Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ROBERTA GUSMÃO ARDITTI
DATA: 28/07/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO: CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA BRASILEIRA E A MEDICALIZAÇÃO DA INFÂNCIA EM CONTEXTO ESCOLAR
PALAVRAS-CHAVES: Psicologia; Medicalização; Infância; Genealogia.
PÁGINAS: 85
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Educação
RESUMO:
Esta dissertação tem como objetivo discutir a relação entre as produções do saber-poder da Psicologia brasileira e as raízes históricas da medicalização da infância em contexto escolar. Para isso, adotou-se a abordagem teórico metodológica pós-estruturalista, que problematiza as relações de poder e saber que atravessam os discursos e as práticas sociais. Inspirada na genealogia foucaultiana, a pesquisa realiza uma análise histórica e crítica da Psicologia brasileira buscando explicitar como os saberes desta se constituíram/configuraram no território brasileiro, em interface com as demandas da Educação e da Medicina. Buscou-se evidenciar as contingências que possibilitaram a produção e a emergência desses saberes, articulando-os às tramas de poder que circulam no tecido social e que, no cruzamento saber-poder, fazem emergir os discursos “científicos” que produzem sujeitos, subjetividades, normas e produzem crianças massivamente diagnosticadas, patologizadas. A medicalização no contexto escolar está articulada a produção das “doenças do não-aprender”, que configuram uma problemática da escola, supostamente resolvida pela Medicina e pela Psicologia, o que tende a resumir o corpo e as demandas da infância em questões puramente biológicas. Nesta pesquisa a medicalização é situada como um dispositivo do biopoder, uma técnica de normalização da população. A pesquisa evidencia a atuação da Psicologia na gênese e na produção do fenômeno da medicalização da infância e sustenta que este não é um fenômeno recente, mas sim fundante, constituinte, da categoria de infância, da instituição escolar e dos próprios saberes psicológicos.