Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RAYSA MANUELLE SANTOS ROCHA
DATA: 07/07/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Hospital São Lucas
TÍTULO: EVOLUÇÃO DO RISCO CARDIOMETABÓLICO DE PACIENTES PÓS- BARIÁTRICOS DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19
PALAVRAS-CHAVES: Cirurgia Bariátrica; Comportamento Alimentar; Fatores de Risco Cardiometabólico; Pandemia COVID-19;
PÁGINAS: 67
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Nutrição
RESUMO:

Introdução: A complexa intersecção de efeitos deletérios decorrentes da pandemia deCOVID-19 tem alcançado diversos aspectos do estilo de vida, como os comportamentosrelacionados à alimentação e ao exercício físico em pacientes pós-bariátricos. Entretanto, háuma lacuna científica a respeito da evolução em longo prazo de parâmetros de riscocardiometabólico desses pacientes, e da identificação do possível perfil de indivíduos maissusceptíveis a esses efeitos adversos dentro desse grupo, como aqueles com histórico dereganho ponderal anterior ao surgimento da pandemia de COVID-19. Objetivo: Avaliar aevolução de marcadores de risco cardiometabólicos em pacientes pós-bariátricos durante osdois anos subsequentes ao início da pandemia de COVID-19. Materiais e Métodos: Trata-sede um estudo longitudinal conduzido com pacientes que realizaram cirurgia bariátrica (CB) hámais de dois anos anteriores ao início da pandemia de COVID-19. O estudo foi conduzido em4 momentos distintos, 1 vez por ano, de 2019 a 2022. Foram avaliados parâmetrosantropométricos, lipídicos, do perfil glicêmico, de pressão arterial, de comportamentoalimentar e de prática de exercício físico obtidos por meio de consultas presenciais. Aclassificação de reganho de peso pré-pandemia foi estabelecido a partir do aumento ≥ 15% dopeso total perdido após a CB. Os dados foram registrados e analisados utilizando os softwaresSPSS Statistics 22.0. Considerou-se todo valor de p≤0,05 como estatisticamente significativo.Resultados: 55 indivíduos compuseram a amostra no primeiro ano de pandemia e 50 no anoseguinte. Foi verificado aumento nos seguintes parâmetros durante os dois anos pandêmicos:IMC (p=0,001), circunferência da cintura (p=0,008), percentual de ganho de peso (p<0,001),taxa de reganho ponderal pós-cirúrgico (p=0,002), glicemia de jejum (p=0,004) ehemoglobina glicada (p<0,001). Percentual de perda do excesso de peso pós-cirúrgico(p=0,001) e percentual de indivíduos fisicamente ativos (p=0,016) apresentaram redução noperíodo analisado. Todas as alterações mencionadas foram identificadas apenas no grupo depacientes que iniciaram a pandemia com classificação de reganho de peso. No primeiro anode pandemia, esse grupo apresentou maiores pontuações na avaliação de descontrolealimentar e alimentação emocional, em comparação ao grupo não-reganho. Durante osegundo ano pandêmico, apenas os valores referentes à alimentação emocional permanecerammaiores. O ganho de peso observado no estudo apresentou maior percentual durante oprimeiro ano pandêmico, em conexão com o comportamento sedentário, a classificação dereganho de peso pré-pandemia e maiores pontuações de descontrole alimentar e alimentaçãoemocional. Além disso, foi verificada uma relação entre a elevação percentual de peso doprimeiro ano de pandemia com aumento da pressão arterial sistólica no mesmo período eaumento pressão arterial diastólica no segundo ano pandêmico. Conclusão: Os resultadosdesse estudo sugerem que a pandemia de COVID-19 pode influenciar a deterioração deparâmetros de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas depacientes pós-bariátricos. Aqueles com classificação de reganho de peso representam umaparcela do grupo que demanda atenção especial por possivelmente serem mais susceptíveis àsalterações nutricionais e cardiometabólicas deletérias em situações de crise, como a pandemiade COVID-19.

MEMBROS DA BANCA:
Interno - 040.208.116-10 - ANNE JARDIM BOTELHO
Externo ao Programa - 2021286 - LILIANE VIANA PIRES
Interno - 1695058 - MARCO ANTONIO PRADO NUNES