A UFS preocupa-se com a sua privacidade

A UFS poderá coletar informações básicas sobre a(s) visita(s) realizada(s) para aprimorar a experiência de navegação dos visitantes deste site, segundo o que estabelece a Política de Privacidade de Dados Pessoais. Ao utilizar este site, você concorda com a coleta e tratamento de seus dados pessoais por meio de formulários e cookies.

Ciente
Notícias

Banca de DEFESA: ROGER CARLOS FERREIRA ALVES SANTOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ROGER CARLOS FERREIRA ALVES SANTOS
DATA: 08/02/2024
HORA: 08:00
LOCAL: Videoconferência (link: https://meet.google.com/gxa-idvw-miw)
TÍTULO: Corpos Supérfluos socialmente necessários: consequências sociais e a (auto) exploração dos desvalidos no novo capitalismo
PALAVRAS-CHAVES: Corpos supérfluos; Precarização do trabalho; Desvalidos; Uso dos corpos; Novo capitalismo.
PÁGINAS: 334
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Sociologia
RESUMO:

A presente pesquisa teve por objetivo investigar as repercussões psicofísicas da datificação e da vigilância – duas facetas não excludentes do novo capitalismo – na constituição dos sujeitos de desempenho sob circunstâncias desiguais, especificamente daqueles que integram o rol dos corpos supérfluos socialmente necessários. O incentivo ao empreendedorismo pelas plataformas digitais – startups ou food techs – empresas que promovem a conexão entre estabelecimentos comerciais, consumidores e entregadores não visa conferir-lhes autonomia, apesar do slogan você é seu próprio chefe. Assim sob a premissa de liberdade ilimitada, oculta um sutil e eficaz processo de submissão desses corpos, pela instauração da feitorização de si, ao inflexionar as técnicas de poder da sociedade disciplinar pelas novas técnicas de poder da sociedade do cansaço. Se outrora se partia da docilização dos corpos, as novas técnicas aludidas interferem diretamente no controle das subjetividades e das emoções, posto que esse é um atalho à docilização corporal pela (auto)exploração. As novas técnicas de poder e os dispositivos de saber-poder instrumentário contribuem, por meio de uma eficaz e onipresente pedagogia do algoritmo, uma dominação social efetiva através do ideal do self-made-man. Portanto, a pesquisa social aqui delineada tomou como ponto de partida o processo de vida real dos entregadores ciclistas de aplicativos de Aracaju, a fim de compreendermos o uso dos seus corpos na sociedade tecnológica avançada, sob uma perspectiva periférica. A capital sergipana, em sua singularidade, constituiu-se no recorte espacial da pesquisa, delimitando empiricamente o recorte teórico do nosso escopo investigativo. Foi mister captar o entrelaçamento entre a estrutura social e a práxis fetichizada desses sujeitos que trafegam pelas vias dessa cidade e as orientações ao agir humano dos que sobrevivem exercendo essa atividade. Representantes dos novos desvalidos, eles experienciam no corpo, aqui compreendido sob a categoria da totalidade, a precarização do trabalho num processo de formalização da informalidade e a precariedade existencial instituída. Aproximamo-nos metodologicamente de uma flânerie que englobou momentos distintos por meio das seguintes ferramentas e instrumentos na coleta de dados: a) observações diretas registradas em diário de campo, b) questionário e c) entrevistas semiestruturadas. A população dos trabalhadores informais que atuam no serviço de transporte mediado por tecnologias abrange motoristas, além de entregadores motoboys e ciclistas de aplicativos. Considerando que os ciclistas realizam uma atividade com predominância de esforço muscular-nervoso, em virtude de o seu instrumento de trabalho para deslocamento ser a bicicleta, eles compuseram a amostra. O material compreendeu os registros no diário de campo, a aplicação de 41 questionários e a realização de nove entrevistas. Entre os entrevistados majoritariamente do gênero masculino, destacamos uma única entregadora ciclista (gênero feminino) e um não-binário. Havia um entregador em transição para uma ocupação formal, e dois deles não exerciam mais a função de entregador ciclista de aplicativo. O critério da seleção era que atuassem ou tivessem atuado por no mínimo três meses. A discussão pautou-se na compreensão do uso dos corpos sob a razão neoliberal, no bojo da plataformização do trabalho a partir dos efeitos de degradação física, moral, psíquica e cognitiva que as promessas de liberdade ilimitada impõem aos sujeitos sob tais circunstâncias. Assim, sem quaisquer garantias de retorno ou sucesso, ao preço singelo de tornarem-se patrões de si ou do fator sorte, esses protótipos dos novos desvalidos são fiadores dos seus corpos-empreendimento diante das repercussões psicofísicas do trabalho plataformizado na sociedade contemporânea.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3359639 - IVAN FONTES BARBOSA
Interno - 2454411 - VILMA SOARES DE LIMA BARBOSA
Interno - 3316721 - PERICLES MORAIS DE ANDRADE JUNIOR
Externo à Instituição - JOSE ANTONIO SPINELI LINDOZO
Externo à Instituição - JACOB CARLOS LIMA

Notícia cadastrada em: 07/02/2024 13:33
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação/UFS - - | Copyright © 2009-2024 - UFRN - bigua1.bigua1 v3.5.16 -r19150-8b2e1ce06f