Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JENNIFER SUIANY GOES REIS
DATA: 14/02/2020
HORA: 09:00
LOCAL: Sala Multiuso do PPEC no DBI/UFS
TÍTULO: Efeito do ambiente sobre a força de mordida de roedores Caviomorfos
PALAVRAS-CHAVES: Evolução, Força de Mordida, Modelos Evolutivos
PÁGINAS: 1
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Ecologia
SUBÁREA: Ecologia de Ecossistemas
RESUMO:
Desde o advento da teoria da seleção natural pesquisadores do mundo inteiro investigam as relações existentes entre o fenótipo de um organismo e o ambiente em que ele vive. Para a biologia evolutiva a forma de um organismo está intimamente relacionada as funções desempenhadas pelo mesmo no ambiente. Assim, a forma do crânio e da mandíbula estão intimamente associadas a funções e atividades ecológicas desenvolvidas pelas espécies, como por exemplo escavação de túneis e tocas, disputas por território e competição por parceiros reprodutivos. Dentro do grupo dos roedores Hystricognathia parvordem Caviomorpha encontra-se distribuída na América do Sul. Os caviomorfos apresentam uma grande diversidade fenotípica e ecológica que pode ser explicada pelo longo isolamento geográfico, dado pelas dimensões do continente sulamericano. Assim, o presente trabalho teve como objetivo analisar como diferentes hábitos e biomas ocupados pelos roedores Caviomorfos afetaram a evolução da forma do crânio e da força de mordida do grupo. Desse modo para estimar a força de mordida foram utilizados 54 modelos 3D de mandíbulas, de 28 espécies. A estimativa da força foi calculada a partir do índice Z de Freemam e Lemen (2008). Para estimar a forma do crânio foram utilizados 74 modelos, com 26 landmarks homólogos. A caracterização dos biomas foi feita a partir da média de temperatura e precipitação anual das espécies, obtidas a partir da base de dados PanTHERIA, organizando os biomas em quatro grandes grupos (deserto frio, deserto quente, floresta tropical e floresta temperada). O hábito das espécies foi caracterizado de acordo com a literatura (terrestres, arborícolas, semiaquaticos, fossoriais ou subterrâneos). A fim de investigar como ocorreu a evolução das características estudadas foram testados os modelos evolutivos OUMV, OUM, OU1, BM1 e BMS, que são modelos estatísticos utilizados para simular a evolução de caracteres quantitativos. O sinal filogenético das características foi estimado a fim de avaliar a existência de correlação filogenética entre as características estudadas, a partir do índice K-mult. Os valores de Sinal filogenético encontrados para a forma do crânio foi de 0,84 e para a força de mordida de 0,49. Nossos resultados mostram que a força de mordida foi afetada pelo tipo de bioma ocupado pelas espécies, atuando como uma força de seleção mostrando uma tendência de mais força nos biomas mais áridos. A força de mordida não foi afetada pelo hábito das espécies. Já a forma do crânio teria evoluído de forma neutra.