAL: SALA RUTE, DIDÁDICA I DO HU-UFS
TÍTULO: “HABILIDADES FUNCIONAIS DE CRIANÇAS COM A SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS”
PALAVRAS-CHAVES: Comportamento alimentar; Microcefalia; Zika vírus; Hábitos funcionais;
PÁGINAS: 93
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Enfermagem
RESUMO:

Introdução: A Síndrome Congênita do Zika Vírus (SCZV) é uma condição neurológicacomplexa que afeta crianças nascidas de mães infectadas pelo Zika Vírus durante agravidez. Essa síndrome cursa com uma série de complicações, destacando-se os atrasosno desenvolvimento neuropsicomotor, distúrbios de comunicação, dificuldade deaprendizagem e mobilidade. Todas essas condições impactam significativamente ashabilidades funcionais. Embora alguns estudos tenham avaliado alguns aspectos dafuncionalidade destas crianças, ainda existem lacunas importantes a serem avaliadascomo a relação entre a funcionalidade e a gravidade das manifestações clínicas, a saúdemental das mães, a rotina do sono e aspectos relacionados ao crescimento e hábitosalimentares. Objetivo: Avaliar a habilidade funcional de crianças com SCZV.Metodologia: Realizamos um estudo transversal incluindo crianças com 5 anos ou maiscom diagnóstico de SCZV e suas respectivas mães. Foram incluídas criançasacompanhadas no ambulatório de referência do Hospital Universitário da UniversidadeFederal de Sergipe, que possuíam como principal cuidadora a mãe, e com registro dasmedidas antropométricas ao nascer na caderneta de saúde da criança. Nosso desfechoprimário foi a funcionalidade, medida pelo instrumento Inventário de AvaliaçãoPediátrica de Incapacidade - Testagem Computadorizada Adaptativa (PEDI-CAT). Osdesfechos secundários incluíram saúde mental materna (Self-Reporting Questionnaire -SRQ 20), hábitos de sono (Inventário dos Hábitos de Sono para Crianças Pré-escolares)e hábitos alimentares (Recordatório Alimentar). As curvas de crescimento das criançasforam avaliadas de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde(OMS). Resultados: Foram avaliadas 38 crianças e suas respectivas mães. Pelo menos90% das crianças apresentaram atraso funcional nos domínios “atividades diárias”,“mobilidade”, “social-cognitivo” e “responsabilidade”. A análise revelou uma relaçãosignificativa entre maior perímetro cefálico e melhor desempenho em “atividades diárias”(p = 0,016) e “mobilidade” (p = 0,021) na primeira infância. Ao final da primeira infância,foi observado aumento significativo na altura (p = 0,007), estabilidade no peso (p = 0,238)e diminuição na proporção de índice de massa corpórea (IMC) adequada (p = 0,017),quando comparado às curvas-padrão da OMS. O estudo constatou padrões variados noconsumo alimentar de crianças, com prevalência de alimentação pastosa eultraprocessada, limitada diversidade alimentar, e uma relação significativa entre o
consumo inadequado de carboidratos e o IMC inadequado (p = 0,030), além de umadeficiência generalizada na ingestão de calorias e micronutrientes essenciais. As criançasdemonstraram hábitos de sono qualitativamente bons, mas com variações individuais. Aanálise da saúde mental das mães revelou uma prevalência de 44,7% de transtorno mentalcomum, havendo uma relação inversa com o perímetro cefálico da criança (p = 0,045).Conclusão: Este estudo identificou que crianças com SCZV apresentam atrasosfuncionais em diversas áreas, com uma relação positiva entre perímetro cefálico edesempenho em atividades diárias e mobilidade. Além disso, observou-se um padrãoalimentar variado, mas predominantemente inadequado, e uma prevalência significativade transtornos mentais comuns entre as mães, inversamente relacionada ao perímetrocefálico das crianças. Estes achados ressaltam a complexidade do cuidado necessário paracrianças com SCZV e suas famílias.

MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1977480 - PRISCILA LIMA DOS SANTOS
Externo ao Programa - 2074362 - KELLY DA SILVA
Externo ao Programa - 2865478 - ANDRÉIA CENTENARO VAEZ