Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: FRANCIELLE TEMER DE OLIVEIRA
DATA: 07/07/2017
HORA: 13:00
LOCAL: Auditorio do CCBS/HU
TÍTULO: Alterações do sono em pacientes com receptor do GHRH não funcionante
PALAVRAS-CHAVES: deficiência de GH; estágios do sono; distúrbios do sono; sono REM.
PÁGINAS: 89
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Medicina
RESUMO:
O hormônio hipotalâmico liberador do GH (GHRH) possui ações hipnóticas, aumentando o sono não REM (NREM), do inglês movimento rápido dos olhos, o qual corresponde a 75% do total do sono. Já o hormônio de crescimento (GH) pode estimular o sono REM. Pacientes com deficiência de GH (DGH) exibem, frequentemente, problemas do sono, levando a fadiga diurna e redução da qualidade de vida. A DGH pode ocorrer por diminuição da secreção ou ação do GHRH ou destruição dos somatotrofos. Descrevemos uma coorte de pacientes com deficiência isolada do GH (DIGH) devido a resistência ao GHRH causada pela mutação homozigótica c.57 + 1G > A no gene do receptor do GHRH (GHRHR). Estes pacientes possuem qualidade de vida normal, sem queixas de fadiga crônica. O objetivo deste estudo foi determinar subjetiva e objetivamente a qualidade do sono nestes pacientes com DIGH que nunca foram submetidos a terapia com GH. Foi realizado um estudo transversal em 21 adultos com DIGH e 21 controles pareados para idade e sexo. A avaliação subjetiva incluiu os questionários do sono (índice de qualidade do sono de Pittsburgh, índice de gravidade de insônia e escala de sonolência de Epworth). A análise objetiva do sono foi realizada através da polissonografia com o registro dos estágios do sono divididos em vigília, sono NREM N1 (sonolência), N2 e N3 (sono de ondas lentas) e sono REM (R). Indivíduos com DIGH exibiram menor eficiência do sono (77,7 (27,5) vs. 87,5 (10,1) %, p=0,007), tempo total do sono (330,0 (127,5) vs. 385,5 (56,0) min, p=0,028), duração do estágio N2 (190,0 (81,7) vs. 220,0 (43,2) min, p = 0,026) and R (45,6 (27,3) vs. 61,5 (22,8) min, p = 0,046). Inversamente, tiveram aumento da duração e percentual do estágio N1 (51,3 (33,7) vs. 31,8 (19,8) min, p=0,029 and 14,6 (18,9) vs. 7,3 (8,1) %, p= 0,022 respectivamente), do período de vigília (96,5 (123,5) vs. 54,3 (51,7) min, p=0,007), e de despertares após o início do sono (82,5 (116,5) vs. 44,0 (46,5) min, p=0,017). Não houve diferença entre os grupos no estágio N3 e nos escores dos questionários de qualidade do sono. Estes dados mostram que pacientes com DIGH devido a resistência ao GHRH exibem redução objetiva da qualidade do sono, com alterações no sono NREM e REM, sem consequências subjetivas detectáveis. A resistência ao GHRH parece ter um importante papel na qualidade do sono destes indivíduos.