Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CARINA CARVALHO SILVESTRE
DATA: 07/12/2017
HORA: 14:00
LOCAL: Sala Rute do Hospital Universitário
TÍTULO: COMPREENDENDO A COMUNICAÇÃO NA CONCILIAÇÃO DE MEDICAMENTOS EM UM HOSPITAL DE ENSINO
PALAVRAS-CHAVES: segurança do paciente, conciliação de medicamentos, comunicação em saúde, hospital.
PÁGINAS: 132
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Farmácia
RESUMO:

Introdução. A conciliação de medicamentos é um processo delineado para promover a comunicação e o trabalho em equipe com o objetivo de prevenir erros de medicação nos pontos de transição de cuidados. Esta tem sido recomendada como estratégia efetiva de segurança ao paciente. Apesar dos recentes esforços, no Brasil, estudos sobre a conciliação de medicamentos são ainda incipientes. Objetivo. Compreender a comunicação na conciliação de medicamentos em um hospital ensino. Metodologia. O estudo foi realizado em quatro etapas. A primeira delas correspondeu a um estudo prospectivo, do tipo caso-controle para identificar fatores de risco potenciais para discrepâncias não intencionais da farmacoterapia (DNIF) na admissão hospitalar. A segunda etapa consistiu na discussão de parte dos resultados do estudo anterior, por meio da revisão literatura sobre o tema. Foram realizados comentários sobre a qualidade da documentação do histórico de uso de medicamentos nos hospitais e a necessidade de melhorias neste processo. A terceira etapa consistiu em um estudo transversal realizado nos prontuários dos pacientes admitidos em um hospital ensino entre dezembro de 2016 e fevereiro de 2017. As evoluções de enfermeiros, farmacêuticos e médicos foram avaliadas para caracterizar o registro de informações sobre o uso de medicamentos e análise de falhas de comunicação foi conduzida em todos os prontuários. A última etapa correspondeu a um estudo de desenvolvimento metodológico para elaborar e validar o conteúdo de um questionário para survey sobre a realização da conciliação de medicamentos em hospitais do Brasil. Resultados. Os achados da primeira etapa evidenciaram que pacientes submetidos a processos de admissão após as transferências entre hospitais tiveram três vezes mais chances de ter uma DNIF em comparação a pacientes que foram admitidos diretamente de casa. Na segunda etapa, evidenciou-se que a comunicação ineficiente entre as equipes de cuidado pode ter sido a causa primária dos achados da primeira etapa. Quanto a avaliação da documentação escrita, não houve registro sobre reações alergias e reações adversas a medicamentos em 44 (21,9%) evoluções dos enfermeiros, 8 (22,9%) dos farmacêuticos e 54 (26,8%) dos médicos. Além disso, foram identificadas 1.588 alterações nas prescrições no período de coleta de dados, onde apenas 390 (24,5%) destas alterações foram justificadas. Ainda, foi possível identificar 485 falhas de comunicação sobre medicamentos em 65,3% (n=132) das evoluções dos três profissionais avaliados. Em relação ao desenvolvimento do questionário, três versões preliminares foram elaboradas. A terceira versão foi submetida ao processo de validação de conteúdo por meio do Delphi resultando na versão final do questionário com 17 questões. Conclusão. A comunicação ineficiente, especialmente sobre medicamentos, entre os vários atores da equipe de cuidados pode influenciar sobremaneira a realização da conciliação de medicamentos e, por conseguinte, a segurança de pacientes na transição de cuidados.

MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - DANIEL TENÓRIO DA SILVA
Externo ao Programa - 1241436 - JOSEILZE SANTOS DE ANDRADE
Externo à Instituição - TATIANE CRISTINA MARQUES