Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MAYARA DE SANTANA SANTOS
DATA: 31/01/2024
HORA: 16:00
LOCAL: SALA DE AULA O PROSS
TÍTULO: CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS ENVOLVENDO POVOS INDÍGENAS NO NORDESTE BRASILEIRO
PALAVRAS-CHAVES: Conflitos socioambientais. Nordeste. Povos indígenas. Questão indígena. Serviço Social.
PÁGINAS: 100
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Serviço Social
SUBÁREA: Fundamentos do Serviço Social
RESUMO:
O objetivo geral desta investigação foi analisar os conflitos socioambientais envolvendo povos indígenas no Nordeste brasileiro. Durante o processo de elaboração da pesquisa consideramos a particularidade da formação sócio-histórica brasileira, marcada pela colonização portuguesa, cujo objetivo era fundamental primário a dominação dos povos indígenas, sua escravização, assim como a exploração dos recursos ambientais. Os conflitos socioambientais, enquanto expressão das lutas de classes, estão associados às disputas territoriais e lutas enfrentadas por diferentes frações da classe trabalhadora e de povos tradicionais, neste caso pelos povos indígenas no Nordeste brasileiro, que se prolongam no tempo e no espaço. A pesquisa realizada é considerada qualitativa, de natureza exploratória, do tipo bibliográfica e documental. A partir da definição da pesquisa documental foi realizado o levantamento dos conflitos socioambientais envolvendo povos indígenas e as mediações indicadas pelos objetivos e hipótese do estudo. No que diz respeito à análise esta investigação tem como quadro de referência o materialismo histórico-dialético, em virtude da necessidade de desvelamento do objeto - conflitos socioambientais envolvendo povos indígenas no Nordeste, imersos em contradições próprias à dinâmica da vida social. Considero os conflitos socioambientais como resultantes do conflito histórico entre as classes fundamentais (trabalhadores e burgueses) no capitalismo, com imbricações políticas, econômicas e socioculturais e seus desdobramentos. Isso porque o conjunto das violências perpetradas pelas relações sociais e econômicas próprias à ordem capitalista no campo desencadeia múltiplas expressões da “questão social”, tais como os deslocamentos forçados, as expropriações, a fome, a ausência de saneamento básico e de moradia adequada às condições de saúde, entre outros, que rebatem e impactam as formas de ser e viver das mais de 300 etnias indígenas que habitam o Brasil. Vale destacar que a conjuntura política brasileira é deveras preocupante para os povos indígenas e trabalhadores/as de modo geral. A guinada à extrema direita no último lustro, empossada dos aparelhos do Estado, dita o caminho da superexploração do trabalho, se valendo de todas as formas de preconceito, a exemplo do racismo e da misoginia que, incorporados à dinâmica capitalista, impõem aos/as trabalhadores/as um regime ainda mais de exceção que o já alcançado em períodos precedentes. O discurso de ódio ao diferente tem implicações na materialidade da vida social das minorias sociológicas.